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Encarte 1 PM UC Ceara APA Estuario Ceara

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PRODUTO 02

PLANO DE MANEJO

ENCARTE 1

ELABORAÇÃO, REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO,


ELABORAÇÃO DE PLANOS DE USO PÚBLICO E RECATEGORIZAÇÃO DE
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ NOS POLOS
LITORAL, LESTE, IBIAPABA E MACIÇO DE BATURITÉ

CONTEXTUALIZAÇÃO DA APA DO
ESTUÁRIO DO RIO CEARÁ

FEVEREIRO 2022
LISTA DE SIGLAS:

BID Banco Interamericano de Desenvolvimento


BIRD Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CDB Convenção sobre Diversidade Biológica
CEART Coordenadoria do Artesanato e Economia Solidária da STDS
CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento
CRAS Centros de Referência da Assistência Social
CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social
CREDE Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação
ECO 92 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento realizada de 3 a 14 de junho de 1992 na cidade do
Rio de Janeiro, no Brasil, também conhecida como Cúpula da Terra
EEEP Escolas Estaduais de Educação Profissional
EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo
EUA Estados Unidos da América
FLONA Floresta Nacional
FUNDART Fundo Especial de Desenvolvimento e Comercialização do Artesanato
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IDACE Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará
IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
ITERCE Instituto de Terras do Ceará
IUCN International Union for Conservation of Nature and Natural Resources
IVS Índice de Vulnerabilidade Social
LGBTQIA+ Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexuais,
assexuais e outros grupos e variações de sexualidade e gênero.
MMA Ministério do Meio Ambiente do Brasil
MONA Monumento Natural
MTUR Ministério do Turismo do Brasil
PDITS Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável
PIB Produto Interno Bruto
PM Plano de Manejo
PN Parque Nacional

1
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PRODETUR Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo
SDA Secretaria de Desenvolvimento Agrário
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECULT Secretaria de Cultura do Ceará
SEDUC Secretaria de Educação do Ceará
SEFOR Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza
SEJUV Secretaria de Esporte e Juventude do Ceará
SETUR Secretaria do Turismo do Estado do Ceará
SEUC Sistema Estadual de Unidades de Conservação
SIANP Sistema Internacional de Áreas Protegidas
SNE Sociedade Nordestina de Ecologia
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
STDS Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará
UC Unidade de Conservação
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura

2
1. INTRODUÇÃO

Segundo define a Lei Federal Nº. 9.985/2000 que cria o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o Plano de Manejo é um "documento
técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de
conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso
da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas
físicas necessárias à gestão da unidade".

As Unidades de Conservação (UCs) devem dispor de um Plano de Manejo que deve


abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os
corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida
econômica e social das comunidades vizinhas, sendo, dessa maneira, exigido pela Lei
Estadual nº 14.950/2011, que institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação
do Ceará (SEUC), e dá outras providências.

A inexistência de um plano que regule as formas de uso dos recursos naturais e da


diversidade biológica nas UCs, de maneira a garantir a sua conservação faz com que
as pessoas que moram em seus entornos não tenham certeza do que podem e não
podem fazer, tornando-se muito difícil para o órgão gestor e conselhos gestores
planejarem adequadamente os investimentos que são necessários nessas áreas.

Desde o ano 2000, quando foi publicada a Lei Federal nº 9.985, que institui o SNUC,
os planos de manejo (PM) deveriam ser elaborados no prazo de cinco anos a partir da
criação da UC. No caso da Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio
Ceará, criada em 1999, teve seu plano de manejo elaborado em 2005, entretanto não
sendo publicado, e desde então não foi efetivado e nem revisado.

Com o objetivo de reverter essa situação e assegurar a preservação e o uso


sustentável dos recursos naturais e culturais, o Governo do Estado, através do
Programa de Desenvolvimento do Ceará (PRODETUR), dentro da componente de
Gestão Ambiental, impulsionou a atualização e elaboração dos Planos de Manejo de
algumas Unidades de Conservação estaduais.

Para a efetiva atualização da Unidade de Conservação, se faz necessário um breve


contexto desde a sua criação.

Considerando que a Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio Ceará foi
criada no ano 1999 pelo Governo do Estado do Ceará, por meio do Decreto Estadual
Nº 25.413/99, face às peculiaridades ambientais do Estuário do Rio Ceará, o que a
torna um ecossistema de grande valor ecológico e turístico, além de possuir natural
fragilidade quanto ao equilíbrio ecológico, que está ameaçado em face das
intervenções antrópicas, e, sobretudo, devido ao adensamento urbano no seu entorno;
Considerando que a conservação da biodiversidade existente na APA decorre tanto do
seu valor ecológico, social e econômico, quanto do potencial histórico e cultural que
envolve também a necessidade de valorização das comunidades tradicionais e
indígenas que residem na UC;

3
Considerando que a APA do Estuário do Rio Ceará, criada no ano 1999, englobava
territórios na divisa dos municípios de Fortaleza (Leste) e Caucaia (Oeste), Estado do
Ceará, compreendendo uma área, inicialmente, de 2.744,89 hectares - ha (27,4489
km²), conforme consta textualmente no Decreto de criação – Decreto Estadual Nº
25.413/1999. Todavia o arquivo shape oficial decorrente possuía uma área de
2.364,76 ha (23,6476 km²), o que exigiu estudos de retificação de poligonal com
ajustes cartográficos em seu plano de manejo;

Considerando que através da Lei Estadual nº 16.607/2018 e do Decreto Estadual Nº


32.761/2018 a Unidade de Conservação APA do Estuário do Rio Ceará recebeu nova
área acrescida à sua poligonal, se denominando Área de Proteção Ambiental do
Estuário do Rio Ceará – Rio Maranguapinho, com acréscimo de 1.147,55 hectares
no Rio Maranguapinho, principal afluente do Rio Ceará;

Considerando que com este acréscimo de 1.147,55 hectares ocorreu sobreposição de


áreas e que espacialmente (sem sobreposição) a APA do Estuário Rio Ceará – Rio
Maranguapinho passou a ter 3.444,75 ha;

Considerando que o Governo do Estado vinha trabalhando com a ideia de instituição


de uma Unidade de Conservação voltada exclusivamente ao Rio Maranguapinho,
como forma de fortalecer a gestão deste território, com uma atuação mais incisiva
sobre o Rio Maranguapinho, sem esquecer do Rio Ceará;

Considerando que os rios Maranguapinho e Ceará cruzam extensas áreas urbanas


historicamente com elevada densidade de ocupação em suas margens (APP), e que
para mitigar o impacto dessas ocupações indevidas foram desenvolvidas políticas de
cunho socioambiental, com implantação de projetos urbanísticos voltados ao lazer e
recreação, mobilidade urbana e delimitação da APP, além de ações de remoção e
reassentamento dialogado das famílias ocupantes das áreas de risco, se fazendo
necessário um trabalho de gestão efetivo, integrado e participativo para consolidar
estas áreas num processo de recuperação ambiental, bem como atuar como facilitador
ao empoderamento local de proteção ao meio ambiente e adequar estes territórios
como de fato unidades de conservação, conforme o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (Lei Federal nº 9985/2000) e Sistema Estadual de Unidades de
Conservação (Lei Estadual nº 14.950/2011).
Considerando que os rios Ceará e Maranguapinho englobam ecossistemas com
complexidades e especificidades locais, o Governo do Estado do Ceará pretende
implementar em cada território o seu próprio regime jurídico de proteção legal, com
seus próprios objetivos a serem alcançados e desafios a serem superados, a fim de
trabalhar uma gestão integrada com vistas a alcançar a recuperação ambiental destes
dois sistemas lóticos da Região Metropolitana de Fortaleza.

4
Com a revisão do Plano de Manejo da APA do Estuário do Rio Ceará e a publicação
da Lei Estadual Nº 17.535, de 23 de junho de 2021, esta Unidade de Conservação
abrange atualmente uma área protegida de 2.734,99 ha, já corrigidas as
inconsistências referentes às coordenadas do memorial descritivo do decreto de
criação e as antigas sobreposições com a UC APA do Rio Maranguapinho.

O Roteiro Metodológico de Planejamento do IBAMA (2002) 1, tomado como referência


para este trabalho, estabelece os procedimentos gerais para a elaboração dos
diferentes estágios de planejamento. Também foi usado como base o Roteiro
Metodológico do ICMBio (2018). Dentro dos componentes dos PM, o Encarte 1, de
Contextualização da UC, enquadra a Unidade de Conservação nos cenários
internacional, federal e estadual.

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA UC

O presente Encarte aborda as características da Unidade de Conservação APA do


Estuário do Rio Ceará, frente ao seu enquadramento como unidade de relevância no
contexto internacional, federal e estadual, destacando as oportunidades de
cooperação com organismos internacionais de potencial para apoio à UC, indicando
as linhas de ação que podem ser importantes para a preservação dos principais
valores sobre os quais se sustenta a declaração de significância da UC.

1.1. Enfoque Internacional

O sistema internacional de classificação de áreas naturais protegidas foi proposto pela


International Union for Conservation of Nature (IUCN), em 1994. Envolvia um conjunto
de seis categorias de manejo, estipuladas de acordo com os graus de intervenção
antrópica e de naturalidade dos ambientes. A referida proposição pretendia firmar
referenciais adequados e uma linguagem comum voltados para o manejo e gestão das
áreas naturais protegidas2. O que se tem visto, ao longo do tempo, tem sido a
mobilização de uma vigorosa agenda, dotada de um foro internacional, onde o
tratamento dos conceitos que envolvem as áreas naturais protegidas vão sendo
aprimorados, trazendo consigo os requisitos de planejamento, manejo e gestão
necessários às mesmas e inseridos em traços que buscam identidades, passíveis de
serem tratadas enquanto um sistema universal.

Uma Breve Síntese Histórica


A preocupação da estruturação de áreas naturais protegidas, bem como as tentativas
de padronização conceitual dos tratamentos envolvidos pode ser referenciada numa
retrospectiva datada a partir de um marco firmado em 1872. Naquele ano foi criado o
Parque Nacional de Yellowstone (EUA), que inaugurava aquilo que veio a se tornar a
concepção de áreas protegidas, que assegurassem as condições ambientais, dos
1 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), 2002. Roteiro Metodológico de Planejamento. Parque Nacional, Reserva Biológica,
Estação Ecológica. Brasília, 2002
2 Gestão e Manejo de Áreas Naturais Protegidas: Contexto
Internacional. Pellizzaro, P.C.; Hardt, L.P.A.; Hardt, C.; Hardt, M.; Sehli, D. A. cujo texto serviu de base
para a parte histórica. A versão publicada em Ambiente e Sociedade, S. Paulo, v. VIII n. 1, p. 21-40, jan. a
março 2015 tem o mesmo teor.

5
efeitos de destruição da natureza, decorrentes do crescimento urbano-industrial, que
então se encontrava em marcha, com bastante intensidade em alguns territórios. Essa
experiência de criação de parques nacionais foi seguida por alguns países entre os
anos de 1885 e 19033.

O avanço dos esforços de estruturação das bases conceituais teve uma tentativa de
consolidação no ano de 1916, focada sobre três eixos: a manutenção de áreas com
vistas às gerações futuras, como forma de garantir o benefício e a continuidade de
desfrute do público; como espaço dotado de recursos naturais e históricos; e como
processo de manejo orientado para a conservação dos recursos naturais4.

Em 1940, na Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Naturais


dos Países Americanos em Washington (EUA) a pauta retomou os debates da
Convenção realizada em Londres no ano de 1933, abordando a temática da proteção
da biota em seu estado natural e resultou5:

 Na definição de quatro categorias de áreas naturais protegidas: Parque


Nacional, Reserva Nacional, Monumento Natural e Reserva Restrita de
Regiões Virgens;
 Na concepção de proteção total dos recursos naturais, palco dos conflitos entre
a população local e o poder público.

Em 1948 foi realizada a Conferência de Fontainebleau (França), sob os auspícios da


UNESCO, na qual foi instituída a International Union of Nature Protection, atual
International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2019)6.

Em 1960 foi instituída a Comissão de Parques Nacionais e Áreas Protegidas junto à


IUCN visando tanto promover e monitorar esses espaços, quanto orientar a aplicação
e prática dos respectivos manejos. Em seguida, em 1962, no 1º Congresso Mundial
sobre Parques Nacionais realizado em Seattle (EUA), foram aventadas as
possibilidades de exploração econômica desses locais.

Segue-se uma série de eventos: a Conferência da Biosfera, em 1968, em Paris


(França), a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, em 1971,
em Ramsar (Irã), a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
em 1972, em Estocolmo (Suécia), durante os quais se apresentam as primeiras
abordagens envolvendo a concepção de ecodesenvolvimento, e que, posteriormente
seria referenciada como desenvolvimento sustentável. Ainda em 1972, na XI
Assembleia Geral da IUCN ocorrida em Banff (Canadá) 7, foi incorporada a concepção
de exploração de recursos naturais e a ocupação humana em parques nacionais tendo
por base o zoneamento dessas áreas.

3 Op.cit. p.3
4 Miller, K. R. Planificación de Parques Nacionales para el ecodesarollo
em Latinoamérica, Madrid, 1980; apud Araujo cit por Pellizzaro e Hardts, op. cit.
5 DECRETO No 58.054, de 23 de março de 1966 que promulga a
Convenção para a proteção da flora, fauna e das belezas cênicas dos países da América.
6 IUCN, 2019. About the IUCN. Our history. Disponível em:
https://www.iucn.org/about. Acessado em novembro de 2018.
7 Banff é um município canadense que se localiza dentro do Parque
Nacional de Banff.

6
Em 1975 a Comissão de Parques Nacionais e Áreas Protegidas da IUCN começou a
desenvolver um sistema internacional de classificação de áreas protegidas que foi
concluído e publicado em 1978, envolvendo dez categorias de manejo: Reserva
Científica; Parque Nacional; Monumento Natural (Monumento Nacional); Reserva de
Conservação da Natureza; Paisagem Protegida; Reserva de Recursos Naturais;
Reserva Antropológica; Área Natural Manejada com Finalidade de Utilização Múltipla;
Reserva de Biosfera e Sítio Natural do Patrimônio Mundial 8.

Pellizzaro et al. (2015)9, assinalam que no 3º Congresso Mundial de Parques,


realizado em 1982, em Bali (Indonésia), “foi considerada uma importante inflexão, pois
foram discutidas, de forma conjunta, questões relacionadas às áreas naturais
protegidas e o desenvolvimento regional, assim como a importância do envolvimento
das comunidades locais e dos povos indígenas. A partir do documento Bali Action
Plan, essas populações passaram a ser consideradas atores atuantes no manejo dos
recursos naturais e não apenas usuárias, fato importante para o estabelecimento legal
de áreas protegidas com ocupação humana” 10.

Na XIX Assembleia Geral da IUCN, ocorrida em 1994 em Buenos Aires (Argentina),


uma nova classificação de áreas naturais protegidas foi definida, envolvendo as seis
categorias de manejo pertencentes ao Sistema Internacional de Áreas Protegidas
(SIANP): Reserva Nacional Estrita ou Área Silvestre; Parque Nacional; Monumento
Natural; Santuário da Vida Silvestre; Paisagem Terrestre/ Marinha Protegida e Área
Protegida com Recursos Manejados11.

Na Conferência “Áreas Protegidas no Século XXI: de ilhas a redes”, realizada, em


1997, pela Comissão de Parques Nacionais e Áreas Protegidas, em Albany (Austrália),
foram definidos os desafios a serem enfrentados pelas áreas naturais protegidas: a
necessária alteração de enfoque dessas, de ilhas, para redes; a necessidade de
manejo para as comunidades locais e com o seu apoio; a ampliação dos padrões de
gestão e capacitação para enfrentamento dos desafios identificados (IUCN, 2008) 8.
Também foi apresentada a relevância das áreas protegidas nos aspectos econômicos,
sociais e ambientais da sociedade atual.

Segundo a IUCN o Sistema Internacional de Áreas Protegidas tem buscado ensejar


um diálogo mais claro entre as categorias de manejo, com base em normas que
tornem possíveis as comparações entre sistemas nacionais, assim como a
qualificação e monitoramento das áreas naturais protegidas.

8 ARAÚJO, M. A. R. Unidades de conservação no Brasil: da República


à gestão de classe mundial. Belo Horizonte: Segrac, 2007; apud Pellizzaro et alii., op. cit.
9 PELLIZZARO, P.C.; HARDT, L.P.A.; HARDT, C.; HARDT, M. e
SEHLI, D.A. Gestão e manejo das áreas naturais protegidas. Contexto Internacional. Em: Ambiente &
Sociedade, São Paulo v. XVIII, n. 1, p. 21-40, jan.-mar. 2015
10 ARAÚJO, M. A. R. Unidades de conservação no Brasil: da República
à gestão de classe mundial. Belo Horizonte: Segrac, 2007; apud Pellizzaro et alii., op. cit.; BRITO, D. M.
C. Conflitos em unidades de conservação. PRACS– Revista de Humanidades do Curso de Ciências
Sociais. Macapá, 2008.
11 International Union for Conservation of Nature (IUCN), 2008.
Directrices para la aplicación de las categorías de gestión de áreas protegidas. Disponível em:
https://portals.iucn.org/library/efiles/documents/paps-016-es.pdf. Acessado: dezembro de 2018.

7
1.1.1.Análise da Unidade de Conservação frente à sua situação de inserção em
Reserva da Biosfera ou outros atos declaratórios internacionais.

As Reservas de Biosfera foram criadas pela UNESCO em 1972, tendo por base o
programa "O Homem e a Biosfera" (MaB), sendo desenvolvido conjuntamente com o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a IUCN e com
agências internacionais de desenvolvimento. Compõem uma rede mundial de áreas
que tem por finalidade a Pesquisa Cooperativa, a Conservação do Patrimônio Natural
e Cultural e a Promoção do Desenvolvimento Sustentável. A Rede Mundial de
Reservas da Biosfera é composta por 631 reservas da biosfera localizadas em 119
países, incluindo 14 sítios transfronteiriços/transcontinentais12.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, em seu capítulo XI, reconhece a


Reserva da Biosfera como "um modelo, adotado internacionalmente, de gestão
integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais". No Brasil, a primeira
Reserva da Biosfera foi criada em 1992, com o intuito de salvar os remanescentes de
Mata Atlântica, que se encontrava amplamente dizimada. O Programa Internacional “O
Homem e a Biosfera” (MaB) aprovou, em outubro de 1993, dois outros projetos
propostos pelo Brasil: a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São
Paulo, integrada com a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e a Reserva da
Biosfera do Cerrado do Distrito Federal. Em 2001 foi criada a Reserva da Biosfera da
Caatinga, que cobria uma área de 198.000 Km². Ao todo, são sete Reservas da
Biosfera no país: Mata Atlântica, Cinturão Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal,
Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço13.

A UC da APA do Estuário do Rio Ceará faz parte da área da Reserva de Biosfera da


Mata Atlântica, como extensão do meio que propicia a presença de focos da mesma
no município de Caucaia. Esta APA se insere na ecorregião Caatinga, que possui
430.566,40 km2 (57,1%) de remanescentes naturais. De acordo com o Laboratório de
Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás, esta região possui
média prioridade de conservação, tomando como referência o percentual de cobertura
vegetal remanescente (Figura 1).

Figura 1. Mapa mostrando a inserção da Área de Proteção Ambiental do


Estuário do Rio Ceará na ecorregião Caatinga

12 Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura


(UNESCO). Programa, Reservas da Biosfera no Brasil. Disponível em: unesco.org; acessado: dezembro
de 2018 em 2018
13 Ministério do Meio Ambiente do Brasil (MMA), Reserva da Biosfera,
disponível em: mm.gov.br, acessado em 2018.

8
Fonte: elaboração própria a partir dos dados das ecorregiões da WWF, 2018

A Reserva da Biosfera Mata Atlântica presente no Ceará ocupa uma área


relativamente exígua, conforme mostra a Figura 2 a seguir, e envolve a UC da APA do
Estuário do Rio Ceará na sua porção litorânea.

Figura 2. Mapa de abrangência da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - Fase


VI/2008. Detalhamento da proposta no estado do Ceará

9
Fonte: Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 2008 (www.rbma.org.br)

A Mata Atlântica presente no Ceará ocupa uma área total de 1.873 km² e está
localizada de maneira dispersa em dez regiões: Chapada do Araripe, Litoral, Chapada
do Ibiapaba, Serra da Aratanha, Serra de Baturité, Serra do Machado, Serra das
Matas, Serra de Maranguape, Serra da Meruoca e Serra de Uruburetama, ocupando
total ou parcialmente 67 municípios.

Como em boa parte do nordeste do Brasil, é no litoral do Estado que se verifica a


maior agressão à biodiversidade dos ecossistemas associados à Mata Atlântica:
manguezais, restingas e vegetação de dunas. A redução das áreas de manguezal se
explica pelo desmatamento, uso incompatível do solo, com ênfase nas implantações
de salinas, já extintas, e associado à expansão de complexos residenciais e turísticos.
A vegetação de restinga tem sua redução também associada ao turismo e à expansão

10
da agricultura”. “De acordo com dados obtidos no mapeamento realizado pela
Sociedade Nordestina de Ecologia-SNE em 2004, verifica-se que apenas 14
municípios (Amontada, Barbalha, Barroquinha, Beberibe, Camocim, Crato, Fortim,
Guaramiranga, Meruoca, Mulungu, Pacatuba, Pacoti, Paracuru e Paraipaba), dentre
os que possuem vegetação mapeada, obtiveram um valor acima de 10% de área
municipal recoberta com relação à Mata Atlântica e Ecossistemas Associados no
Estado do Ceará14.

Segundo a última atualização do Atlas da Mata Atlântica publicado pela SOS Mata
Atlântica15, o estado do Ceará é o que apresentou menos desmatamentos, com um
valor de 5 ha, o que supõe uma redução do 47% com relação ao período anterior de
2015-2016, no que foram desmatadas 9 há. Além disso, a SOS Mata Atlântica fez uma
radiografia do desmatamento no Estado do Ceará16 encontrando que os municípios do
Ceará que mais conservam a Mata Atlântica e que atualmente superam o 10% de área
municipal recoberta com vegetação nativa são: Guaramiranga, Pacoti, Jijoca de
Jericoacoara, Camocim, Barroquinha e Chaval. Pacatuba, Aracati, Frecheirinha e
Beberibe se encontram entre os 10 municípios que mais conservaram a vegetação
nativa, porém, a recoberta atual não chega ao 10% da área desses municípios.

Os resultados demonstram uma questão de relevância na gestão da Mata Atlântica do


Nordeste: a vegetação protegida em unidades de conservação (UCs) no Estado
representa 44,86% (84.018,40 ha) do total da vegetação mapeada (187.286,41 ha).
Embora, desse percentual protegido, apenas 25,72% (21.610,59 ha) estejam em
unidades de conservação de proteção integral, os relatos de campo indicam que a
presença de uma unidade de conservação, mesmo que de uso sustentável, mas de
grande abrangência, como as APAs, tem exercido grande influência na conservação
dos remanescentes de Mata Atlântica no Estado17.

Com relação a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, verifica-se que a Área de


Proteção Ambiental do Estuário do Rio Ceará se insere em regiões de ocorrência de
zonas núcleos, amortecimento e transição da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
no Estado do Ceará. Esta informação ressalta a importância para definição de um
zoneamento que proteja áreas consideráveis do Bioma Mata Atlântica em seus limites.

O método de categorização da IUCN é atualmente dominante a nível internacional,


tendo sido adotado por múltiplos governos nacionais, estaduais e regionais, além de
organizações internacionais, tais como a Organização das Nações Unidas e a
Convenção sobre a Diversidade Biológica. A Área de Proteção Ambiental do Estuário
do Rio Ceará se enquadra na Categoria VI: Áreas protegidas que conservam
ecossistemas e habitats, juntamente com valores culturais associados e sistemas

14 RBMA, 2018. Site da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.


Disponível em: http:// www.rbma.org.br, acessado em dezembro de 2018.
15 SOS Mata Altântica (SOSMA), 2018. Atlas dos remanescentes
florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Disponível em:
https://www.sosma.org.br/link/Atlas_Mata_Atlantica_2016-2017_relatorio_tecnico_2018_final.pdf
Acessado em janeiro de 2019.
16 SOS Mata Altântica (SOSMA), 2016. Atlas da Mata Atlântica faz
radiografia do desmatamento no Ceará. Disponível em:
https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Atlas-munic%C3%ADpios-SOS-Ceara.pdf.
Acesado em janeiro de 2019
17 Vide http:// www.rbma.org.br

11
tradicionais de gestão de recursos naturais. Geralmente elas são de grande extensão,
com a maior parte de sua área em condição natural, onde uma parte está submetida a
uma gestão sustentável dos recursos naturais, e onde o uso de baixo impacto e não-
industrial dos recursos naturais, compatível com a conservação da natureza, é visto
como um dos principais objetivos da área (IUCN, 2018)18.

O Brasil é signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) assinada em


1992. A CDB foi estabelecida durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD - ECO-92). Dessa maneira, o país, por meio
do Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizou, entre os anos de 1998 e 2000, em
atendimento às prerrogativas da CDB (dentre outras), a primeira “Avaliação e
Identificação das Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação dos Biomas
Brasileiros”. No final do processo, foram definidas 900 áreas, estabelecidas pelo
Decreto nº 5.092, de 24 de maio de 2004, e instituídas pela Portaria MMA n° 126, de
27 de maio de 2004. As áreas foram atualizadas pela primeira vez por meio da
Portaria MMA nº 09, de 23 de janeiro de 2007 e, posteriormente, uma segunda
atualização mediante a Portaria MMA n° 223, de 21 de junho de 2016.

A “Avaliação e Identificação das Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação dos


Biomas Brasileiros” incluiu a totalidade do estado do Ceará no Bioma Caatinga,
incluindo a zona costeira, sendo esta porção territorial considerada uma “zona de
transição” entre os Biomas da Mata Atlântica e Caatinga (segundo o Conselho
Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 2004), além de abranger algumas
“áreas núcleos”.

A Unidade de Conservação abrange diversidade de formações da planície litorânea,


mais precisamente, das formações do ambiente de estuário, resultante da interação
fluviomarinha, os manguezais que correspondem a unidades de singular formação e
beleza cênica. Nestes ambientes, variedades de espécies são dependentes desses
ecossistemas, por exemplo, para procriação e abrigo. Neste contexto, as unidades
geoambientais presentes no litoral cearense tornam-se direta e indiretamente
integrantes dos objetivos destas Convenções de âmbito internacional.

Por conseguinte, toda a região onde se insere a Área de Proteção Ambiental do


Estuário do Rio Ceará faz jus às ações e deliberações que corroboraram com a
criação de uma UC e, consequentemente, com a elaboração de seu Plano de Manejo
por possuir áreas ambientalmente frágeis e relevantes à proteção, a integrar a lista de
“Áreas Prioritárias para a Conservação”, conforme determina diretamente a
Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

1.1.2.Oportunidades de Compromissos com Organismos Internacionais

As oportunidades envolvendo tanto possibilidades quanto compromissos firmados com


Organizações Internacionais não tem se apresentado objetivamente. O fato da APA do
Estuário do Rio Ceará estar enquadrada na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
pode abrir possibilidades amplas de pleitos para reconhecimentos e captação de
recursos externos, envolvendo a UNESCO, o PNUMA e a WWF. Contudo, não há

18 International Union for Conservation of Nature (IUCN), 2008.


Directrices para la aplicación de las categorías de gestión de áreas protegidas. Disponível em:
https://portals.iucn.org/library/efiles/documents/paps-016-es.pdf. Acessado: dezembro de 2018.

12
nenhuma evidência de que o respectivo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera
mostre gestões nesse sentido, envolvendo toda a sua área de atuação no Ceará.

A UC integra o grupo de Unidades de Conservação de Uso Sustentável, a qual tem


como objetivo básico conservar o meio ambiente e promover o uso sustentável
conciliando atividades antrópicas e a conservação dos atributos naturais, permitindo a
contínua exploração econômica e minimizando os impactos de suas atividades sobre o
meio ambiente. Nesta UC, os atributos naturais, do ponto de vista do meio físico,
referem-se às formas e processos presentes na planície litorânea como as resultantes
da interação fluviomarinha, e dos ambientes fluviais e lacustres, fazendo com que a
área protegida venha a corroborar com as oportunidades de compromissos
(convenções, acordos e tratados) com organismos internacionais, de forma direta ou
mesmo indireta, segundo um sistema representativo e efetivo de áreas protegidas o
qual integra uma estratégia global de conservação de biodiversidade, pactuados como
metas a serem cumpridas pelos países signatários, por exemplo, a Convenção de
Diversidade Biológica (CDB).

1.1.3.Acordos internacionais

Diante dos atributos biofísicos, a área protegida corresponde a eminente campo de


oportunidades para o estabelecimento de acordos de cooperação internacionais, os
quais denotam novas relações internacionais em direção a ampliação de garantias
fundamentais, que vão além dos princípios da busca da dignidade humana, mais
também garantias que buscam a preservação e a conservação ambientais sob o viés
do desenvolvimento sustentável.

1.2. Enfoque Federal

Os ambientes costeiros ou litorâneos em especial aqueles que abrigam paisagens


formadas por planícies fluviolacustres e campos de dunas, correspondem
naturalmente aos sítios frágeis e instáveis, pois são constantemente submetidos às
ações de deposição eólica, ações de ondas, marés e correntes marítimas, além das
interferências antrópicas quanto ao uso e ocupação. Desta forma, estes ambientes
devem integrar variados tipos e categorias de um sistema de áreas protegidas, em
especial em sítios prioritários à conservação como os Biomas da Mata Atlântica,
Caatinga e ambientes de transição (ecótonos).

A APA do Estuário do Rio Ceará possui o objetivo básico de proteger os processos


naturais da planície fluviomarinha, como a dinâmica de transporte de sedimentos,
assegurando suas singularidades ambientais, como a manutenção dos processos
naturais do estuário, bem como a proteção às demais morfologias do ambiente.

1.2.1.A Unidade de Conservação e o Cenário Federal.

Os tipos de vegetação existentes pertencem ao Domínio Extra-Amazônico com as


áreas das formações pioneiras com influência marinha e fluviomarinha (vegetação de
restinga, manguezal e campo salino), áreas de formações pioneiras com influências
fluvial e lacustre (vegetação de planícies fluviais e lacustres), Floresta Estacional
Semi-decidual (transição ecológica) e Savana (Cerrado).

13
De acordo com Fernandes (1998)19, a unidade correspondente ao Herbeto Campesino
inclui a Vegetação Pioneira Psamófila e a Vegetação Halofítica Gramíneo Herbácea. O
Arboreto Edáfico Marino-Limoso corresponde ao tipo de Vegetação Paludosa Marítima
de Mangue. O Arboreto Edáfico Marino Arenoso compreende a Vegetação
Subperenifólia de Dunas e a Vegetação Subcaducifólia de Tabuleiro. O Arboreto
Edáfico Fluvial, compreende a Vegetação Subcaducifólia de Várzea e a Vegetação
Aquática Lacustre.

Há ainda, na transição dos tabuleiros com os sertões e níveis residuais de serras, os


seguintes tipos de vegetação: Arboreto Climático Estacional Caducifólio Xerofílico
(Caatinga Arbórea), Climático Estacional Semi-Caducifólio Mesomórfico (Mata Seca),
Climático Pluvial (Mata Úmida), Climático Estacional Semi-Caducifólio Escleromórfico
(Cerrado) e Fruticeto Estacional Caducifólio Xeromórfico (Caatinga Arbustiva).

No âmbito do planejamento estratégico para o desenvolvimento das UCs, a principal


manifestação de envolvimento da UC da APA do Estuário do Rio Ceará no cenário
federal encontra-se vinculada à participação dos municípios de Fortaleza e Caucaia no
Programa PRODETUR Nordeste e posteriormente no PRODETUR Nacional. O
referido projeto, que se encontra voltado ao desenvolvimento do turismo, inclui dentre
os seus propósitos o referencial ao desenvolvimento sustentável e apoio às ações
voltadas para a área de proteção do estuário e seu acesso. Por se encontrar muito
próximo da área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em parte situado no
município de Caucaia, assim como de Fortaleza, a área deve ser contemplada com
esforços reguladores voltados para a sua preservação, que, no entanto, vem se
ressentindo dos efeitos de um desgaste em sua utilização e desfrute. Como parte
interessada e apoiador dos Planos de Manejo de ambas as áreas, o Ministério do
Turismo, em âmbito federal, constitui presença destacada na representação da
participação federal junto à UC.

No âmbito da atuação dos Conselhos Nacional da Reserva da Biosfera da Mata


Atlântica, que se encontram vinculados à esfera federal, como foi afirmado, não se
vislumbra, até o presente qualquer, ação destinada a resultar algum apoio dotado de
efetividade sistêmica que abranja a UC.

1.2.2.A Unidade de Conservação e o SNUC

A APA do Estuário do Rio Ceará situada na porção Oeste do município de Fortaleza e


na porção Leste do município de Caucaia, no estado do Ceará, se encontra inserida
na Bacia Hidrográfica do Rio Ceará. Foi instituída pelo Decreto Estadual nº 25.413 de
29/03/1999, e tem se enquadrado dentro dos referenciais internacionais de áreas de
proteção ambiental, que no caso tem seu perímetro decorrente da planície fluvial
estuarina da desembocadura do Rio Ceará, que foi o palco inicial da colonização do
território no século XVI.

A APA é uma área com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos
e bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida
e bem-estar da população humana, e tem por objetivo básico proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso

19 FERNANDES, A. G. Fitogeografia brasileira. Fortaleza: Multigraf,


1998. 339 p.

14
dos recursos naturais (Art.15 da Lei nº 9985/2000). Envolve, conforme dispõe
textualmente o decreto original, uma área de 2.741,26 hectares, e se encontra numa
área de adensamento urbano em Fortaleza, e também dispersa em núcleos
incrustados na cidade de Caucaia, adensadas após a construção da ponte sobre o Rio
Ceará. Abriga parte da área da Reserva indígena dos Tapeba.

A importância da UC APA do Estuário do Rio Ceará para o Sistema Nacional de


Unidades de Conservação tem a ver com o afastamento da noção de ilha, para a
concepção de rede, que foi resultado das conclusões da Conferência “Áreas
Protegidas no Século XXI: de ilhas a redes”, realizada em 1997, pela Comissão de
Parques Nacionais e Áreas Protegidas, em Albany (Austrália). A implementação de
seu Plano de Manejo garantindo o envolvimento direto das comunidades,
notadamente dos indígenas Tapebas, de boas práticas e de se disseminar em relação
a outras áreas protegidas. Afinal, a concepção de instalação de um sistema traz
consigo um conjunto de efeitos de que se beneficia todo o conjunto envolvido.

Os ambientes costeiros correspondem, sobremaneira, a espaços com características


naturais relevantes, e às unidades de conservação de uso sustentável, em especial da
categoria Área de Proteção Ambiental possuem destaque, pois asseguram e
buscam proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

A Área de Proteção Ambiental é instituída por um ato do poder público e tal categoria
foi criada pelo artigo 14º do SNUC.

No Estado do Ceará, conforme Cadastro Estadual das Unidades de Conservação


(CEUC) (SEMA, 2022)20, existem mais vinte e cinco (25) Áreas de Proteção Ambiental
que abrangem ecossistemas da Planície Litorânea, sendo seis delas de âmbito
municipal, quatro federais e quinze estaduais, a saber:

Municipais

 APA DA PRAIA DA PONTA GROSSA;

 APA DE CANOA QUEBRADA;

 APA DO MANGUEZAL DA BARRA GRANDE;

 APA LAGOA DE SACO DO BARRO;

 APA DA LAGOA DA MARAPONGA;

 APA DA LAGOA DA BASTIANA.

20 Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), 2018. Cadastro Estadual de


Unidades de Conservação. Acessível em: https://www.sema.ce.gov.br/cadastro-estadual-de-unidade-de-
conservacao-ceuc/, acessado em: fevereiro, 2022.

15
Federais

 APA SERRA DA MERUOCA;

 APA SERRA DA IBIAPABA;

 APA CHAPADA DO ARARIPE;

 APA DELTA DO PARNAÍBA.

Estaduais

 APA DA BICA DO IPU;

 APA DA LAGOA DE JIJOCA;

 APA DAS DUNAS DO PARACURU;

 APA DO ESTUÁRIO DO RIO CURU

 APA DAS DUNAS DA LAGOINHA;

 APA ESTUÁRIO DO RIO MUNDAÚ ;

 APA DO RIO PACOTI;

 APA DA LAGOA DO URUAÚ;

 APA DA SERRA DA ARATANHA;

 APA DAS DUNAS DO LITORAL OESTE;

 APA DA SERRA DE BATURITÉ;

 APA DO LAGAMAR DO CAUÍPE;

 APA DO RIO MARANGUAPINHO;

 APA DO BOQUEIRÃO DO POTI;

 APA BERÇÁRIOS DA VIDA MARINHA.

Cabe mencionar que a APA das Dunas do Litoral Oeste substituiu a APA do Pecém
(Estadual), estando situada nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Paracuru).

Assim, a importância e representatividade da APA do Estuário do Rio Ceará se fazem


pertinentes, tendo em vista o grande enfoque das unidades de conservação desta

16
categoria no Estado, e por proteger paisagem de relevância ambiental, sobretudo do
ponto de vista de seu funcionamento como regulador da dinâmica costeira local.

1.3. Enfoque Estadual

A nível estadual a Área de Proteção Ambiental do Estuário do Rio Ceará está situada
no Setor III da Costa Oeste21.

A área protegida compreende a porção oeste do litoral do estado, administrativamente


nos municípios de Caucaia e Fortaleza, na bacia hidrográfica metropolitana, na sub-
bacia do rio Ceará. Trata-se de um sistema estuarino, com a planície fluvial, tabuleiros
e manguezal. O ambiente se configura pelas ações fluviomarinhas e eólicas, em áreas
de transição, tendendo à estabilidade quando em equilíbrio ecológico. Contudo, a
relevância da UC se dá pela problemática promovidas pela especulação imobiliária,
intensa ocupação de áreas de preservação permanente (APP), falta de saneamento,
promovendo o desmatamento desordenado do manguezal e matas ciliares, afetando o
frágil equilíbrio ecológico do sistema.

A vegetação típica desta planície é composta pelo Complexo Vegetacional Litorâneo:


vegetação pioneira psamófila, vegetação das dunas fixas e manguezais. A vegetação
pioneira psamófila fica localizada nos setores de alta praia, áreas de dunas semifixas e
nos corredores interdunares, sendo as espécies bem adaptadas aos ambientes de
terrenos arenosos e salinos. Expõe-se como um estrato rasteiro ou gramíneo
herbáceo.

Nas dunas fixas encontradas na região onde se insere a APA, ligadas aos ambientes
litorâneos onde a influência da maré é menor, as espécies têm maior porte e padrão
arbóreo-arbustivo, sobretudo à sotavento. Voltadas para barlavento, as encostas das
dunas têm vegetação de menor porte.

Nas planícies fluviomarinhas o destaque é a ocorrência de manguezais. Trata-se de


meio lodoso, com cores escuras e parcial ou totalmente submerso. As espécies têm
médio porte e emitem raízes adventícias. Verificam-se marcas de degradação nos
diversos manguezais da costa do Ceará, em especial nas planícies fluviomarinhas do
rio Jaguaribe e Pirangi. As espécies que predominam são o mangue-preto ou siriúba
(Avicenia germinnans), mangue-vermelho (Rhizophora mangle), mangue-branco
(Laguncularia racemosa) e mangue-de-botão (Conocarpus erectus).

Nas planícies fluviais, ambientes típicos das matas ciliares, a carnaúba (Copernicia
prunifera) é a espécie mais frequente, associando-se a outras plantas de porte arbóreo
e a gramíneas.

Nos tabuleiros, a vegetação corresponde a um complexo mosaico florístico que inclui


espécies de matas, das caatingas e dos cerrados. Fisionomicamente, percebe-se que
apesar da descaracterização paisagística motivada pela intensidade de uso e
ocupação da terra, há ocorrência de plantas adensadas e com porte arbóreo-
arbustivo.

21 Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE). As


Regiões de Planejamento do Estado do Ceará. Textos para Discussão, no. 111, Novembro de 2015

17
Nos maciços residuais, existe a ocorrência de vegetação com características de matas
pluvio-nebulares que compõem enclaves do bioma da Mata Atlântica. Existe também a
ocorrência de caatingas com variados padrões fisionômicos e florísticos, sendo que o
padrão arbóreo só chega a prevalecer onde a semiaridez é mais moderada e onde os
solos tem melhores condições de fertilidade natural.

1.3.1.Implicações Ambientais

A importância da existência de unidades de conservação na zona costeira do Ceará


corrobora a proteção dos ambientes que denotam significativa fragilidade ambiental e
também vulnerabilidades quanto às atividades humanas. Problemas que afetam à
faixa litorânea do Ceará são detectáveis de modo eminente, alguns comuns a toda
zona costeira, outros afetam mais diretamente à área densamente povoada da Região
Metropolitana e Fortaleza (RMF) e do Litoral Ocidental do Estado onde está localizada
a APA do Estuário do Rio Ceará.

A área protegida pode ser considerada como um fator positivo em proposições para a
gama de possibilidades de formação de mosaicos ecológicos, haja vista a conexão
com o Parque Estadual Botânico do Ceará. Suas implicações são benéficas aos
frágeis ecossistemas na cessão do processo de fragmentação de habitats e
degradação dos sítios físicos. O processo predatório dinamizado por ações antrópicas,
a erosão da linha de costa, desmatamentos de manguezais e de matas ciliares às
margens da planície fluvial, causando o assoreamento ou aterramento de lagoas ou de
áreas de acumulação inundáveis, enchentes, poluição dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos, disposição de resíduos sólidos, impactos de mineração,
ocupação irregular do entorno imediato do corpo hídrico, são alguns dos impactos
ambientais observados que denotam a necessidade de conservar os recursos naturais
existentes, bem como a importância do manejo da UC e da criação de outras áreas
protegidas ambientalmente.

As implicações da correta implementação da UC com todos os elementos que


demarcam as etapas e ações planejadas, soluções dotadas de racionalidade e
compreensão por parte dos agentes envolvidos, que passam a ser sujeitos dessas
ações, fazem parte do tratamento a ser firmado na área da UC e sua zona de entorno.
O tratamento de tais ações deve considerar o licenciamento ambiental gerido pela
SEMACE requerido para as atividades, obras ou empreendimentos potencialmente
utilizadores de recursos ambientais segundo os anexos I, II e III da Resolução COEMA
nº 10/2015, alterada pela Resolução COEMA nº 22/201622.

As expectativas e os benefícios decorrentes, também não fogem da concepção da boa


desenvoltura da competência estadual em relação ao sistema ambiental como um
todo, e os multiplicadores que advém de sucessos alcançados e compartilhados. Por
se tratar de uma área que conta com demanda turística e de visitantes, com fluxos
intensos durante todo o ano e que se intensificam nas épocas de pico, como nas férias
de julho e janeiro. Essa tem sido a forma de reunião de agentes que operam com
interesses variados e muitas vezes antagônicos, o disciplinamento das atividades e as
restrições de usos do solo, coleta e disposição final do lixo, barracas de praia, tendem

22 SEMACE, 2015. Resolução COEMA nº 10/2015 - Dispõe sobre a


atualização dos procedimentos, critérios, parâmetros e custos aplicados aos processos de licenciamento
e autorização ambiental no âmbito da Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE

18
a se tornar direcionados para garantir o desenvolvimento possível, acompanhado da
sustentabilidade desejável.

Além disso, deve ser destacado o fato de que a UC encontra-se inserida numa área
com a ocorrência de atividades como agricultura de subsistência, pesca artesanal, e
produção de artesanato, que se confrontam com um envoltório que tende a ser o
maior polo industrial e portuário do Estado – o CIPP, e sua respectiva Zona de
Processamento de Exportações (ZPE), além de um provável novo aeroporto
internacional23, onde é sensível a reatividade do setor imobiliário que se expande,
acompanhado de toda a debilidade e mesmo grandes lacunas de planejamento que
ajudem a garantir a preservação e o desenvolvimento sustentável e integrado dos
usos urbanos.

1.3.2.Implicações Institucionais

No âmbito estadual, deve se admitir que existe uma convergência de ações e


intervenções decorrentes de programas, projetos e atividades que se sobrepõem, e
nem sempre se encontram conjugados no território da UC. A seguir, são compiladas
diferentes intervenções que envolvem instituições em âmbitos diversos, tendo como
foco principalmente às comunidades ligadas à região na qual se insere a APA do
Estuário do Rio Ceará. Os âmbitos envolvidos são: desenvolvimento agrário,
regularização fundiária, assistência social e serviços básicos, apoio a crianças e
adolescentes, educação, saúde, trabalho e empreendedorismo, artesanato e
economia solidária, cultura, turismo e infraestrutura.

O Quadro 1 apresenta um resumo das instituições envolvidas em cada um dos


setores.

Quadro 1. Oportunidades de envolvimento institucional para os setores


prioritários com implicações para a gestão da UC

Prioridades de ação Instituições envolvidas

Desenvolvimento agrário Secretaria de Desenvolvimento Agrário


(SDACE)

Regularização fundiária Instituto do Desenvolvimento Agrário (IDACE),


vinculado à Secretaria de Desenvolvimento
Agrário

Assistência social e serviços Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento


básicos Social (STDS), Prefeituras Municipais, Centros
de Referência da Assistência Social (CRAS)
Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social de Caucaia

23 Governo do Estado do Ceará, 2018. “Expansão do Aeroporto de


Fortaleza marca desenvolvimento da economia cearense”. Publicado o 19 de junho de 2018. Disponível
em: https://www.ceara.gov.br/2018/06/19/expansao-do-aeroporto-de-fortaleza-marca-desenvolvimento-
da-economia-e-do-turismo-cearense/. Acessado em janeiro de 2019.

19
Prioridades de ação Instituições envolvidas

Apoio a crianças e adolescentes Governo do Estado do Ceará e Prefeituras


Municipais
Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social de Caucaia

Educação e saúde Secretaria de Educação do Estado do Ceará


(SEDUC), Coordenadoria Regional de
Desenvolvimento da Educação (CREDE),
Superintendência das Escolas Estaduais de
Fortaleza (SEFOR), Escolas Estaduais de
Educação Profissional (EEEP)
Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social de Caucaia

Trabalho e empreendedorismo Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento


Social (STDS)
Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego e
Empreendedorismo de Caucaia
Secretaria Municipal de Saúde de Caucaia

Cultura e artesanato Coordenadoria do Artesanato e Economia


Solidária da STDS (CEART), Fundo Especial
de Desenvolvimento e Comercialização do
Artesanato (FUNDART), Secretaria de Cultura
do Estado do Ceará – SECULT, Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Social de
Caucaia

Turismo e infraestrutura Secretaria de Turismo do Estado do Ceará


(SETUR-CE), Ministério do Turismo (MTUR)
Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de
Caucaia
Secretaria Municipal de Infraestrutura de
Caucaia
Fonte: elaboração própria, 2018

A seguir são detalhados exemplos de projetos e iniciativas que propiciam


oportunidades de cooperação e integração com a UC.

a) Desenvolvimento agrário
O Projeto São José III (PSJ III), envolvendo a Secretaria de Desenvolvimento Agrário
(SDACE) e Banco Mundial (BIRD), tem como foco o fortalecimento da agricultura
familiar e o desenvolvimento das comunidades rurais, com ações de financiamento de
projetos produtivos, promovendo o fortalecimento da agricultura familiar. Desde 2015,

20
o Governo do Estado, através do São José III, entregou 434 sistemas de
abastecimento e 212 módulos sanitários, beneficiando 59.406 famílias, totalizando
recursos na ordem de R$ 194.350.830,56. Outros 15 sistemas de reuso de água foram
entregues, beneficiando 15 famílias, com investimento total de R$ 321 mil (segundo
informações do Governo do Estado24). Os projetos produtivos concluídos e
implantados até 31 de outubro de 2017, incluem o município de Caucaia, e outros 220
projetos são previstos para entrega até março de 2019. O pacote de ações que
contempla 29 convênios de apicultura, sete de fruticultura e quatro de
ovinocaprinocultura vai atender a 40 comunidades de 33 municípios do Ceará,
incluindo Caucaia.

b) Programa de Regularização Fundiária do Governo do Estado


O IDACE, que sucedeu ao ITERCE, sendo criado em 1987, vinculado à Secretaria de
Desenvolvimento Agrário (SDACE), é o órgão responsável pela política fundiária do
Ceará. Incorpora todas as atribuições executivas que seu antecessor possuía, e
também os novos papéis ligados diretamente à ação de redistribuição de terras,
inclusive a cartografia, geoprocessamento e os processos de reassentamento.
Segundo informações do IDACE, o Ceará dispõe de uma área territorial estimada em
14.867.674 hectares, com previsão de cadastrar 260.846 imóveis rurais, e a
regularização de posses com a emissão de 182 mil títulos e benefícios a 209.300
produtores rurais e agricultores familiares. Isso já implicou em medição de 9.329.719
hectares com o georreferenciamento de 199.782 imóveis rurais e 116.551 posses no
Estado. Iniciado em 2007, o programa de regularização fundiária tem previsão de
cadastrar e georreferenciar a área rural da totalidade dos municípios do Ceará até
2020 25.

É importante envolver no processo de planejamento e implementação do Plano de


Manejo à Secretaria de Desenvolvimento Agrário e IDACE, incorporando aos trabalhos
de mapeamento para a gestão da UC os dados sobre a regularização fundiária no
Litoral Oeste e mais especificamente no município de Caucaia.

c) Assistência Social
Assistência social, trabalho, emprego e renda, segurança alimentar e nutricional
encontram-se voltadas para a promoção da inclusão social das famílias e pessoas em
situação de vulnerabilidade e risco social que se vinculam frequentemente às
condições de extrema pobreza e desigualdade social, são desenvolvidas pela
Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) a quem cabe implementar
as estratégias e as bases de universalização e descentralização das referidas ações.

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que estrutura as ações em função de


seu nível de complexidade e formas específicas de atuação em dois vetores: a
Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial. A Proteção Social Básica
acompanha famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade social, prevenindo

24 Associação dos Municípios do Estado do Ceará (APRECE).


“Convênios produtivos do Projeto São José III vão beneficiar 1.619 famílias em 33 municípios cearenses”.
Publicado em: aprece.org.br o 31 de maio de 2016.Acessado em novembro de 2018.
25 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (INCRA). “Incra
e Governo do Ceará avaliam programa de regularização fundiária”. Publicado em: incra.gov.br o 1 de
março de 2016. Acessado em novembro de 2018.

21
situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades de fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários. Tem como unidade de referência para oferta de
seus serviços, programas e projetos nos Centros de Referência da Assistência Social
(CRAS). No Ceará, existe cobertura do CRAS em todos os municípios num total de
390 Centros. No Programa de proteção social básica se incluem os seguintes projetos:
ABC – Aprender, Brincar e Crescer; acesso da pessoa com deficiência à escola e ao
tratamento especializado; Cadastramento Único – CadÚnico, um instrumento de
informações para identificar as condições sociais e econômicas de famílias com baixa
renda; Centros Comunitários; Circo Escola (Respeitável Turma); Espaço Viva Gente;
Fortalecimento da Rede de Assistência Social Parceiras da STDS – Proteção Social
Básica; Fortalecimento das ações de assessoria junto aos serviços, programas e
projetos de Política de Assistência Social; Programa Bolsa Família; Programa de
Atenção Integral à Família (PAIF); Projeto Estação Família; Projeto Investimento
Cidadão; e Projeto Terceira Idade Cidadã.

Por outro lado, a Proteção Social Especial oferece atendimento especializado às


famílias e pessoas em situações de risco pessoal e social. Esse nível de proteção tem
como unidade de referência para oferta de seus serviços, o Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS).

d) Apoio a crianças e adolescentes


O Programa de Apoio às Reformas Sociais para Desenvolvimento de Crianças e
Adolescentes do Estado do Ceará (PROARES II), em sua segunda fase, financiado
com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Governo do Estado
do Ceará e Prefeituras Municipais. Sua matriz institucional envolve a STDS, SEDUC e
SECULT e SEJUV. Visa contribuir na implantação de estratégias de desenvolvimento
social no Estado, apoiando o processo de reforma social e melhorando as condições
de vida de crianças, adolescentes e jovens, e suas famílias, em situação de
vulnerabilidade e riscos sociais. Até março de 2015 apresentava 62 municípios
conveniados e um total de 93 unidades de atendimento construídas e equipadas com
um contingente de 39.872 crianças e adolescentes atendidos e 4.502 pessoas
capacitadas26.

O IPECE ranqueou 35 municípios dentre os 184 municípios cearenses considerados


com maior Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e, seguindo esse critério, o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) escolheu os municípios a serem
contemplados dentro da terceira fase do Programa de Apoio às Reformas Sociais do
Ceará (PROARES III), a serem beneficiados com equipamentos sociais. Os
equipamentos que os municípios poderão escolher são os Centros de Educação
Infantil, os Centros de Referência em Assistência Social, os Campinhos e instrumentos
para formação musical. Numa primeira etapa os recursos serão de US$ 50 milhões e
mais US$ 50 milhões que estão sendo negociados para o ano seguinte (2019).
Ressaltou que, somente nesses 35 municípios, estarão sendo investidos cerca de R$
77 milhões.

26 Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Programa


de Apoio às Reformas Sociais para Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes do Estado do Ceará –
PROARES fase II; Indicadores de Desempenho. Publicado em: stds.ce.gov.br. Acessado em: novembro
de 2018.

22
e) Educação e saúde
A política educacional do Governo do Estado é executada pela SEDUC, Secretaria de
Educação do Estado do Ceará. Encontra-se voltada para promover políticas,
programas e projetos juntamente com a rede municipal de educação visando:
fortalecer os sistemas municipais de ensino para dotá-los de um modelo adequado de
gestão centrado em resultados de aprendizagem. Alguns exemplos em andamento no
momento da elaboração deste Plano de Manejo são:

 PAIC –Programa de Alfabetização na Idade Certa: através do PAIC o


Governo do Estado vem se comprometendo com os municípios, oferecendo,
dentre outras ações, apoio à gestão municipal, formação continuada para os
professores da educação infantil ao 2º ano do ensino fundamental, livros de
literatura infantil para as salas de aula, e materiais didáticos para professores e
alunos. O comprometimento dos municípios cearenses no PAIC, envolvem
ações voltadas para a valorização e profissionalização dos docentes,
redimensionamento de recursos financeiros, revisão de planos de cargos,
carreira e remuneração do magistério municipal, definição de critérios técnicos
para a seleção de diretores escolares, implantação de sistemas municipais de
avaliação de aprendizagem de crianças, ampliação do acesso à educação
infantil, e adoção de políticas locais para incentivar a leitura e a escrita.
 PAIC MAIS: abrange as ações que eram destinadas às turmas de Educação
Infantil, 1º e 2º ano do ensino fundamental até o 5º ano nas escolas públicas
dos 184 municípios cearenses. O PAIC MAIS passa a dar mais apoio à gestão
municipal, à formação de professores das séries subsequentes em língua
portuguesa, matemática, literatura, maior envolvimento das famílias, ações de
reforço aos alunos com dificuldades de aprendizagem.
 Luz do Saber: um recurso didático que tem por objetivo contribuir para a
alfabetização de jovens e adultos, além de promover a inserção na cultura
digital.
 Programa Transporte dos alunos da rede estadual e Programa Renovação
da Frota: ações de cooperação com as redes municipais viabilizando o
transporte escolar dos alunos da rede estadual de ensino. Assegura o repasse
de recursos para 100% (cem por cento) das prefeituras que assinaram o Termo
de Responsabilidade no ano de 2011; capacita 100% (cem por cento) dos
técnicos estaduais e municipais responsáveis pelo sistema de
acompanhamento do Transporte Escolar nos municípios que formalizaram o
referido Termo de Responsabilidade.
 Aquisição de Veículos Escolares: apoio técnico do Estado aos municípios
que participam do processo de adesão ao Programa Caminho da Escola para
assegurar a aquisição de veículos escolares. Assegura 100% da doação dos
veículos adquiridos pelo Estado aos municípios que fizeram adesão ao
Programa, na mesma proporção de suas aquisições por meio de recurso
próprio ou através de empréstimo pelo BNDES; garante o acompanhamento de
100% dos veículos cedidos aos municípios através do Projeto Alvorada.
 Escolas Regulares em Tempo Integral na Rede Estadual de Ensino: essas
escolas fazem parte de uma estratégia em que a educação formal
desenvolvida em estabelecimentos públicos consiga proporcionar aos filhos de
trabalhadores uma formação integral e que respeite seus potenciais, direitos de
aprendizagem e desenvolvimento. A meta do Plano Nacional de Educação é
“oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas

23
públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da Educação
Básica”. Para concretizar o objetivo, em 2016, a Secretaria de Educação do
Estado do Ceará (SEDUC) iniciou a implantação do tempo integral em 26
escolas estaduais de ensino regular, sendo uma em cada Coordenadoria
Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE) e duas em cada
Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (SEFOR). Em 2017, a
expansão do tempo do aluno na escola começou com turmas da 1ª série do
Ensino Médio e a expansão dar-se-á gradualmente para as demais séries e
escolas.
 Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEP: em 2018 eram 95
escolas no Ceará.

Entre os programas voltados para a melhoria da saúde podem ser citados: Unidades
do SUS; Leitos Hospitalares; Profissionais de Saúde; Equipes do Programa Saúde da
Família; Agentes Comunitários de Saúde; Causas de Mortalidade; Doenças; Saúde
Materna; e Mortalidade Infantil.

f) Trabalho e empreendedorismo
A Política do Trabalho da STDS é desenvolvida para aquelas camadas socialmente
vulneráveis, com menor nível de escolaridade, de qualificação profissional, de renda
familiar e, consequentemente, com maior dificuldade de inserção no mercado de
trabalho, ou seja, justamente as pessoas que mais precisam de um atendimento
diferenciado do poder público. Uma das vertentes consideradas estratégicas pela área
do trabalho é a educação social e profissional, cujo objetivo é a preparação e
atualização do trabalhador para enfrentar a realidade do mercado de trabalho, por
meio de ações de qualificação voltadas para facilitar sua inserção no emprego, no
empreendedorismo ou em atividades autônomas. Os públicos prioritários são os
jovens da escola pública sem experiência de trabalho, os beneficiários dos programas
sociais do governo, com ênfase no CadÚnico, os desempregados, os trabalhadores
autônomos, a população socialmente vulnerabilizada, os segmentos considerados até
aqui excluídos, tais como a pessoa com deficiência, os afrodescendentes, os
indígenas e o público LGBTQIA+.

g) Artesanato e economia solidária


O artesanato e as práticas de economia solidária encontram-se vinculados à
Coordenadoria do Artesanato e Economia Solidária da STDS, focada no apoio aos
artesãos e na preservação das tradições da arte popular respeitando e destacando as
peculiaridades culturais e indenitárias de cada macrorregião do Estado. Suas políticas
públicas incluem a qualificação de artesãos, o apoio à comercialização, a gestão da
CEART e o gerenciamento do Fundo Especial de Desenvolvimento e Comercialização
do Artesanato (FUNDART), além do fortalecimento de unidades produtivas da
Economia Solidária.

h) Cultura
Caucaia é um exemplo de um município profundamente marcado pela vida e presença
dos Jesuítas e aldeamentos indígenas, que foram desarticuladas na Colônia, durante
o governo de Pombal, em meados do século XVII, em meio a muitas violências.

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Seu território abrigava várias tribos nativas, tais quais foram aldeadas por jesuítas,
influenciando no crescimento populacional e na constituição da cidade. Foi batizada de
Vila de Soure, de Soure após a independência, e finalmente de Caucaia, seu nome
definitivo. É percetível a constituição cultural e histórica do município tais como o
Cruzeiro, erigido em 1749 e recomposto em 1922; a Igreja de Nossa Senhora de
SantAnna (Tuncunduba), construída no século XVIII; e a Igreja de Nossa Senhora dos
Prazeres (Matriz), de XVI, são alguns de seus patrimônios.

Principais ações culturais

 Festa de Santo Antônio (01 e 02/junho);


 Festa de São Pedro (29/junho);
 Carnaval;
 Festas da Padroeira (05 a 15 de agosto);
 Festa da Carnaúba (18, 19, 20 de outubro)
 Dia do Município (15 de outubro);
 Campeonato de Surf (datas variadas durante o ano);
 Vaquejadas (outubro, julho e novembro).

Tendo parte do seu território inserido no município de Fortaleza, é importante destacar


a vida cultural da capital do Estado que reflete as diferentes formas de expressão da
população acumuladas ao longo da história. A cultura de Fortaleza inclui
manifestações religiosas como a festa da padroeira da cidade de Fortaleza Nossa
Senhora da Assunção (15 de agosto) e as Festas Juninas.
Destaca a presença na cidade de diversas instituições das ciências e das artes, como
o Instituto do Ceará (fundado em 1887), a Academia Cearense das Letras (fundada
em 1894) na antiga sede do governo do Ceará no Palácio da Luz, hoje prédio tombado
a nível estadual, ou o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema.
A miscigenação de culturas e crenças trazidas pelas diferentes etnias e populações
que colonizaram a região torna-se evidente na diversidade de manifestações
folclóricas:
 Bumba-meu-boi ou boi-ceará: cantos e danças de culto religioso ao boi, de
tradição luso-ibérica.
 Dança do coco: dança na que os homens dançam na praia, e que é dançada
aos pares na zona do sertão.
 Torém: dança indígena originária dos índios tremembés.
 Maracatu: dança e música característica dos carnavais.
 Violeiros e cantadores: manifestações musicais geralmente expressando
críticas sociais, típicos da zona nordestina.
O município de Fortaleza destaca também pela gastronomia, apresentando uma
grande diversidade de cozinhas, mas no que destacam os pratos com camarão, o
churrasco ou a carne-de-sol.
A capital do Estado tem também importante museus, como o Museu do Ceará, o
Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, ou o
Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, entre outros.
No que diz respeito de eventos e festividades, Fortaleza tem uma agenda diversificada
e movimentada o ano inteiro. Destacam as seguintes festividades:

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 Carnaval de Fortaleza (anual)
 Casa Cor (anual, de setembro a outubro)
 Ceará Music (anual, em outubro)
 Cine Ceará (anual, em junho)
 Bienal do Livro do Ceará (anual, em novembro)
 Bienal Internacional de Dança do Ceará (anual, em outubro)
 Caranguejadas nas barracas da Praia do Futuro (todas as semanas nas
quintas-feiras)

i) Turismo e infraestruturas

Após a elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Ceará, em


1995, tendo o turismo em destaque como atividade econômica de maior dinamismo na
formação do PIB do Estado, foi criada a Secretaria de Turismo do Estado do Ceará –
(SETUR). O Plano traçado na ocasião envolvia um período de longo prazo
abrangendo 1995 a 2020. A atuação governamental passou a focar a transformação
do Ceará em destino turístico a ser consolidado através da implantação de
infraestrutura urbana e turística – especialmente a qualificação de pessoal e captação
de negócios e investimentos turísticos para o Estado, sendo a SETUR órgão
coordenador e executor do PRODETUR Nacional no Ceará, e responsável pelo seu
marketing promocional com a Embratur.

Fortaleza, a capital cearense, concentra o fluxo turístico do Estado, no entanto, a cada


ano, cresce a demanda para outras áreas do Ceará, sobretudo nos municípios
localizados nas regiões litorâneas. Este cenário é decorrente das políticas e
investimentos públicos voltados para interiorização do turismo que visa desconcentrar
os impactos da receita gerada pelos turistas para as demais regiões cearenses, bem
como ampliar o tempo de permanência de visitantes no Estado.

Do total de turistas que se destinaram à Fortaleza no período 2006/2012, cerca de


70,0% visitaram outras localidades do Estado. Todavia, cerca de 84,6% das
preferências dos turistas foram marcadamente direcionadas para as localidades
litorâneas, 10,90% para as serras e 7,30% para o sertão. Os principais destinos na
preferência dos turistas em 2016, com exceção do litoral de Fortaleza, foram: Caucaia,
Aquiraz, Aracati, Beberibe, Jijoca de Jericoacoara, Paracuru e Paraipaba.
Os principais programas e ações governamentais voltados para o desenvolvimento do
turismo foram:
 O PRODETUR NACIONAL: um programa que conta com recursos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento - BID em parceria com o Ministério do
Turismo – MTUR e que prioriza o desenvolvimento integrado e sustentável da
atividade turística, a fim de consolidá-la e dessa forma gerar a melhoria de vida
da população onde será executado o programa. O Ceará através da SETUR
escolheu as áreas prioritárias para receber investimentos do Programa, sendo
que cada área elaborou seu Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo
Sustentável (PDITS) que estabelecem a abrangência das ações nele contidas.
 Os PDITS apresentam uma visão integrada da área turística sob os aspectos
relacionados à cadeia produtiva do turismo envolvendo: produto e mercado;

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gestão do turismo; além daqueles aspectos relacionados aos âmbitos social,
econômico e ambiental, e à infraestrutura e serviços básicos (saneamento
básico, energia elétrica, comunicação, acessos e transportes). O PDITS propõe
objetivos, metas e diretrizes para o desenvolvimento da atividade turística,
visando à melhoria da qualidade de vida das populações residentes na Área
selecionada, que resultem em um documento com informações necessárias à
caracterização da situação atual, identificando seus problemas e oportunidades
e definindo estratégias e ações, sendo estas últimas, componentes de um
plano de ações a serem executadas pelo programa. O Programa selecionou
três Polos de atração e desenvolvimento turístico entre os quais o Polo do
Litoral Leste envolve o município de Caucaia, além dos seguintes municípios:
Eusébio, Aquiraz, Cascavel, Pindoretama, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí 27.
A requalificação da Vila do Cumbuco, em Caucaia, foi obra financiada pelo
PRODETUR.
A partir do PDITS, o Programa estabelece como uma de suas ações prioritárias
a elaboração de Projetos de Valorização de Destinos Turísticos das localidades
mais importantes sob o foco do turismo. Visando contribuir para o aumento de
emprego e renda gerado pelo setor turístico, o PRODETUR Nacional Ceará
objetiva não somente consolidar o modelo sustentável sol e praia, mas ampliar
a atividade turística no Estado do Ceará, por meio da diversificação da oferta
turística e criação de novos produtos, baseados em recursos naturais e
culturais com potencial turístico. As ações do Programa apresentam cinco
componentes com subprojetos que compõe a sua matriz de investimentos
conforme o Quadro 3 a seguir:
Quadro 2. Destinos e áreas de Influência contemplados no Prodetur
Nacional para o Polo Litoral Leste
PRODETUR- LITORALLESTECOMPONENTESDO PROGRAMA

PRODUTO TURÍSTICO ELABORAÇÃO DO ESTUDO DEMERCADO


ATUALIZAÇÃO DO PDITIS
VALORIZAÇÃO DEDESTINOS
INFORMÇÕESTURÍSTICAS
PROMOÇÃOECOMERCIALIZAÇÃO PLANO DEMARKETING
PROMOÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL
DOSDESTINOS
MARKETING DIGITAL
FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL AQUISIÇÃO DEEQUIPAMENTOS
APOIO À SETUR
SISTEMA ESTADUAL DEINFORMAÇÕES
TURÍSTICAS
INFRAESTRUTURA DEACESSO DUPLICAÇÃO DA CE 040 E DA CE454
ALARGAMENTO DA CE 187
SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO
GESTÃO AMBIENTAL ELABORAÇÃOE IMPLEMENTAÇÃO DOS
PLANOSDE MANEJO
FONTE: PRODETUR-SETUR-CE
Fonte: Prodetur Nacional, SETUR-CE

27 SETUR, 2014. Programa de Desenvolvimento do Turismo


PRODETUR NACIONAL CEARÁ. Revisão e atualização do Plano de Desenvolvimento Integrado do
Turismo Sustentável (PDITS) Polo Litoral Leste, Tomo I. Consolidação dos municipios, objetivos e
diagnóstico estratégico. Fortaleza, 2014

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1.3.3.Potencialidades de Cooperação

As potencialidades de cooperação encontram-se em aberto e podem ter no Plano de


Manejo um importante documento estruturador. O Governo do Estado juntamente com
os municípios têm evidenciado avanços significativos em processos de cooperação,
onde os mais importantes têm estado voltados para a educação e as comunicações.
Os resultados têm se tornado casos de projeção nacional. O presente envolvimento
dos PDITIS articulando a SETUR, e a SEMA e demais órgãos também se encontra
enquadrado dentre as formas de cooperação que podem apresentar significativos
avanços na área ambiental.

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