AV1 - 2 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

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UNIDADE CENTRAL DE EDUCAÇÃO FAI FACULDADES

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAI

ALESSANDRA MARIA LIVINALLI


LETÍCIA VAZ DOS SANTOS
MATEUS VINICIOS LUCATELLI
MIKAEL STEIN MELZ

RESISTÊNCIA DE PLANTAS INVASORAS A HERBICIDAS

Itapiranga, SC
2024
ALESSANDRA MARIA LIVINALLI
LETÍCIA VAZ DOS SANTOS
MATEUS VINICIOS LUCATELLI
MIKAEL STEIN MELZ

SELEÇÃO DE HERBICIDAS PARA CONTROLE DE PLANTAS INVASORAS


NO MILHO

Trabalho enviado como requisito para aprovação


Parcial na disciplina de Controle de Plantas Invasoras
Do quinto semestre do Curso de Agronomia do
Centro Universitário FAI

LAURO LUIS SOMAVILLA

ITAPIRANGA, SC
2024
Ajude um agricultor a estabelecer o controle de plantas daninhas na cultura
do milho em uma área de 20 hectares. A semeadura ocorre em janeiro, em resteva
de feijão, e o destino da cultura é ensilagem. A área predominante possui solos
classificados como de Neossolos. Possui teor de argila de 58%, Matéria Orgânica de
2,2% e pH (SMP), 5,6. O Banco de Sementes do solo é de plantas daninhas do grupo
das dicotiledôneas (folhas largas), onde ocorrem principalmente o caruru
(Amaranthus deflexus), o Picão Preto (Bidens pilosa), a Buva (Conyza bonariensis), a
Trapoeraba (Commelina benghalensis), a Guanxuma (Sida rombifolia), o Leiteiro
(Euphorbia eterophylla), a Corda de viola (Ipomoea grandifolia), a língua de vaca
(Rumex obtusifolius), e o Rubim (Leonorus sibipiricus); e do grupo das folhas
estreitas (monocotiledôneas –Poaceas), tais como o Papuã (Brachiaria plantagínea),
a Milhã (Digitária sanguinalis), o Pé de galinha (Eleusine indica ), e o capim
carrapicho (Cenchrus echinatus). Analise se há herbicida(s) dentro dos mecanismos
e modos de ação: inibidores do FSII; Inibidores do FSI, que possam ser usados na
condição deste agricultor. Se há, explique qual e como deve ser usado (dose, época
de aplicação, cuidados, recomendações). Se não há, justifique.

Para ajudar o agricultor a controlar as plantas daninhas na cultura do milho em


sua área de 20 hectares, considerando as condições descritas (Neossolos com 58% de
argila, Matéria Orgânica de 2,2% e pH 5,6), deve-se analisar os herbicidas que possuem
mecanismos de ação adequados para o controle das principais plantas daninhas
mencionadas.
"A resistência de plantas daninhas a herbicidas assume grande importância,
principalmente em razão do limitado número de herbicidas alternativos para serem
usados no controle dos biótipos resistentes. O número de ingredientes ativos
disponíveis para controle de algumas espécies daninhas é restrito, e o desenvolvimento
de novas moléculas é cada vez mais difícil e oneroso. A ocorrência de resistência
múltipla agrava ainda mais o problema, já que, neste caso, são dois ou mais os
mecanismos que precisam ser substituídos. Assim, o controle dos biótipos resistentes
com o uso de herbicidas é comprometido, o que restringe esta prática a outros métodos
menos eficientes" (Embrapa, 2002).
Principais Plantas Daninhas e Herbicidas Recomendados
Grupo das Dicotiledôneas (Folhas Largas):
Caruru (Amaranthus deflexus), Picão Preto (Bidens pilosa), Buva (Conyza
bonariensis), Trapoeraba (Commelina benghalensis), Guanxuma (Sida rombifolia),
Leiteiro (Euphorbia heterophylla), Corda de viola (Ipomoea grandifolia), Língua de
vaca (Rumex obtusifolius), Rubim (Leonotis nepetifolia)
Grupo das Monocotiledôneas (Folhas Estreitas):
Papuã (Brachiaria plantaginea), Milhã (Digitaria sanguinalis), Pé de galinha
(Eleusine indica), Capim Carrapicho (Cenchrus echinatus).
Herbicidas Recomendados por Mecanismo de Ação
Considerando as classes de herbicidas disponíveis e seus modos de ação
adequados para o controle das plantas daninhas mencionadas, podemos recomendar os
seguintes:
Inibidores do FSII (inibidores da als - acetolactato sintase)
Herbicidas: Imazetapir, Chlorimuron, Cinosulfurão
Modo de Ação: Inibem a enzima ALS, essencial para a síntese de aminoácidos
de cadeia ramificada nas plantas daninhas, causando a morte das mesmas.
Cuidados e Recomendações:
Dose: Seguir a recomendação específica do fabricante para a cultura do milho e
o estágio de desenvolvimento das plantas daninhas.
Época de Aplicação: Geralmente aplicado durante o período inicial de
desenvolvimento das plantas daninhas, preferencialmente antes do estádio de 4 folhas
verdadeiras das mesmas.
Cuidados: Evitar aplicação em condições climáticas desfavoráveis (vento forte,
chuva iminente). Utilizar equipamentos calibrados para garantir aplicação uniforme.

Herbicidas: Atrazina, Simazina, Diurom


Modo de ação: Interferem no processo de fotossíntese, pois conseguem se
encaixar no mesmo local de ação da quinona, assim, obstruindo a ligação e o processo
de transferência fotossintética de elétrons é afetado.
Dose: Seguir a recomendação de bula do fabricante, sem uma dose especifica, já
que a mesma pode ser alterada pelo tamanho das invasoras, bem como pela mistura de
ativos.
Época de aplicação: Quando falamos das atrazinas e simazinas são aplicadas em
estágio pré-emergencial da cultura.
Cuidados: Evitar aplicar com condições climáticas desfavoráveis (vento forte,
chuvas iminentes). É essencial o uso de EPI´s e de equipamentos devidamente
calibrados. Em um geral esses herbicidas necessitam de umidade no solo para
funcionar.

Inibidores do FSI (Inibidores da EPSPS - Enzima Sensível ao Glifosato)


Herbicidas: Glifosato (com atenção para resistências confirmadas)
Modo de Ação: Inibe a enzima EPSPS, essencial para a síntese de aminoácidos
aromáticos nas plantas, causando a morte das mesmas por falta de síntese de proteínas.
Cuidados e Recomendações:
Dose: Seguir recomendações específicas para evitar seleção de resistência e
garantir eficácia.
Época de Aplicação: Idealmente, aplicar antes do estádio de crescimento
avançado das plantas daninhas, quando estão em estádios mais jovens e suscetíveis.
Herbicidas: Diquat, Paraquat
Modo de ação: Também afeta o processo de fotossíntese, mas dessa vez, o sitio
de ação do diquat e do paraquat capturam os elétrons do fotossistema I, inibindo assim
a produção de NADPH. Esses elétrons são enviados para o oxigênio que acabam
formando peróxido de hidrogênio, que ao fim do processo, são capazes de dissolver
lipídios e proteínas da membrana, causando vazamento de conteúdo e necrosando as
células, causando a morte das plantas.
Dose: Seguir a dose recomendada por bula, variando conforme o tamanho das
invasoras.
Época de aplicação: Deve ser aplicado em dias com muita luminosidade, sendo
essa uma condição imprescindível para seu funcionamento.
Cuidados: Evitar aplicar com condições climáticas desfavoráveis (vento forte,
chuvas iminentes). É essencial o uso de EPI´s e de equipamentos devidamente
calibrados. Evitar sua aplicação em dias fechados e com pouca luminosidade.
Considerações Adicionais
Rotação de Modos de Ação: Para evitar o desenvolvimento de resistência, é
crucial alternar entre herbicidas com diferentes modos de ação e utilizar práticas de
manejo integrado de plantas daninhas (IPM).
Consulta Especializada: Recomenda-se sempre consultar um agrônomo ou
técnico especializado para ajustar as recomendações de manejo de acordo com as
condições locais, estágio das plantas daninhas e da cultura de milho.
Estas recomendações são baseadas em produtos comumente utilizados no sul do
Brasil e aprovados para o controle das plantas daninhas listadas, levando em
consideração a necessidade de manejo integrado e prevenção de resistências.
BIBLIOGRAFIA

Materiais disponibilizados no sistema Connect

Embrapa. (2002). Uso de herbicidas e resistência de plantas daninhas. Recuperado


de http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do58.pdf
SILVA, L. S.; ALVES, P. L. C. A. Revisão: Resistência de Plantas Daninhas a
Herbicidas. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4478277/mod_resource/content/1/Revis%C3
%A3o%20Resist%C3%AAncia%20de%20Plantas%20Daninhas.pdf#:~:text=Atualme
nte%2C%20existem%20quatro%20mecanismos%20gerais,herbicida%20e%20compart
imentaliza%C3%A7%C3%A3o%20do%20herbicida. Acesso em: 1 jul. 2024.

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