Instituições de direito

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1 INSTITUIÇÕES DE DIREITO

O direito ou ciência jurídica é uma ciência social, logo, um conjunto sistematizado de


conhecimentos a respeito de seu objeto, qual seja o comportamento social, ao menos
potencialmente conflituoso, com vista a sua solução por normas e princípios jurídicos.
O objeto do direito é o comportamento.

1.1 FENÔMENO JURÍDICO


Se evidencia pela expressão jus e pela expressão directum.
A finalidade do direito e da norma é fazer com que os comportamentos sejam arbitrários de
forma que esse arbítrio não crie conflito inter subjectivo.
Não se considera ato jurídico aqueles que não foram praticados pela vontade.

1.2 JUSTIÇA E ORDEM


São valores jurídicos
 Ordem é um princípio basilar (1º princípio);
 Justiça é um princípio maior (2º princípio).

1.3 OS RAMOS DO DIREITO

1.3.1 Ramo privado


O ramo privado da científica jurídica é formado por:
 Direito civil;
 Direito comercial;
 Direito empresarial.

1.3.2 Ramo público


O ramo público é formado por:
 Direito constitucional;
 Direito administrativo;
 Direito tributário;
 Direito trabalhista;
 Direito financeiro;
 Direito penal (comum e militar);
 Direito internacional (público e privado);
 Direito processual penal (comum e militar).

1.4 PERSONALIDADE JURÍDICA


A nossa personalidade jurídica se inicia com nosso nascimento e para liberar a nossa vontade
é necessário que estejamos inseridos em um contexto civilizatório. Embora sejamos pessoas
dotadas de personalidade jurídica podemos não ser sujeitos de direito (questões de idade,
físicas, psicológicas...)

1.5 TIPOS DE BENS

1.5.1 Bens fungíveis


Bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros de mesma espécie,
qualidade e quantidade, sem perda de valor ou funcionalidade. Em outras palavras, são bens
que não possuem características únicas e que podem ser trocados por outros equivalentes.
Materiais.

1.5.2 Bens infungíveis


Bens infungíveis são aqueles que não podem ser substituídos por outros equivalentes, pois
possuem características únicas ou um valor específico que os torna insubstituíveis.
Imateriais.

1.5.3 Bens acessórios


Bens acessórios são aqueles que, embora tenham existência própria, estão vinculados a um
bem principal para complementá-lo, protegê-lo ou facilitar seu uso. Eles são subordinados ao
bem principal e geralmente seguem o destino deste em transações jurídicas.
Ex: Chaves de um imóvel (acessório) em relação à casa ou apartamento (bem principal).

1.5.4 Bens principais


Bens principais são aqueles que têm existência própria e não dependem de outro bem para
cumprir sua função ou finalidade. Eles podem ser utilizados ou explorados
independentemente de qualquer outro bem.
Ex: Imóveis: Casas, apartamentos, terrenos, prédios.
1.5.5 Bens mobiliários
Bens mobiliários são bens móveis que representam valores financeiros ou direitos e são
geralmente negociados no mercado financeiro ou de capitais. Esses bens não têm existência
física, mas possuem um valor econômico significativo.

1.5.6 Bens imobiliários


Bens imobiliários são aqueles que possuem uma relação direta com o solo e não podem ser
transportados sem que sua essência seja alterada. São, em geral, bens imóveis e, no campo do
Direito, possuem regulamentação específica, sendo protegidos e tratados de forma distinta
devido à sua importância econômica e social.
Ex: Um navio é tratado como imobiliário judicialmente pois é difícil de ser locomovido.

1.6 CONTRATOS
Um contrato é um acordo de vontade entre partes.

1.6.1 Contratos típicos


São aqueles previstos e regulamentados pela legislação. Eles possuem um formato,
requisitos e regras específicas estabelecidos por lei, o que garante maior segurança jurídica às
partes envolvidas. Esses contratos são amplamente usados devido à sua previsibilidade e
regulamentação clara.
Ex: Compra e venda, troca, empréstimos...

1.6.2 Contratos atípicos


São aqueles que não possuem regulamentação específica na legislação, ou seja, não estão
previstos de forma expressa em normas como o Código Civil. Eles são criados pela autonomia
da vontade das partes para atender a necessidades ou situações que não se enquadram nos
modelos de contratos típicos.
Ex: Contrato de coworking: Combina locação de espaço e prestação de serviços como
internet, limpeza e infraestrutura.

1.6.3 Pena de sanção


A pena de sanção em um contrato refere-se à penalidade ou multa prevista para o caso de
descumprimento das obrigações acordadas pelas partes envolvidas no contrato. Essa cláusula
é inserida para garantir o cumprimento das condições pactuadas e proteger as partes contra os
prejuízos decorrentes de uma eventual violação do contrato.

2 DIREITOS

2.1 DIREITO CONSTITUCIONAL


Aquele que constitui o Estado.
 1824: Outorgada – D. Pedro I, centralizou o poder no imperador, instituiu o poder
moderador e um modelo monárquico.
 1891: Promulgada – Deodoro da Fonseca, 1ª constituição republicana, descentralizou
o poder, criando o federalismo, estado laico e voto aberto.
 1934: Promulgada – Getúlio Vargas, Direito trabalhistas e voto universal.
 1937: Outorgada – Getúlio Vargas (Polaca), Estado novo com regimento autoritário.
 1946: Promulgada – Gaspar Dutra, fim do estado novo, restabeleceu a Democracia.
 1967: Outorgada – Castelo Branco (AI-4), Política de atos institucionais,
centralização do poder dos militares (executivo), restrição de liberdades.
 1988: Promulgada – Constituição Cidadã, democracia plena e amplos direitos
sociais.

2.1.1 O que estabelece uma constituição?


Forma do Estado → Forma do governo → Regime de competência – atribuições dos poderes
→ Direitos fundamentais.

2.2 DIREITO ADMINISTRATIVO


O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que regula a organização e o
funcionamento da administração pública, além das relações entre os órgãos e entidades
governamentais e os cidadãos. Ele tem como objetivo garantir que a administração pública
atue de maneira legal, eficiente, transparente e em conformidade com os princípios
constitucionais, protegendo os direitos individuais e coletivos da sociedade. O Estado
funciona por preceitos de normas administrativas.
Imposto, taxas e condições de melhoria.

2.3 DIREITO FINANCEIRO


O Direito Financeiro é o ramo do Direito que regula a gestão das finanças públicas, tratando
das normas e princípios que orientam a arrecadação, a gestão e a aplicação dos recursos
públicos. Seu objetivo é assegurar que o Estado administre seus recursos de maneira eficiente,
transparente e dentro dos limites legais, sempre com respeito aos direitos dos cidadãos e à
Constituição. Ele é responsável pelos registros contábeis e as formas de gasto.

2.3.1 Qual o fato gerador do imposto de renda?


A percepção de renda.

2.4 DIREITO TRABALHISTA


O Direito Trabalhista é o ramo do Direito que regula as relações de trabalho entre
empregadores e empregados, com o objetivo de proteger os direitos dos trabalhadores,
promover condições justas de trabalho e equilibrar as relações de poder entre as partes. Ele
trata das normas que envolvem a contratação, as condições de trabalho, os direitos e deveres
de ambas as partes, além das formas de resolução de conflitos no ambiente de trabalho.
 Fatores de produção: terra, capital e tecnologia/trabalho;
 Tipos de produção: público, privado e avulso.

2.5 DIREITO INTERNACIONAL

2.5.1 Direito internacional público


O Direito Internacional Público é o ramo do Direito que regula as relações entre os Estados
e outras entidades internacionais, como organizações internacionais (ex.: ONU, OMC),
organizações não governamentais (ONGs) e indivíduos, quando aplicável. Esse ramo do
Direito busca estabelecer normas e princípios para a convivência internacional pacífica,
cooperativa e respeitosa, regulamentando temas como tratados internacionais, direitos
humanos, comércio internacional, resolução de conflitos e direito ambiental
internacional.

2.5.2 Direito internacional privado


O Direito Internacional Privado é o ramo do Direito que regula as relações jurídicas entre
particulares (indivíduos e empresas) de diferentes Estados. Ele trata das questões que
surgem quando há um elemento de internacionalidade nas relações entre as partes, ou seja,
quando essas relações envolvem mais de um país. Esse ramo do direito busca resolver
conflitos de jurisdição, lei aplicável e reconhecimento de sentenças estrangeiras, a fim de
garantir que as partes tenham seus direitos respeitados, independentemente da nacionalidade
ou localização.
Ex: Um casal se divorcia e ambos são de países divergentes.

2.6 DIREITO PENAL

2.6.1 Direito penal comum


O Direito Penal Comum é o ramo do direito que regula as infrações penais e estabelece as
normas relacionadas à punição dos crimes cometidos por pessoas civis (não pertencentes
às Forças Armadas ou outras corporações que possuem legislação própria, como os crimes
militares). Ele trata das infrações que envolvem a violação de normas de conduta de uma
sociedade e busca proteger os bens jurídicos fundamentais, como a vida, a liberdade, o
patrimônio e a ordem pública. No Brasil, o Código Penal Brasileiro (CP) é a principal fonte
de normas do direito penal comum, regulando os crimes e as penas aplicáveis a quem os
comete.

2.6.2 Direito penal militar


O Direito Penal Militar é o ramo do direito que regula as infrações penais cometidas no
contexto das Forças Armadas e de outras entidades militares. Ele trata dos crimes
praticados por militares ou contra a ordem e a disciplina militar, com regras específicas para
investigar, processar e punir esses crimes, de acordo com as normas da justiça militar. No
Brasil, o Código Penal Militar (CPM) e o Código de Processo Penal Militar (CPPM) são
as principais fontes que disciplinam as infrações penais militares e o procedimento para
apuração desses crimes. O Direito Penal Militar visa garantir a disciplina, a hierarquia e a
segurança nacional, elementos essenciais para o funcionamento das Forças Armadas e a
preservação da ordem pública.

2.7 DIREITO PROCESSUAL PENAL

2.7.1 Direito processual penal comum


O Direito Processual Penal Comum é o ramo do Direito Processual que regula o processo de
apuração de infrações penais, desde a investigação até a execução da sentença. Ele
estabelece as regras e os procedimentos para a persecução de crimes e a garantia dos direitos
das partes envolvidas (acusação, defesa, réu, vítima), visando assegurar que o processo seja
justo e que as normas constitucionais sejam respeitadas.

2.7.2 Direito processual penal militar


O Direito Processual Penal Militar é o ramo do direito que regula os processos e
procedimentos relacionados a crimes militares. Ele abrange a apuração, julgamento e
punição de infrações penais cometidas por militares ou em situações envolvendo a
segurança nacional, de acordo com as normas que regem a justiça militar. No Brasil, o
Código de Processo Penal Militar (CPPM) é a principal legislação que regula os processos
penais militares. Ele estabelece regras distintas para o processo penal militar, considerando as
especificidades da jurisdição militar, que pode ser especial e autônoma, com tribunais
próprios para julgar os militares.

2.8 DIREITO TRIBUTÁRIO


O Direito Tributário é o ramo do direito que regula a criação, a cobrança e a fiscalização
dos tributos, bem como as obrigações e os direitos dos contribuintes e da administração
pública em relação à matéria tributária. Ele abrange todas as normas e princípios que
orientam a relação entre o Estado e o cidadão no que diz respeito aos impostos, taxas,
contribuições e outras exações que a administração pública pode exigir para custear os
serviços públicos e financiar o funcionamento do Estado. O Código Tributário Nacional
(CTN) é a principal norma que rege o Direito Tributário no Brasil, estabelecendo os direitos e
deveres dos contribuintes, a competência dos entes federativos (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal) para instituir tributos e as formas de fiscalização e cobrança desses tributos.

2.9 DIREITO CIVIL


O Direito Civil é o ramo do direito que regula as relações privadas entre as pessoas,
envolvendo aspectos como a família, patrimônio, obrigação, contratos, propriedade e
sucessões. Ele busca equilibrar as relações entre os indivíduos, estabelecendo direitos e
deveres para a convivência em sociedade.

2.10 DIREITO EMPRESARIAL


O Direito Empresarial é o ramo do direito que regula as atividades econômicas
desenvolvidas no mercado, com foco nas relações entre empresas e entre empresas e
consumidores. Ele trata da criação, organização, funcionamento e dissolução das empresas,
além das operações comerciais que envolvem negociações, contratos e disputas no mercado.

2.11 DIREITO COMERCIAL


O Direito Comercial foi o termo tradicionalmente utilizado para se referir às normas que
regulam as atividades empresariais. Hoje em dia, o termo Direito Empresarial é mais
utilizado para englobar tanto as questões tradicionais do Direito Comercial, como as novas
questões relacionadas ao mercado e à atividade empresarial moderna, incluindo o comércio
eletrônico e a tecnologia. No contexto atual, o Direito Comercial é mais específico para o
trato das relações de consumo, as operações comerciais e a organização do mercado. Já o
Direito Empresarial é mais amplo, envolvendo também aspectos como a reestruturação de
empresas, as sociedades empresariais e as questões relativas à governança corporativa.

3 CRIMES

Um crime é uma conduta ilícita que viola uma norma penal e é punida pelo Estado. Em
outras palavras, é uma ação ou omissão que contraria a lei, trazendo prejuízo à ordem pública
e aos bens jurídicos protegidos pela sociedade, como a vida, a liberdade, o patrimônio, a
dignidade, entre outros.
 Ação típica antijurídica culpável;
 Para que haja crime é necessário que o sujeito tenha atuado;
 O crime é uma ação que decorre do ato de vontade, é necessário que haja o nexo de
casualidade;
 O crime não é definido no momento em que acontece, é previsto por lei;
 Se excluir a culpabilidade o crime deixa de existir;
 A intenção da pena é ressocializar, não punir. Ninguém comete um crime porque
concorda com a pena.

3.1 OMISSÃO DE SOCORRO


Ela ocorre quando uma pessoa deixa de prestar ajuda a outra que está em situação de perigo
iminente, sem que haja risco para sua própria vida ou para a sua segurança, e sem uma
justificativa legal para a omissão.
3.2 LEGITIMA DEFESA
Ela ocorre quando uma pessoa pratica um ato que, em circunstâncias específicas, seria
considerado crime, mas é justificado pela necessidade de defender a si mesma ou a outrem
de uma agressão injusta, atuando de forma proporcional para repelir essa agressão.

3.3 ESTADO DE NECESSIDADE


Ele ocorre quando uma pessoa pratica um ato que, em circunstâncias excepcionais, seria
considerado um crime, mas o faz para salvar um bem jurídico próprio ou de outra pessoa
de um perigo atual e inevitável, utilizando os meios menos prejudiciais possíveis.
Ex: Se uma pessoa que não é médica se propõe a ajudar alguém em perigo, mas essa pessoa
morre, ela não tem culpa.

4 PEDIDOS

4.1 PEDIDO PROCEDENTE


Quando o juiz considera que o pedido do autor está correto e deve ser integralmente
aceito, ele declara o pedido procedente. Isso significa que o autor da ação teve seu pedido
atendido na totalidade, e o juiz emite uma sentença favorável ao autor.
Ex: Se alguém pede o pagamento de uma dívida em um processo e o juiz entende que a dívida
é devida e que não há argumentos válidos para sua contestação, o pedido será procedente.

4.2 PEDIDO IMPROCEDENTE


Quando o juiz entende que o pedido do autor não tem fundamento ou não é válido de
acordo com a lei, ele declara o pedido improcedente. Isso significa que a ação foi rejeitada e
o autor não tem direito ao que foi solicitado.
Ex: Se alguém pede a devolução de um valor alegando que foi cobrado indevidamente, mas o
juiz conclui que a cobrança foi correta, o pedido será considerado improcedente.

4.3 PEDIDO PROCEDENTE EM PARTES


Quando o juiz reconhece que parte do pedido do autor é válido, mas não todo, ele declara
o pedido procedente em partes. Nesse caso, o juiz atende uma parte da solicitação, mas não a
totalidade, e a decisão será favorável apenas naquilo que for considerado justo e adequado.
Ex: Se alguém pede a devolução de um valor, mas o juiz entende que só parte desse valor é
devido, o pedido será procedente em partes.

5 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Categorias de direitos fundamentais:


 Direitos e garantias individuais e coletivas (artigo 5): liberdade, igualdade, segurança e
propriedade;
 Direitos sociais: Artigo 6
 Direitos da nacionalidade (artigos 12 e 13): condições para ser cidadão brasileiro;
 Direitos políticos (artigos 44 e 16): voto e elegibilidade;
 Direitos relacionados à ordem econômica e social: artigos 170 e seguintes.

6 FUNDADANTES E FUNDADAS

Toda norma jurídica tem como fundamento de validade a norma que lhe é hierarquicamente
superior.

 Constituição (poder constituinte) → funda o universo normativo (norma de


excelência);
 Lei complementar (legislativo);
 Lei ordinária, medida provisória, decreto de lei;
 Decreto;
 Estatuto (administrativo);
 Seguimento (administrativo);
 Portaria (administrativo);
 Sentença (executivo) → fundada;

Existem normas de diferentes conteúdos e denominações de acordo com a sua hierarquia


(artificial, mas determinada por lei).
6.1 CONSTITUIÇÃO
A Constituição é a norma fundamental de um Estado, sendo ela seu próprio
fundamento. Ela estabelece as bases da organização política, os direitos e deveres dos
cidadãos e a estrutura dos poderes do governo. O poder constituinte é o poder originário e
soberano que cria, modifica ou revoga a Constituição. A Constituição tem um papel superior a
qualquer outra norma jurídica, ou seja, é a norma de excelência ou norma máxima no
ordenamento jurídico, sendo a base para a criação de todas as outras leis.
 Poder Constituinte Originário: Quando a Constituição é elaborada pela primeira vez
ou em momentos de ruptura. (Origina-se da vontade soberana).
 Poder Constituinte Derivado: Quando se modifica a Constituição já existente, com
limites definidos. (Altera ou completa a constituição vigente).
- Ação: exercido por uma assembleia constituinte.
- Dissolução: o poder constituinte originário se dissolve ao promulgar a constituição.
- Descumprimento: o descumprimento de toda norma gera uma sanção. Seja essa norma
social, religiosa ou jurídica.
- Sanção: é uma consequência pelo descumprimento de uma norma.
- Pena: é uma sanção específica pelo descumprimento de uma norma. O descumprimento de
uma norma cível não gera uma pena.

6.2 LEI COMPLEMENTAR


A Lei Complementar é um tipo de norma jurídica que complementa ou detalha a
Constituição, sendo inferior a ela em hierarquia, mas com maior importância que as leis
ordinárias. Para ser criada, a Lei Complementar exige um quorum qualificado, ou seja, maior
número de votos dos parlamentares do que as leis comuns. Geralmente, ela trata de matérias
que a Constituição determina que precisam de um regulamento específico, mas não podem ser
tratadas por uma lei ordinária.
Ex: A Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) regula o controle
financeiro no setor público, conforme a Constituição.

6.3 LEI ORDINÁRIA, MEDIDA PROVISÓRIA, DECRETO-LEI

6.3.1 Lei Ordinária


É a norma jurídica geral e comum, criada pelo Poder Legislativo (Câmara e Senado) e
sancionada pelo Presidente da República. Trata de questões diversas, mas deve respeitar os
limites estabelecidos pela Constituição. Exige maioria simples para sua aprovação.

6.3.2 Medida Provisória (MP)


Trata-se de uma norma com força de lei, editada pelo Presidente da República em
situações de urgência e relevância, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para
se tornar uma lei definitiva. Tem validade por 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 60
dias.

6.3.3 Decreto-Lei
Era uma norma editada pelo Presidente da República durante períodos de exceção (como na
ditadura militar), com força de lei, mas sem necessidade de aprovação legislativa imediata.
Atualmente, o Decreto-Lei foi extinto, mas ainda se aplicam alguns de seus efeitos
normativos.

6.4 DECRETO
O Decreto é um ato normativo expedido pelo Poder Executivo (Presidente da República,
governadores ou prefeitos) que visa regulamentar a execução de uma lei ou norma,
detalhando suas disposições. Não cria novas leis, mas especifica a forma de aplicação das leis
já existentes. O decreto tem uma hierarquia inferior à da lei, sendo uma norma regulamentar.
Ex: Um decreto presidencial que estabelece o funcionamento de um programa criado por uma
lei.

6.5 ESTATUTO
O Estatuto é um conjunto de normas que organiza e regula uma instituição, empresa ou
categoria. No âmbito administrativo, os estatutos são frequentemente usados para estabelecer
normas de funcionamento e regras específicas para entidades públicas ou privadas, como
universidades, conselhos profissionais ou autarquias. Os estatutos determinam direitos,
deveres e responsabilidades dentro dessa organização.
Ex: O Estatuto de uma universidade pública, que regula a forma de ingresso, as normas
acadêmicas e as responsabilidades de alunos e docentes.

6.6 SEGUIMENTO
Seguimento (ou regulamento de seguimento) no contexto administrativo refere-se a uma
norma que orienta ou supervisiona a implementação de uma política ou programa. Pode
ser considerado uma prática administrativa de monitoramento e controle, com foco em como
as ações e diretrizes devem ser seguidas dentro de uma organização pública ou no processo de
gestão de políticas públicas.

6.7 PORTARIA
A Portaria é um ato administrativo de competência do chefe de um órgão ou entidade
pública. Ela estabelece normas ou orientações internas para a execução de serviços ou
operações específicas dentro da administração pública. A portaria é uma forma de
regulamentação administrativa de baixo alcance, normalmente aplicada dentro do órgão em
questão, sem necessidade de tramitação legislativa.
Ex: Portaria de um ministério que estabelece procedimentos para a realização de um programa
governamental.

6.8 SENTENÇA
A Sentença é a decisão final de um juiz sobre uma causa que foi discutida em juízo.
Quando a sentença é considerada "fundada", significa que ela está devidamente motivada, ou
seja, o juiz justifica de maneira clara e detalhada os fundamentos de fato e de direito que
levaram à sua decisão. Ela pode ser favorável ou desfavorável às partes envolvidas, e, quando
definitiva, é executada, podendo ser, por exemplo, a ordem de pagamento de uma dívida ou a
execução de uma pena.
Ex: Uma sentença que condena uma empresa a pagar uma indenização por danos causados,
com todos os detalhes explicando os motivos da condenação.

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