sentença 10.01.19

fls.
379
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA DE GUARUJÁ
FORO DE GUARUJÁ
1ª VARA CÍVEL
RUA SILVIO DAIGE, 280, Guaruja - SP - CEP 11440-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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SENTENÇA
Processo Digital nº: 1003584-78.2017.8.26.0223

Classe - Assunto Procedimento Comum - Aposentadoria Especial (Art. 57/8)
Requerente: JOSÉ CARLOS CORREIA BRAZ
Requerido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS
Justiça Gratuita
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Fabio Francisco Taborda
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FABIO FRANCISCO TABORDA, liberado nos autos em 10/01/2019 às 18:20 .
Vistos.
JOSÉ CARLOS CORREIA BRAZ, devidamente qualificada nos

autos, ingressou com ação de rito comum contra o INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL – INSS, alegando, em suma, que o réu lhe negou, de forma injusta,
em quatro oportunidades diferentes, a aposentadoria especial, desconsiderando períodos
trabalhados em condições especiais e nocivas à saúde entre os anos de 1974 e 2015. Pediu,
assim, a concessão do referido benefício com efeitos desde o primeiro requerimento
administrativo, formulado em 28.04.2010, ou, subsidiariamente, desde a data de cada um
requerimentos subsequentes, pagando-se ainda as parcelas atrasadas, corrigidas e com juros
legais.
O réu, citado, ofertou contestação (fls. 147/220), refutando a

pretensão de mérito da demandante.
Réplica a fls. 224/233.
A decisão de fls. 234/235 determinou a realização de prova

pericial.
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fls. 380

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Laudo a fls. 318/341, complementado a fls. 358/360, com posterior
manifestação apenas da autora (vide fls. 364/367 e certidão de fls. 378).
É o breve relatório.
Fundamento e decido.
No mérito, o pedido inicial é procedente.
Com efeito, sabe-se que a aposentadoria especial é o benefício

devido ao trabalhador que exerce atividade em condições prejudiciais à saúde ou à
integridade física, durante o tempo previsto na legislação, sendo devido o benefício desde
que implementada a carência.
Assim sendo, in casu, a prova pericial foi enfática ao esclarecer que

a demandante, ao contrário do que concluiu a autarquia na fase administrativa, laborou
exposta a agentes biológicos e químicos no período declinado na exordial (fl. 358/360).
Ademais, tal nocividade não podia ser desconsiderada tão somente

pelo uso de EPI, nos termos da súmula 9 da Turma de Uniformização de Jurisprudência
dos Juizados Especiais Federais, neste teor:
“O uso de equipamento de proteção individual (EPI), ainda que

elimine a insalubridade, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”
Além disso, nos períodos anteriores ao advento da Lei 9.528/97,

admite-se que o tempo trabalhado em condições especiais seja demonstrado por qualquer
meio, sendo dispensável a juntada de formulário (SB-40 ou DSS-8030) emitido pela
empresa ou seu preposto com base em laudo técnico das condições ambientais do trabalho,
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fls. 381

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expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
Não há dúvidas, portanto, do exercício de atividade habitual e

permanente e da submissão do autor, nos períodos declinados na exordial, a agentes
prejudiciais à saúde, nos exatos termos das normas regulamentares em vigor à época.
Portanto, de rigor a procedência da ação, como já se decidiu em
casos análogos:
“PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO.

LAUDO TÉCNICO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. REQUISITOS
PREENCHIDOS.1. Comprovado, por meio de formulários sobre atividade com exposições
a agentes agressivos e laudo técnico elaborado por médico e engenheiro de segurança do
trabalho, o exercício de atividade insalubre, com enquadramento no código 1.1.6 do
Decreto nº 53.831/64, código 1.1.5 do Anexo I do Decreto nº 83.080/79 e código 2.0.1 do
Anexo IV do Decreto nº 3.048/99, por período igual ou superior a 25 anos, o segurado faz
jus à concessão da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 da Lei nº 8.213/91.2.
Reexame necessário, tido por interposto, e apelação do INSS desprovidos.(Apelação Cível
nº 1152059/SP (2004.61.27.001618-7), 10ª Turma do TRF da 3ª Região, Rel. Jediael
Galvão Miranda. j. 13.02.2007, unânime, DJU 14.03.2007).
Posto isso, JULGO PROCEDENTE A AÇÃO para determinar que

o réu conceda ao autor, desde a data do primeiro requerimento administrativo (28.04.2010),
o benefício da aposentadoria especial, efetuando, ainda, de uma só vez, o pagamento das
prestações não atingidas pela prescrição quinquenal, com correção monetária aplicável a
contar do vencimento de cada prestação, além da incidência de juros moratórios da citação.
Diante da definição do tema 810 pelo STF, a correção monetária

deve ser calculada com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-
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E), após a edição da lei 11.960/09.
Os juros de mora, a partir de 30.06.2009, incidirão de acordo com o

art. 1º-F à Lei nº 9.494/97, com redação dada pela lei 11.960/09.
Condeno o requerido, por fim, ao pagamento das despesas

processuais, bem como dos honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor
atualizado da condenação, excetuadas as parcelas vincendas, de acordo com a súmula 111
do STJ.
Dispensado o reexame.
P. e I.
Guaruja, 10 de janeiro de 2019.
FÁBIO FRANCISCO TABORDA

JUIZ DE DIREITO
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,

CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
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O réu, citado, ofertou contestação (fls. 147/220), refutando a

Réplica a fls. 224/233.

A decisão de fls. 234/235 determinou a realização de prova

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Com efeito, sabe-se que a aposentadoria especial é o benefício

Assim sendo, in casu, a prova pericial foi enfática ao esclarecer que

Ademais, tal nocividade não podia ser desconsiderada tão somente

“O uso de equipamento de proteção individual (EPI), ainda que

Além disso, nos períodos anteriores ao advento da Lei 9.528/97,

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Não há dúvidas, portanto, do exercício de atividade habitual e

Portanto, de rigor a procedência da ação, como já se decidiu em

“PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO.

Posto isso, JULGO PROCEDENTE A AÇÃO para determinar que

Diante da definição do tema 810 pelo STF, a correção monetária

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Os juros de mora, a partir de 30.06.2009, incidirão de acordo com o

Condeno o requerido, por fim, ao pagamento das despesas

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FÁBIO FRANCISCO TABORDA

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