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PRAGAS
NO MILHO
Apresentação
Este manual foi desenvolvido com o objetivo de fornecer informações detalhadas e práticas sobre as principais pragas
que afetam a cultura do milho, visando auxiliar produtores, técnicos agrícolas e demais interessados no manejo
eficiente dessas ameaças. Através deste material, buscamos oferecer orientações claras e baseadas em pesquisas
recentes, contribuindo para a maximização da produtividade e a preservação da qualidade das lavouras.
A cultura do milho, sendo uma das mais importantes para a economia agrícola, está sujeita a diversas pragas que
podem comprometer significativamente a produção. Estas pragas, se não controladas adequadamente, podem causar
desde danos econômicos até a perda total da lavoura. Portanto, o manejo integrado de pragas torna-se essencial para
garantir a sustentabilidade da
Cada praga é descrita em detalhes, incluindo o ciclo de vida, os danos característicos, e as melhores práticas para
controle, seja através de métodos químicos, biológicos ou culturais. As informações aqui contidas são baseadas em
estudos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), uma referência nacional
no desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio.
INTRODUÇÃO
Nos milharais incidem pragas que, por um lado, da- leva em consideração os custos, os benefícios e os im- Na necessidade de aplicar controle químico
nificam as folhas, os colmos, as espigas, o pendão e o sis- pactos sociais e ambientais das táticas empregadas. nas lavouras, o MIP estabelece que sejam preferencial-
tema radicular das plantas, enquanto outras pragas seccio- Nesse contexto, o MIP fundamenta-se na bioecologia mente usados agrotóxicos seletivos, sobretudo aque-
nam as plântulas rente ao solo, diminuindo a população de das pragas e considera as interferências que os inimi- les que atuam sobre a fisiologia das pragas ou que te-
plantas nos cultivos. Por outro lado, algumas pragas trans- gos naturais e os fatores ambientais exercem sobre nham origem biológica ou botânica, alternando o uso
mitem agentes que causam doenças às plantas. suas populações. Ademais, em vez de recomendar dos ingredientes ativos e adotando os métodos mais
As pragas que atacam a parte aérea das plan- a erradicação das pragas, o MIP preconiza que elas ecológicos de aplicação. Informações sobre os agrotó-
tas normalmente são mais fáceis de ser visualizadas. podem estar presentes nas lavouras, mas em níveis xicos registrados para controlar as pragas da cultura
No entanto, os danos daquelas de hábito subterrâ- populacionais que não causem dano econômico (ní- do milho estão disponíveis no programa Agrofit, que
neo podem ser confundidos com deficiências nutri- vel de equilíbrio), o que favorece a sobrevivência e se encontra na homepage do Ministério da Agricultu-
cionais, adversidades climáticas, incidência de doen- a proliferação de inimigos naturais, potencializando ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa): extranet.agricul-
ças ou baixa qualidade das sementes. o controle biológico natural. Manter áreas de mato tura.gov.br/ agrofit_cons/principal_agrofit_cons.
As pragas que atualmente causam danos próximas de lavouras contribui para aumentar a en- Em face da importância da cultura do milho
expressivos nas lavouras de milho no sul do Brasil tomofauna benéfica, pois nesses locais os inimigos no sul do Brasil, esta publicação reúne informações
(pragas-chave) são a lagarta-do-cartucho e algumas naturais podem abrigar-se e encontrar alimento. sobre os aspectos morfológicos e bioecológicos das
espécies de percevejos. A larva-alfinete (fase larval O MIP recomenda também que a população espécies-praga da cultura do milho, a caracterização
da “vaquinha” Diabrotica speciosa) e a cigarrinha-do- das pragas seja monitorada por amostragens, ape- dos seus danos e algumas medidas de manejo re-
-milho (vetor de patógenos às plantas) também po- nas adotando medidas de controle para evitar que comendadas. Estas informações buscam orientar os
dem causar danos significativos nas lavouras, princi- atinjam o nível de dano econômico. Para isso, a iden- agricultores e técnicos no planejamento, na implan-
palmente em cultivos da segunda safra, ou “safrinha”. tificação das espécies-praga e des seus inimigos na- tação e na condução das lavouras, com o objetivo de
Pragas secundárias e ocasionais também danificam as turais é de fundamental importância. aumentar a produtividade, diminuir o custo de pro-
plantas, muitas vezes exigindo a aplicação de medidas O MIP recomenda a prevenção das pragas pela dução e reduzir os impactos ambientais causados
de controle para que não causem dano econômico. adoção conjunta de táticas, incluindo rotação de culturas, por essa atividade agrícola. As informações são apre-
Os preceitos do manejo integrado de pragas semeadura em época recomendada, escolha de híbridos e sentadas separadamente, incluindo ilustrações e táti-
(MIP) devem ser seguidos nas intervenções de mane- variedades resistentes ao ataque das pragas e a realização cas de controle para cada espécie, embora o manejo
jo de pragas do milho, uma vez que essa estratégia do tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos. das pragas deva ser planejado conjuntamente.
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Lagarta-do-cartucho ou lagarta-militar – Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos tas usadas na cobertura vegetal de lavouras condu- Amostragem
zidas pelo sistema de semeadura direta. Depois da
A lagarta-do-cartucho, ou lagarta-militar, apresen- dessecação, essa lagarta se alimenta de plântulas de Vistoriar semanalmente 20 plantas em cinco
ta colorações variadas, podendo ser parda, esverdeada milho, seccionando-as rente ao solo, o que reduz a locais de cada talhão da lavoura, até 60 dias depois
e até preta. Essa lagarta tem quatro máculas escuras no população de plantas das lavouras. Essa praga tam- da emergência das plantas. Até 30 dias depois da
dorso do penúltimo segmento abdominal, que formam os bém pode abrir uma galeria na base de plantas que emergência, essa praga deve ser controlada quan-
vértices de um quadrado, facilitando seu reconhecimento. estão nas fases iniciais de desenvolvimento, causan- do 20% das plantas estão infestadas. Dos 30 aos 60
No final da fase larval, que tem duração de 12 do a morte da planta. dias, controlar com 10% de plantas infestadas. A po-
a 30 dias, essa lagarta atinge até 50mm de compri- Quando as mariposas depositam os ovos sobre pulação de mariposas pode ser estimada instalando
mento, quando desce ao solo para empupar. A fase as plantas, as lagartas recém-eclodidas raspam as folhas armadilhas luminosas ou de feromônio sexual sinté-
pupal acontece em aproximadamente 14 dias. As sem perfurar a epiderme da face inferior, provocando tico. A pulverização de inseticidas é recomendada
mariposas medem de 30 a 40mm de envergadura, o aparecimento do sintoma de “raspagem”. Depois, es- quando forem capturadas, em média, três mariposas
possuem as asas posteriores esbranquiçadas e as an- sas lagartas se alojam no “cartucho” da planta, onde se por armadilha de feromônio por semana.
teriores de coloração marrom-acinzentada, uniforme alimentam de folhas, mas também podem seccionar o Medidas de controle
nas fêmeas e com máculas nos machos. Cada fêmea pendão. Em decorrência de seu hábito canibal, normal-
põe até 2 mil ovos, sendo depositados, em média, de mente sobrevive apenas uma lagarta por planta. Dessecar antecipadamente a cobertura vege-
150 a 200 unidades em cada postura. A lagarta de S. frugiperda também pode atacar tal, aplicar inseticida em pré-semeadura do milho em
O ciclo biológico de S. frugiperda normalmente a base da espiga ou penetrar na espiga para se alimen- áreas infestadas, utilizar genótipos resistentes (milho
se completa em períodos de 25 dias, permitindo o de- tar de grãos antes que atinjam a maturação fisiológica. Bt) e tratar as sementes com inseticidas sistêmicos
senvolvimento de várias gerações anuais. Essa lagarta Esse comportamento acontece quando o inseto ainda são medidas recomendadas para reduzir os danos
tem hábito alimentar polífago, consumindo gramíne- não completou o desenvolvimento larval antes de a dessa espécie-praga nos cultivos.
as (Poaceae), leguminosas (Fabaceae), solanáceas, cru- planta emitir o pendão. Quando a lagarta penetra na Na necessidade de aplicar inseticidas na pós-
cíferas e plantas de outras famílias botânicas. espiga, dilacera a palha ao sair para empupar, o que -emergência das plantas, dar preferência para aqueles
Danos permite diferenciar seu dano daquele da lagarta-da-es- seletivos aos inimigos naturais, que para essa praga
piga. A produtividade de lavouras com elevada popu- são especialmente a “tesourinha” e algumas espécies
A lagarta-do-cartucho pode infestar as plan- lação dessa praga pode ser reduzida em mais de 50%. de moscas e vespas que parasitam ovos e lagartas.
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Planta danificada Danos no cartucho da planta Ovos Lagarta entrando na espiga
Raspagem Lagarta-do-cartucho
Danos na espiga
Fêmea
Macho
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Lagarta-da-espiga – Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos espiga pode, inicialmente, ser infestada por várias lagartas nejo dessa praga. No entanto, há diferenças na eficácia
dessa espécie, principalmente se o nível populacional de de controle dessa lagarta entre os eventos de milho Bt
A mariposa da lagarta-da-espiga mede de 40 a mariposas no cultivo for elevado. No entanto, devido a seu disponíveis no mercado.
50mm de envergadura, tem as asas anteriores pardo- hábito canibal, no final da fase larval geralmente sobrevive O desenvolvimento da lagarta no interior da es-
-amareladas, com faixas de tonalidades claras e escuras. apenas uma lagarta em cada espiga. piga dificulta o controle químico. Por isso, existe a reco-
As asas posteriores são amareladas e têm as nervuras e A espiga infestada por essa praga apresenta fa- mendação de aplicar isca tóxica para atrair e matar as ma-
uma faixa na borda posterior de coloração marrom-escu- lhas na granação e tem menor número de grãos devido riposas antes que realizem as posturas. Essa isca deve ser
ra. Essa mariposa põe os ovos isolados, depositando-os à alimentação da lagarta, reduzindo a produtividade das elaborada misturando inseticida e 1kg de melaço de cana
principalmente nos estigmas. lavouras. Além disso, a espiga infestada normalmente é in- para cada 10L de água. A dose de 0,5L dessa calda deve
Os ovos dessa mariposa são esverdeados, tornan- fectada por patógenos causadores de podridões de grãos, ser aspergida (gotas grandes) semanalmente em 15m
do-se cinza-amarelados durante a incubação. As lagartas reduzindo a qualidade desse cereal. O orifício que a lagar- de plantas, a cada 50m de fila e a cada 50 filas, iniciando
podem ser verdes, marrons e até pretas, dotadas de lis- ta abre na palha da espiga para sair no final da fase larval antes do espigamento e se estendendo até o milho ter
tras de outras cores dispostas nas laterais do corpo. No predispõe à infestação de pragas oportunistas, incluindo passado da fase de grão leitoso. Atrativos alimentares
final da fase larval, essa lagarta mede aproximadamen- a mosca-da-espiga, a traça e os gorgulhos. Os danos de H. comerciais já se encontram disponíveis no mercado bra-
te 35mm de comprimento, quando desce ao solo para zea nas lavouras de milho normalmente são maiores nos sileiro para utilização em sistemas de atrai-mata.
empupar, emergindo a mariposa em torno de 15 dias cultivos da “safrinha”. A pulverização de inseticidas para controlar essa
depois. O ciclo biológico dessa espécie completa-se em praga deve ser apenas destinada ao controle de lagartas
Amostragem
cerca de 40 dias. pequenas, antes que penetrem na espiga. Nesse caso,
A lagarta-da-espiga tem hábito alimentar polí- A amostragem da mariposa da H. zea pode ser re- deve ser dada preferência a inseticidas seletivos aos ini-
fago, infestando gramíneas, solanáceas, leguminosas e alizada pela instalação de armadilhas luminosas, embora migos naturais, que, aqui são principalmente a tesouri-
plantas de outras famílias botânicas. ainda não tenha sido determinado o nível de controle nha e vespas parasitoides. A liberação dessas vespas nas
Danos para essa praga na cultura do milho. lavouras, sobretudo aquelas pertencentes ao gênero
Medidas de controle Trichogramma (Hymenoptera: Trichogrammatidae), tem
A lagarta-da-espiga normalmente incide na pon- sido uma ferramenta utilizada no manejo dessa praga,
ta da espiga do milho, onde se alimenta de estigmas e A semeadura de genótipos transgênicos resisten- principalmente em lavouras destinadas à produção de
de grãos, antes que atinjam a maturação fisiológica. Uma tes é uma das principais medidas indicadas para o ma- sementes.
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Espiga infestada Dano na espiga Orifício da saída da lagarta
Mariposa
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Lagarta-do-velho-mundo – Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos centro. As asas posteriores são esbranquiçadas e têm a de mariposas pode ser monitorada pela instalação
borda da extremidade apical de cor marrom. de armadilhas luminosas, ou, então, com armadilhas
A mariposa da lagarta-do-velho-mundo põe até A lagarta-do-velho-mundo possui hábito ali- contendo feromônio sexual. O nível de controle ou
1.500 ovos, depositando-os isoladamente nas folhas e mentar polífago, incidindo em cultivos de feijão, soja, de ação para essa praga na cultura do milho ainda
nos estigmas do milho. Os ovos são amarelados, tornan- milho, trigo e outras espécies vegetais. não foi estabelecido.
do-se marrons no decorrer do período de incubação.
As lagartas são verdes, marrons e até pretas Danos Medidas de controle
e apresentam listras de outras cores no dorso e nas A lagarta H. armigera, quando infesta as plantas A aplicação de inseticida na área em pré-
laterais do corpo. Essa lagarta tem calazas cônicas de milho, se alimenta de folhas, de estigmas e de grãos -semeadura do milho, a semeadura de genótipos
e desprovidas de cerdas, existindo quatro maiores, antes que alcancem a maturação fisiológica, causando resistentes (milho Bt) e o tratamento de sementes
dispostas em semicírculo, no dorso do primeiro, do danos semelhantes aos da lagarta-da-espiga.
com inseticidas sistêmicos são medidas que ajudam
segundo e do oitavo segmento abdominal. Também Uma mesma espiga de milho pode, inicialmen-
a reduzir os danos dessa espécie-praga.
possui a epiderme coriácea, diferindo das outras la- te, ser infestada por diversas lagartas, mas no final da
Nas aplicações de inseticidas em pós-emer-
gartas que incidem nos cultivos de milho. Quando fase larval sobrevive apenas uma devido a seu hábito
molestada, essa lagarta ergue o tórax e baixa a cabe- canibal. As espigas atacadas têm falhas na granação gência das plantas, recomenda-se dar preferência
ça até alcançar as falsas pernas do abdome, perma- e, normalmente, são infectadas por patógenos que a agrotóxicos seletivos aos inimigos naturais, espe-
necendo imóvel por algum tempo, o que facilita seu causam podridões, o que reduz a qualidade dos grãos. cialmente a tesourinha e algumas espécies de ves-
reconhecimento. No final da fase larval, mede cerca O orifício que a lagarta abre para sair da espiga pre- pas e de moscas parasitoides que se destacam no
de 40mm de comprimento, quando desce ao solo dispõe à infestação de pragas oportunistas, caso da controle natural dessa praga. A liberação no campo
para empupar, fase que tem duração de 10 a 14 dias. mosca-da-espiga, da traça e de gorgulhos. de vespas pertencentes ao gênero Trichogramma é
As mariposas fêmeas têm as asas anteriores de uma das alternativas recomendadas para o manejo
coloração pardo-alaranjada, enquanto as dos machos Amostragem da H. armigera na cultura do milho, especialmente
são cinza-esverdeadas e, em ambos os sexos, elas têm A amostragem de lagartas no campo pode em lavouras com plantas em adiantado estádio de
uma mácula escura, com formato de rim, situada no ser realizada visualizando as plantas. A população desenvolvimento.
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Lagarta Pupa Comportamento
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Broca da cana-de-açúcar – Diatraea saccharalis Fabricius (Lepidoptera: Crambidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos toma geralmente emitem perfilhos anormais ou secam, pela distância de 3m. Quando a infestação dessa praga
reduzindo a população de plantas e a produtividade das acontece em elevados níveis populacionais, sua distri-
A mariposa da broca da cana-de-açúcar mede lavouras. buição é mais agregada e, portanto, mais difícil de ser
cerca de 20mm de envergadura, tem as asas anteriores Em plantas maiores, abrem uma galeria ascen- estimada.
de cor amarelo-palha com máculas pardas, e as asas dente no colmo que se estende por dois ou três entre-
posteriores esbranquiçadas. Cada fêmea põe cerca de nós. Por isso, a constatação dos danos dessa praga no Medidas de controle
300 ovos, geralmente distribuídos em grupos de 6 a 18 campo é dificultada, mas torna-se mais evidente quando Embora ocorram diferenças na eficácia de con-
unidades, dos quais eclodem lagartas branco-cremosas, a lagarta abre o orifício usado para que a mariposa saia trole dos eventos de milho disponíveis no mercado
dotadas de máculas arredondadas e de cor marrom- ao atingir a fase adulta. A galeria aberta pela lagarta re- brasileiro, a utilização de genótipos que expressam
-escura dispostas no dorso e nas laterais do corpo. No duz a circulação da seiva, o que diminui os componentes proteínas inseticidas (milhos Bt) constitui uma medida
final da fase larval, essa lagarta atinge até 25mm de de rendimento da cultura (tamanho da espiga, número importante para o manejo dessa espécie-praga. A utili-
comprimento. A fase pupal tem duração aproximada de de grãos por espiga e peso dos grãos). As plantas ata- zação de sementes tratadas com inseticidas sistêmicos
14 dias, acontecendo no interior do colmo das plantas cadas podem cair mais facilmente pela ação do vento, também é uma alternativa para reduzir os danos dessa
de milho. O ciclo biológico completa-se em cerca de 50 dificultando a colheita mecânica, além de facilitar que as lagarta nas fases iniciais de desenvolvimento das plan-
dias, alcançando até quatro gerações anuais nas condi- espigas que entram em contato com o solo apodreçam. tas.
ções do Sul do Brasil. Essa lagarta também pode penetrar na base das O controle químico da broca da cana-de-açúcar
Essa lagarta tem hábito alimentar polífago, cau- espigas, abrindo uma galeria no sabugo e, consequen- é pouco eficaz depois da penetração da lagarta no col-
sando danos em plantas de milho, cana-de-açúcar, arroz, temente, prejudicando o desenvolvimento dessa parte mo. Por isso, as pulverizações com inseticidas devem ser
sorgo, trigo e em outras espécies vegetais. da planta. realizadas com o objetivo de controlar ovos e lagartas
pequenas antes da sua penetração.
Danos Amostragem O controle biológico natural da broca da cana-
Inicialmente, as lagartas se alimentam das folhas A amostragem é feita pela verificação da presen- -de-açúcar é realizado principalmente pela tesourinha e
do milho, mas depois descem para o colmo. Podem da- ça de posturas ou de lagartas pequenas sobre as folhas por parasitoides (vespas) de ovos e de lagartas. Parasitoi-
nificar a base das plantas ainda nas fases iniciais de de- de plantas distribuídas aleatoriamente pelos talhões da des de ovos do gênero Trichogramma vêm sendo utiliza-
senvolvimento, provocando o aparecimento do sintoma lavoura. Nos colmos, a infestação dessa praga pode ser dos com eficiência em programas de controle biológico
conhecido por “coração morto”. As plantas com esse sin- estimada amostrando cinco plantas espaçadas entre si dessa espécie-praga aplicado na cultura do milho.
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Mariposa Galeria no sabugo Dano no colmo Lagarta no colmo Orifício para a saída da mariposa
Ovos Lagarta
Foto: Heraldo Negri Oliveira Foto: Juliano Farias Foto: Juliano Farias Foto: Juliano Farias Foto: Juliano Farias
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Broca-do-colo (lagarta-elasmo) – Elasmopalpus lignosellus Zeller (Lepidoptera: Pyralidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos Danos
Amostragem
A lagarta broca-do-colo inicialmente tem co- O dano da broca-do-colo é caracterizado pela
loração amarelo-palha, com faixas vermelhas no dor- abertura de uma galeria na base do colmo das plan- A população da broca-do-colo pode ser esti-
so, mas torna-se esverdeada, com anéis e faixas aver- tas, logo abaixo da superfície do solo, onde constrói mada pelo número de plantas atacadas, inspecionan-
melhadas na fase final de desenvolvimento, que tem um abrigo externo, elaborado com terra, excremen- do, semanalmente, áreas com histórico de seu ataque,
duração de 14 a 24 dias, quando atinge até 16mm de tos e fios de seda. As plantas atacadas apresentam principalmente durante períodos de estiagem prolon-
comprimento. Das pupas, que são marrons e medem menor crescimento e, em situações em que a larva gada. As amostragens devem ser realizadas em pelo
em torno de 15mm de comprimento, emergem ma- danifica o meristema apical da planta, pode acon- menos cinco pontos/ha, vistoriando 20 plantas em
riposas com 17 a 22mm de envergadura. As fêmeas tecer a emissão anormal de perfilhos. Além desse cada local. A presença média de lagartas em mais de
têm as asas anteriores de cor cinza, enquanto as dos sintoma, as plantas atacadas manifestam sintomas 5% das plantas indica a necessidade de aplicar medi-
machos são branco-acinzentadas, com máculas mais de estresse hídrico e secam as folhas do cartucho, ex- das de controle para reduzir a população desse inseto.
claras na parte central. pressando o sintoma conhecido por “coração morto”. Medidas de controle
As fêmeas depositam os ovos no solo, nas pro- As plantas de milho são mais vulneráveis ao
ximidades das plantas, os quais incubam em períodos ataque dessa praga até 30 dias após a emergência. O tratamento de sementes com inseticidas
de 3 a 7 dias. A lagarta dessa espécie é ágil e, quando Esse inseto pode reduzir a produtividade das lavou- sistêmicos é um dos principais métodos recomenda-
tocada, faz movimentos bruscos, comportamento que ras em até 70%, embora danos expressivos geral- dos para prevenir danos dessa praga na fase inicial
auxilia no seu reconhecimento. O ciclo biológico des- mente aconteçam em reboleiras de plantas e apenas de desenvolvimento das plantas. Em lavouras insta-
se inseto completa-se em períodos que variam de 22 a em períodos quentes e com pouca chuva. ladas, esse inseto pode ser controlado pela pulveriza-
42 dias, permitindo três a cinco gerações estivais. A broca-do-colo prefere infestar lavouras de ção de inseticidas na base das plantas ou adicionan-
A mariposa de E. lignosellus é mais ativa à noite, milho cultivadas em solos arenosos, principalmente do o agrotóxico junto com a água de irrigação. Nas
principalmente em períodos em que ocorrem tempe- quando estão desprovidos de cobertura vegetal mor- lavouras irrigadas, o manejo dessa praga também é
ratura elevada e baixa umidade relativa do ar. A broca- ta. Por isso, os danos desse inseto normalmente são favorecido pelo aumento do volume de água e da
-do-colo tem hábito alimentar polífago, alimentando- mais frequentes em lavouras conduzidas pelo sistema periodicidade de irrigação, fatores que aumentam a
-se em plantas de milho, feijão, soja e outros vegetais. convencional. mortalidade natural dessa espécie-praga.
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Lagarta Ovo Pupa Mariposa
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Lagarta-rosca – Agrotis ipsilon (Hufnagel) (Lepidoptera: Noctuidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos Danos Medidas de controle
Os níveis de controle ou de ação para essa
A lagarta-rosca possui o corpo robusto com A lagarta-rosca possui hábito alimentar polífa- praga ainda não foram estabelecidos na cultura do
formato cilíndrico, tem coloração pardo-acinzentada go, podendo causar danos em plantas de grande par- milho, sendo seu controle mais eficaz se for aplicado
e atinge em torno de 40mm de comprimento no fi- te das culturas anuais. No milho, essa praga secciona preventivamente. Por isso, tratar as sementes com
nal do desenvolvimento larval. A fase pupal acontece as plântulas rente ao solo, ou danifica a base do colmo inseticidas sistêmicos, aplicar agrotóxicos granulados
no solo, tendo duração de 11 a 15 dias. As mariposas de plantas maiores. Uma mesma lagarta pode seccio- por ocasião da semeadura do milho, pulverizar caldas
medem de 35 a 40mm de envergadura e possuem as nar várias plântulas, reduzindo a população de plan- inseticidas na base das plantas e usar isca tóxica são
asas anteriores pardas, com algumas máculas claras tas das lavouras. As plantas maiores, quando atacadas, técnicas recomendadas no manejo dessa praga. A isca
e escuras, enquanto as asas posteriores são de co- geralmente manifestam o sintoma de “coração morto” tóxica pode ser elaborada pela mistura de 25kg de fa-
loração esbranquiçada, semitransparentes e com as e podem perfilhar, gerando touceiras improdutivas. relo de trigo, 1kg de açúcar mascavo e 1kg ou 1L de
bordas e as nervuras acinzentadas. inseticida (triclorfom ou malationa), adicionando água
A mariposa deposita alguns ovos, agrupados, Amostragem
até formar uma pasta consistente. Porções com 2 a 3g
na parte aérea das plantas. Após a eclosão, quando A incidência dessa espécie-praga pode ser verifi- dessa isca tóxica devem ser distribuídas entre as filas
as lagartas estão no primeiro instar, dirigem-se ao cada pelo aparecimento de plântulas ou plantas jovens de plantas de milho, separadas entre si por cerca de
solo, permanecendo enterradas durante o dia e sain- seccionadas na base, sempre com a presença da lagarta 1m, principalmente durante as fases iniciais de desen-
do ao anoitecer para se alimentar. Essa lagarta, quan- enterrada no solo em local próximo ao ataque ou no in- volvimento das plantas. Iscas alimentares comerciais
do tocada, enrola-se, assumindo aspecto semelhante terior de uma galeria existente na base da planta. também podem ser utilizadas em sistemas de atrai-
ao de uma rosca, posição em que permanece por al- A identificação da lagarta-rosca nas lavouras -mata para manejo de noctuídeos.
gum tempo, sendo esse comportamento o responsá- de milho, considerando apenas os sintomas dos Os principais inimigos naturais da lagarta-rosca
vel pela sua denominação popular. O ciclo biológico danos, pode ser prejudicada porque existem outras são moscas e vespas parasitoides, embora o controle
dessa espécie-praga normalmente se completa em espécies de lagartas que causam danos semelhantes, biológico dessa praga normalmente seja pouco eficaz,
período de 40 a 50 dias. incluindo a lagarta-do-cartucho. alcançando níveis situados entre 10% e 20%.
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Lagarta Danos Lagarta e seus danos
Mariposa
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Lagarta-do-trigo – Pseudaletia sequax (Franclemont) (Lepidoptera: Noctuidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos nas gramíneas que são utilizadas na cobertura de Medidas de controle
solo das áreas cultivadas pelo sistema de semeadura
A mariposa da lagarta-do-trigo mede cerca de direta. Assim, depois da dessecação da cobertura ve- Uma prática recomendada para prevenir os
35mm de envergadura, tem as asas anteriores de co- getal, essa lagarta se dirige para as plantas de milho, danos da lagarta-do-trigo em cultivos de milho con-
loração cinza-amarelada, com uma faixa mais escura consumindo as laterais das folhas em direção à ner- siste em dessecar a cobertura vegetal das lavouras
na área apical, e possui as asas posteriores acinzenta- vura central, o que diminui a capacidade de fotossín- pelo menos três semanas antes de semear o milho,
das. A lagarta é verde-escura e tem três faixas de cor tese da planta. Em duas noites, uma lagarta-do-trigo, de modo a dificultar a sobrevivência dessa espécie-
branco-amarelada dispostas nas laterais do corpo. A na fase final do desenvolvimento larval, consome -praga. Alternativa que pode ser adotada no manejo
fase pupal acontece no solo ou sob restos culturais, uma planta de milho com até duas folhas. desse inseto consiste na aplicação de inseticidas em
sendo as pupas de cor marrom. O dano da lagarta-do-trigo acontece com fre- pré-semeadura do milho para reduzir sua população
A mariposa realiza as posturas sobre as folhas, quência também em lavouras cultivadas com milho nas áreas de cultivo.
algumas vezes agrupando mais de 200 ovos, que são transgênico (milho Bt), pois lagartas com mais de Alguns inseticidas registrados para tratar
dispostos em filas, permanecendo aderidos por uma 0,8cm de comprimento normalmente são tolerantes sementes de milho previnem danos dessa praga na
substância pegajosa. O ciclo biológico dessa praga às toxinas expressas. No entanto, há diferenças entre fase inicial de desenvolvimento das plantas. O con-
completa-se em períodos de 30 a 60 dias. os eventos disponíveis no mercado. trole químico da lagarta-do-trigo em pós-emergên-
P. sequax é uma praga polífaga, que se alimen- Amostragem cia do milho pode ser realizado pela pulverização de
ta principalmente de folhas de cereais, incluindo o inseticidas piretroides registrados.
trigo, o arroz, a aveia, o milho e o sorgo. Por ser considerada uma praga secundária da
Danos cultura do milho, os níveis de controle ou de ação e
os métodos de amostragem para esse inseto ainda
A lagarta-do-trigo causa danos, sobretudo, não foram estabelecidos. A presença dessa espécie-
em lavouras de milho cultivadas no início da prima- -praga (ovos, lagarta ou mariposas) deve ser obser-
vera, porque sua população geralmente aumenta vada sobre as folhas do milho.
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Lagarta e seus danos Mariposa Lagarta e seus danos
Lagarta
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Pulgão-do-milho – Rhopalosiphum maidis (Fitch.) (Hemiptera: Aphididae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos Danos gência das plantas, que consiste no período crítico
de ataque desse inseto. Na amostragem devem ser
O pulgão-do-milho mede de 0,9 a 2,6mm de O pulgão-do-milho normalmente é uma pra- examinados cinco grupos de 20 plantas para cada
comprimento, possui antenas e pernas de coloração ga secundária da cultura do milho das lavouras desti- 10ha de lavoura, atribuindo nota zero às plantas
preta e o corpo com cores variando da verde-amare- nadas à produção de grãos, mas atinge maior impor- sem pulgões, nota 1 quando existirem até 100 pul-
lada à azul-esverdeada. Essa espécie se reproduz por tância nos campos de produção de sementes. Além
partenogênese, originando sempre ninfas fêmeas. gões por planta, e nota 2 para aquelas plantas com
de sugar a seiva (dano direto), o que enfraquece a mais de 100 pulgões.
As ninfas atingem a maturidade sexual com 4 a 8 planta, esse pulgão excreta um líquido açucarado
dias, gerando outras ninfas por 10 a 12 dias. Cada fêmea rico em aminoácidos, sobre o qual se desenvolve um Medidas de controle
produz até seis ninfas por dia, razão pela qual a população fungo, que provoca o aparecimento de uma cober-
desse inseto pode aumentar rapidamente em poucos dias. tura negra popularmente conhecida por fumagina. A aplicação de inseticidas para controlar essa
As colônias desse pulgão são formadas por Essa cobertura foliar fúngica causa diminuição da praga se justifica até a fase de pré-florescimento,
aglomerações de ninfas e insetos adultos, que po- fotossíntese e reduz a liberação de pólen, o que pro- quando pelo menos 50% das plantas recebem nota
dem ser ápteros ou alados. Os espécimes alados são voca falhas na polinização. 2. Maior atenção para a infestação desse inseto deve
responsáveis pela dispersão da praga, surgindo na Quando a fumagina se desenvolve sobre os ser nos períodos de estiagem, quando sua popula-
colônia quando ocorre elevado nível populacional, estilos, também reduz a fecundação, provocando fa- ção pode aumentar rapidamente. O tratamento de
condições ambientais desfavoráveis para a espécie lhas na granação e o surgimento de espigas estéreis sementes com inseticidas sistêmicos é uma medida
ou diminuição de alimento. Os espécimes ápteros ou incompletas. A incidência de fumagina também importante para proteger as plantas na fase inicial de
aumentam a população nos locais de infestação. pode induzir o aparecimento de espiguetas na inser- desenvolvimento, sobretudo porque no Brasil ainda
Temperatura situada entre 18 e 24ºC e períodos se- ção das folhas ou na base das espigas maiores. Esse não há inseticidas registrados para o controle dessa
cos favorecem o desenvolvimento desse inseto. pulgão também transmite a virose conhecida por praga por aplicação foliar. A preservação do controle
Esse afídeo tem hábito alimentar polífago, inci- mosaico-comum do milho.
dindo em milho, sorgo, trigo, milheto, cana-de-açúcar biológico natural, que é realizado principalmente por
e também em plantas de outras famílias botânicas, in- Amostragem larvas e adultos de espécies de joaninhas, por larvas
cluindo a batata e o fumo. No milho, incide principal- de crisopídeos, de moscas da família Syrphidae e por
mente no cartucho, bainhas, folhas, pendão e espigas. O monitoramento populacional do pulgão- vespas parasitoides é uma medida importante para
-do-milho é recomendado até 70 dias após a emer- reduzir o impacto econômico causado por esse inseto.
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Infestação na bainha Incidência no pendão Ataque na espiga
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Cigarrinha-do-milho – Dalbulus maidis (DeLong & Wolc.) (Hemiptera: Cicadellidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos -pálido (espiroplasma), do enfezamento-vermelho para a cigarrinha-do-milho embora a presença de
(fitoplasma) e da virose-da-risca. Essas doenças elevada população desse inseto em áreas com his-
A cigarrinha-do-milho mede de 3,7 a 4,3mm acontecem com maior frequência em cultivos da tórico de ocorrência das doenças indique a necessi-
de comprimento, tem o corpo de coloração amarelo- safrinha. O enfezamento-vermelho ocorre mais em dade de aplicar medidas para reduzir sua população.
-pálida e possui as asas semitransparentes. Esse inse- cultivos conduzidos em áreas com mais de 800m de Medidas de controle
to, na fase adulta, tem duas máculas arredondadas e altitude, e o enfezamento-pálido é mais frequente
de cor preta dispostas na parte frontal da cabeça, o em altitudes menores. Essa cigarrinha adquire os pa- Apenas o controle do inseto-vetor não tem
que facilita seu reconhecimento. tógenos quando se alimenta em plantas infectadas, sido suficiente para a redução de danos ocasionados
A longevidade das cigarrinhas adultas alcança transmitindo-os às plantas sadias. pelas doenças transmitidas por essa praga. Por isso, é
cerca de 2 meses, período em que cada fêmea põe Os enfezamentos reduzem a absorção de necessário adotar outras táticas preventivas de mane-
até 600 ovos, os quais possuem formato alongado, nutrientes pelas plantas, causando redução na pro- jo, incluindo: realizar rotação de culturas nas áreas de
sendo inseridos, em grupos, no tecido vegetal das dutividade. Esse efeito é influenciado pela susceti- cultivo de milho para dificultar a sobrevivência desse
plantas. As ninfas são amareladas e completam a fase bilidade do cultivar, época de infecção das plantas inseto; eliminar plantas espontâneas de milho antes
ninfal em períodos de 25 a 30 dias. e temperatura do ambiente. Os danos que essas do- de implantar novos cultivos; evitar semeaduras tar-
A cigarrinha-do-milho incide em plantas de enças provocam são maiores quando a infecção dos dias e cultivos sucessivos com milho na mesma área
milho, sorgo, capim-guatemala e no capim-dente- patógenos acontece em plantas que se encontram ou em áreas próximas; não escalonar a semeadura de
-de-burro (teosinto). Em milho, esse inseto infesta nas fases iniciais de desenvolvimento. Mais detalhes milho para evitar a migração do inseto entre cultivos;
preferencialmente o cartucho das plantas. Os maio- sobre essas doenças encontram-se descritos, nesta diversificar as variedades ou os híbridos cultivados
res níveis populacionais dessa praga geralmente publicação, na parte relacionada às doenças. porque existem diferenças de resistência aos pató-
acontecem nas lavouras cultivadas na safrinha. Amostragem genos transmitidos pela cigarrinha-do-milho; evitar
Danos o cultivo das outras plantas hospedeiras desse inseto
A presença dessa espécie-praga pode ser ve- nas proximidades das lavouras de milho; e utilizar se-
A cigarrinha-do-milho transmite para as plan- rificada especialmente no cartucho das plantas de mentes tratadas com inseticidas sistêmicos para pro-
tas de milho os agentes causais do enfezamento- milho. Ainda não foi estabelecido o nível de controle teger as plantas nas fases iniciais de desenvolvimento.
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Cigarrinha-do-milho no cartucho da planta Cigarrinha-do-milho (adulto) Planta de milho com enfezamento-pálido Planta de milho com enfezamento-vermelho
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Percevejo-barriga-verde –Dichelops furcatus (Fabricius) (Hemiptera: Pentatomidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos danos em cultivos de gramíneas, leguminosas e em Amostragem
plantas de outras famílias botânicas.
Ao atingir a fase adulta, o percevejo-barriga- A avaliação da infestação desse percevejo nas
-verde, D. furcatus, mede aproximadamente 12mm Danos áreas cultivadas com milho deve ser realizada visto-
de comprimento, tem o dorso pardo e a face ventral riando-se a base das plantas nas primeiras horas da
verde-clara, o que originou sua denominação popu- Os percevejos causam danos no milho quan-
do se alimentam de seiva no ponto de crescimento manhã, até que as plantas tenham cinco folhas total-
lar. Esse inseto possui duas expansões pontiagudas
na face frontal da cabeça (jugas), situadas entre os (meristema apical) das plantas, porque, simultane- mente expandidas. Existe a recomendação de visto-
olhos, e um “espinho” da mesma cor do dorso, dis- amente, injetam substâncias que têm ação tóxica. riar dez locais espalhados em cada talhão de lavoura.
posto em cada lado do tórax. Os ovos desse inseto As plantas atacadas emitem perfilhos anormais e O nível de controle para essa praga em milho é de 0,5
são verde-claros, medem em torno de 0,8mm de desenvolvem folhas retorcidas e deformadas, que percevejo por metro de linha com plantas.
diâmetro e são depositados em grupos de 10 a 15 podem ter perfurações dispostas perpendicular- Medidas de controle
unidades, dispostos em duas filas paralelas. mente às nervuras. Plantas com esses sintomas
A incubação acontece em aproximadamente crescem mais lentamente e são sombreadas pelas O controle do percevejo-barriga-verde nas
6 dias. As ninfas têm a região ventral esverdeada e o outras plantas, tornando-se improdutivas ou com lavouras de soja, evitando sua migração aos cultivos
dorso de coloração parda, com máculas violáceas na de milho, e a aplicação de inseticidas em pré-se-
espigas pequenas, o que reduz a produtividade das
cabeça e no tórax, e avermelhadas no abdome, princi-
lavouras. Quando aparecem os sintomas do ataque meadura do milho são medidas capazes de reduzir
palmente até o quarto estádio ninfal, porque a partir
do quinto instar, o dorso tem cor esverdeada. No dor- dessa praga nas plantas, os danos já aconteceram, a pressão dessa praga na fase inicial de desenvolvi-
so do abdome as ninfas têm três glândulas odoríferas, não podendo ser revertidos. Um único percevejo mento.
que são alongadas e de coloração marrom-escura. danifica até seis plantas próximas. Nas plantas com O tratamento de sementes com inseticidas
Esse percevejo é mais frequente em regiões mais de cinco folhas expandidas ou com o colmo sistêmicos e a pulverização de inseticidas em pós-
de temperatura amena situadas no sul do Brasil. medindo mais de 0,8cm de diâmetro, o ataque des- -emergência das plantas são medidas eficazes para
Essa praga tem hábito alimentar polífago, causando se inseto não causa dano econômico. manejar essa espécie-praga.
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Adultos Planta com sintomas de planta improdutiva
ataque de percevejo (sem espigas)
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Percevejo-barriga-verde –Dichelops melacanthus (Dallas) (Hemiptera: Pentatomidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos leguminosas, sendo mais frequente em áreas quentes Amostragem
de regiões subtropicais e tropicais do Sul do Brasil.
Na fase adulta, o percevejo-barriga-verde D. Danos A avaliação dos níveis populacionais desse
melacanthus mede em torno de 9mm de compri- percevejo nas áreas cultivadas com milho é realiza-
mento. Apresenta o dorso pardo e o ventre verde- Esse percevejo causa danos às plantas de mi- da vistoriando a base das plantas, preferencialmente
-claro, característica morfológica que originou seu lho, sobretudo, quando se alimenta de seiva no pon- nas primeiras horas da manhã, até que as plantas te-
nome popular. Esse inseto possui duas expansões to de crescimento (meristema apical) das plantas, nham cinco folhas totalmente expandidas. As amos-
(jugas) na face frontal da cabeça, situadas entre os porque, simultaneamente, injeta substâncias que tragens devem ser realizadas em dez locais espa-
olhos, e tem um “espinho” com a extremidade de cor têm ação tóxica para as plantas. lhados pelos talhões da lavoura. O nível de controle
marrom-escura em cada lado do tórax. As posturas Plantas atacadas geralmente desenvolvem para essa praga em milho é a presença média de 0,58
desse percevejo totalizam de 10 a 15 ovos, que são perfilhos anormais e folhas retorcidas e deformadas, percevejo por metro de fila de plantas.
de cor verde-clara e medem cerca de 0,7mm de di- que podem ter perfurações dispostas perpendicu-
âmetro, sendo normalmente depositados em duas larmente às nervuras. Plantas com esses sintomas Medidas de controle
filas paralelas. apresentam crescimento mais lento e são sombreadas
O período de incubação dos ovos ocorre em Controlar o percevejo-barriga-verde nas la-
pelas plantas próximas, tornando-se improdutivas ou
aproximadamente 6 dias, eclodindo ninfas que têm vouras de soja para evitar a migração às lavouras de
com espigas pequenas, o que reduz a produtividade
o ventre esverdeado e o dorso pardo, com máculas das lavouras. Quando surgem os sintomas nas plantas, milho e aplicar inseticidas antes da semeadura do
violáceas, na cabeça e no tórax, e avermelhadas, no os danos já aconteceram, não podendo ser revertidos. milho, principalmente em lavouras conduzidas pelo
abdome, embora na última fase ninfal o dorso assu- Um único percevejo pode danificar até seis sistema de semeadura direta, são medidas preventi-
ma coloração esverdeada. No dorso do abdome, as plantas próximas. Plantas com mais de cinco folhas vas para reduzir a pressão dessa praga na fase inicial
ninfas têm três glândulas odoríferas que possuem totalmente expandidas ou com o colmo medindo de desenvolvimento das plantas. O tratamento de
formato alongado e coloração marrom-escura. mais de 0,8cm de diâmetro não manifestam sinto- sementes com inseticidas sistêmicos e a pulverização
Esse inseto possui hábito alimentar polífago, mas de ataque desse inseto porque seu aparelho bu- de inseticidas em pós-emergência do milho são me-
incidindo principalmente em cultivos de gramíneas e cal não atinge o ponto de crescimento das plantas. didas eficazes para o manejo dessa espécie-praga.
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Adulto Planta com sintomas de ataque de percevejo Lavoura com plantas atacadas pelo percevejo
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Percevejo-marrom – Euchistus heros Fabricius (Hemiptera: Pentatomidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos taneamente, injeta substâncias tóxicas nas plantas. cialmente nas primeiras horas da manhã. Essa opera-
As plantas de milho atacadas por essa praga ção precisa ser realizada até que as plantas tenham
O percevejo-marrom tem hábito alimentar geralmente desenvolvem perfilhos anormais e folhas cinco folhas totalmente expandidas. A amostragem
polífago, destacando-se como importante praga em retorcidas e deformadas, que podem ter perfurações deve ser realizada em pelo menos dez locais de cada
cultivos de soja e milho, principalmente em regiões perpendiculares às nervuras. Plantas com esses sin- talhão da lavoura. O nível de controle para essa praga
de clima mais quente. Na fase adulta, mede em torno tomas têm crescimento mais lento e são sombreadas na cultura do milho ainda não foi estabelecido.
de 11mm de comprimento, tem cor marrom-escura, pelas plantas próximas, tornando-se improdutivas Medidas de controle
possui dois prolongamentos nas laterais do tórax ou com espigas pequenas, o que reduz a produtivi-
parecidos com espinhos e apresenta uma pequena dade das lavouras. O controle do percevejo-marrom nas lavouras
mácula branca com formato de meia lua, situada na Quando surgem os sintomas do ataque des- de soja, evitando sua migração às lavouras de milho,
extremidade posterior do escutelo. sa praga nas plantas, os danos já aconteceram e não e a aplicação de inseticidas em pré-semeadura do
Normalmente, cada postura desse inseto é podem ser revertidos. Um único percevejo pode da- milho, principalmente nas lavouras conduzidas pelo
composta por 5 a 8 ovos, que possuem coloração nificar até seis plantas próximas. Plantas com mais de sistema de semeadura direta, são medidas preventi-
amarelada, sendo depositados em fila dupla. As cinco folhas totalmente expandidas ou com o colmo vas capazes de reduzir a pressão dessa praga na fase
ninfas inicialmente são alaranjadas, mas depois mu- medindo mais de 0,8cm de diâmetro na base não inicial de desenvolvimento das plantas.
dam de aspecto, variando de cinza a marrom, com manifestam sintomas de ataque desse inseto porque O tratamento de sementes com inseticidas
máculas mais escuras distribuídas pelo dorso e no seu aparelho bucal não atinge o ponto de crescimen- sistêmicos e a pulverização de inseticidas em pós-
abdome. to das plantas. -emergência do milho são medidas recomendadas
Danos Amostragem para manejar essa espécie-praga.
Esse percevejo causa danos ao milho, sobretu- A avaliação dos níveis populacionais desse
do, quando se alimenta de seiva no ponto de cresci- percevejo nas áreas cultivadas com milho deve ser
mento (meristema apical) das plantas, porque, simul- realizada vistoriando-se a base das plantas, preferen-
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Adulto Planta com sintomas de ataque de percevejo Lavoura com plantas danificadas
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Percevejo-do-milho ou percevejo bombachudo – Leptoglossus zonatus (Dallas) (Hemiptera: Coreidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos Danos estabelecidos. A ocorrência dessa praga (ovos, nin-
O percevejo L. zonatus alimenta-se em diver- fas ou adultos) pode ser observada sobre as folhas
Na fase adulta, o percevejo-do-milho, tam- sas plantas cultivadas. No milho seu ataque chega a ou espigas do milho.
bém conhecido como percevejo-bombachudo e per- causar redução de 15% na produtividade das lavouras.
cevejo-gaúcho, mede em torno de 20mm de compri- As ninfas e os percevejos adultos alimen- Medidas de controle
mento, possui expansões nas laterais das tíbias das tam-se nas espigas, principalmente no período de
pernas posteriores e tem cor marrom-escura, com O manejo do percevejo-do-milho é dificulta-
enchimento de grãos, provocando a murcha e o
máculas amareladas nas asas, dispostas transversal- do pela inexistência de inseticidas registrados para
aparecimento de manchas que inviabilizam o en-
mente e em zigue-zague. Na parte anterior do dorso seu controle. Outra limitação no manejo dessa praga
vasamento de milho verde. Além disso, as espigas
do tórax, esse inseto tem duas máculas amareladas está no custo da tecnologia para aplicar os agrotó-
atacadas por esse inseto apresentam maior índice
de formato oval, uma de cada lado. xicos pelo fato de esse inseto infestar as plantas de
de infecção por patógenos causadores de grãos
As fêmeas colocam ovos de cor marrom, enfi- milho principalmente a partir da emissão dos estilos
ardidos, diminuindo a qualidade das rações e pre-
leirados sobre a planta, dos quais emergem ninfas ala- das espigas, o que exige aplicação aérea dos agro-
judicando a produção de sementes.
ranjadas que, inicialmente, permanecem agrupadas. tóxicos ou o uso de pulverizadores autopropelidos.
O ciclo biológico de L. zonatus tem duração de Amostragem Os principais inimigos naturais do percevejo-
40 a 60 dias, dependendo das condições climáticas. -do-milho são vespas parasitoides de ovos (Scelioni-
As ninfas eclodem aproximadamente 9 dias após a Pelo fato de esse inseto, até pouco tempo dae) e moscas (Tachinidae), que parasitam ninfas e
postura, atingindo a fase adulta em cerca de 30 dias. atrás, ser considerado uma praga sem importân- adultos.
De modo geral, as fêmeas têm o corpo um pouco cia na cultura do milho, os níveis de controle ou de
maior que o dos machos. ação e os métodos de amostragem ainda não foram
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Ninfas Injúria em grãos Adultos do percevejo do milho Ovos
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Larva-alfinete – Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos Danos cultivo. Na coleta das amostras deve-se usar uma
pá de corte, arrancando as plantas com o solo que
Os espécimes adultos de D. speciosa são po- As plantas atacadas pela larva-alfinete têm envolve as raízes. Esse solo deve ser fragmentado
pularmente conhecidos pelos nomes de “vaquinha”, menor número de raízes, o que diminui a absorção para visualizar as larvas, operação facilitada quando
“brasileirinho” e “patriota”, enquanto na fase larval de nutrientes e sua sustentação, provocando o apa- é realizada sobre uma superfície escura (lona preta).
são denominadas “larva-alfinete”. recimento do sintoma conhecido por “pescoço de A larva-alfinete também pode ser visualizada imer-
Os espécimes adultos medem cerca de 6mm ganso”, ou “milho sentado”, que reduz a produtivida- gindo as raízes das plantas de milho em uma vasilha
de comprimento e têm o corpo e os élitros verdes, de das lavouras e dificulta a colheita mecânica. com água, pois as larvas sobem à superfície.
cada um com três máculas ovais de cor amarela. Os O período crítico de ataque dessa praga nas
ovos de D. speciosa têm coloração amarelada e são plantas de milho estende-se da germinação até 45 Medidas de controle
postos próximos da planta hospedeira, originando dias depois. Nesse período, a presença média de 3,5
larvas esbranquiçadas, com a cabeça e o ápice do ab- larvas por planta é suficiente para comprometer o O tratamento de sementes com inseticidas
dome de coloração marrom, que atingem até 12mm desenvolvimento do sistema radicular, o que corres- sistêmicos, de modo geral, tem-se mostrado ineficaz
de comprimento. A fase de pupa ocorre no solo, no ponde à infestação média de 20 larvas/m2. Com o para o controle da larva-alfinete. A prevenção dos
interior de uma câmara construída pela larva. O ciclo crescimento das plantas de milho, é comum essa larva danos dessa larva pode ser realizada aplicando inse-
biológico desse inseto acontece em aproximada- atacar também as raízes adventícias, estimulando a ticidas granulados no solo por ocasião da semeadura
mente 53 dias, sendo de 13, 23 e 17 dias os períodos planta a emitir raízes em nós situados acima do solo. do milho ou pela pulverização de caldas tóxicas no
de ovo, larva e de pupa respectivamente. solo seguindo as linhas com plantas. No entanto, pul-
No sul do Brasil, a população de adultos dessa Amostragem verizar inseticidas após as larvas atacarem as raízes
espécie aumenta a partir de dezembro, tendo um A estimativa populacional de larvas-alfinete geralmente apresenta baixa eficácia de controle da
pico populacional de fevereiro a março, o qual reduz na lavoura pode ser obtida verificando-se o núme- praga devido à dificuldade de atingir as larvas.
em maio, tornando-se inexpressiva no inverno. Des- ro de larvas que incidem no solo ao redor das raízes Os agentes que atuam no controle biológico
sa forma, os danos mais expressivos da larva-alfinete das plantas nos 10cm superficiais. Em cada talhão de da larva e do adulto da D. speciosa geralmente são
acontecem em lavouras semeadas tardiamente ou lavoura devem ser realizadas amostragens em pelo insuficientes para evitar danos expressivos dessa
naquelas cultivadas na safrinha. menos dez locais, preferencialmente nas bordas do espécie-praga.
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Planta com sintomas de Adulto e seu dano em folha Larva-alfinete Danos em raízes
“pescoço de ganso”
Danos em raízes
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Outras pragas (pragas secundárias ou ocasionais)
Além das pragas-chave, incidem na cultura do Nas fases iniciais do desenvolvimento do Pseudococcidae), de cupins (Isoptera: Termitidae),
milho no sul do Brasil algumas espécies que eventu- milho podem ocorrer ataques ocasionais de corós de formigas-cortadeiras (Hymenoptera: Formicida-
almente ocasionam danos econômicos nas lavouras, (Coleoptera: Melolonthidae), da larva-angorá As- de), de grilos (Orthoptera: Gryllidae) e de lesmas e
sendo classificadas, dessa forma, como pragas se- tylus variegatus Germar (Coleoptera: Melyridae), da caracóis (Pulmonata). De modo geral, essas pragas
cundárias ou ocasionais. Embora seus níveis popula- larva-arame ou vaga-lume (Coleoptera: Elateridae), podem danificar as sementes do milho e as raízes
cionais sejam comumente baixos, o reconhecimento da broca-do-azevém Listronotus bonariensis Kus- das plantas (corte ou sucção), reduzindo o desen-
dessas espécies é de grande relevância devido às chel (Coleoptera: Curculionidae), de percevejos- volvimento das plantas e prejudicando o estabele-
recorrentes alterações de status das espécies-praga -castanhos Scaptocoris spp. (Hemiptera: Cydnidae), cimento da cultura.
da cultura. da cochonilha-da-raiz Planococcus sp. (Hemiptera:
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Coró e seus danos Larva-arame Larva-angorá
Vaga-lume
Adulto da larva-angorá
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Outras pragas (pragas secundárias ou ocasionais)
Outras pragas, por sua vez, podem cortar as trips, especialmente da espécie Frankliniella williamsi (Lepidoptera: Noctuidae). Essa praga se alimenta de
plântulas ou consumir a folha cotiledonar, reduzindo Hood (Thysanoptera: Thripidae), e de ácaros tetrani- folhas, consumindo-as sem se alimentar da nervura
o estande das lavouras ou então o vigor das plantas quídeos (Acari) nas folhas do milho. Os trips raspam central. Essa lagarta tem dois pares de falsas pernas
nos estádios iniciais de desenvolvimento. Na parte a epiderme das folhas para se alimentar do suco ex- abdominais, deslocando-se com movimentos co-
aérea da cultura (fase vegetativa), diversas espécies travasado, provocando o aparecimento de manchas nhecidos pelo nome de “mede-palmos”, o que facilita
de cigarrinhas-das-pastagens podem infestar as la- alongadas de cor esbranquiçada. Quando a popu- seu reconhecimento.
vouras de milho, incluindo Mahanarva frimbiolata lação dessa praga se torna elevada, resultando em Na espiga do milho pode acontecer o ataque
(Stal), Mahanarva tristis (Fabricius), Deois flavopicta grande número de lesões, acontece a desidratação da mosca-da-espiga, Euxesta sp. (Diptera: Otitidae).
(Stal) e Deois flexuosa (Walker) (todas Hemiptera: Cer- das folhas, que perdem o brilho e se tornam esbran- Essa mosca deposita os ovos nos estilos das espigas,
copidae). Essas pragas alimentam-se de seiva, mas quiçadas. Por sua vez, os ácaros causam descolora- dos quais eclodem larvas que penetram na espiga
também injetam substâncias que têm ação tóxica ção, especialmente na superfície inferior das folhas, para se alimentar de grãos em fase leitosa, causan-
para as plantas de milho, causando amarelecimento que conduz a seu amarelecimento e à redução da do fermentação e mau cheiro. Na industrialização do
e morte de plantas que estejam nas fases iniciais de área fotossinteticamente ativa da planta. milho-verde, as larvas aparecem na conserva, inviabi-
desenvolvimento. Outra espécie de Lepidoptera que ataca lizando a comercialização e o consumo.
Em períodos com temperatura elevada e esporadicamente o milho na fase vegetativa é o
poucas chuvas, frequentemente acontece ataque de curuquerê-dos-capinzais, Mocis latipes (Guennée)
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Cigarrinha-das-pastagens Mosca-da-espiga Cochonilha-da-raiz Ovos, ninfa e adulto do ácaro-rajado
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