Encarte 1 PM UC Ceara APA Estuario Ceara
Encarte 1 PM UC Ceara APA Estuario Ceara
Encarte 1 PM UC Ceara APA Estuario Ceara
PLANO DE MANEJO
ENCARTE 1
CONTEXTUALIZAÇÃO DA APA DO
ESTUÁRIO DO RIO CEARÁ
FEVEREIRO 2022
LISTA DE SIGLAS:
1
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PRODETUR Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo
SDA Secretaria de Desenvolvimento Agrário
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECULT Secretaria de Cultura do Ceará
SEDUC Secretaria de Educação do Ceará
SEFOR Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza
SEJUV Secretaria de Esporte e Juventude do Ceará
SETUR Secretaria do Turismo do Estado do Ceará
SEUC Sistema Estadual de Unidades de Conservação
SIANP Sistema Internacional de Áreas Protegidas
SNE Sociedade Nordestina de Ecologia
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
STDS Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará
UC Unidade de Conservação
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura
2
1. INTRODUÇÃO
Segundo define a Lei Federal Nº. 9.985/2000 que cria o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o Plano de Manejo é um "documento
técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de
conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso
da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas
físicas necessárias à gestão da unidade".
Desde o ano 2000, quando foi publicada a Lei Federal nº 9.985, que institui o SNUC,
os planos de manejo (PM) deveriam ser elaborados no prazo de cinco anos a partir da
criação da UC. No caso da Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio
Ceará, criada em 1999, teve seu plano de manejo elaborado em 2005, entretanto não
sendo publicado, e desde então não foi efetivado e nem revisado.
Considerando que a Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio Ceará foi
criada no ano 1999 pelo Governo do Estado do Ceará, por meio do Decreto Estadual
Nº 25.413/99, face às peculiaridades ambientais do Estuário do Rio Ceará, o que a
torna um ecossistema de grande valor ecológico e turístico, além de possuir natural
fragilidade quanto ao equilíbrio ecológico, que está ameaçado em face das
intervenções antrópicas, e, sobretudo, devido ao adensamento urbano no seu entorno;
Considerando que a conservação da biodiversidade existente na APA decorre tanto do
seu valor ecológico, social e econômico, quanto do potencial histórico e cultural que
envolve também a necessidade de valorização das comunidades tradicionais e
indígenas que residem na UC;
3
Considerando que a APA do Estuário do Rio Ceará, criada no ano 1999, englobava
territórios na divisa dos municípios de Fortaleza (Leste) e Caucaia (Oeste), Estado do
Ceará, compreendendo uma área, inicialmente, de 2.744,89 hectares - ha (27,4489
km²), conforme consta textualmente no Decreto de criação – Decreto Estadual Nº
25.413/1999. Todavia o arquivo shape oficial decorrente possuía uma área de
2.364,76 ha (23,6476 km²), o que exigiu estudos de retificação de poligonal com
ajustes cartográficos em seu plano de manejo;
4
Com a revisão do Plano de Manejo da APA do Estuário do Rio Ceará e a publicação
da Lei Estadual Nº 17.535, de 23 de junho de 2021, esta Unidade de Conservação
abrange atualmente uma área protegida de 2.734,99 ha, já corrigidas as
inconsistências referentes às coordenadas do memorial descritivo do decreto de
criação e as antigas sobreposições com a UC APA do Rio Maranguapinho.
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA UC
5
efeitos de destruição da natureza, decorrentes do crescimento urbano-industrial, que
então se encontrava em marcha, com bastante intensidade em alguns territórios. Essa
experiência de criação de parques nacionais foi seguida por alguns países entre os
anos de 1885 e 19033.
O avanço dos esforços de estruturação das bases conceituais teve uma tentativa de
consolidação no ano de 1916, focada sobre três eixos: a manutenção de áreas com
vistas às gerações futuras, como forma de garantir o benefício e a continuidade de
desfrute do público; como espaço dotado de recursos naturais e históricos; e como
processo de manejo orientado para a conservação dos recursos naturais4.
3 Op.cit. p.3
4 Miller, K. R. Planificación de Parques Nacionales para el ecodesarollo
em Latinoamérica, Madrid, 1980; apud Araujo cit por Pellizzaro e Hardts, op. cit.
5 DECRETO No 58.054, de 23 de março de 1966 que promulga a
Convenção para a proteção da flora, fauna e das belezas cênicas dos países da América.
6 IUCN, 2019. About the IUCN. Our history. Disponível em:
https://www.iucn.org/about. Acessado em novembro de 2018.
7 Banff é um município canadense que se localiza dentro do Parque
Nacional de Banff.
6
Em 1975 a Comissão de Parques Nacionais e Áreas Protegidas da IUCN começou a
desenvolver um sistema internacional de classificação de áreas protegidas que foi
concluído e publicado em 1978, envolvendo dez categorias de manejo: Reserva
Científica; Parque Nacional; Monumento Natural (Monumento Nacional); Reserva de
Conservação da Natureza; Paisagem Protegida; Reserva de Recursos Naturais;
Reserva Antropológica; Área Natural Manejada com Finalidade de Utilização Múltipla;
Reserva de Biosfera e Sítio Natural do Patrimônio Mundial 8.
7
1.1.1.Análise da Unidade de Conservação frente à sua situação de inserção em
Reserva da Biosfera ou outros atos declaratórios internacionais.
As Reservas de Biosfera foram criadas pela UNESCO em 1972, tendo por base o
programa "O Homem e a Biosfera" (MaB), sendo desenvolvido conjuntamente com o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a IUCN e com
agências internacionais de desenvolvimento. Compõem uma rede mundial de áreas
que tem por finalidade a Pesquisa Cooperativa, a Conservação do Patrimônio Natural
e Cultural e a Promoção do Desenvolvimento Sustentável. A Rede Mundial de
Reservas da Biosfera é composta por 631 reservas da biosfera localizadas em 119
países, incluindo 14 sítios transfronteiriços/transcontinentais12.
8
Fonte: elaboração própria a partir dos dados das ecorregiões da WWF, 2018
9
Fonte: Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 2008 (www.rbma.org.br)
A Mata Atlântica presente no Ceará ocupa uma área total de 1.873 km² e está
localizada de maneira dispersa em dez regiões: Chapada do Araripe, Litoral, Chapada
do Ibiapaba, Serra da Aratanha, Serra de Baturité, Serra do Machado, Serra das
Matas, Serra de Maranguape, Serra da Meruoca e Serra de Uruburetama, ocupando
total ou parcialmente 67 municípios.
10
da agricultura”. “De acordo com dados obtidos no mapeamento realizado pela
Sociedade Nordestina de Ecologia-SNE em 2004, verifica-se que apenas 14
municípios (Amontada, Barbalha, Barroquinha, Beberibe, Camocim, Crato, Fortim,
Guaramiranga, Meruoca, Mulungu, Pacatuba, Pacoti, Paracuru e Paraipaba), dentre
os que possuem vegetação mapeada, obtiveram um valor acima de 10% de área
municipal recoberta com relação à Mata Atlântica e Ecossistemas Associados no
Estado do Ceará14.
Segundo a última atualização do Atlas da Mata Atlântica publicado pela SOS Mata
Atlântica15, o estado do Ceará é o que apresentou menos desmatamentos, com um
valor de 5 ha, o que supõe uma redução do 47% com relação ao período anterior de
2015-2016, no que foram desmatadas 9 há. Além disso, a SOS Mata Atlântica fez uma
radiografia do desmatamento no Estado do Ceará16 encontrando que os municípios do
Ceará que mais conservam a Mata Atlântica e que atualmente superam o 10% de área
municipal recoberta com vegetação nativa são: Guaramiranga, Pacoti, Jijoca de
Jericoacoara, Camocim, Barroquinha e Chaval. Pacatuba, Aracati, Frecheirinha e
Beberibe se encontram entre os 10 municípios que mais conservaram a vegetação
nativa, porém, a recoberta atual não chega ao 10% da área desses municípios.
11
tradicionais de gestão de recursos naturais. Geralmente elas são de grande extensão,
com a maior parte de sua área em condição natural, onde uma parte está submetida a
uma gestão sustentável dos recursos naturais, e onde o uso de baixo impacto e não-
industrial dos recursos naturais, compatível com a conservação da natureza, é visto
como um dos principais objetivos da área (IUCN, 2018)18.
12
nenhuma evidência de que o respectivo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera
mostre gestões nesse sentido, envolvendo toda a sua área de atuação no Ceará.
1.1.3.Acordos internacionais
13
De acordo com Fernandes (1998)19, a unidade correspondente ao Herbeto Campesino
inclui a Vegetação Pioneira Psamófila e a Vegetação Halofítica Gramíneo Herbácea. O
Arboreto Edáfico Marino-Limoso corresponde ao tipo de Vegetação Paludosa Marítima
de Mangue. O Arboreto Edáfico Marino Arenoso compreende a Vegetação
Subperenifólia de Dunas e a Vegetação Subcaducifólia de Tabuleiro. O Arboreto
Edáfico Fluvial, compreende a Vegetação Subcaducifólia de Várzea e a Vegetação
Aquática Lacustre.
A APA é uma área com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos
e bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida
e bem-estar da população humana, e tem por objetivo básico proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso
14
dos recursos naturais (Art.15 da Lei nº 9985/2000). Envolve, conforme dispõe
textualmente o decreto original, uma área de 2.741,26 hectares, e se encontra numa
área de adensamento urbano em Fortaleza, e também dispersa em núcleos
incrustados na cidade de Caucaia, adensadas após a construção da ponte sobre o Rio
Ceará. Abriga parte da área da Reserva indígena dos Tapeba.
A Área de Proteção Ambiental é instituída por um ato do poder público e tal categoria
foi criada pelo artigo 14º do SNUC.
Municipais
15
Federais
Estaduais
Cabe mencionar que a APA das Dunas do Litoral Oeste substituiu a APA do Pecém
(Estadual), estando situada nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Paracuru).
16
categoria no Estado, e por proteger paisagem de relevância ambiental, sobretudo do
ponto de vista de seu funcionamento como regulador da dinâmica costeira local.
A nível estadual a Área de Proteção Ambiental do Estuário do Rio Ceará está situada
no Setor III da Costa Oeste21.
Nas dunas fixas encontradas na região onde se insere a APA, ligadas aos ambientes
litorâneos onde a influência da maré é menor, as espécies têm maior porte e padrão
arbóreo-arbustivo, sobretudo à sotavento. Voltadas para barlavento, as encostas das
dunas têm vegetação de menor porte.
Nas planícies fluviais, ambientes típicos das matas ciliares, a carnaúba (Copernicia
prunifera) é a espécie mais frequente, associando-se a outras plantas de porte arbóreo
e a gramíneas.
17
Nos maciços residuais, existe a ocorrência de vegetação com características de matas
pluvio-nebulares que compõem enclaves do bioma da Mata Atlântica. Existe também a
ocorrência de caatingas com variados padrões fisionômicos e florísticos, sendo que o
padrão arbóreo só chega a prevalecer onde a semiaridez é mais moderada e onde os
solos tem melhores condições de fertilidade natural.
1.3.1.Implicações Ambientais
A área protegida pode ser considerada como um fator positivo em proposições para a
gama de possibilidades de formação de mosaicos ecológicos, haja vista a conexão
com o Parque Estadual Botânico do Ceará. Suas implicações são benéficas aos
frágeis ecossistemas na cessão do processo de fragmentação de habitats e
degradação dos sítios físicos. O processo predatório dinamizado por ações antrópicas,
a erosão da linha de costa, desmatamentos de manguezais e de matas ciliares às
margens da planície fluvial, causando o assoreamento ou aterramento de lagoas ou de
áreas de acumulação inundáveis, enchentes, poluição dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos, disposição de resíduos sólidos, impactos de mineração,
ocupação irregular do entorno imediato do corpo hídrico, são alguns dos impactos
ambientais observados que denotam a necessidade de conservar os recursos naturais
existentes, bem como a importância do manejo da UC e da criação de outras áreas
protegidas ambientalmente.
18
a se tornar direcionados para garantir o desenvolvimento possível, acompanhado da
sustentabilidade desejável.
Além disso, deve ser destacado o fato de que a UC encontra-se inserida numa área
com a ocorrência de atividades como agricultura de subsistência, pesca artesanal, e
produção de artesanato, que se confrontam com um envoltório que tende a ser o
maior polo industrial e portuário do Estado – o CIPP, e sua respectiva Zona de
Processamento de Exportações (ZPE), além de um provável novo aeroporto
internacional23, onde é sensível a reatividade do setor imobiliário que se expande,
acompanhado de toda a debilidade e mesmo grandes lacunas de planejamento que
ajudem a garantir a preservação e o desenvolvimento sustentável e integrado dos
usos urbanos.
1.3.2.Implicações Institucionais
19
Prioridades de ação Instituições envolvidas
a) Desenvolvimento agrário
O Projeto São José III (PSJ III), envolvendo a Secretaria de Desenvolvimento Agrário
(SDACE) e Banco Mundial (BIRD), tem como foco o fortalecimento da agricultura
familiar e o desenvolvimento das comunidades rurais, com ações de financiamento de
projetos produtivos, promovendo o fortalecimento da agricultura familiar. Desde 2015,
20
o Governo do Estado, através do São José III, entregou 434 sistemas de
abastecimento e 212 módulos sanitários, beneficiando 59.406 famílias, totalizando
recursos na ordem de R$ 194.350.830,56. Outros 15 sistemas de reuso de água foram
entregues, beneficiando 15 famílias, com investimento total de R$ 321 mil (segundo
informações do Governo do Estado24). Os projetos produtivos concluídos e
implantados até 31 de outubro de 2017, incluem o município de Caucaia, e outros 220
projetos são previstos para entrega até março de 2019. O pacote de ações que
contempla 29 convênios de apicultura, sete de fruticultura e quatro de
ovinocaprinocultura vai atender a 40 comunidades de 33 municípios do Ceará,
incluindo Caucaia.
c) Assistência Social
Assistência social, trabalho, emprego e renda, segurança alimentar e nutricional
encontram-se voltadas para a promoção da inclusão social das famílias e pessoas em
situação de vulnerabilidade e risco social que se vinculam frequentemente às
condições de extrema pobreza e desigualdade social, são desenvolvidas pela
Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) a quem cabe implementar
as estratégias e as bases de universalização e descentralização das referidas ações.
21
situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades de fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários. Tem como unidade de referência para oferta de
seus serviços, programas e projetos nos Centros de Referência da Assistência Social
(CRAS). No Ceará, existe cobertura do CRAS em todos os municípios num total de
390 Centros. No Programa de proteção social básica se incluem os seguintes projetos:
ABC – Aprender, Brincar e Crescer; acesso da pessoa com deficiência à escola e ao
tratamento especializado; Cadastramento Único – CadÚnico, um instrumento de
informações para identificar as condições sociais e econômicas de famílias com baixa
renda; Centros Comunitários; Circo Escola (Respeitável Turma); Espaço Viva Gente;
Fortalecimento da Rede de Assistência Social Parceiras da STDS – Proteção Social
Básica; Fortalecimento das ações de assessoria junto aos serviços, programas e
projetos de Política de Assistência Social; Programa Bolsa Família; Programa de
Atenção Integral à Família (PAIF); Projeto Estação Família; Projeto Investimento
Cidadão; e Projeto Terceira Idade Cidadã.
22
e) Educação e saúde
A política educacional do Governo do Estado é executada pela SEDUC, Secretaria de
Educação do Estado do Ceará. Encontra-se voltada para promover políticas,
programas e projetos juntamente com a rede municipal de educação visando:
fortalecer os sistemas municipais de ensino para dotá-los de um modelo adequado de
gestão centrado em resultados de aprendizagem. Alguns exemplos em andamento no
momento da elaboração deste Plano de Manejo são:
23
públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da Educação
Básica”. Para concretizar o objetivo, em 2016, a Secretaria de Educação do
Estado do Ceará (SEDUC) iniciou a implantação do tempo integral em 26
escolas estaduais de ensino regular, sendo uma em cada Coordenadoria
Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE) e duas em cada
Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (SEFOR). Em 2017, a
expansão do tempo do aluno na escola começou com turmas da 1ª série do
Ensino Médio e a expansão dar-se-á gradualmente para as demais séries e
escolas.
Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEP: em 2018 eram 95
escolas no Ceará.
Entre os programas voltados para a melhoria da saúde podem ser citados: Unidades
do SUS; Leitos Hospitalares; Profissionais de Saúde; Equipes do Programa Saúde da
Família; Agentes Comunitários de Saúde; Causas de Mortalidade; Doenças; Saúde
Materna; e Mortalidade Infantil.
f) Trabalho e empreendedorismo
A Política do Trabalho da STDS é desenvolvida para aquelas camadas socialmente
vulneráveis, com menor nível de escolaridade, de qualificação profissional, de renda
familiar e, consequentemente, com maior dificuldade de inserção no mercado de
trabalho, ou seja, justamente as pessoas que mais precisam de um atendimento
diferenciado do poder público. Uma das vertentes consideradas estratégicas pela área
do trabalho é a educação social e profissional, cujo objetivo é a preparação e
atualização do trabalhador para enfrentar a realidade do mercado de trabalho, por
meio de ações de qualificação voltadas para facilitar sua inserção no emprego, no
empreendedorismo ou em atividades autônomas. Os públicos prioritários são os
jovens da escola pública sem experiência de trabalho, os beneficiários dos programas
sociais do governo, com ênfase no CadÚnico, os desempregados, os trabalhadores
autônomos, a população socialmente vulnerabilizada, os segmentos considerados até
aqui excluídos, tais como a pessoa com deficiência, os afrodescendentes, os
indígenas e o público LGBTQIA+.
h) Cultura
Caucaia é um exemplo de um município profundamente marcado pela vida e presença
dos Jesuítas e aldeamentos indígenas, que foram desarticuladas na Colônia, durante
o governo de Pombal, em meados do século XVII, em meio a muitas violências.
24
Seu território abrigava várias tribos nativas, tais quais foram aldeadas por jesuítas,
influenciando no crescimento populacional e na constituição da cidade. Foi batizada de
Vila de Soure, de Soure após a independência, e finalmente de Caucaia, seu nome
definitivo. É percetível a constituição cultural e histórica do município tais como o
Cruzeiro, erigido em 1749 e recomposto em 1922; a Igreja de Nossa Senhora de
SantAnna (Tuncunduba), construída no século XVIII; e a Igreja de Nossa Senhora dos
Prazeres (Matriz), de XVI, são alguns de seus patrimônios.
25
Carnaval de Fortaleza (anual)
Casa Cor (anual, de setembro a outubro)
Ceará Music (anual, em outubro)
Cine Ceará (anual, em junho)
Bienal do Livro do Ceará (anual, em novembro)
Bienal Internacional de Dança do Ceará (anual, em outubro)
Caranguejadas nas barracas da Praia do Futuro (todas as semanas nas
quintas-feiras)
i) Turismo e infraestruturas
26
gestão do turismo; além daqueles aspectos relacionados aos âmbitos social,
econômico e ambiental, e à infraestrutura e serviços básicos (saneamento
básico, energia elétrica, comunicação, acessos e transportes). O PDITS propõe
objetivos, metas e diretrizes para o desenvolvimento da atividade turística,
visando à melhoria da qualidade de vida das populações residentes na Área
selecionada, que resultem em um documento com informações necessárias à
caracterização da situação atual, identificando seus problemas e oportunidades
e definindo estratégias e ações, sendo estas últimas, componentes de um
plano de ações a serem executadas pelo programa. O Programa selecionou
três Polos de atração e desenvolvimento turístico entre os quais o Polo do
Litoral Leste envolve o município de Caucaia, além dos seguintes municípios:
Eusébio, Aquiraz, Cascavel, Pindoretama, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí 27.
A requalificação da Vila do Cumbuco, em Caucaia, foi obra financiada pelo
PRODETUR.
A partir do PDITS, o Programa estabelece como uma de suas ações prioritárias
a elaboração de Projetos de Valorização de Destinos Turísticos das localidades
mais importantes sob o foco do turismo. Visando contribuir para o aumento de
emprego e renda gerado pelo setor turístico, o PRODETUR Nacional Ceará
objetiva não somente consolidar o modelo sustentável sol e praia, mas ampliar
a atividade turística no Estado do Ceará, por meio da diversificação da oferta
turística e criação de novos produtos, baseados em recursos naturais e
culturais com potencial turístico. As ações do Programa apresentam cinco
componentes com subprojetos que compõe a sua matriz de investimentos
conforme o Quadro 3 a seguir:
Quadro 2. Destinos e áreas de Influência contemplados no Prodetur
Nacional para o Polo Litoral Leste
PRODETUR- LITORALLESTECOMPONENTESDO PROGRAMA
27
1.3.3.Potencialidades de Cooperação
28