LUIZA_ O Segredo do CEO
LUIZA_ O Segredo do CEO
LUIZA_ O Segredo do CEO
O Segredo do CEO
Angélica Silveira
Copyright © 2024 Angélica Silveira
Luiza Belmonte é uma carioca doce, jovem, de bem com a vida, mas que já sofreu por amor. Em
seu último relacionamento, seu ex namorado a culpava por ela nunca ter tido um orgasmo, dizia
que ela era frígida e ela começou se diminuir para agradá-lo. Nunca mencionou com ninguém
este problema, nem com um profissional da saúde. Fechou seu coração para relacionamentos e
focou na carreira de administradora de empresas.
De repente, ela descobre que é a única herdeira do CEO Roberto Castellani, um cirurgião
plástico muito bem conceituado que possui o próprio hospital. Ele morre em um acidente aéreo,
então seu testamento é aberto e para surpresa de todos, ele tem uma filha.
Heitor Montenegro Neto era assistente pessoal de Roberto Castellani. Quando seu chefe morreu,
ele não imaginou eu havia uma herdeira em idade adulta que iria assumir o hospital do pai. Foi
uma grande surpresa. Ele espera a herdeira ser encontrada e se apresentar para assim decidir
sobre o futuro de sua carreira na empresa. Talvez fosse a hora de alçar novos voos.
Luiza se apresenta e ela e Heitor se conhecem. Já no primeiro momento ela praticamente implora
para que ele fique no cargo, pois vai precisar muito de sua ajuda. E assim, eles começam
conviver todos os dias. Eles têm muito em comum. Ambos adoram trabalhar, ambos tiveram o
coração quebrado, ambos não toleram traição. Uma atração começa nascer.
Mas nenhum dos dois vai se permitir sucumbir aos sentimentos que surgem.
LUIZA
O SEGREDO DO CEO
CAPÍTULO 1
Luiza
Acordo num sobressalto e suando. Olho ao redor, tentando adaptar meus olhos a escuridão
do quarto onde estou e sinto um alívio ao ver que estou no quarto de hotel em Maceió.
Tem sido assim desde que Cesar terminou comigo há cerca de seis meses. As vezes tenho
algum pesadelo. Com certeza eu não era a pessoa para alguém namorar. Sei que não devo
acreditar nas palavras dele, mas deve haver alguma verdade nesta constatação, já que terminou
comigo. Lembro até hoje nossa última conversa, a cara de desprezo e nojo que ele demonstrou ao
acabar nosso namoro de quase dois anos.
Eu não era uma pessoa difícil. Ninguém é agradável o tempo todo, mas não era esse
nosso problema. Eu não tinha muita experiência sexual, Cesar foi meu primeiro. Perdi a
virgindade com ele. Tinha 25 anos na época e para dizer a verdade, acredito que demorei para ter
relações com alguém considerando que minha avó se casou com 16 anos.
Então qual era nosso problema? Ele me achava fria e como nunca havia tido um orgasmo,
me considerava uma mulher que não gostava de sexo. Teve um tempo que pensei até em fingir,
mas não queria que fosse assim. O sexo era bom, só que eu não gozava. Não sei dizer o porquê,
vai ver tenho mesmo problemas com isso. E foi então que ele se cansou de mim e terminou.
Antes de terminarmos, eu tentei compensar esse “problema” meu, agradando-o de todas
as formas possíveis. No último ano de nosso namoro, César já não se importava mais com meu
prazer, mal me estimulava e já me penetrava se satisfazendo sem esperar por mim. Eu aguentava
porque pensava que a culpa era minha, ia reclamar de que? Na certa ele estava se cansando disso
e eu tinha medo que ele me traísse. O que pode ter acontecido e eu nem saber.
Enfim, agora estou aqui nesse quarto de hotel, no meio da noite, assustada por ter
sonhado com ele me chamando de “frígida”[i]. Não procurei tratamento. Não sei se algum dia
vou. A verdade é que não quero me envolver com mais ninguém, já que sou assim. Talvez eu
não seja frígida, mas nem quero pensar nisso agora. Acabei de terminar minha segunda pós
graduação em administração, estou estudando algumas propostas de emprego novo. Não vou
pensar na minha vida sexual neste momento. Aliás, nem tenho uma vida sexual. Fico de vez em
quando com algum cara que me interesse, transamos e acabo fingindo orgasmo sem sentir culpa
alguma. Ainda estou buscando minha explosão orgástica e enquanto não acontecer, vou fingir
com esses estranhos. Não devo nada a ninguém, não é mesmo?
Pedi demissão do meu último emprego. Gosto de desafios e estava há um bom tempo
achando o trabalho monótono. Aproveitei e fiz essa viagem a Maceió. Acaba amanhã. Mas
retorno renovada. Viajei sozinha mesmo e a experiência foi legal. Minha amiga Bruna não podia
vir junto, mas como não havia programado, tudo bem. Adorei passar um tempo comigo mesma.
Bruna me conhece desde o ensino médio. Fizemos faculdade juntas e ela agora é minha
vizinha. Moramos em um bairro nobre no Rio de Janeiro. É só atravessar a rua e estamos na
praia. Eu curto a praia, mas como trabalho muito, não aproveito tanto assim. Ao contrário dela
que está com marquinha de biquini em pleno mês de setembro.
Heitor
-Encontramos ela, senhor. -me diz o advogado ao entrar em minha sala. Antiga sala do
doutor Roberto Castellani.
Meu olhar fica preso ao seu semblante e ele se aproxima da mesa. Estou mesmo em
choque. Coço a barba perto do queixo e ele repete.
-Encontramos. -sorri largamente.
Eu era assistente pessoal do Dr. Roberto Castellani, renomado médico cirurgião plástico
do Rio de Janeiro que faleceu em um acidente aéreo há cerca três meses. Não tinha herdeiros.
Era o que todos pensávamos até abrirem seu testamento e descobrir que ele tinha uma filha da
qual nunca pode se aproximar. Filha essa que hoje está com 27 anos, fruto de uma relação rápida
que teve com sua assistente. A mulher, por motivos que desconhecemos, aceitava a pensão
deixada por ele a filha, mas jamais deixou que se aproximasse, pois era casada na época com
outro homem, que provavelmente criou a menina como sua filha. Uma surpresa e tanto.
Ainda não sei qual será minha posição na empresa, pois como meu chefe morreu, terão
de me remanejar. Ou chegou de fato o momento certo de tirar umas férias e depois resolver isso.
Quem sabe até procurar outro emprego. Suspiro longamente. Foi uma busca cansativa pela
herdeira de Roberto.
Rodo na cadeira giratória de casa, sem camisa, segurando uma cerveja na mão. Fico aqui
pensando como deve ser a filha dele. No porquê a mãe da garota privou a filha de conhecer o
verdadeiro pai. Trinco os dentes ao lembrar que ela teve um caso com meu chefe e era casada.
Isso me irrita profundamente porque me faz lembrar de Amanda, minha ex. Aquela que me traiu
e me estragou para qualquer outro relacionamento.
Caminho de pés descalços pelo apartamento e vou até a sacada. Ainda não tirei a calça do
terno. Fiquei puto com essa história toda. Mexeu na minha ferida.
Caralho.
A garota nem deve saber da verdade. Ainda bem que não serei eu a dar a notícia. Porém,
a receberei na empresa essa semana ainda. Quem sabe ela se interesse pelos negócios do pai. Dr.
Roberto era um ótimo cirurgião plástico, muitos pacientes vinham de outros países para serem
atendidos por ele ou por sua equipe. O hospital se tornou referência na especialidade.
Pelo que soube a filha dele é formada em Administração, tem duas pós e seu currículo é
excepcional. Não teve experiência em administração hospitalar, mas quem sabe se interesse.
Roberto estava há mais de um ano sem operar, apenas cuidando da parte administrativa e
ensinado seus alunos da residência.
CAPÍTULO 2
Luiza
É ela, menina, que vem e que passa
em nos meus sonhos mais malucos eu imaginei ser herdeira de um pai que se quer
N imaginava ter. O único pai que conheci, foi o Nelson. Ele faleceu quando eu tinha 22
anos. Nelson já era bem idoso, mais velho que minha mãe em quase vinte anos. Sua
saúde não era muito boa. Ele foi um pai presente, querido, acabava sempre fazendo
minhas vontades e minha mãe brigava com ele por isso.
Ouvir hoje que tenho outro pai, me fez lembrar dele e sentir saudade do meu velhinho. E
quem era esse outro homem? Precisava sair correndo dali e falar com minha mãe. O que estava
acontecendo?
Deixei o escritório do advogado e fui direto para casa da minha mãe falar com ela.
Tínhamos uma casa boa e sempre tivemos condições de férias no exterior, carros bons. Minha
faculdade foi paga sem dificuldades e quando me formei, meus pais me deram o apartamento que
moro hoje de presente. Tínhamos uma vida financeira saudável, mas nunca entendi muito bem de
onde vinha tanto dinheiro. Meu pai era advogado concursado do Estado e minha mãe é dona de
uma confecção de moda praia que começou aqui no Rio e se estendeu até o Nordeste.
Fui tão ingênua assim?
staciono meu carro e ajeito o terno ao sair do veículo. Passo os dedos pelos
Luiza
Desço do carro e me identifico na recepção. Uma moça me guia até o elevador e aperta o
último andar.
-A Cristina, secretária do dr. Heitor, estará à sua espera.
-Obrigada. -digo retribuindo seu sorriso, sorrindo também.
O lugar é lindo e não poderia esperar menos de um hospital que trabalha com estética e
beleza. Vi, muito rapidamente, que no andar térreo tem salão de beleza, uma loja de produtos
importados, uma cafeteria. Meu Deus, que lugar espetacular. Quero ver tudo!
Olho mais uma vez minha imagem no espelho. Me baseando no cargo e no local, me
arrumei um pouco mais desta vez. Quero deixar uma boa impressão ao seu Heitor. Soube que ele
era assistente pessoal do dr. Roberto. Ainda não consigo dizer, meu pai. É estranho.
Vasculhei a vida de Roberto Castellani nesses dias. Mas nada que o assistente pessoal
dele não saiba melhor que a internet. Espero que esse senhor me receba bem, penso nervosa.
Coisa que não me é comum, mas afinal de contas não é todos os dias que se herda um hospital,
não é mesmo?
Ajeito a saia nos quadris e saio do elevador assim que a porta se abre. Logo uma moça
muito simpática já está a minha espera.
-Senhorita Luiza?
-Sim. Bom dia.
-Bom dia. Sou Cristina. Vou avisar dr. Heitor que a senhorita já chegou. Aceita um café?
Água?
-Estou bem, obrigada.
Ela avisa seu Heitor ao telefone e me avisa que posso entrar.
-Quer que eu a acompanhe? -ela me pergunta simpática.
-Não precisa, obrigada. -digo me dirigindo a única porta que vejo, que ainda tem o nome
de dr. Roberto Castellani.
Estranho pensar que também sou uma Castellani agora. Dou uma leve batida na porta e
ouço uma voz rouca dizer entre. Parece voz de locutor, sabe?
-Com licença. -digo entrando e vejo apenas um homem jovem na sala. Ele me encara.
Deve ser o assistente do assistente. Fico confusa e ele percebe. Moreno, não deve ter quarenta
anos, eu acho, lindo de morrer, vestindo um terno muito elegante, cabelo meio despenteado, um
charme. O perfume dele enche a sala toda. Um cheiro bom. Muito bom. Seus olhos eu vejo
melhor assim que se aproxima. São marrons claros como mel.
Heitor
Uma garota linda entra na minha sala. Os olhos são os mesmos de Roberto, azuis piscina,
como o céu do Rio no verão. Cabelos marrons, mas nas pontas são loiros e meio ondulados. Alta
e ainda está de saltos. Não deixei de reparar nos quadris pela saia justa. Elegante e perfumada.
-Deve ser a senhorita Luiza. -digo me aproximando dela e estendendo minha mão.
-Sou sim. Muito prazer. Vim falar com Dr. Heitor. Ele está? -ela pergunta verificando
toda a sala. Sinto vontade de rir, pois todos pensam que Heitor é nome de homem mais velho e
de fato é, herdei o nome do meu avô.
-Prazer. Sou Heitor Montenegro Neto. -digo e ela abre um sorriso ficando corada. -Mas
não precisa me chamar de doutor. As coisas costumam ficar confusas por aqui e todo mundo vira
doutor. Pode me chamar de Heitor.
-Se me chamar de Luiza sem o, “senhorita”, temos um acordo.
-Claro. -digo e lhe mostro a cadeira. Ela senta e eu vou para o outro lado da mesa.
Nos olhamos e nem sei mais por onde começar. Tinha tudo em mente, mas fiquei meio
zonzo pela mulher bonita a minha frente. Não que eu não esteja acostumado a isso, afinal de
contas, trabalho em um lugar onde beleza é quase algo que deva constar no currículo. Chega ser
um absurdo, pois cada um tem sua beleza, mas...
Cala a boca e fala com ela.
-Então, Luiza. Trabalhei com seu pai nos últimos cinco anos... -começo falar e não paro
mais. Mostro o quanto Roberto amava aquele hospital e que esse amor contagiava até os
funcionários. O clima ali era muito bom e que ele presava por isso. Como era seu primeiro
momento ali comigo, não quis entrar em questões técnicas ou financeiras ainda. Haveria muito
tempo para isso e teriam de haver várias reuniões com ela e os outros diretores. Mas falei de seu
pai e a história do hospital.
Cristina entra nos trazendo café e água e logo sai. Luiza adoça seu café e bebe um gole
me escutando com atenção.
-Você tem um currículo excelente, acredito que aceitará administrar o hospital. -a olho
curioso, bebendo um gole do meu café também.
-Foi tudo uma grande surpresa, confesso. É um desafio e tanto. -ela fala sem responder o
que quero saber.
-Coloquei meu cargo a disposição e vou pedir férias. Quando retornar eu verei o que
fazer. Ainda estou confuso aqui sem o Dr. Roberto. -falo sincero.
-Ah, por favor, não me deixe agora. -ela pede em forma de súplica fazendo meu pau
mover na cueca e logo fica ereta na cadeira se recompondo. -É que você seria essencial neste
momento pra mim. -ela fala e fica corada.
Acho seu embaraço sexy, mas me mantenho sério.
-Eu entendo. -digo ajudando. Sei onde ela quer chegar. Precisa de mim assim como seu
pai.
-Heitor, preciso de sua ajuda. -ela fala séria. -Com certeza é a pessoa que mais sabia dos
processos administrativos que dr. Roberto fazia. Sou qualificada, mas você é indispensável. Peça
suas férias no verão. -ela diz sorrindo na tentativa de me convencer. Se soubesse que não tenho
férias há três anos.
-Bom, isso é uma surpresa. Imaginei que quisesse seguir por um caminho mais solitário.
-Não sou esse tipo de profissional.
Abro um sorriso largo.
Luiza
Heitor abre um sorriso lindo cheio de dentes perfeitamente alinhados e eu perco a linha
de raciocínio. O encaro.
-Parece seu pai falando.
Baixo a cabeça meio confusa.
-É tudo novo pra mim. Inclusive esse pai.
-Me desculpa. -ele fala sorrindo ainda. -A semelhança foi incrível. Bem! Já chega de
conversa. Vamos fazer um tour pelo hospital?
-Vamos. -digo animada. -O lugar é lindo.
-Não viu nada ainda. -ele fala e abre sua sala para que eu saia primeiro.
Conheci muitas áreas do hospital e, com minha autorização, Heitor ia me apresentando
como filha do Dr. Roberto. Me senti naqueles filmes onde somos apresentados a família da
pessoa. Todos me receberam tão bem. Roberto era mesmo muito querido pelo jeito. Pareciam
trabalhar de forma descontraída e com seriedade ao mesmo tempo, sabe? Um clima muito bom.
Me senti verdadeiramente acolhida.
Fui apresentada aos médicos que estavam de plantão naquele dia e que não estavam em
cirurgia, pois tinham mais cinco em sala, esses estavam na sala de estar médica. Duas cirurgiãs e
um homem mais velho com elas. Disseram ser o professor da residência. Passamos pelos setores
administrativos e os olhares sobre mim eram sempre de curiosidade e carinhosos. Não podia
existir lugar assim, podia?
Dona Renata não acreditaria se eu dissesse. Ficou apreensiva em como iriam me tratar.
Tentou até me convencer a não me envolver com os negócios, apenas usufruir dele. Minha mãe
não me conhece mesmo. Adoro um desafio e esse é bem grande, chega me dar frio na barriga.
Ainda bem que convenci o bonitão aqui a me ajudar. O dono dos olhos cor de mel e voz grave. O
que o deixava mais bonito ainda.
As vezes penso que seria melhor se fosse mesmo um senhor ao invés desse monumento
aí. Sou alta e ele é mais alto ainda.
Para Luiza. Só para.
CAPÍTULO 4
Luiza
Moça do corpo dourado, do Sol de Ipanema
C noite e somos duas solteironas cansadas da semana. Já faz um mês que estou
trabalhando no Hospital Castellani, mesmo sobrenome do meu pai e agora meu
também. Meu nome agora é Luiza Belmonte Castellani. Mantive o Belmonte que
era do Nelson. O pai que conheci.
-Abre logo esse vinho, Lu. -grita Bruna da sala para mim.
-Já vou. -digo chegando com o vinho aberto e duas taças.
Sentamos no tapete e comemos a pizza na mesa de centro, uma mesa enorme que me
arrependi quando comprei, mas depois até gostei. Cabe muita coisa aqui, inclusive meu
computador quando preciso trabalhar, comidas e livros na volta. Fica uma “zona”.
Brindamos e bebemos um gole generoso do vinho branco que ela trouxe.
-Como é que nós vamos fazer sexo desse jeito, Lu? Trabalhando feito loucas e em dia de
sair ficamos em casa comendo e conversando.
-Coisa boa, amiga. -digo mordendo um pedaço de pizza. -Usa seu vibrador.
-Não é a mesma coisa. Falta o beijo. -ela fala toda sonhadora.
-Concordo.
-Aquela química, sabe?
Quando ela fala em química, lembro do meu colega Heitor. O homem tem um cheiro
masculino, de perfume amadeirado que me deixa de pernas bambas. As vezes ele coloca seus
óculos de leitura para ler algo no computador e, meu Deus, ele vira o Superman quando não está
super herói. As mãos dele digitando me fazem pensar besteira. Vejo a ponta de uma tatuagem no
antebraço dele quando puxa as mangas da camisa e fico imaginando como deve ser a obra toda,
quer dizer, a tatuagem toda. Aquele peito largo sem o paletó. Observei ele sem pudor dia desses
que chegou pulsar minha boceta. Nunca tinha sentido isso. Ele me olhou e sorriu de volta. Que
vergonha.
-Hein, Lu?
-Oi. -a olho perdida no meu devaneio.
-No que você está pensando? -ela pergunta rindo.
-Bruna, deixa eu te contar. Esses dias fiquei observando meu assistente e ele viu que eu
estava secando ele. Que vergonha, mulher.
-Vale a pena?
-Ele é lindo, um gostoso. Trabalha muito bem. Nas reuniões percebo que ele me
empodera, sabe? Sempre tem alguma informação para me salvar de alguma pergunta que não sei.
Ele é atento a tudo. Sempre me dando dicas de como lidar com um ou outro diretor. Ele é
perfeito. -a olho e ela tem a boca aberta e os olhos arregalados. -Para com isso. -digo
gargalhando dela.
-Faz tempo que não te vejo animada por alguém.
-Imagina. Ele é meu funcionário.
-E tem alguma regra lá sobre isso.
-Acho que não, mas nem precisa ter. Imagina o problema, Bruna. Não dá pra misturar as
coisas. Preciso muito do Superman.
-Claro que sim, Lois Lane. Já sabe o signo dele?
-Não sei ainda. -digo rindo da minha amiga, pois ela adora esse negócio de signo e mapa
astral.
-Descubra. Você é aquariana. Já sei que não se apega. Temos quer ver seu mapa Natal de
novo.
-Não me apego? Eu era apegada até demais no meu ex.
-Aquilo não era sentimentos e nem apego. Era um encosto na sua vida, isso sim. Não viu
mais ele?
-Nunca mais. -digo e ergo os braços para cima, agradecendo a Deus.
Bruna não sabe os reais motivos de César ter terminado comigo. Tenho vergonha de dizer
a ela que nunca tive um orgasmo. Acho isso muito pessoal, íntimo. Não consigo me abrir para
falar do assunto com ninguém, nem com minha mãe ou minha ginecologista eu falei. Guardo só
para mim.
César era um grosso, bonito, mas um cara egoísta na maneira de fazer sexo, eu acho.
Depois que terminamos fiquei com um cara e outro, mas sem intimidade não vou gozar mesmo.
Preciso de conexão. Na verdade, sou o tipo de mulher que gosta de fazer sexo estando
apaixonada. E olha que sou aquariana, como diz a Bruna. Devo ter ascendente ou lua em outro
signo mais romântico. Só pode ser.
Bruna e eu “maratonamos” uma série que ela estava sempre me dizendo para vermos
juntas. Que fala sobre os signos. “Guia Astrológico para Corações Partidos.” E eu curti muito,
principalmente a companhia dela que já ficava me dando dicas dos signos.
Sábado à tarde dei uma passada no hospital. Queria adiantar umas coisas para segunda e
como não tinha nada programado para o final de semana, fui trabalhar. Aproveitei o pouco
movimento nos setores administrativos e fui com um vestido levinho e sapatilhas. Precisava de
conforto.
Já passava das quatro da tarde quando ouvi o som do elevador abrir no meu andar. Estava
na copa tentando passar um café. Coloco a cabeça para fora e vejo chegando, Heitor. Meu Deus,
o cara é lindo de qualquer jeito. Ele está com uma calça jeans e uma camiseta preta. Fiz um rx
indiscreto nele todo. Inclusive no volume que a calça deixava no pênis.
Merda. Ele percebeu meu olhar. Disfarcei como deu.
-Que bom que chegou. -digo sorrindo sem graça.
-O que faz aqui?
-Pelo jeito o mesmo que você.
Ele se aproxima e me beija no rosto. Tranquilo, Luiza, não precisa desmaiar toda vez que
isso acontece. E acontece frequentemente.
Entro de novo na copa deixando-o para trás, mas ele me segue.
-Heitor, não estou encontrando onde fica o filtro de café. -digo abrindo um armário.
-Não gosta do café de cápsula?
-Só em último caso.
Ele me prensa pegando algo que estava no alto do armário e se afasta me entregando o
que eu queria. E, sério, minha boceta deu sinal de vida.
Comecei a fazer o café ignorando esse negócio. Já andava pensando demais em sexo e
Heitor andava sendo o protagonista das minhas histórias mentais.
-Faz pra mim também? -ele pede.
-Claro.
-Vim por causa da reunião de segunda.
-Eu também. -o olho. -Quero deixar tudo pronto.
-Perfeito então. Vamos fazer isso. E olha que nem combinamos. -diz sorrindo. Um
charme seu sorriso e ele quase não sorri. Vai ver está bem relaxado assim como eu por não tem
mais ninguém no andar. E a constatação disso faz meu coração acelerar em expectativa. O que
não é bom para meu trabalho.
Sirvo nós dois com o café e vamos para a sala trabalhar. Espanto os pensamentos
pecaminosos com meu assistente e foco no que já estava fazendo antes do Superman chegar.
Aliás, ele já colocou os óculos e está atrás do computador trabalhando também.
Que monumento.
Heitor
Assim que saio do elevador, vejo Luiza na copa. Ela me olha de cima a baixo e seu olhar
se fixa no meu pau. É isso mesmo? Envergonhada, desvia o olhar e fica falando. Bobinha, não
sabe nem disfarçar. Já peguei ela me olhando assim várias vezes. Dividir a sala com ela não tem
sido tão fácil como era com o pai dela. Mas é muito mais interessante.
Ela está com um vestido simples e levinho. Me dá vontade de arrancar e ver o que tem
por baixo. Já precisei disfarçar algumas ereções aqui e tem sido uma merda isso. Não posso
sentir tesão por minha chefe, a filha do meu chefe falecido. Que confusão. Não me envolvo com
ninguém e não vai ser com ela que isso vai acontecer, né destino? Travo o maxilar pensando
nisso. Preciso de sexo de verdade logo.
Foi de propósito que prensei ela no armário para pegar o filtro de café. Mas me arrependi
na hora. Pareci um moleque tarado.
Faz um mês que estamos trabalhando juntos e Luiza é muito competente. Roberto ia
adorar conhecê-la e ver como pensam parecido. Ela é muito inteligente e humilde quando falo
algumas coisas para ela, mesmo que não concorde comigo. Tem sido fácil trabalhar assim.
Tirando o tesão que tenho nela, está tudo ok.
Ela se aproxima de minha mesa e ficamos discutindo detalhes da reunião. Já são quase
oito da noite e ela parece cansada.
Luiza senta no sofá e tira as sapatilhas do pé. Estende os braços alongando e escora no
encosto do sofá fechando os olhos.
-Quer que eu peça algo para comermos aqui?
Ela abre os olhos e me observa. Posso sentir que está pensando em algo e então ela sorri.
-Vamos sair para comer. -diz ficando de pé e recolocando as sapatilhas. -Tudo bem pra
você?
-Só finalizando aqui e vamos.
Luiza
-Só vou avisar o Augusto que vou jantar antes de ir para casa. -me diz Heitor já pegando
o celular.
Vou ao banheiro enquanto ele faz a ligação para o “Augusto”. Já vi que ele fala bastante
com ele. Algumas vezes que seu celular tocou, vi o nome na tela. E aí a minha cabeça fica uma
bagunça ao constatar que ele deve ser gay e Augusto ser seu namorado. Será? Não pensei nisso.
Tento prestar atenção na conversa dele.
“...vou chegar mais tarde, pode jantar sem mim. Beijo”
Beijo? Era o que eu precisava ouvir. Sim, ele tem namorado. O monumento lindo é gay.
Ai que pena!
Vejo que devo guardar minha atração e retirar meu time de campo. Se apaixonar por
alguém que não vai corresponder já é demais. Ótimo! Assim as coisas vão ficar melhores e terei
um amigo querido. Já gosto dele e assim será melhor para nossa relação de trabalho.
Saio do banheiro e pego a bolsa.
-Vamos? -o olho sorrindo.
Meu novo amigo gay. Estou animada para contar a Bruna. Ela não vai acreditar. Ele,
muito gentil, abre a porta para eu passar na frente. Querido!
Heitor
Assim que Luiza ame abraça e sinto seu cheiro, sinto também uma vontade insana de
beijá-la.
Caralho. Não posso beijar minha chefe. Jamais.
Minhas mãos ficam presas em sua cintura e então a beijo no rosto, louco para deslizar até
sua boca.
-Boa noite. -digo e me afasto rapidamente até o carro.
Dirijo até em casa com o pensamento nessa porra de atração que ando sentindo pela
Luiza. Faz tempo que nenhuma mulher me interessa. E tudo porque fui traído por Amanda. E ao
ser traído, julgo todas as pessoas que traem e quase falei merda para Luiza, sobre sua mãe. E ela
é fruto de uma traição. Eu não era um cara assim, mas me tornei depois que peguei Amanda me
traindo com seu colega em uma viagem a trabalho quando eu tinha quase 30 anos.
Fui fazer uma surpresa e passar a noite com ela no hotel onde estava hospedada e então
os vi chegando, meio embriagados e aos beijos no corredor de seu quarto. Bato com a mão no
volante e sinto a dor para retirar a lembrança deles da minha mente agora.
Não importa que isso já faz dez anos. A dor e a insegurança ainda são as mesmas. Depois
disso, só sexo casual e nada mais. Não envolvo sentimentos, não haverá ligações no dia seguinte,
flores, datas especiais. Eu sei que nem todas as pessoas são iguais. Mas eu estou muito satisfeito
assim.
Entro em casa e vejo Augusto sentado no sofá, jogando vídeo game.
-Parece ter quinze anos ainda. -digo sentando perto dele no sofá.
-Tava com alguma mulher, tio? -ele ignora o que eu disse e segue com os olhos na tela.
-Estava trabalhando e depois comi algo na rua. Já jantou?
-Fiz um sanduíche. Caralho. -diz brigando com o jogo.
-Vou pro banho. Arruma tudo isso aí depois. Boa noite.
-Boa noite. -escuto ele dizer bastante tempo depois.
Augusto é meu sobrinho, filho do meu irmão Cássio que mora na Alemanha. Veio dois
anos atrás morar comigo. Está trabalhando em uma empresa aérea e terminando suas horas de
voo para o curso de piloto. Logo poderá pilotar com a licença necessária. Enquanto isso estou de
babá do garoto.
Preciso dizer que ele é até bem fácil de lidar. Uma ou duas vezes trouxe garota para o
apartamento, mas temos uma regra. Aqui em casa, ninguém. A única mulher que entra aqui é a
Rute, nossa ajudante. Vem três vezes por semana, limpa e cozinha. Preciso dela. No mais,
nenhuma mulher. Quando saímos com alguém, é fora daqui. Fora da minha caverna.
Entro no chuveiro e deixo a água tentar me relaxar. Fecho os olhos e Luiza aparece na
minha mente. Mantenho os olhos fechados e quero ver o que minha mente vai criar desta vez,
como se eu não tivesse domínio dela. Como se a própria Luiza pudesse ter vida própria ali.
Então, ela tira aquele vestido que usava hoje e por baixo não há nada. Cheiro o pescoço dela e
procuro sua boca. Ela corresponde e me toca com desejo.
Pego meu pau já duro na mão e começo me masturbar pensando nela, nessa cena. Então,
na minha imaginação, a viro sobre a mesa do escritório e penetro ela por trás e ela geme sem
parar, pedindo mais e rebolando até que gozamos juntos. E eu gozo no banho. Por ora é o que
terei dela.
CAPÍTULO 5
Luiza
O seu balançado é mais que um poema
Heitor
Não aguento mais a provocação de Luiza. Ela nem tenta ser discreta. Saio detrás da mesa
só pensando em o que fazer com ela e leite condensado. Ligo para Cristina que providencie o que
ela quer comer. Mas tenho uma ideia absurda e vou em frente com esse joguinho de
provocações. Posso ser bem pior que ela.
Tiro seu sapato e começo massagear seu pé. Meus olhos encaram seu rosto e consigo ler
cada nuance de excitação que está acontecendo nela. A boca levemente entreaberta sugando o ar
de forma contida para disfarçar, as bochechas rosadas e as pálpebras caídas. Está excitada com
meu toque. Ela engole em seco e fecha os olhos. Vou subindo minhas mãos, sentindo sua pele
macia e então tenho a visão de sua calcinha branca.
Caralho, não consigo controlar a ereção.
Minhas mãos a tocam sentindo e querendo sentir muito mais. Minha boca saliva de
vontade de provar a boceta dela. De beijar sua boca. Meu coração martela forte no peito. Está
acontecendo uma conexão aqui e não estou me importando com isso agora.
Troco de perna e acho que ela viu minha ereção, mas fechou os olhos de novo. A toco
louco para arrancar sua roupa e comer ela na mesa como imagino há dias, mas finalizo a
massagem antes que Cristina chegue com o doce. Me aproximo de seu ouvido e sussurro.
-Linda calcinha branca.
Luiza ri sem abrir os olhos ainda. Eu entro no nosso banheiro e a deixo sozinha. Logo
chega Cristina com o doce que ela quer comer. Já eu quero comer outro doce. Estou começando
a ficar obcecado por ela.
Luiza
Como meu doce gemendo. Além da massagem relaxante/excitante, um doce desses. Não
quero mais nada. O Heitor é mesmo um querido. Assim que ele sai do banheiro, o olho.
-Se não viesse logo ia comer todos sozinha. -digo sorrindo e ele tem a testa franzida.
Parece meio bravo. -Pega um.
Heitor
Luiza quer foder com a minha sanidade. Só pode ser isso. Como ela consegue fingir que
está tudo bem depois de eu praticamente quase fazê-la gemer em minhas mãos.
Pego um doce para ver se distraio os pensamentos e volto para o computador.
Luiza
-Sim, amiga. É gay. -digo a Bruna lhe entregando o convite do desfile da minha mãe.
-Não quer entrar mesmo? -ela pergunta encostada no batente da porta.
-Não, obrigada. Só queria mesmo te entregar o convite.
-Descobriu o signo dele?
-Sério, Bruna? -a olho desanimada.
-Verdade. E tem mesmo namorado?
-Ele mora com o Augusto. Mas amanhã você vai conhecer ele no desfile. Ele vai comigo.
-Eu estou triste por você perder uma chance com ele, mas estou feliz porque vamos ter
um amigo para nossas noites de pizza e vinho.
-Ele é casado, Bru.
-Ai, traz o marido junto.
Viro os olhos para cima impaciente com ela que ri de mim.
-Até amanhã à noite, então.
-Até.
Nos despedimos e volto para meu apartamento. Ligo para minha mãe e falamos
rapidamente sobre o desfile. Ela está muito ocupada e animada.
-Filha, venha bem linda. Quero te presentar para todo mundo.
-Calma aí, dona Renata.
-Ah, Lu. Já ia me esquecer. Pode ficar com a Fifi neste fim de semana? Vou viajar depois
do desfile. Aqui perto mesmo, mas não queria que ela passasse a noite sozinha, tadinha. Ou você
dorme lá?
-Eu a trago para cá. Pode deixar que vou cuidar bem da minha irmã. -digo e ela dá uma
gargalhada gostosa.
-Obrigada, filha. Sabe que a Fifi é bem carente, né?
-Sei. Ela vai dormir na minha cama. -digo sorrindo porque tratamos os pets assim agora.
-Você é uma ótima irmã. E como estão as coisas no hospital?
-Uma correria como sempre, mas estou amando. Amanhã vai conhecer meu assistente, o
Heitor.
-Filha, estão me chamando aqui. Nos falamos amanhã. Quero conhecer o Heitor. Beijos.
-Vai lá, mãe. Beijos.
Sexta à noite e eu estou aqui na sala da minha casa, mexendo no computador. Ou melhor,
trabalhando mais um pouco. Bruna vai sair com um carinha novo que conheceu há alguns dias.
Diz ela que agora tem tudo para dar certo porque ele é de Peixes e ela é de Câncer.
Sábado à tarde, pego Fifi na casa da minha mãe, após ter arrumado o cabelo e feito uma
maquiagem no salão do Hospital, já que passei lá rapidinho para deixar um documento. Adorei o
atendimento das meninas e queria mesmo experimentar os serviços que oferecemos, mesmo que
terceirizada esta parte, mas estão ali no prédio.
Fifi fica no meu colo enquanto dirijo de volta para casa. Preciso fazer um lanche e
terminar de me arrumar. Vou com um vestido preto em lantejoulas grandes. Todo aberto nas
costas e curto, mas não muito. Sandálias pretas de salto muito altos e finos, afinal de contas, sou
filha de Renata Belmonte, a grande estilista de moda praia. Meu bronzeado não está tão em dia
quanto o da Bruna, mas ainda tenho uma corzinha. A marca do meu biquini ainda aparece,
mesmo que timidamente.
Após comer e me arrumar, coloco perfume e pego a clutch que fará parte do desfile de
hoje, da coleção de verão ReMar. Já sabe, né? Re de Renata e Mar de mar. Minha mãe tem cada
ideia. A bolsa é linda e está combinando com meu look. Meu celular toca e vejo a mensagem de
Heitor.
-Além de lindo é pontual. -digo a Fifi que está deitada no meu sofá. Ainda bem que ela é
acostumada a ficar comigo as vezes. -Cuide da casa, Fifi. A mana já vem.
CAPÍTULO 6
Heitor
É a coisa mais linda que eu já vi passar
ssim que Luiza aparece em meu campo de visão, saio do carro para
Luiza
Me olho no espelho, lavando as mãos e sinto pena de tirar a make que a garota do salão
fez. Ficou perfeita. Eu amei.
-Amiga, amiga, amiga... -diz Bruna toda eufórica quando me vê.
-Que foi? -arregalo os olhos para ela, mas já sei o que vai falar. -Lindo ele, não?
-O cara é um deus grego. A voz grave e aqueles olhos cor de mel?
-Sim. -falo não me animando muito, pois de que adianta.
-Pior que o boy dele ligou. Sabia que o namorado dele tem só 23 anos?
-Mesmo? Como sabe?
-Perguntei.
Abro a boca e fecho de novo, assustada com Bruna.
-Calma. Foi natural o assunto.
A olho com os olhos cerrados. Desisto e voltamos a mesa.
-Podemos ir, Heitor?
-Claro. -diz e me despeço de minha mãe e Bruna apenas.
Heitor me acompanha com a mão nas minhas costas todo o caminho até o carro. Não
tomei muitas espumantes, mas estou meio tontinha, nada demais. Apenas me deixa mais tagarela
do que já sou.
Entramos no carro e relaxo me esparramando no banco.
Olho Heitor que liga o carro e me olha também.
-Arrependido de ter vindo?
-Pareço arrependido?
-Não sei. Você não é muito fácil de ler.
Ele enruga a testa e sorri fraquinho.
-Não estou arrependido não. Adorei sua companhia.
-Eu também. -digo e toco o ombro dele me virando um pouco para o seu lado. -Que bom
que você veio, deixou tudo menos chato.
-Você que parece que não curte muito isso tudo. -ele me analisa.
-Eu gosto, mas tem uma parte que eu não gosto.
Ele me olha.
-E qual é?
-A parte em que minha mãe me apresenta um monte de homens que ela acha que seriam
ótimos para serem seu genro.
Ele fica sério e vejo seu maxilar contrair. Já percebi que ele tem essa mania de trincar os
dentes. Deve ter bruxismo.
-Mas hoje ela não fez isso. -ele fala sem me olhar, prestando atenção no trânsito.
-Porque eu estava acompanhada. Você me salvou, Heitor.
-Ainda bem que eu fui, então.
-Pena que não provou da espumante.
-Na verdade não gosto muito. Prefiro vinho.
Me ajeito no banco e o olho tendo uma ideia.
-Sério? Eu também prefiro. -ele me olha. -Quem sabe desce um pouquinho lá em casa e
bebemos juntos, então? Não pode ir embora sem ter bebido nada. Só uma garrafa. -ele me olha
sem responder. -Ou só uma taça. -digo tentando o convencer.
Heitor ri do meu jeito.
-Tem certeza que quer que eu suba?
-E por que não? Só tem uma questão.
-Questão? -ele fica curioso.
-Tenho uma hóspede hoje.
-Ah. -diz sem emoção alguma. -Não vamos atrapalhar ela?
-Gosta de cachorro?
-Gosto. -diz e me observa.
-Estou de babá da cachorrinha da minha mãe hoje.
Ele sorri e parece aliviado. Realmente eu não sei ler esse homem.
Logo chegamos ao meu prédio e faço um sinal para o porteiro liberar a garagem para
Heitor estacionar na minha outra vaga. Subimos pelo elevador e ele está calado. Não sei se está
cansado ou arrependido de subir e demorar mais tempo fora de casa. Lembro do tal do Augusto.
Sei lá, de repente o cara é ciumento.
Heitor
Luiza se olha no espelho do elevador. Eu estou com o casaco do terno no ombro, vejo até
olheiras em mim, mas ela está perfeita como quando saímos. A maquiagem realçou seus olhos
lindos. O vestido insiste em subir exibindo suas coxas e ela em nenhum momento reclamou dos
saltos altos. Neste momento me veio a lembrança da massagem que fiz nela e sua calcinha
branca. Afasto rapidamente essa lembrança. Não quero parecer um adolescente que a todo
momento tem uma ereção só de ver uma mulher bonita.
Além de minha chefe, ela é a filha da Roberto. E esse tesão está ficando descontrolado.
Esse jeito despojado dela. Ela simplesmente rio quando falei que vi sua calcinha como se isso
fosse a coisa mais natural do mundo. Não sei se gosto ou se sinto ciúme, duas coisa que não devo
sentir.
O abrir das portas do elevador me desperta e saímos rumo a porta do apartamento dela
que abre e entramos. Sinto cheiro de casa limpa misturado com perfume e nesse momento uma
bolinha de pelos vem até ela sacudindo o rabo.
-Fifi... -ela se abaixa e pega a cachorrinha no colo.
-Ela é fofoqueira? -dou uma risada do nome da cachorra.
-Muito fofoqueira. -diz e solta o bichinho que vem cheirar meus sapatos. -Heitor, fique a
vontade. Só vou trocar de roupa rapidinho.
-Está bem. -digo me abaixando e fazendo um carinho na Fifi que pelo jeito é bem
sociável. Mas logo Fifi vai atrás de Luiza.
Avisto uma sala arrumada e uma sacada aberta. Vou até lá e vejo o mar. Ela tem uma
bela vista daqui. Assim que me viro, piso em um cocô da cachorrinha. Solto um palavrão e
começo a rir da situação. Tiro os sapatos e acho um lavabo onde limpo meu sapato com papel.
Deixo os sapatos por ali e volto a sala só de meias.
-Olha só, já está à vontade mesmo. -me diz Luiza olhando para meus pés. Eu quase perco
a voz. Ela também está de pés descalços e usando apenas uma camiseta enorme que cai em seu
ombro. Engulo em seco. Ainda está maquiada e sexy pra caramba. Meu pau mexe e eu sorrio.
-Pisei no cocô da Fifi na sacada.
-Me desculpa. -ela abre a boca assustada.
-Tudo bem, já resolvi.
-Normalmente ela faz suas caquinhas na sacada quando vem aqui. -me diz sorrindo,
constrangida.
Luiza vai para a cozinha e a acompanho. Abro a garrafa de vinho enquanto ela pica um
pedaço de queijo e pega uma uva verde também, colocando tudo em uma tábua. Voltamos para a
sala e sentamos no sofá, tomando o vinho e beliscando os petiscos.
Ela me fala sobre a faculdade, fala bastante de sua amiga Bruna e as questões
astrológicas. Pergunta até o meu signo. Ela é engraçada e muito, muito interessante. Sem contar
que é sexy até de camiseta. E ela está tão a vontade aqui comigo. Eu deveria relaxar também,
mas não consigo. Estou me controlando para não avançar sobre ela e devorar sua boca.
Solto a taça vazia sobre a mesa de centro e viro de frente para ela que já está de frente
para mim, com as pernas no sofá.
Falo um pouco da minha vida, mas apenas sobre trabalho e esse tipo de coisa. Mas não
me abro sobre minha vida pessoal. O vinho vai pegando e acabamos rindo mais que o necessário
e as horas vão passando. Já estamos na metade da segunda garrafa. Eu já parei porque se não vou
ter que dormir aqui. Tiro a taça de vinho da mão dela também, pois está rindo sem parar me
contando sua história trágica com o ex namorado.
-Por que será que mantemos um relacionamento que está acabando com a gente? -ela
pergunta, mas percebo que o questionamento foi mais para ela que para mim. -Ele me tratava
muito mal. Até na hora do sexo, sabe?
Opa! Vamos entrar em um assunto delicado para quem bebeu. Não vou contar que levei
guampa para minha chefe. Até podemos estar “amigos” aqui, mas segunda-feira ela será minha
chefe como sempre.
Fico quieto, mas ela me olha como se esperasse uma resposta.
-Vai ver ele era egoísta. -digo sem saber o que dizer ou saber do que ela está exatamente
falando.
-Egoísta? -ela diz exageradamente. -Ele era o próprio egoísmo. Certeza que deve ter me
traído.
-Por que acha isso? -fiquei curioso.
-Vou te contar um segredo. -ela junta as mãos e procura as palavras. -Ele devia procurar
sexo com outras garotas porque eu nunca tive um orgasmo com ele.
Oi? Meu cérebro parou de funcionar neste momento e eu fiquei primitivo de repente.
Tive uma ereção que chega doer, minha respiração acelerou e minha mandíbula contraiu. Só
podia ser mentira que o ex dela não conseguia fazer ela gozar. Uma mulher gostosa como ela. O
cara devia ser muito ruim. Um egoísta do caralho. Sei que tem mulheres com esse problema, mas
duvido que seja o caso dela.
Luiza ainda está falando sem parar e eu encaro sua boca com desejo. Ela para e me
encara não entendendo muito bem. Ficamos presos nos olhos do outro e então, meu instinto
animal de macho, ataca a fêmea a minha frente.
Luiza
Acho que foi o vinho que me deixou ainda mais falante, ou por gostar tanto de Heitor que
me abri finalmente com alguém. Falei mesmo que nunca tive um orgasmo. Mas a reação dele me
deixou confusa e ficamos nos encarando. A atmosfera a nossa volta mudou e ficou densa. Minha
boceta pulsou de novo como toda vez que me encara com seus olhos cor de mel. Minha
respiração acelerou e quando vi, ele se aproximou da minha boca me beijando e me fazendo
deitar no sofá, ficando em cima de mim.
Eu deveria afastá-lo, mas ao invés disso eu solto um gemido e correspondo ao beijo com
volúpia, abraçando-o e abrindo as pernas para que ele se acomode. Então sinto sua ereção
encostar na minha boceta. Ele arqueja e se esfrega em mim. Sua mão entra pela camiseta e
alcança meu seio que está sem sutiã.
Eu solto gemidos e meus dedos se prendem aos cabelos dele que eu tanto acho bonitos.
Estou muito excitada. Heitor está me tomando toda para ele e eu sinto algo diferente. O jeito
possessivo como me beija e me agarra, a língua dele desejosa na minha, as mãos quentes e o pau
duro. Uau!
Mas aí eu lembro que ele é comprometido e o afasto de mim.
-Heitor, não. -digo e ele me olha e se afasta. Além do vinho, tem toda essa tensão sexual
aqui agora.
-Luiza... -ele começa falar e eu o interrompo.
-Desculpa, mas eu não admito traição. -digo.
Heitor
-Desculpa, mas eu não admito traição. -ela diz e eu fico confuso.
-Pensei que tivesse falado que era seu ex namorado.
-Sim. Meu ex namorado. Não tenho ninguém, mas você tem.
A encaro sem entender. Será que ela bebeu tanto assim?
-Eu não tenho ninguém. -digo e ela fica confusa.
-E o Augusto? Não é seu namorado. Não moram juntos?
Nesta hora percebo a confusão.
-Luiza, o Augusto que mora comigo é meu sobrinho, filho do meu irmão.
-Você... -ela não termina a frase e coloca a mão na boca. -Então não é gay?
-Te pareço gay?
-Meu Deus, que vergonha. Confundi tudo. Pensei que era gay porque morava com o
Augusto e...
Luiza fica primeiramente vermelha, depois pálida e eu entendo agora seu comportamento
algumas vezes. Ela deve estar entendendo o meu também.
-Quer um copo de água? -pergunto e ela me olha de novo.
-Não precisa. Ai, droga! Me abri pra você, que vergonha, Heitor.
-Tudo bem, não sou um garoto, Luiza.
Ela reúne os cabelos com as mãos de forma agitada e pega de sobre a mesinha uma
caneta, fazendo um coque. Mal sabe ela que isso a deixa mais sexy ainda. Minha vontade é de
soltar seu cabelo e fazer ela ter um orgasmo na minha boca.
-Você poderia ir embora?
-Só vou quando você estiver melhor.
Ela coloca as mãos no rosto, cobrindo os olhos. Me aproximo e pego suas mãos. Ela me
olha apreensiva.
-Está tudo bem. Já disse que não sou um garoto. Eu entendo você.
-Entende?
-Sim. -digo sorrindo um pouco para amenizar o constrangimento dela. -E se me
permitisse ainda hoje eu faria você ter um orgasmo.
-Não brinque comigo. Não vou virar um desafio pra você. -ela fala contrariada, puxando
as mãos de novo.
-Você sabe que não é disso que estou falando. -digo entredentes, bravo. -Desde que
estamos trabalhando juntos, você sabe e também sente, a atração entre nós tem sido algo quase
papável. Tenho sonhado com o dia que que irei te comer na sua mesa no escritório.
Luiza entreabre os lábios, mas não é de surpresa e sim de tesão pelas minhas palavras.
-Vai embora. -ela murmura e desvia os olhos de mim.
Passo as mãos pelos cabelos, pego o casaco do terno e meus sapatos. Durante este tempo
curto, ela também se levantou e veio até perto de mim.
-Vou avisar a portaria para liberar a garagem pra você sair com o carro.
-Obrigado. -digo e coloco os sapatos. -Até segunda.
-Até. -ela responde e me despeço dela com um beijo de selinho. Ela não esperava e eu
saio com meio sorriso no rosto em direção ao elevador.
Gay. Então ela pensou que eu era gay todo esse tempo. Tenho um acesso de riso no
elevador. E eu achando que ela era despojada. Ela queria ser minha amiguinha e eu querendo
comer ela.
CAPÍTULO 7
Heitor
Ah, por que estou tão sozinho?
Luiza
No domingo eu não conseguia pensar em mais nada além da excitação que Heitor me fez
sentir quando disse que sonha em me comer sobre minha mesa do escritório.
Ele não é gay. Como pude ser tão idiota? Os sinais estavam todos ali, bem na minha
frente. O monumento gosta de mulher. Fico excitada ao lembrar da massagem que ele fez e ainda
viu minha calcinha. E sim, ele teve mesmo uma ereção ao massagear meus pés. Que vergonha ter
dito a ele sobre minha vida sexual. Que chato! Ainda posso culpar o vinho?
Hoje, estou aqui na empresa já trabalhando há mais de trinta minutos. Cheguei antes de
Cristina e de Heitor. Preciso me concentrar para a reunião com o financeiro que teremos as 9h.
Escuto o barulho do elevador parando no andar e vozes conversando. Ignoro e mantenho
os olhos no computador a minha frente. De repente, a porta da minha sala abre e entra Cristina
seguida por Heitor. Ele me olha sobre a cabeça dela. Está num daqueles ternos lindos e caros que
ele costuma usar. Mas o de hoje é de uma cor clara e ele fica igualmente elegante.
-Bom dia! -me diz Cristina, muito animada. -Chegou cedo hoje. -ela me diz meio
assustada. -Já vou trazer seu café. -diz e arruma nossas mesas antes. A minha e a do Heitor.
-Bom dia. -respondo aos dois.
-Bom dia, Luiza. -ele me cumprimenta com sua voz rouca e vai para sua mesa.
-Vou fazer o café e já retorno. -diz Cristina saindo e fechando a porta atrás de si.
Mantenho meus olhos no computador. Estou morrendo de vergonha de meu assistente.
Que burrada.
O silêncio na sala começa ficar constrangedor, mas logo a voz dele preenche todo
ambiente.
-Passei aqui ontem e deixei tudo pronto para a reunião com o financeiro.
-Até mesmo a planilha de orçamento?
-Até.
-Sabe que não precisa fazer isso no domingo, não?
-Não tinha nada melhor para fazer em casa. O Augusto saiu com uma garota e eu fiquei
sobrando. -ele me olha. -Já devolveu a Fifi?
-Devolvi ontem. -digo e levanto me aproximando da mesa dele que me observa. -Heitor,
poderia esquecer o que aconteceu sábado na minha casa? Podemos culpar o vinho?
Heitor levanta detrás de sua mesa e se aproxima de mim, colocando as mãos nos bolsos
da calça.
-Esquecer?
-Sim.
-Impossível. -ele me fala com seus olhos vidrados em mim. Sinto meu sangue ferver e
começo ficar irritada, estreitando os olhos, encarando-o também.
Cristina bate à porta e entra com nossos cafés. Volto a minha mesa bufando com a atitude
de Heitor. Ele deve ser louco mesmo. Deve estar querendo me provar o quanto é hetero. Só pode
ser isso.
Tomo o café e foco no trabalho ignorando o Superman a minha frente. Pouco antes das
9h, subimos para a sala de reuniões, mais calados que de costume.
Heitor
Sentamos a mesa grande de reuniões e logo chegam as pessoas responsáveis pelo setor.
Já percebi o olhar de Luís, o gerente financeiro, pra cima de Luiza. Ele era bastante amigo de
Roberto e pelo que soube está divorciado há meses. Ele é metido a garotão depois que separou e
flerta o tempo todo com as secretárias. Cristina já reclamou dele esses dias.
Um babaca metido a boa pinta, isso sim. Quarentão iludido. Não é homem para Luiza.
Nem você.
Solto um suspiro pesado e impaciente assim que ele entra na sala e Luiza me olha. Não
falamos nada, mas ela já deve ter percebido como ele é galanteador barato. Assim que se
aproxima dela, lhe beija a mão sendo inconveniente e senta próximo. Trinco o maxilar louco pra
socar a cara dele.
Quando a reunião acaba, ele se aproxima de Luiza e lhe convida para almoçar. Eu a olho
fixamente para ver sua resposta.
-Obrigada pelo convite, Luís, mas nem vamos almoçar hoje, não é Heitor?
-Não. Temos muito trabalho. Já vou avisar Cristina para pedir nosso almoço. -digo saindo
e com muita vontade de rir da cara dele. Luiza é esperta, já percebeu o babaca que ele é.
Assim que chego a nossa sala, dispenso Cristina para que vá para seu intervalo. Tiro o
casaco do terno e puxo as mangas da camisa até os cotovelos. Passo as mãos pelos cabelos e fico
olhando as mensagens em meu celular, sentando no sofá da sala.
Luiza entra na sala falando ao celular. Me olha no sofá e eu finjo não perceber que ela me
observa como se me despisse. Hoje ela está com aquela saia justa que me deixa doido. A camisa
preta justa de botões e os cabelos presos em um rabo de cavalo. Ela é jovem, mas seu
profissionalismo vem na frente. Imponente, segura, quase arrogante. O que é bom no meio desse
monte de homens que pensam que são donos do mundo. Roberto não a criou, mas vejo tanta
semelhança que me leva a crer que a genética tem lá sua força.
Ela deixa o celular sobre a mesa e nos olhamos.
-Quer que eu peça mesmo comida? -sorrio ao perguntar.
-Quero sim. Vou ficar aqui trabalhando. Mas você pode ir. Só queria despistar o Luís,
obrigada.
-Certeza que não quer sair? -pergunto me levantando.
-Não quero. -diz e senta a sua mesa.
Luiza
Heitor pede meu almoço e sai para almoçar fora do hospital. Algumas vezes almoçamos
no restaurante que há no térreo, mas hoje quis mesmo fugir de Luís. Já é segunda vez que me
convida para almoçar. Cristina já me falou que ele é galanteador e que se separou há pouco. Um
tipo inconveniente. Bonito, mas inconveniente.
Assim que termino meu almoço, bebo um café na copa e saio a caminho da minha sala
quando escuto o barulho do elevador chegando. Meu coração acelera em expectativa e assim que
se abre, vejo um homem que não conheço, ou não lembro de ter conhecido. Cabelos castanhos
claros, olhos escuros, alto, andar elegante. Ele me olha atentamente e sorri. Está usando uma
roupa de bloco cirúrgico. Deve ser algum médico, não sei.
-Olá. -diz abrindo um sorriso enigmático.
-Oi. -digo me voltando a ele que estende a mão me cumprimentando.
-Ainda não fomos apresentados. -ele diz e aperto a mão dele soltando em seguida. -Eu
estava na Europa e voltei a trabalhar hoje. -me informa. -Sou Fábio Vasconcellos, amigo de seu
pai.
-Prazer, sou Luiza. -respondo sem dizer meu sobrenome, acho isso desnecessário.
-Luiza. -me observa. -Os olhos são idênticos. -diz e se agita um pouco. -Estou te
atrapalhando?
-Não. Acabei de almoçar. Preciso mesmo de um intervalo pequeno. -digo com simpatia. -
Vamos a minha sala.
Ele me acompanha me falando que Roberto foi seu professor anos atrás, quando ele tinha
apenas trinta anos. Fico tentando entender qual a importância de dizer a idade. Na certa me acha
nova demais para estar ali.
Sentado no sofá, me fala que não tirava férias há algum tempo.
-Claro, umas folgas aqui e outras ali, mas férias de mais de quinze dias fazia anos.
Aproveitei para viajar com Aline, minha filha. Nunca havíamos feito uma viagem só nós dois. -
ele me mostra a foto de Aline no celular. Uma adolescente linda. -É filha única, Luiza?
-Sim. -digo devolvendo o celular para ele. -Muito linda a Aline.
-Obrigado. Ela fez treze anos. Por isso a viagem.
Ele não me fala, mas não vejo aliança em seu dedo e ele não mencionou a mãe da garota
em nenhum momento.
-Então, foi uma grande surpresa saber que Roberto era meu pai. -digo terminando de
contar sobre a busca por mim após ele ter morrido.
-O Roberto era um homem excelente. Que pena que não tiveram a oportunidade de se
conhecerem. Quando eu tiver uma oportunidade, quero te contar algumas histórias sobre ele. -diz
e se levanta do sofá. Levanto também e nesta hora a porta da sala se abre e vejo Heitor segurando
uma caixinha dos meus doces preferidos.
-Heitor! -ele abre um sorriso e se aproxima para abraça-lo. Heitor sorri e o abraça
também.
-Como foram as férias?
-Existe férias ruins? -ele fala e riem.
-Vejo que conheceu Luiza. -ele diz e fica mais sério.
-Sim. -ele olha Heitor. -Mesmos olhos, não?
-Sim. -ele diz e baixa o rosto. Ambos com alguma lembrança de Roberto.
Sento a minha mesa e Fábio se despede.
-Eu já estava indo. Terei outra cirurgia daqui há pouco. Mas vamos sair de novo pra
beber qualquer dia desses. Luiza está convidada também. -ele me olha.
-Obrigada. -digo sorrindo.
-Até mais. -diz saindo da sala.
Heitor que estava de pé perto da minha mesa, me olha.
-Você almoçou?
-Sim, obrigada. -digo observando seu semblante.
-Te defendi de um, mas não consegui de outro.
Enrugo a testa com seu comentário. De forma alguma quero que ele pense que é meu
protetor. Era só o que me faltava. Tá certo que antes a culpa foi minha, praticamente o envolvi na
mentira, mas não sou indefesa. Ah, se dona Renata vê isso já surta. Minha mãe é o tipo de
mulher poderosa que não precisa de ninguém. Ela só permitiu o Nelson a cuidar dela assim com
zelo. Ninguém mais.
-Mas o Fábio não me pareceu inconveniente como o Luís.
Ele estreita os olhos para mim e larga a caixa de doces na minha frente. Olho o doce e
olho para ele. Não consigo não abrir um sorriso.
-Pra você. -me diz, sério. Meio bravo, parece.
Levanto da mesa e o abraço dando risada da cara feia dele e feliz pelo doce.
-Obrigada, Heitor. -me afasto e pego um doce, já mordendo e dando outro para ele que
pega e tenta segurar um sorriso, se afastando de mim. -E, Heitor, não precisa me defender, eu sei
bem fazer isso.
Ele senta e me encara como quem duvida disso.
Heitor
Após almoçar, compro os doces que Luiza gosta e volto para nossa sala. Então para
minha surpresa, Fábio está lá, “urubuzando” ela. Bando de homens sem noção. Ele já tinha me
pedido para ser apresentado a ela mais cedo. Sei que eles já ouviram falar da filha linda do
Roberto. Linda, jovem e gostosa.
Como o doce de Luiza mastigando com certa raiva para descontar a frustração que ando
sentindo por estar incomodado com relação a ela. A atração, o tesão e o ciúme. Meu fascínio por
lhe proporcionar um orgasmo. Meu pau não entende que não pode dar sinal de vida no meio do
expediente.
Passamos a semana trabalhando até mais tarde. Eu não quero ir para casa, quero a
companhia dela e isso está me alimentando ao mesmo tempo que me envenena. É sexta feira,
quase nove horas da noite e aqui estamos nós. Ela já me mandou embora umas três vezes. Não
vou!
Ouvimos o elevador abrir e nos olhamos. Logo uma batida a porta e Fábio entra.
-Não acredito que ainda estão aqui. Que sorte a minha.
-Oi. -cumprimenta Luiza, sorrindo. -Estamos terminando e por pouco não pega a porta
trancada.
Ela quis dizer que ele não ia nos encontrar ali, mas o Fábio me olhou com olhar de
malícia. O meu olhar pra ele é de ódio. De qualquer maneira é melhor que ele pense que pode
haver algo entre Luiza e eu do que pensar que pode ficar com ela.
Filho da puta.
-Vim convidar vocês para beber um pouco no pub aqui do lado. Vamos?
-Ótima ideia. Preciso mesmo espairecer. -ela me olha. -Essa semana foi desafiadora.
-Então desliguem esses computadores e vamos.
-Encontro você lá. -ela diz e eu sorrio debochado para ele.
-Combinado. -ele disfarça e sai.
Luiza desliga o computador e pega o celular. Desligo o meu também, observando-a.
-Oi amiga. Vamos naquele pub que tem do lado do hospital?
Acho que ela está chamando a Bruna para ir junto. Ótimo.
CAPÍTULO 8
Luiza
Ah, por que tudo é tão triste?
Heitor
Caralho de boceta gostosa. Lisinha, sem um pelinho, melada de tesão por mim. Com esse
cheiro de fêmea. Preciso me controlar. Seria vergonhoso gozar só de chupar ela.
Caralho, ela é minha chefe.
Então o elevador se abre e nos afastamos rápido. Luiza entra no banheiro e eu vou para
detrás da minha mesa esconder minha ereção.
-Oiii... -diz Bruna entrando na sala.
-Oi, Bruna. -digo sorrindo.
-A Luiza já foi? -ela me pergunta após se afastar do beijo que me deu em cumprimento.
-Ainda não. Está no banheiro.
-Você não vai com a gente? -ela pergunta e senta no sofá.
-Vou mais tarde, preciso terminar algo aqui ainda. -digo ligando o computador de novo e
mexo no celular para disfarçar.
Luiza sai do banheiro e não me olha. Cumprimenta sua amiga e se despedem rapidamente
de mim, praticamente fugindo dos meus olhos. Sinto vontade de rir agora que baixou a
adrenalina. Porém, isso só aumentou ainda mais meu desejo por ela. Acredito eu que da parte
dela também, só espero que não se afaste.
Pego o celular e vou atrás da minha caça.
Luiza
Assim que entro no pub, vejo Fábio e mais duas pessoas com ele que me acena. Ele nos
apresenta Ricardo e Melissa que também trabalham no hospital, ela é médica e ele é enfermeiro.
Ficamos bebendo e conversando. Acho engraçado que cada um que se aproxima de mim foi
amigo do Roberto. Já não sei mais se isso é verdade ou é apenas informação para me
impressionar, já que agora sou a dona de tudo. Tenho conhecido pessoas legais, mas também já
vi alguns puxa saco. Odeio.
Estou de costas para a porta de entrada, não quero nem ver a hora que Heitor chegar.
Caralho, ele estava me chupando na nossa sala. Isso é muito errado e muito excitante. Foi uma
delícia, mas não vou deixar isso se repetir.
Mentirosa.
Peço mais um drink e Fábio dá uma risada e pisca o olho para mim. Poderia pensar que
ele está flertando, mas só está se divertindo com a minha cara mesmo ao pedir um drink seguido
do outro.
Sinto uma presença atrás de mim e os olhos de Bruna sobem a minha cabeça. Certeza que
é Heitor chegando de mansinho.
-O teu gosto ainda está na minha boca. -diz ao meu ouvido e engulo um gole grande da
bebida, tossindo em seguida.
Bruna ri. Já deve imaginar que ele falou alguma sacanagem no meu ouvido. Fábio o
encara e ele cumprimenta os demais.
Ficamos bebendo e conversando. Ricardo é muito divertido, cheio de histórias para
contar. Ele consegue me distrair, mas só um pouco, da excitação entre minhas pernas toda vez
que olho para Heitor e ele está com os olhos em mim. Fábio já notou e ao que parece, ambos me
disputam. Paro de beber e penso que é melhor ir embora.
Bruna se diverte conhecendo meus colegas. Hoje ela está com seus cabelos black power.
Nunca vi tantas ideias naqueles cabelões lindos que ela tem.
Olho as horas no celular e já é quase meia noite. Aviso Bruna que vou ao banheiro e que
depois vou embora.
Entro e faço xixi pensando na loucura que a minha vida virou nesses últimos meses. Sinto
uma leve tonturinha das bebidas, saio do banheiro para lavar as mãos e então o querido do meu
assistente está bem aqui, com um sorriso no rosto. Me aproximo da pia e o olho através do
espelho.
Ele se aproxima de mim por trás e cola nossos corpos.
-Heitor, hoje não podemos culpar nem a bebida.
-Tem razão. -cheira meus cabelos e aperta meus seios.
-Precisamos parar. -digo e ele beija meu pescoço.
-Mas nem começamos. -ele me abraça apertado e gememos.
Nossos olhos se encontram pelo espelho e ele mantém uma mão sobre meus seios e a
outra ele desce pela minha barriga até chegar na minha boceta. Entreabro a boca respirando com
dificuldade. Ele me vira de frente e nos beijamos e abraçamos com desejo, ofegantes.
Percebo que qualquer lugar seria perfeito com ele e que me deixo levar, que não o resisto
quando me toca.
-Te quero tanto, Luiza. -murmura na minha orelha e volta me beijar devagar e com
desejo. Ele me degusta aos poucos. Não estou acostumada com isso. Quero transar com ele, mas
não devo. E cada vez que ficamos juntos assim só aumenta meu desejo.
-Precisamos sair daqui.
-Vou para sua casa hoje. -ele me fala segurando minha mandíbula e me beija duro. -Vou
te comer todinha, te chupar. -me beija.
-Não. -o olho e ele me observa. -Sabe que tenho problemas com orgasmo. Só está
animado por isso. -tento afastá-lo, mas ele me prende.
-Não tem nada a ver com orgasmo. Essa é só uma parte do sexo, Luiza. Uma parte boa,
mas quero todas as partes com você. Não aguento mais esse clima entre nós. -diz e ataca minha
boca de novo, enfiando a língua e me apertando em seus braços.
Estou em ponto de ebulição. Não sei o que é gozar, mas sinto meu corpo cada vez mais
excitado e quente. Estou louca pra sentir ele todo em mim, deixar ele fazer o que quiser.
Vai ser um erro, mas vai ser o melhor erro da minha vida.
-Vamos embora. -digo e o afasto ajeitando a roupa. Saio do banheiro e vejo duas garotas
na fila, esperando para entrar. Heitor sai logo atrás de mim e elas ficam rindo e na certa sabem o
que aconteceu lá dentro. Ou melhor, o que quase aconteceu.
-Eu já vou. -digo ao grupo assim que retorno.
-Deixa que eu te levo, bebeu demais. -diz Fábio se levantando.
-Ela vai comigo. -diz Heitor com o maxilar trincado e com uma cara de poucos amigos
para ele.
Fábio me olha.
-Tem certeza?
-Tudo bem, a Bruna vai comigo também. -digo disfarçando muito mal.
Heitor me acompanha e saímos os três até o estacionamento do hospital, onde estão
nossos carros.
CAPÍTULO 9
Heitor
Ah, a beleza que existe
Heitor
Me sinto o homem mais satisfeito do mundo no momento. Talvez seja mesmo ego, talvez
seja experiência ou até mesmo o óbvio, pois Luiza nunca me pareceu uma mulher frígida, muito
pelo contrário, é libidinosa. E ser o primeiro a lhe proporcionar tal evento, me faz querer ter ela
pra mim. Sei que é um pensamento passageiro, pois eu não me envolvo mais sentimentalmente
com ninguém. Bastou uma vez para que eu nunca mais caísse nessa de relacionamento. Eu não.
Viro para o lado dela depois de tirar a camisinha.
-Você gozou. Eu tinha certeza que você não tinha problemas.
-Meio cedo para dizer isso. Talvez eu nunca mais goze de novo.
-Não, Luiza. Você encontrou o seu caminho.
Ela me beija sorrindo. Está feliz como estou.
-Obrigada. -ela fala e rimos.
-Isso tem um preço. -digo malicioso.
-Que preço? -ela pergunta engolindo em seco.
-Te comer o final de semana inteiro.
-Não devemos, Heitor. Isso está errado.
-Só o final de semana. Depois seguimos como antes. Somos adultos, Luiza, vamos
separar as coisas.
-Eu não sei.
-Deixa, vai. -falo olhando sua boca. -Quero te comer mais, te chupar mais, quero que
goze mais.
Ela não diz nada, mas sua cara deve ser reflexo da minha. Desejo. Então ela se aproxima
me beijando e ficando sobre mim. Ao que se parece, teremos um final de semana bem quente e
só na cama.
Luiza, depois de me beijar provocante, desliza a boca pelo meu corpo e me beija e lambe
até chegar no meu pau, já duro, esperando por ela, por sua boca gostosa. E ela o toma lambendo
devagar, se controlando. Coloco as mãos debaixo da cabeça e a observo com meu pau na boca.
Caralho, que visão.
-Não quero que se controle comigo. Nunca se controle comigo, Luiza. Faça o que quiser,
gostosa. O que tiver vontade. -digo e ela acelera a chupada me fazendo arquejar. Ela é dedicada e
se contorce de prazer ao me chupar. Adoro mulher assim, entregue. Ela estava contida até com
seus gemidos antes. Eu não sei o que o bundão do ex dela fez, mas o cara devia ser muito ruim
de cama.
Alcanço a camisinha perto da luminária e coloco. Luiza vira de quatro e me olha,
esperando que me aproxime dela. Meu coração esmurra meu peito bombeando sangue, me
deixando excitado de tanta adrenalina.
Beijo sua bunda e dou uma lambida na sua boceta por trás, fazendo-a gemer em surpresa.
Ela abre mais as pernas e deita a cabeça no colchão ficando toda exposta pra mim. Minha língua
massageia seu sexo todo, logo subindo para a bunda de novo e a penetro segurando sua cintura,
estocando devagar, mas logo acelero incentivado pelo movimento do quadril de Luiza que me
busca mais acelerado. Gememos sem parar, meus dedos alcançam seu clitóris e fico
massageando.
De repente, sento na cama com ela junto, de costas e meu pau sai. Abraço Luiza
encaixando-a de novo, mas não nos movimentamos. Beijo sua nuca lambendo sua orelha e
apertando seus seios. Logo meus dedos deslizam por sua pele chegando no clitóris. Fico
massageando, com meu pau dentro dela que vira o rosto buscando minha boca e nos beijamos
atrapalhados, gementes e cheios de prazer.
Ela coloca as mãos em minhas coxas enquanto massageio seu clitóris.
-Tem a boceta tão quente, Luiza. -digo perto de seus lábios.
-É gostosa? -ela pergunta entrando no meu jogo. Me dando um selinho na boca.
-Muito gostosa. -digo não aliviando os dedos macios nela que geme e mal consegue
manter os olhos abertos. -E o meu pau?
-É gostoso.
-Sabe que não vou embora.
-Fica. -pede melosa e meu pau pulsa. Sua língua encosta na minha, mas não nos
beijamos.
-Vai gozar no meu pau um montão de vezes. -digo e subo uma das mãos colocando meu
polegar na boca dela que chupa. -Vou te comer devagar e forte também.
Ela geme sem parar com meu dedo na boca, chupando, meu pau na sua boceta e meus
dedos massageando seu clitóris num movimento contínuo e então ela se agita e estremece em
mim, contraindo a vagina com meu pau dentro que pulsa. Nos agarramos gementes e gozamos
juntos. Meus olhos nublam do tesão que ela me proporciona.
Sou um homem de quase quarenta anos, não me deslumbro com sexo bom. Mas Luiza foi
uma surpresa e tanto. Fazer ela gozar é inebriante. Seu descontrole é lindo. Ver ela gozando com
a boca aberta e gemendo é meu esporte favorito agora.
Tomamos um banho, comemos algo que Luiza fez, improvisado e deitamos. E como sei
que a terei apenas neste final de semana, não vou perder tempo. A quero de novo.
Luiza geme meu nome enquanto estoco meu pau fundo na boceta dela que está deitada de
pernas abertas comigo ali, saboreando-a. Meus lábios deixam seu pescoço e alcançam sua boca
de forma faminta, beijando-a profundo.
Luiza pegou o jeito que seu corpo gosta do sexo e como alcança o orgasmo. E pelo jeito
ela gosta de algo bruto como eu. Estoco mais algumas vezes, batendo a pelve na dela, sobre seu
clitóris e ela me puxa pela bunda, gozando, me buscando para beijar.
Vai ser um final de semana bem gostoso. Comendo a minha chefe. Não vou pensar nisso
agora. Não há o que pensar. Somos dois adultos desfrutando de um sexo gostoso.
Estoco mais alguns minutos e me derramo gozando e tombando sobre ela que acaricia
meus cabelos.
Boceta gostosa. Não posso viciar.
Já está.
Deixo o pensamento inoportuno e deito ao lado de Luiza, tiro a camisinha jogando-a no
chão e a busco para dormir abraçado nela, sentindo seu cheiro.
CAPÍTULO 10
Luiza
A beleza que não é só minha
Heitor
Adoro sentir Luiza gozar. Na minha boca é delirante e no meu pau é uma tortura
maravilhosa, me aperta com força. Beijo ela fodendo sua boca com minha língua, bruto, duro.
Minhas mãos seguram sua bunda e eu movo seu quadril ao meu, fodendo-a bem forte depois que
gozou. Ela é muito gostosa e geme bem putinha. Arranha minhas costas, mantém a boca aberta e
os olhos pesados.
Estoco cada vez mais rápido e ela parece gostar. Então puxo seu quadril me afundando na
sua boceta e gozando que nem animal. Selvagem, forte, arquejando na boca dela que veio me
beijar com carinho. Ela tem delicadeza e eu brutalidade e essa combinação é perfeita.
-Gostou de gozar no banho? -pergunto assim que ela desce por meu corpo.
-São tantas primeiras vezes com você. -diz e baixa a cabeça, sorrindo. Tentando esconder
a felicidade.
Toco seu queixo e levanto seu rosto até nossos olhos se encontrarem.
-Você é maravilhosa, Luiza. Linda, gostosa pra caralho. Se alguém algum dia te disse o
contrário é mentira. Fico louco de tesão com teus gemidos e quando goza sinto a maior
felicidade por ver a mulher linda que você é, se entregando sem reservas. -ela me abraça
constrangida, fugindo dos meus olhos. -Hei... -a faço me olhar de novo. -Não pense em quem
somos no trabalho. Agora somos apenas homem e mulher.
Ela me beija e escutamos seu celular tocando.
Luiza
Atendo ao telefone e depois tomamos café da manhã. Não tenho muita coisa em casa, por
isso teremos de fazer supermercado. Juntos.
-Certeza que quer mesmo ficar? -pergunto a Heitor enquanto tomamos café.
-Absoluta. Foi nosso combinado, Luiza. O final de semana inteiro.
-Depois vida que segue. -finalizo.
-O depois a gente vê. -diz procurando sobre a mesa algo para colocar na torradinha. -
Vamos fazer supermercado, então.
-Preciso pegar a Fifi na minha mãe também, ela vai sair esse final de semana.
-Guarda compartilhada, né? -diz e rimos. -Sem problemas. Não quero te atrapalhar, mas
não vou embora. Depois ou antes de pegar a Fifi, preciso passar no meu apartamento, pegar
roupa e falar com Augusto.
-Então fazemos assim, resolvo minhas coisas agora de manhã e você também. Depois
volta aqui no final da tarde.
Ele me olha paralisado.
-Mal nos casamos e já está assim, mulher. -me diz divertido, pegando minha mão.
-Quero o divórcio. -digo gargalhando do jeito dele.
-Eu te quero o final de semana todo. É o meu preço, Luiza. Vamos ter que fazer juntos
todas essas atividades, inclusive muito sexo também.
Engulo em seco e meu ventre tremula. Parece que acabei de perder a virgindade. Resolvo
baixar a guarda e entrar na brincadeira.
É uma loucura, eu sei. Mas quem se importa? Eu não sou de aquário? Lembro de Bruna,
preciso avisar ela que não teremos nossa tradicional noite das meninas. Ultimamente essas noites
não tem acontecido por causa dela. Então, essa é minha vez.
Heitor
Entro no meu quarto, troco de roupa e arrumo uma mochila com coisas básicas para ficar
o final de semana com Luiza. Sei que estou sendo irresponsável fazendo essa loucura, mas meu
pau está irredutível, quer ficar com ela, quer comer ela mais vezes. Pareço um moleque tarado.
Como se mulher fosse algo difícil pra mim. Não é, mas quero mais dela, desfrutar dessa química
que temos.
Gostosa.
Se Roberto fosse vivo e soubesse o que ando fazendo com a filha dele, me mataria. Eu
acho. Dou de ombros. Estamos só curtindo. É só sexo e nada mais. Estamos curtindo o que
causamos um no outro, aplacando o tesão até ele acabar. Vamos foder até estarmos extasiados e
aí as coisas ficam normais de novo no trabalho. Vai ser até melhor, estava ficando obcecado por
ela já.
Assim que volto a sala, vejo Augusto e Luiza jogando vídeo game juntos. Fico paralisado
por um momento. Eles riem e ela sabe o que está fazendo. Inclusive está ganhando dele e rindo
muito disso.
Me aproximo limpando a garganta para me escutarem, mas por causa do som da tv, mais
as risadas deles, não me escutam. Me aproximo mais e Augusto me olha.
-Cara, acredita que a Luiza está me ganhando aqui? -me fala parecendo um menino de
dez anos.
Ela me olha e pisca o olho.
-Ele disse que ganha de você no Street Fighter e no Mortal Kombat.
-Ando meio enferrujado. -digo parecendo um velho. -Trabalho demais, não tenho tempo
para jogos. -encaro Luiza que morde o lábio e vira o rosto fugindo de mim.
-Foi um prazer ganhar de você, Augusto. Mas temos que ir.
-Vai ficar fora o final de semana? -me pergunta Augusto, largando o controle do jogo e
levantando.
-Volto amanhã no final da tarde.
Ele olha de mim para Luiza e dá um sorrisinho malicioso que me dá vontade de quebrar a
cara dele.
-Beleza, então.
-Vamos, Luiza? – a convido me aproximando da porta para sairmos. Ela se despede de
Augusto e descemos.
Na casa da mãe dela, Luiza entra com a cópia da chave e pega a cachorrinha. Sua mãe
não está em casa.
Ela entra no carro e Fifi pula no meu colo me surpreendendo. Rimos e ela volta para o
colo de Luiza. Faço um carinho em sua cabecinha enquanto ela manda um áudio para a mãe
avisando que já está com a Fifi.
-Supermercado? -pergunto antes de arrancar o carro.
-Sim.
No supermercado, Luiza fica com Fifi no colo por ser pequena e vamos colocando no
carrinho coisas para o final de semana e ela pega algumas coisas que precisa. Ficamos um bom
tempo escolhendo um vinho para bebermos a noite. Discutindo qual o melhor. No corredor onde
tinha leite condensado, peguei um, pois quando me disse que gosta de comer beijinho eu tive
várias ideias para fazer com ela nua. Peguei mais camisinhas e fomos para o caixa.
Foi interessante fazer essas coisas com Luiza. Ela é leve, deixa tudo divertido e eu curto
muito isso. Gosto de paz e ela me faz sentir isso.
Na hora de pagar não queria me deixar pagar, então quis dividir, mas eu não permiti.
Paguei a compra mesmo sob protestos.
Voltamos para o prédio dela. Estacionei e antes de sair do carro, virei para ela e a beijei.
Luiza
Eu jamais imaginei que ia gostar tanto do sobrinho do Heitor. Competitivo como eu no
game, super divertido ele. E a reação da Fifi indo para o colo dele? Cachorro sabe quando é bem-
vindo. Heitor é divertido, pensei que fosse achar chato ir ao supermercado comigo, mas quando
vi estávamos lendo rótulos de shampoo, maliciando com leite condensado e brigando para pagar
a conta.
Foi interessante fazer essas coisas com ele. Meu assistente é um homem legal. Aliás, ali
comigo, não é meu assistente.
Caralho, preciso separar o assistente deste gostoso que me fez gozar.
Meu coração acelera ao lembrar da sensação. Perdida nas lembranças do sexo no banho,
ele estaciona na minha garagem. Até que não seria estranho namorar.
Ops!
Quando vou me corrigir do pensamento, Heitor se aproxima e me beija. Surpresa e
excitada, correspondo fazendo um carinho na barba dele que segura meu punho e aprofunda o
beijo. Amoleço e solto um gemido baixinho mordendo o lábio dele que vira o rosto e beija a
palma da minha mão me causando uma sensação quente no meio das pernas. Me encara. Sua
boca desliza por meu punho e ofego com as sensações dos seus lábios ali. Então se aproxima e
me beija na boca de novo.
Só sei de uma coisa. Vou aproveitar esse final de semana com ele.
CAPÍTULO 11
Luiza
Que também passa sozinha
eitor fez os bifes que compramos para almoçar enquanto fiz uma salada
H mista com alface, tomates secos, cogumelos e queijo. Comemos, coloquei a louça
na máquina e fomos para o sofá com a Fifi atrapalhando nossos amassos.
Heitor deita com a cabeça no meu colo e fico passando os dedos nos
cabelos dele. Está de camiseta e bermuda. Bem despojado, bem diferente de como se veste no
trabalho. Lindo de qualquer forma. Fifi nos deixou e foi para a sacada fazer sua fofoca canina
diária.
-Heitor, por que Augusto mora com você?
Ele me olha e vira de lado enquanto ainda acaricio seus cabelos. Heitor coloca a mão
dentro do meu vestido, acariciando minha coxa enquanto fala. Nem imaginando o que esse
carinho faz comigo.
-Ele está estudando e trabalhando e aqui comigo ele fica melhor para fazer isso. Vai se
formar piloto, agora falta pouco. Meu irmão, pai dele, mora na Alemanha e a mãe dele mora em
Santa Catarina. São separados.
-Vocês se dão bem?
-Sim. Ele é um cara tranquilo.
-Achei ele bem parecido com você.
-Mesmo? -ele sorri. -Quem é o mais bonito?
-Ele, lógico, seu convencido. -digo para implicar com ele e seu ego.
Heitor vira, me puxa e me prende embaixo dele no sofá. Seu corpo cobre todo o meu e
ofego.
-Pensei que fosse boa em luta. -ele me diz, provocante, segurando meus braços acima da
minha cabeça.
-Só no game mesmo. -sorrio e abro as pernas para deixa-lo entre elas. -Mas sei jogar sujo
quando quero.
-Mesmo? -ele encara minha boca e contrai o quadril no meu. Sinto sua ereção. -Sem
regras?
A pergunta me excita. Se eu disser sem regras corro o risco de ser surpreendida e não sei
o que esperar desse homem. Ele é mais velho e já me mostrou que sabe o que está fazendo.
-Sem regras. -digo e ele contrai a mandíbula. Estamos com os lábios muito próximos,
mas não nos beijamos e a expectativa está me deixando aflita e louca para atacar a boca dele,
mas não vou. Jogo sujo mesmo.
-Me surpreenda. -ele fala e sinto minha pulsação aumentar, o coração batendo na
garganta.
Tenho uma ideia. Me movo debaixo dele querendo sair e ele me libera. Não saio do sofá,
apenas me afasto dele e tiro minha calcinha. Heitor não desvia os olhos de meus movimentos.
Subo o vestido e abro as pernas expondo meu sexo para ele ver. O encaro e ele baixa os olhos
para minha boceta que está molhada. Nem sei como tive coragem de fazer isso, mas como sou
competitiva, entrei no jogo para ganhar. E vou jogar sujo se for preciso.
Ambos estamos com a respiração acelerada e com cara de quem quer transar. Heitor se
aproxima apoiado nos cotovelos e fala próximo a minha boceta, me olhando:
-Já perdi. -diz e me lambe arrastando minha lubrificação, misturando-a com sua saliva
quente.
-Ahh... -solto um gemido ao sentir sua língua de novo. Fico com os olhos pesados
observando tudo que a boca dele faz na minha boceta. Seus lábios beijam, sua língua esfrega
meu clitóris e com a boca toda ele me toma. Permaneço sem me mover, deixando que ele me
chupe como quiser, até que se satisfaça.
Perdemos a noção do tempo. Somente nossos barulhos dos gemidos e das chupadas
molhadas.
-Heitor... -digo gemente.
-Adoro te chupar. -ele fala e introduz dois dedos em mim.
-É gostoso... -falo em um fio de voz.
Heitor se afasta e senta no sofá.
-Fica peladinha pra mim. -pede com os olhos embriagados de desejo. Tiro o vestido e
fico de pé em sua frente. Ele me puxa pelo quadril e volta me chupar eu estando de pé. Seguro
sua cabeça rebolando na boca dele que leva as mãos até minhas nádegas e as aperta arquejando.
Coloco um pé sobre o sofá ficando mais aberta pra ele que me chupa mais forte, sugando meu
clitóris. Sinto que isso acelerou minha vontade de gozar. Jogo a cabeça para trás e seguro sua
cabeça gozando, me empurrando e ele apertando minha bunda.
Totalmente sem forças, caio sobre o colo dele que ainda está vestido. Heitor me abraça
fazendo um carinho nas costas. Deito a cabeça no ombro dele e fecho os olhos. Cheiro seu
pescoço e subo por ele distribuindo beijinhos até chegar no queixo. O olho e ele me vê. Aqueles
olhos amarelos vidrados em mim, brilhantes. Seguro seu rosto entre as mãos e o beijo. Parece um
beijo de agradecimento e é. Por ter me feito gozar. Por ter me ajudado a virar essa chave na
minha cabeça, no meu corpo.
Beijo ele demoradamente, atacando sua boca na minha, empurrando minha língua na sua,
sentindo ele duro embaixo de mim, seus dedos apertando minha cintura, deixando que eu o tome
forte. Alcanço uma camisinha que estava perto e abro. Lhe entrego e puxo sua bermuda e cueca
junto, com pressa. Quero ele logo dentro de mim, estou gemente e trêmula, pronta para mais
dele, pronta para satisfazer ele também. Puxo sua camiseta assim que seu pau está com a
camisinha e subo nele. Me encaixo e é perfeito. Sorrio deslizando devagar e o olho. Heitor
parece fascinado. Nossos olhos se prendem e me movimento quicando nele, gemendo, sorrindo,
sentindo seu pênis pulsar. Minhas mãos estão apoiadas nos ombros dele e ele toca meus seios.
Gememos aos lábios do outro, sentindo nossas respirações quentes no rosto.
Ele me ajuda com os movimentos, sem desprender os olhos dos meus. Nos movemos sem
parar. De forma rítmica e meu corpo me avisa que o orgasmo está se aproximando.
-Vou gozar...de novo. -sussurro em seus lábios e o abraço e beijo sua boca, nos
aproximando, juntinhos. Heitor me aperta em seu corpo e segura meus cabelos com uma das
mãos, puxando, me beijando profundo, gemendo e gozando comigo. Ambos beijando, gemendo
e remexendo nossos sexos unidos até que tudo vai se acalmando aos poucos, bem devagar.
-Caralho. -ele murmura.
-Isso foi muito bom. -digo, olhando-o.
-Eu sei. -ele diz e parece querer dizer mais alguma coisa, mas não fala. Ajeita meus
cabelos para trás dos ombros, beija meu pescoço me fazendo arrepiar e deito nele, soltando meu
peso em seus braços. Ficamos aninhados um tempo assim. Fecho os olhos e fico sentindo seu
perfume, seu cheiro gostoso de homem.
Heitor
Luiza me dá um tesão que parece que mesmo gozando não passa. Adoro sexo e ela
também parece gostar. Nossa química é muito boa. Gozei pra caralho. Pensei até que a camisinha
tivesse estourado, mas não. Só ficou cheia da minha porra.
Não sei se por ter aprendido a gozar, mas ela está insaciável. Do jeito que eu gosto. Topa
tudo. Comi ela até na sacada, no escuro. Sentou no meu colo sem calcinha, de costas para mim,
como se nada estivesse acontecendo, vestida apenas com um vestido curto. Fodi ela na bancada
da cozinha. Daí comi ela forte, chupando seus seios com vontade. No banho de novo. Mas desta
vez me chupou até eu gozar nos seus seios, derramando tudo.
Agora já são duas da manhã e estou entre as pernas dela, fazendo um sexo mais devagar,
preguiçoso, gostoso enquanto nos beijamos sem parar. Sinto as pernas dela na minha cintura me
apertando. A olho. Ela gemendo embaixo de mim, com olhar de prazer, cabelos esparramados na
cama.
-Me come de quatro. -ela me pede melosa.
Me afasto e ela vira a bunda na minha direção. Meu pau pulsa assim que vê seu cuzinho.
Deslizo as mãos por sua bunda redonda enquanto entro nela e assim que vou até o fundo,
acaricio seu cuzinho e ela contrai.
-Me dá? -pergunto tocando ali. Estoco mais uma vez devagar e acelero um pouco. -Quero
comer teu cuzinho.
-Não. Nunca fiz. -diz gemente, mas percebo que isso a animou, pois apertou meu pau e
acelerou contra ele.
-Vou comer ele um dia. -digo e estoco forte em sua boceta, sem dar alívio, várias vezes.
Toco seu clitóris e ela goza rápido me descontrolando. Gozo em seguida, tombando sobre ela,
dentro dela.
-Vou comer teu cuzinho, gostosa. -falo em tom de aviso, em seu ouvido. -Não hoje, mas
vou. -digo e movo meu pau ainda dentro dela que solta espasmos pelo corpo, ainda sensível.
Dormimos assim, abraçados, extasiados, mas só por pouco tempo. Assim que acordar,
vou comer ela de novo. Ficamos de conchinha, nus e eu sentindo o perfume dos seus cabelos.
Luiza
Me mexo na cama e sinto Heitor todo enroscado em mim. Viro para seu lado e ele se
afasta um pouquinho, ainda dormindo. Está escuro, mas vejo seu perfil lindo mesmo com a
pouca iluminação. Ele ronca baixinho nesta posição, mas nada que atrapalhe de eu pegar no sono
de novo. O que me faz ficar acordada não é isso, e sim, o quanto gostei de transar com ele.
Lógico, ele me fez gozar, mas não foi só isso. E eu nem sei dizer o que é exatamente.
Mas de qualquer forma, amanhã isso acabará. Somente o final de semana.
Nesta hora sinto a Fifi subir na cama e se aninhar pertinho de mim. Acaricio ela e em
minutos durmo de novo.
CAPÍTULO 12
Heitor
Ah, se ela soubesse que quando ela passa
Luiza
Heitor me beija com desejo, suas mãos me tocando, morde meu lábio e me olha. Seus
olhos amarelos me tonteiam, nossas respirações aceleradas e esse olhar. Me derreto. Que homem
lindo.
Ele senta no meio da cama e subo nele, montando, deslizando por seu pau. Ficamos
juntinhos, de frente. Primeiramente só abraçados, nos beijando. Me sinto preenchida, minha
boceta pulsa e o aperta. Ele geme por isso, sua boca desliza por meu pescoço e alcança um seio,
chupando. Me movo sentindo-o todo dentro enquanto chupa meu seio e depois o outro. A
sensação é muito excitante. Ele aperta um dos mamilos nos dentes e sinto um choque no clitóris.
-Faz de novo. -peço baixinho.
-Só se gemer mais alto. -ele pede me olhando. Então me deita na cama ficando em cima
de mim. Estoca me encarando. Mal consigo deixar os olhos abertos e começo gemer como
ambos gostamos. Mais alto. Ele toma meu seio na boca de novo e morde levinho como fez antes.
-Heitor... -digo sentindo de novo um impulso no clitóris. Ele faz de novo com um pouco
mais de pressão e eu seguro sua cabeça nos meus seios me contorcendo debaixo dele. Ele passa
de um seio para o outro dando essas mordidas e chupando enquanto entra e quase sai de mim, me
penetrando firme e profundo. Esfomeado pelo meu corpo.
Meus gemidos são nosso combustível e eu gozo convulsionando meu corpo debaixo dele
que prende um mamilo com os dentes e o quadril no meu.
Puxo a cabeça de Heitor e o beijo.
-Que boca gostosa, Heitor. -digo sem pudor, sem lembrar que amanhã estaremos
trabalhando juntos. Saio debaixo dele e viramos. Eu ficando em cima dele. Beijo seu peito e
abdômen e sento nele que parece com pressa disso. Apoio as mãos ao lado de sua cabeça e me
movimento subindo e descendo, quicando em seu pênis ereto. Olhamos nossos sexos unidos e eu
acelero com a visão, gemendo alto, deixando-o bruto. Heitor segura meu quadril com as mãos e
acelera o movimento vindo de encontro, estocando forte e rápido. Fico imobilizada apenas
sentindo ele vir cada vez mais rápido dentro de mim. Meu clitóris é atingido a cada movimento e
começo sentir que vou gozar. Ele mantém o ritmo, todo vermelho, mandíbula contraída, olha
nossos sexos e me olha. Eu gemendo putinha.
-Vamos gozar junto. -ele fala e eu só fecho os olhos, erguendo a cabeça para trás sentindo
meu clitóris sendo massacrado da forma mais gostosa e então eu tombo sobre ele, gozando e
gemendo alto. Heitor arqueja e comprime nossos quadris gozando também. Sinto o pau dele
pulsando em jatos dentro de mim. Meus cabelos estão uma bagunça. Procuro sua boca que vem
de encontro a minha também e nos beijamos até nossos corpos pararem de gozar. Pararem de
tremular. Até o fim.
Ficamos assim por um bom tempo. Ele ainda dentro de mim, eu deitada em seu peito,
com a cabeça em seu pescoço e ele acariciando minhas costas e cabelos.
Heitor
Luiza é muito carinhosa. Parece uma gatinha aninhada em mim. Ela relaxou tanto que
pegou no sono. Não consigo parar de acariciar sua cabeça, seus cabelos. Meu coração erra uma
batida. Preciso ir logo embora.
Fugir, né?
Ela parece bem resolvida. Apesar de ter tido um namorado trouxa. Ou está só animada
com o sexo que tivemos. Assim como eu. Animado com o sexo.
No almoço, quis fazer para nós um risoto de limão siciliano e amêndoas. Ela anotou a
receita e o passo a passo. Ficou na volta vendo como faz e me beijando a todo momento. No
rosto, ombro, boca. Onde alcançava ela beijava.
Gostosa.
A tarde deitamos na chaise na sacada e enquanto fazíamos carinho um no outro, com as
pernas enroscadas, falei um pouco de Roberto, o que ela me perguntava, estava curiosa. Então,
quis saber sobre ela também.
-E para você, como foi saber que tinha outro pai? -ela suspira longamente. -Se não quiser
falar, tudo bem.
-Foi um choque, sabe? -ela me olha. -Não por minha mãe ter escondido isso de nós, eu
até entendo os motivos dela. Foi um deslize. Traiu sim meu pai, mas amava ele. Foi algo
impensado, se deixou levar. Mas porque era algo importante pra mim. Era minha história.
-Não julgo sua mãe, não me entenda mal. Mas quem ama trai?
Ela remexe e se afasta um pouco de mim, sentando sobre as pernas.
-Já me fiz essa pergunta também. Eu sempre pensei que não, mas não tenho como saber
de fato. Nunca amei ninguém. Pensei ter amado, mas não amei. -Acaricio o braço dela. -Somos
sujeitos a cometer erros e existe o perdão. O que não foi o caso deles, pois minha mãe não
contou a verdade. Acredito que não deve ter sido fácil para ela. Enfim, é complicado. Eu procuro
não julgar ela. Mas queria que essa verdade tivesse vindo dela e não de um advogado, sabe? Me
senti, de certa forma, traída também.
-Você nunca traiu o seu ex? -pergunto sem filtro e me arrependo na hora. Estou entrando
em um campo que não queria entrar. Ela vai me devolver a pergunta.
Merda. Pra que eu quero saber isso?
-Nunca. Mas ele me traiu. Não tenho provas disso, mas sabe quando sentimos?
-Não. -digo me achando um burro. Eu deveria ter percebido?
-O Cesar estava sempre com desculpas para chegar atrasado ou não aparecer, depois eu
via fotos dele nas redes sociais dos seus amigos em alguma festa. Sempre tinham garotas junto e
como nosso sexo não era bom, acho que eu não o satisfazia. -diz e ruboriza.
-Sabe que não é assim que funciona, né?
-Mas foi assim que funcionou entre nós.
-Babaca ele. -digo. E não querendo alongar o assunto, olho no relógio. -Preciso ir, já são
três da tarde.
Luiza fica quieta, mas sei que quer falar algo. Ela baixa a cabeça.
-Está tudo bem? -pergunto sentando.
-Espero que sim. -ela diz e olha para outro lado.
-Que foi?
-Não quero mesmo que isso estrague nosso convívio no trabalho. Que você não me
julgue por termos ficado juntos.
-Não existem apenas babacas no mundo. -digo me referindo ao moleque com quem ela
conviveu e que deixou essas marcas nela.
E que marcas Amanda deixou em você?
-Tem razão. Me digo isso quase todos os dias. Mas sei também que algumas mentiras nas
quais acreditei são difíceis de serem quebradas.
Toco o rosto dela e a beijo com carinho. Sinto sua língua molhada e doce. Sua mão
pequena na minha nuca, passando as unhas em meus cabelos. Ela me abraça e sobe para o meu
colo.
Não vou embora hoje.
Levanto com ela nos braços e a levo para a sala, deitando-a no sofá. Perto vejo que tem
camisinha. Então fico sobre seu corpo. Sorrio e beijo seu pescoço, subindo de novo e beijando
sua boca. Luiza já está com a respiração alterada e eu gosto disso. Excitada. Faço tudo devagar
neste momento, sabendo que nosso final de semana está chegando ao fim e com ele isso tudo que
vivemos. Melhor assim. Não arriscaríamos nosso convívio na empresa. Não daria certo.
Deslizo por seu corpo, subindo sua blusa e expondo seus seios. Chupo um e depois o
outro, vendo-a amolecer embaixo de mim enquanto empurra sua boceta no meu corpo que desce
mais um pouco e sobe sua saia jeans curta. Tão jovem assim, nem parece a empresária vestida
toda formal no trabalho. As duas versões me enchem de tesão.
Porque é ela.
Afasto sua calcinha fio dental e dou uma lambida grande em sua boceta. Luiza geme e
fecha os olhos. Beijo seus lábios vaginais como se fosse sua boca, enfiando a língua e mordendo.
Ela abre as pernas bem putinha como eu gosto, se oferecendo para que eu a encha de prazer.
Enfio minha língua em sua abertura fazendo uma penetração até onde alcanço.
-Que gostoso. -ela diz e ergue o quadril. Repito algumas vezes, puxando-a para mim e
volto para o clitóris. São tantas terminações nervosas nessa região e quero explorar todas. Seguro
seu clitóris entre os lábios e aperto um pouco, olhando-a. Adoro ver suas reações. Luiza abre a
boca e seu peito sobe e desce em agonia. Meu pau fica duro na cueca então tiro ele para fora,
mas sem tirar minha roupa. Me masturbo um pouco enquanto a chupo e sinto uma vontade
insana de comer ela sem camisinha, de sentir a quentura de sua boceta, a maciez. Lembro do
cuzinho. São tantas coisas que gostaria de fazer com ela.
Luiza se apoia nos cotovelos e nos encaramos. Chupo seus seios e depois a beijo. Ela se
afasta e desce para o chão, puxa minha bermuda e cueca e pega meu pau na mão. Me masturba
um pouco enquanto me olha com aquele olho azul lindo, a boca entreaberta respirando rápido.
Então ela levanta indo até a cozinha, tirando a blusa e pega algo do armário, fazendo barulhos.
Espero ela em expectativa. Ela se aproxima com a caixa de leite consensado aberta.
Sorrimos. Ela derrama um pouco no meu pau e o coloca na boca, lambendo e aprofundando,
colocando cada vez mais e eu seguro para não encher ela de porra. Poderia me acostumar com
essa visão. Luiza aos meus pés me chupando gostoso.
E eu que tinha pensado em putaria com esse doce. Ela derrama mais e me chupa mais.
Cada vez mais gulosa. Apoio as costas no sofá e a deixo no controle do meu tesão. Colocando o
doce e me chupando cada vez mais, apertando suas coxas, excitada. Movimento meu quadril me
empurrando na boca dela que engole meu pau cada vez mais fundo, com os olhos pesados e
estou a ponto de gozar.
Arquejo descontrolado, tiro meu pau da boca dela, puxando-a para beijar e gozo em seus
seios. Luiza geme e o pega nas mãos movimentando-o devagar até que eu me derrame todo. E
então ela o coloca na boca de novo, chupando mais um pouquinho, toda suja de porra que
escorre por seus seios e barriga.
-Muito gostosa. -digo aos seus lábios e a afasto, deitando-a no tapete. Subo mais a saia,
tiro sua calcinha e derramo leite condensado na boceta dela, chupando-a também. Chupando
forte, lambendo tudo, num ritmo alucinado.
Luiza geme alto como gosto. Me aproximo de sua boca e a beijo de forma bagunçada,
dura, sexual.
-Geme bem putinha -digo segurando sua mandíbula e volto chupar sua boceta,
friccionando com a língua seu clitóris.
Ela geme alto sem parar, com as pernas tensas e a boca aberta. Suas mãos espalham meu
sêmen nos seios e ela contorce de prazer. Estou fodendo-a como eu gosto e ela deixa. Gosta
também. Minha língua sente o clitóris dela durinho, vai gozar logo. Esfrego cada vez mais rápido
minha língua e sinto Luiza me apertar com as pernas, segurando minha cabeça.
-Boceta gostosa. -digo e ela abre as pernas de novo. Subo até sua boca mais uma vez e a
beijo. Nesta hora, meu pau bate na sua entrada e eu a penetro. Não nos mexemos e ela me olha.
-Deixa eu te sentir só um pouquinho. Não vou me mexer.
Enquanto ela pondera, a beijo e fico o mais imóvel possível, sentindo sua boceta quente,
melada de tesão, se contraindo ao me sentir.
-Heitor. -ela fala melosa a minha boca.
-O que? -a olho.
-Eu vou gozar. -ela diz e sinto as contrações no meu pau, me esmagando, me torturando,
me fazendo tirar forças de onde não tenho para não gozar junto, dentro dela. Luiza não ajuda,
pois geme bem putinha debaixo de mim e se movimenta puxando minha bunda.
Caralho de boceta quente. Senti tudo. Seu gozo queimou meu pênis e foi tempo de tirar e
gozei na barriga dela que está toda entregue no chão, cabelos espalhados, olhos pesados, sorrindo
levinho e agora, com a mão no meu sêmen, espalhando de novo.
Preciso ir embora agora!
CAPÍTULO 13
Luiza
O mundo inteirinho se enche de graça
eixo Fifi na casa da minha mãe. Tomo um café com ela enquanto me
D conta sobre o show que havia ido ontem com as amigas. Mas como dona Renata
não deixa passar nada despercebido, me observa por tempo demais.
-Que foi, mãe?
-Não sei. Você está diferente. Leve, sabe?
-Como assim? -rio de nervoso e bebo mais um gole do café, largando a xícara de volta no
pires.
-Não sei, mas coisa de mãe não falha.
-Coisa de mãe?
-Instinto, Luiza. Instinto de mãe não falha. Pelo jeito está gostando do trabalho. Está te
fazendo bem?
-Ando bem cansada, muito trabalho, mas eu estou adorando. Aprendendo muito.
-Que legal, filha. Me arrependo um pouco de não ter permitido que você conhecesse o
Roberto e se ele não tivesse morrido você nunca saberia. -diz e começa ficar aflita.
-Aconteceu como tinha que acontecer, mãe. -Toco a mão dela. -Está tudo bem. Vocês
foram os melhores pais que eu poderia ter.
Bebemos e café e vou embora, pensando no final de semana inusitado que tive. Foi
maravilhoso e acabou.
Preciso confessar que eu não sabia nada de sexo antes dele. O homem me fez ter
orgasmos, entender do que meu corpo gosta. Ele é um especialista em prazer. Senti coisas novas,
fui ao ápice com ele.
Com ele.
E aí vem a dúvida. Sexo é para ser sempre assim ou foi só com ele? Preciso conversar
com a Bruna. Desta vez vou ser franca com ela. Mas preciso entender se esse negócio de química
que ela sempre fala, inclusive sobre os signos, se tem a ver mesmo. Transei com outros caras
depois do Cesar, mas não foi assim. Não me excitaram deste jeito. Me excitaram, mas não como
Heitor. Então cai por terra minha teoria de precisar estar apaixonada para conseguir gozar, ter
intimidade e ser mais velho também não quer dizer nada, pois já fiquei com um homem mais
velho uma vez e não me fez gozar.
E se eu ficasse agora com outro cara, será que iria gozar? Será que só acontecerá com
Heitor? Não deve ser isso. Agora reconheço mais do que meu corpo gosta.
Do Heitor.
Será que eu gozaria me masturbando? Nunca havia conseguido sozinha. Preciso de
respostas as minhas perguntas.
Heitor
Sai do apartamento de Luiza já passava das 5 da tarde. Nos despedimos dentro do meu
carro, pois ela desceu para abrir a garagem para mim, só tinha um controle remoto. Nos beijamos
demoradamente. Talvez também não quisesse que nosso final de semana juntos acabasse.
Acariciei seus seios enquanto ela devorava minha boca, passando a mão no meu pau. Parecia que
não havíamos transado há pouco.
Esse negócio de ser só um final de semana não me parece que vai dar certo. Era para ter
aplacado nosso tesão, mas o meu aumentou por ela. Mulher gostosa, agora estou aqui na minha
cama, deitado há mais de uma hora sem conseguir relaxar e com essa ereção. Nem parece que
passei com o pau dentro dela desde sexta-feira e que chupei sua boceta sem parar.
Caralho.
Estaciono no hospital e subo pelo elevador. Vim mais cedo que de costume, acordei e não
consegui dormir mais. Aproveitei para ir a academia do prédio, tomei café e mesmo assim,
cheguei antes do horário.
Por sorte, Luiza ainda não chegou. Tiro o paletó do terno e ligo o notebook. Enquanto
isso, vou a copa e faço um café. Vou precisar de muitos hoje. Teremos três reuniões longas.
E ela.
Suspiro pesado. Não quero saber o porquê Luiza não saiu da minha cabeça. Óbvio que foi
pelo sexo gostoso que tivemos. Mas isso não é motivo para me tirar do eixo. Me descontrolar.
Sou um homem controlado, não me deslumbro com sexo.
Foi mais que isso.
E foi um erro ter ficado o final de semana todo com ela. Podia ter só transado, ela
também queria.
Pego o café e volto para a sala. Começo trabalhar, focado no que temos para hoje.
Luiza
Entro no elevador do hospital e meu coração acelera cada vez mais que me aproximo da
minha sala. Olho meu reflexo e ajeito o cabelo. Coloquei um vestido tubinho azul marinho,
sapatos de salto nude e a bolsa pequena, mais a bolsa com meu notebook. Minha maquiagem está
legal, mas preciso renovar meu curso de automaquiagem. Meus cabelos estão soltos e por me
atrasar, não consegui seca-los. Ainda estão meio molhados. Não daria tempo nem de passar no
salão do Hospital. Tudo isso porque estou uma pilha de nervos. Não sei como será quando ver
Heitor. Quando olhar nos olhos dele e lembrar tudo que fizemos na minha cama. E fora dela.
Que estava toda coberta de sua porra ontem no chão da minha sala.
Engulo em seco ao sair no meu andar. Cumprimento Cristina e entro direto na minha
sala.
-Bom dia, Heitor. -digo, mas sem olha-lo direito. Largando as bolsas e mexendo na mesa.
-Bom dia. -ele responde parando de mexer no computador e posso sentir seu olhar em
mim. Cristina entra e antes que comece falar, a interrompo.
-Preciso de um café antes, Cris. Por favor.
-Claro. -ela larga o tablet na minha mesa e sai em busca do meu café. Olho para Heitor,
que me observa.
-Saí atrasada, não deu nem tempo de um cafezinho. -minto, pois este vai se meu terceiro
café hoje.
Heitor volta digitar, com um sorriso leve no rosto.
-Não se preocupe. Cheguei mais cedo e já adiantei as coisas para a primeira reunião.
Meu Deus, este homem está pleno e eu aqui tendo uma descarga de adrenalina atrás da
outra só de ouvir a voz dele que parece ter conexão direta com minha boceta.
-Aqui está. -diz Cristina voltando com uma xícara de café.
Sento, respiro fundo e deixo ela me passar a agenda do dia e mais algumas informações
sobre a semana. Pensou que o café me acalmou? Pois é, me agitou mais. Porém preciso fazer
como Heitor está fazendo. Trabalhando normalmente. Foi esse o combinado. Continuar
trabalhando juntos como se nada tivesse acontecido. Consigo fazer isso. Consigo esquecer que
ele me fez gozar pela primeira vez e depois disso, muito mais.
Balanço a cabeça discretamente discutindo comigo mesma e começo trabalhar também.
Manter o foco nas reuniões de hoje.
Heitor
Tenho certeza que Luiza veio com aquele vestido para me provocar. Não, ele não é curto,
mas parece que foi costurado no corpo dela. Nem sei como consegue respirar. Bem capaz de
rasgar na bunda quando sentar. Eu teria dificuldade de subi-lo para comer ela.
Foco.
O negócio é manter o foco no trabalho e ignorar a gostosa ali. Caralho, ela é muito
gostosa. Mas não vou me dar ao luxo de ficar com ela de novo. Nem ela vai querer.
Foco, homem.
Passamos o dia em reuniões intermináveis e cansativas. Luiza chegou meio atrapalhada,
mas logo assumiu seu papel de empresária e o dia rendeu. Deixei para lá o tesão e me concentrei
também. Mesmo que seu perfume me trouxesse lembranças de nós dois, me mantive no controle
das cabeças. A de baixo e a de cima.
CAPÍTULO 14
Luiza
E fica mais lindo por causa do amor
Depois que Bruna foi embora, tive uma ideia, mas nem deu tempo de compartilhar com
ela. E se eu o provocasse sem precisar pedir ou propor? Será que ele aguentaria? Será que se
sentiria provocado? Ou vai ver se satisfez com nosso final de semana. Eu não. Eu quero mais.
Heitor
Normalmente quem caça é o macho, mas entre os leões é a leoa quem caça. E Luiza está
provocante hoje. Serei caça abatida.
Seu olhar em mim, aquela boca com batom vermelho que imaginei no meu pau o dia
inteiro. As ereções que disfarço. Estou fodido. Quero ela. Quero mais dela. Viciei.
Não posso permitir que ela queira algo mais.
Quem tá querendo é você.
Ela é jovem, gozou só comigo. Vai acabar se apegando.
Deixa para os outro, então.
Respiro fundo, puto com a guerra em minha cabeça. Transar com Luiza foi muito bom,
mas o que mais mexeu comigo foi o jeito carinhoso dela. Foi ter passado o final de semana
inteiro com ela e ter sentido paz, dado boas risadas e não querer voltar para casa.
Se ficássemos de novo, não faria mais isso. Seria sexo e cada um fica na sua casa. Não
sei que me deu naquele dia.
Luiza
Já dei todos os sinais de que quero ficar com Heitor de novo, mas ao que parece, ele não
quer o mesmo. Decido que é hora de ir para casa, sozinha. Me despeço dele e saio quase
correndo. Respiro fundo concordando comigo mesma que assim foi melhor. Trabalhamos juntos
e preciso manter a cabeça no lugar.
Assim que chego no estacionamento, encontro Fábio chegando para seu plantão noturno.
Nosso hospital atende 24h. Mulheres e homens vaidosos enchem nossas agendas.
-Oi, Luiza. Saindo só agora?
-Oi. Hoje estou até saindo cedo. Como você está? -pergunto assim que ele beija meu
rosto em cumprimento.
-Estou bem. Ainda te aguardando no consultório para fazer o teu botox.
-Essa semana não parei para nada. De repente semana que vem eu consiga aparecer lá.
-Nem precisa marcar, só aparecer. Já avisei a Elis que você vai aparecer.
Heitor
Não sei como consegui me segurar, pois minha vontade era de comer Luiza nesse sofá
mesmo. Não estou gostando nada dessa obsessão. Preciso sair com alguém.
Desço pelo elevador indo para o subsolo pegar meu carro. Assim que as portas se abrem,
vejo ao longe alguém conversando com Luiza que já havia descido há alguns minutos. Caminho
mais um pouco em direção do meu carro e Fábio acena para mim. Ela vira e me vê. Aceno de
volta e Luiza fica de costas de novo, conversando com ele.
Eu não deveria me importar, mas não gostei.
É ciúme que chama.
Entro no carro e fico enrolando para sair. Não vou sair até que Luiza vá embora. Sozinha.
Passa cinco minutos e nada. Que tanto eles conversam? Contraio a mandíbula pelo papelão que
estou fazendo, então ligo o carro e saio rápido, passando por eles. Se não quero me envolver com
ninguém, é com ninguém.
Luiza
Bruna e eu estamos prontas para sair hoje. Sábado à noite, somos solteiras e queremos
beber e dançar. O “amigo” dela, está viajando a trabalho. Ela tem um amigo que transam quando
querem. Não sei se isso serve para mim. Não sou romântica, mas também não sou assim, ousada.
Seria mais fácil se eu fosse. Dei todos os sinais e Heitor se fez.
Ele não quer.
Fábio ficou todo tempo flertando comigo. Aí, o Heitor nos viu conversando no
estacionamento e eu não quero me iludir, mas ele não ia embora. Pareceu querer ver o que ia
acontecer. Não quero ficar nesses joguinhos, sou jovem, bonita e agora, rica. Vou me divertir
com quem quiser se divertir também. Já passei da fase “César”. Agora sou mais seletiva e sei do
que gosto. E para hoje é dançar e beber. E esquecer meu assistente. Ele já deu sua resposta e está
certo.
Assim que entramos na boate, a música alta nos enche de ânimo. Vamos para o camarote
de uma amiga da Bruna e somos apresentadas a algumas pessoas que estão por ali. E para minha
surpresa, Augusto surge e abre um sorriso largo ao me ver.
Nos cumprimentamos e apresento a Bruna para ele. Ficamos conversando, dançando e
bebendo. Às vezes, tudo ao mesmo tempo. Augusto e Bruna parecem ter se entendido, pois estão
no sofá do camarote aos beijos. Nunca gostei de caras mais novos, mas a Bruna não tem nenhum
problema com isso.
Você quer o tio.
Sento, depois de tanto dançar e eles me olham.
-Lu, até convidei meu tio para vir, mas ele é tão velho que não quis.
Rimos. Eu não ia falar nada e me comprometer, mas a Bruna não deixou barato.
Fofoqueira igual a Fifi.
-Ele não tem namorada?
-Depois da Amanda, nunca mais namorou ninguém.
-Quem era Amanda?
-A namorada dele. Moraram juntos, mas faz muito tempo isso. Parece que ela traiu ele. -
ele fala e me levanto. Não quero ser indiscreta e Augusto está meio alterado da bebida. Está
falando demais.
Bruna parece entender e o puxa pela mão para irem dançar. Peço uma água e fico no bar.
Ele foi traído.
Lembro do meu ex e de todas as vezes que pensei ter sido traída e do quanto isso doía e
deixava uma mágoa. A pessoa com quem você está, não está sendo leal a vocês. Eu sempre odiei
traição. Acho que ninguém precisa estar em um relacionamento se não quiser, mas se estiver, ao
menos comigo, tem que ser fiel porque eu serei. Lembro da minha mãe e fico meio mal. Na
verdade eu sou fruto de uma traição. Engulo em seco e resolvo que é hora de ir embora.
Dia seguinte, Bruna me contou que levou Augusto para o apartamento dela e ficaram
juntos. Eu passei a manhã trabalhando e só não trabalhei a tarde porque a ela me arrastou para a
praia. O dia estava lindo e ficamos bastante tempo curtindo o sol.
A noite liguei para minha mãe e marcamos um sábado com ela e a Bruna juntas. Tipo
noite das meninas. E ela quer me contar sobre seu novo “amigo”. Dona Renata está bem
animada. Espero que dê tudo certo. Quero sempre minha mãe feliz. Lembro do Nelson e me dá
um aperto no peito de saudade do meu velhinho.
Heitor
Faz meia hora que Augusto está me falando da festa que foi ontem e que encontrou
Luiza. Me disse que foi para o apartamento da amiga dela, mas que Luiza havia ido embora ante
deles. Não sabia me dizer se ela foi embora sozinha, mas que na boate, estava sozinha. Só na
volta dos amigos e boa parte da noite esteve com eles.
Eu nem precisei perguntar, ele foi despejando as informações, me livrando de fazer as
perguntas.
-Augusto, porque acha que quero saber da Luiza?
-Não quer, mas está aqui me ouvindo este tempo todo sem interromper. Que engraçado.
-Ela é minha chefe. Só isso.
-Semana passada não era sua chefe? -ele pergunta malicioso.
Solto o ar sem paciência. E o pior é que ele não tem culpa de nada. Augusto se fecha e
volta olhar o celular. Me sinto mal. Toco o ombro dele como se me desculpasse e vou para a
cozinha fazer algo para jantarmos. Cozinhar sempre me acalma e ajuda concentrar.
-A Rute deixou um monte de comida pronta. -Augusto fala se aproximando de mim na
cozinha.
-Eu vi. Mas to afim de cozinhar hoje. Quer me ajudar?
-Claro. -ele responde e logo começa me falar do curso e do quanto se sente animado ao
pilotar.
Luiza
Estou começando a semana de um modo diferente. Semana passada estava apreensiva por
causa do Heitor. Mas hoje estou mais leve. Então quer dizer que desistiu de ficar com ele de
novo? Acho que não, mas vou seguir com a vida. Foi maravilhoso, se repetir ok, se não repetir,
ok também. Não tenho tempo para drama.
Ontem depois do banho, usei meu vibrador e sim, tive um orgasmo sozinha. Coisa que
nunca havia acontecido. Foi legal, foi pensando em Heitor e senti falta de beijo, como disse a
Bruna. Prefiro pele com pele mesmo.
Entro na minha sala e sinto o perfume de Heitor por todo ambiente, mas ele não está ali.
Deixo a bolsa e vou até a copa e lá está ele, fazendo café. Ele vira e me vê. Contrai a mandíbula e
já me acostumei com isso.
-Bom dia. -digo tocando o braço dele de forma sutil, sem nenhuma intenção. Sendo eu
mesma. Carinhosa. Igual sou com Cristina.
-Bom dia. -ele responde e engole em seco.
-Tem suficiente para nós dois? -pergunto sorrindo com a xícara na mão. Ele tem olheiras
e passa a mão pelos cabelos, bagunçando um pouco.
-Tem sim. Fiz bastante.
-Neste caso... -digo trocando a xícara por uma maior. Rio e ele me acompanha, mas não
muito animado.
Meu coração acelera ao lembrar do quanto ele pode ter sofrido pela traição e baixo a
cabeça, como se fosse possível ele saber o que eu sei. Aí lembro de Augusto na festa.
-Augusto deve ter te contado que nos encontrou em uma festa.
Heitor vira para mim e pega a xícara da minha mão. Iludida, senti um arrepio e minha
vagina traidora se abre. Sinto meu rosto corar. Não é possível.
-Falou sim. Esteve com a Bruna.
Pego a xícara que ele me devolve e cheiro o café como normalmente se faz com vinho.
Fecho os olhos e solto um suspiro. Quando abro os olhos, Heitor está me encarando com a boca
entreaberta e os olhos nos meus lábios. Provo um gole encarando-o também. Se soubesse o
quanto queria estar com ele de novo.
Vou para minha sala levando a xícara comigo. Melhor não forçar nada. Vou trabalhar.
Logo em seguida ele volta com Cristina junto.
-Bom dia, já com café feito. -ela diz alegre, ajeitando minha mesa. -Amo vocês dois,
sabiam?
-Declaração de amor na segunda pela manhã é bom demais. -digo divertida. -Mas quem
fez o café foi o Heitor.
-Amo os dois igualmente. -ela diz e vai para a mesa de Heitor.
-Está bem animadinha, Cris. -fala Heitor com sua voz rouca.
-Estou mesmo.
-Hum... -digo maliciando e ficamos rindo. Ninguém diz mais nada.
Após terminar, quase as dez da noite, a planilha que estava fazendo com a ajuda de
Heitor, saímos do hospital.
-Vamos comer alguma coisa? -convido ele antes de chegarmos no meu carro. Diante do
dele que está com a porta aberta.
-Augusto pediu comida para nós.
-Ah. Tudo bem. Eu que não tenho nada em casa. -digo. -Preciso de uma cozinheira
urgente.
-Amanhã eu resolvo isso para você. A Cris tem algumas indicações.
-Obrigada. Boa noite, então. -digo indo para meu carro.
-Boa noite. -ele diz, hesitante.
Entro no carro, jogo a bolsa no banco ao lado e quando pego o celular para pedir algum
delivery, Heitor para seu carro ao lado do meu e abre o vidro. Faço o mesmo.
-Vem jantar com a gente lá em casa.
-Capaz. Já vou pedir alguma comida aqui. -mostro o celular para ele.
-Não precisa. Vem. Pedimos sushi. Gosta?
Fico tentada em ir.
-Adoro, mas...
-Então vem. -ele diz e sai me deixando sozinha, nem esperando minha resposta.
Ok. Lá vou eu.
Entro com meu carro na garagem de Heitor e estacionamos. No elevador, ficamos
conversando e este seria um bom momento para nos beijarmos, mas nada acontece. Não devo
mesmo criar expectativas. Somos colegas de trabalho. Apenas isso.
Augusto me recebe sorridente. Todo simpático.
Sentamos a mesa e comemos o sushi em meio a conversa boa e divertida. Augusto é
muito simpático e a conversa com ele deixa Heitor mais leve também.
-Augusto, vamos mandar uma selfie para Bruna? -pergunto rindo.
-Ótima ideia. -ele entra na brincadeira e se aproxima de mim. Me beija na bochecha e eu
tiro a foto. Mando para Bruna e olho eles que me olham também.
-Mandei. Agora vamos ver. -digo.
-A Bruna é muito gata. Quero sair com ela de novo. -ele afala abertamente.
Heitor e eu nos olhamos, mas não dizemos nada. Aquele olhar cumplice, como se
disséssemos que seria bom ficar de novo, mas ele desvia os olhos primeiro. O celular toca e abro
a mensagem da Bruna fazendo várias perguntas ao mesmo tempo. Augusto se aproxima para ler
comigo e ficamos rindo dela. Ele pega meu celular e liga para ela, indo para seu quarto, com meu
celular.
Olho Heitor e sorrimos. Ajudo ele arrumar a mesa, bebo mais um pouco de água e
Augusto volta com meu celular.
-Marquei. -ele diz.
-Que rapidinho. -digo mexendo com ele.
-Quando me interessa eu sou. -ele diz e olha para seu tio que o olha com uma cara
contrariada.
-Bem, eu já vou. -olho para Heitor. -Obrigada pelo jantar. Te devo um, agora.
-Vou descer com você. -ele diz e beijo Augusto indo embora.
Heitor
Meus dias têm sido bastante estressantes. Ver Luiza, desejar ela e não tê-la tem sido a
tortura a que tenho me submetido. Esse tesão tem que passar. Ela já parece bem. Está melhor que
eu.
Desço com ela, após ter jantado na minha casa. Fui impulsivo, mas não esperava que ela
me chamasse para jantar. Não era um encontro, estávamos cansados do trabalho e ela ia para
casa sem ter comida pronta. Enfim, não queria que ela passasse por todo esse trabalho tendo
comida em casa me esperando.
Queria era comer ela.
Agora estou aqui, igual um babaca, vendo o carro dela se afastar e sair do prédio. Nos
despedimos com um beijo no rosto e ela se foi. Augusto é muito mais decidido que eu, mas não
passou pelo que eu passei. Tomara que não passe. É uma experiência ruim e fode com a pessoa.
Literalmente.
CAPÍTULO 15
Heitor
Por causa do amor
emana fodida, essa. E nem foi por causa do excesso de trabalho. Isso é o
S que me motiva. Mas esse meu desejo pela Luiza tá fodendo com a minha cabeça.
Estou de mal humor. Até o Augusto já reclamou. Nas reuniões acabo dando
respostas atravessadas. Nem eu me suporto.
Já passa das vinte horas de quinta e estou aqui. Sentado no sofá da nossa sala, não
conseguindo fazer mais nada. O barulho do elevador se abrindo me desperta e passo as mãos no
rosto cansado, de saco cheio. Não quero falar com ninguém mais.
Luiza entra na sala e nos olhamos, surpresos.
-Pensei que já tivesse ido embora. -digo, olhando-a.
-Sim, mas esqueci minha agenda. -diz pegando-a de cima da mesa. -Passei no consultório
do Fábio para fazer o botox. Fazia tempo que queria fazer. Mas quando cheguei no carro, senti
falta da agenda.
Solto o ar de forma brusca ao ouvir o nome do Fábio e Luiza me olha.
-Anda estressado, né? -pergunta se aproximando de mim, mas não foi bem uma pergunta
e sim uma constatação. Disse o óbvio de forma delicada. Quase carinhosa como sempre é.
Daquele jeito fodido que mexe comigo. De quem se importa de verdade.
Luiza senta ao meu lado e nos olhamos. Ela toca meu peito bem no coração e fecho os
olhos. Seu toque me acalma de certa forma. Ando muito chato mesmo. Apoio a cabeça no
encosto do sofá e fico sentindo sua mão deslizando em meu peito. Sua caricia é gostosa,
carinhosa e excitante. Meu pau cresce, mas ignoro isso. Ela desliza a mão por meu abdômen e
minha respiração acelera. Sua mão sobe e desce cada vez mais até que passa sobre meu pau. Eu
não me movo, não quero que isso pare.
Ela abre cinto e o botão da minha calça com a outra mão, abre o zíper. Engulo em seco
em expectativa, deixando-a me tocar. Luiza coloca a mão dentro da minha cueca e tira meu pau
para fora, me masturbando. Arquejo com seu toque firme. Relaxo mais no sofá, arquejando e
isso é tudo que eu mais preciso agora. Ter Luiza com meu pau na mão. A olho e está com os
olhos entre meu rosto e meu pau. Se dividindo pra onde olhar. A busco para beijar e ela
corresponde me beijando com fome e acelerando o movimento da mão. Ficamos assim por um
tempo, nos beijando e ela subindo e descendo a mão no meu pau, me deixando louco. Nesta hora
esqueço tudo, só quero sentir essa carícia gostosa.
-Isso vai te fazer relaxar. -ela diz ao meu ouvido e eu gozo arquejando e puxando ela para
beijar de novo. Gozo muito, me derramo na mão dela.
-Luiza... -falo assim que paro de gozar, pegando meu pau na mão. Ela entra no banheiro,
lava as mãos e volta me entregando papel. Me limpo e vejo que ela pega a bolsa.
-Já vou, então. Até amanhã.
-Luiza, vem cá. Vamos conversar. -digo me limpando ainda, tentando arrumar a calça.
-Heitor, está tudo bem.
-Vem aqui.
-Boa noite. -ela se despede sorrindo e vai embora, me deixando daquele jeito. Relaxado,
satisfeito e confuso. Muito confuso.
Luiza
Entro no carro e dirijo rápido até em casa. Minha adrenalina está a mil. Torço para não
encontrar Bruna pelo caminho e assim que chego em casa, vou direto para o banho.
Deixo a água morna me relaxar e então deslizo as mãos por meu corpo, ansiando que
fossem as mãos de Heitor. Foi uma loucura o que eu fiz, mas faria de novo. Ele não esperava,
não imaginava e não me parou. Me toco lembrando dele, de seu descontrole ao gozar, de seu
pênis na minha mão, sob meu controle, duro, pulsando. Me senti poderosa por ter feito ele
relaxar daquele jeito. Dominei a situação. E que saudade do beijo dele. Minha boceta pulsava a
cada toque da língua dele na minha. Aperto um seio meu e gozo nos meus dedos, lembrando dele
fazendo o mesmo há pouco tempo.
Como um sanduíche e vou dormir. Ignorei as mensagens da Bruna, da minha mãe e uma
chamada perdida do Heitor. Estou com muito sono. Durmo feito uma pedra.
Luiza
Cumprimento Cristina e entro em minha sala. Heitor ainda não chegou e suspiro aliviada
por isso. Como se fizesse alguma diferença ele chegar antes ou depois de mim. Isso não muda
nada o que aconteceu ontem. Liguei o foda-se mesmo. Era o que ele estava precisando.
Escuto vozes assim que o elevador abre e logo entram em minha sala, Heitor e Fábio,
juntos.
-Bom dia. -diz Heitor.
-Bom dia, Castellani linda. -diz Fábio.
-Bom dia, rapazes. Chegaram juntos.
Heitor tira seu paletó e liga o notebook. Me olha.
-Na verdade nos encontramos no elevador. Estou indo embora do meu plantão. Mas antes
quis vir te fazer um convite. -o observo. -Happy hour hoje?
-Não é uma má ideia. Estou precisando mesmo me distrair um pouco.
Ele bate de leve na minha mesa e sorri satisfeito.
-19 horas estaremos ali. Mesmo pessoal de sempre.
-Vou tentar ir no horário.
-Tranquilo, sei que trabalha bastante. Mas precisa se divertira mais. -ele fala e sai
sorrindo para mim e para Heitor que continua sério. -Até.
-Bom descanso. -digo e ele fecha a porta, saindo.
Olho para Heitor.
-Você vai? -pergunto.
-Não sei.
-Está melhor hoje? -pergunto de vez.
-Depois do tratamento relaxante que me fez ontem, sim. -ele sorri malicioso e quando
vou falar alguma coisa, Cristina chega avisando que meu advogado chegou. Ainda preciso
resolver o que fazer com o apartamento de Roberto. Certo que não vou ficar com ele. Talvez
vender, alugar. Sinceramente eu não tinha pensado mais nisso.
Passamos a manhã trabalhando como sempre. E após o almoço, chego na sala primeiro.
Sento no sofá e abro minha bolsa pegando as chaves da cobertura do meu pai.
Heitor
Entro na sala e encontro Luiza olhando as chaves na mão dela.
-Indecisa? -pergunto e sento ao seu lado.
-Nem sei que palavra usar. -ela diz e joga as chaves dentro da bolsa aberta. Luiza se vira
para me olhar melhor.
-Vai comigo no apartamento dele?
-Eu? Ir com você? -pergunto surpreso.
-Poderia? Só quero dar uma olhada antes de tomar uma decisão e você conhecia mais ele
do que eu.
Ela me olha com aquele olhar de criança que pede doce e não conseguimos negar. Sorrio
e a puxo para meu braço, beijando sua cabeça. Ela aninha perto de mim e suspira. Acho que de
alívio.
-Vou com você sim. -digo fazendo um carinho na cabeça dela e me esforço para não ter
uma ereção.
-Pode ser agora?
Ficamos nos olhando.
-Não tem nada importante agora a tarde... Podemos sim.
Ela levanta animada e pega a bolsa. Pego meu celular e a chave do carro e avisamos
Cristina o que vamos fazer. Que qualquer coisa nos ligue.
No carro, conversamos amenidades, mas em um momento ela me surpreende.
-Porque você ainda não é um diretor do hospital, Heitor. -como não falo nada, ela
continua. -Te acho mais competente que eu, tem mais experiência com toda certeza. Já deveria
estar com alguma diretoria.
Engulo em seco e resolvo falar logo.
-Seu pai ia me passar uma diretoria, mas não deu tempo.
Ela abre a boca, surpresa.
-E por que não me disse isso?
-Quem ia acreditar?
-Meu Deus, você é muito competente. Todos acreditariam.
-Não sabia também como seria nossa interação no trabalho. Talvez você nem ficasse.
-Roberto chegou mexer ou iniciar essa transição na sua carreira? Falou com alguém?
-Como te disse. Não deu tempo. Falamos sobre o assunto e o acidente aconteceu logo
depois.
-Isso já não importa mais tanto. Fato é que você é muito competente e qualificado para
ser meu assistente. Confio muito em você e merece uma diretoria. -ela diz e eu me calo.
Não toquei no assunto para não parecer interesseiro, ainda mais depois de ter ficado com
ela, mas sim, Roberto estava me preparando para ser diretor. Sei que isso ia causar a maior
discussão, muitos iriam ser contra achando que teriam mais competência ou merecimento do que
eu. Mas Roberto me conhecia e eu o conhecia muito bem.
Luiza para de frente a porta do apartamento e congela. Retiro a chave da mão dela e abro
a porta, entrando na frente. Pego a mão dela e a conduzo para dentro.
-É estranho. Sinto como se estivesse invadindo a privacidade de um homem que nunca
conheci.
Seguro os ombros dela fazendo uma massagem.
-Imagino que sim, mas estou aqui. E ele me conhecia.
Luiza
Ainda bem que Heitor aceitou ir comigo. Sinto um pesar de não ter conhecido esse
homem que todos gostavam. Me sinto culpada por herdar as coisas dele sem ter participado de
sua vida. Dói de um jeito novo. Não sei dizer.
O apartamento está todo limpo e arrumado. O advogado disse que posso vender do jeito
que está, que posso retirar algum pertence que eu quiser, enfim, posso fazer tudo. É meu.
Heitor vai me acompanhando pelos cômodos e vou observando tudo. Acredito que não
retiraria nada daqui. Nada me é familiar.
-Já esteve aqui? -pergunto a Heitor.
-Já. Poucas vezes para buscar relatórios ou algum documento.
Fazemos uma ronda no andar de cima e voltamos para a sala novamente.
-O advogado me disse que tem um cofre atrás do quadro. Me passou a senha.
-Abra. -ele diz me incentivando. Heitor retira o quadro da parede e eu digito a senha, com
dedos trêmulos. Nunca me senti assim. Que situação estranha.
Dentro do cofre há alguns documentos que depois vou analisar com o advogado, algumas
joias e relógios e uma caixa bonita. Me sento no sofá para ver o que há na caixa e ainda bem que
estou sentada, se não teria amolecido no chão.
São fotos minhas.
Olho para Heitor que olha o conteúdo da caixa também.
-Tem foto de quando eu era bebê. -digo chocada. -Fotos de aniversários, -mexo rápido -
foto da minha formatura...
Solto a caixa no chão e coloco as mãos no rosto chorando. Que emoção estranha. Sinto
pena do homem que foi meu pai e que não pode participar da minha vida. Pelas fotos, me parece
que ele tentou. Sinto Heitor me puxar para seus braços e eu deixo toda emoção vir e se esvair,
como o fluxo de um rio. É preciso a água passar e ela vai passar.
Fico alguns minutos deixando esse sentimento me tomar, sendo amparada por Heitor que
passa uma mão por minhas costas, subindo e descendo sem dizer nada. Não há nada a dizer. Não
agora. Vou acalmando e o olho.
-Que bom que veio comigo. -digo sentindo uma gratidão profunda por ele estar ali. Heitor
seca minhas lágrimas com as mãos e beija minha testa fazendo meu coração acelerar pela
proximidade e pelo calor dos seus lábios na minha pele.
Ele pega a caixa do chão e me olha.
-Quer levar alguma?
-Quero levar todas. -digo e ele sorri. -Você sabia da minha existência? Alguma vez ele te
falou alguma coisa?
-Não, Luiza. Eu não sabia.
Suspiro e fico de pé.
Heitor coloca a caixa fechada sobre a mesa próxima a saída e volta. Se aproxima de mim
e toca meus braços.
-Acho que já podemos ir. -digo e ele balança a cabeça concordando.
Voltamos calados até o estacionamento do hospital onde pego meu carro. Quero ir para
casa, pensar um pouco no que aconteceu. Não quero mais trabalhar hoje e nem passar no pub.
Me despeço de Heitor com um abraço rápido. Seu olhar é atento em mim, perguntando a todo
momento se queria sua companhia ou que ele ligasse para a Bruna, mas neguei tudo. Só quero
ficar sozinha.
CAPÍTULO 16
Heitor
Por causa do amor
Garota de Ipanema, Tom Jobim
rabalhei na sexta-feira até quase nove da noite e hoje, sábado, estou aqui
T desde após o almoço. Já são cinco e meia da tarde. Luiza não apareceu. Fiquei
preocupado com ela. Pareceu tão abalada ontem ao ver suas fotos na casa do
Roberto. Deve ser bem confuso o que está sentindo. Coloco as mãos nos bolsos da
calça jeans e tomo uma decisão.
Pego o celular, a chave do carro e saio do hospital.
Luiza
Não quis falar com a minha mãe ainda. Ela anda me ligando e querendo marcar algo e
tenho fugido dela. Estou de certa forma, magoada com a situação e não quero brigar com ela.
Preciso de mais tempo para entender o que está acontecendo comigo. Entender todas as partes
desse quebra cabeça.
Tomei um banho e vesti um short e um top brancos, da coleção ReMar, da minha mãe.
Ficou lindo e valoriza meu bronzeado. Adorei. Suspiro e prendo o cabelo. Não estou nada
animada, mas a Bruna marcou de última hora um café na casa dela com muitos bolos, tortas e até
os docinhos que eu amo da padaria lá do hospital. Deve ter pedido uma tele, sei lá. Preciso
mesmo me distrair um pouco. Coloco meus chinelos e vou a casa dela.
Assim que Bruna abre a porta, me recebe com um abraço e vejo Augusto. Sorrio largo
para ele, surpresa por estar ali. E quando vou beijá-lo, vejo Heitor vindo me receber também. Rio
e o abraço.
-Amiga, é seu aniversário hoje e eu esqueci? -pergunto rindo da surpresa. Adorei.
-Claro que não. Sabe que eu sou de câncer.
Heitor
Saio do hospital e marco com Augusto e Bruna, um café para chamarmos Luiza.
Expliquei rapidamente sobre ontem e aceitaram na hora me ajudar.
Mas nada me preparou para ver Luiza chegar de short e top, com a barriga e as coxas de
fora. Meu pau ficou animado. Ela está linda, tão em casa, cabelos presos e cheirando a
hidratante. Saiu do banho agora, sem maquiagem. Nos pés está de chinelos e as unhas estão
pintadas de uma cor clarinha.
Porra.
Ela me abraça e sinto seu cheiro fazer uma conexão com meu pau e na minha mente a
vejo sem roupa, gemendo. Minha boca enche d’água e lembro seu gosto. Meu coração acelera.
Ela e Bruna riem de algo que não escutei, algo sobre signo. Augusto me olha com olhar
travesso. Ele sabe o que está acontecendo comigo, só não teve ainda a ousadia de verbalizar.
Desvio do olhar dele e começo ajudar a arrumar a mesa com Luiza que segura uns pratinhos.
Bruna me alcança talheres e Augusto fica no sofá, atirado.
Temos um momento descontraído. Comemos em meio a conversas e risadas. A todo
momento Augusto dá uns beijinhos em Bruna que parece gostar. Ela é mais velha que ele.
Garoto esperto. Luiza e eu nos olhamos e vamos para o sofá, juntos.
-Por que fez isso? -ela me pergunta baixinho.
Augusto e Bruna arrumam as coisas sobre a mesa.
Toco uma mexa do cabelo dela e cheiro.
-Isso o que? -me faço de desentendido.
-Esse café com essas coisas que eu adoro comer. Tinha até beijinho.
Assim que ela fala beijinho, olho para a boca dela e sorrimos. Foi involuntário e nada
discreto. Ela morde o lábio e eu engulo em seco.
-Podemos ir para o seu apartamento?
Nem eu acredito na minha voz.
Luiza
O convite de Heitor faz meu corpo borbulhar por ele. Sinto tudo aquecer, inclusive minha
calcinha. Levanto na hora e o puxo pela mão. Nos despedidos rapidamente de Augusto e Bruna
que ficam nos zoando e saímos logo dali, rindo deles. E de nós.
Abro a porta de casa, entramos e assim que a fecho, Heitor me agarra me beijando e
abraçando com desejo. Correspondo na mesma medida, louca por ele. Ofegantes, com mãos que
acariciam, apertam e nossos gemidos acelerados. Sinto as mãos de Heitor na minha bunda me
puxando e esfregando, me fazendo sentir seu pau duro feito ferro. Ele tira meu top com
facilidade e meus seios saltam diante da fera faminta a minha frente. Com as mãos e a boca ele
me acaricia, chupando e lambendo.
-Que saudade. -fala em meio a um gemido rouco cheio de satisfação. Puxo a camiseta
dele que abre meu short apressadamente. Estamos muito afoitos, com muito tesão pelo outro.
Não sei de que forma chegamos ao sofá, acho que Heitor foi nos conduzindo em meio a
beijos e toques. Estou fora de mim, louca para ter ele me comendo. Ele está nu e fica sobre meu
corpo no sofá, abre minhas pernas e beija minha barriga, deslizando a boca e a língua até minha
boceta. Ergo o pescoço para trás, o quadril para frente e solto um gemido sofrido de saudade
desse toque.
-Heitor... -ergo a cabeça e nossos olhos se encontram. Ele não para de lamber meu clitóris
que está durinho a ponto de gozar. Tombo de volta para o sofá e seguro a cabeça dele que me
devora. -Que gostoso... -digo num sussurro.
Minha respiração acelera mais, meu coração parece bater na garganta, minha boca seca e
meus dedos tremem nos cabelos dele. Perco as forças nas pernas e gozo quase gritando, tamanho
desespero para sentir ele eu estava.
Heitor se afasta e pega a camisinha em sua carteira. Coloca rápido e entra todo em mim.
Então ele paralisa, me olha e me beija de forma carinhosa, sem se mexer. Estou quase
reclamando disso, mas ele me faz um carinho no rosto e se fixa nos meus olhos. Meu coração
acelera loucamente e abraço a cintura dele com minhas pernas. Ele volta se mover e arqueja.
Deita a cabeça perto do meu pescoço e sinto sua respiração quente.
-Que bocetinha gostosa. -fala em sofrimento e vai acelerando devagar sua pelve na
minha. Sinto tudo. O entrar e sair do pênis dele parece puxar minhas entranhas ou eu puxo ele,
não sei. Como se estivéssemos com nossos sexos grudados, presos um no outro. Cada deslizada
me faz sentir sua largura, seu tamanho, sua potência. Ele me beija e posso sentir seu desejo por
mim. Heitor acelera mais e logo está estocando forte, batendo no meu clitóris a cada movimento.
Não aguento mais e mordo o lábio dele gozando, então ele se derrama e goza junto comigo.
Passo as mãos pelas costas de Heitor, fazendo um carinho, subindo e descendo enquanto
ele está todo em cima de mim, pesado, entregue. Uma delícia esse monumento.
Depois de um tempo se recuperando, ele ergue a cabeça e eu passo os dedos nos cabelos
dele, arrumando. Ele sorri e se afasta, indo para o lavabo. Continuo deitada, sem forças ainda.
Logo ele volta, tão lindo nu, gostoso, com o pau balançando em meio a uma ereção
média já. Ele senta e coloca minhas pernas sobre as suas no sofá. Fica massageando meus pés.
Sento, solto o cabelo e vou para o colo dele que me recebe.
-Eu estava precisando disso. -digo cheirando e beijando o pescoço dele.
-Sexo?
-Não. O café. -digo rindo e ele me aperta.
O olho e desenho o contorno de sua barba com o dedo.
Beijo seu rosto e sussurro ao seu ouvido:
-Vem me comer no banho.
Heitor
Luiza consegue acabar com meu juízo que já não anda bom. Ela sussurra bem putinha no
meu ouvido, me chamando para comer ela no banho e desce do meu colo indo devagar para seu
quarto. Tenho a visão linda da gostosa caminhando devagar, me provocando e meu pau está duro
para ela de novo. Levanto devagar, atrás da minha presa. Vou a sua caça para comê-la, para
devorá-la.
Entramos no chuveiro e a pego pelos cabelos, tomando sua boca com fúria. Frustrado por
ela me fazer cativa de sua boceta gostosa, por me fazer sentir vontade de ficar mais tempo, por
me fazer desejar algo a mais.
Sentimentos.
Ela tem quebrado a crosta que havia no meu coração, minha resistência, meu estilo de
vida perfeito. Ela me enfeitiçou.
Luiza desliza por meu corpo e me segura pelas coxas, chupando meu pau sem usar as
mãos. A olho com sua boca cheia e meu pau pulsa. Movo meu quadril na direção de sua boca e
sinto ela me arranhar.
-Caralho, Luiza. -digo e trinco a mandíbula. Olho para cima buscando forças e a encaro
de novo. Ela chupa e lambe sem parar. Suas mãos vão parar na minha bunda onde me puxa em
desespero, me chupando mais rápido. Vou perdendo a batalha. Ela alivia um pouco lambendo
minas bolas, mas logo volta a me chupar. Seguro seu rosto com minhas mãos e estoco contra sua
boca, sentindo o calor de sua língua, sua saliva me colando a ela, me prendendo.
Solto seu rosto e apenas olho o espetáculo que ela dá com meu pau na boca.
-Luiza, vou gozar, me solta. -digo a ela dando tempo para que se afaste, mas ela me toma
me abraçando e enterrando meu pau até sua garganta e é o meu fim. Gozo arquejando alto,
gozando sem parar e ela engolindo tudo. Chupando até meu pau amolecer um pouco.
Ela se afasta, a puxo para meus braços e a beijo em devoção. Seguro seus cabelos na nuca
e mordo seu lábio inferior. Nos olhamos.
-Eu nunca tinha feito isso. -ela me diz.
-Gostou? -pergunto curioso, ofegante ainda.
-Gostei. -diz e sorrimos. Nos beijamos de novo. -Perfeita.
O certo seria ir embora, né? Mas aqui estou eu, deitado ao lado de Luiza que dorme. A
olho. Linda, nua, rosto perfeito, cabelos espalhados pelo travesseiro e na cama. Os seios ainda
firmes de mulher jovem. Uma coxa sobre minhas pernas.
Engraçado que nesses últimos dez anos em que decidi nunca mais me relacionar ou me
apaixonar por ninguém, realmente não apareceu nenhuma mulher que mexesse comigo. Então,
Roberto me presenteia com sua filha. Uma bela surpresa, uma mulher incrivelmente inteligente e
bonita. Que chegou derrubando minhas barreiras e defesas, uma a uma.
Ela não pode saber que me apaixonei. Ela é jovem, bem provável que queira curtir a vida
e não se apegar a ninguém. E no mais, seria até estranho eu me declarar para ela depois que disse
que quer me dar uma diretora. Bem conveniente até.
A olho de novo, dormindo em paz.
Estou fodidamente apaixonado.
CAPÍTULO 17
Luiza
Ela é carioca, ela é carioca
Basta o jeitinho dela andar
cordo e vejo Heitor sentado na beirada da cama, de costas para mim, com
Heitor
Ter ficado com Luiza já foi de certa forma um erro porque agora estou aqui cheio de
sentimentos sendo despertados. Mas ter feito sexo com ela sem camisinha, foi alucinante, além
de imprudente.
Caralho.
Senti tudo elevado a potência máxima. A temperatura, sua maciez, as contrações no meu
pau quando ela goza, seu aperto.
Desde que peguei minha ex me atraindo, não fiz mais sexo sem camisinha. Luiza me faz
perder o juízo, com ela eu salto, com ela eu me arrisco. Com ela eu não temo.
Merda.
Mas não posso deixá-la saber disso. Que estou apaixonado em tão pouco tempo.
Conviver com ela o dia todo, todos os dias tem mexido na minha estrutura. Talvez isso passe ou
até amenize. Mas no momento só tem crescido.
Ter ido com ela no apartamento de Roberto, consolar ela quando chorou. Querer cuidar
dela e fazer algo para que se sinta melhor, para que fique feliz. Conheço esses sinais. Não é
apenas sexo.
Saí do apartamento dela já passava das onze da manhã. Cheguei em casa e Augusto ainda
não tinha voltado. Na certa ainda está com a Bruna.
Abro o computador e aproveito o silêncio para trabalhar um pouco.
Luiza
Heitor e eu não falamos nada sobre “nós”. Porque não existe nós, digo a mim mesma. É
só sexo, digo a mim mesma de novo. Está tudo bem. Não há nenhuma combinação de nada. Não
somos amigos coloridos, não somos exclusivos do outro, não temos nada a não ser, colegas de
trabalho. Fim.
Repito tudo isso quase como um mantra até chegar a casa da minha mãe. Engulo em seco
ao lembrar que não usamos camisinha. Foi loucura. Nenhum método contraceptivo é 100%
garantido. Imagina só?!
Nem imagina.
Entro na casa e Fifi vem ao meu encontro pulando e fazendo um chorinho. Pego ela no
colo e falo como se estivesse com um bebê. Minha mãe aparece.
-Oi filha, já chegou, nem vi.
-Como vai? -beijo ela no rosto e a sigo até a varanda. Sentamos nas poltronas que há ali e
solto a Fifi que quer latir para um passarinho que apareceu.
-Estou bem e você? -ela me analisa e temo que esteja escrito na minha testa que estou
meio apaixonadinha pelo meu assistente.
-Bem também. Essa semana choveu de pedidos e encomendas urgentes para a coleção
nova.
-Meio em cima da hora, não?
-Claro que sim, sempre aviso eles que devem fazer o pedido com mais antecedência se
não correm o risco de ficarem sem, mas todo ano fazem a mesma coisa. Mas isso é aqui no
Brasil. No exterior já tenho pedido para o ano que vem.
-Sério, mãe? -pergunto toda orgulhosa dela.
-Eu estava louca para te contar. Sim. Agora vamos exportar também.
-Nossa, que notícia boa. -Fifi volta para meu colo e fico acariciando o pelo dela que deita
e fecha os olhinhos.
Ela me explica algumas coisas dos trâmites e a escuto com atenção.
-E você, o que tem feito naquele hospital?
-Nem me fala. Trabalho tanto. Nem estou conseguindo aproveitar a praia na frente de
casa.
-Que inveja, Lu.
-Até parece, mãe. Se quiser pode ir morar em um lugar assim.
-Tem razão, mas não consigo deixar esta casa. Nossa história está toda aqui. Foi aqui que
você cresceu. É meu lar, filha.
E aí aproveito para falar para ela o que queria. Foi a deixa que eu precisava.
-Mãe, sexta-feira eu fui na cobertura do Roberto para conhecer e decidir o que vou fazer
com ela.
Minha mãe baixa os olhos. Ainda é um assunto constrangedor para ela.
-E como foi?
-Muito estranho. Nada daquilo me pertence ao mesmo tempo que é tudo meu. -Ela
suspira pesado, mas não fala nada. -Encontrei uma caixa com fotos minhas desde bebê até adulta.
Tinha até da minha formatura.
-Cometi tantos erros nesta história, filha.
-Não tem como mudar o passado.
-Não tem. E a culpa que carrego é tão ruim. Mentir para o Nelson a vida dele inteira.
Aperto os lábios. Não sei nem o que falar. Tínhamos uma família linda. Se minha mãe
tivesse revelado o que aconteceu na época, quais seriam os prováveis desfechos? Um aborto ou
quem sabe um divórcio ou...
-Eu mandava as fotos. E quando eu demorava em mandar, ele me pedia.
Meu peito aperta.
-Ele pedia para me ver? Alguma vez pediu?
-Sim. -ela tem os olhos vagos lembrando de algo. -Mas eu não podia ceder.
Suspiro fundo e viro o rosto tentando não me emocionar com isso. Ou pelo menos não
chorar. Sinto pena dele. A única filha que teve, não pode pegar no colo, beijar. Que história!
Preciso acolher esse pai no meu coração. E já que era intenção dele dar uma diretoria a Heitor,
vou fazer isso o quanto antes. Além de Heitor merecer, era algo que eu e Roberto vimos nele.
Competência.
Talvez eu arrume uma briga por isso, mas afinal de contas, eu sou a dona agora. Sou a
CEO da empresa. Amanhã mesmo falarei com advogado do hospital e mais alguém do RH para
depois fazer uma reunião informando minha decisão. Já sei o que fazer.
Mudo de assunto para deixar minha mãe mais a vontade e eu também.
-E o namorado? Me conta como está sendo namorar depois de um tempo sozinha.
-Lu, ele não é meu namorado. É um amigo.
-Sério, mãe? Até você com essa coisa de ter um “pau amigo”.
Minha mãe cai na gargalhada.
-E vocês jovens não têm? Por que eu não posso ter?
-Eu não tenho. -falo para ela meio ofendida. -Acho que invertemos as coisas aqui dona
Renata. Você é a jovem e eu a moda antiga.
-Para com isso, Lu. É a melhor combinação do mundo. Parabéns para quem inventou
isso.
Estou chocada com minha mãe.
Será que eu deveria fazer o mesmo com Heitor?
Não mesmo. Ainda mais agora que ele será promovido. Capaz de pensar que estou
comprando-o. Capaz de nem aceitar. Não darei chance para isso acontecer. Vai mudar de cargo e
eu terei de segurar mais minha vontade de dar pra ele.
Engulo em seco ao sentir um arrepio, lembrando do pau dele. Chego suspirar.
-Luiza! Essa sua cara de agora é de quem tem um pau amigo sim. -minha mãe me analisa
rindo ainda.
-Não vai me contar do seu amigo? -tento desviar o assunto. Aff.
-Conheci o João no show que fui com minhas amigas naquele dia que você ficou com a
Fifi. Nós estávamos em quatro mulheres e perto, haviam alguns rapazes.
-Rapazes?
-Sim. O João tem 35 anos.
-Mãe! -rio disso. -Pegando um garotão?
-Preciso dizer que eu não queria nada. Só me divertir com minhas amigas como sempre.
Mas ele foi tão insistente e convincente, se é que você me entende. -rimos disso. -Acabei
cedendo.
-É bonito? O João.
-É lindo, daqueles rapazes musculosos, bronzeado, cabelo quase raspado, sabe? Nem sei
o que ele quer comigo.
-Nada a ver, mãe. Você é linda. Tem o corpo todo durinho, se cuida. É vaidosa. Coloca
várias novinhas no chinelo.
-Que exagero.
-Verdade! Ah, deixa eu te falar. Fiz botox com um médico lá do hospital. Quero que
conheça ele. E quem sabe passa a fazer seus procedimentos estéticos lá agora.
-Ai, será? Nunca fui lá. Não vão falar mal de mim por toda minha história?
-E desde quando se importa com a opinião dos outros, dona Renata?
-Verdade, filha.
-Ainda mais que agora sou a dona de tudo aquilo. -falo e a abraço, beijando seu rosto.
E assim ficamos conversando, emendando um assunto no outro sem parar. Comemos
uma pizza a noite e depois fui para casa.
CAPÍTULO 18
Luiza
Nem ninguém tem carinho assim para dar
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar
(Ela é Carioca)
D mudamos o organograma da empresa. Heitor não sabe. Preferi fazer isso sem ele
estar junto, já que envolvia ele. Não vou dar uma diretoria para ele e sim a vice-
presidência. Um cargo que nem existia no nosso organograma. Serei a CEO e ele
o vice-presidente, logo abaixo de mim. Acima das diretorias.
Estou comprando uma briga, eu sei e não estou nem aí. Heitor é muito competente e
confiável, não seria justo ele continuar como meu assistente e se fosse lhe passar uma diretoria,
teria de demitir alguém ou remanejar. E sendo bem sincera, ele merece ser o vice. Ele trabalhou
diretamente com meu pai e depois que ele faleceu, cuidou do hospital enquanto me procuravam.
Não vejo como não ser assim. E se eu precisar me afastar, seja por qualquer motivo, ele está
aqui.
Esta é a questão profissional.
Na questão pessoal, acho, não tenho bem certeza, mas acredito estar gostando dele mais
do que deveria. Às vezes, me pego fazendo planos e desejando mais que alguns beijos e sexo.
Meu coração acelera por ele.
Entretanto, tenho conseguido separar bem as coisas. Vou fingir que não sinto nada.
Afinal de contas, não quero perder ele de forma nenhuma. Nem como assistente/vice-diretor,
tampouco como o homem que me fez chegar ao orgasmo.
Heitor
A semana passou voando. É sexta-feira de manhã e Luiza marcou uma reunião para as
15h, convocando os diretores. Me disse que vai anunciar minha promoção. Fiquei curioso em
saber qual diretoria irei assumir, mas ela não quis me revelar. Fiquei tentado em apertar seu
pescoço ou envenenar seus docinhos, mas ela não temeu minhas ameaças.
Pouco antes do horário, nos dirigimos para a sala de reuniões. A maioria dos diretores já
chegaram. Vamos todos nos acomodando e assim que todos estão sentados, Luiza inicia sua fala
cumprimentando a todos. Cristina está junto, segurando o tablet, como sempre. Estou um pouco
apreensivo sim, mas disfarço bem.
-Então, pessoal. Cristina acabou de mandar para os e-mails de vocês, o novo
organograma da empresa. -ela diz e vejo algumas pessoas pegarem o celular para abrir o e-mail e
matar a curiosidade, mas ela continua. -Não precisam ver agora, pois tenho ele aqui.
Cristina liga a tela da tv e logo aparece o novo organograma que consiste em... Meu
coração acelera loucamente.
-Presidente, eu. Vice-presidente, Heitor... -ela segue lendo e a sala enche de burburinhos.
Os diretores me olham com curiosidade, mas estou tão surpreso quanto eles.
Incrível o olhar de alguns sobre mim e ela. Tentam disfarçar, mas tem gente que não
consegue.
-Senhorita Luiza. Isso seria do agrado do Dr. Roberto? -pergunta Luis, diretor financeiro.
-Acho irrelevante sua pergunta. Mas mesmo assim vou responder. Sim. Meu pai tinha
planos para a carreira do Sr. Heitor. Ele, inclusive deixou documentos no cofre do seu
apartamento que encontrei há poucos dias, com essas mudanças. De qualquer forma, eu quero
essa mudança independente do que o Dr. Roberto queria. Considerando que, infelizmente ele não
tem mais como opinar. E para ser bem franca, foi melhor acrescentar um cargo de vice-
presidência, se não teria que demitir algum de vocês. -ela diz e sinto vontade de rir.
Gostosa do caralho!
E com essa fala, ela acaba a reunião e me parabeniza, saindo da sala após. Cristina
acompanha Luiza e eu fico recebendo cumprimentos e olhares enviesados na minha direção.
Alguns felizes, outros nem tanto e o puxa-saco do Luís vem apertar minha mão dizendo para
contar com ele no que precisar. Bajulador.
Assim que retorno para minha sala, no elevador ainda, tento entender o que estou
sentindo. Eu não esperava uma vice-presidência. Isso nem existia. Luiza escondeu isso de mim
todo tempo.
Saio do elevador e vou para nossa sala. Assim que entro Luiza e Cristina me recebem
com palmas e risadas. Luiza pega uma espumante na mão.
-Abre para comemorarmos? Tenho medo de abrir. -ela diz e me entrega a garrafa.
Cristina pega as taças e assim que estouro a espumante, sirvo as nossas taças.
-Antes de brindarmos, -digo. -queria agradecer e dizer que foi uma surpresa e tanto. Eu
jamais esperaria por isso, jamais pensei em um cargo que não existia até então. Muito obrigado,
Luiza.
Luiza
Heitor me agradece, segurando sua taça na mão. Seu olhar é de completa surpresa e
gratidão.
-Você fez por merecer. Tudo mérito seu, Heitor. Meu pai já almejava isso para você. De
uma forma diferente, talvez, mas agora quem está aqui sou eu. Parabéns por sua conquista. -digo
e juntamos as taças em um brinde.
-No fim de semana a arquiteta vem com sua equipe para remodelar nosso andar. -diz
Cristina, animada.
-Fizeram tudo isso pelas minhas costas. -reclama Heitor e rimos dele.
-A Luiza queria que fosse surpresa. -diz Cristina e Heitor bebe me encarando.
Meu coração bobinho fica agitado. Acho até que fiquei vermelha. Desvio o olhar e bebo
indo sentar no sofá.
-Cris, já pode ir embora se quiser. Tire o restante da tarde de folga.
-Sério? -ela sorri largamente. -Obrigada. -diz largando a taça e saindo da sala.
Heitor senta ao meu lado e ficamos conversando sobre a reunião e as percepções que
tivemos do pessoal. Cristina se despede de nós e vai embora. Bebo o último gole da bebida e
deixo a taça na minha mesa.
Heitor levanta também. Deixa a taça e pega minhas mãos.
-Obrigado, Luiza.
-Não precisa me agradecer.
Ficamos nos olhando enquanto ele acaricia minhas mãos. Parecemos querer nos beijar.
Eu quero. Mas não nos permitimos. Ele olha minha boca e desvia. Eu faço o mesmo.
-Agora ficou mais proibido, não? -digo e ele sorri de lado, sem achar graça de verdade.
-Parece que sim.
-Só um abraço, então. -digo e ele me envolve em seus braços quentes. -Parabéns. Se Meu
pai queria assim, tenho que concordar com ele.
O abraço se demora mais que o necessário, porém nos desvencilhamos devagar.
-Eu já vou. -digo pegando as taças para levar a copa. -Deveria ir também. Comemore. O
Augusto vai ficar orgulhoso do tio que ele tem.
Saio da sala com o coração aos pulos. Lavo as taças para ganhar tempo e me acalmar.
Mordo o lábio segurando o sorriso. Foi tão legal ver a cara de surpresa de todos na reunião.
Principalmente a do Heitor.
É verdade que dentre os documentos que Roberto deixou no cofre, estava um
organograma onde haveria uma diretoria para Heitor, mas acabei promovendo-o mais um
pouquinho. Ele merece. E não tem nada a ver ele ter ficado comigo. Foi mérito.
Apesar de que se fosse levar para o lado pessoal, o que mereceria o homem que fez eu ter
os orgasmos mais deliciosos do mundo?
Heitor
São tantas coisas acontecendo juntas que nem sei como administrar o que estou sentindo.
Luiza também já foi embora e eu estou aqui ainda, bebendo o restante da espumante sozinho.
Caralho, o que ela fez mexeu ainda mais comigo. Vice presidência...
Somos imbatíveis juntos, já percebi essa nossa afinidade no trabalho, mas ela foi além
das minhas expectativas. E me sinto feliz pela promoção ao mesmo tempo que estou meio
chateado por isso nos afastar ainda mais. Se já era ruim nos envolvermos antes, agora piorou.
Não que eu quisesse de fato ter algo sério, pois eu não quero.
A quem estou tentando enganar?
Merda de sensação essa de querer alguém e ter medo de ser traído. Parece que isso é
comum a humanidade. Trair. Dói tanto.
Fecho os olhos e escoro no encosto do sofá, estendo as pernas relaxando e lembro do
nosso abraço agora há pouco. O perfume de Luiza, a vontade de beijar ela, seu corpo encostado
no meu e a constatação de que agora somos mais proibidos ainda.
O elevador faz seu barulho e logo entra na sala, Fábio. Ele me vê com a taça na mão.
-Bebendo em serviço, cara?
-E aí? -cumprimento ele rindo.
-Fiquei sabendo da promoção, vim te dar os parabéns. -ele senta ao meu lado e bate no
meu ombro.
-Obrigado.
-Isso já estava nos planos do Roberto. -ele diz e o olho com curiosidade.
-Sabia de alguma coisa?
-Éramos amigos. Sim, ele já tinha me falado do quanto admirava seu trabalho. Pelo jeito
a filha dele teve a mesma percepção.
-Foi uma surpresa para mim.
-Temos que comemorar, Neto. -ele fala meu sobrenome. -Vamos descer?
-Vamos! -digo animado. Preciso mesmo comemorar.
-Onde está Luiza?
-Já foi embora.
-Foi cedo hoje. Vocês costumam ficar muito além do horário. Vamos logo que hoje quero
beber e achar uma companhia para a noite. -ele fala enquanto ajeito minha mesa e pego a chave
do carro.
-Vamos.
Luiza
No sábado e no domingo, apareci no hospital. Precisava acompanhar como estava o
andamento da mini obra no nosso andar. Na verdade, nem dá para chamar de obra, mas vamos
expandir nossa sala. Heitor vai ter a sala dele separada da minha, mas ainda assim, conectada.
Vamos deixar uma porta de acesso. As divisórias de vidro nos darão a visão da sala do outro,
mas mesmo assim teremos privacidade para trabalhar. Vou precisar de um assistente novo.
Talvez Cristina e treinar outra pessoa para ficar no seu lugar como secretária. Ainda não decidi.
Hoje cheguei bem cedo, antes de Heitor e Cristina. O andar está limpo e organizado. O
pessoal trabalhou rápido no final de semana. Deixo a planta que comprei, na sala do Heitor e vou
para copa. Vai ser estranho não ter ele tão perto, apesar de poder vê-lo pelo vidro.
Sinto um frio na barriga de lembrar que transamos sem camisinha. A lembrança veio de
repente. Da mesma forma que o elevador se abre e sai Heitor de dentro, vestindo um terno escuro
como os cabelos dele. Que homem lindo.
Sorrio hipnotizada pelo sorriso dele também. Meu coração segue bagunçado e ele beija
meu rosto. Sinto seu perfume e meu corpo esquenta.
-Bom dia!
-Bom dia, Heitor.
-Como foi seu final de semana? -ele pergunta e seus olhos me hipnotizam.
-Vindo aqui para ver as mudanças. -falo e ele olha em volta.
-E como ficou?
-Vem ver. -digo e ele me acompanha.
Entramos em sua sala e ele larga o notebook e a chave do carro sobre a mesa. Observa na
volta sorrindo. Tem até um armário aqui. -diz e coloca o casaco do terno no cabide.
-Claro. Se precisar trocar a camisa por algum motivo, bom estar prevenido. -digo sem
olhá-lo, não quero ser sugestiva do porquê ele precisaria trocar de camisa.
-Tem essa passagem secreta para sua sala. Muito bom. -ele diz caminhando pela sala. -
Isso aqui é novo. -ele se refere a planta.
-Bruna me disse que esta planta suga as energias ruins do ambiente.
-Então vou estar bem protegido. -ele diz e se aproxima de mim, tocando meus ombros.
Paraliso no lugar. Não quero fugir dele, na verdade quero me jogar em seus braços, mas não
tenho ação alguma.
-Gostou?
-Maravilhosa. -ele diz e não sei se fala da sala ou de mim pelo jeito que me olha. Meu
peito sobe e desce e não sei porque fico assim toda vez que ele chega perto. -Adorei minha sala. -
ele fala e sua mão faz um carinho na minha face, seu polegar roça meu lábio e eu ofego baixinho.
-Morango. -diz e seus lábios se aproximam dos meus devagar, hesitante, com carinho. Nossa
respiração se mistura e nos beijamos. Aproximo meu corpo do corpo dele e o abraço alisando
suas costas. Heitor segura meu rosto com as mãos e aprofunda o beijo. Nossas línguas se tocam e
sei que temos evitado esse contato, mas nem sempre resistimos e acabamos nos rendendo. Como
agora.
Com medo que chegue alguém e não ouvirmos o elevador abrindo, finalizo o beijo
tocando no peito dele, como se fosse afastá-lo, mas não nos afastamos muito. O olho.
Heitor
Luiza me encara com aqueles olhos azuis que dá para enxergar sua alma. Tão linda.
-Não pude resistir. -Digo como se fosse um pedido de desculpas, mas não estou
arrependido de fato. Na verdade, quero mais. Porém me afasto um pouco e ouvimos o elevador
abrindo.
-Que bom que gostou da sala. -Ela fala meio atrapalhada. -Logo terá uma placa com seu
nome na porta.
Cristina entra na sala de Luiza e a vemos pela parede de vidro. Ela sorri e abre a porta,
passando por ali.
-Que chique ficaram essas salas. Bom dia. -nos diz sorrindo e observando tudo.
-Bom dia. -Respondemos juntos. -O pessoal foi muito rápido.
-Trabalharam até a noite. -diz Luiza.
-Ficou lindo. -diz e nos dá as costas. -Vou fazer nosso café e já venho passar a agenda e
olhar mais.
Sento diante da minha mesa.
-Que você acha de deixarmos Cristina como nossa assistente e contratarmos alguém para
ficar no lugar dela?
-Se ela quiser, será ótimo. Ela já está acostumada com a nossa demanda.
-Depois vou falar com ela, então. Bom dia de trabalho.
-Pra você também. -digo e com certeza terei. Depois desse beijo gostoso e impulsivo da
minha parte. Azar! Não me arrependo.
Luiza
Saio da sala de Heitor e entro na minha, indo direto para o banheiro. Preciso retocar o
batom e me recompor do beijo excitante que o gostoso me deu.
Se ele soubesse que passei todo final de semana pensando nele e desejando seus beijos.
Deu saudade. Mas pelo visto ele também sentiu falta, pois na sexta pareceu querer me beijar e
hoje beijou. Seria mais fácil termos nos encontrado fora do trabalho. Não seria?
Solto um suspiro e volto para minha sala. Preciso trabalhar.
Como estamos entrando no mês de dezembro, Cristina decora nosso andar com enfeites
natalinos e chama o pessoal da manutenção para montar uma árvore grande. Por ser um hospital,
não pode decorar nas unidades por causa da vigilância sanitária e controle de infecção, mas aqui,
na parte administrativa e no térreo, está lindo. Adoro essa época do ano. Gostava mais quando
meu pai Nelson era vivo ainda, mas procuro sempre festejar com minha mãe para não deixar
passar em branco esta data tão linda.
Cristina aceitou a proposta de se tornar nossa assistente e vai treinar, em janeiro apenas,
uma nova secretária. Por enquanto ela vai dar conta de tudo sozinha. Ela é muito competente e
assim que os dias vão passando, vamos nos adaptando ao novo jeito de trabalhar com o vice-
presidente junto. Fomos encaixando as peças deste quebra cabeça e está fluindo bem.
Noto o olhar de Heitor em mim muitas vezes e isso já deveria ter se tornado normal para
mim, mas não é. Meu coração acelera toda vez que constato seus olhos cor de mel em mim. E ele
tem passado bastante tempo usando aqueles óculos que deixam ele ainda mais lindo.
Isso deveria ser crime!
CAPÍTULO 19
Luiza
Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar
(Ela e Carioca)
stamos no pub ao lado do Hospital Catellani para nosso happy hour que já
E está se tornando comum nas quintas-feiras. Ainda mais que agora o calor tem
aumentado significativamente no Rio de Janeiro. Bruna e Augusto vieram, Fábio,
Heitor, Cristina e eu. Depois chegou a doutora Melissa.
Pelo visto minha amiga e Augusto têm se dado bem, pois eles têm se encontrado com
frequência. Não consegui mais conversar com ela direito. Dezembro é sempre assim, uma
correria para tudo. Parece que o que não fizemos o ano todo, queremos concluir nesse mês. E
ainda tem a loucura de comprar presentes para todo mundo e preparar a ceia para o Natal. E a
roupa que vamos usar, decoração, viagem.
Conversamos quase todos ao mesmo tempo, mas estamos nos entendendo aqui no pub.
Sinto os olhos de Heitor em mim e isso me deixa excitada. Queria tanto ficar com ele de novo.
E para sempre.
Engulo em seco com a constatação disso até que Fábio pergunta onde passaremos o
Natal. Melissa diz que passará trabalhando, que trocou com uma colega pelo ano novo. Cristina
vai passar em casa com a família do noivo. Fábio vai viajar com a filha para a Serra Gaúcha.
Bruna me olha. Ela e eu sempre passamos junto com minha mãe, mas este ano quem sabe ela
terá companhia de Augusto e queira fazer outra coisa. Nos olhamos meio perdidos.
-Eu e o Augusto nem pensamos ainda. -diz Heitor olhando o casal a seu lado.
-Eu e a Lu passamos com a mãe dela. -diz Bruna me olhando e eu assinto com a cabeça.
Então algo me ocorre.
-Quem sabe vocês passam com a gente na casa da minha mãe? -digo e Bruna se anima
sorrindo para Augusto que olha para Heitor.
-Mas vamos atrapalhar vocês, é uma festa familiar. -Diz Heitor, indeciso.
-Não sou da família e vou. -diz Bruna. -Ah, seria tão legal se vocês também fossem. -ela
faz uma cara de “gato de botas” e Augusto beija ela rindo. Logo olha para Heitor que me
observa.
-Eu iria adorar. -digo olhando ele que sorri e concorda, baixando a cabeça.
-Uhuuu. Natal todos juntos! -diz Bruna na maior euforia. A mãe da Luiza faz o melhor
peru que já comi. Vocês vão adorar.
-Vamos fazer amigo secreto também? -pergunta Augusto e todos damos tapas nele. Nem
pensar em nos fazer sair para comprar alguma coisa com o comércio lotado.
Nos dias seguintes, combino com minha mãe alguns detalhes sobre a ceia de Natal. Ela
fica animada em saber que sua casa este ano estará lotada. Falou que João também passará o
Natal conosco.
Trabalhamos bastante adiantando muitas coisas porque os setores administrativos do
hospital, tiram férias na semana entre natal e ano novo. Lógico que não todo mundo, mas boa
parte do pessoal aproveita essa data.
Como eu e Heitor somos da presidência, normal seria um de nós aproveitar para tirar
essas mini férias e o outro ficar por aqui. Vou passar para ele poder descansar. Soube que não
tira férias há muito tempo.
Assim que voltamos do almoço, ficamos na sala dele, no sofá, sentados e aproveito para
lhe propor as férias.
-Heitor, sei que está bem em cima da hora, mas me ocorreu que um de nós podemos tirar
a semana de folga entre o natal e o ano novo. Queria que você tirasse.
-Andei pensando nisso também. -ele fala e senta ao meu lado, bebendo a água da
garrafinha que acabou de tirar do frigobar.
-Que bom. Até nisso concordamos. -digo sinceramente, pois nosso trabalho flui sem
divergências.
Ele deixa a garrafa na mesinha ao lado e vira para mim.
-Vou viajar. -ele diz.
-Sério? -fico surpresa. -Não imaginava que já tinha planos.
-Tenho uma casa em Búzios e faz tempo que não apareço lá.
-Búzios é lindo e não vai precisar de pegar nenhum voo nesta época. Que ótimo pra você.
-Não vou sozinho desta vez. -ele fala como se estivesse se explicando para mim e meu
coração acelera pela constatação de que ele possa estar saindo com alguém.
-Vai com Augusto? -falo rápido demais e me arrependo na hora. -Desculpa, não quero ser
indiscreta. -digo me levantando, mas sou paralisada pela voz dele.
-Não. -ele me encara e me viro para sair dali. Não vou suportar saber que está com
alguém, preciso literalmente sair da presença de Heitor. Meu rosto aquece e minha respiração
acelera. -Luiza. -ele me chama. Paro, mas não me viro. Ele não pode ver como estou. Meus olhos
enchem d’água.
Não vou chorar aqui.
-Sim.
Heitor toca meus ombros e me sinto mal por isso. Só seu toque já me causa todo tipo de
sensações e se ele está com alguém, isso não é certo. Fecho os olhos reprimindo as lágrimas para
não saírem e sinto o corpo dele encostar no meu.
-Não me toca. -digo entre dentes e as mãos dele que desciam pelos meus braços, ficam
imóveis. -Já disse que não tolero traição. -falo com a voz trêmula.
Heitor
Luiza me pede para não tocá-la e eu congelo. Será que se arrependeu de ficar comigo?
-Já disse que não tolero traição. -ela fala com a voz embargada e fico confuso. Será que
ela pensa que vou com outra pessoa para Búzios?
-Não. -digo mais baixo, perto de sua orelha. -Você que vai comigo. -digo e meus braços a
envolvem em uma abraço dolorido, um abraço intenso e cheio de sentimentos, de saudade,
ansiedade, tesão. -É você quem vai viajar comigo para Búzios.
Nossa respiração está acelerada. Meu coração parece que vai sair pela garganta. A viro de
frente. Toco seu rosto afastando as mexas de cabelo e tomo sua boca em um beijo. Suspiro
quando ela corresponde ao beijo na mesma intensidade que eu.
-É você quem eu quero comigo. -digo e a olho. -Não consigo mais me manter longe.
-Heitor. -ela diz e me encara. -Não temos que nos manter longe. Eu quero o mesmo. -
Luiza toca meu peito e percebe minha aflição.
-Eu sou todo quebrado. -digo sentindo meu peito arder.
-Eu também. -ela diz e seu olhos azuis transparecem dor. Toco o coração dela também.
Luiza fecha os olhos e respira fundo.
Na verdade, ambos já sofremos por amor. Por termos nos entregado e a pessoa do outro
lado não ter tido cuidado com nossos sentimentos.
-Deixa eu entrar aqui. -ela fala e sua mão aperta mais meu peito.
-Não tem como entrar. -digo e a encaro. -Você já está dentro.
Ela me encara e seus olhos brilham. Sua boca busca a minha e nos abraçamos e beijamos
com promessas cálidas, ofegantes.
Caralho.
Não resisto mais. Quero essa mulher para mim. Estou apaixonado e nada havia me
preparado para isso. Minha vida estava indo numa constante, sem graça, mas era seguro. Agora
estou aqui desejando o que nem lembrava mais que era tão bom. Tenho medo de quebrar de
novo, mas é preciso tentar. Quero tentar.
Nos olhamos e sorrimos.
-Arrume suas malas. -sussurro perto de seus lábios.
-Vou arrumar. -ela diz e nos desvencilhamos hesitantes, não querendo nos afastar, mas a
qualquer momento Cristina chegará do seu intervalo.
Ambos já tivemos nossos corações partidos. Ela por seu ex namorado que a fez acreditar
que era uma mulher frígida, que não era sensual, acabou com sua autoestima e eu fui traído,
quebrando minha confiança nas pessoas, principalmente nas mulheres, me fazendo ficar cego de
ciúme e até descontrolado.
Não sei se o que temos agora é suficiente para nos manter juntos, mas ao que parece,
queremos estar juntos. E isso basta neste momento. Um passo de cada vez.
CAPÍTULO 20
Heitor
(Ela é Carioca)
stá bem, amor. Até mais. Estou louco de saudade já. -digo a Amanda pelo
-E telefone.
-Vai passar rápido. Só mais essa noite e amanhã eu volto. Te amo.
-Te amo também. -digo e largo o celular sobre a cama, onde estou hospedado. Vou fazer
uma surpresa para Amanda. Estamos morando juntos há um ano e esta é a primeira vez que
dormimos afastados. Noite passada não pude vir, mas hoje a surpresa deu certo. Vai dar certo.
Ela está em uma viagem a trabalho.
Me hospedei no mesmo andar que ela está. Estou até me sentindo meio bobo, mas se
apaixonar tem dessas coisas. Para os outros não significa nada, mas para o casal é importante.
Não sou um cara romântico, mas me esforço para lembrar de datas, por exemplo. Mandar flores
as vezes e sair para jantar.
Tomo banho e me arrumo para esperar ela no bar do hotel. Minha ideia é pedir para
ligarem no quarto dela para que desça ao bar e aí faço a surpresa. Coloco meu terno novo,
perfume, pego o celular o colocando o bolso e saio do quarto. Assim que fecho a porta, escuto
risadas. Alguém está se divertindo, penso. Me dirijo até o corredor onde há um elevador e um
pouco mais adiante, vejo um casal se beijando, rindo e se abraçando. Parecem embriagados.
Aperto o botão e aguardo, pois o elevador subiu. Olho de novo o casal, de forma discreta
e tenho um choque ao constatar Amanda aos beijos com um homem.
Não pode ser.
-Amanda? -chamo por ela ao me aproximar um pouco. Ambos me olham surpresos.
-Heitor? O que faz aqui? -ela pergunta se afastando do cara.
-Quem é ele? -pergunto ao me aproximar mais e sinto o cheiro de bebida vindo dos dois.
Sem ouvir resposta alguma, dou um soco no cara que nem tenta se defender e cai no
chão.
Amanda grita e eu saio indo de volta para meu quarto. Ela corre atrás, tentando se
explicar. Abro a porta e ela se aproxima. A olho com desprezo e ela dá um passo para trás. Na
certa com medo de mim.
-Amanhã vou tem o dia inteiro para retirar suas coisas do meu apartamento. Se não for,
vou jogar tudo fora.
-Vamos conversar, amor. -ela fala e fecho a porta em sua cara.
CAPÍTULO 21
Luiza
Um Ano Atrás
Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim, que vivi para encontrar
(Ela é Carioca)
ntro no apartamento de César com a cópia da chave que ele me deu. Largo
E a bolsa e vejo que sua casa está meio bagunçada. Homem morando sozinho é
assim, penso. Dou uma ajeitada e como sei que ele vai chegar do trabalho cansado
e com fome, vou preparar uma janta para nós.
Abro geladeira e armários e não tem muita coisa que combine. Então desisto e peço uma
pizza. Vai chegar mais ou menos no mesmo horário que ele chega em casa.
Já faz uma hora que a pizza chegou e César não veio para casa ainda e não atende ao
celular. Começo ficar preocupada e ao mesmo tempo, insegura. Preocupada de que tenha
acontecido algo com ele e insegura de que esteja com alguém, alguma garota.
Tem sido assim. Sou muito insegura e ainda por cima não gozo. Algumas vezes eu fingi,
mas não sei se ele acreditou. Nem tocamos mais no assunto para não brigarmos.
De repente escuto o barulho da porta se abrindo e suspiro aliviada.
-César, porque não avisou que chegaria mais tarde?
Ele me olha e joga sua mochila no sofá.
-Já vai começar?
Me levanto e me aproximo dele. Não quero brigar. O abraço e ele me dá um selinho.
Sinto cheiro de cerveja nele.
-Tá com fome?
-Comi no jogo. -ele fala e me afasta. Abre a caixa da pizza e pega um pedaço. -Tá fria. -
diz devolvendo o pedaço após uma mordida.
-Já faz uma hora que chegou. Quer que eu aqueça?
-Não precisa. Vou tomar banho. -ele diz e sai.
Sirvo dois pedaços para mim em um prato e aqueço no micro-ondas. Como e vou para o
quarto dele. Tiro minha roupa e deito na cama esperando por ele.
Eu tento. Não quero que sejamos um casal que briga o tempo todo. Quero que sejamos
felizes e que ele sinta prazer em estar comigo, inclusive no sexo.
César saio do banheiro pelado e me vê sobre a cama, nua. Ele toca seu pênis e me encara.
Coloca a camisinha e vem para cima de mim me beijando e logo me penetra sem nem mesmo eu
estar lubrificada. Sinto um pouco de dor e me contraio. Tento relaxar e começo gemer como se
estivesse realmente curtindo estar com ele. Nada exagerado meus gemidos, mas não sinto
absolutamente nada. Apensa o desconforto. Ele me beija de forma bruta e me encara estocando
rápido. Com a cara cheia de prazer e goza logo para meu alívio.
César deita ao meu lado.
-Eu quero terminar. -ele diz e o olho sem entender. Acabamos de transar. O que eu fiz?
-Por que?
-Não gosto mais de você, Luiza. Não aguento mais. Você é muito sem graça. É muita
fria. Não vai dar certo, gosto de mulher mais quente, mais puta. Sei que você finge.
Sento na cama e abraço minhas pernas. Começo chorar. Não é a primeira vez que ele diz
as mesmas palavras, porém nunca havia pedido para terminar. O que vai ser da minha vida?
Quem vai me querer assim?
Desta vez eu não imploro dizendo que vou mudar. Nem mesmo eu acredito nessa
mudança mais. Ele deve ter razão, eu não sirvo para ter um relacionamento. Não sou mulher o
suficiente. Devo ficar sozinha.
CAPÍTULO 22
Noite De Natal
Heitor
Na luz do seu olhar
A paz que sonhei
(Ela é Carioca)
A para a casa de sua mãe. Já me policiei mentalmente para não pensar mal da
mulher que teve uma filha com meu chefe. Além de ser a mãe da mulher que
quero para mim, se essa história toda não tivesse acontecido, Luiza não existiria.
Engulo meu orgulho e tento aceitar que as coisas acontecem como devem acontecer.
Hoje não, Heitor. Digo a mim mesmo. Por Luiza.
Aliás, ela tem me surpreendido a cada dia. Ela falou mais uma vez que não tolera traição,
quando a toquei e ela pensou que levaria outra mulher para Búzios. Eu também não tolero
traição. Bom que estamos no mesmo time.
-Está muito cheirosa. -digo a Luiza após cumprimenta-las ao entrarem no carro. Bruna
está aos beijos com Augusto no banco de trás.
-Obrigada. Você está lindo como sempre.
-Vai me deixar convencido deste jeito. -sorrio para ela e lhe dou um selinho,
surpreendendo-a.
Ainda não definimos nada sobre nós. Quero conversar com ela em Búzios. Quero assumir
meus sentimentos, ser honesto com ela e comigo mesmo. Quero tentar. Quero Luiza para mim.
Assim que entramos na casa de Renata, mãe de Luiza, Fifi vem nos receber abanando o
rabinho e fazendo festa.
-A sua mãe é terrível, Fifi. Está parecendo um enfeite da árvore de Natal. -fala Bruna
pegando a cachorrinha, que está com lacinhos vermelho e verde, nos colo.
Renata nos recebe de forma cortês. Muita simpática, nos apresenta João, que deduzo ser
namorado dela, pois João tem uma mão na sua cintura e estende a outra cumprimentando cada
um de nós.
Após as apresentações, fomos para uma sala de jantar onde há uma mesa posta
lindamente com decoração natalina e João nos serve com bebidas. A conversa se desenrola de
forma animada e Fifi já se mostrando íntima minha, subiu para o meu colo no sofá.
-Cresci aqui. -me diz Luiza, sentando ao meu lado no sofá.
-Mesma casa?
-Com algumas reformas, mas sim. Mesma casa.
-Então seu quarto ainda existe. -comento bebendo mais um gole do meu drink.
-Está curioso para conhecer meu quarto de adolescente, Heitor? -ela pergunta me olhando
com os olhos semicerrados. Gostosa. Quero agarrar ela nesse quarto.
-Tem medo do que pode acontecer lá? -pergunto entrando na brincadeira e ela sorri
mordendo o lábio inferior e levanta me puxando pela mão.
-Vem. Vou te mostrar meu antigo quarto. -ela sussurra e meu pau mexe na cueca. Solto a
Fifi e a acompanho.
-Não demorem que já vamos cear. -diz Renata a Luiza que sorri assentindo.
-Deixa eles, Re. -diz João abraçando-a.
Estou me sentindo um namoradinho adolescente agora. Não vejo a hora de irmos para
Búzios.
Luiza
Minha mãe está visivelmente feliz. A casa está cheia e o João parece contribuir para essa
felicidade. Ela merece ser feliz, torço muito por ela. Talvez algumas pessoas a julguem pelo que
aconteceu e minha história, mas eu admiro muito ela como mulher. Melhor mãe do mundo e
minha amiga. Uma empresária dedicada, me espelho muito em seu exemplo de profissionalismo.
Os olhos de Heitor estão o tempo todo sobre mim. Ele está lindo e esse homem tem
acabado com minha sanidade. Por ser noite de véspera de Natal, acabo lembrando, mas já
mandei a lembrança embora, de uma briga que meu ex teve comigo na casa da família dele. Aff.
Péssimo momento para lembrar dele. Agora é hora de criar novas memórias.
Sento junto de Heitor que está fazendo um carinho na abusada da Fifi.
-Cresci aqui. -digo olhando a volta.
-Mesma casa?
-Com algumas reformas, mas sim. Mesma casa.
-Então seu quarto ainda existe. -comenta Heitor me encarando enquanto bebe um gole do
seu drink.
-Está curioso para conhecer meu quarto de adolescente, Heitor? -provoco ele, maliciando.
-Tem medo do que pode acontecer lá? -ele está mesmo me ameaçando, gente?
-Vem. Vou te mostrar meu antigo quarto. -sussurro o puxando dali.
-Não demorem que já vamos cear. -diz minha mãe ao nos ver subindo as escadas em
direção dos quartos.
-Deixa eles, Re.
Misericórdia, não tenho mais quinze anos ou será que essa preocupação é porque o peru
está quase pronto? Deve ser por causa do peru mesmo.
Abro a porta do meu antigo quarto e entramos. Heitor observa a volta. Cortina rosa de
voal, a colcha de patchwork na cama de casal, junto de uma almofada. Realmente, meu quarto
não é mexido faz tempo.
Ele se aproxima de mim e toca minha cintura.
-Bem diferente do seu apartamento. -ele fala e olha meus lábios.
-Moro sozinha já tem bastante tempo. -digo e o abraço pelo pescoço, envolvida por ele
estar na casa onde cresci, no meu quarto de adolescente e por ser noite de Natal.
Novas memórias.
Heitor se aproxima e nossos lábios se encontram em um beijo. Sua língua encontra a
minha, sedenta por ele. Fico ofegante rapidamente. Com ele é assim, esse homem tira meu
fôlego. Queria que ele se apaixonasse por mim, que isso aqui que temos, fosse mais que sexo,
que fosse além. Meu coração erra uma batida com a constatação de meus desejos. Por querer
mais dele, mais de nós. Por constatar que estou apaixonada e que isso é ruim por causa do
trabalho, mas não hoje. Nem na viagem. Não quero pensar na parte ruim e sim na parte boa. Nós
nos braços um do outro.
O cheiro dele me enche de vida e suspiro. Heitor faz um carinho gostoso nas minhas
costas e eu colo meu corpo ao dele, sentindo seu crescente desejo por mim. Abro os olhos e
afasto a boca para beijá-lo de novo, aprofundando nosso contato, beijando-o com desejo, quase
implorando para que fique comigo de novo. Para que não se afaste nunca mais.
Ele arqueja no mesmo instante em que eu gemo baixinho. Amoleço em seus braços
enquanto ele desce os lábios por meu pescoço.
-Já arrumou sua mala? -ele sussurra no meu ouvido me causando um arrepio que desce
pela coluna.
-Já. -digo colocando as palmas das mãos sobre seu peito. -Com roupas tão pequenas,
acredito que uma mala só seja suficiente. -me refiro as roupas de verão.
-E a maioria nem vai usar. -ele sorri de forma maliciosa.
-Não vejo a hora de irmos. -digo e acaricio o pênis dele que está duro. Heitor contrai a
mandíbula e engole em seco.
-Dorme na minha casa hoje? -ele fala apertando minha bunda.
-Na sua casa? -enrugo a testa.
-Sim. -ele me beija na ponta do nariz e eu sorrio. -Augusto vai dormir na Bruna hoje e
amanhã, assim que nós dois acordarmos vamos a Búzios.
-Ouvi dizer que nenhuma mulher entra na bat caverna de vocês. -Bruna que me disse por
causa de Augusto. Regra deles.
-Preciso por regras por causa de Augusto. E é verdade, nenhuma mulher entra na minha
casa. Mas você pode. -ele me encara e fico sem reação. -Só você. -diz e me beija me abraçando
mais forte. Meu coração parece que vai sair pela boca.
Novas memórias.
Ao mesmo tempo em que correspondo ao beijo, temo por meu coração bobinho. Eu não
queria me sentir tão iludida com palavras assim. Será que todas as mulheres passam por isso ou
só as que namoraram algum babaca? É natural a gente se sentir inclinada a se apaixonar?
Heitor é um homem, nada parecido com o garoto que eu namorei. Ele é diferente e sei
que também já sofreu no passado. Quero tanto ficar com ele, fazê-lo feliz, ver que pode confiar
em mim. Eu jamais trairia esse homem. Jamais.
Após a ceia e o tradicional brinde a meia noite, não ficamos muito tempo na casa da
minha mãe. Éramos três casais e ao que parece, todos queríamos privacidade.
Heitor e eu chegamos em seu apartamento era quase uma da manhã. Nada de decoração
de Natal. Eu também não tive tempo de decorar nada, entendo ele. Deixo a bolsa sobre a mesinha
de centro e fico descalça. Ele se aproxima de mim.
Toco seus braços e ficamos abraçados.
-Tenho algo para você. -ele diz e se afasta. Pega uma sacola de presente e me entrega.
-Comprou um presente de Natal para mim? -pergunto me derretendo de felicidade.
-Quando vi achei que combinava com você. -ele diz e eu abro a sacola, sentando no sofá
atrás de mim. Heitor senta ao meu lado em expectativa.
Abro a embalagem de uma joalheria e dentro tem uma tornozeleira com o símbolo do
meu signo.
-Aquário. -digo baixinho, observando a delicadeza da peça.
-Eu coloco. -ele diz e se coloca de frente para mim, sentando no chão e pegando meu pé.
-É linda, Heitor. -digo observando esse homem lindo a meus pés. Sinto seus dedos
encostarem no meu tornozelo e a joia deslizando na pele. Assim que ele consegue fechar, pega
meu pé e beija a parte de cima.
-Seus pés são lindos. Sabia que ia combinar. -ele diz sorrindo, admirando o conjunto. A
joia e meu pé.
-Obrigada. -digo sorrindo largamente. -Também comprei algo para você. Mas está na
mala. Só vou te entregar em Búzios.
-Acho que posso esperar. -ele fala divertido e rimos. Olho meu pé e acho tão delicado o
presente, tão lindo. As mãos de Heitor, deslizam por minhas pernas, do tornozelo as coxas. Seu
olhar está fixo em mim, cheio de prazer. Então eu o busco para beijar. Ele fica ajoelhado entre
minhas pernas e logo estamos ofegantes. Meu cabelo, que estava arrumado em um coque frouxo,
está meio solto por causa dos dedos dele que ficaram entre os fios na minha nuca, me puxando.
-Vem. -ele me diz me conduzindo pela mão para seu quarto, que eu ainda não conheço.
Assim que entramos, Heitor se posiciona atrás de mim e começa soltar meu cabelo dos
grampos. Estou tão sensível que minha respiração está acelerada e cada mexa de cabelo que toca
minhas costas, me arrepia em uma parte diferente do corpo.
O quarto é lindo e está arrumado. Sinto seu perfume aqui.
Os dedos dele deslizarem nos meus ombros derrubando as alcinhas finas do vestido que
estou usando e sua boca beija a lateral do meu pescoço me fazendo gemer e fechar os olhos. Suas
mãos deslizam por meus braços e engulo em seco. Ele se afasta um pouco e abre o zíper do meu
vestido nas costas, que desliza ao chão. Estou apenas com uma calcinha preta minúscula.
-Luiza. -ele geme no meu ouvido e sinto suas mãos nos meus seios, aquecendo todo meu
corpo, me queimando. Ele é alto e seu corpo encosta no meu me curvando um pouco.
Viro e começo abrir os botões da camisa dele, olhando-o. Ele me encara. Há algo em seu
olhar e me sinto especial por estar na casa dele. Abro seu cinto e o botão da calça que cai a seus
pés. Nos livramos da roupa no chão, empurrando para uma poltrona perto. Ele está de cueca e eu
de calcinha.
Heitor toca meu queixo e beija minha boca devagar. Minhas mãos envolvem sua cintura e
logo puxo sua cueca para baixo, liberando seu pau que estou louca para chupar. Sento na cama
atrás de mim e o puxo para perto, tomando-o na mão. Ele me encara e assim que sente minha
boca, arqueja.
Passo a língua pela glande e na extensão, degustando. Depois o coloco na boca, indo e
vindo com os lábios e a língua. Heitor geme e me enche de elogios. Sinto seu pau pulsar na
minha boca e alivio as chupadas alternando com lambidas.
Ele se abaixa e me faz deitar. Coloca meus pés sobre a beirada da cama e
automaticamente minhas pernas se abrem. Enquanto ele segura meus tornozelos, sua boca lambe
minhas coxas indo até minha virilha.
-Afasta a calcinha pra mim. -ele pede e com os dedos trêmulos de prazer, afasto minha
calcinha e ele me toma com a boca. Ele me devora com a língua enquanto suas mãos prendem
meus pés no lugar. Com uma mão seguro a calcinha para o lado e com a outra, acaricio os
cabelos dele, gemendo e sentindo o prazer aumentar a cada lambida de sua língua na minha
boceta.
-Heitor... -digo sem conseguir formular frase alguma. Ele continua me lambendo e
chupando sem parar e sem pressa. Me sinto toda molhada das nossas secreções. Começo rebolar
sem nenhum pudor na boca dele que não alivia as lambidas no meu clitóris. Seus lábios me
beijam e me chupam, fodendo com a boca minha boceta que está aberta para ele, me enchendo
de prazer.
Ergo minha cabeça um pouco e o vejo se deliciando, cheio de prazer em me dar prazer e
então o orgasmo vem em ondas. Meu corpo estremece, minha boceta pulsa na boca dele e meu
clitóris é pressionado suavemente por sua língua macia até que eu goze plenamente. Até o fim.
Até meu corpo tombar na cama sem forças.
Heitor me pega pelos ombros e me sobe mais na cama, tira minha calcinha e fica sobre
mim, entre minhas pernas.
-Fazer você gozar é a melhor coisa. -ele diz e meus dedos tocam seu rosto num carinho.
Ele alcança a camisinha e coloca, logo sinto seu pênis na minha entrada e então as sensações são
as melhores possíveis quando sinto ele expandir meu canal. O puxo para um beijo faminto e meu
quadril se mexe em busca de movimento. Logo ele está me beijando profundamente e estocando
rápido dentro de mim.
-Tão gostoso. -digo e nos olhamos.
-Nunca ninguém esteve aqui. -ele diz e o observo. Meu coração acelera mais. -Só você,
Luiza. -diz e me beija. -Só você.
As palavras ditas em um momento como esse devem sempre ser medidas, pois estamos
em um momento bastante sensível. Heitor me faz entender que o que sinto por ele é muito mais
do que estar apaixonada. Nunca senti isso antes.
Minha boca abre buscando ar e sentindo o prazer aumentando e me trazendo mais um
orgasmo. Ele ergue uma das minhas pernas e se movimenta rápido, me encarando. E com os
olhos presos aos dele eu gozo de novo.
-Só você, Luiza. -ele repete e tomba sobre mim, gozando também. Ambos ficamos nos
abraçando e desfrutando juntos do prazer com nossos sexos unidos, com nossas pelves
pressionadas até que nossos corpos estejam completamente saciados.
CAPÍTULO 23
Luiza
Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais
(Ela é Carioca)
eitor se afasta de mim e vai para o banheiro. Fico aqui, deitada. Não sei
H direito o que pensar por causa das palavras dele. Isso não deveria mexer comigo.
Bobinha.
Ele volta do banheiro, pega meu pé onde está a tornozeleira e beija em cima da joia.
Sorrio, mas ainda assim ele percebe minha confusão.
-Vem cá. -me diz e senta na cama. Sento próxima dele que pega minha mão. -Estou te
assustando?
-Um pouco. -resolvo ser sincera. -Não sei o que esperar disso. Não quero quebrar meu
coração de novo.
Heitor me puxa para seus braços e beija o topo da minha cabeça.
-Eu também não quero. -o olho enquanto fala. -Mas eu quero algo com você, Luiza. E se
você quiser o mesmo, podemos fazer isso juntos.
-Sério? -pergunto sentindo uma felicidade misturada com medo.
-Eu não queria mais me envolver com ninguém. E estava dando certo até você aparecer e
abalar as minhas estruturas todas. Acabar com minhas defesas.
Viro de frente para ele.
-Eu sei. -digo observando seu rosto. -Eu desejei muito entrar aqui. -digo tocando o peito
dele.
-Você entrou aqui bem fácil. -ele diz e pega minha mão para beijar.
-Não foi fácil. -digo. -Não sei bem o que te machucou aqui, mas sou outra pessoa
diferente da que te machucou assim como você não se parece em nada com meu ex. Somos duas
pessoas que foram magoadas e que merecem uma nova chance. Merecemos nos dar essa nova
chance.
-Não quero magoar você nunca. -ele fala e acaricia meu rosto.
-Não vamos. -digo. -E o melhor é sermos honestos se queremos tentar algo.
Heitor baixa a cabeça. Talvez não esteja totalmente pronto pra se abrir. São anos
remoendo uma mágoa. Não que eu seja bem resolvida com minha história e do César. Mas
minha sorte foi ter encontrado um novo amor mais rápido que ele.
Me aproximo dele e o beijo devagar. Heitor vai se entregando e se envolvendo e logo
estamos ofegantes.
-Vamos tomar banho na banheira? -ele convida.
Meus olhos crescem e fico animada na hora.
-Tem banheira?
-Tem. -ele responde rindo da minha animação. -Vou encher para nós.
Heitor
Ficamos namorando na banheira. Trocando carícias e nos beijando sem parar. Luiza
sempre fazendo um carinho em mim, sempre me tocando, me buscando. Adoro esse jeitinho
dela. De gatinha. De se deixar ser cuidada por alguém, de se mostrar frágil quando está frágil.
Ela é um mulherão, mas é doce na mesma medida. Ela faz eu me sentir necessário e querer
cuidar dela também.
Sou um homem de sorte.
Espero não estragar as coisas entre nós. Tem o trabalho e ela é jovem, talvez tenha
necessidades diferentes das minhas, precise de mais espaço e não queira ficar grudada. Preciso ir
com cautela para não a sufocar. Porque por mim, não deixava mais ela ficar longe. Demoro a me
entregar, mas quando me entrego, amo sem medidas. Já nem sei mais como sou na verdade. Dez
anos vivendo como se fosse um holograma, me prendi numa realidade que parou no tempo.
Luiza me salvou.
Deitamos de novo na cama e após um beijo longo de boa noite, estamos novamente
unidos. Luiza está em cima de mim, rebolando e gemendo enquanto acaricio seus seios que
balançam pelo movimento.
A afasto e ela fica de quatro. Seguro sua bunda e a penetro devagar. Mas logo estamos
nos movimentando rápido e gemendo. Nossos corpos se chocam em um barulho nosso, seguro os
cabelos dela e aumento mais a velocidade. Luiza se toca aumentando seu prazer e em seguida
goza se empurrando contra mim que a prendo, puxando-a para o meu pau. Ela rebola gozando e
empinando a bunda. Meu pau pulsa com a visão dela toda linda, mas não gozo ainda, seguro.
Assim que ela termina de gozar, deito de novo e ela fica em cima de mim, só que de
costas. Tenho a visão da bunda dela e o movimento desse jeito esmaga a cabeça do meu pau. Ela
abaixa um pouco o corpo e vejo seu cuzinho. Deslizo os dedos nele, mas sem penetrar, apenas
acariciando e imaginando que quero comer ele logo.
-Vai me dar o cuzinho, né? -falo e ela aumenta a velocidade tirando meu controle e eu
gozo enchendo a camisinha de porra. Só de tocar no assunto vejo que ela fica animada e eu mais
ainda. Arquejo gozando e apertando a bunda dela.
Luiza vira e deita no meu peito. Beija meu queixo e sorrimos.
-Tirou a barba. -ela diz fazendo um carinho na minha pele.
-Não gostou?
-Ficou lindo também.
-Queria te chupar sem a barba. -a olho. -Gostou? -Luiza ri e beija meu pescoço. -Que foi?
-rio também.
-Estava planejando me chupar, Heitor?
-Desde o primeiro dia em que te vi. -digo e nos olhamos. -Entrou na minha sala toda
confusa e meu pau se animou, cheguei salivar.
-E eu esperando um homem mais velho.
-Não sou velho suficiente para você?
-Nem velho você é. -ela ri.
-Vou fazer quarenta anos ano que vem.
-Que delícia. -ela diz e passa a língua nos meus lábios me provocando.
-Curte os mais velhos, é?
-Curto você.
-Gostosa. -digo e aperto sua bunda. -Tenho o mesmo nome do meu avô.
-Imagina a minha surpresa. Esperava um senhor como assistente e vejo um homão lindo.
Dou uma gargalhada pelo elogio exagerado dela.
-Que bom que era nós. -digo e a beijo com carinho. Acaricio seus cabelos e ela se
aconchega melhor no meu corpo, buscando dormir.
Luiza
Vou dormir com a frase “ainda bem que era nós”, no coração. Nós. Cheiro o peito de
Heitor e coloco uma perna sobre as dele nos deixando bem juntinhos. Ele faz carinho na minha
cabeça e adormeço assim, nos braços do meu amor.
Dia seguinte, passamos no meu apartamento e pegamos minha mala. Seguimos para
Búzios. Levei os biquinis da coleção nova da minha mãe. Quero tirar algumas fotos e marcar no
instagran da marca.
Chegamos perto do meio dia e só deixamos as malas na casa e fomos almoçar em algum
restaurante perto. Comemos e voltamos logo para a casa, pois queria dar o presente que comprei
para Heitor.
Ele me mostra todos os cômodos da sua casa de Búzios. Uma casa grande, linda, com
piscina e redes por todo jardim. Um espaço gourmet nos fundos, perto da piscina. Aconchegante
e romântica. Perto da praia.
Troco de roupa, pois está muito quente e queremos caminhar a beira mar. Coloco um
biquini vermelho e um short jeans. Desço para a sala com o presente de Heitor na mão.
O encontro perto da piscina em uma ligação. O abraço por trás e beijo suas costas nuas.
Ele está só de bermuda.
Superman delícia.
-Pra vocês também, mãe. Tchau, beijo. -ele fala e guarda o celular no bolso. Vira para me
olhar e vê o presente. -Oba. Meu presente. -fala divertido.
-Sim. -digo lhe entregando o pacote.
-É grande, Luiza.
-Um pouquinho. -sorrio. -Estava falando com seus pais?
-Sim. Estava desejando feliz Natal para eles. Não consegui ligar a meia noite como minha
mãe gosta. -ele diz e senta na poltrona da piscina. Sento junto e o observo abrir o pacote.
Ele retira várias peças da nova coleção de verão da minha mãe. Sorri surpreso pela
quantidade de roupas.
-Acho que já vi isso em algum desfile. -ele fala sorrindo ao segurar uma sunga.
-Não sabia se usava sunga ou é daqueles homens que só usam bermuda.
-Uso de tudo e as vezes não uso nada. -ele me olha de forma safada e me beija. -
Obrigado. Gostei de tudo. Vou usar. -diz colocando um boné igual ao meu.
-Vamos dar uma volta na praia? -convido.
-Vamos. -diz e levanta me pegando pela mão.
Saímos após passar protetor solar e colocar óculos escuros. A casa dele é muito pertinho
do mar e logo estamos molhando os pés na água e nos beijando nesse lugar lindo.
Heitor senta na areia e eu sento entre suas pernas, sendo beijada no ombro.
-Vem bastante aqui? -pergunto a ele.
-Tenho a casa há dois anos. Vinha mais no início. Adoro aqui, quando preciso me afastar
de tudo venho para cá.
-É bom ter um refúgio, né?
-É sim. -ele diz. -Nunca trouxe ninguém aqui. Nem Augusto.
Mordo o lábio e viro de frente para ele.
-Por que me trouxe? -o encaro.
-Talvez para dizer o quanto você é importante para mim.
Baixo a cabeça e ele toca meu rosto.
-Estava a muito tempo sozinho? -pergunto. -Já teve algum relacionamento mais sério?
Ele desvia os olhos para o mar.
-Tive sim. E acabou mal.
-Normalmente acaba mal. -digo falando por mim.
-Estávamos juntos há três anos e no último ano resolvemos morar juntos. -o observo sem
interromper. -Foi há dez anos atrás.
-Bastante tempo. -falo baixinho e o olho. -Mas ainda dói.
-Não mais. Ficou no passado, mas tomei algumas atitudes depois baseadas no que me
aconteceu. -ele me olha e mesmo com os óculos escuros, consigo ver seu olhar. -Me marcou de
uma forma que me fechei para qualquer relacionamento depois.
-Entendo. -digo e ele pega minha mão. Fica remexendo em meu anel.
-Até você aparecer. -nos olhamos. -Demoro a me entregar, mas quando o faço é porque
tenho certeza do que quero. Pensei que fosse apenas sexo entre você e eu. Mas não é.
-Heitor... -sussurro.
-Deixa eu terminar. Depois você pode fazer o que quiser com minhas palavras, mas
preciso dizer. -ele fala decidido. -Quero tentar um relacionamento com você, Luiza. Me
apaixonei e isso era impossível até você chegar. Foi uma grande surpresa da vida para mim.
Pensei que fosse querer ficar sozinho depois de ter sido traído. -ele fala e baixa a cabeça. Toco
seu rosto e vejo sua dor por isso. -Mas vejo seu caráter e gosto de tudo em você. Não resisto
mais, me apaixonei pela filha do meu chefe que agora é minha chefe.
-Isso não é problema. -digo.
-Para nós não é.
-Heitor, -digo e tiro os óculos. -eu quero o mesmo que você. Também me apaixonei. E
não vou deixar ninguém julgar isso. Pode ter certeza.
Ele sorri e me puxa para um beijinho.
-Talvez não goste de ouvir isso, mas fala igual a seu pai.
-Ele também quis proteger o amor de vocês? -pergunto me divertindo com a piada boba.
Heitor ri comigo.
-Ele era muito seguro em suas decisões, Luiza. Igual você é. Igual fez na reunião em que
mostrou o novo organograma da empresa. Segura e decidida.
-Não convivi com Roberto. Engraçado que isso é uma característica que vejo na minha
mãe.
-Ambos foram empresários. E você também é.
Toco o rosto dele de novo. Não quero falar sobre os outros. Quero falar sobre nós.
-Então, vamos juntos. Sabemos o que sentimos e isso tem de ser suficiente para nós. Não
precisamos da aprovação de ninguém.
-Vão dizer que estou interessado na sua herança.
-Se importa com isso?
-Um pouco. Porque não é verdade. O que eu sinto por você é verdadeiro.
-Eu saber já é suficiente. -digo. -Relacionamentos não são algo tão fácil, mas podemos
tornar o nosso leve.
-Vem cá. -ele me puxa e nos beijamos. Heitor segura meu rosto com as mãos e ao nos
movimentarmos nossos bonés caem. O beijo continua e meu coração se enche de sentimentos.
É quase inacreditável o que estou vivendo. Um ano atrás estava chorando por uma cara
que nunca me mereceu e agora estou aqui sendo tratada com amor por esse homem que também
foi machucado. Aprofundo nosso beijo e Heitor murmura algo e se afasta um pouco dos meus
lábios.
-Estou de pau duro, Luiza. -me diz baixinho, perto dos meus lábios e volto a beijá-lo,
sorrindo. Desta vez com mais calma.
Ficamos mais um tempinho sentados, olhando o mar e pensando na nossa conversa. Até
que decidimos entrar na água.
CAPÍTULO 24
Luiza
E além do mais
Ela é carioca, ela é carioca
(Ela é Carioca)
À comer. Por causa do calor, bebemos uma cerveja juntos enquanto cozinhamos.
Não estava afim de sair e como a geladeira e armários estavam
abastecidos, pois ele contratou uma empresa para fazer isso e mais a limpeza
da casa antes de virmos, quis que curtíssemos tudo juntos. Separamos algumas coisas e fizemos
uma pizza. Enquanto assa, vamos para a piscina.
Em um salto, nos jogamos juntos na água. Emergimos e ele me agarra, rindo. Ficamos
brincando, nos provocando e nos beijando enquanto a pizza assa.
Falamos um pouco sobre trabalho, pois é inevitável. Além de trabalharmos junto, temos
ótimas ideias para o hospital para o ano seguinte. A cerveja acaba e saio da piscina para buscar
outra e olhar a pizza.
Quando volto já trago a pizza cortada em fatias e trago mais cerveja. Sentamos a beira da
piscina e comemos a pizza com a mão mesmo, ficando com os pés na água.
-Não sei se é a fome, mas está muito boa. -ele fala e toma um gole de sua cerveja.
-Muito boa. -digo concordando que além de gostosa, estamos com fome.
A noite está linda, céu estrelado e sei que tudo isso vai ficar na minha memória. Nadamos
e ficamos na água mais um tempo.
-Nem acredito que estou tendo um tipo de férias. -ele fala sorrindo.
-Isso me preocupa, Heitor. Você é obrigado a tirar férias ano que vem! -digo meio brava,
mas não brava de fato.
-Quem vai me obrigar? -ele me olha do outro lado da piscina, segurando o sorriso, me
provocando.
Coloco as mãos para trás e desato o laço do meu biquini na parte de cima, fazendo meus
seios saltarem e o tecido subir. Ele me encara e seu sorriso se desfaz.
-Eu vou obrigar! -digo e faço o mesmo com a parte debaixo. Jogo a peça nele que avança
nadando na minha direção.
Dou um gritinho assim que ele me alcança. Heitor me pressiona na beirada da piscina e
sua boca toma meus seios de forma faminta.
-Pensa que foi fácil te ver seminua na beira mar e me segurar? To louco pra te comer faz
horas. -ele fala e seus dedos tocam meu clitóris.
Abro a boca surpresa pelo toque e excitada.
-Então come. -digo num fio de voz. Ele aproxima seus lábios e me beija devagar, a língua
varrendo minha boca de forma lasciva.
Esse homem vai acabar comigo nessa viagem.
Nos acariciamos e logo ele também está nu, esfregando o pau entre meus lábios vaginais.
O abraço pelo pescoço e minhas pernas o envolvem na cintura.
-Não peguei camisinha. -ele reclama, mas o calo beijando sua boca ofegante. Pego seu
pênis e o posiciono na minha entrada. Ele desvencilha a boca da minha e me olha.
-Não somos namorados? -pergunto empurrando meu quadril, fazendo o pau dele entrar
um pouco na minha boceta. Gememos. Minhas pálpebras estão baixas de tesão e a boca
entreaberta. Heitor empurra o corpo ao meu me penetrando até o fundo.
-Somos. -ele diz e se movimenta num vai e vem gostoso. Segura meus cabelos na nuca e
sua língua invade minha boca com desejo. Fico gemendo e rebolando nele bem putinha.
-Heitor... -digo seu nome gemendo, sem forças já.
-Você me deixa louco, Luiza. -ele diz e começa estocar mais rápido. Minha mão fica
entre nossos corpos acariciando meu clitóris e eu gozo em seguida, abraçando Heitor com força,
ele me segura arquejando na minha orelha, me deixando louca. Assim que paro de me
estremecer, ele desliza as mãos pela minha bunda e acelera de novo o movimento, buscando seu
prazer. De repente sinto seus dedos acariciarem meus ânus. Deslizo a língua na boca dele
gemendo excitada pelo toque e ele começa penetrar um dedo bem devagar enquanto se
movimenta mais rápido.
-Que gostoso assim. -digo e ele aprofunda um pouco o dedo e goza gemendo na minha
boca.
Ficamos muito tempo abraçados assim, na piscina.
Heitor
Luiza é tão leve. É fácil demais conviver com ela. Ela me traz paz e isso é o que eu mais
quero em um relacionamento. A olho saindo do mar. Linda, gostosa num micro biquini branco.
A mãe dela nem deveria cobrar pelo tamanho da peça. Ela está mais bronzeada e fico louco de
tesão no corpo dela. Na marquinha que fica do biquini.
-Já chegou? -ela pergunta e senta ao meu lado na espreguiçadeira. Pedi uma caipirinha
para nós.
-Ainda não.
Neste momento o rapaz traz a caipirinha. Ela agradece e toma um gole.
-Hum... -ela lembra de algo. -De manhã a Bruna me ligou. Disse que o Augusto a levou
para voar.
-Ele que pilotou?
-Sim. Foi durante sua aula. Ela adorou.
-Eles parecem estar se entendendo, não acha?
-Acho sim. -digo com o pensamento longe, lembrando que minha amiga merece alguém
legal.
-O Augusto é novinho ainda, mas é tão maduro. -ele me olha e parece lembrar de algo e
começa rir. -Mas as vezes parece criança também.
Ficamos rindo. Eles têm diferença de 6 anos. Mas pelo jeito nenhum dos dois está se
importando com isso.
-E a Bruna parece sempre uma adolescente, mas no fundo é madura também. Ela me deu
tanto apoio quando fiquei mal. Mesmo sem saber do real motivo do término do meu namoro.
-Certeza que seu ex era um babaca, Luiza. Ele era ruim em dar prazer.
-Concordo. Já você... -digo e bebo mais um gole da bebida. -é especialista.
Heitor tira os óculos escuros e vejo seus lindos olhos cor de mel.
-Acha isso mesmo? -ele pergunta e senta não meu lado na minha espreguiçadeira.
Balanço a cabeça concordando e ele beija perto da minha orelha e começa sussurrar:
-Gosta quando chupo tua boceta? -ele pergunta e eu sinto minha boceta pulsar. -E quando
fodemos bem forte? Adoro quando você está com meu pau na boca. -diz e cheira meu pescoço.
Ainda não sei como consigo segurar o copo da caipirinha, pois estou toda mole. Meu
olhar é vago, lembrando de nós dois juntos.
-Eu adoro. -digo baixinho, sentindo minha respiração ficar descompassada.
-Vou comer teu cuzinho hoje. -ele me olha e me beija de selinho. -Me dá ele? -pede e
passa a língua nos meus lábios, sem fechar os olhos, me encarando. Esperando uma resposta
minha.
-Dou. -digo num fio de voz e ele me beija devagar, sua língua procurando a minha. Solto
um gemido baixinho. Estou excitada com o jeito de Heitor. Ele é intenso, gostoso. Quando me
beija devagar é excitante tanto quanto nos agarramos forte. Ele me deixa louca. Quero fazer tudo
com ele.
Ele me olha e sorri.
-Heitor, os biquinhos dos meus seios estão durinhos. -digo rindo ao notar no meu biquini.
Ele contrai a mandíbula e senta atrás de mim, me puxando para deitar sobre seu peito.
-E o meu pau tá daquele jeito.
Heitor
Esfrego meu pau em Luiza e baixo as alças de seu vestido, chupando seus seios. Ela
geme de prazer e isso me satisfaz. Gosto de deixa-la bem excitada. Não tenho pressa nas caricias.
Gosto de leva-la ao limite.
-Vou subir. Só me dê cinco minutos e vem me encontrar no quarto. -digo ofegante.
-Tá. -ela responde e a olho deitada na rede, os seios de fora e o rosto cheio de prazer.
Uma visão espetacular.
Pego uma espumante da geladeira, duas taças e subo para o quarto. Tiro toda minha
roupa e pego na minha mala, meus óculos, que por acaso eu trouxe, caso fosse trabalhar um
pouco, o que não aconteceu até agora. Sento nu na poltrona, usando apenas os óculos e aguardo
ela chegar.
Meu coração acelera em expectativa ao escutar os passos dela se aproximando do quarto.
A maçaneta gira e ela entra. Logo me vê. Seu sorriso se abre, mas eu me mantenho sério. Meu
pau cresce mais um pouco e toco nele com a mão.
-Tire toda sua roupa. -digo e ela engole em seco, obedecendo. Assim que fica nua,
percebo sua respiração acelerada e as bochechas vermelhas. Ela está com tesão. Me olha.
-Vem aqui me chupar. -digo e ela vem devagar. Toca minhas pernas e se ajoelha entre
elas. Toma meu pau na sua mão e começa me chupar, lamber e esfregar em seu rosto, me
deixando louco. Ela me encara e ajeito os óculos no rosto. Luiza morde de leve o meu pau que
pulsa na sua boca e eu arquejo erguendo a cabeça para trás, expondo meu pescoço. Sinto uma
mão dela subindo pelo meu corpo até chegar no meu rosto.
-Gostosa. -digo olhando ela com meu pau na boca. Tão linda. Pego sua mão e chupo um
dedo de cada vez, fazendo-a se contorcer. Ela me chupa com mais vigor e eu a afasto para beijar
sua boca.
-Vai com calma. A festa está apenas começando. -digo e a puxo para cima de mim, na
poltrona. Luiza encosta a boceta no meu pau e fica rebolando enquanto nos beijamos.
-Heitor... -ela geme sem forças.
-Fala minha putinha gostosa.
-Me come. -ela mal termina de falar e eu levanto com Luiza no colo, pulando na cama,
em cima dela que abraça meu corpo com as pernas e nos beijamos com pressa. Posiciono meu
pau e entro nela que está muito molhada e a penetro. Ela geme mais alto e seus dedos tocam
meus cabelos na nuca.
Nos olhamos ofegantes. Meus óculos estão escorregando e ela o retira colocando ao lado.
-Melhor do que eu imaginei. -ela diz gemente enquanto estoco rápido dentro dela.
-Não goza ainda. -peço olhando-a. -Quero que goze quando te comer por trás.
Ela geme e me segura com braços e pernas. Eu paro, dando um tempo para ela se segurar,
pois pelo jeito, já ia gozar. Volto a beijar sua boca devagar e em seguida meu quadril se move ao
dela também, querendo senti-la.
Ficamos algum tempo nos movendo devagar e nos beijando. Até que saio dela, coloco de
novo os óculos. Luiza senta e me olha em expectativa.
-Fica de quatro para eu comer teu cuzinho.
Ela se posiciona. Eu pego uma camisinha e coloco, busco um gel no banheiro e passo no
meu pau e nela, introduzindo um dedo devagar. Luiza geme e empina a bunda.
-Tudo bem? -pergunto e ela demora a responder, mas se move excitada. -Posso
continuar?
-Continua, Heitor. -ela implora e meu pau pulsa. Tiro meu dedo e me posiciono na sua
entradinha pequena. Seguro seu quadril e me movimento devagar, ganhando espaço aos poucos.
Assim que a glande entra, Luiza trava sentindo dor. Então espero um pouco e meus dedos
começam acariciar o clitóris dela que vai relaxando aos poucos e se movimenta de encontro ao
meu pau.
Fico louco com a visão da bunda dela, meu pau entrando e a marquinha do fio dental.
Quando ela se acostumar com meu tamanho, vou foder forte.
-Gostosa pra caralho. -digo entrando mais um pouco, incentivado pelos movimentos dela
de encontro a mim. Meus dedos acariciam seus clitóris e a boceta molhada e então vamos
ganhando mais espaço e movimento. Ela começa gemer e me buscar. Seguro para não gozar
ainda.
A mão dela encontra a minha e ficamos acariciando seu clitóris. Ela geme diferente, mais
alto e com um prazer animal que acaba comigo.
-Heitor... -ela geme, suas mãos se apoiam no colchão e Luiza abre mais as pernas, se
empurrando mais rápido contra meu pau. Meus dedos apertam seu clitóris e ela rebola gozando e
apertando meu pênis. Vou junto com ela e gozo esporrando na camisinha. Gememos e estamos
muito suados.
Ela tomba no colchão me levando junto. Retiro meu pênis para não a machucar e a
abraço por trás.
-Foi incrível. -digo em seu ouvido, segurando seus seios no abraço. -Te machuquei?
-Não. -ela diz balançando a cabeça. -Doeu só no começo.
-Você é muito gostosa, meu amor. -digo e assim que as palavras saem da minha boca, me
dou conta de que é isso mesmo. Amo Luiza. Ela se vira de frente para mim e me beija.
-Heitor, eu te amo. -ela fala claramente, ajeitando meus óculos no meu nariz.
-Eu também te amo. -digo e me entrego de vez.
Amo essa mulher.
CAPÍTULO 25
Luiza
Um Mês Depois
Ela é carioca, ela é carioca
Basta o jeitinho dela andar
Nem ninguém tem carinho assim para dar
(Ela é Carioca)
A nos conhecermos melhor. É muito fácil conviver com Heitor. Ele me deixa
segura de seus sentimentos e isso me dá uma paz. Não somos perfeitos, não é
isso, mas era o que eu precisava em um relacionamento. Aquela paz que o cara
que está comigo não está por aí me traindo, como eu não tinha com César. Eu confio no Heitor.
Passamos o ano novo juntos, apenas eu e ele, pois nossos amigos e familiares já tinham
outras coisas programadas e para ser bem sincera, queríamos mesmo ficar sozinhos. Ficamos no
apartamento dele, já que Augusto ainda estava no apartamento de Bruna.
No primeiro dia em que voltamos para o Hospital Castellani, Heitor pegou na minha mão
e entramos pelo saguão caminhando lado a lado. Claro que as pessoas ficaram curiosas por nos
ver juntos assim. E não vou dizer que já se acostumaram, mas foi legal a forma como ele se
posicionou como homem, não se deixando afrontar por estar com a chefe dele. Com a herdeira
de Roberto. Ele é muito seguro.
Meu monumento gostoso.
No meu aniversário, recebi meus amigos em casa em uma recepção pequena, pois muitas
pessoas viajam nesta época do ano. Mas eu estava com as pessoas mais importantes para mim.
E assim foi o mês de janeiro. Cristina treinou uma nova secretária e agora é nossa
assistente. Revelou que sempre achou que formávamos um lindo casal.
Heitor
Fui um babaca com Luiza. O ciúme me corroeu e fui possessivo mesmo. Amo ela e não
vou permitir perdê-la para ninguém. Passo as mãos de forma impaciente pelos cabelos e me olho
no espelho do banheiro da minha sala.
Sei que estou exagerando, nem sei mais como agir. Tanto tempo sozinho.
Era mais fácil sozinho. E muito sem graça.
Saio do banheiro, pego o celular e vou para a reunião. Preciso me afastar um pouco se
não vou estragar as coisas com ela. E isso eu não quero. Ela é uma mulher muito doce.
A reunião dura quase duas horas. Quando termina, subo de volta e vou direto para minha
sala. Vejo que Luiza está sozinha e aproveito para ir falar com ela. Ela levanta e ficamos de
frente.
Toco sua cintura e ela apoia as mãos em meu peito. Adoro quando ela faz isso. Me
acalma.
-Não precisa desmarcar com a Bruna. -digo arrependido.
-Acha mesmo que prefiro pizza a estar nua na sua cama? -ela diz e sinto seus dedos
entrando no vão entre os botões da minha camisa, tocando minha pele.
-Convenci você, então? -pergunto sorrindo largamente.
-Foi uma bela escolha de palavras.
Me aproximo de sua boca e a beijo rindo. Afastando a nuvem de neuras que pairava sobre
a minha cabeça. Luiza morde meu lábio e se afasta.
-Agora me deixe trabalhar. Estou muito ocupada. -ela vira para voltar a sua mesa, mas a
tempo lhe desfiro um tapa na bunda, fazendo-a rir e se afastar mais rápido.
Volto para minha sala. Preciso terminar algumas coisas ainda hoje.
CAPÍTULO 26
Luiza
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar
(Ela é Carioca)
edi para Sofia colocar as flores no saguão do Hospital. Não queria mais
P olhar para elas e lembrar que possam ter sido enviadas pelo César. E para ninguém
desconfiar, não as joguei no lixo, pois esta era a minha vontade.
Passei em meu apartamento antes de ir ao de Heitor. Precisava pegar roupa
para trabalhar no dia seguinte. Quando cheguei no apartamento dele, já havia uma comidinha
pronta e eu agradeci por meu monumento saber cozinhar.
Desta vez Augusto estava em casa. Mas tão logo jantou, nos deu boa noite e foi para seu
quarto. Heitor e eu sentamos no sofá e ficamos namorando, conversando e trocando beijos. Estou
no colo dele, acariciando seus cabelos enquanto me conta sobre a festa de aniversário do
Hospital.
Tomamos banho juntos e logo estávamos na cama, deitados.
-Descobriu quem mandou as flores? -ele pergunta e fica em cima de mim.
-Amor, sério que ficou preocupado com isso? -pergunto passando as mãos pelos braços
dele.
-Não é bem preocupado a palavra.
Ficamos nos olhando.
-Isso não importa.
-Para mim, importa. -diz e eu suspiro. -Prefiro saber e não gostar, do que descobrir depois
de outra forma.
Resolvo falar logo o que desconfiei.
-Sofia ligou para a floricultura, mas não havia nenhum nome, apenas a descrição da
pessoa que enviou. E pelas características, acho que pode ter sido o César.
-Seu ex?
-Sim. -digo e engulo em seco. -Mas não tem como ter certeza.
-Que você acha disso?
-Muito estranho. Ele não teria como saber que estou no Hospital e como nunca me
procurou depois de terminar, acho difícil aparecer agora.
-E se for mesmo ele?
-O que tem? -pergunto sem entender a pergunta.
-Se for o cara. E se ele estiver arrependido?
-Heitor, eu estou com você agora. Não existe possibilidade alguma de eu deixar o César
se aproximar de mim. Nem mesmo se fosse para pedir desculpa, coisa que imagino que ele nunca
faria. Eu jamais o deixaria se aproximar depois de tudo que ele fez e o que me disse. -digo brava,
irritada por lembrar de César, por estarmos perdendo tempo falando sobre ele.
Heitor beija meu queixo e eu solto o ar tentando me acalmar.
-Desculpa tocar no assunto. Não imaginei que pudesse ser ele.
-Não tenho certeza também. Só quero esquecer isso tudo. Se foi ele ou outra pessoa,
pouco importa. -o olho. -Agora só importa você.
Heitor
Saber que o ex-namorado de Luiza possa ter reaparecido me incomoda. Ainda mais por
ela ficar tão irritada por isso. Esse cara não vai se aproximar dela porque se ele fizer isso, vou
garantir que se arrependa para sempre.
-...só importa você. -ela diz e a observo. Esquadrinho sou rosto e vejo sinceridade em
suas palavras.
-Te amo, Luiza.
-Eu te amo, Heitor. -ela fala e a beijo devagar, acalmando-nos. Porém, basta sentirmos a
língua do outro que ao invés de nos acalmarmos, isso nos agita. E nos excita. Luiza se move
embaixo de mim, buscando seu prazer. A pele dela é macia e cheirosa. Deslizo a boca por seu
pescoço ouvindo seus gemidos. Suas mãos acariciam meu corpo sem parar. Da cabeça a bunda
ela me toca suave. As unhas me arrepiam enquanto beijo seu colo, chegando nos seios. Lambo e
sugo um mamilo, depois vou para o outro e me demoro um pouco, sentindo o biquinho duro na
minha língua, fazendo conexão com meu pau que pulsa.
Deslizo por seu abdômen beijando e chupando sua pele. Viro Luiza para baixo e afasto
seus cabelos. Beijo sua nuca e desço por suas costas, beijando e acariciando sua bunda com as
mãos, apertando.
Ela é muito gostosa.
Fico entre suas pernas e pego suas mãos para que ela não possa se mexer, prendendo-as
no colchão, então começo beijar e lamber suas nádegas. Mordo e passo a língua, segurando-a
firme contra o colchão. Luiza geme descontrolada e tenta se soltar ao mesmo tempo em que
empina a bunda para mim, me deixando louco.
Minha boca vai ganhando espeço e estou lambendo cada vez mais dentro dela até que
alcanço sua boceta que está melada de prazer. Ela rebola ao sentir minha língua da sua boceta até
seu cuzinho. Estou com o rosto enterrado na bunda gostosa dela e meu pau está duro como ferro.
E assim, com as mãos presas as minhas e depois de algumas lambidas e chupadas, ela
goza rebolando na minha cara, se mexendo muito e gemendo de forma contida para ninguém nos
ouvir, pois não estamos sozinhos em casa.
Tão logo ela se acalma, solto suas mãos, fico sobre ela e preencho sua bocetinha com
meu pau. A bunda dela dificulta um pouco por ser tão redondinha e gostosa. O que me deixa
louco. Largo meu peso sobre ela e busco sua boca em um beijo bagunçado enquanto me movo
num vai e vem gostoso e interminável.
-Teu pau é muito gostoso. -ela diz em meio aos beijos, nossas línguas se movem e
gememos ofegantes.
-Gosta do meu pau, Luiza? -pergunto com a voz rouca.
-Adoro teu pau.
-Ele é todo teu. -digo e acelero um pouco, gozando dentro dela, sentindo sua boceta
contrair, me apertando, me deixando louco.
Luiza
Após trocar um beijo longo com Heitor, me afasto de seus lábios tentando disfarçar a
excitação que esse homem me causa. Ele sorri tocando meu rosto de forma carinhosa.
-Vou ao banheiro e já volto. -digo e me afasto. Ia chamar Bruna para vir junto, mas ela
está bem ocupada beijando Augusto neste momento.
O pub está bem cheio hoje. Caminho entre as pessoas e logo entro na fila para o banheiro.
Por sorte, a fila anda rápido e logo eu consigo usar.
Assim que saio, lavo as mãos e me olho no espelho. Apesar de ter feito a maquiagem pela
manhã, ela ainda está aqui. Sem batom, lógico, mas a base continua boa e os olhos não estão
borrados. Pego o batom de morango que o Heitor gosta e passo um pouco. Ele é clarinho, mas o
cheiro de morango é bem forte. Adoro usar esse.
Saio do banheiro ajeitando a bolsa quando sinto uma mão me puxar para o lado. Como
não estava esperando, desequilibro e preciso me segurar na pessoa. Quando levanto os olhos para
ver quem é, meu coração parece que vai parar de tão rápido que bate.
-Oi, Luiza.
-César? O que faz aqui? -pergunto me desvencilhando de sua mão nojenta que me causa
repulsa.
-Não vou mentir. Procurando você.
-Não vejo motivos para me procurar. -digo e me posiciono para sair dali.
-Espera. -ele fala, mas não me toca. O olho. -Errei com você, Luiza. Errei feio. Vamos
conversar em um lugar mais calmo, vamos sair daqui.
-Não temos nada para conversar sobre isso. Está tudo bem. Estou com outra pessoa
agora. O que tivemos ficou no passado. -digo e me arrependo de estar dando muita explicação
para esse idiota.
-Eu sei. -o encaro. -Vi vocês. -ele fala e parece ficar momentaneamente irritado. -Nunca
me beijou daquele jeito.
Quando dou um passo para sair dali, César me puxa e me prensa na parede. Meus olhos
aumentam de surpresa, minha respiração acelera e começo empurrá-lo para que se afaste de mim,
mas é mesmo que nada, não tenho força suficiente. Algumas pessoas veem o que acontece, mas
não entendendo o que possa ser, acabam passando direto.
-Me solta. -grito com ele que me solta e cai para trás.
Pensei que ele estivesse me soltando porque pedi, mas assim que César cai no chão, vejo
Heitor olhando para ele com ira.
Neste momento aparece um segurança e antes mesmo de César levantar, Heitor explica a
ele o que estava acontecendo. Me aproximo de Heitor que me abraça e confirmo com o
segurança.
Tudo acontece muito rápido. O segurança chama seu colega pelo rádio e César levanta
encarando Heitor com ódio.
-Nunca mais se aproxime da Luiza. Ou vai se arrepender! -diz Heitor com muita raiva e
neste momento os seguranças levam César dali.
Coloco a mão no peito e respiro fundo. Heitor fica de frente para mim e me olha
preocupado.
-Você está bem?
-O que teria acontecido se você não chegasse? -digo em aflição, lembrando de César me
pressionando contra parede. Será que ia me bater, será que ia me beijar. Eu não sei dizer e isso
me deixa em pânico.
-Vamos sair daqui. Vem. -me diz e me abraça me retirando do Pub.
Mantenho o olhar baixo, não vejo ninguém, deixo que Heitor me conduza enquanto sinto
as mãos geladas. Tudo passa em um borrão. Logo percebo estar no consultório do Fábio e ele
está medindo minha pressão. Parece que por um instante, não vi nada. Nem sei como cheguei
aqui.
-Eu desmaiei? -pergunto ao médico.
-Não, amor. Viemos caminhando. -me diz Heitor, se abaixando perto da cadeira onde
estou sentada.
-Eu não lembro. -digo confusa.
-A pressão está um pouco baixa, mas nada preocupante. -diz o médico.
Nisso minha lembrança vem voltando e então lembro que pegamos o elevador. Olho
Heitor e ele acaricia minha mão com o olhar preocupado.
-Me leva para casa? -peço baixinho.
-Claro. -ele diz e olha para Fábio que consenti.
-Vou te entregar um remédio só para ela conseguir relaxar. Quando chegar em casa, pode
tomar. Não é forte.
Nos despedimos do Fábio e logo estamos no carro de Heitor. Ele me leva para seu
apartamento. Tomo um banho, dispenso comer algo, já havíamos beliscado petiscos no pub,
então tomei o remédio e deitei na cama dele. Dormi logo em seguida, sentindo Heitor me
fazendo um carinho na cabeça.
Heitor
Ver aquele cara segurando Luiza contra a vontade dela me deixou cego de raiva. Eu
ajudaria qualquer mulher nesta situação, mas era Luiza. Caralho. Senti vontade de matar o cara.
Imaginei, pela descrição que ela havia dado, que era seu ex.
Agora, olhando-a aqui na minha cama, dormindo, vejo o quanto é frágil. Sinto ainda mais
ódio do cara. E baseando-me neste sentimento faço várias ligações. Várias. Tomo medidas que
nunca tomei na vida e nem sei bem como agir, mas vou agir.
Augusto chega em casa e me ajuda com algumas ligações e informações importantes para
o que quero fazer. Eu mataria se fosse preciso. Amo Luiza e jamais alguém vai fazer mal a ela
sem passar por cima de mim. Aquele moleque vai pagar.
CAPÍTULO 27
Luiza
Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar
(Ela é Carioca)
Heitor
Luiza aparece na cozinha e senta a messa para tomarmos café juntos.
-Vi que é bem cedo, preciso passar em casa para trocar de roupa. -ela diz servindo o café.
-Imaginei que fosse querer fazer isso.
-Como foi ontem no pub com Augusto? Ele gostou da comemoração? Aliás, acho que
ninguém percebeu o que aconteceu, não é?
-Só o Augusto e o Fábio que sabem. Você estava demorando a voltar do banheiro, fui
atrás de você. Eu nunca imaginei que pudesse estar correndo perigo, Luiza.
-Aquele idiota não é um perigo.
-Ele é sim! Vi sua cara de pânico pedindo para ele se afastar.
Ela suspira pesado e solta a xícara.
-Senti medo naquela hora.
-O que ele queria?
-Dizer que se arrepende de ter terminado comigo.
-Filho da puta! -digo entredentes.
-Ele nos viu juntos e sei lá o que passou na cabeça dele. Disse que não queria conversar
com ele, que estava tudo no passado. Quando fui sair, ele me empurrou na parede e aí você
chegou. -ela fala rápido e solta o ar no final, visivelmente assustada ainda.
Toco a mão de Luiza e entrelaço nossos dedos.
-Ele não vai mais chegar perto de você.
-Espero que não. -ela diz, mas não faz ideia dos meus planos para que isso seja possível.
-Quer registrar um boletim de ocorrência? Chamar um advogado?
-Acho que não precisa.
-Agora você é uma pessoa pública, talvez fosse melhor contratar um segurança.
-Talvez. -ela não sabe o que pensar ainda. -Mas acho que ele entendeu o recado ontem.
-Espero que tenha sido o suficiente mesmo. Queria tanto quebrar a cara dele. -digo
irritado.
-Não vale a pena, Heitor. Ele é um idiota.
-Quando vi ele segurando você... -nem termino a frase, pois iria assustar Luiza que já está
assustada. Ela vem e senta no meu colo. -Te amo tanto. -digo abraçando sua cintura.
-Vamos esquecer isso. -ela fala acariciando minhas costas. Me beija e tomamos o café
assim, juntinhos.
Luiza
Chamei minha mãe e a Bruna hoje para a noite das meninas. Estou assustada com o que
César fez e quero falar com elas sobre o assunto.
Estamos na sacada do meu apartamento, bebendo espumante e comendo uma tábua de
frios que encomendei. Sentamos na chaise e ficamos conversando, junto de Fifi que está no meu
colo. Hoje ela está usando lacinhos bem coloridos porque o carnaval está perto.
Minha mãe é uma figura com essa cachorrinha.
-Luiza, minha filha, porque não foi a polícia? -minha mãe pergunta preocupada depois
que conto em detalhes o que aconteceu no pub.
-Ai, mãe. Será que é para tanto? O César sempre foi um idiota medíocre. Ele me
assustou, mas acredito que não ia passar dos limites.
-Lu, por que ele veio só agora? -pergunta Bruna após dar um petisco para a Fifi.
-Boa pergunta, amiga. Vamos formar teorias? -sugiro a elas.
Ficamos pensando e logo surgem as primeiras impressões. E eu começo:
-Acho muito estranho ele aparecer um ano depois. Demorou tanto assim para se
arrepender? Apareceu só depois que eu tenho alguém...
-Depois que recebeu a herança... -diz Bruna.
-Ele sempre foi um cara folgado, Luiza. Não parava em trabalho nenhum. Quantas vezes
pagou o aluguel dele? -minha mãe me lembra disso.
-Algumas vezes. -digo enchendo minha taça de novo.
-Vai ver quer dinheiro. -diz Bruna.
-Será que ele se prestaria a isso? -digo achando a teoria meio fantasiosa.
-Claro que sim. -diz minha mãe. -Ele vivia devendo para agiotas. Graças a Deus que
terminaram. Ele até não era marginal, mas conhecia muitos e isso é bem estranho.
-Por causa do irmão dele. -digo lembrando que seu irmão estava preso, mas que eles não
conviviam antes.
-Ele me viu com Heitor e disse que eu nunca havia beijado ele daquele jeito. Cara
nojento, ficou nos observando. -digo nauseada.
Elas me encaram.
-Por que ele terminou na época, filha?
Suspiro e bebo a taça toda da minha espumante. É hora de revelar para minha mãe o que
eu escondi por vergonha, por achar que o problema era eu.
-Tenho uma coisa a falar. -digo e elas paralisam me escutando Bruna já sabe, mas fica
quieta. -O César foi o primeiro com quem transei. Perdi a virgindade com ele. Como toda
primeira vez, não foi uma delícia. Mas com o passar do tempo, eu continuava não gostando. Eu
nunca tive um orgasmo com o César.
Minha mãe está paralisada na minha frente.
-Nunca me contou isso, Lu. -reclama minha mãe.
-Eu tinha vergonha. O César me achava frígida por isso e fui comprando essas falas dele.
Que eu não era boa de cama, que era sem graça o sexo comigo, que sabia que eu fingia.
-Filha, isso tem tratamento. Já procurou?
-Nunca gostei desse cara. -diz Bruna, irritada.
-Não procurei tratamento. Sei lá, tinha medo de falhar. De mesmo assim eu não
conseguir.
-Não, Lu...
-Mãe, -a interrompo e ela me olha. -fiquei com Heitor e na primeira vez nossa, eu tive
meu primeiro orgasmo. -digo sorrindo.
Ela fica confusa.
-Então o problema não era você. -ela diz.
-Bingo! -diz Bruna enchendo as nossas taças de novo. -Vamos brindar a isso, meninas?
-Ao orgasmo? -minha mãe fala rindo.
-Claro.
Nos colocamos de pé e brindamos o “orgasmo”, rindo e dançando em comemoração a
esse evento maravilhoso que toda mulher tem o direito de sentir.
Nossa noite se estendeu em assuntos nada ortodoxos, risadas e muita espumante. Adoro
elas. São as minhas mulheres preferidas.
O mês de fevereiro passou voando. Teve feriado de carnaval e muita praia para nós.
Heitor e eu fomos mais uma vez para Búzios. Desta vez com Augusto e Bruna junto. No
Hospital, a organização do evento estava empolgada. Estava faltando poucos dias para o evento,
que será no início de março.
Não vi mais o César. Mas a todo lugar que eu vou, meus olhos passeiam pelo local com
receio de encontrá-lo.
CAPÍTULO 28
Heitor
Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim, que vivi para encontrar
(Ela é Carioca)
Luiza
Tenho percebido, há alguns dias, que Heitor anda tenso. Ele nega, mas eu conheço meu
monumento. Não sei se é por causa da festa do Hospital que se aproxima, se anda trabalhando
demais, pois esta semana toda ele não foi embora comigo com a desculpa de trabalho. Chegando
sempre tarde na minha casa.
Não desconfio dele como desconfiava de César, mas estou estranhando seu jeito. Será
que eu deveria ser mais atenta a isso e não confiar cegamente nas pessoas como acabo fazendo?
Até minha mãe escondeu de mim algo muito importante.
Engulo em seco com medo de estar sendo fantasiosa ao mesmo tempo que possa estar
sendo idiota. E com esse pensamento, pego minha bolsa e resolvo ir ao hospital de novo, pois
Heitor me disse que estava lá trabalhando.
Eu sei que estou sendo impulsiva. Estou com tanto medo de estar enganada. De ser
enganada. Sempre fui ingênua em ver o real caráter das pessoas. Meu Deus, eu amo o Heitor.
Não pode ser. Não estou enganada quanto a ele.
Dirijo rápido e logo estaciono no hospital. Ando depressa até o elevador e subo. Meu
coração parece que vai sair pela boca.
O elevador abre no nosso andar e todas as luzes estão apagadas. Desço já chorando, pois
Heitor mentiu. Ele não está trabalhando.
Assim que o elevador abre no saguão do hotel, antes de descer mais um andar e chegar ao
estacionamento, vejo Heitor. Nos olhamos e num movimento rápido, passo direto por ele que
tenta me segurar, mas consigo sair a tempo.
-Luiza. -ele me chama, vindo atrás de mim. Deve estar querendo evitar uma cena.
Meus olhos estão nublados pelas lágrimas e assim que saio na frente do Hospital, sinto a
chuva que começa cair de repente. Caminho rápido sem um rumo certo, só quero me afastar.
Mas então Heitor me alcança, me fazendo virar para ele.
Está noite já e por sorte não vi nenhum conhecido além dos funcionários da recepção e o
guarda. Aqui na calçada, o encaro.
-O que faz aqui? -ele pergunta.
-Me disse que estava trabalhando, Heitor. Fui até nosso andar e não encontrei ninguém.
-Acabei de descer. Vi seu carro no estacionamento e ia subir de novo. -ele fala meio
confuso.
Estreito meus olhos para ele não acreditando em nada. Neste momento estamos bem
molhados da chuva repentina.
-Heitor, você chamou o elevador do saguão do Hospital.
Ele passa as mãos pelos cabelos parecendo lutar com algo na mente.
-Não posso te explicar agora, só confia em mim.
-O que está acontecendo? -pergunto tentando me acalmar.
-Luiza, não posso falar ainda.
-Não brinque comigo, Heitor. -falo voltando a chorar e me afasto dele que corre e me
abraça.
-Não é nada disso. Confia em mim. -ele fala perto da minha orelha. -Só confia. Na hora
certa eu te conto.
Fecho os olhos tentando controlar as lágrimas sem entender as palavras dele, pensando se
devo mesmo confiar nele. Heitor me vira de frente e me beija. Eu não correspondo e ele não
força. Toca meu rosto com carinho. Seu semblante é de dor.
-Tem algo para me falar, mas não pode ser agora? -pergunto a ele.
-Sim. – ele diz. O encaro, mas logo baixo a cabeça, não sei o que pensar. -Vamos para
casa. -ele toma minha mão nos conduzindo para dentro de hospital de novo.
Assim que chegamos ao estacionamento, vou para meu carro e ele vem atrás.
-Vamos pedir algo para jantar? -ele fala enquanto coloco o cinto de segurança.
-Me desculpa, mas não quero que vá para minha casa hoje.
-Luiza... -ele fala e suspira pesado.
-Quero ficar sozinha. -digo e desvio os olhos dele.
-Tudo bem. -ele fala enfim. -Mas queria dormir com você.
Como não falo nada, ele fecha minha porta e se afasta indo para seu carro.
Volto para casa e assim que chego, tomo um banho morno. Depois janto uma comida que
descongelei. Rute, a mulher que ajuda na casa de Heitor, tem vindo no meu apartamento
também. Ela tem deixado comida pronta e eu congelo.
Heitor
Lucas avisou Daniel que Luiza estava saindo de casa tão logo havia chegado. Por isso
que não gosto de mentir e esconder coisas, mas é para segurança dela. Voltei correndo para o
hospital e deu naquela confusão toda. Estava ali perto, por isso entrei pelo saguão.
Ver os olhos de Luiza com mágoa acabou comigo. Ela estava chorando. Eu nem sei como
consegui me afastar dela. Talvez medo de acabar revelando tudo.
Chego em casa, tomo banho, pois estou enxarcado da chuva. Abro um vinho e sento na
sala. Não estou com fome e não gosto de whisky. Só preciso relaxar. Bebo um gole grande da
bebida e respiro fundo. Coloco as pernas sobre o sofá e fico ali até acabar com a garrafa de
vinho. Pensando em tudo que está acontecendo. No quanto minha vida mudou depois que
conheci Luiza e do quanto mudou mais ainda quando baixei a guarda e dei meu coração a ela.
Entendo ela estar magoada. Deve estar confusa se deve confiar em mim ou não. Isso deve
ter sido um gatilho para ela. Eu não poder contar a verdade. Havia confusão em seus olhos, ela
estava hesitante. Duelando consigo mesmo. Melhor dar espaço para ela pensar melhor. Só espero
que continue me amando porque eu a amo mais que tudo.
Luiza
Me arrumo para ir trabalhar. Coloco um vestido tubinho vermelho, sandálias de salto e
prendo os cabelos em um rabo de cavalo. Troco de bolsa e depois de fazer a maquiagem, decido
tomar café na padaria perto do hospital.
Entro no elevador e coloco meus óculos de sol assim que saio dele, no estacionamento.
Porém, quando vejo meu carro, Heitor está escorado nele. Ele tem as chaves e controles de onde
moro assim como tenho do apartamento dele. Seguro para não sorrir, mas adorei a surpresa. E
ele tem nas mãos um pequeno boque de flores. Ele está lindo.
Heitor
Avisto Luiza e meu coração dispara. Ela está linda naquele vestido vermelho. Contraio a
mandíbula.
Hoje vou comer ela em cima da minha mesa.
Luiza caminha com graça em minha direção e assim que se aproxima, sorrio.
-Bom dia. -digo e a puxo para um abraço que ela corresponde.
-Bom dia. -diz e me olha.
-Margaridas significam confiança. -digo e lhe entrego. Ela sorri se afastando.
-Obrigada, Heitor. São lindas. -olha do boque para mim de novo. -Desculpa por ontem.
-Vem cá. -digo e a puxo para beijar.
Seguro sua nuca e trocamos um beijo longo e cheio de saudade. Ficamos ofegantes e meu
peito aperta. A olho sem soltá-la.
-Morango. -digo e sorrimos. -Senti sua falta na minha cama.
-Eu também senti.
Ficamos nos olhando. Encosto a testa na dela e suspiro tocando seus ombros.
-Vai ficar tudo bem. -digo. -Confie em mim.
Luiza fecha os olhos e assenti com a cabeça.
-Eu confio em você. -ela diz e meu coração se enche de paz. Procuro seus lábios
novamente e nos beijamos mais um pouco. Sinto sua mão pequena alisar minhas costas e,
caralho, senti tanta falta desse carinho. Falta da companhia dela. Falta dela.
Fomos para o hospital no meu carro. Paramos antes na padaria e tomamos um café
delicioso. Tentei relaxar um pouco, sabendo que o segurança estava por perto.
CAPÍTULO 29
Luiza
Na luz do seu olhar
A paz que sonhei
(Ela é Carioca)
Heitor
Daniel nos leva para a festa do hospital. Como a comemoração é de dez anos,
abrangemos o convite além dos funcionários e seus familiares. Convidamos também alguns
famosos que atendemos e influencers também.
Ele reforçou a segurança e quase não se percebe, mas está cheio de homens armados aqui
hoje. Será uma noite tensa para mim, ainda mais sabendo o que pode acontecer. Estou nervoso
pra caralho.
Olho a mulher ao meu lado. Meu Deus! Ela está ainda mais linda neste vestido.
Realmente, vermelho lhe cai bem. Os cabelos soltos em cascata e uma maquiagem que só realça
o que ela já tem de bonito. Perfeita!
-Que foi? -ela pergunta sorrindo de forma tímida.
-Estou aqui pensando em como convencer o motorista e te levar para meu apartamento ao
invés da festa.
Luiza sorri largamente.
-Também queria você só para mim, hoje.
-E o que iria fazer comigo? -pergunto segurando seu queixo, olhando sua boca que tem
cheiro de morango.
Luiza faz um bico com os lábios, pensando. Gostosa, vontade de morder.
-Faria muitas “malvadezas”. -diz com olhar malicioso. -Iria te vendar. -fala e meu pau
mexe. Adorei a sugestão.
-Quero muito ser sua vítima, então.
O carro para e então percebo que chegamos ao evento. Meu coração acelera e espero as
ordens de Daniel.
Luiza
A noite está linda, Heitor está lindo e tudo está lindo. O que poderia acontecer de ruim?
Trabalhamos tanto para proporcionar esta festa. A decoração está impecável. A comida, perfeita.
A música, agradável.
Mas falei cedo demais.
Após meu breve discurso e de Heitor, iniciamos o baile com uma dança.
Envolvo meus braços em seu pescoço e ele pousa as mãos na minha lombar. Nos
olhamos. Ele se manteve sério a noite toda. Sei que deve estar preocupado com a festa, mas
agora não há mais nada que possa ser feito. Agora é relaxar a aproveitar.
-Sabe o que eu queria fazer agora? -pergunto o provocando.
-O que? -ele sorri, mas seus olhos varrem o salão a procura de alguém. Me olha de novo.
-Te levar para algum lugar reservado aqui e te chupar. -digo e mordo os lábios sentindo
minha boceta abrir só de imaginar a cena.
-Luiza. -ele me repreende contraindo a mandíbula. -Assim você acaba comigo. -diz e me
beija ofegante, mas de forma controlada, afinal de contas, estamos sendo observados por muitos
olhos.
Heitor encosta a testa na minha e respira ofegante, sorrimos. Repentinamente a luz do
salão apaga e ele se agita olhando em volta. Toco seus braços.
-Calma. Só vão baixar um pouco a luz para o baile.
Ele engole em seco e assenti. Me beija na testa e olha em volta.
-Heitor, está tudo bem? -pergunto ficando ligeiramente nervosa.
-Vem comigo. -ele fala e o acompanho.
Percebo que a luz não baixou, ela apagou mesmo e a música parou. Só escuto as vozes
das pessoas que estão sem entender o que acontece. E então minha mente me traz a lembrança,
César. Meus ouvidos chiam e parece que não escuto mais nada.
Heitor praticamente me arrasta procurando alguém. Logo um rapaz de terno nos encontra.
-Por aqui. -diz a Heitor que continua me puxando pela mão.
-O que está acontecendo? -pergunto, mas minha voz some diante dos ruídos. E então
escutamos o som de um tiro e gritos.
Heitor me empurra para o chão e fica em cima de mim, me protegendo. Estou com medo,
não sei o que está acontecendo e penso que minha mãe está na festa em algum lugar.
Neste momento alguém tenta me puxar pelos cabelos, mas Heitor segura o braço da
pessoa que está usando um capuz. Então, de forma rápida, ele aponta a arma para a cabeça de
Heitor que levanta os braços.
-Leva eu. Leva eu, ela não... -ele repete algumas vezes e então levam Heitor de perto de
mim.
-Vai ser interessante. -escuto a voz da pessoa que leva Heitor e sim, parece a voz do
César.
Acontece uma correria e não vejo mais nada. Fica um silêncio e as luzes acendem de
novo. Meu desespero aumenta e várias pessoas me rodeiam. Eu grito que levaram Heitor, chamo
por ele. Minha mãe consegue se aproximar de mim, que estou sentada em uma cadeira.
-Calma filha, os seguranças foram atrás.
Começo chorar. Estou em desespero. Vi a arma, ouvi o tiro antes de chegarem até nós.
Seja lá quem levou Heitor, pode mata-lo. Mas por que? E se foi mesmo César?
-Mãe, levaram o Heitor no meu lugar. Era eu que ele queria. -choro copiosamente. -Ele
tentou me pegar, mas o Heitor disse para levarem ele.
Minha mãe me abraça e logo alguém me entrega um copo. Olho e é Bruna. Bebo um
pouco da água.
-Amiga, o Augusto foi com os seguranças. Logo ele traz notícias.
-Não quero notícias, quero o Heitor. -digo levantando e neste momento chega um dos
seguranças para falar comigo.
-Luiza, -ele inicia falando como se me conhecesse. -levaram o Heitor no seu lugar, mas a
emboscada está preparada, logo ele estará aqui. Só confie.
“Só confie”. Essas palavras vêm se repetindo ultimamente.
-Eu não entendo... -digo sentando. -Como ele pode ter certeza disso.
Augusto se aproxima de nós. Ele se abaixa para falar comigo, pegando minhas mãos que
estão no meu colo.
-Lu, iam levar você, mas o Heitor foi no seu lugar. Vai ser melhor assim.
-Como pode ser melhor? -questiono.
-Meu tio vai te explicar depois, mas eles já sabiam o que ia acontecer esta noite.
-Eles?
-Tem uma legião de seguranças aqui hoje e a polícia está perto. Heitor contratou
segurança para você quando seu ex apareceu.
-E por que não sei de nada?
-Você ia aceitar?
-Não sei. -digo e entendo o que ele quis dizer. Talvez eu não aceitasse e enfim. Mas agora
só quero saber dele. -Pra onde levaram ele, Augusto? -pergunto voltando a chorar.
Bruna senta do lado oposto que minha mãe está e me abraça.
A festa acabou.
CAPÍTULO 30
Heitor
Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais
(Ela é Carioca)
ésar me arrasta até um carro que está parado a sua espera e antes de dar
C partida, percebo que os seguranças entram em ação. Ainda assim, ele me enche de
socos e quando aponta a arma para mim, ouvimos o tiro que acerta a mão dele,
fazendo a arma cair e seu sangue respingar em nós dois. Os seguranças atiraram
na mão dele a tempo.
Daniel e mais incontáveis seguranças pegam os dois e vemos o carro da polícia
chegando. Antes de sair do carro, olho César segurando a mão de dor. Dou um soco na cara dele
e com toda raiva que guardei todos esses dias, o ameaço.
-Se você se aproximar mais uma vez da Luiza, eu mesmo te mato, seu verme.
Daniel me tira do carro, pois minha vontade é de fazer isso mesmo.
-Não se suje, -ele me diz baixinho. -deixa que a gente faz isso.
Observo eles levarem os dois caras para dentro do carro da polícia e meu sobrinho se
aproxima, tocando meu ombro. O olho.
-Cara, você tá horrível. -diz olhando minha cara quebrada e o sangue daquele verme na
minha roupa.
Fábio se aproxima de nós e me leva para o hospital em seu carro. Augusto foi buscar
Luiza para acalmá-la.
Após tirar a camisa e colocar uma que os médicos usam na sala de cirurgia, fomos para
meu apartamento. Dona Renata, Bruna e Augusto foram juntos e contei o que sabia através de
Daniel, sobre os planos de César sequestrar Luiza.
-Ele tentou se aproximar de você, mas quando viu que você tinha namorado, quis agir de
outra forma. Por ganância. E o irmão dele, que estava em condicional, quem planejou tudo.
Luiza
-O que vai acontecer com eles agora? -pergunto.
-Vão apodrecer na cadeia. -diz Augusto e Heitor consenti.
-Que loucura isso tudo, filha. -diz minha mãe passando a mão no meu cabelo. -Obrigada,
Heitor, por ter protegido a Luiza.
-Devem estar cansados, eu já vou. -diz Bruna me dando um beijo. -Amanhã nos falamos.
Descansem.
-Também já vou. -diz minha mãe e me abraça. -Qualquer coisa, me chame.
-Obrigada, mãe.
Assim que todos vão embora, Heitor e eu nos abraçamos. Ainda com a roupa da festa,
loucos para tomar um banho, mas preciso senti-lo. Deslizo as mãos por suas costas e ele beija
minha cabeça.
-Vem, vamos tomar um banho. -ele fala me conduzindo pela mão.
-Quero de banheira. -digo e ele sorri.
Mesmo com o rosto machucado e um curativo na sobrancelha, meu monumento está
lindo.
Entramos na banheira e gememos de prazer pela água morna e gostosa. Meu corpo relaxa
e sinto dor pela tensão. Heitor me puxa para que eu fique entre suas pernas, de costas para ele.
-Que noite! -digo e ele suspira. -Tanta expectativa por esta festa e acaba assim.
Ele desliza as mãos pelos meus braços, fazendo um carinho.
-Tirando isso que aconteceu, a festa estava perfeita. A organização foi ótima.
-Obrigada por cuidar de mim. -digo após um breve silêncio. -Não imaginei que estava
correndo perigo.
Heitor beija meu ombro. Viro de frente para ele e vejo seu rosto lindo, machucado por
minha causa.
-Me desculpa. -digo tocando seu rosto. Ele segura meu punho e me encara.
-Não foi culpa sua.
-Não diretamente.
-Luiza! -ele fala bravo e me faz olhá-lo com atenção. -Nada disso foi culpa sua. Aquele
bostinha fez uma escolha e vai arcar com as consequências, você não teve nada a ver com isso.
Baixo a cabeça e começo chorar.
-Tive tanto medo quando levaram você. -digo e ele toca meu rosto me fazendo olhá-lo de
novo.
-Ainda bem que foi eu. Se você tivesse ido, eu entraria em pânico e talvez estragasse os
planos dos seguranças.
As lágrimas continuam descendo e ele as limpa com as mãos.
-Eu te amo, Heitor. -digo com a voz embargada e ele me puxa para deitar no seu peito.
Fica acariciando meus cabelos.
-Eu também te amo, Luiza. Não posso te perder. -fala com dor.
Ficamos bastante tempo assim, juntos, abraçados, um cuidando do outro. Quando
deitamos na cama o sol já nascia. Beijo o rosto dele em todo o lugar possível, onde não está
machucado e ele sorri, me beija levinho nos lábios e tentamos dormir um pouco, pois a
adrenalina ainda está aqui circulando nas nossas veias. Só de pensar que podia ter perdido meu
amor, meu peito dói.
Foi tenso.
CAPÍTULO 31
Um Mês Depois
Heitor
E além do mais
Ela é carioca, ela é carioca
(Ela é Carioca)
ésar e seu irmão foram presos e pelo que Daniel me disse, a vida deles não
C tem sido nada fácil na cadeia. Mantivemos ainda os seguranças. Luiza precisa
entender que agora sua vida não é mais como era antes. Roberto tinha segurança
também. Não é exagero no país onde moramos, infelizmente.
Convenci meu moranguinho a viajarmos alguns dias para a Europa. E sabe como fiz isso?
Disse que queria fazê-la gozar em todos os continentes do globo.
Mas não é só isso. Tenho uma surpresa para ela.
Luiza
Sim! Heitor disse que quer me fazer gozar em todos os continentes do globo terrestre.
Aqui na Europa ele já fez isso ontem a noite e agora está prestes a repetir o feito.
Após jantarmos em um restaurante, voltamos para nosso quarto no hotel. Heitor pede um
champanhe que logo chega, dentro de um balde com gelos, duas taças de cristal e um buquê de
pequenas flores azuis, lindas e delicadas.
Olho o carrinho com as coisas sobre ele e olho Heitor. Ele pega as flores e se aproxima.
-Essas flores se chamam Miosótis.
Lembro quando ele me deu as margaridas.
-O que significam? -pergunto me aproximando e pegando as flores.
-Fidelidade e amor verdadeiro.
-Tudo que eu sinto por você. -digo e me aproximo beijando-o.
-Eu também. -ele diz após se afastar dos meus lábios.
Amo esse monumento, gente!
Heitor abre a bebida e serve as taças. Me entrega uma.
-Vamos brindar na cama?
-Qualquer coisa com você na cama. -digo safada e ele me olha malicioso. Assim que
entro no quarto, vejo sobre a cama, pétalas de rosa vermelha e uma caixa no centro da cama.
Sorrio para ele que me olha em expectativa.
-Um presente? -falo largando a taça.
-Abra. -ele diz largando sua taça também.
Pego a caixa e retiro a fita. Dentro há uma caixa de veludo. Pego e meu coração acelera
feito louco. É um anel. O olho e ele está próximo de mim, tocando minha cintura.
-Quer se casar comigo, Luiza?
Solto o ar e abro um sorriso de surpresa.
-Heitor... -meus olhos enchem d’água. -Quero. Claro que quero.
Ele pega o anel e coloca no meu dedo. Beija minha mão e depois me beija. Mas logo se
afasta.
-Agora sim, vamos brindar.
Pegamos as taças e brindamos a este momento que eu jamais imaginei viver na vida. Este
homem é tão especial, tão lindo, tão querido...gostoso.
-Amei essa surpresa. -digo após soltarmos as taças. O abraço pelo pescoço encarando sua
boca gostosa.
-Não me vejo mais sem você, Luiza. Não vejo sentido em mais nada se você não estiver
junto. Quero casar com você, ter filhos com você. Podemos até ter um cachorro se for como a
Fifi. -diz e rimos, pois ele e a Fifi se amam. -Eu quero viver tudo com você. Dormir com você,
acordar com você, trabalhar com você. Te quero pra mim pra sempre.
-Eu quero as mesmas coisas. -digo deixando uma lágrima escorrer.
-Tem certeza? Ouvi dizer que você é aquariana.
Rio do que ele fala.
-Isso é preconceito com a gente. -digo em defesa dos aquarianos. -Te quero para sempre e
prometo ser fiel. -digo sabendo que isso é importante para ele assim como é para mim.
-Eu também prometo. -diz e me beija me puxando mais para si. Viro o rosto e aprofundo
o beijo, ofegante e gemente.
Nossas mãos nos acariciam e nos despem sem interromper o beijo que vai ficando cada
vez mais excitante. Ele me vira de costas e me abraça beijando meu pescoço e acariciando meus
seios nus. Empino a bunda na direção do corpo dele, sentindo sua ereção. Ficamos nos
esfregando feito dois gatinhos, gemendo e estimulando o outo.
A mão dele desliza para meu clitóris e ele me acaricia mordendo minha orelha e enfiando
a língua no meu ouvido, enquanto aperta meu outro seio. Abro a boca em busca de mais ar e
minha boceta pulsa.
Viro de frente para ele e o beijo acariciando seu pênis que está duro. Deslizo a outra mão
por seu peito e me ajoelho em sua frente. O olho e sua cara de prazer me deixa mais excitada
então eu lambo seu pênis por toda extensão e o coloco na boca. Mordo de leve e isso deixa ele
louco. Ele segura minha cabeça e se movimenta fodendo minha boca devagar. Seus olhos cor de
mel me encaram e ficamos conectados.
Heitor
Ver Luiza ajoelhada com meu pau na boca me faz querer realizar todos os desejos dela.
Seguro sua cabeça e me movimento devagar, me controlando. Não desprendemos o olhar e vou
acelerando aos poucos o movimento do meu pau, incentivado por ela que geme pedindo por
mais.
-Brinca com a tua bocetinha. -digo e ela desliza a mão até seu clitóris e fica se tocando
enquanto me chupa.
Caralho, que visão.
Os movimentos meu e dela, vão aumentando e logo estamos descontrolados em busca de
aplacar esse prazer. Meu pau pulsa na língua dela e me afasto um pouco, segurando-o na mão.
-Goza na minha boca. -ela fala e coloca a língua para fora. Fico masturbando meu pau e o
gozo vem em jatos, entrando na boca dela, seu queixo, seus seios, espirrando nela que recebe me
encarando.
-Caralho, Luiza. -digo arquejando e soltando meu pau.
Puxo ela pelos braços e a deito sobre as pétalas de rosa, sobre a cama. Abro suas pernas e
minha boca beija sua boceta toda, depois lambo devagar, alcanço seu clitóris e não paro até sentir
ela estremecer na minha boca, até ela me entregar tudo.
Assim, que ela goza rebolando na minha cara e segurando meus cabelos, fico em cima
dela e a penetro, pois já estou duro por ela de novo. Nossas bocas se tocam, mas não se beijam, é
um gemido misturado com uma ânsia em puxar o ar. Apoio as mãos ao lado da cabeça dela e
estoco forte em sua boceta, olhando-a. Quanto mais estoco, mais ela geme putinha. Seus seios
balançam pelo atrito dos nossos corpos.
Trinco o maxilar sentindo a boceta dela quente esmagar meu pau. Ela me busca para
beijar e goza de novo, gemendo na minha boca, esfregando a língua na minha e se mexendo
debaixo do meu corpo.
-Quero ficar em cima. -ela diz após gozar.
Deito na cama e ela sai da cama. A observo, mas logo ela volta com algo na mão. É algo
que ela usou no pescoço no jantar, tipo um lenço.
-Vou vendar você. -ela diz sentando sobre mim e colocando a venda improvisada nos
meus olhos. Amarra e me beija, sentando no meu pau, deslizando por ele. Toco os seios dela que
se move devagar a princípio.
-Gostosa. -digo quando ela fica mais sentada. Minha mão desce por entre seus seios,
passando pelo abdômen e alcanço seu clitóris que está ainda sensível. Luiza geme mais alto e
acelera o movimento de sobe e desce, logo está em um ritmo alucinado, me deixando com um
tesão fora do comum. Então eu gozo segurando seu quadril e enchendo ela de porra.
Delícia de mulher a minha.
Ela deita toda molinha sobre mim e ficamos assim, de beijinhos. Luiza é muito carinhosa
e eu adoro esse jeitinho dela. Consegue o que quiser de mim.
EPÍLOGO
Dez Meses Depois
Heitor
á exatos dez meses depois que pedi a mão de Luiza em casamento,
H oficializamos este ato em público. Eu, um homem já com quarenta anos, estou
aqui, sentindo um nervoso eu nunca senti antes, nem mesmo quando estive nas
mãos de César com uma arma apontada para mim.
-Certeza que ela vai desistir. -digo a Bruna e Augusto, nossos padrinhos de casamento
junto com Dr. Fábio e Dra. Melissa.
-Capaz, cara. Não fala besteira. -me diz Augusto.
-Mas a Bruna vive dizendo que os aquarianos não se envolvem. Vai ver ela se
arrependeu. Foi muito pra ela. E nem sei se combina com leão.
-Heitor -ela segura minha mão com firmeza, para não dizer com uma força brutal. -a
Luiza te ama. Noivas atrasam mesmo.
Solto o ar mais uma vez e olho meus pais. Isso me acalma um pouco. Minha mãe sorri e
meu pai está olhando para trás. Então olho na direção que ele está olhando e vejo Luiza
chegando em um veículo tipo carrinho de golfe. Meu coração dispara de alívio e susto, pois
agora a emoção é outra.
Estamos nos casando ao ar livre e o dia está perfeito. Luiza se posiciona e inicia a marcha
nupcial. Ela também está visivelmente nervosa. Nos olhamos e parece que o tempo para e todo
cenário a nossa volta, some. Somos apenas nós dois.
Ela é a coisa mais linda que já vi na vida e não vou conter as lágrimas que segurei até
agora. Até vê-la vestida de noiva vindo em meu encontro, vindo para o sim oficial, vindo para
ser minha, para sermos nós dois para sempre. Marido e mulher.
Nossos olhares não se desprendem e em meio as lágrimas, sorrimos. Este momento é
nosso e pouco importa o protocolo. Ela entra com sua mãe. Admiro a amizade entre elas e
respeito. Me aproximo recebendo minha noiva e inicia a cerimônia.
Após recebermos a bênção, nos beijamos e os convidados explodem em palmas e gritos.
Eu não lembro de ter vivido um dia mais feliz que este.
Luiza
Nos casamos no mês de janeiro e durante todo aquele ano, treinamos uma equipe que
escolhemos para que pudéssemos ter nosso ano sabático.
Após as festas de Natal e Ano Novo com nossos amigos e familiares, partimos em uma
viagem a África, pois eu bem me lembro da promessa de meu marido em me fazer ter um
orgasmo em cada continente do globo.
Aproveitamos esse ano em que nos permitimos viver como ricos, usufruindo de tudo que
temos, porque no ano seguinte, voltaríamos a trabalhar fortemente para o crescimento do
Hospital Castellani. Nossos planos é ter outro hospital, desta vez em São Paulo e pretendemos
trabalhar muito neste projeto.
E tem mais uma coisinha que queremos muito, assim que dermos início ao hospital de
São Paulo. Queremos ter um bebê. Estamos treinando fortemente para isso, mas só treinando
mesmo.
Minha mãe terminou com o João. Quer conhecer outras pessoas. Dona Renata me
surpreende. Augusto, agora piloto da empresa aérea onde estava trabalhando, está morando com
a minha amiga Bruna que está grávida de um menino.
Não tive mais notícias daquela pessoa do meu passado, aliás, o passado já passou, não é
mesmo?
Heitor e eu formamos uma bela dupla no trabalho, em casa e na cama.
FIM
[i]
Muito fria, que não possui desejo ou interesse sexual.
LEITORAS(ES)