2MA5364D-Aula 02 - Atendimento à PCR e corpos estranhos

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SOCORROS EM URGÊNCIAS

Aula 02 – Atendimento à PCR / Corpo estranho


Definição de parada
cardiorrespiratória

• Perda súbita e inesperada de


função cardíaca
Função do sistema
cardiovascular
• Transporte de gases
• Transporte de nutrientes
• Transporte de resíduos metabólicos
• Transporte de hormônios
• Distribuição de mecanismos de
defesa
• Coagulação sanguínea
Órgãos nobres
• 1° Cérebro

• 2° Coração

• 3° Pulmões
Causas de uma PCR
5 Hs
Causas (5Hs) Tratamento
• Hipovolemia • Reposição volêmica com cristalóide
• Hipóxia • Ventilação com via aérea definida e
• Hidrogênio ( acidose) O2 100%
• Hipo/Hipercalemia (potássio) • Bicarbonato de sódio 8,4% 1mg/kg
• Hipotermia • Corrigir (diuréticos, insulina, cálcio)
• Aquecer
Causas de uma PCR
5 Ts
Causas (5Ts) Tratamento
• Trombose coronária (SCA) • Trombólise se IAM com supra
• TEP prévio a PCR
• Tensão no tórax por • Trombólise
pneumotórax • Descompressão por punção
• Tóxicos (intoxicação exógena) • Antídotos
• Tamponamento cardíaco • Pericardiocentese (punção de
Marfan)
Alguns conceitos
BLS: (Suporte Básico de Vida)
• Conjunto de medidas e procedimentos técnicos que
objetivam o suporte de vida à vítima. O SBV é vital até a
chegada do SIV (suporte intermediário de vida – transporte
até o hospital).
• O objetivo principal é não agravar lesões já existentes ou
gerar novas lesões. Um rápido SBV proporciona até 60% de
chance de sobrevivência
• É um dos elos da "Cadeia de Sobrevivência". Esse suporte tem
diferença entre bebês, crianças e adultos
• Alguns profissionais de saúde, ou mesmo socorristas leigos,
podem ser treinados em suporte básico de vida
• ACLS: Suporte Avançado de Vida, conjunto de algoritmos clínicos para
o tratamento urgente de parada cardíaca , acidente vascular
cerebral , infarto do miocárdio

• Apenas profissionais de saúde qualificados podem fornecer ACLS,


pois requer a capacidade de gerenciar as vias aéreas da pessoa, iniciar
o acesso vascular, ler e interpretar eletrocardiogramas e compreender
a farmacologia de emergência
Cadeia de sobrevivência / RCP de alta qualidade
• RCP de alta qualidade começa com o foco em compressões torácicas de alta
qualidade e respirações de resgate
• A compressão torácica é melhor realizada comprimindo a parte inferior do
esterno
• Isto aumenta a pressão dentro do peito e comprime o coração, forçando sangue
no coração, pulmões, e grandes vasos sanguíneos para o resto do corpo
• O fluxo sanguíneo criado pela compressão torácica é limitado quando comparado
ao fluxo sanguíneo normal
• Compressões de baixa qualidade limitam isto ainda mais
• A respiração é normalmente realizada por meio da ação do diafragma e músculos
torácicos criando sucção quando o tórax expande puxando ar exterior para o
peito
• Quando a respiração para, o ar pode ser forçado para os pulmões por meio das
respirações de resgate soprando pela boca. Há oxigênio suficiente no ar exalado
para suster a pessoa a qual você está fornecendo respirações de resgate
Cinco medidas básicas de RCP de alta qualidade:
• Taxa de compressão torácica; (o pico
da sobrevivência ocorre entre cerca
de 100 a 120 compressões por
minuto)
• Profundidade da compressão torácica;
(Compressões de, pelo menos, 5 cm
são recomendadas para maximizar a
qualidade da compressão)
• Recuo torácico entre compressões
• Interrupções às compressões torácicas
• Volume de ar nas respirações de
resgate
Atendimento padronizado - protocolos
• Os protocolos para atendimento deste tipo de ocorrência são feitos
pela American Heart Association (AHA)

• Estas Diretrizes para RCP e Atendimento Cardiovascular de


Emergência (ACE) se baseiam em um processo internacional de
avaliação de evidências

• A cada 5 (cinco) anos estes protocolos são atualizados. No final de


2010 foi publicado o novo protocolo, as principais mudanças foram:
Anteriormente: A – B - C
• Onde:

A (Air) Verificar se está respirando

B (Breathing): Realizar respiração boca à boca

C (Circulation): realizar manobras de reanimação


Agora: C – A – B
• Onde:

B (Breathing): Realizar respiração boca à boca


Verificação do pulso
• Em uma situação de parada cardiorrespiratória, o tempo para se
verificar o pulso não deve exceder 10 segundos
• Procurar pelos grandes pulsos: carotídeo, femoral e braquial
Respiração boca à boca
• É realizada para oferecer oxigênio quando uma pessoa sofre uma
parada cardiorrespiratória, fica inconsciente e não respira
• Lembrando – se que a oferta de oxigênio é a mesma do ar ambiente
21%
• Este tipo de respiração, não é recomendada nos casos em que está se
socorrendo alguém com histórico de saúde desconhecido, já que não
dá para saber se a pessoa tem alguma doença contagiosa, como a
tuberculose. Nestas situações, o indicado é realizar insuflações com
uma máscara de bolso, mas se não estiver disponível deve-se fazer
apenas as compressões torácicas, de 100 a 120 por minuto
CHIN LIFT (Manobra de Inclinação
da Cabeça e Elevação do Mento)
Dando inicio ao atendimento
• 1° Verificar se o cenário para o atendimento à PCR é seguro
• 2° Reconhecimento da PCR através da ausência de pulso em até 10 segundos e da
respiração
• 3° Tentar acionar o serviço de emergência por celular ou pedir à alguém, caso o colapso
da vítima tenha sido presenciado por você (192)
• 4° Caso o colapso não tenha sido presenciado, realizar 2 minutos de RCP e depois
solicitar ajuda
• 5° A relação compressão / ventilação deve ser feita de 2 maneiras: caso esteja apenas 01
socorrista a relação é de 30 compressões para 2 ventilações; em 2 ou mais socorristas, a
relação é de 15 compressões para 2 ventilações
• 6° As compressões devem chegar à 100 bpm (ou seja, 5 compressões a cada 3 segundos),
comprimindo o tórax na profundidade de, no mínimo, 5 cm para adultos e crianças e 4
cm para bebês)
• A manobra de reanimação deve continuar até a chegada do socorro ou se houver reação
da vítima. É recomendada a troca de socorrista a cada 2 minutos para garantir a melhor
qualidade do procedimento, pois ele é bastante cansativo
Reanimação em gestantes
• O tratamento da PCR na gravidez é focado em ressuscitação da mãe. Se
necessário, deve-se considerar uma cesariana de emergência, para salvar o
bebê e melhorar as chances de ressuscitação bem-sucedida da mãe
• O útero gravídico pode comprimir a veia cava inferior, impedindo o retorno
venoso, reduzindo assim o volume sistólico e o débito cardíaco
• Para atendimento em SBV as prioridades da gestante em PCR são as
manobras de RCP de alta qualidade e o alívio da compressão aortocava. Se
a altura do fundo uterino estiver no nível do umbigo ou acima, o
deslocamento uterino manual para a esquerda pode ser benéfico no alívio
da compressão aortocava durante as compressões torácicas
• O deslocamento uterino manual para a esquerda efetivamente alivia
a pressão aortocava em pacientes com hipotensão. Na segunda
metade da gestação, o parto cesariana pós-morte pode ser
considerado parte da ressuscitação materna, independentemente da
viabilidade fetal
E quando for em crianças?
• A maior ocorrência de PCR em crianças, é por alguma
forma de hipoxemia
• Chame o serviço de emergência ligando para o número
192
• Deite a criança numa superfície dura e posicione seu
queixo mais para cima para facilitar a respiração
• Faça duas respirações boca a boca
• Apoie a palma de uma das mãos no peito da criança,
entre os mamilos, em cima do coração como mostra a
imagem
• Pressionar o tórax com somente 1 mão, contando 2
compressões por segundo até a chegada do resgate
• Fazer 2 respirações boca-a-boca a cada 30 compressões
• Ao contrário dos adultos, as respirações na criança
devem ser mantidas para facilitar a oxigenação dos
pulmões
Reanimação em bebês
• Chame o serviço de emergência, ligando para o número 192
• Deite o bebê de barriga para cima sobre uma superfície dura
• Posicione o queixo do bebê mais para cima, para facilitar a
respiração
• Retire qualquer objeto da boca do bebê que possa estar dificultando
a passagem de ar
• Inicie com 2 respirações boca a boca
• Posicione 2 dedos sobre o meio do peito, normalmente são
colocados o dedos indicador e médio entre os mamilos, como mostra
a figura
• Pressione os dedos para baixo, contando 2 empurrões por segundo,
até a chegada do resgate
• Faça 2 respirações boca-a-boca após cada 30 compressões com os
dedos
• Assim como nas crianças, no bebê as respirações a cada 30
compressões também devem ser mantidas para garantir que existe
oxigênio chegando no cérebro
Vídeo PCR
• https://www.youtube.com/watch?v=aCHeAnDHeuA&ab_channel=Spr
inkSolu%C3%A7%C3%B5esemPreven%C3%A7%C3%A3odeRiscos
Corpos estranhos:
olhos, nariz,
garganta e ouvido
Corpo estranho nos olhos
• Traumas oculares são causados pela
presença de corpos estranhos nos
olhos, podendo ser de origem
superficial ou profundo

• Ocorrência maior em trabalhadores


por não utilizarem EPIs
Conduta
• Tranquilizar a vitima
• Localizá-lo visualmente, pedir para que a mesma feche e abra os olhos para que se
produzam lágrimas para expulsão do corpo estranho
• Reclamação de dor ou localização do mesmo na córnea pode ser lesão dessa estrutura
• Se o corpo estranho estiver na pálpebra inferior (na conjuntiva), e não sair com as
lágrimas, usar material de haste flexível com ponta de algodão ou lenço macio
contorcido para retirada, levantando a pálpebra superior, expondo o corpo estranho e
retirando-o, se for na conjuntiva inferior, baixar essa região e expor o mesmo, retirando-o
também
• Caso a retirada do corpo estranho não seja possível com uma haste, pode-se utilizar água
limpa para tenta retira-lo
• No caso de líquidos acidentais, lavar com água corrente com a mão espalmada sobre a
torneira, pelo tempo mínimo de 15 minutos, cobrindo logo em seguida com gaze ou
pano limpo o olho e encaminhá-lo ao serviço de saúde
Corpo estranho no nariz
• Evento que ocorre mais em crianças na fase de engatinhar e
quando começam à ter mais relação com o ambiente e
objetos
• Nos casos de adultos, pode ocorrer em pacientes
psiquiátricos ou por contato com insetos
• Objetos comumente introduzidos no nariz incluem algodão,
papel, pequenas pedras, contas, grãos, sementes, insetos e
baterias do tipo botão (que podem causar queimaduras
químicas). Corpo estranho nasal é suspeitado em qualquer
paciente com rinorréia unilateral, fétida, purulenta ou
sanguinolenta
• O diagnóstico é frequentemente feito pelo relato do
acompanhante que presenciou a introdução do corpo
estranho na cavidade nasal, ou pela visualização deste com
um espéculo
Conduta
• Acalmar da vítima para que a mesma não inale, não
assuar com violência, aspirar calmamente pela boca,
enquanto se aplicam as manobras para expelir o corpo
estranho

• Comprimir com o dedo a narina não obstruída e pedir o


acidentado para assuar, sem forçar, pela narina
obstruída, o que ajuda sua expulsão, porém se não
puder sair com facilidade, deve-se procurar auxílio
médico imediatamente
Corpo estranho no
ouvido
• Mais comuns em crianças e podem ser classificados em
acidentes voluntários ou acidentais
• O acidente voluntário ocorre principalmente nas crianças
e o acidental é representado por animais vivos
• As manifestações podem provocar quadro de
hipoacústica (mais comum), otorragia, otorreia ou
zumbido, ou causar intensa dor por lesionar estruturas
mais profundas
• Esses incidentes ocorrem no ouvido direito, onde
acontecem devido ao fato da maioria da população ser
destra
Conduta
• Tentar determinar cautelosamente o tipo de corpo
estranho presente, por que a manipulação inadequada
pode trazer dano a estruturas importantes como a
membrana timpânica, levando à perda da audição
parcialmente ou totalmente
• Deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral, com
o ouvido atingido para cima
• Tentar retirar o corpo estranho sem forçar ainda mais
para dentro, e em caso de ser inseto, coloca-se a vítima
em ambiente escuro e acende-se uma lanterna, que
atrairá o inseto
• Caso não haja sucesso, encaminha-se a vítima ao serviço
de saúde
Obstrução das
vias aéreas
• Primeiramente saber reconhecer os sinais da
obstrução
• Tal obstrução pode ser classificada como não
grave (obstrução parcial) ou grave (obstrução
total)
• Na obstrução não grave: ocorre ainda
passagem de ar, possibilitando ao individuo
falar
• Na obstrução grave: não há passagem de ar, o
indivíduo não reproduz som e não respira
Sinais de obstrução das
vias aéreas

• Ocorre tosse paroxística (súbita


incontrolável, com tossidas rápidas e
curtas), mecanismo de defesa natural de
eliminação do objeto aspirado causando
obstrução parcial ou total à passagem de
ar
• Elevação das mãos da vítima em torno do
pescoço
• Bebês abrem os braços
Manobra de compressão abdominal
• Heimlich é uma técnica utilizada em
casos de engasgamento, para retirar o
pedaço de comida ou objeto que possa
estar interrompendo a respiração e
salvar a vida da pessoa
• Criada pelo médico estadunidense
Henry Heimlich, em 1974
• Utilizam-se as mãos para fazer pressão
sobre o diafragma da pessoa
engasgada, o que provoca uma tosse
forçada e faz com que o objeto seja
expulso da via respiratória
• Não interferir se a pessoa sufocando
conseguir falar, tossir com força ou
respirar adequadamente
Posicionamento para realizar a manobra de
Heimlich
• Em geral, o socorrista permanece em pé atrás da pessoa asfixiando
• Para crianças < 20 kg (normalmente < 5 anos), o socorrista deve se
ajoelhar no nível dos pés da criança, em vez de ficar com um pé de
cada lado sobre ela
Contra indicações da manobra de Heimlich
Contraindicações absolutas:
• Idade < 1 ano

Contraindicações relativas:
• Crianças < 20 kg (tipicamente < 5 anos) só devem receber trações de
pressão moderada

• Vítimas obesas e mulheres no final da gravidez devem receber


trações torácicas em vez de trações abdominais
Conduta
• Em vítimas inconscientes, realizar
compressão torácica
• Em vítimas conscientes, pode-se
fazer de duas formas:
• - Cinco pancadas
interescapulares
• - Realizar a manobra de Heimlich
Descrição passo a passo dos procedimentos

• Ver se a pessoa posiciona as mãos apertando a garganta, que é o sinal de socorro universal de
obstrução grave das vias respiratórias
• Perguntar: "Você está sufocando?". Se a pessoa sufocando acenar sim com a cabeça e não
conseguir falar, tossir ou respirar adequadamente, isso sugere obstrução grave das vias
respiratórias e necessidade de assistência
• Para fazer a manobra de Heimlich, se posicionar atrás da pessoa com asfixia, passar os seus
braços em torno da cintura do paciente. Cerrar um dos punhos e colocar entre o umbigo e o
processo xifoide. Segurar o punho com a outra mão Aplicar uma compressão firme para dentro e
para cima puxando com ambos os membros superiores bem para trás e para cima
• Repetir a compressão 6 a 10 vezes, conforme necessário
• Continuar até a obstrução ser resolvida ou ser possível obter uma via respiratória avançada
• Se a pessoa perder a consciência, iniciar RCP
Manobra de Heimlich
em gestantes e
obesos
• A manobra de Heimlich não se
aplica da mesma maneira para
grávidas.
• No caso de gestantes ou de
pessoas obesas a manobra é
realizada mais pra cima, fora da
linha da altura do útero
Manobra de Heimlich em você mesmo
Referências bibliográficas
• PHTLS Atendimento Pré-hospitalizado ao Traumatizado. 6ª ed. Jones & Bartlett Learning,
2007
• Trauma: atendimento pré-hospitalar. Oliveira, B.F. M., Parolin, M.K.F., Teixeira Jr., E.V.
2ªed. Sao Paulo: Atheneu, 2008
• AMERICAN HEART ASSOCIATION, Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and
Emergency Cardiovascular Care, 2020
• SANTOS et al: Manual de Socorro de Emergência. Atheneu, 2015

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