p2_gab_2023_1

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Gabarito da segunda prova de Cálculo I Unificado da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ano 2023.1, versão A, aplicada em 15/06/2023.

Páginas 1 e 2 trazem o gabarito na forma de uma prova feita à mão.


O restante das páginas traz explicações mais detalhadas e figuras para melhor visualização.

1
QUESTÃO 1. (1 ponto) Seja f : [−2, 2] → R definida por f (x) = 3x5 + 2x3 + 8x − 6. Indique, na respectiva
caixinha, se cada uma das afirmativas é verdadeira (V) ou falsa (F).

(a) f é uma função crescente; V (b) o máximo absoluto de f ocorre em x = 2; V

(c) f admite uma raiz no intervalo [−1, 1]; V (d) o máximo absoluto de f ocorrem em x = −2; F
Solução:
Derivando: f 0 (x) = 15x4 + 6x2 + 8. Vemos que f 0 (x) > 0 para todo x ∈ [−2, 2], logo f (x) é crescente.
A função f (x) é contínua e está definida em um intervalo fechado. Como f (x) é crescente, seu máximo
absoluto ocorre no maior valor de x do intervalo de seu domínio: x = 2.
Vemos que f (−1) = −3 − 2 − 8 − 6 < 0 e f (1) = 3 + 2 + 8 − 6 > 0, logo pelo Teorema do Valor Intermediário
podemos afirmar que existe pelo menos um valor x = c no intervalo (−1, 1) onde f (c) = 0 (adicionalmente,
como f (x) é crescente, temos apenas essa raiz).

2
QUESTÃO 2. Seja f : R → R a função definida por f (x) = ex +2x
.

(a) (1 ponto) Escreva a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto x = 0 na forma y = ax+b e coloque
nas caixas os valores que você encontrou para a e b. a = 2 b=1

(b) (0,5 ponto) Encontre a aproximação linear L(x) de f (x) no ponto x = 0. L(x) = 2x + 1

(c) (0,5 ponto) Use a aproximação linear para estimar o valor de f em x = 0,2. f (0,2) ≈ 1,4

Solução:
2
Temos que f (0) = 1. E derivando: f 0 (x) = ex +2x · (2x + 2) =⇒ f 0 (0) = 2.
Equação da reta tangente ao gráfico de f (x) em x = 0:

y − f (0) y−1
f 0 (0) = =⇒ 2 = =⇒ y = 2x + 1
x−0 x
Logo a aproximação linear em x = 0 é L(x) = 2x + 1. E assim: f (0.2) ≈ L(x) = 2 · 0.2 + 1 = 1.4.

QUESTÃO 3. (1 ponto) Seja f : R → R função derivável tal que f (1) = 1 e f 0 (1) = 2.

f (x) 3
Calcule g 0 (1), onde g(x) = . g 0 (1) =
2x2 + x + 1 16

Solução:

f 0 (x)(2x2 + x + 1) − f (x)(4x + 1)
g 0 (x) =
(2x2 + x + 1)2

f 0 (1)(2 · 12 + 1 + 1) − f (1)(4 · 1 + 1)
g 0 (1) =
(2 · 12 + 1 + 1)2
2·4−1·5 3
g 0 (1) = =
42 16

4
QUESTÃO 4. (1 ponto) Seja g(x) = ln f (x) derivável, g(4) = 2 e g 0 (4) = 5. Calcule d = f 0 (4) − f (4).


Solução:
Usando a condição g(4) = 2, obtemos: 2 = g(4) = ln(f (4)) ⇒ f (4) = e2 .
f 0 (4)
Derivando a função g(x) e usando a condição g 0 (4) = 5, obtemos: 5 = g 0 (4) = ⇒ f 0 (4) = 5e2 .
f (4)
Concluímos que d = 4e2 .

 
cos(3x) b
QUESTÃO 5. (1 ponto) Encontre a e b reais que tornem a expressão verdadeira: lim +a+ 2 = 0.
x→0 x2 x
Solução:
cos(3x) + ax2 + b
 
Somando as frações, o enunciado nos informa que lim = 0. Considerando que a e b
x→0 x2 
são números reais, para que isso seja verdade precisamos necessariamente que: lim cos(3x) + ax2 + b = 0.
x→0
Veja que os seguintes limites existem separadamente: ∃ lim cos(3x), ∃ lim ax2 , ∃ lim b. Então podemos
x→0 x→0 x→0
aplicar a propriedade do limite de uma soma (e além disso, nos 3 limites, as funções são contínuas em x = 0)

lim cos(3x) + ax2 + b = 0



x→0

lim cos(3x) + lim ax2 + lim b = 0


x→0 x→0 x→0

cos(0) + a · 02 + b = 0

1 + 0 + b = 0 =⇒ b = −1

0
Então, estabelecido b = −1, o limite do enunciado nos leva à forma indeterminada “ ”. Usamos então a
0
0 H
Regra de L’Hôpital (usaremos duas vezes, já que a forma indeterminada “ ” se mantém; o símbolo = significa
0
cada uso):

cos(3x) + ax2 − 1
 
H −3 sen(3x) + 2ax + 0 H −9 cos(3x) + 2a −9 cos(3 · 0) + 2a 9
lim = lim = lim = =− +a
x→0 x2 x→0 2x x→0 2 2 2
9 9
E segundo o enunciado, esse limite vale zero. Então: − + a = 0 =⇒ a = .
2 2

Alternativas:
Ao invés do segundo uso da Regra de L’Hôpital, também poderíamos ter usado o limite trigonométrico
sen(x)
fundamental lim = 1:
x→0 x
−3 sen(3x) 3 sen(3x) 3 9 sen(3x) 9 9
lim = − lim · = − lim =− ·1=−
x→0 2x 2 x→0 x 3 2 x→0 3x 2 2

Ou ainda, poderíamos não usar a Regra de L’Hôpital nenhuma vez, e aplicar a seguinte identidade trigono-
métrica: cos(2θ) − 1 = −2sen2 (θ), para enfim usar o limite trigonométrico fundamental:

 
2 3x
−2sen
cos(3x) − 1 2
lim = lim
x→0 x2 x→0 x2
  2
3x

2  sen
3 2 
= lim −2 2 ·  
x→0 2  3x 
2
9
=− .
2

5
Questão 6. (2 ponto) Um retângulo com lados paralelos aos eixos coordenados deve ser inscrito na região
R delimitada pelos gráficos de y = x2 e y = 4 de modo que seu perímetro seja máximo.
Justifique a resposta de cada item.
(a) Faça um desenho da região R incluindo o desenho de um retângulo inscrito (como o do enunciado).
(b) Supondo que a coordenada x do vértice inferior direito do retângulo seja s, escreva uma fórmula que
expresse o perímetro P em termos de s.

(c) Calcule o valor de s que dá o valor máximo de P . Justifique que esse valor é realmente o máximo.

Figura 1: Em azul a região R delimitada pelos gráficos de y = x2 e y = 4, e em vermelho o retângulo inscrito.

Solução
(a) Ver a Figura 1 (Para ver o gráfico no Geogebra faça um click aqui.)

(b) Na intersecção dos gráficos temos y = x2 = 4, obtendo os pontos E = (−2, 4) e F = (2, 4). Como a
região R é um retângulo, seu perímetro P é dado por 2(AB + BC), portanto

P (s) = 2(2s + (4 − s2 )) = −2s2 + 4s + 8, s ∈ [0, 2].

(c) Como P (s) é um polinômio (derivada existe em todos os pontos), os pontos críticos acontecem quando:
P 0 (s) = −4s + 4 = 0, logo s = 1 é o único ponto crítico de P (s) no intervalo (0, 2). Observe também que
P 00 (s) = −4 < 0 logo a curva é côncava para baixo. Portanto P (1) = 10 é o valor máximo absoluto de P (s).
Poderiamos usar também o método do intervalo fechado. Calculamos os valores de P nas bordas do intervalo
e também no ponto crítico: P (2) = P (0) = 8, P (1) = 10. Pelo método do intervalo fechado o máximo entre
eles ocorre quando s = 1, portanto P (1) é um valor máximo absoluto de P (s), s ∈ [0, 2]

Observação: O retângulo no ponto s = 2 corresponde ao segmento EF , e no ponto s = 0 corresponde ao


segmento [0, 4] no eixo y).

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1 0 −6x 00
6 9x2 − 1
Questão 7. (2 pontos) Seja f (x) = + 1. Então f (x) = 2 e f (x) = 3 .
3x2 + 1 (3x2 + 1) (3x2 + 1)
Justifique a resposta de cada item.

(a) Dê a equação das assíntotas verticais e horizontais de f , caso existam.


(b) Dê os intervalos onde a função f é crescente e onde é decrescente.
(c) Indique os pontos críticos de f e os valores máximo e/ou mínimo locais de f , se existirem.
(d) Determine os pontos de inflexão e descreva os intervalos onde a concavidade está para cima “^” e onde
a concavidade está para baixo “_”.
(e) Use as informações acima para fazer um esboço do gráfico de f no sistema de coordenadas abaixo.

Solução.
(a) Note que f , f 0 e f 00 estão definidas em todo ponto real, isto é: Dom f = Dom f 0 = Dom f 00 = R.
Como 1 < f (x) ≤ 2, isto implica que f não possui assíntotas verticais.
1
Por outro lado como lim = 0, temos que lim f (x) = 1. Portanto y = 1 é uma assíntota
x→±∞ 3x2 + 1 x→±∞
horizontal de f .
(b) Usando a expressão de f 0 observamos que f 0 (x) > 0 se x < 0, logo f é crescente em (−∞, 0) e f 0 (x) < 0
se x > 0, logo f é decrescente em (0, ∞).
(c) Como Dom f 0 = R os pontos críticos de f acontecem quando f 0 (x) = 0, o qual implica que x = 0 é o
único ponto crítico de f . Pelo item (2) como f é crescente em (−∞, 0) e decrescente em (0, ∞) concluimos que
x = 0 é um ponto de máximo absoluto e local, com f (0) = 2. Notamos que pelo item (1) também temos que
Im f = (1, 2].
(d) Usando a expressao de f 00 tem-se que f 00 (x) > 0 se 9x2 − 1 > 0, logo f é côncava para cima se |x| > 13 ,
isto é se x ∈ (−∞, − 31 ) ∪ ( 13 , ∞).
Também f 00 (x) < 0 se 9x2 − 1 < 0, logo f é côncava para baixo se |x| < 13 , isto é se x ∈ (− 13 , 13 ).
Similarmente f 00 (x) = 0 se 9x2 − 1 = 0, logo os pontos de inflexão acontecem quando |x| = 13 , isto é quando
x = − 13 , x = 13 .
(e) Ver a Figura 2 (Para ver o gráfico no Geogebra faça um click aqui.)

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Figura 2: Em verde a curva definida por f (x) = + 1.
3x2 +1

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