000721132
000721132
000721132
por
por
Mestre em Engenharia
Comissão de Avaliação:
ii
RESUMO
iii
ABSTRACT
This paper describes the development of a torque and rotation speed closed loop control
system for internal combustion engine tests in a bench using a Foucault current dynamometer. A
bibliographical review that encompasses basic dynamometer theoretical concepts, some of the
most important tests applied to internal combustion engines, and control and instrumentation
techniques currently under development on dynamometer testing for internal combustion engines
is presented. This project needs to perform tests in combustion engines which would produce
more dependable and faster results. The system herein developed is based on an Atmega-type
microcontroller where algorithms of both a PID and a proportion controller, controlling
respectively the levels of direct current applied through the dynamometer coils and the opening
of an internal combustion engine throttle body by means of a step motor, were implemented. The
control stage was done in the microcontroller and a graphic interface for a personal computer
was created in Labview. This graphic interface facilitates the microcontroller data reading and
traces its curves, saving them in a file; also, the engine and dynamometer temperature signals
and the tank fuel level can be visualized. The validation of this control has been proved by the
signal convergence check for desired reference values. Furthermore, the control has enabled a
reduction in ideal answer time attainment as compared to the previous manual system.
Keywords: dynamometer, speed control, torque control, instrumentation, internal combustion engine.
iv
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1
1.1 O Problema..............................................................................................................................1
1.2 Objetivo Geral.........................................................................................................................2
1.3 Os Objetivos Específicos.........................................................................................................2
1.4 Organização do Trabalho.......................................................................................................3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................................4
2.1 Dinamômetro ..........................................................................................................................4
2.1.1 Descrição dos Tipos de Dinamômetros.................................................................................4
2.1.1.1 Dinamômetro de Correntes de Foucault.............................................................................4
2.1.1.2 Dinamômetro Hidráulico....................................................................................................6
2.1.1.3 Dinamômetro de Corrente Alternada......................................................................................6
2.1.1.4 Dinamômetro de Corrente Contínua....................................................................................7
2.2 Motores de Combustão ou Térmicos.......................................................................................7
2.2.1 Motores de Ciclo Quatro Tempos...........................................................................................7
2.3 Tipos de Testes..........................................................................................................................8
2.3.1 Teste de Emissões......................................................................................................................9
2.3.2 Teste de Consumo de Combustíveis..............................................................................................................10
2.3.3 Teste de Amaciamento de Motores......................................................................................11
2.3.4 Teste de Desempenho de Lubrificantes................................................................................12
2.4 Controlador............................................................................................................................12
2.4.1 Ação de Controle Proporcional............................................................................................13
2.4.2 Ação de Controle Integral....................................................................................................13
2.4.3 Ação de Controle Derivativa................................................................................................13
2.4.4 Controlador Proporcional, Integral e Derivativo (PID)........................................................14
2.5 O Software MATLAB...........................................................................................................14
2.5.1 O Software Simulink............................................................................................................14
2.6 O Software Labview................................................................................................................15
2.7 Estado da Arte da Instrumentação e Controle de Bancada Dinamométrica...................15
3. IMPLEMENTAÇÃO EXPERIMENTAL.............................................................................18
3.1 Introdução..............................................................................................................................18
3.2 Descrição dos Componentes do Sistema..............................................................................19
3.2.1 Componentes Mecânicos......................................................................................................21
v
3.2.2 Sensores...............................................................................................................................23
3.2.3 Componentes Eletrônicos....................................................................................................29
3.2.4 Interface Gráfica..................................................................................................................36
4. IDENTIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DOS PARÂMETROS E MODELAGEM.........38
4.1 Identificação das Características do Dinamômetro...........................................................38
4.2 Identificação das Características da Célula de Carga do Dinamômetro.........................41
4.3 Características do Motor de Passo......................................................................................42
4.4 Identificação e Modelagem Dinâmica do Sistema..............................................................42
5. PROJETO DE CONTROLADORES PARA ROTAÇÃO E POTÊNCIA........................45
5.1 As Ações dos Controladores Adotados................................................................................45
5.2 Controlador do Torque........................................................................................................45
5.2.1 Controlador Proporcional para o Torque.............................................................................45
5.2.2 Ajuste do Ganho do Controlador Proporcional...................................................................47
5.3 Controlador da Rotação.......................................................................................................47
5.3.1 Controlador PID para Rotação.............................................................................................47
5.3.2 Ajuste dos Ganhos do Controlador PID...............................................................................48
5.3.3 Validação dos Ajustes dos Ganhos......................................................................................50
6. RESULTADOS EXPERIMENTAIS....................................................................................52
6.1 Resultados Experimentais de Teste de Amaciamento de Motores – Motor Fiat
1.6/16V..........................................................................................................................................52
6.1.1 Condição do Controlador Variando a Rotação e Mantendo o Torque Fixo.........................58
6.1.2 Condição do Controlador Mantendo a Rotação Fixa e Variando o Torque.........................60
6.1.3 Condição do Controlador Variando Torque e Rotação Desejados.......................................61
6.1.4 Condição do Controlador Variando Torque e Rotação Desejados a Partir da Condição
Inicial do Motor.............................................................................................................................62
6.2 Resultados Experimentais de Teste de Amaciamento de Motores - Motor GM151S.....63
6.3 Resultados Experimentais de Teste de Consumo ou Desempenho de Combustíveis......67
7. CONCLUSÕES........................................................................................................................72
7.1 Sugestões para Trabalhos Futuros.......................................................................................74
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................75
vi
Lista de Símbolos
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
viii
Figura 4.4: Gráfico da tensão na célula de carga versus massa.....................................................42
Figura 4.5: Respostas experimentais da rotação ao longo do tempo do sistema em malha aberta
ao sinal degrau......................................................................................................................................43
Figura 4.6: Curvas de rotação obtidas através de experimentos e simulação...............................44
Figura 5.1: Diagrama em blocos para o controle do torque..........................................................46
Figura 5.2: Diagrama esquemático do laço de controle da carga..................................................46
Figura 5.3: Diagrama em blocos para o controle de rotação.........................................................47
Figura 5.4: Diagrama Esquemático do laço de controle da rotação..............................................48
Figura 5.5: Diagrama de blocos do controlador de rotação do sistema.........................................49
Figura 5.6: Curvas do sinal de controle e do sinal saturado para o caso do controle de rotação do
sistema...........................................................................................................................................50
Figura 5.7: Validação dos ajustes dos ganhos do controlador da rotação do sistema...................51
Figura 6.1: Resposta no tempo da rotação - teste de amaciamento de motores no sistema de
controle experimental - Fiat 1.6/16V.............................................................................................54
Figura 6.2: Resposta no tempo do torque - teste de amaciamento de motores no sistema de
controle experimental - Fiat 1.6/16V.............................................................................................55
Figura 6.3: Resposta da potência no tempo - teste de amaciamento de motores no sistema de
controle experimental - Fiat 1.6/16V.............................................................................................55
Figura 6.4: Gráfico da resposta no tempo da abertura de borboleta - teste de amaciamento de
motores no sistema de controle experimental - Fiat 1.6/16V........................................................56
Figura 6.5: Gráfico da resposta no tempo do nível percentual de freio - teste de amaciamento de
motores no sistema de controle experimental - Fiat 1.6/16V........................................................57
Figura 6.6: Gráfico da resposta no tempo do nível de combustível do reservatório - teste de
amaciamento de motores no sistema de controle experimental - Fiat 1.6/16V.............................57
Figura 6.7: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual de
freio................................................................................................................................................59
Figura 6.8: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual de
freio................................................................................................................................................60
Figura 6.9: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual de
freio................................................................................................................................................61
Figura 6.10: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual de
freio................................................................................................................................................63
Figura 6.11: Resposta no tempo da rotação - teste do tipo amaciamento de motores no sistema de
controle experimental – GM151S..................................................................................................65
ix
Figura 6.12: Resposta no tempo do torque - teste do tipo amaciamento de motores no sistema de
controle experimental – GM151S..................................................................................................65
Figura 6.13: Resposta no tempo da potência, percentual de abertura da borboleta e nível
percentual de freio - teste do tipo amaciamento de motores no sistema de controle experimental –
GM151S.........................................................................................................................................66
Figura 6.14: Diagrama em blocos para o controle do percentual de abertura de
borboleta........................................................................................................................................67
Figura 6.15: Resposta no tempo da rotação - teste do tipo consumo ou desempenho de
combustíveis no sistema de controle experimental – Fiat1.6/16V................................................69
Figura 6.16 Resposta no tempo do percentual de abertura da borboleta - teste do tipo consumo ou
desempenho de combustíveis no sistema de controle experimental – Fiat
1.6/16V..........................................................................................................................................69
Figura 6.17: Resposta no tempo do torque, potência, nível percentual de freio e nível de
combustível do reservatório- teste do tipo amaciamento de motores no sistema de controle
experimental – Fiat 1.6/16V..........................................................................................................70
x
ÍNDICE DE TABELAS
xi
1. INTRODUÇÃO
1.1 O Problema
Este trabalho está dividido em 7 capítulos. No primeiro está uma introdução do que
se trata o projeto. No Capítulo 2 é apresentado o embasamento teórico necessário para o
desenvolvimento do projeto enquanto que no Capítulo 3 é feita uma descrição do sistema
físico experimental e do seu funcionamento. No Capítulo 4 são desenvolvidas a modelagem
e a identificação experimental dos componentes e parâmetros do sistema e no Capítulo 5
são apresentados os projetos dos controladores para a torque e rotação. No Capítulo 6 são
apresentados os resultados experimentais obtidos nos testes realizados para verificar o
desempenho do sistema de controle. Finalmente no Capítulo 7 são apresentadas as
conclusões do presente trabalho e sugestões para trabalhos futuros.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Dinamômetro
Como pode ser visto na Fig. 2.1, o disco metálico que pode girar livremente na
ausência de corrente de alimentação dos imãs é freado assim que uma corrente começa a
circular nestes imãs, criando um campo magnético que atravessa o disco induzido. As
correntes de Foucault criadas no disco produzem um campo magnético que se opõe a
variação do fluxo que os produziu e tende, portanto, a se opor ao deslocamento.
As forças eletromagnéticas que agem sobre o disco são proporcionais à velocidade
de rotação e dirigidas no sentido inverso desta velocidade. Pode-se, desta forma, frear o
disco em rotação sem aplicar atrito mecânico sobre ele.
que significa que ele gira ao mesmo tempo em que o rotor e provoca pulsações de fluxos
nas paredes das câmaras de refrigeração, seguindo a freqüência dos dentes rotativos.
As correntes de Foucault geradas nestas paredes produzem um campo magnético
que se opõe à variação do fluxo que as produziu e tende, assim, a se opor ao movimento do
rotor.
Os freios eletromagnéticos são atualmente muito empregados, mesmo com o preço
do equipamento sendo mais elevado que os freios hidráulicos, em razão das seguintes
vantagens:
• Compacto e baixa inércia para potências baixas e médias
• Bom controle e velocidade de resposta, permitindo ciclos transientes
• Boa relação custo/benefício para potências baixas e médias
Os testes que serão descritos a seguir neste capitulo estão em conformidade com as
normas NBR ISO 1585 (ABNT, 1996), NBR ISO 14489 e EURO 3, que tem como objetivo
especificar brevemente alguns métodos para os testes de bancada em motores de combustão
interna.
Segundo Rohenkohl, 2004, alguns dos principais testes de bancada realizados em
motores de combustão interna são:
9
• Teste de Emissões
• Teste de Consumo de Combustíveis de Combustíveis
• Teste de Amaciamento de Motores
• Teste de Desempenho de Lubrificantes
Etapa I
Etapa II
Parâmetros Limites
Tempo total do teste (turnos) 64 horas (8 x 8 horas)
Rotação 3000 RPM
Potência 33,1KW
2.4 Controlador
Segundo Ogata, 2000, muitas vezes processos mais simples podem ser facilmente
controlados apenas por uma a ação proporcional, ou seja, aplicando apenas o ganho
podemos melhorar a resposta transitória aumentando o tempo de subida, mas o sobre-sinal
aumenta e ocorre uma redução do erro em regime (não o eliminando completamente). Além
disso, a margem de estabilidade do sistema é reduzida.
Nesta seção são apresentados alguns sistemas que estão sendo desenvolvidos por
pesquisadores sobre a instrumentação e controle de bancadas dinamométricas para motores
de combustão interna.
Segundo Roos e Montijo, 2005, a bancada existente no Laboratório de Energia e
Ambiente (LEA) da Universidade de Brasília se trata de um dinamômetro para o teste de
motores a combustão interna. Este dinamômetro é do tipo hidráulico, ou seja, possui uma
válvula borboleta para que, aumentando ou diminuindo o fluxo de água, se produza uma
carga no motor e se varie a velocidade. E esta válvula é movimentada através de um servo-
motor. No sistema proposto por Roos e Montijo, 2005, foi desenvolvido um controlador
PID (proporcional, integral e derivativo) implementado em um microcontrolador que
realiza o controle do sinal aplicado ao freio dinamométrico para calcular a posição do servo
16
O sistema proposto por Moulton, 2007, utiliza uma bancada com um dinamômetro
de corrente de Foucault para realizar testes em pequenos motores de combustão interna (no
caso motores de ciclo 2 tempos). Neste caso, foi implementado um controlador PI
(proporcional-integral) para controlar a intensidade de freio do dinamômetro e,
conseqüentemente, a rotação do motor. O autor instrumentou o sistema com sensores de
temperatura e célula de carga e fez uma interface gráfica para visualização dos sinais dos
sensores e aquisição de resultados nos testes em motores. Nas fig. 2.6 pode-se visualizar a
interface gráfica do sistema implementado por Moulton, 2007.
3.1 Introdução
Conforme apresentado nas figuras 3.1, 3.2 e 3.3, o sistema é constituído pelos
seguintes componentes: um motor de combustão interna, um dinamômetro, um motor de
passo, seis sensores de temperatura LM35, um sensor óptico de rotação, duas células de
carga, um sensor de posição da borboleta (potenciômetro), duas placas condicionadoras de
sinais, um microcontrolador ATMEGA16, uma placa conversora de sinal analógico para
digital e um microcomputador.
21
O motor de passo HS50 do fabricante SLO-SYN está mostrado na Fig. 3.6 e tem
como máxima tensão de trabalho 5 V, torque de 0,6 N.m e 200 passos por volta. Sua função
é a de variar o percentual de abertura da borboleta do acelerador do motor de combustão
23
interna. O motor de passo é acionado através de uma interface de potência que, por sua vez,
está conectada a um canal do microcontrolador.
3.2.2 Sensores
Emissor
Corrente Contínua Direta IF 50mA
Tensão de Polarização Inversa VR 6V
Dissipação de Potência PD 100mW
Sensor
Tensão entre Coletor e Emissor
30V
VCEO
Tensão entre Emissor e Coletor
6V
VECO
Corrente do Coletor IC 40mA
Dissipação de Potência PD 150mW
A célula de carga tipo Z-250, fabricada pela Alfa Instrumentos, está fixada na
carcaça do dinamômetro, onde se pôde verificar o torque aplicado no motor de combustão
interna. As figuras 3.10 e 3.11 respectivamente apresentam a célula de carga utilizada no
trabalho e um esquema de como é fixada no dinamômetro. Na Tabela 3.4 estão
apresentadas algumas das características técnicas da célula do tipo Z-250.
27
A célula do tipo Single Point de alumínio, modelo CDL-10, do fabricante Flexar foi
calibrada e submetida ao peso do reservatório de combustível, conforme a Fig. 3.12. Ela é
utilizada para verificar o consumo de combustível pelo método gravimétrico. Na Tabela 3.5
estão apresentadas algumas das características técnicas da célula de carga CDL-10.
Sensor Ganho
LM35 da temperatura da água de
5
entrada do motor. (Arrefecimento)
LM35 da temperatura da água de
5
saída do motor.
LM35 da temperatura da água de
10
entrada do trocador. (Rede)
LM35 da temperatura da água de
10
saída do trocador.
LM35 da temperatura da água de
10
entrada do dinamômetro. (Rede)
LM35 da temperatura da água de
10
saída do dinamômetro.
Célula de carga reservatório de
100
combustível.
Célula de carga dinamômetro
1000
da placa de potência, diferentes valores de largura de pulso foram aplicados à entrada desta,
permitindo obter diferentes valores de corrente aplicadas ao dinamômetro.
Para acionamento das bobinas do motor de passo, as quais necessitam de uma alta
intensidade de corrente contínua, foi utilizada uma interface de potência constituída de
quatro transistores mosfet de IRF640 do fabricante Farchild. Na Tabela 3.11 estão
apresentadas algumas das características técnicas do transistor IRF640.
Características Técnicas
Alimentação 115/230V (50/60Hz)
Dimensões e peso: 340X160X260mm, 25Kg
Temperatura e umidade de operação de 0º a 40ºC, menos que 80%
Temperatura e umidade de armazenamento de -10º a 70ºC, menos que 70%
Características Técnicas:
Display Duplo, 3 1/2 dígitos
Saídas Variáveis 0 ~ 30V DC / 0 ~ 3A DC (2 Fontes Indep)
Saída Fixa Comutaçãodas fontes para 5V / 3A.
Precisão ± (0.5% da Leitura + 2 Dígitos).
Fundo de Escala do Voltímetro 199.9V.
Fundo de Escala do
19.99A.
Amperímetro
Ambiente de Operação 0 ~ 40ºC, RH < 80%.
Alimentação 110 / 220V, 50 / 60Hz
Consumo 400W Máximo.
Dimensões 160(A) x 267(L) x 310(P)mm.
Peso 9.5kg.
O canal PWM do microcontrolador que aciona o a placa de potência que está ligada
ao dinamômetro está configurada para obter 1024 diferentes larguras de pulsos. Alterando-
se esta largura pode-se alterar o duty cycle, que é a razão do tempo em que o sinal
permanece em nível lógico alto com relação ao período.
Para identificar o funcionamento do freio, diferentes valores de largura de pulso
foram aplicados à entrada da placa de potência ligada ao freio, permitindo obter na sua
saída diferentes níveis de corrente DC aplicadas no dinamômetro, como mostrado na
Tabela 4.1. Através deste procedimento foi possível determinar a relação entre a largura do
pulso e o nível de corrente elétrica.
39
Tabela 4.1: Valores de largura de pulso de acordo com a corrente aplicada ao dinamômetro.
Intensidade de
Largura de Pulso [s]
Corrente [A]
0 0
256 0,04348
512 0,17391
768 0,84783
1023 1,75
Com base nos valores mostrados na Tabela 4.1, foi traçado um gráfico que está
apresentado na Fig. 4.2. A partir deste gráfico foi obtida a função:
1,8
1,6
Intensidade de Corrente [A].
1,4
1,2
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Pontos Adquiridos
Polinômio (Pontos Adquiridos)
-0,2
0 200 400 600 800 1000 1200
Largura de Pulso
Figura 4.2: Corrente elétrica versus largura de pulso do sinal de acionamento do freio.
40
Foi feita a relação entre o nível percentual de freio com a largura de pulso. Essa
relação pode ser visualizada na Tabela 4.2.
Nível Percentual de
Largura de Pulso [s]
Freio [%]
0 0
25 256
50 512
75 768
100 1023
Com base nos dados mostrados na Tabela 4.2 foi traçado o gráfico apresentado na
Fig. 4.3. A partir deste gráfico foi obtida a função:
1200
1000
800
Largura de Pulso.
600
400
200
Pontos da Relação
Linear (Pontos da Relação)
0
0 20 40 60 80 100 120
Nivel de Freio [%]
T = F ×d (4.3)
Com base nos dados obtidos na Tabela 4.3 foi traçado o gráfico que está apresentado
na Fig. 4.4. A partir deste gráfico foi obtida a função:
2,5
2
Tensão [V]
1,5
0,5
Dados Adquiridos
Linear (Dados Adquiridos)
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Massa [Kg]
A borboleta do acelerador foi fixada em uma posição adequada para manter o motor
com uma rotação fixa e o dinamômetro com o nível percentual de freio próximo a zero. Em
seguida, foi bruscamente aplicada uma ação de frenagem (nível percentual de freio) ao
sistema, no intuito de reproduzir a aplicação de um sinal degrau. Para capturar as
características dinâmicas, foram realizados dois ensaios para a identificação da resposta do
sistema ao sinal degrau.
No primeiro ensaio foi fixada uma rotação de 3000 RPM (314,15928 rad/s) para o
motor e aplicado 65% de nível percentual de freio no dinamômetro. No segundo ensaio foi
fixada uma rotação de 3000 RPM (314,15928 rad/s) no motor e aplicado 60% de nível
percentual de freio no dinamômetro.
Para cada um dos dois ensaios foram levantados os dados experimentais das curvas
de resposta da rotação do motor no tempo. Na Fig. 4.5 pode-se observar as duas curvas dos
ensaios.
3100
Resposta do sistema 65% de nivel de freio
Resposta do sistema 60% de nivel de freio
3000
2900
2800
Rotação(rpm)
2700
2600
2500
2400
2300
2200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo(s)
40
T (s) = (4.5)
5s + 1
3100
Resposta do sistema 65% de nivel percentual de freio
Resposta temporal apoximada de 1º grau
3000 Resposta do sistema 60% de nivel percentual de freio
Resposta da média dos ensaios
2900
2800
Rotação[RPM]
2700
2600
2500
2400
2300
2200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo(s)
saída o valor de torque atual, que é subtraído do torque desejado, originando o sinal do
desvio. Este sinal, então, serve como base para que o controlador proporcional tome a
decisão de qual será o sinal de controle que será aplicado ao motor de passo para atuar na
borboleta do acelerador, determinando se o motor de passo deve abrir ou fechar a borboleta
do acelerador e, conseqüentemente, aumentar ou diminuir o torque (e, conseqüentemente, a
potência) aplicado até obter o valor desejado.
aplicados para que determinadas variáveis de controle não excedam os valores físicos reais
ou para que não superem determinados valores operacionais do sistema de controle.
Os ganhos encontrados com a ferramenta de otimização para o sistema de controle
de rotação através de simulações utilizando o modelo desenvolvido que pode ser
visualizado na Fig. 5.5 foram: Kp (ganho proporcional) = 80, Ki (ganho integral) = 0,5 e
Kd (ganho derivativo) = 140.
150
Sinal de Controle Não Saturado
Sinal de Controle Saturado
Limite Superior de Saturação
Limite Inferior de Saturação
100
Nível da Freio (%)
50
-50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo(s)
Figura 5.6: Curvas do sinal de controle e do sinal saturado para o caso do controle de
rotação do sistema
Para validar os ajustes dos ganhos calculados, foi realizada uma simulação no
Simulink onde foram aplicadas ao sistema controlado diferentes entradas de referência de
rotação, de modo a verificar a convergência do sinal de saída para o valor desejado.
Pode-se observar através da Fig. 5.7 que os resultados foram satisfatórios, já que os
valores de saída convergiram para os respectivos valores de referência aplicados às entradas
das rotações.
51
3000
Sinal de Entrada de 2500 rpm
Sinal de Entrada de 2000 rpm
2800 Sinal de Entrada de 1500 rpm
2600
2400
Rotação (rpm)
2200
2000
1800
1600
1400
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo(s)
Figura 5.7: Validação dos ajustes dos ganhos do controlador da rotação do sistema.
6. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Na Tabela 6.1 pode-se observar que, para cada intervalo de tempo do teste, se
possui valores de rotação e torque desejados a serem seguidos pelos controladores. Os
intervalos do teste nos quais se deseja um torque nulo (aproximadamente zero) consistem
no ponto que o sistema Motor-Dinamômetro é levado a sua condição inicial (marcha –
lenta). Isso é necessário para haver o intervalo de “descanso do motor”.
2×π × N ×T
P= (6.1)
60
4000
Rotação[RPM]
Rotação Desejada[RPM]
3500
3000
Rotação[RPM]
2500
2000
1500
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
60
Torque Desejado[N.m]
Torque[N.m]
50
40
Torque[N.m]
30
20
10
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
15
Potência[KW]
14
13
12
11
10
9
Potência[KW]
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo[s]
20
Percentual de Abertura da Borboleta[%]
18
16
Percentual de Abertura da Borboleta[%]
14
12
10
-2
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
60
40
20
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
5.2
Nível de Combustível[kg]
5.1
4.9
Combustível[kg]
4.8
4.7
4.6
4.5
4.4
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
borboleta, até alcançar o valor de torque desejado novamente. Após convergir para 2000
RPM (209,44 rad/s), e, ao mesmo tempo em que, controlador de torque diminui o
percentual de abertura da borboleta, o controlador de rotação diminuir o nível percentual de
freio a fim de manter a rotação desejada constante. Uma pequena perturbação no torque
pode ser observada. Isto ocorre devido à dinâmica do controlador de torque ser muito mais
lenta do que a do controlador de rotação.
2700
Rotação[RPM]
2500
2300
2100
1900
1700
280 290 300 310 320 330 340
70
Torque[Nm]
50
30
10
280 290 300 310 320 330 340
Aber. de Borboleta[%]
10
9
8
7
6
5
280 290 300 310 320 330 340
Nivel Perc.de Freio[%]
110
90
70
50
30
280 290 300 310 320 330 340
Tempo(s)
Figura 6.7: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual
de freio.
60
2400
Rotação[RPM]
2300
2200
80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
40
Torque[Nm]
30
20
10
80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Nivel Perc. de Freio[%] Aber. de Borboleta[%]
13
11
5
80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
80
70
60
80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Tempo(s)
Figura 6.8: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual
de freio
61
Na Fig. 6.9, apresenta-se outra fase do teste, onde a rotação e torque desejados
também são alterados, ou seja, em um primeiro momento a rotação e o torque desejados
são, respectivamente, 3000 RPM (314,16 rad/s) e 18,86 N.m. Após certo tempo de
operação, a rotação e o torque desejados são alterados para 3200 RPM (335,1 rad/s) e 28,29
N.m (essa alteração ocorre após 480s do inicio do teste). Durante a operação, o controlador
de torque atua aumentando o percentual de abertura da borboleta (assim buscando aumentar
o torque para 28,29 N.m) e o controlador de rotação começa a aumentar o nível percentual
de freio para manter a rotação fixa em 3200 RPM (335,1 rad/s).
3400
Rotação[RPM]
3200
3000
430 440 450 460 470 480 490 500 510 520 530
40
Torque[Nm]
20
0
430 440 450 460 470 480 490 500 510 520 530
Aber. de Borboleta[%]
14
12
10
8
450 460 470 480 490 500 510
Nivel Perc.de Freio[%]
80
70
60
50
40
430 440 450 460 470 480 490 500 510 520 530
Tempo(s)
Figura 6.9: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual
de freio
62
2400
Rotação[RPM]
2200
2000
1800
40 50 60 70 80 90 100
40
30
Torque[Nm]
20
10
0
-10
40 50 60 70 80 90 100
Aber. de Borboleta[%]
12
10
-2
40 50 60 70 80 90 100
Nivel Perc. de Freio[%]
110
90
70
50
30
10
-10
40 50 60 70 80 90 100
Tempo(s)
Figura 6.10: Resposta no tempo de rotação, torque, abertura de borboleta e nível percentual
de freio
Este teste foi realizado com o objetivo de observar o desempenho dos controladores
aplicados em outro tipo de motor. O Motor utilizado foi um GM151S de quatro cilindros,
2509 cm3 e potência bruta de 72,07 kW a 4800 RPM (502,65 rad/s), onde na condição
inicial (marcha-lenta) a rotação é de aproximadamente 1100 RPM (115,19 rad/s).
Na Tabela 6.2 pode-se observar que, para cada intervalo de tempo do teste, se
dispõe de valores de rotação e torque desejados a serem seguidos pelos controladores.
64
4000
Rotação[RPM]
Rotação Desejada[RPM]
3500
3000
Rotação[RPM]
2500
2000
1500
1000
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
90
Torque Desejado[N.m]
Torque[N.m]
80
70
60
50
Torque[N.m]
40
30
20
10
-10
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
30
Potência[KW]
Potência[KW]
20
10
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Perc. Abertura de Borboleta[%]
40
20
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Nivel Percentual de Freio[%]
50
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo(s)
borboleta nulo (aproximadamente zero) consistem nos pontos em que o sistema Motor-
Dinamômetro Fiat 1.6/16V é levado a sua condição inicial (marcha – lenta) isso para haver
um intervalo de “descanso do motor”.
Percentual de
Rotação Tempo de Intervalo de
Abertura da
[RPM] Estágio [s] Tempo [s]
Borboleta [%]
1800 0 60 0 - 60
2000 25 60 60 - 120
2000 50 60 120 - 180
2000 75 60 180 - 240
2000 100 60 240 - 300
1800 0 60 300 - 360
2500 25 60 360 - 420
2500 50 60 420 - 480
2500 75 60 480 - 540
2500 100 60 540 - 600
1800 0 60 600 - 660
2500 25 60 660 - 720
3000 50 60 720 - 780
3000 75 60 780 - 840
3000 100 60 840 - 900
1800 0 60 900 - 960
3200
Rotação[RPM]
Rotação Desejada[RPM]
3000
2800
2600
Rotação[RPM]
2400
2200
2000
1800
1600
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
Tempo(s)
120
Abertura Borboleta[%]
Abertura de Borboleta Desejada[%]
100
80
Borboleta[%]
60
40
20
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
Tempo(s)
150
Torque[N.m]
Torque[N.m]
100
50
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
40
Potência[KW]
Potência[KW]
30
20
10
0
Nivel Percentual de Freio[%]
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
150
Nivel Percentual de Freio[%]
100
50
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
4
Combustível[kg]
Combustível[kg]
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
Tempo(s)
Figura 6.17: Resposta no tempo do torque, potência, nível percentual de freio e nível de
combustível do reservatório- teste do tipo consumo de combustíveis no sistema de controle
experimental – Fiat 1.6/16V.