Parafilia X Fetiche. Ato 2

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

O sexo como fruto social

➠ A sexualidade é compreendida como uma expressão da individualidade humana que


se apresenta de diferentes formas, neste ponto vou direcionar o foco ao sexo
signficante em meio social, sobre a visão do mesmo em sua forma mutavel de acordo
com as influencias por suas normas, religiosas, culturais, políticas e economicas.

A fantasia
➠ Sexo desbravador: O contato sexual em sua própria forma é transbordante de desejo
e fantasias. Alimentando assim o imaginário trazendo consigo a vontade de viver e
criar situações, a fantasia acontece como um incremento para a relação, para explorar
a criatividade dentro das relações,
➠ Base de desejo: As motivações que originam as fantasias sexuais na mente das
pessoas são múltiplas, podem estar relacionada à busca por prazer, ao desejo de
diversificar o ato ou de satisfazer o pedido do parceiro ou mesmo porque não há mais
conexão na relação em que se encontra, sendo a fantasia o modo que o indivíduo
encontra para manter a excitação.
➠ Quais as fantasias mais comuns? as fantasias mais comuns em um relacionamento a
dois envolvem adereços (uso de lingeries, vendas, amarras e chicote), lugares (algo
que proporcione uma experiência diferente, como o uso de velas aromáticas, banho de
banheira) ou comportamento, como fazer um striptease, uma dança sensual, imaginar
ou propor uma relação com mais parceiros ou pessoas distintas.
➠ Consenso: Contudo, dentro desse mar convidativo e prazeroso de fantasias há um
limite, o consenso ou a falta do mesmo. Dentro desta relação sexual sendo ela fundada
por um relacionamento amoroso ou não é preciso diálogo e a possibilidade de
estabelecer limites dentro daquela troca.

Fetiches
➠ Significado: O termo Fetiche vem do francês, baseado na palavra feitiço do
portugues. O fetiche teria em seu sentido a ideia do objeto material que carregaria
consigo poderes sobrenaturais, podendo ser negativo ou positivo. Este conceito foi
inicialmente usado por portugueses para se referir a objetos empregados nos cultos
religiosos dos negros na Africa Ocidental
➠ Psicanálise: Em visão psicanalítica, o fetiche refere-se a algo que é colocado em lugar
do objeto sexual, podendo ser uma parte do corpo, inapropriada para as finalidades
sexuais, ou algum objeto inanimado que tenha relação atribuível com a pessoa que ele
substitui, como uma peça de roupa, um adereço ou até um brilho no nariz, assim como
nos escritos de Freud
➠ Castração: O fetiche ele é visto como substituto do que não se há, ele substitui não o
pênis mas a sua falta É nesse sentido que é um “monumento” de castração. O fetiche
se torna um símbolo de Triunfo sobre a ameaça da castração, e serve de proteção
contra ela. Desta forma fetichistas tornam a mulher objeto tolerável como objeto
sexual.
Uma das maiores consequências do estabelecimento do fetiche na perversão, é o
empobrecimento e a estereotipia. Fixação que impossibilita qualquer jogo amoroso e
anula o reconhecimento do outro, em contrapartida o fetiche é uma artimanha que
parece salvar o fetichista, falta se bem que essa está irremediavelmente escrita pelo
próprio fetiche.
➠ Materialidade erotica: O fetiche em si é considerado um desvio sexual aparecendo
como ingrediente de comportamento sexuais de caráter mais complexo levando a
atribuição de significado erótico a objetos fora do campo sexual como roupas, objetos,
partes do corpo ou situações que não representam em sua própria significância sentido
sexual. Neste tipo de desvio atividade sexual se acerca em rituais que intervêm
objetos que atuam como estimulantes eróticos com carga significativa específica. Os
exemplos mais comuns seriam o uso de Lingeries, striptease, vendas,
Sadomasoquismo regrado, ménage.

Parafilias
➠ Significado: De acordo com a definição da palavra parafilia, etimologicamente se
constitui como um paralelo ao amor, “para” paralelo, “filia” amor (Abreu, 2005).
Estabelecendo uma linha de possibilidades a partir do espectro do desejo sexual, onde
a obtenção de prazer se dá ao lado do convencional ou ao que é estabelecido como
“anormal” em cada contexto sociocultural.
Em meio à perspectiva do DSM-V (2013), a parafilia se refere a uma representação de
um intenso interesse sexual que persiste em seu processo, onde não se caracteriza a
um foco de estimulação genital ou de determinadas carícias preliminares com
parceiros humanos em sua forma consensual e maturidade fisiológica e anatômica.
➠ Sentido sociocultural: Essa concepção é fundada na intensidade e persistência do
desejo.
Sempre que levantamos em questão o discurso da sexualidade e suas diversas
manifestações, nos deparamos com os tabus socioculturais com forte influência do
caráter religioso que se torna muitas vezes determinantes para organização quanto
social quanto sexual de cada contexto cultural, sempre negando uma das
características principais da sexualidade e seus desdobramentos.
“A sexualidade humana é um obscuro dispositivo encarnado que aproveita o livre
curso das funções fisiológicas para, mediante um desvio perverso da função, gerar e
extrair prazer” (Baggio, 1992, apud, Carvalho Neto, 2010, p. 9). Sendo uma
atribuição de um estado primitivo do homem como ser, a busca por prazer e por um
gozo em suas formas mais complexas e meios de obtê-lo.
➠ Normal X Anormal: Tendo em vista a subjetividade e a peculiaridade de cada sujeito
não atribuímos um comportamento “normal” ou “anormal” embora muitas vezes
sendo referidos de tal forma, a forma certa de falar sobre tais atos é “comportamento
sexual convencional” ou “não convencional" ou tratarmos como “comportamento
típico” ou “atípico” de cada contexto sociocultural. Pois, essa é a forma ética de tratar
desejos parafílicos.
➠ O'Que determina a constituição de uma parafilia é multicausal, não será um evento
único e isolado que poderá determinar os percursos do desejo parafílico no sujeito.
Tendo em vista que será sempre sendo defendido os aspectos causadores como
exposições e experimentações no decorrer da infância e adolescência no percurso do
despertar da sexualidade em sua forma mais primitiva e polimorfa. Fatores como a
história individual, subjetiva e peculiar do sujeito, suas vivências e experimentações,
suas frustrações, seu desenvolvimento emocional, psíquico e sociocultural, suas
relações ao meio, suas tendências, eventos traumáticos ou não, dentre outros fatores
colaboram para que o sujeito venha a desenvolver um desvio sexual ao longo do
percurso de vida.

Você também pode gostar