Projeto Linha de Vida + Art Gfu7b71

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CÍCERO WILRISON ALVES CARNEIRO

Eng° Mecânico e de Segurança do Trabalho


Especialista em Gestão Ambiental
e-mail: wilrison@gmail.com – (88) 999577131

PROJETO LINHA DE VIDA – VW/24.250 DE PLACAS GFU7B71


ELABORAÇÃO DE MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO PARA O DIMENSIONAMENTO DE LINHA DE VIDA
HORIZONTAL PARA REALIZAÇÃO DE TRABALHOS NA CARROCERIA DO CAMINHÃO VW/24.250 ANO:2011
MODELO 2012 DE PLACAS GFU7B71 COM GUINDASTE ARTICULADO ACOPLADO MARCA MASAL MODELO
MS 45007. ESSE PROJETO FOI REGISTRADO NO CREA-PE ATRAVÉS DA ANOTAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART N° PE202230908161.
DADOS DA EMPRESA CONTRATANTE
Razão Social: ELETRO SERVICO DE GUINCHO LOURENCO

CNPJ: 07.469.087/0001-90

Endereço: SITIO MASSAPE, SN – ESTRADA DO JARDIM ARARIPINA – PE - CEP: 56280-000

Telefone: (87) 99124-2989

NORMAS UTILIZADAS
NBR 16325-1–Proteção contra quedas de altura.
NBR 6327/83 – Cabo de aço para uso geral.
NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
NR-35 – Trabalho em Altura.
Norma OSHA 1926.502 – Fall protection systems criteria and practices – Occupation Safety and Health
Administration.

METODOLOGIA
O trabalho seguiu as seguintes etapas: Levantamento da necessidade na carroceria; Cálculo dos cabos e
acessórios; Acompanhamento da montagem da linha de vida e Instruções para acesso e saída da Linha de Vida.

MEMORIAL DE CÁLCULO
Dimensionamento da linha de vida baseia-se em reduzir a consequência de uma queda ou até mesmo eliminar o
risco, além de possibilitar o deslocamento seguro dos trabalhadores durante os trabalhos na carroceria do caminhão
VW/24.250 DE PLACAS GFU7B71 com guindaste articulado hidráulico acoplado marca: MASAL ano: 2020.
VARIÁVEIS DEFINIDAS
a) Peso do corpo (m) – O peso-padrão considerado nos cálculos é de 100 kg
b) Vão (L) – É a distância medida entre as duas ancoragens (comprimento da linha de vida), dado em metros
(m).
c) Diâmetro do cabo (d) – Refere-se ao diâmetro do cabo utilizado como linha de vida e é fornecido pelo
fabricante, medido em mm.
d) Força de ruptura do cabo (fu) – É fornecida pelo fabricante a força de ruptura mínima de cada cabo em kgf.
e) Número de pessoas (n) – É a quantidade de pessoas que utilizarão simultaneamente a linha de vida, por
vão.
f) Comprimento talabarte (a) – É o comprimento em metros somente do talabarte (considerando-se o
absorvedor de energia fechado).
g) Comprimento absorvedor de energia estendido (c) – É a diferença entre o absorvedor de energia fechado e
o absorvedor de energia aberto, dada em metros, fornecida pelo fabricante.
h) Uso de trava-quedas retrátil (A1) – É o valor médio de escorregamento do trava-quedas retrátil, dado em
metros, fornecido pelo fabricante.
i) Espaço de frenagem trava retrátil (B1) – É o espaço percorrido entre o início de acionamento do trava-
quedas e a parada total do corpo.
j) Distância da posição recolhida à posição de trabalho (b1) – É a distância total da ancoragem da posição de
trabalho do trava-quedas até o ponto de conexão da argola D do cinturão de segurança.
▪ Cabo de aço ABNT AACI 6x19 AF Ø 1/4”.
▪ Pontos de Ancoragem: Parafuso com Olhal de 1”.
▪ Diâmetro do cabo = 15,87 mm.
▪ Postes de ancoragem (pilares de sustentação) = Cano 1.3/16 por 2 polegadas galvanizado
▪ Tração de ruptura do cabo = 6.100 Kgf.
▪ Módulo de Elasticidade = 98 GPa.
▪ Am (Área Metálica) = 50,26 mm²
▪ % de flecha inicial = 3,0%
▪ Fator de queda = 0
▪ M = 0,244 Kg/m
▪ Flecha mínima = 208 mm
▪ Vão = variação entre 1,0 a 7,0 metros.
OBSERVAÇÃO: A NR-18 item 18.16.2.1 – Estabelece que os cabos de aços devem ter carga de ruptura equivalente
a, no mínimo, 5 (cinco) vezes a carga máxima de trabalho a que estiverem sujeitos e resistência à tração de seus
fios de, no mínimo, 160 kgf/mm2 (cento e sessenta quilogramas-força por milímetro quadrado).
Convencionalmente os cabos de aço podem ser fabricados em algumas categorias de resistência à tração, a saber:
Plow Steel – Arames com tensão de ruptura de 1570 N/mm² = 160 kgf/mm²
Improved Plow Steel – Arames com tensão de ruptura de 1770 N/mm² = 180 kgf/mm²
Extra Improved Plow Steel – Arames com tensão de ruptura de 1960 n/mm² = 200 kgf/mm²

TABELA INFORMATIVA DO CABO DE ACO DO TIPO 6 X 19 AF

▪ Flecha (%) – É o percentual da flecha no vão. Linha de vida construída sem a utilização de um absorvedor
de energia. Obrigatoriamente, de acordo com a norma ANSI Z 359, o cabo deve ser instalado com uma
flecha maior que 3% do vão.
▪ Comprimento do cabo – É o comprimento do cabo instalado, em mm. Esse comprimento é ligeiramente
maior que a distância entre o vão.
▪ Distância (Di) de alongamento cabo (ΔL) – É o máximo estiramento admissível do cabo de aço (mm), devido
às máximas forças admissíveis para o cabo. O alongamento do cabo é calculado pela Lei de Hook da
proporcionalidade entre alongamento e força até o limite elástico do cabo.
▪ Flecha inicial parabólica (f1) – E a flecha de montagem do cabo, em mm.
▪ Flecha inicial cabo reto (f2) – E a flecha medida com o cabo reto, considerando o comprimento do cabo, em
mm. Com uma pequena força aplicada perpendicularmente ao cabo, que o deixa reto. Esta flecha é
calculada sem a aplicação da carga, somente considerando o comprimento do cabo com a flecha de
montagem.
▪ Flecha total carga dinâmica (f3) – E a flecha calculada considerando o aumento do cabo decorrente da
queda, em mm.
▪ Distância de frenagem – E a diferença entre a flecha dinâmica e a flecha do cabo reto (e o espaço onde
teremos a desaceleração do corpo), em mm.
▪ Carga do corpo (P) – É de 600 kgf a máxima carga tolerada no corpo de 1pessoa.
▪ Força no cabo (T1) – É a força calculada inicialmente, em kgf, considerando a força de interação adotada,
quando elas se tornam iguais. Teremos o ponto de trabalho, e esta forca será a do sistema.
▪ Força admissível (Fadm) – É a força calculada, considerando a tabela de carga de ruptura do cabo utilizado,
dividida pelo fator de segurança 2 e multiplicada por 0,8 (considerando 80% de eficiência o fechamento do
laço por clips).
▪ Número de pessoas (n) – É a quantidade de pessoas que utilizarão simultaneamente a linha de vida, por
vão;
▪ Hmin cabo/piso-talabarte (ZLQ 1) – É a altura mínima, em metros, de instalação do cabo da linha de vida
até o nível de impacto, quando utilizando talabarte com comprimento pedido nos dados de entrada.
Para calcular, considerar: flecha dinâmica no cabo + comprimento do talabarte + comprimento do absorvedor
de energia totalmente aberto + altura do anel D ao pé do colaborador (1,8 m) + 1,0 m (distância de segurança
pedida pela norma).
▪ Hmin cabo/piso trava-quedas retrátil (ZLQ 2) – É a altura mínima, em metros, de instalação da linha de vida
com utilização do trava-quedas retrátil até o piso do nível de impacto.
Para calcular, considerar: flecha dinâmica no cabo + comprimento do trava quedas retrátil + distância de
escorregamento do trava-quedas retrátil + altura do anel D ao pé do colaborador (1,8 m) + 1,0 m (distância de
segurança pedida pela norma).
CROQUI DA LINHA DE VIDA MÓVEL PARA CAMINHÕES

Distância entre pilares de sustentação 6,50 m

Altura dos pilares 2,00 m

Sistema de Ancoragem
Norma OSHA estabelece que para uso de ancoragens certificadas deve-se usar FS = 5, neste caso as ancoragens
devem ser projetadas para suportar cargas acima de 2171,7 kg. A boa prática da engenharia recomenda
dimensionar a ancoragem para a carga de ruptura do cabo. Os dados do tubo de aço carbono A-36 que será
utilizado para o sistema de ancoragem podem ser vistos na tabela abaixo, e com isso pode-se verificar que os
limites de resistências a elasticidade, tração e flexão, são bem superiores a carga do cabo, e com isso está APTO
a ser pontos de ancoragem
▪ Dist. piso trab/piso abaixo p/ trava-quedas (Hp) – É a distância, em metros, entre o piso de trabalho e o piso
do local da queda, quando utilizado trava-quedas retrátil.
▪ Coeficiente de utilização do cabo (<100%) – É o percentual de utilização da resistência líquida do cabo de
aço (valor da máxima forca permitida no cabo). É a razão entre a força calculada no cabo e a força
admissível de trabalho. Deve ser menor do que 100%.
▪ Fator de serviço do cabo (>2) – É o percentual atingido devido a força no cabo com relação a máxima força
permitida pelo cabo. É o fator que indica a força admissível multiplicado pelo fator de segurança 2 e dividido
pela forca calculada. Esse valor deve ser maior do que 2.

DADOS DOS ACESSÓRIOS DA LINHA DE VIDA


Uso de trava- queda retrátil (AT)
Espaço de frenagem trava quedas retrátil (B1)
Distância posição recolhida a posição de trabalho (b1)

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA E CLIPAGEM DO CABO DE AÇO


Para a realização de inspeção do cabo de aço e demais acessórios deverão observar os seguintes detalhes:
a) Número de Arames Partidos: Ocorre por abrasão ou fadiga de flexão. Foi observado o número de arames
rompidos e a localização da ruptura em um passo ou em um comprimento equivalente a seis vezes o diâmetro do
cabo de aço. Não foram encontradas irregularidades.
b) Desgaste por Abrasão: Mesmo que os arames não cheguem a se romper, o seu desgaste reduz a resistência,
tornando seu uso muito perigoso. Não foram encontradas irregularidades.
c) Deformações: Ondulação: ocorre quando o eixo de um cabo assume a forma de uma hélice, determinando
desgaste prematuro e arames partidos. Não foram encontradas irregularidades.
d) Amassamentos: Ocasionado pelo enrolamento desordenado no tambor. Não foram encontradas irregularidades.
e) Gaiola de Passarinho: Quando o cabo de aço é submetido a alívio de tensões repentinamente. Não foram
encontradas irregularidades.
NOTA: Esta deformidade é crítica impedindo, desta forma, a continuidade do uso do cabo de aço.
f) Alma Saltada: Também causada pelo alívio repentino de tensão no cabo, provocando um desequilíbrio de tensão
entre as pernas do cabo de aço. Não foram encontradas irregularidades.
NOTA: Esta deformidade é crítica impedindo, desta forma, a continuidade do uso do cabo de aço.
g) Dobra ou Nó: É caracterizada por uma descontinuidade no sentido longitudinal do cabo de aço que, em casos
extremos, diminui a resistência à tração do cabo de aço. Não foram encontradas irregularidades.
Os critérios para Segregação e Descarte do Cabo de Aço são:
a) Arames rompidos (5% ou 6 fios de cada perna);
b) Corrosão acentuada (cabos ressecados);
c) Arames externos com desgaste de 1/3;
d) Diâmetro do cabo reduzido (mais de 5 % de seu diâmetro);
e) Apresentação de avaria por temperatura elevada;
f) Alma do cabo saltada (saindo do interior do cabo);
g) Dobras, nós ou retorção do cabo;
h) Gaiola de passarinho;

FIXAÇÃO DOS GRAMPOS


A quantidade de torque aplicado nos parafusos dos clipes tipo leve em cabos de aço de (8mm) = 25kN, instalados
com distância = 80mm entre clipes.

POSICIONAMENTO CORRETO – mínimo de 3 grampos

A “clipagem” do cabo de aço será realizada com base do grampo colocado no trecho mais comprido do cabo (aquele
que vai em direção ao outro olhal), conforme ilustração abaixo:

Número mínimo de grampos = 3.


SAPATILHA DE FIXAÇÃO

Para proteção do cabo no contato com o tubo, deve-se instalar, em cada extremidade, sapatilhas olhal para cabo
de aço 8mm, conforme ilustrado na figura abaixo.

SAPATILHA PARA CABO DE AÇO


OBSERVAÇÃO
É de responsabilidade do proprietário do equipamento realizar as manutenções corretivas e preventivas para garantir
a segurança na utilização do equipamento.

RECOMENDAÇÕES
Este projeto foi calculado levando em consideração 01 colaborador trabalhando na linha de vida.
É importante que esta informação fique clara para todos os colaboradores envolvidos na atividade.
“Considerando um cabo de aço 6X19 AF Ø 1/2”, com flecha inicial de 3% e um fator de queda igual a
0 levando em conta esse fator de queda trabalhos em carrocerias de caminhão e um comprimento de
fixação do vão variando de 1,0 metro a 7,0 metros com uma flecha total de 298 mm.
Os cabos de aço de tração não podem ter emendas nem pernas quebradas que possam vir a
comprometer sua segurança.

Os cabos de aço e de fibra sintética devem ser substituídos quando apresentarem condições que
comprometam a sua integridade em face da utilização a que estiverem submetidos.

Fator de Queda: O fator de queda é a razão entre a distância que o trabalhador percorreria na
queda e o comprimento do equipamento que irá detê-lo.

Quanto mais alta estiver a ancoragem, menor será o fator de queda.


Fator de queda considerado = 0

Nas permissões de trabalho deve ser contemplada a inspeção nos cabos guias e sua instalação.

O acesso ao local de instalação da linha de vida deve ser feito de maneira segura, atendendo aos
requisitos legais, especialmente as Normas Regulamentadoras 11, 18 e 35.

ACESSO A LINHA DE VIDA


O acesso e a saída da linha fixada no veículo sempre deverão ser realizados através da utilização de escada
possibilitando um trabalho de maneira segura.

Durante o deslocamento o trabalhador estará com dispositivo de trava-quedas retrátil diretamente acoplado ao anel

D do cinturão de segurança tipo paraquedista.

CONCLUSÃO
A linha de vida instalada na carroceria do CAMINHÃO VW/24.250 DE PLACAS GFU7B71.
deverá ser utilizada por 01 (um) trabalhador com os Equipamentos de Proteção Individuais (Cinto de segurança tipo
paraquedista, dispositivo trava quedas retrátil, capacete, luvas, óculos de segurança e outros equipamentos de
proteção individual relacionados à sua função).

A linha de vida está APTA para utilização.

ARARIPINA-PE, 18 de JANEIRO de 2023

RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO


RESPONSABILIDADE TÉCNICA
REGISTRO FOTOGRÁFICO

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