Apostila Focus p PF
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Apostila Focus p PF
MÓDULO I
SUMÁRIO
CONTÉUDO PROGRAMÁTICO ESPECIAL
ARQUIVOLOGIA
MÓDULO II
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
MÓDULO III
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Teoria Geral da Administração - Abordagem histórica........................................................................54
Abordagem Clássica da Administração.......................................................................................54
Modelo Burocrático da Administração.........................................................................................60
Abordagem Sistêmica da Administração.....................................................................................61
Formas históricas de Administração Pública.......................................................................................65
Reformas Administrativas.............................................................................................................69
Funções Administrativas........................................................................................................................71
Planejamento (Estratégico, tático e Operacional) Organização, Direção e Controle.)...............................................71
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
MÓDULO IV
Conceitos....................................................................................................................................................73
Orçamento Público....................................................................................................................................74
O ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: (PPA), (LDO) E (LOA).....................................74
Lei de Diretrizes Orçamentárias......................................................................................................75
Lei Orçamentária Anual...................................................................................................................75
Tipos/Técnicas orçamentárias.................................................................................................................77
Orçamento Tradicional/Clássico.....................................................................................................77
Orçamento de Desempenho/Funcional..........................................................................................78
Orçamento Programa.......................................................................................................................78
Orçamento Base-Zero......................................................................................................................79
Orçamento Participativo..................................................................................................................79
Orçamento Incremental....................................................................................................................80
Princípios orçamentários..........................................................................................................................83
Receitas Públicas......................................................................................................................................86
Conceitos..........................................................................................................................................86
Tipos de Receita...............................................................................................................................87
Etapas da receita pública................................................................................................................94
Suprimento de Fundos............................................................................................................................110
Concessão, Utilização e Prestação de Contas.....................................................................................111
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apenas aquelas para as quais foram criados e servados em dependências próximas de fácil
acumulados. Essas razões tanto podem ser ofici- acesso.
ais quanto culturais. Serão então preservados pa-
Arquivos de segunda idade, intermediários ou lim-
ra o uso de outros além de seus próprios criadores
bo, são aqueles constituí- dos de documentos que
(valor secundário).
deixaram de ser frequentemente consultados, mas
Devem ainda satisfazer a condição de serem real- cujos órgãos que os receberam e os produziram
mente documentos do órgão que os oferece. podem ainda solicitá-los. Não há necessidade de
conservá-los próximos aos escritórios. A perma-
Para que se possa garantir a integridade dos do-
nência dos documentos nesses arquivos é transi-
cumentos preservados deve- se mantê-los conser-
tória. Por isso, são também chamados de “limbo”
vados num todo como documentos do órgão que
ou “purgatório”.
os produziu, deve-se ainda guardá-los na sua tota-
lidade, sem mutilação, modificação ou destruição Arquivos de terceira idade, de custódia ou perma-
de parte deles. nentes são constituídos de documentos que per-
deram todo o valor de natureza administrativa, que
Conquanto não haja uma definição de arquivo que
se conservaram em razão de seu valor histórico
possa ser considerada definitiva, pode-se defini-
ou documental e que constituem os meios de co-
los como, “os documentos de qualquer instituição
nhecer o passado e sua evolução. Estes são os
pública ou privada que hajam sido consideradas
arquivos propriamente ditos.
de valor, merecendo preservação permanente pa-
ra fins de referência e de pesquisa e que hajam A cada uma dessas fases – que são complemen-
sido depositados ou selecionados pa- ra depósito, tares – corresponde uma maneira diferente de
num arquivo permanente.” (T.R.Schellenberg). conservar e tratar os documentos e, consequen-
temente, uma organização adequada.
Ou ainda, segundo Sólon Buck, ex-arquivista dos
EUA, assim o definiu: “Arquivo é o conjunto de
documentos oficialmente produzidos e recebidos
Extensão de sua atuação
por um governo, organização ou firma, no decorrer
de suas atividades, arquivados e conservados por Quanto à abrangência de sua atuação podem ser
si e seus sucessores para efeitos futuros.” setoriais e gerais ou centrais. Os arquivos setori-
ais (núcleos de arquivo ou arquivo descentrali-
Pode-se dizer que a finalidade de um arquivo é a
zado) são aqueles estabelecidos junto aos órgãos
de servir à Administração;
operacionais, cumprindo funções de arquivo cor-
e sua função é a de tornar disponível as informa- rente.
ções contidas no acervo documental sob sua
Os arquivos gerais ou centrais são os que se des-
guarda.
tinam a receber os documentos correntes proveni-
O art. 2º da Lei 8.159/91 define arquivo da seguin- entes dos diversos órgãos que integram a estrutu-
te forma: “Consideram-se arquivos, para os fins ra de uma instituição, centralizando as atividades
desta lei, os conjuntos de documentos produzidos de arquivo corrente.
e recebidos por órgãos públicos, instituições de
caráter público e entidades privadas, em decorrên-
cia do exercício de atividades específicas, bem Natureza dos documentos
como por pessoa física, qualquer que seja o su- Podem ser especiais e especializados. O arquivo
porte da informação ou a natureza dos documen- especial é aquele que tem sob sua guarda docu-
tos.” mentos de formas físicas diversas – fotografias,
discos, fitas, slides, disquetes, CD-ROM – e que,
por esta razão, merecem tratamento especial. Ar-
Estágios de sua evolução
quivo especializado é o que tem sob sua custódia
Arquivos de primeira idade, corrente, ativo ou de os documentos resultantes da experiência huma-
movimento são aqueles constituídos de documen- na num campo específico, independentemente da
tos em curso ou consultados frequentemente con- forma que apresentem. Ex.: arquivos médicos,
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arquivos de engenharia, arquivos técnicos. administrativa será interpretada de modo a, por
qualquer forma, restringir o disposto neste artigo.
A regulamentação do artigo 23 dessa lei veio com
Gênero (característica)
o Decreto nº 2.134 de 24 de janeiro de 1.997, que
Podem ser: escritos ou textuais, cartográficos está reproduzido em seu inteiro teor no apêndice I.
(mapas e plantas), iconográficos (fotografias, de-
senhos, gravuras), filmográficos (filmes e fitas vi-
deomagnéticas), sono- ros (discos e fitas audio- Correspondência
magnéticas), micrográficos (rolo, microficha, ja-
É toda forma de comunicação escrita, produzida e
queta), informá- ticos (disquetes, HD, CD-ROM).
endereçada a pessoas jurídicas ou físicas, bem
como aquela que se processa entre órgãos e ser-
vidores de uma instituição.
Natureza do Assunto (característica)
Quanto ao destino e procedência pode-se classifi-
Quanto à natureza do assunto os documentos po-
car a correspondência em externa e interna. In-
dem ser ostensivos e sigilosos. Ostensivo é o do-
terna é a correspondência trocada entre os ór-
cumento cuja divulgação não prejudica a adminis-
gãos de uma mesma instituição. São os memo-
tração. São sigilosos os documentos que, por sua
randos, despachos, circulares. Contrário sensu,
natureza, devam ser de conhecimento restrito e,
externa é aquela trocada entre órgãos de institui-
por isso, requerem medidas especiais de guarda
ções diversas ou entre órgãos de uma entidade e
para sua custódia e divulgação. Em nossa legisla-
pessoas físicas, como ofícios, telegramas e car-
ção, os arts. 23 e 24 da Lei 8.159 estabelecem:
tas.
A correspondência pode ainda ser oficial e particu-
Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que lar. Será oficial a que cuidar de assuntos de servi-
deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na ço ou de interesse específico das atividades de
classificação dos documentos por eles produzidos. uma instituição. Será particular se de interesse
§ 1º Os documentos cuja divulgação ponha em pessoal de servidores ou empregados de uma
risco a segurança da sociedade e do Estado, instituição.
Expedição
Geralmente são adotadas as seguintes atividades:
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
2º da Lei 5.433/68.
Um instrumento de destinação pode servir a
Passos Atividades
vários fins. Podem visar tão- somente à identifi-
1 Receber a correspondência cação de corpos de documentos acumulados num
2 Verificar se não faltam folhas ou an- órgão do go- verno e que precisam ser descarta-
exos dos imediatamente ou dentro de determinado
3 Numerar e completar a data, no origi- prazo. Um documento preparado com esse objeti-
nal e nas cópias vo chama-se “lista de descarte” ou “lista de elimi-
nação”. Essas tabelas normalmente são aplicadas
4 Separar o original da cópias
a documentos de tipo rotineiro e devem descrever
5 Expedir o original com os anexos os documentos de forma a facilitar a eliminação
6 Encaminhar as cópias, acompanha- dos mesmos. O teste de eficiência de uma tabela
das dos antecedentes que lhes de- decorre da possibilidade de os documentos nela
ram origem, ao arquivo incluídos serem removidos e eliminados no fim
dos períodos de retenção recomendados. A remo-
ção ordenada e o descarte de grande quantidade
. de papéis inúteis dos arquivos correntes baseiam-
se em tabelas de descarte. São, pois, um impor-
tante instrumento de administração.
Análise, avaliação, seleção e eliminação
Forma
Os valores informativos derivam da informação
contida nos documentos oficiais relativa aos as-
suntos de que tratam as repartições públicas e
Ao aplicar o teste forma, o arquivista deve nova-
não da informação ali existente sobre as próprias
mente levar em conta: a) a forma da informação
repartições. A maioria dos documentos oficiais
nos documentos, e b) a forma dos documentos.
modernos preservados em arquivos de custódia é
valiosa, menos pela prova que oferecem da ação A informação pode ser concentrada em documen-
do governo, do que pela informação que apresen- tos no sentido de que: a) uns poucos fatos são
tam sobre pessoas deter- minadas, situações, apresentados em dado documento sobre muitas
eventos, condições, problemas, coisas e proprie- pessoas, coisas ou fenômenos (informação exten-
dades que deram origem a competente ação. sa); b) muitos fatos são apresentados sobre algu-
mas pessoas, coisas ou fenômenos (informação
Na apreciação do valor informativo existente nos
intensa); ou c) muitos fatos são apresentados so-
documentos oficiais o arquivista não leva em con-
bre matérias diversas – pessoas coisas e fenôme-
sideração a origem dos documentos – que órgão
nos (informação diversa). Em geral, os documen-
os produziu, ou de que atividades resultaram. O
tos que representam concentração de informação
interesse aqui reside na informação que contêm.
são os que mais se prestam à preservação arqui-
Há alguns testes pelos quais se pode julgar dos
vística, pois os arquivos quase sem- pre têm pro-
valores informativos dos documentos oficiais. São
blemas de espaço para a guarda de documentos.
eles: a) unicidade; b) forma; e c) importância.
O termo forma aplicado aos documentos e não à
informação neles contida refere-se à condição físi-
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
ca dos documentos oficiais. A condição física é res a serem considerados são os que derivam da
importante, pois, se os documentos vão ser pre- informação que contêm ore as próprias coisas e
servados num arquivo, devem apresentar-se de não da informação sobre o que acontece às coi-
forma que possibilitem a outros, que não os pró- sas. Entre as coisas, o ser humano se preocupa,
prios criadores, usá-los sem dificuldade e sem re- fundamentalmente, com a terra na qual vive.
correr a dispendiosos equipamentos mecânicos ou
eletrônicos.
Documentos relativos a fenômenos
O termo fenômeno refere-se aqui ao que ocorre
Importância
com pessoas ou coisas. Se os fenômenos são an-
O arquivista presume que sua primeira obrigação tigos, interessam principalmente aos historiadores;
é a de conservar a documentação que contenha se novos, aos sociólogos, economistas ou estudio-
informação que satisfará às necessidades do pró- sos de administração. Um arquivista, não importa
prio governo, e depois disso, por mais indefinidas qual seja sua experiência, ordinariamente apreci-
que sejam, as dos pesquisadores e do público em ará os documentos principalmente por seu valor
geral. Antes de aplicar o teste da importância, o ou interesse histórico. A maioria dos arquivistas
arquivista deve estar certo de que os documentos tende a preservar todos os documentos que se
satisfazem os testes de unicidade e forma. O teste referem de maneira significativa a pessoas, episó-
de importância relaciona-se a fatores imponderá- dios ou acontecimentos importantes.
veis – a matérias que não podem ser avaliadas
Quanto a documentos mais recentes sobre as-
com real certeza. Os testes de unicidade e forma,
suntos sociais e econômicos, deve-se aplicar o
ao contrário, referem-se a fatores ponderáveis – a
princípio da seleção especial. Esse princípio signi-
assuntos que são passíveis de ser avaliados na
fica, simplesmente, que alguns documentos são
base de fatos que não deixam dúvidas.
selecionados para preservação, porque contêm da
- dos que são representativos ou ilustrativos do
todo, porque tratam de um aconteci- mento ou
Documentos relativos a pessoas - seleção es-
ação importante ou significativa, ou porque con-
pecial e amostra estatística
têm dados considerados próprios para um estudo
Na seleção de documentos, tendo em vista a infor- de condições sociais e econômicas específicas. É
mação que contêm sobre pessoas, dois critérios bom distinguir-se imediatamente esse princípio do
são possíveis. O primeiro é selecionar aqueles princípio de amostragem estatística. Este último,
que representam concentrações de informações, adotado no início do século XX, requer um conhe-
tais como formulários de recenseamentos cujos cimento do método que o arquivista, em geral, não
documentos de per si fornecem informação exten- possui. As técnicas de coleta, classificação e aná-
sa, intensa ou diversa, em forma concentrada. O lise estatística, de correlação de dados, cômputo
segundo é selecionar um certo número de docu- de médias e probabilidades, previsões, curvas e
mentos ou pastas que sejam representativos ou compilação de números-índices são técnicas alta-
ilustrativos do todo, ou que sejam suficientes para mente especializadas, parte de uma disciplina dis-
esclarecer os fenômenos investigados. tinta.
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
da e especializada. As atividades desenvolvidas para o agrupamento de documentos dos dépa-
no arranjo são de dois tipos: intelectuais e físicas. rtments que, embora modificado por dois suple-
As intelectuais consistem na análise dos docu- mentos posteriores, ainda está em vigor. Os prin-
mentos quanto a sua forma, origem funcional e cípios gerais estabelecidos para a execução des-
conteúdo. As atividades físicas se referem à colo- se esquema foram os seguintes:
cação dos papéis nas galerias, es- tantes ou cai-
a) os documentos deviam ser agrupados por
xas, seu empacotamento, fixação de etiquetas etc.
fundos (fonds), isto é, to- dos os documentos ori-
Há considerável diferença entre o arranjo do arqui- ginários de uma determinada instituição, tal co-
vo corrente e o do arquivo permanente. Quanto mo uma entidade administrativa, uma corporação
aos arquivos intermediários, não existem métodos ou uma família, seriam agrupados e considerados
ou princípios específicos de arranjo no sentido téc- como o fonds daquela determinada instituição;
nico da palavra aqui empregado. Nesses arquivos,
de guarda transitória, aplicam-se apenas critérios
racionais de dis- posição dos documentos em es- b) os documentos de um fonds deviam ser ar-
tantes e armários. ranjados por grupos de assuntos, e a cada grupo
seria atribuído um lugar definitivo em rela- ção aos
outros grupos;
Princípios de arranjo de arquivos
O conservador de arquivos não se ocupa apenas
c) as unidades, nos grupos de assuntos, seri-
com o arranjo dos documentos de uma única re-
am arranjadas conforme as circunstâncias, em
partição, como é o caso do arquivista encarregado
ordem cronológica, geográfica ou alfabética.
dos documentos de uso corrente. Ocupa-se do
arranjo de todos os documentos sob sua custódia,
os quais emanam de diversos órgãos, de muitas A circular de 24 de abril de 1841 formulou o princí-
subdivisões administrativas e de numerosos funci- pio básico de respect des fonds, pelo qual todos
onários individuais. Arranja seus documentos para os documentos originários de uma “autoridade ad-
uso não-corrente, em contraposição ao uso cor- ministrativa, corporação ou família” devem ser
rente, e arranja-os de acordo com certos princí- agrupados, constituindo fundos. Dentro desses os
pios básicos da arquivística e não segundo qual- documentos devem ser arranjados por assuntos, e
quer classificação predeterminada ou esquema de após, em ordem cronológica, geográfica ou alfabé-
arquivamento. tica. As relações entre os grupos de assuntos,
dentro de um fundo, devem ser determinadas pelo
conteúdo dos mesmos.
Evolução dos princípios de arranjo
Quando se tratar, por exemplo, de uma coleção de
O primeiro grande passo teórico, que diferia do
decretos ou leis, ou de decisões judiciais, as pe-
velho método de arranjo de arquivos de acordo
ças devem ser arranjadas em ordem cronológica,
com esquemas de classificação predeterminados,
visto que um pesquisador, geralmente, indica a
ocorreu quando Guizot (1787-1874), ministro da
data de tais documentos. Se, por outro lado, se
Instrução Pública de 1832 a 1839 e primeiro-
tratar de assuntos de municipalidades, é preferível
ministro de 1840 a 1848, baixou regulamentos re-
o arranjo geográfico, visto que os pesquisadores
lativos ao arranjo de documentos dos départments
habitualmente indicam o nome da municipalidade.
que haviam sido colocados sob a jurisdição dos
Se se tratar de documentos relativos a pessoas, é
Archives Nationales, pela lei de 26 de outubro de
claro que o arranjo alfabético pelos nomes dos
1796. O primeiro desses regulamentos foi publica-
indivíduos facilita as buscas.
do em 8 de agosto de 1839 e completado por cir-
cular emitida pelo ministro do Interior, conde Du-
chatel (1803-67), em 24 de abril de 1841. Essa O eminente paleógrafo Natalis de Wailly (1805
circular, intitulada Instructions pour la mise em or- -86) justificou o princípio respect des fonds nos
dre et lê classement des archives départmentales seguintes termos:
et communales, estabeleceu um esquema lógico
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
que os documentos de cada órgão devem ser
mantidos, no arquivo de custódia, na ordem dada
“Uma classificação geral de documentos por fun-
pelo serviço de registro do órgão, e não reorgani-
dos e (nos fundos) por assunto, é a única maneira
zados por grupos de assuntos.
adequada de se assegurar a realização imediata
de uma ordem regular e uniforme. Tal classifica- Os arquivistas holandeses também concluíram
ção apresenta várias vantagens. Em primeiro lu- não ser possível, tampouco desejável, que se des-
gar, é mais simples de se por em prática do que trua a ordem original do registro para substituí-la
qualquer outro sistema, pois consiste tão-somente por outra baseada no que possa parecer um es-
em reunir peças das quais apenas é necessário quema mais lógico de cabeçalhos de assuntos. “A
determinar a origem. Num grande número de ca- ordem original do registro”, explicaram, “não foi
sos, essa classificação é feita com mais facilidade, criada arbitrariamente, não resulta do acaso, mas,
por- quanto consta simplesmente da reprodução ao contrário, é consequência lógica da organiza-
da ordem atribuída por seus donos ante- riores; ção do corpo administra- tivo de cujo funciona-
essa ordem pode, talvez, ser conseguida por meio mento o registro é produto”.
de inventários existentes, sendo, neste caso, sufi-
A evolução desses princípios na Inglaterra e EUA
ciente confrontar os documentos inventariados e
seguiram a mesma linha, consagrando-se mundi-
dar-lhes ou- tra vez ordem original. Se, ao invés
almente o princípio da proveniência por várias ra-
de seguir esse método, se propõe uma ordem teó-
zões:
rica, baseada na natureza das coisas, todas essas
vantagens se perdem.”
a) o princípio protege a integridade dos documen-
tos no sentido de que as suas origens e os pro-
O antigo sistema de arranjar os documentos de
cessos pelos quais foram criados refletem-se no
acordo com algum sistema arbitrário de classifica-
seu arranjo. A maioria dos documentos do gover-
ção de assuntos foi abandonado, ao menos teori-
no se acumula em conexão com atos oficiais e,
camente, e substituído por um sistema baseado
como os atos do go- verno se relacionam entre si,
em princípio aplicável de maneira geral. Esse prin-
através da função e da organização administrati-
cípio é o de agrupar os documentos oficiais de
va, assim os documentos são mais inteligíveis
acordo com a natureza das instituições públicas
quando conservados juntos, sob a identidade do
que os acumulam.
órgão ou da subdivisão do órgão, pelo qual foram
O princípio do respect des fonds evoluiu e foi am- acumulados e na ordem geral que lhes foi dada
pliado na Prússia, onde se decidiu, primeiro, que por aquele órgão;
os documentos públicos devem ser agrupados de
b) o princípio ajuda a revelar o significado dos
acordo com as unidades administrativas que os
documentos, pois os assuntos de documentos in-
criaram (e não de acordo com a natureza das ins-
dividuais somente podem ser completamente
tituições que os criaram, como na França) e, em
compreendidos, no contexto, com documentos
segundo lugar, que o ar- ranjo dado aos documen-
correlatos. Se os documentos são arbitrariamente
tos pelos próprios órgãos criadores deve ser pre-
tirados do seu contexto e reunidos de acordo com
servado no arquivo de custódia permanente. O
um sistema subjetivo ou arbitrário qualquer, o real
princípio de agrupar os documentos oficiais de
significado dos mesmos, como prova documentá-
acordo com a origem nos organismos públicos
ria, pode-se tornar obscuro ou até se perder;
administrativos é chamado princípio da proveniên-
cia. c) o princípio dá ao arquivista um guia exequível e
econômico para o arranjo, descrição e utilização
O reagrupamento dos documentos de diferentes
dos documentos sob sua custódia. Quebrar as
órgãos, por assuntos, foi então reconhecido como
unidades existentes e substituí-las arbitrariamente
um método impraticável, especialmente depois do
por novas consumiria, inutilmente, grande parte do
grande aumento que sofreu o volume dos docu-
tempo do arquivista, e a complexidade e diversida-
mentos transferidos. Criou-se ainda um novo prin-
de de assuntos que os documentos cobrem torna-
cípio chamado Registraturprinzip. Este estabelecia
riam irrealizáveis o acabamento de qualquer tarefa
15
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
desse gênero. tos da forma anterior. Também são gerados dois
filmes: um para guarda no arquivo de segurança e
outro para consulta. Entretanto, esse segundo for-
Tipologias documentais e suportes físicos: mi- mato passa por novos procedimentos: seus foto-
crofilmagem. gramas são recortados e inseridos em jaquetas.
Microfilmagem Utiliza-se o arquivamento em jaquetas nos docu-
mentos que formam dossiês e que necessitam ser
Os objetivos da microfilmagem de documentos
constantemente atua- lizados e consultados, exi-
são, em geral, dois: a) reduzir o seu volume; b)
gindo, assim, a proximidade das informações. Co-
garantir a sua durabilidade. Qualquer determina-
mo esse processo é mais trabalhoso, somente
ção para microfilmar documentos deve ser basea-
uma pequena parte da documentação de uma em-
da nos seguintes princípios: os documentos de-
presa encontra-se nesse suporte.
vem apre- sentar valor que justifique o custo des-
sa operação; o processo de microfilmagem é de
alto custo, devendo-se, por isso, sopesar esse Microfichas
custo contra o da preservação dos documentos na
Podem ser emitidas pelo sistema comum de mi-
forma original; e os documentos a serem microfil-
crofilmagem ou através do sistema COM – Com-
mados devem ter características físicas que se
puter Output Microfilm, ou seja, saída direta do
prestem à filmagem. No Brasil, a Lei 5.433/68 re-
computador para a microficha, através da fita spo-
gula a matéria.
ol, sem passar pelo papel. Não é mais necessária
O estudo da microfilmagem iniciou-se em 1835 a impressão de quilômetros de formulários contí-
com a reprodução de diminutas imagens fotográfi- nuos. Sua capacidade de armazenamento é de
cas. Entretanto a sua utilização como vemos hoje até 420 fotogramas. As microfichas são usadas
se deu em 1906 quando livros e documentos fo- em arquivos que sejam bastante utilizados devido
ram reduzidos a pequenas dimensões visando sua à facilidade de seu manuseio. Os equipamentos
utilização em pesquisas. para a leitura das microformas podem ser simples
Entende-se por microfilmagem de substituição a – unicamente para a leitura – ou conjugados (lei-
que incide sobre documentos de guarda temporá- toras/ copiadoras) – para a leitura e cópia em pa-
ria, com vistas ao aproveitamento de espaço. pel.
Transferência e recolhimento
A sua impressão segue os mesmos procedimen-
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
brar que os documentos transferidos a um depósi-
to intermediário conservam a classificação que
Transferência e recolhimento são definidos res-
lhes foi dada nos arquivos correntes.
pectivamente no art. 1º, § 1º e art 1º, § 2º da Re-
solução nº 2 do CONARQ. Transferência e reco-
lhimento são feitos em razão da frequência de uso
Quanto aos arquivos de custódia, deve-se obser-
e não do valor do documento. A transferência dos
var alguns preceitos básicos: primeiro, que um
documentos do arquivo corrente para o intermedi-
arquivo permanente não deve aceitar documentos
ário e o recolhimento para o permanente objeti-
que possam demandar empréstimos frequentes à
vam racionalizar os trabalhos – facilita o arquiva-
repartição de origem, embora um centro intermedi-
mento e a localização de documentos, pois libera
ário possa tomar tais encargos.; segundo devem
espaço e economiza recursos materiais, lembran-
ser documentos com valor secundário evidente
do que o arquivo intermediário deverá ser subordi-
que justifique sua retenção permanente; terceiro,
nado técnica e administrativamente ao arquivo
os corpos dos documentos transferidos para um
permanente.
arquivo devem ser unidades completas e lógicas,
acompanhadas dos índices que lhe sejam perti-
nentes, devem estar em boa ordem e, tanto quan-
As transferências para centros de depósito de ar-
to possível, destituídos de peças sem valor que
mazenamento temporário. atendem, no mínimo, a
com eles possam ter sido arquivados. E por últi-
três necessidades bem definidas: a) servem para
mo, um arquivo de custódia não deve recolher do-
acomodar certos tipos de documentos que se acu-
cumentos a cujo uso se imponham restrições con-
mulam regularmente nas repartições do go- verno
sideradas descabidas e contrárias ao interesse
e que devem ser conservados durante longos pe-
público.
ríodos de tempo; b) servem para acomodar acu-
mulações especiais de documentos de órgãos ex-
tintos ou de de- terminadas atividades; e c) ser-
Tipos de transferência
vem como um lugar onde se concentram todos os
acúmulos de documentos – regulares ou especi-
ais, de valor e sem valor – ao se inici- ar um pro- Até a primeira metade do século XX a tradição
grama de administração de documentos ou arqui- arquivística clássica considerava apenas duas ida-
vístico. Essas transferên- cias também ocorrem des dos arquivos: a administrativa e a histórica.
para áreas de custo reduzido, contribuindo para a Os documentos passavam diretamente de um a
economia do sistema, que é sua finalidade primor- outro estágio, não sendo prevista nenhuma fase
dial. A maior desvantagem de um plano de depósi- de transição. Com o aumento da massa documen-
to tipo “limbo”, reside no incentivo que dá às insti- tal, surgiu a teoria da “idade intermediária” e com
tuições para protelar o exame de seus documen- ela a noção de depósitos intermediários, cujo
tos. Esses centros não devem ser normalmente acervo é constituí- do de papéis que não estão
usados para armazenar documentos cujo destino mais em uso corrente. Os arquivos intermediários
os funcionários não possam decidir de imediato. tornaram-se uma necessidade reconhecida por
administradores e arquivistas. Sua função princi-
pal consiste em proceder a um arquivamento tran-
Sempre que se transferem documentos do tipo
sitório, isto é, em assegurar a preservação de do-
não-rotineiro para centros intermediários, faz-se
cumentos que não são mais movimentados, utili-
mister obter informações precisas e completas so-
zados pela administração e que devem ser guar-
bre as origens administrativas e o significado fun-
dados temporariamente, aguardando pelo cum-
cional dos mesmos, a fim de facilitar sua avalia-
primento dos prazos estabelecidos elas comissões
ção. Conquanto tais informações sejam muito
de análise ou, em alguns casos, por um processo
úteis na avaliação, as descrições, por escrito, de
de triagem que decidirá pela eliminação ou arqui-
documentos, raramente são um bom substituto
vamento definitivo, para fins de prova ou de pes-
para a informação que pode ser prestada oralmen-
quisa.
te por aqueles que os criaram. É importante lem-
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Há dois tipos básicos de transferência: permanen- ções que anulem ou reduzam os efeitos maléficos
te e periódica. Permanente é a que se processa dos agentes externos e empregando métodos que
em intervalos irregulares e exige, quase sempre, preservem os materiais perecíveis, se- ja na forma
que se indique em cada documento a data em que original, seja em qualquer outra forma.
deverá ser transferido. Só é aplicada em casos
A luz, a temperatura, a umidade, a poluição ácida
especiais. Periódica é a remoção de documentos,
do ar e as impurezas no papel são os principais
em intervalos determinados. Ela pode ser efetua-
agentes de deterioração. Os agentes externos
da em uma etapa, em duas etapas, e ainda dentro
mais responsáveis pela deterioração são os gases
de um período determinado, sendo esta última
ácidos da atmosfera e particularmente o dióxido
conhecida como periódica de mínimo e máximo.
sulfúrico (H2SO5). A poluição ácida do ar, bem
como outros fatores externos de deterioração,
temperatura e umidade desfavoráveis, somente
Na transferência periódica em uma etapa, os do-
podem ser tratados pelo uso de aparelhos de ar-
cumentos julgados de valor são recolhidos direta-
condicionado. Nas áreas onde se observa elevada
mente do arquivo corrente para o arquivo perma-
poluição atmosférica, os prédios destinados a ar-
nente. Neste ca- so, não há arquivo intermediário
quivos devem ser equipados com aparelhos de ar-
e a transferência recebe o nome de recolhimento.
condicionado. O controle de temperatura, de umi-
Na transferência periódica em duas etapas – tam-
dade relativa e de poluentes, por meio de instru-
bém conhecida por dupla capacidade, transferên-
mentos, com o objetivo de criar uma atmosfera
cia múltipla ou método do ciclo – os documentos
favorável à conservação dos documentos denomi-
são transferi- dos para o arquivo intermediário,
na-se climatização.
onde permanecem durante determinado período
e, posteriormente, se julgados de valor, são reco- As atividades relacionadas com o arranjo, descri-
lhidos em caráter definitivo para o arquivo perma- ção e consulta ficam em plano secundário, em fa-
nente. ce do importante problema da preservação dos
documentos.
A luz, o ar seco, a umidade, o movo, a temperatu-
É normalmente nessa fase (transferência) que se
ra inadequada, a poeira, gases e inúmeras pra-
promove a desinfestação e a restauração dos do-
gas, a médio e longo prazos, são altamente preju-
cumentos.
diciais à conservação do acervo documental.
A luz do dia deve ser abolida na área de armaze-
Automação, preservação, conservação e res- namento, porque não só ace- lera o desapareci-
tauração de documentos. mento das tintas, como enfraquece o papel. A pró-
Atividades de conservação pria luz artificial deve ser usada com parcimônia.
18
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
das gavetas ou estantes para combater a umida- ro de engomar caseiro.
de.
A poeira e os gases contribuem para o envelheci-
Restauração
mento prematuro dos papéis. As emanações dele-
térias dos gases também destroem as fibras do Os documentos devem ser tratados em relação à
papel. acidez, antes de se tentar a restauração por qual-
quer método.
Determinados insetos são atraídos pela celulose
do papel, cola, goma ou caseína, mas a umidade A restauração exige um conhecimento profundo
é a principal causadora de seu aparecimento, pois dos papéis e tintas emprega- dos. Vários são os
neste ambiente encontram condições ideais para métodos existentes. O método ideal é aquele que
se desenvolverem. aumenta a resistência do papel ao envelhecimento
natural e às agressões externas do meio ambien-
São as seguintes as principais operações de con-
te, sem que advenha prejuízo quanto à legibilida-
servação: a) desinfestação; b) limpeza; c) alisa-
de e flexibilidade, e sem que aumente o volume e
mento; d) restauração ou reparo.
o peso.
Desinfestação
Banho de gelatina
Consiste em mergulhar o documento em banho de
O método mais eficiente de combater os insetos é gelatina ou cola, o que aumenta a sua resistência,
a fumigação. A substância química a ser emprega- não prejudica a visibilidade e a flexibilidade e pro-
da nesse processo deve passar por testes de ga- porciona a passagem dos raios ultravioletas e in-
rantia da integridade do papel e da tinta sob sua fravermelhos. Os documentos, porém, tratados
ação. Com a fumigação os insetos, em qualquer por este processo, que é natural, tornam-se sus-
fase de desenvolvimento, são completamente des- cetíveis ao ataque dos insetos e dos fungos, além
truídos. de exigir habilidade do executor.
Contudo, de acordo com uma publicação oficial do
Arquivo Nacional cujo texto original é de Indgrid
Tecido
Beck, a fumigação de documentos não é mais re-
comendada em virtude dos gases tóxicos e com- Processo de reparação em que são usadas folhas
postos oxidantes danosos. de tecido muito fino, aplica- das com pasta de ami-
do. A durabilidade do papel é aumentada conside-
ravelmente, mas o emprego do amido propicia o
Limpeza ataque de insetos e fungos, impede o exame pe-
los raios ultravioletas e infravermelhos, além de
É a fase posterior à fumigação. Na falta de instala-
reduzir a legibilidade e a flexibilidade.
ções especiais para essa operação, utiliza-se um
pano macio, uma escova ou um aspirador de pó.
Silking
Alisamento Este método utiliza tecido – crepeline ou musseli-
ne de seda – de grande dura- bilidade, mas, devi-
Consiste em colocar os documentos em bandejas
do ao uso de adesivo à base de amido, afeta suas
de aço inoxidável, expondo- os à ação do ar com
qualidades permanentes. Tanto a legibilidade
forte percentagem de umidade, 90 a 95%, durante
quanto a flexibilidade, a reprodução e o exame
uma hora, em uma câmara de umidificação. Em
pelos raios ultravioletas e infravermelhos são pou-
seguida, são passados a ferro, folha por folha, em
co prejudicados. É, no entanto, um processo de
máquinas elétricas. Caso existam documentos em
difícil execução, cuja matéria prima é de alto cus-
estado de fragilidade, recomenda- se o emprego
to.
de prensa manual sob pressão moderada. Na falta
de equipamento adequado, aconselha-se usar fer-
19
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Laminação dos documentos. Por política de acesso devemos
entender os procedimentos a serem adotados em
Processo em que se envolve o documento, nas
relação ao que deve ou pode ser consultado.
duas faces, com uma folha de papel de seda e
Compete ao arquivo determinar a liberação ou
outra de acetato de celulose, colocando-o numa
restrição de acesso, após analisar os aspectos
prensa hidráulica. O acetato de celulose, por ser
políticos e legais que envolvem as informações,
termoplástico, adere ao documento, juntamente
bem como os direitos de terceiros, ou determina-
com o papel de seda, e dispensa adesivo. A dura-
ção de autoridade superior.
bilidade e as qualidades permanentes do papel
são asseguradas sem perda da legibilidade e da Quanto à política de uso, o arquivo estabelece
flexibilidade, tornando-o imune à ação de fungos e quem e como devem ser consultados os docu-
pragas. Qualquer mancha resultante do uso pode mentos, indicando as categorias de usuários que
ser removida com água e sabão. terão acesso ao acervo, bem como elaborando o
regulamento da sala de consulta.
O volume do documento é reduzido, mas o peso
duplica. A aplicação, por ser mecanizada, é rápida
e a matéria-prima, de fácil obtenção. O material
empregado na restauração não impede a passa-
gem dos raios ultravioletas e infravermelhos. As-
sim, as características da laminação são as que
mais se aproximam do método ideal.
ANOTAÇÕES
Laminação manual
________________________________________
________________________________________
Este processo, desenvolvido na Índia, utiliza a ma- ________________________________________
téria-prima básica da laminação mecanizada, em- ________________________________________
bora não empregue calor nem pressão, que são ________________________________________
substituídos pela acetona. A laminação manual, ________________________________________
também chamada laminação com solvente, ofere- ________________________________________
ce grande vantagem àqueles que não dispõem de ________________________________________
recursos para instalar equipamentos mecaniza- ________________________________________
dos. ________________________________________
________________________________________
________________________________________
Encapsulação ________________________________________
________________________________________
Utiliza basicamente películas de poliéster e fita
________________________________________
adesiva de duplo revestimento. O documento é
________________________________________
colocado entre duas lâminas de poliéster fixadas
________________________________________
nas margens externas por fita adesiva nas duas
________________________________________
faces; entre o documento e a fita deve haver um
________________________________________
espaço de 3mm, deixando o documento solto den-
________________________________________
tro das duas lâminas.
________________________________________
A encapsulação é considerada um dos mais mo- ________________________________________
dernos processos de restauração de documentos. ________________________________________
________________________________________
________________________________________
Atividades de referência
________________________________________
Essas atividades se constituem fundamentalmente ________________________________________
em estabelecer as políticas de acesso e de uso ________________________________________
20
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
§ 2o O Poder Executivo estabelecerá, conside- Parágrafo único. (Revogado pela Lei 9.017, de
rando a reduzida circulação financeira, requisitos 1995)
próprios de segurança para as cooperativas sin-
gulares de crédito e suas dependências que con- Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de va-
templem, entre outros, os seguintes procedimen- lores serão executados: (Redação dada pela Lei
tos: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 9.017, de 1995)
21
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e I - advertência; (Redação dada pela Lei 9.017, de
cujo sistema de segurança tenha parecer favorá- 1995)
vel à sua aprovação emitido pelo Ministério da
Justiça. (Redação dada pela Lei 9.017, de 1995) II - multa, de mil a vinte mil Ufirs; (Redação dada
pela Lei 9.017, de 1995)
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros
estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá III - interdição do estabelecimento. (Redação dada
ser desempenhado pelas Polícias Militares, a cri- pela Lei 9.017, de 1995)
tério do Governo da respectiva Unidade da Fede- Art 8º - Nenhuma sociedade seguradora poderá
ração. (Redação dada pela Lei 9.017, de 1995) emitir, em favor de estabelecimentos financeiros,
Art. 4º O transporte de numerário em montante apólice de seguros que inclua cobertura garantin-
superior a vinte mil Ufir, para suprimento ou reco- do riscos de roubo e furto qualificado de numerário
lhimento do movimento diário dos estabelecimen- e outros valores, sem comprovação de cumpri-
tos financeiros, será obrigatoriamente efetuado em mento, pelo segurado, das exigências previstas
veículo especial da própria instituição ou de em- nesta Lei.
presa especializada. (Redação dada pela Lei Parágrafo único - As apólices com infringência do
9.017, de 1995) disposto neste artigo não terão cobertura de res-
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e seguros pelo Instituto de Resseguros do Brasil.
vinte mil Ufirs poderá ser efetuado em veículo co- Art. 9º - Nos seguros contra roubo e furto qualifica-
mum, com a presença de dois vigilantes. do de estabelecimentos financeiros, serão conce-
(Redação dada pela Lei 9.017, de 1995) didos descontos sobre os prêmios aos segurados
Art. 6º Além das atribuições previstas no art. 20, que possuírem, além dos requisitos mínimos de
compete ao Ministério da Justiça: (Redação dada segurança, outros meios de proteção previstos
pela Lei 9.017, de 1995) (Vide art. 16 da Lei nesta Lei, na forma de seu regulamento.
9.017, de 1995) Art. 10. São considerados como segurança priva-
I - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quan- da as atividades desenvolvidas em prestação de
to ao cumprimento desta lei; (Redação dada pela serviços com a finalidade de: (Redação dada pela
Lei 9.017, de 1995) Lei nº 8.863, de 1994)
II - encaminhar parecer conclusivo quanto ao pré- I - proceder à vigilância patrimonial das institui-
vio cumprimento desta lei, pelo estabelecimento ções financeiras e de outros estabelecimentos,
financeiro, à autoridade que autoriza o seu funcio- públicos ou privados, bem como a segurança de
namento; (Redação dada pela Lei 9.017, de 1995) pessoas físicas;
22
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
des sem fins lucrativos; e órgãos e empresas pú- IV - ter sido aprovado, em curso de formação de
blicas. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994) vigilante, realizado em estabelecimento com funci-
onamento autorizado nos termos desta lei.
§ 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamen- (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994)
tos dela decorrentes e pelas disposições da legis-
lação civil, comercial, trabalhista, previdenciária e V - ter sido aprovado em exame de saúde física,
penal, as empresas definidas no parágrafo anteri- mental e psicotécnico;
or. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
VI - não ter antecedentes criminais registrados; e
§ 4º As empresas que tenham objeto econômico
diverso da vigilância ostensiva e do transporte de VII - estar quite com as obrigações eleitorais e mi-
valores, que utilizem pessoal de quadro funcional litares.
próprio, para execução dessas atividades, ficam Parágrafo único - O requisito previsto no inciso III
obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e deste artigo não se aplica aos vigilantes admitidos
demais legislações pertinentes. (Incluído pela Lei até a publicação da presente Lei
nº 8.863, de 1994)
Art. 17. O exercício da profissão de vigilante re-
Art. 11 - A propriedade e a administração das em- quer prévio registro no Departamento de Polícia
presas especializadas que vierem a se constituir Federal, que se fará após a apresentação dos do-
são vedadas a estrangeiros. cumentos comprobatórios das situações enumera-
Art. 12 - Os diretores e demais empregados das das no art. 16. (Redação dada pela Medida Provi-
empresas especializadas não poderão ter antece- sória nº 2.184, de 2001)
dentes criminais registrados. Art. 18 - O vigilante usará uniforme somente quan-
Art. 13. O capital integralizado das empresas es- do em efetivo serviço.
pecializadas não pode ser inferior a cem mil Ufirs. Art. 19 - É assegurado ao vigilante:
(Redação dada pela Lei 9.017, de 1995)
I - uniforme especial às expensas da empresa a
Art. 14 - São condições essenciais para que as que se vincular;
empresas especializadas operem nos Estados,
Territórios e Distrito Federal: II - porte de arma, quando em serviço;
I - autorização de funcionamento concedida con- III - prisão especial por ato decorrente do serviço;
forme o art. 20 desta Lei; e
IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa
II - comunicação à Secretaria de Segurança Públi- empregadora.
ca do respectivo Estado, Território ou Distrito Fe-
deral. Art. 20. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermé-
dio do seu órgão competente ou mediante convê-
Art. 15. Vigilante, para os efeitos desta lei, é o em- nio com as Secretarias de Segurança Pública dos
pregado contratado para a execução das ativida- Estados e Distrito Federal: (Redação dada pela
des definidas nos incisos I e II do caput e §§ 2º, 3º Lei 9.017, de 1995)
e 4º do art. 10. (Redação dada pela Lei nº 8.863,
de 1994) I - conceder autorização para o funcionamento:
23
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Ill - aplicar às empresas e aos cursos a que se re- I - advertência;
fere o inciso I deste artigo as penalidades previs-
tas no art. 23 desta Lei; II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs:
(Redação dada pela Lei 9.017, de 1995)
IV - aprovar uniforme;
III - proibição temporária de funcionamento; e
V - fixar o currículo dos cursos de formação de
vigilantes; IV - cancelamento do registro para funcionar.
VI - fixar o número de vigilantes das empresas es- Parágrafo único - Incorrerão nas penas previstas
pecializadas em cada unidade da Federação; neste artigo as empresas e os estabelecimentos
financeiros responsáveis pelo extravio de armas e
VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de munições.
propriedade das empresas especializadas e dos
estabelecimentos financeiros; Art. 24 - As empresas já em funcionamento deve-
rão proceder à adaptação de suas atividades aos
VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e preceitos desta Lei no prazo de 180 (cento e oiten-
munições; e ta) dias, a contar da data em que entrar em vigor o
regulamento da presente Lei, sob pena de terem
IX - fiscalizar e controlar o armamento e a muni- suspenso seu funcionamento até que comprovem
ção utilizados. essa adaptação.
X - rever anualmente a autorização de funciona- Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta
mento das empresas elencadas no inciso I deste Lei no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data
artigo. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994) de sua publicação.
Parágrafo único. As competências previstas nos Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua
incisos I e V deste artigo não serão objeto de con- publicação.
vênio. (Redação dada pela Lei 9.017, de 1995)
Art. 27 - Revogam-se os Decretos-leis nº 1.034,
Art. 21 - As armas destinadas ao uso dos vigilan- de 21 de outubro de 1969, e nº 1.103, de 6 de
tes serão de propriedade e responsabilidade: abril de 1970, e as demais disposições em contrá-
I - das empresas especializadas; rio.
II - dos estabelecimentos financeiros quando dis- Brasília, em 20 de junho de 1983; 162º da Inde-
puserem de serviço organizado de vigilância, ou pendência e 95º da República.
mesmo quando contratarem empresas especiali- JOÃO FIGUEIREDO
zadas.
Ibrahim Abi-Ackel
Art. 22 - Será permitido ao vigilante, quando em
serviço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
cassetete de madeira ou de borracha. 21.6.1983
Art. 4º Para exercer qualquer uma das atividades Art. 9º Os modelos de mapas e formulários neces-
sujeitas a controle e fiscalização relacionadas no sários à implementação das normas a que se refe-
art. 1o , a pessoa física ou jurídica deverá se ca- rem os artigos anteriores serão publicados em
dastrar e requerer licença de funcionamento ao portaria ministerial.
Departamento de Polícia Federal, de acordo com
25
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Art. 10. A pessoa física ou jurídica que, por qual- X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos
quer motivo, suspender o exercício de atividade e embalagens de produtos químicos controlados
sujeita a controle e fiscalização ou mudar de ativi- visando a burlar o controle e a fiscalização;
dade controlada deverá comunicar a paralisação
ou alteração ao Departamento de Polícia Federal, XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota
no prazo de trinta dias a partir da data da suspen- fiscal, quando for o caso, em local visível da em-
são ou da mudança de atividade. balagem e do rótulo, a concentração do produto
químico controlado;
Art. 11. A pessoa física ou jurídica que exerça ati-
vidade sujeita a controle e fiscalização deverá in- XII – deixar de comunicar ao Departamento de
formar ao Departamento de Polícia Federal, no Polícia Federal furto, roubo ou extravio de produto
prazo máximo de vinte e quatro horas, qualquer químico controlado e documento de controle, no
suspeita de desvio de produto químico a que se prazo de quarenta e oito horas; e
refere esta Lei. XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do
Art. 12. Constitui infração administrativa: órgão de controle e fiscalização.
26
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer Art. 19. A Taxa de Controle e Fiscalização de Pro-
qualquer uma das infrações previstas nesta Lei dutos Químicos é devida pela prática dos seguin-
terá prazo de trinta dias, a contar da data da fisca- tes atos de controle e fiscalização:
lização, para sanar as irregularidades verificadas,
sem prejuízo da aplicação de medidas administra- I – no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para:
tivas previstas no art. 14. a. emissão de Certificado de Registro Cadastral;
§ 1o Sanadas as irregularidades, os produtos quí- b. emissão de segunda via de Certificado de Re-
micos eventualmente apreendidos serão devolvi- gistro Cadastral; e
dos ao seu legítimo proprietário ou representante
legal. c. alteração de Registro Cadastral;
§ 2o Os produtos químicos que não forem regula- II – no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para:
rizados e restituídos no prazo e nas condições es-
tabelecidas neste artigo serão destruídos, aliena- a. emissão de Certificado de Licença de Funciona-
dos ou doados pelo Departamento de Polícia Fe- mento;
deral a instituições de ensino, pesquisa ou saúde
b. emissão de segunda via de Certificado de Li-
pública, após trânsito em julgado da decisão pro-
cença de Funcionamento; e
ferida no respectivo processo administrativo.
c. renovação de Licença de Funcionamento;
§ 3o Em caso de risco iminente à saúde pública
ou ao meio ambiente, o órgão fiscalizador poderá III – no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para:
dar destinação imediata aos produtos químicos
apreendidos. a. emissão de Autorização Especial; e
Art. 16. Fica instituída a Taxa de Controle e Fisca- b. emissão de segunda via de Autorização Especi-
lização de Produtos Químicos, cujo fato gerador é al.
o exercício do poder de polícia conferido ao De-
Parágrafo único. Os valores constantes dos inci-
partamento de Polícia Federal para controle e fis-
sos I e II deste artigo serão reduzidos de:
calização das atividades relacionadas no art. 1o
desta Lei. I - quarenta por cento, quando se tratar de empre-
sa de pequeno porte;
Art. 17. São sujeitos passivos da Taxa de Controle
e Fiscalização de Produtos Químicos as pessoas II - cinqüenta por cento, quando se tratar de filial
físicas e jurídicas que exerçam qualquer uma das de empresa já cadastrada;
atividades sujeitas a controle e fiscalização de que
trata o art. 1o desta Lei. III - setenta por cento, quando se tratar de mi-
croempresa.
Art. 18. São isentos do pagamento da Taxa de
Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, Art. 20. A Taxa de Controle e Fiscalização de Pro-
sem prejuízo das demais obrigações previstas dutos Químicos será recolhida nos prazos e nas
nesta Lei: condições estabelecidas em ato do Departamento
de Polícia Federal.
I – os órgãos da Administração Pública direta fe-
deral, estadual e municipal; Art. 21. Os recursos relativos à cobrança da Taxa
de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos,
II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e à aplicação de multa e à alienação de produtos
saúde; químicos previstas nesta Lei constituem receita do
Fundo Nacional Antidrogas – FUNAD.
III – as entidades particulares de caráter assisten-
cial, filantrópico e sem fins lucrativos que compro- Parágrafo único. O Fundo Nacional Antidrogas
vem essa condição na forma da lei específica em destinará oitenta por cento dos recursos relativos
vigor. à cobrança da Taxa, à aplicação de multa e à alie-
nação de produtos químicos, referidos no caput
deste artigo, ao Departamento de Polícia Federal,
27
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
para o reaparelhamento e custeio das atividades CAPÍTULO I
de controle e fiscalização de produtos químicos e
de repressão ao tráfico ilícito de drogas. Da Admissão
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no terri-
publicação. tório nacional poderá ser concedido visto:
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada VI - na condição de correspondente de jornal, re-
de até 10 (dez) dias improrrogáveis e uma só en- vista, rádio, televisão ou agência noticiosa estran-
trada. geira.
§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro VII - na condição de ministro de confissão religiosa
em viagem contínua, que só se interrompa para as ou membro de instituto de vida consagrada e de
escalas obrigatórias do meio de transporte utiliza- congregação ou ordem religiosa. (Incluído pela Lei
do. nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos
estrangeiro que venha ao Brasil em caráter recre- dos incisos II e III do art. 13, será de até noventa
ativo ou de visita, assim considerado aquele que dias; no caso do inciso VII, de até um ano; e nos
não tenha finalidade imigratória, nem intuito de demais, salvo o disposto no parágrafo único deste
exercício de atividade remunerada. artigo, o correspondente à duração da missão, do
contrato, ou da prestação de serviços, comprova-
Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de vis- da perante a autoridade consular, observado o
to, prevista no artigo anterior, ao turista nacional disposto na legislação trabalhista. (Redação dada
de país que dispense ao brasileiro idêntico trata- pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
mento.
Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o
Parágrafo único. A reciprocidade prevista neste prazo será de até 1 (um) ano, prorrogável, quando
artigo será, em todos os casos, estabelecida medi- for o caso, mediante prova do aproveitamento es-
ante acordo internacional, que observará o prazo colar e da matrícula.
de estada do turista fixado nesta Lei.
Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do
Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, artigo 13 só se concederá o visto se satisfizer às
por ocasião do embarque, no exterior, a documen- exigências especiais estabelecidas pelo Conselho
tação exigida, sendo responsável, no caso de irre- Nacional de Imigração e for parte em contrato de
gularidade apurada no momento da entrada, pela trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho, salvo
saída do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no no caso de comprovada prestação de serviço ao
artigo 125, item VI. Governo brasileiro.
Art. 12. O prazo de validade do visto de turista se- Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido
rá de até cinco anos, fixado pelo Ministério das ao estrangeiro que pretenda se fixar definitivamen-
Relações Exteriores, dentro de critérios de recipro- te no Brasil.
cidade, e proporcionará múltiplas entradas no Pa-
ís, com estadas não excedentes a noventa dias, Parágrafo único. A imigração objetivará, primordi-
prorrogáveis por igual período, totalizando o máxi- almente, propiciar mão-de-obra especializada aos
mo de cento e oitenta dias por ano. (Redação da- vários setores da economia nacional, visando à
da pela Lei nº 9.076, de 10/07/95) Política Nacional de Desenvolvimento em todos os
aspectos e, em especial, ao aumento da produtivi-
Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido dade, à assimilação de tecnologia e à captação de
ao estrangeiro que pretenda vir ao Brasil: recursos para setores específicos. (Redação dada
I - em viagem cultural ou em missão de estudos; pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
29
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
fixação em região determinada do território nacio- órgãos competentes dos Ministérios da Saúde, da
nal. Justiça e da Fazenda.
Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores defi- Art. 23. O transportador ou seu agente responde-
nirá os casos de concessão, prorrogação ou dis- rá, a qualquer tempo, pela manutenção e demais
pensa dos vistos diplomáticos, oficial e de corte- despesas do passageiro em viagem contínua ou
sia. do tripulante que não estiver presente por ocasião
da saída do meio de transporte, bem como pela
Art. 20. Pela concessão de visto cobrar-se-ão retirada dos mesmos do território nacional.
emolumentos consulares, ressalvados:
Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exteri-
I - os regulados por acordos que concedam gratui- or poderá afastar-se do local de entrada e inspe-
dade; ção, sem que o seu documento de viagem e o car-
II - os vistos de cortesia, oficial ou diplomático; tão de entrada e saída hajam sido visados pelo
órgão competente do Ministério da Justiça.
III - os vistos de trânsito, temporário ou de turista, (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
se concedidos a titulares de passaporte diplomáti-
co ou de serviço. Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem
prévia autorização do Ministério da Justiça, o bi-
Parágrafo único. A validade para a utilização de lhete de viagem do estrangeiro que tenha entrado
qualquer dos vistos é de 90 (noventa) dias, conta- no território nacional na condição de turista ou em
dos da data de sua concessão, podendo ser pror- trânsito.
rogada pela autoridade consular uma só vez, por
igual prazo, cobrando-se os emolumentos devi- CAPÍTULO III
dos, aplicando-se esta exigência somente a cida- Do Impedimento
dãos de países onde seja verificada a limitação
recíproca. (Redação dada pela Lei nº 12.134, de Art. 26. O visto concedido pela autoridade consu-
2009). lar configura mera expectativa de direito, podendo
a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro
Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do arti-
em cidade contígua ao território nacional, respeita- go 7º, ou a inconveniência de sua presença no
dos os interesses da segurança nacional, poder- território nacional, a critério do Ministério da Justi-
se-á permitir a entrada nos municípios fronteiriços ça.
a seu respectivo país, desde que apresente prova
de identidade. § 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País
sem recolher a multa devida em virtude desta Lei,
§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pre- não poderá reentrar sem efetuar o seu pagamen-
tenda exercer atividade remunerada ou freqüentar to, acrescido de correção monetária.
estabelecimento de ensino naqueles municípios,
será fornecido documento especial que o identifi- § 2º O impedimento de qualquer dos integrantes
que e caracterize a sua condição, e, ainda, Cartei- da família poderá estender-se a todo o grupo fami-
ra de Trabalho e Previdência Social, quando for o liar.
caso.
Art. 27. A empresa transportadora responde, a
§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anteri- qualquer tempo, pela saída do clandestino e do
or não conferem o direito de residência no Brasil, impedido.
nem autorizam o afastamento dos limites territori-
ais daqueles municípios. Parágrafo único. Na impossibilidade da saída ime-
diata do impedido ou do clandestino, o Ministério
CAPÍTULO II da Justiça poderá permitir a sua entrada condicio-
nal, mediante termo de responsabilidade firmado
Da Entrada pelo representante da empresa transportadora,
Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á que lhe assegure a manutenção, fixados o prazo
somente pelos locais onde houver fiscalização dos de estada e o local em que deva permanecer o
30
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
impedido, ficando o clandestino custodiado pelo Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido
prazo máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por documento de identidade.
igual período.
Parágrafo único. A emissão de documento de
TÍTULO III identidade, salvo nos casos de asilado ou de titu-
lar de visto de cortesia, oficial ou diplomático, está
Da Condição de Asilado sujeita ao pagamento da taxa prevista na Tabela
Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacio- de que trata o artigo 130.
nal na condição de asilado político ficará sujeito, CAPÍTULO II
além dos deveres que lhe forem impostos pelo
Direito Internacional, a cumprir as disposições da Da Prorrogação do Prazo de Estada
legislação vigente e as que o Governo brasileiro
lhe fixar. Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na con-
dição de turista, temporário ou asilado e aos titula-
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem res de visto de cortesia, oficial ou diplomático, po-
prévia autorização do Governo brasileiro. derá ser concedida a prorrogação do prazo de es-
tada no Brasil.
Parágrafo único. A inobservância do disposto nes-
te artigo importará na renúncia ao asilo e impedirá Art. 35. A prorrogação do prazo de estada do turis-
o reingresso nessa condição. ta não excederá a 90 (noventa) dias, podendo ser
cancelada a critério do Ministério da Justiça.
TÍTULO IV
Art. 36. A prorrogação do prazo de estada do titu-
Do Registro e suas Alterações lar do visto temporário, de que trata o item VII, do
artigo 13, não excederá a um ano. (Incluído pela
CAPÍTULO I
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Do Registro
CAPÍTULO III
Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de
permanente, de temporário (incisos I e de IV a VI Da Transformação dos Vistos
do art. 13) ou de asilado é obrigado a registrar-se Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13,
no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias se- incisos V e VII, poderá obter transformação do
guintes à entrada ou à concessão do asilo, e a mesmo para permanente (art. 16), satisfeitas às
identificar-se pelo sistema datiloscópico, observa- condições previstas nesta Lei e no seu Regula-
das as disposições regulamentares. (Redação da- mento. (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964,
da pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) de 09/12/81)
Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, § 1º. Ao titular do visto temporário previsto no inci-
para o efeito de registro, serão os constantes do so VII do art. 13 só poderá ser concedida a trans-
documento de viagem. formação após o prazo de dois anos de residência
Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de no País. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
cortesia, acreditado junto ao Governo brasileiro ou § 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar
cujo prazo previsto de estada no País seja superi- o disposto no artigo 18 desta Lei. (Incluído pela
or a 90 (noventa) dias, deverá providenciar seu Lei nº 6.964, de 09/12/81)
registro no Ministério das Relações Exteriores.
Art. 38. É vedada a legalização da estada de clan-
Parágrafo único. O estrangeiro titular de passapor- destino e de irregular, e a transformação em per-
te de serviço, oficial ou diplomático, que haja en- manente, dos vistos de trânsito, de turista, tempo-
trado no Brasil ao amparo de acordo de dispensa rário (artigo 13, itens I a IV e VI) e de cortesia.
de visto, deverá, igualmente, proceder ao registro (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
mencionado neste artigo sempre que sua estada
no Brasil deva ser superior a 90 (noventa) dias. Art. 39. O titular de visto diplomático ou oficial po-
derá obter transformação desses vistos para tem-
31
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
porário (artigo 13, itens I a VI) ou para permanente § 2° Os erros materiais no registro serão corrigi-
(artigo 16), ouvido o Ministério das Relações Exte- dos de ofício.
riores, e satisfeitas as exigências previstas nesta
Lei e no seu Regulamento. (Renumerado pela Lei § 3° A alteração decorrente de desquite ou divór-
nº 6.964, de 09/12/81) cio obtido em país estrangeiro dependerá de ho-
mologação, no Brasil, da sentença respectiva.
Parágrafo único. A transformação do visto oficial
ou diplomático em temporário ou permanente im- § 4° Poderá ser averbado no registro o nome
portará na cessação de todas as prerrogativas, abreviado usado pelo estrangeiro como firma co-
privilégios e imunidades decorrentes daqueles vis- mercial registrada ou em qualquer atividade profis-
tos. sional.
Art. 40. A solicitação da transformação de visto Art. 44. Compete ao Ministro da Justiça autorizar a
não impede a aplicação do disposto no artigo 57, alteração de assentamentos constantes do regis-
se o estrangeiro ultrapassar o prazo legal de esta- tro de estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
da no território nacional. (Renumerado pela Lei nº de 09/12/81)
6.964, de 09/12/81)
CAPÍTULO V
Parágrafo único. Do despacho que denegar a
Da Atualização do Registro
transformação do visto, caberá pedido de reconsi-
deração na forma definida em Regulamento. Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de
que participe estrangeiro, remeterá ao Ministério
Art. 41. A transformação de vistos de que tratam da Justiça os dados de identificação do estrangei-
os artigos 37 e 39 ficará sem efeito, se não for efe- ro e os do seu documento de identidade emitido
tuado o registro no prazo de noventa dias, conta- no Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
dos da publicação, no Diário Oficial, do deferimen- 09/12/81)
to do pedido. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81) Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anôni-
ma, a providência é obrigatória em relação ao es-
Art. 42. O titular de quaisquer dos vistos definidos trangeiro que figure na condição de administrador,
nos artigos 8°, 9°, 10, 13 e 16, poderá ter os mes- gerente, diretor ou acionista controlador. (Incluído
mos transformados para oficial ou diplomático. pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão,
CAPÍTULO IV mensalmente, ao Ministério da Justiça cópia dos
Da Alteração de Assentamentos registros de casamento e de óbito de estrangeiro.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 43. O nome do estrangeiro, constante do re-
gistro (art. 30), poderá ser alterado: (Renumerado Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) imobiliária, o proprietário, locador, sublocador ou
locatário de imóvel e o síndico de edifício remete-
I - se estiver comprovadamente errado; rão ao Ministério da Justiça, quando requisitados,
os dados de identificação do estrangeiro admitido
II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular na condição de hóspede, locatário, sublocatário ou
ao ridículo; ou morador. (Renumerado e alterado pela Lei nº
III - se for de pronunciação e compreensão difíceis 6.964, de 09/12/81)
e puder ser traduzido ou adaptado à prosódia da Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a
língua portuguesa. admissão de estrangeiro a serviço de entidade
§ 1° O pedido de alteração de nome deverá ser pública ou privada, ou a matrícula em estabeleci-
instruído com a documentação prevista em Regu- mento de ensino de qualquer grau, só se efetivará
lamento e será sempre objeto de investigação so- se o mesmo estiver devidamente registrado (art.
bre o comportamento do requerente. 30). (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
32
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Parágrafo único. As entidades, a que se refere Da Saída e do Retorno
este artigo remeterão ao Ministério da Justiça, que
dará conhecimento ao Ministério do Trabalho, Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangei-
quando for o caso, os dados de identificação do ro que pretender sair do território nacional.
estrangeiro admitido ou matriculado e comunica- (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
rão, à medida que ocorrer, o término do contrato § 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tem-
de trabalho, sua rescisão ou prorrogação, bem po, estabelecer a exigência de visto de saída,
como a suspensão ou cancelamento da matrícula quando razões de segurança interna aconselha-
e a conclusão do curso. rem a medida.
CAPÍTULO VI § 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que
Do Cancelamento e do Restabelecimento do estabelecer a exigência disporá sobre o prazo de
Registro validade do visto e as condições para a sua con-
cessão.
Art. 49. O estrangeiro terá o registro cancelado:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) § 3º O asilado deverá observar o disposto no arti-
go 29.
I - se obtiver naturalização brasileira;
Art. 51. O estrangeiro registrado como permanen-
II - se tiver decretada sua expulsão; te, que se ausentar do Brasil, poderá regressar
independentemente de visto se o fizer dentro de
III - se requerer a saída do território nacional em dois anos. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
caráter definitivo, renunciando, expressamente, ao 09/12/81)
direito de retorno previsto no artigo 51;
Parágrafo único. A prova da data da saída, para
IV - se permanecer ausente do Brasil por prazo os fins deste artigo, far-se-á pela anotação aposta,
superior ao previsto no artigo 51; pelo órgão competente do Ministério da Justiça,
V - se ocorrer a transformação de visto de que tra- no documento de viagem do estrangeiro, no mo-
ta o artigo 42; mento em que o mesmo deixar o território nacio-
nal.
VI - se houver transgressão do artigo 18, artigo 37,
§ 2º, ou 99 a 101; e Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário,
que se ausentar do Brasil, poderá regressar inde-
VII - se temporário ou asilado, no término do prazo pendentemente de novo visto, se o fizer dentro do
de sua estada no território nacional. prazo de validade de sua estada no território naci-
onal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1° O registro poderá ser restabelecido, nos ca-
sos do item I ou II, se cessada a causa do cance- Art. 53. (Suprimido pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)
lamento, e, nos demais casos, se o estrangeiro
retornar ao território nacional com visto de que TÍTULO VI
trata o artigo 13 ou 16, ou obtiver a transformação Do Documento de Viagem para Estrangeiro
prevista no artigo 39.
Art. 54. São documentos de viagem o passaporte
§ 2° Ocorrendo a hipótese prevista no item III des- para estrangeiro e o laissez-passer. (Renumerado
te artigo, o estrangeiro deverá proceder à entrega pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
do documento de identidade para estrangeiro e
deixar o território nacional dentro de 30 (trinta) di- Parágrafo único. Os documentos de que trata este
as. artigo são de propriedade da União, cabendo a
seus titulares a posse direta e o uso regular.
§ 3° Se da solicitação de que trata o item III deste
artigo resultar isenção de ônus fiscal ou financeiro, Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para
o restabelecimento do registro dependerá, sem- estrangeiro: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
pre, da satisfação prévia dos referidos encargos. 09/12/81)
TÍTULO V I - no Brasil:
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida; Art. 59. Não sendo apurada a responsabilidade do
transportador pelas despesas com a retirada do
b) a nacional de país que não tenha representa- estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela
ção diplomática ou consular no Brasil, nem repre- responder, serão as mesmas custeadas pelo Te-
sentante de outro país encarregado de protegê-lo; souro Nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no de 09/12/81)
Brasil. Art. 60. O estrangeiro poderá ser dispensado de
II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva quaisquer penalidades relativas à entrada ou esta-
de brasileiro que haja perdido a nacionalidade ori- da irregular no Brasil ou formalidade cujo cumpri-
ginária em virtude do casamento. mento possa dificultar a deportação. (Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A concessão de passaporte, no
caso da letra b, do item I, deste artigo, dependerá Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se efetivar a
de prévia consulta ao Ministério das Relações Ex- deportação, poderá ser recolhido à prisão por or-
teriores. dem do Ministro da Justiça, pelo prazo de sessen-
ta dias. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no 09/12/81)
Brasil ou no exterior, ao estrangeiro portador de
documento de viagem emitido por governo não Parágrafo único. Sempre que não for possível,
reconhecido pelo Governo brasileiro, ou não válido dentro do prazo previsto neste artigo, determinar-
para o Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de se a identidade do deportando ou obter-se docu-
09/12/81) mento de viagem para promover a sua retirada, a
prisão poderá ser prorrogada por igual período,
Parágrafo único. A concessão, no exterior, de lais- findo o qual será ele posto em liberdade, aplican-
sez-passer a estrangeiro registrado no Brasil co- do-se o disposto no artigo 73.
mo permanente, temporário ou asilado, dependerá
de audiência prévia do Ministério da Justiça. Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou
quando existirem indícios sérios de periculosidade
TÍTULO VII ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á
à sua expulsão. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
Da Deportação de 09/12/81)
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular Art. 63. Não se procederá à deportação se impli-
de estrangeiro, se este não se retirar voluntaria- car em extradição inadmitida pela lei brasileira.
mente do território nacional no prazo fixado em (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Regulamento, será promovida sua deportação.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 64. O deportado só poderá reingressar no ter-
ritório nacional se ressarcir o Tesouro Nacional,
§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que com correção monetária, das despesas com a sua
infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 37, § deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento
2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou artigo da multa devida à época, também corrigida.
105. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 2º Desde que conveniente aos interesses nacio- TÍTULO VIII
nais, a deportação far-se-á independentemente da
fixação do prazo de que trata o caput deste artigo. Da Expulsão
Art. 58. A deportação consistirá na saída compul- Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que,
sória do estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº de qualquer forma, atentar contra a segurança na-
6.964, de 09/12/81) cional, a ordem política ou social, a tranqüilidade
ou moralidade pública e a economia popular, ou
Parágrafo único. A deportação far-se-á para o país cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e
da nacionalidade ou de procedência do estrangei- aos interesses nacionais. (Renumerado pela Lei
ro, ou para outro que consinta em recebê-lo. nº 6.964, de 09/12/81)
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva
o estrangeiro que: do Tribunal a que estiver submetido o feito.
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício
permanência no Brasil; ou acolhendo solicitação fundamentada, determi-
nar a instauração de inquérito para a expulsão do
b) havendo entrado no território nacional com in- estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
fração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe 09/12/81)
for determinado para fazê-lo, não sendo aconse-
lhável a deportação; Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança
nacional, a ordem política ou social e a economia
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou popular, assim como nos casos de comércio, pos-
d) desrespeitar proibição especialmente prevista se ou facilitação de uso indevido de substância
em lei para estrangeiro. entorpecente ou que determine dependência física
ou psíquica, ou de desrespeito à proibição especi-
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da almente prevista em lei para estrangeiro, o inquéri-
República resolver sobre a conveniência e a opor- to será sumário e não excederá o prazo de quinze
tunidade da expulsão ou de sua revogação. dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsan-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) do o direito de defesa. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua
revogação far-se-á por decreto. Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo an-
terior, caberá pedido de reconsideração no prazo
Art. 67. Desde que conveniente ao interesse naci- de 10 (dez) dias, a contar da publicação do decre-
onal, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, to de expulsão, no Diário Oficial da União.
ainda que haja processo ou tenha ocorrido conde- (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
nação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81) Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne
necessária, ou que tenha o prazo desta vencido,
Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão permanecerá em liberdade vigiada, em lugar de-
ao Ministério da Justiça, de ofício, até trinta dias signado pelo Ministério da Justiça, e guardará as
após o trânsito em julgado, cópia da sentença normas de comportamento que lhe forem estabe-
condenatória de estrangeiro autor de crime doloso lecidas. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
ou de qualquer crime contra a segurança nacional, 09/12/81)
a ordem política ou social, a economia popular, a
moralidade ou a saúde pública, assim como da Parágrafo único. Descumprida qualquer das nor-
folha de antecedentes penais constantes dos au- mas fixadas de conformidade com o disposto nes-
tos. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) te artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a
qualquer tempo, poderá determinar a prisão admi-
Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos nistrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá
os documentos mencionados neste artigo, deter- a 90 (noventa) dias.
minará a instauração de inquérito para a expulsão
do estrangeiro. Art. 74. O Ministro da Justiça poderá modificar, de
ofício ou a pedido, as normas de conduta impos-
Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer tempo, tas ao estrangeiro e designar outro lugar para a
poderá determinar a prisão, por 90 (noventa) dias, sua residência. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
do estrangeiro submetido a processo de expulsão 09/12/81)
e, para concluir o inquérito ou assegurar a execu-
ção da medida, prorrogá-la por igual prazo. Art. 75. Não se procederá à expulsão:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Parágrafo único. Em caso de medida interposta
junto ao Poder Judiciário que suspenda, provisori- I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasi-
amente, a efetivação do ato expulsório, o prazo de leira; ou (Incluído incisos, alíneas e §§ pela Lei nº
prisão de que trata a parte final do caput deste 6.964, de 09/12/81)
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
II - quando o estrangeiro tiver: § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradi-
ção quando o fato constituir, principalmente, infra-
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ção da lei penal comum, ou quando o crime co-
ou separado, de fato ou de direito, e desde que o mum, conexo ao delito político, constituir o fato
casamento tenha sido celebrado há mais de 5 principal.
(cinco) anos; ou
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribu-
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja nal Federal, a apreciação do caráter da infração.
sob sua guarda e dele dependa economicamente.
§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de
§ 1º. não constituem impedimento à expulsão a considerar crimes políticos os atentados contra
adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem
supervenientes ao fato que o motivar. assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabota-
§ 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou gem, seqüestro de pessoa, ou que importem pro-
a separação, de fato ou de direito, a expulsão po- paganda de guerra ou de processos violentos para
derá efetivar-se a qualquer tempo. subverter a ordem política ou social.
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
que trata este artigo. (Redação dada pela Lei nº Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem
6.964, de 09/12/81) prévio pronunciamento do Plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedên-
Art. 80. A extradição será requerida por via diplo- cia, não cabendo recurso da decisão.
mática ou, na falta de agente diplomático do Esta- (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
do que a requerer, diretamente de Governo a Go-
verno, devendo o pedido ser instruído com a cópia Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo
autêntica ou a certidão da sentença condenatória, 81), o pedido será encaminhado ao Supremo Tri-
da de pronúncia ou da que decretar a prisão pre- bunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
ventiva, proferida por Juiz ou autoridade compe- 09/12/81)
tente. Esse documento ou qualquer outro que se
juntar ao pedido conterá indicações precisas sobre Parágrafo único. A prisão perdurará até o julga-
o local, data, natureza e circunstâncias do fato cri- mento final do Supremo Tribunal Federal, não
minoso, identidade do extraditando, e, ainda, có- sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão do-
pia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua miciliar, nem a prisão albergue.
prescrição. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará
09/12/81) dia e hora para o interrogatório do extraditando e,
§ 1º O encaminhamento do pedido por via diplo- conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado,
mática confere autenticidade aos documentos. se não o tiver, correndo do interrogatório o prazo
de dez dias para a defesa. (Renumerado pela Lei
§ 2º Não havendo tratado que disponha em con- nº 6.964, de 09/12/81)
trário, os documentos indicados neste artigo serão
acompanhados de versão oficialmente feita para o § 1º A defesa versará sobre a identidade da pes-
idioma português no Estado requerente. (Redação soa reclamada, defeito de forma dos documentos
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) apresentados ou ilegalidade da extradição.
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores re- § 2º Não estando o processo devidamente instruí-
meterá o pedido ao Ministério da Justiça, que or- do, o Tribunal, a requerimento do Procurador-
denará a prisão do extraditando colocando-o à Geral da República, poderá converter o julgamen-
disposição do Supremo Tribunal Federal. to em diligência para suprir a falta no prazo im-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) prorrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os
quais o pedido será julgado independentemente
Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordena- da diligência.
da a prisão preventiva do extraditando desde que
pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o § 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá
meio de comunicação, por autoridade competente, da data da notificação que o Ministério das Rela-
agente diplomático ou consular do Estado reque- ções Exteriores fizer à Missão Diplomática do Es-
rente. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de tado requerente.
09/12/81) Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comu-
§ 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, de- nicado através do Ministério das Relações Exterio-
verá fundamentar-se em sentença condenatória, res à Missão Diplomática do Estado requerente
auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, que, no prazo de sessenta dias da comunicação,
ou, ainda, em fuga do indiciado. deverá retirar o extraditando do território nacional.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente deve-
rá formalizar o pedido em noventa dias, na confor- Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extra-
midade do artigo 80. ditando do território nacional no prazo do artigo
anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo
§ 3º A prisão com base neste artigo não será man- de responder a processo de expulsão, se o motivo
tida além do prazo referido no parágrafo anterior, da extradição o recomendar. (Renumerado pela
nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato Lei nº 6.964, de 09/12/81)
sem que a extradição haja sido formalmente re-
querida.
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Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será
pedido baseado no mesmo fato. (Renumerado detido mediante pedido feito diretamente por via
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) diplomática, e de novo entregue sem outras for-
malidades. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo pro- 09/12/81)
cessado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por
crime punível com pena privativa de liberdade, a Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, pode-
extradição será executada somente depois da rá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsi-
conclusão do processo ou do cumprimento da pe- to, no território nacional, de pessoas extraditadas
na, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67. por Estados estrangeiros, bem assim o da respec-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) tiva guarda, mediante apresentação de documen-
tos comprobatórios de concessão da medida.
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
igualmente adiada se a efetivação da medida pu-
ser em risco a sua vida por causa de enfermidade TÍTULO X
grave comprovada por laudo médico oficial.
Dos Direitos e Deveres do Estrangeiro
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando
ainda que responda a processo ou esteja conde- Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza de
nado por contravenção. (Renumerado pela Lei nº todos os direitos reconhecidos aos brasileiros, nos
6.964, de 09/12/81) termos da Constituição e das leis. (Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o
Estado requerente assuma o compromisso: Art. 96. Sempre que lhe for exigido por qualquer
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) autoridade ou seu agente, o estrangeiro deverá
exibir documento comprobatório de sua estada
I - de não ser o extraditando preso nem processa- legal no território nacional. (Renumerado pela Lei
do por fatos anteriores ao pedido; nº 6.964, de 09/12/81)
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, Parágrafo único. Para os fins deste artigo e dos
foi imposta por força da extradição; artigos 43, 45, 47 e 48, o documento deverá ser
apresentado no original.
III - de comutar em pena privativa de liberdade a
pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à Art. 97. O exercício de atividade remunerada e a
última, os casos em que a lei brasileira permitir a matrícula em estabelecimento de ensino são per-
sua aplicação; mitidos ao estrangeiro com as restrições estabele-
cidas nesta Lei e no seu Regulamento.
IV - de não ser o extraditando entregue, sem con- (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
sentimento do Brasil, a outro Estado que o recla-
me; e Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil
ao amparo de visto de turista, de trânsito ou tem-
V - de não considerar qualquer motivo político, porário de que trata o artigo 13, item IV, bem co-
para agravar a pena. mo aos dependentes de titulares de quaisquer vis-
Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com tos temporários é vedado o exercício de atividade
as leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, remunerada. Ao titular de visto temporário de que
será feita com os objetos e instrumentos do crime trata o artigo 13, item VI, é vedado o exercício de
encontrados em seu poder. (Renumerado pela Lei atividade remunerada por fonte brasileira.
nº 6.964, de 09/12/81) (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referi- Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e
dos neste artigo poderão ser entregues indepen- ao que se encontre no Brasil na condição do artigo
dentemente da entrega do extraditando. 21, § 1°, é vedado estabelecer-se com firma indivi-
dual, ou exercer cargo ou função de administra-
Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao dor, gerente ou diretor de sociedade comercial ou
Estado requerente, escapar à ação da Justiça e civil, bem como inscrever-se em entidade fiscaliza-
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
dora do exercício de profissão regulamentada. de titular de visto de cortesia, oficial ou diplomáti-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) co.
Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do § 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo ser-
visto de que trata o inciso V do art. 13 é permitida viço se encontra o serviçal, fica responsável pela
a inscrição temporária em entidade fiscalizadora sua saída do território nacional, no prazo de 30
do exercício de profissão regulamentada. (Incluído (trinta) dias, a contar da data em que cessar o vín-
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) culo empregatício, sob pena de deportação do
mesmo.
Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de
temporário, sob regime de contrato, só poderá § 3º Ao titular de quaisquer dos vistos referidos
exercer atividade junto à entidade pela qual foi neste artigo não se aplica o disposto na legislação
contratado, na oportunidade da concessão do vis- trabalhista brasileira.
to, salvo autorização expressa do Ministério da
Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho. Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no
((Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Brasil na condição de turista ou em trânsito é proi-
bido o engajamento como tripulante em porto bra-
Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo sileiro, salvo em navio de bandeira de seu país,
18, ou do artigo 37, § 2º, para o desempenho de por viagem não redonda, a requerimento do trans-
atividade profissional certa, e a fixação em região portador ou do seu agente, mediante autorização
determinada, não poderá, dentro do prazo que lhe do Ministério da Justiça. (Renumerado pela Lei nº
for fixado na oportunidade da concessão ou da 6.964, de 09/12/81)
transformação do visto, mudar de domicílio nem
de atividade profissional, ou exercê-la fora daque- Art. 106. É vedado ao estrangeiro: (Renumerado
la região, salvo em caso excepcional, mediante pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
autorização prévia do Ministério da Justiça, ouvido I - ser proprietário, armador ou comandante de
o Ministério do Trabalho, quando necessário. navio nacional, inclusive nos serviços de navega-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) ção fluvial e lacustre;
Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a II - ser proprietário de empresa jornalística de
comunicar ao Ministério da Justiça a mudança do qualquer espécie, e de empresas de televisão e
seu domicílio ou residência, devendo fazê-lo nos de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade
30 (trinta) dias imediatamente seguintes à sua efe- proprietária dessas empresas;
tivação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81) III - ser responsável, orientador intelectual ou ad-
ministrativo das empresas mencionadas no item
Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade anterior;
diversa da constante do registro (art. 30), deverá,
nos noventa dias seguintes, requerer a averbação IV - obter concessão ou autorização para a pes-
da nova nacionalidade em seus assentamentos. quisa, prospecção, exploração e aproveitamento
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) das jazidas, minas e demais recursos minerais e
dos potenciais de energia hidráulica;
Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou
diplomático só poderá exercer atividade remunera- V - ser proprietário ou explorador de aeronave bra-
da em favor do Estado estrangeiro, organização sileira, ressalvado o disposto na legislação especí-
ou agência internacional de caráter intergoverna- fica;
mental a cujo serviço se encontre no País, ou do
Governo ou de entidade brasileiros, mediante ins- VI - ser corretor de navios, de fundos públicos,
trumento internacional firmado com outro Governo leiloeiro e despachante aduaneiro;
que encerre cláusula específica sobre o assunto.
VII - participar da administração ou representação
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
de sindicato ou associação profissional, bem como
§ 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá de entidade fiscalizadora do exercício de profissão
exercer atividade remunerada a serviço particular regulamentada;
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
canais; não se aplica ao português beneficiário do Estatu-
to da Igualdade ao qual tiver sido reconhecido o
IX - possuir, manter ou operar, mesmo como ama- gozo de direitos políticos.
dor, aparelho de radiodifusão, de radiotelegrafia e
similar, salvo reciprocidade de tratamento; e Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem-se
para fins culturais, religiosos, recreativos, benefi-
X - prestar assistência religiosa às Forças Arma- centes ou de assistência, filiarem-se a clubes soci-
das e auxiliares, e também aos estabelecimentos ais e desportivos, e a quaisquer outras entidades
de internação coletiva. com iguais fins, bem como participarem de reuni-
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se apli- ão comemorativa de datas nacionais ou aconteci-
ca aos navios nacionais de pesca. mentos de significação patriótica. (Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obriga-
ções previstos no Estatuto da Igualdade, apenas Parágrafo único. As entidades mencionadas neste
lhe é defeso: artigo, se constituídas de mais da metade de as-
sociados estrangeiros, somente poderão funcionar
a) assumir a responsabilidade e a orientação inte- mediante autorização do Ministro da Justiça.
lectual e administrativa das empresas menciona-
das no item II deste artigo; Art. 109. A entidade que houver obtido registro
mediante falsa declaração de seus fins ou que,
b) ser proprietário, armador ou comandante de depois de registrada, passar a exercer atividades
navio nacional, inclusive de navegação fluvial e proibidas ilícitas, terá sumariamente cassada a
lacustre, ressalvado o disposto no parágrafo ante- autorização a que se refere o parágrafo único do
rior; e artigo anterior e o seu funcionamento será sus-
penso por ato do Ministro da Justiça, até final jul-
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas gamento do processo de dissolução, a ser instau-
e auxiliares. rado imediatamente. (Renumerado e alterado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacio-
nal não pode exercer atividade de natureza políti- Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre
ca, nem se imiscuir, direta ou indiretamente, nos que considerar conveniente aos interesses nacio-
negócios públicos do Brasil, sendo-lhe especial- nais, impedir a realização, por estrangeiros, de
mente vedado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de conferências, congressos e exibições artísticas ou
09/12/81) folclóricas. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quais-
quer entidades de caráter político, ainda que te- TÍTULO XI
nham por fim apenas a propaganda ou a difusão,
exclusivamente entre compatriotas, de idéias, pro- Da Naturalização
gramas ou normas de ação de partidos políticos
do país de origem; CAPÍTULO I
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou con- Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência,
denação no Brasil ou no exterior por crime doloso exigindo-se apenas a estada no Brasil por trinta
a que seja cominada pena mínima de prisão, abs- dias, quando se tratar: (Renumerado pela Lei nº
tratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e 6.964, de 09/12/81)
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de
antes de atingida a maioridade e haja feito curso naturalização, será ela arquivada no órgão compe-
superior em estabelecimento nacional de ensino, tente do Ministério da Justiça, que emitirá certifica-
se requerida a naturalização até 1 (um) ano de- do relativo a cada naturalizando, o qual será sole-
pois da formatura. nemente entregue, na forma fixada em Regula-
mento, pelo juiz federal da cidade onde tenha do-
§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, micílio o interessado. (Renumerado o art. 118 para
posteriormente à naturalização, só por exceção e art. 119 e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
motivadamente será permitida, mediante autoriza-
ção do Ministro da Justiça. (Parágrafo único trans- § 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a en-
formado em § 3º pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) trega será feita pelo da Primeira Vara. (Incluído
alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante
os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido § 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em
definitivamente no território nacional, poderá, en- que tiverem domicílio os interessados, a entrega
quanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por será feita através do juiz ordinário da comarca e,
intermédio de seu representante legal, a emissão na sua falta, pelo da comarca mais próxima.
de certificado provisório de naturalização, que va- (Incluído alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
lerá como prova de nacionalidade brasileira até
dois anos depois de atingida a maioridade. § 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certifi-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) cado não for solicitado pelo naturalizando no pra-
zo de doze meses contados da data de publicação
Parágrafo único. A naturalização se tornará defini- do ato, salvo motivo de força maior, devidamente
tiva se o titular do certificado provisório, até dois comprovado. (Parágrafo único transformado em
anos após atingir a maioridade, confirmar expres- em § 3º pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
samente a intenção de continuar brasileiro, em
requerimento dirigido ao Ministro da Justiça. Art. 120. No curso do processo de naturalização,
poderá qualquer do povo impugná-la, desde que o
Art. 117. O requerimento de que trata o artigo 115, faça fundamentadamente. (Renumerado pela Lei
dirigido ao Ministro da Justiça, será apresentado, nº 6.964, de 09/12/81)
no Distrito Federal, Estados e Territórios, ao órgão
competente do Ministério da Justiça, que procede- Art. 121. A satisfação das condições previstas
rá à sindicância sobre a vida pregressa do natura- nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à
lizando e opinará quanto à conveniência da natu- naturalização. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
ralização. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
09/12/81)
CAPÍTULO II
Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente do
Dos Efeitos da Naturalização
órgão competente do Ministério da Justiça, poderá
ele determinar, se necessário, outras diligências. Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do arti-
Em qualquer hipótese, o processo deverá ser sub- go 116, só produzirá efeitos após a entrega do
metido, com parecer, ao Ministro da Justiça. certificado e confere ao naturalizado o gozo de
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) todos os direitos civis e políticos, excetuados os
que a Constituição Federal atribui exclusivamente
Parágrafo único. O dirigente do órgão competente ao brasileiro nato. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
do Ministério da Justiça determinará o arquiva- de 09/12/81)
mento do pedido, se o naturalizando não satisfi-
zer, conforme o caso, a qualquer das condições Art. 123. A naturalização não importa aquisição da
previstas no artigo 112 ou 116, cabendo reconsi- nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do
deração desse despacho; se o arquivamento for naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou se
mantido, poderá o naturalizando recorrer ao Minis- radiquem no Brasil sem que satisfaçam às exigên-
tro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de cias desta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
trinta dias contados da publicação do ato. 09/12/81)
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Art. 124. A naturalização não extingue a responsa- tório nacional. (Redação dada pela Lei nº 6.964,
bilidade civil ou penal a que o naturalizando esta- de 09/12/81)
va anteriormente sujeito em qualquer outro país.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) VII - empregar ou manter a seu serviço estrangei-
ro em situação irregular ou impedido de exercer
TÍTULO XII atividade remunerada:
Das Infrações, Penalidades e seu Procedimen- Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de
to Referência, por estrangeiro.
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Re- XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107:
ferência, por dia de excesso, até o máximo de 10
(dez) vezes o Maior Valor de Referência, e depor- Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expul-
tação, caso não saia no prazo fixado. são.
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Re- Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o
ferência, por dia de excesso, até o máximo de 10 infrator for estrangeiro, expulsão.
(dez) vezes o Maior Valor de Referência. XIII - fazer declaração falsa em processo de trans-
IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos 96, formação de visto, de registro, de alteração de as-
102 e 103: sentamentos, de naturalização, ou para a obten-
ção de passaporte para estrangeiro, laissez-
Pena: multa de duas a dez vezes o Maior Valor de passer, ou, quando exigido, visto de saída:
Referência.
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o
V - deixar a empresa transportadora de atender à infrator for estrangeiro, expulsão.
manutenção ou promover a saída do território na-
cional do clandestino ou do impedido (artigo 27): XIV - infringir o disposto nos artigos 45 a 48:
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o Maior
Referência, por estrangeiro. Valor de Referência.
VI - transportar para o Brasil estrangeiro que este- XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64:
ja sem a documentação em ordem: Pena: deportação e na reincidência, expulsão.
Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de XVI - infringir ou deixar de observar qualquer dis-
Referência, por estrangeiro, além da responsabili- posição desta Lei ou de seu Regulamento para a
dade pelas despesas com a retirada deste do terri- qual não seja cominada sanção especial:
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Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o Maior § 2º O Ministro das Relações Exteriores fica auto-
Valor de Referência. rizado a aprovar, mediante Portaria, a revisão dos
valores dos emolumentos consulares, tendo em
Parágrafo único. As penalidades previstas no item conta a taxa de câmbio do cruzeiro-ouro com as
XI, aplicam-se também aos diretores das entida- principais moedas de livre convertibilidade.
des referidas no item I do artigo 107.
Art. 132. Fica o Ministro da Justiça autorizado a
Art. 126. As multas previstas neste Capítulo, nos instituir modelo único de Cédula de Identidade pa-
casos de reincidência, poderão ter os respectivos ra estrangeiro, portador de visto temporário ou
valores aumentados do dobro ao quíntuplo. permanente, a qual terá validade em todo o territó-
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) rio nacional e substituirá as carteiras de identidade
em vigor. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
CAPÍTULO II
09/12/81)
Do Procedimento para Apuração das Infrações
Parágrafo único. Enquanto não for criada a cédula
Art. 127. A infração punida com multa será apura- de que trata este artigo, continuarão válidas:
da em processo administrativo, que terá por base
o respectivo auto, conforme se dispuser em Regu- I - as Carteiras de Identidade emitidas com base
lamento. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de no artigo 135 do Decreto n. 3.010, de 20 de agos-
09/12/81) to de 1938, bem como as certidões de que trata o
§ 2º, do artigo 149, do mesmo Decreto; e
Art. 128. No caso do artigo 125, itens XI a XIII, ob-
servar-se-á o Código de Processo Penal e, nos II - as emitidas e as que o sejam, com base no
casos de deportação e expulsão, o disposto nos Decreto-Lei n. 670, de 3 de julho de 1969, e nos
artigos 57, § 1º, e 60, § 2°, do Decreto n. 66.689,
Títulos VII e VIII desta Lei, respectivamente.
de 11 de junho de 1970.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 133. (Revogado pela Lei nº 7.180, de
TÍTULO XII
20.12.1983)
Disposições Gerais e Transitórias
Art. 134. Poderá ser regularizada, provisoriamen-
Art 128. (Revogado pela Lei nº 8.422, de te, a situação dos estrangeiros de que trata o arti-
13/05/92) go anterior. (Incluído pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 129. (Revogado pela Lei nº 8.422, de
13/05/92) § 1º. Para os fins deste artigo, fica instituído no
Ministério da Justiça o registro provisório de es-
Art. 130. O Poder Executivo fica autorizado a fir- trangeiro.
mar acordos internacionais pelos quais, observado
o princípio da reciprocidade de tratamento a brasi- § 2º. O registro de que trata o parágrafo anterior
leiros e respeitados a conveniência e os interes- implicará na expedição de cédula de identidade,
ses nacionais, estabeleçam-se as condições para que permitirá ao estrangeiro em situação ilegal o
a concessão, gratuidade, isenção ou dispensa dos exercício de atividade remunerada e a livre loco-
vistos estatuídos nesta Lei. (Renumerado pela Lei moção no território nacional.
nº 6.964, de 09/12/81)
§ 3º. O pedido de registro provisório deverá ser
Art. 131. Fica aprovada a Tabela de Emolumentos feito no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar
Consulares e Taxas que integra esta Lei. da data de publicação desta Lei.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) -
(Vide Decreto-Lei nº 2.236, de 23.01.1985) § 4º. A petição, em formulário próprio, será dirigida
ao órgão do Departamento de Polícia mais próxi-
§ 1º Os valores das taxas incluídas na tabela terão mo do domicílio do interessado e instruída com
reajustamento anual na mesma proporção do coe- um dos seguintes documentos:
ficiente do valor de referências.
I - cópia autêntica do passaporte ou documento
equivalente;
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
II - certidão fornecida pela representação diplomá- nº 66.689, de 11 de junho de 1970. (Renumerado
tica ou consular do país de que seja nacional o o art. 135 para art. 137e alterado pela Lei nº
estrangeiro, atestando a sua nacionalidade; 6.964, de 09/12/81)
III - certidão do registro de nascimento ou casa- Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
mento; aplica aos processos de naturalização, sobre os
quais incidirão, desde logo, as normas desta Lei.
IV - qualquer outro documento idôneo que permita (Alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
à Administração conferir os dados de qualificação
do estrangeiro. Art. 138. Aplica-se o disposto nesta Lei às pesso-
as de nacionalidade portuguesa, sob reserva de
§ 5º. O registro provisório e a cédula de identida- disposições especiais expressas na Constituição
de, de que trata este artigo, terão prazo de valida- Federal ou nos tratados em vigor. (Incluído pela
de de dois anos improrrogáveis, ressalvado o dis- Lei nº 6.964, de 09/12/81)
posto no parágrafo seguinte.
Art. 139. Fica o Ministro da Justiça autorizado a
§ 6º. Firmados, antes de esgotar o prazo previsto delegar a competência, que esta lei lhe atribui,
no § 5º. os acordos bilaterais, referidos no artigo para determinar a prisão do estrangeiro, em caso
anterior, os nacionais dos países respectivos de- de deportação, expulsão e extradição. (Incluído
verão requerer a regularização de sua situação, pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
no prazo previsto na alínea c, do item II do art.
133. Art. 140. Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação. (Desmembrado pela Lei nº 6.964, de
§ 7º. O Ministro da Justiça instituirá modelo espe- 09/12/81)
cial da cédula de identidade de que trata este arti-
go. Art. 141. Revogadas as disposições em contrário,
especialmente o Decreto-Lei nº 406, de 4 de maio
Art. 135. O estrangeiro que se encontre residindo de 1938; artigo 69 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3
no Brasil na condição prevista no artigo 26 do De- de outubro de 1941; Decreto-Lei nº 5.101, de 17
creto-Lei n. 941, de 13 de outubro de 1969, deve- de dezembro de 1942; Decreto-Lei nº 7.967, de 18
rá, para continuar a residir no território nacional, de setembro de 1945; Lei nº 5.333, de 11 de outu-
requerer permanência ao órgão competente do bro de 1967; Decreto-Lei nº 417, de 10 de janeiro
Ministério da Justiça dentro do prazo de 90 de 1969; Decreto-Lei nº 941, de 13 de outubro de
(noventa) dias improrrogáveis, a contar da data da 1969; artigo 2° da Lei nº 5.709, de 7 de outubro de
entrada em vigor desta Lei. (Renumerado pela Lei 1971, e Lei nº 6.262, de 18 de novembro de 1975.
nº 6.964, de 09/12/81) (Desmembrado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Independerá da satisfação das Brasília, 19 de agosto de 1980; 159º da Indepen-
exigências de caráter especial referidas no artigo dência e 92º da República.
17 desta Lei a autorização a que alude este artigo.
JOÃO FIGUEIREDO
Art. 136. Se o estrangeiro tiver ingressado no Bra-
sil até 20 de agosto de 1938, data da entrada em Ibrahim Abi-Ackel
vigor do Decreto n. 3.010, desde que tenha manti-
do residência contínua no território nacional, a par- R. S. Guerreiro
tir daquela data, e prove a qualificação, inclusive a Angelo Amaury Stábile
nacionalidade, poderá requerer permanência ao
órgão competente do Ministério da Justiça, obser- Murilo Macêdo
vado o disposto no parágrafo único do artigo ante-
rior. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Waldyr Mendes Arcoverde
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
ANEXO - Pedido de registro de sociedade: Cr$ 2.000,00
(dois mil cruzeiros).
Tabela de Emolumentos e Taxas
- Pedido de naturalização: Cr$ 1.000,00 (hum
(Art. 131 da Leí n ° 6.815, de 19 de agosto de mil cruzeiros).
1980)
- Pedido de certidão: Cr$ 600,00 (seiscentos
(Vide Decreto-Lei nº 2.236, de 23.01.1985) cruzeiros) por ato a certificar.
I - Emolumentos Consulares - Pedido de visto em contrato de trabalho: Cr$
- Concessão de passaporte e "lassez-passer" 2.000,00 (dois mil cruzeiros).
para estrangeiro: Cr$ 15,00 (quinze cruzeiros) ou- - Emissão de documento de identidade (artigos
ro. 33 e 132): Primeira via - 1,0 (um) maior valor de
- Visto em passaporte estrangeiro: referência; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
2.236, 23.1.1985)
visto de trânsito: Cr$ 5,00 (cinco cruzeiros) ouro.
Outras vias - 1,5 (um e meio) maior valor de
visto de turista: Cr$ 5,00 (cinco cruzeiros) ouro. referência;
visto temporário: Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) ouro. Substituição - 0,6 (seis décimos) do maior
valor de referência.
visto permanente: Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) ouro.
- Pedido de reconsideração de despacho e re-
II - Taxas curso: o dobro da taxa devida no pedido inicial.
- Pedido de visto de saída: Cr$ 300,00
(trezentos cruzeiros).
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Tortura
Espécies
Terrorismo
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes
crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, con- afins
sumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº
8.930, de 1994)
Tortura (Lei nº9455/1997) Art.1º, I
I - homicídio (art. 121), quando praticado em ativi-
dade típica de grupo de extermínio, ainda que Sujeito Ativo
cometido por um só agente, e homicídio qualifica-
do (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído Crime Comum: qualquer pessoa capaz.
pela Lei nº 8.930, de 1994)
Sujeito sendo agente público a pena é au-
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluí- mentada em um sexto a um terço.
do pela Lei nº 8.930, de 1994)
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Nestes casos a pena é aumentada de um de extrema e comprovada necessidade. (Incluído
sexto a um terço. pela Lei nº 11.464, de 2007)
Provocar ação ou omissão de caráter crimi- Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o
noso; seguinte inciso:
48
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Pena - reclusão, de seis a dez anos. rágrafo único, todos do Código Penal, são acresci-
das de metade, respeitado o limite superior de trin-
Art. 214. ............................................................... ta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer
Pena - reclusão, de seis a dez anos. das hipóteses referidas no art. 224 também do
Código Penal.
........................................................................
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro
Art. 223. ............................................................... de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo
único, com a seguinte redação:
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
"Art. 35. ................................................................
Parágrafo único.
........................................................ Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste
capítulo serão contados em dobro quando se tra-
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. tar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."
........................................................................ Art. 11. (Vetado).
Art. 267. ............................................................... Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
blicação.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
........................................................................
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independên-
Art. 270. ...............................................................
cia e 102º da República.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
FERNANDO COLLOR
......................................................................."
Bernardo Cabral
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido
Este texto não substitui o publicado no DOU de
o seguinte parágrafo:
26.7.1990
"Art. 159. ..............................................................
........................................................................
Crimes Hediondos - Questões Comentadas
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou ban-
(CESPE / TJ-DF / ANALISTA JUDICIÁRIO/
do, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facili-
ÁREA JUDICIÁRIA / 2008)
tando a libertação do seqüestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços." 01. O crime de homicídio é considerado hediondo
quando praticado em atividade típica de grupo de
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pe-
extermínio, ainda que cometido por um só agente,
na prevista no art. 288 do Código Penal, quando
e quando for qualificado.
se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou COMENTÁRIO: Correto. De acordo com o art. 1º,
terrorismo. inciso I da Lei nº 8.072/1990: “I - homicídio (art.
121), quando praticado em atividade típica de gru-
Parágrafo único. O participante e o associado que
po de extermínio, ainda que cometido por um só
denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, pos-
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II,
sibilitando seu desmantelamento, terá a pena re-
III, IV e V)” GABARITO DEFINITIVO: C
duzida de um a dois terços.
Homicídio qualificado encontrado no art. 121, §
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes
2o, I, II, III, IV e V do CP, que são:
capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, ca-
put e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combi- mediante paga ou promessa de recompen-
nação com o art. 223, caput e parágrafo único, sa, ou por outro motivo torpe;
214 e sua combinação com o art. 223, caput e pa-
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
por motivo fútil; Se do fato resulta lesão corporal de natureza gra-
ve;
com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou Se resulta a morte.
cruel, ou de que possa resultar perigo co-
mum; Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º): Constranger
alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
à traição, de emboscada, ou mediante dis- ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
simulação ou outro recurso que dificulte ou com ele se pratique outro ato libidinoso:
torne impossível a defesa do ofendido;
Se da conduta resulta lesão corporal de
para assegurar a execução, a ocultação, a natureza grave ou se a vítima é menor de
impunidade ou vantagem de outro crime. 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos;
sem registro, quando exigível, no órgão de COMENTÁRIO: Errado. De acordo com o art. 2º e
vigilância sanitária competente; inciso I da Lei nº 8.072/1990: “Art. 2º Os crimes
hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
em desacordo com a fórmula constante do entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
registro previsto no inciso anterior;
insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto.” GA-
sem as características de identidade e qua- BARITO DEFINITIVO: E
lidade admitidas para a sua comercializa-
07. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
ção; tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
com redução de seu valor terapêutico ou terrorismo são insuscetíveis apenas de anistia e
de sua atividade; graça. (CESPE /
(SEJUS-ES / AGENTE PENITENCIÁRIO / 2009) 10. A progressão de regime, no caso dos conde-
nados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á
08. De acordo com a Lei n.º 8.072/1990, são cri- após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena,
mes hediondos, entre outros, o latrocínio, a extor- se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos),
são mediante sequestro, a tortura, o tráfico ilícito se reincidente.
de drogas e o estupro.
COMENTÁRIO: Correto. Literalidade do art. 2º do
COMENTÁRIO: Errado. Pois os crimes de tortura, §2º da Lei 8.072/1990: “§2º A progressão de regi-
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o me, no caso dos condenados aos crimes previstos
terrorismo, são equiparados aos crimes hedion- neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5
dos, e não crimes hediondos propriamente ditos, (dois quintos) da pena, se o apenado for primário,
como podemos observar no art. 2º da Lei º e de 3/5 (três quintos), se reincidente.” GABARI-
8.072/1990: “Art. 2º Os crimes hediondos, a práti- TO DEFINITIVO: C
ca da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e o terrorismo (…).” GABARITO DE-
FINITIVO: E (CESPE / TJ-DF / ANALISTA JUDICIÁRIO/
1ª JURISPRUDÊNCIA: ASSOCIAÇÃO PARA O ÁREA JUDICIÁRIA / 2008)
TRÁFICO. Crime hediondo. Caracterização. Au-
11. A pena por crime hediondo deve ser cumprida
sência de previsão legal. Impossibilidade.- O crime em regime inicialmente fechado, podendo o con-
de associação para o tráfico não se equipara a denado progredir de regime após o cumprimento
delito hediondo porque inexiste previsão legal nes- de dois quintos da pena, se for primário, e de três
te sentido, eis que, consoante se infere da Lei nº quintos da pena, se for reincidente.
8.072, de 1990, são equiparados a crimes hedion-
dos somente o tráfico ilícito de entorpecentes e COMENTÁRIO: Correto. Está de acordo com o
drogas afins, a tortura e o terrorismo, não se po- parágrafo 2º do art. 2º da Lei nº 8.072/1990: “§2º A
dendo abarcar neste rol as infrações penais que a progressão de regime, no caso dos condenados
lei não elencou explicitamente.8.072 aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
(707106520118260000 SP 0070710- cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o
65.2011.8.26.0000, Relator: João Morenghi, Data apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
de Julgamento: 25/05/2011, 12ª Câmara de Direito reincidente.” GABARITO DEFINITIVO: C
Criminal, Data de Publicação: 09/06/2011)
Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
fundamentadamente se o réu poderá apelar em
liberdade. A prisão temporária, sobre a qual dis-
(ADAPATADA / OAB-SP / EXAME DE ORDEM põe a Lei nº 7.960 de 1989, nos crimes: Art. 2º, §
3 / PRIMEIRA FASE / CESPE / 2008) 09. A nova 4o hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
Lei dos Crimes Hediondos afasta a obrigatorieda- de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo,
de de cumprimento de pena em regime integral- terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual
mente fechado. período em caso de extrema e comprovada ne-
COMENTÁRIO: Correto. Está de acordo com a cessidade. A União manterá estabelecimentos pe-
legislação acerca de crimes hediondos. Art. 2º, § nais, de segurança máxima, destinados ao cum-
2o A progressão de regime, no caso dos condena- primento de penas impostas a condenados de alta
dos aos crimes: hediondos, a prática da tortura, o periculosidade, cuja permanência em presídios
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o estaduais ponha em risco a ordem ou incolumida-
terrorismo, dar-se-á após o cumprimento de dois de pública.
quintos da pena, se o apenado for primário, e de
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Lei n.º 8.072/1990 e alterações - à pena definitiva
de nove anos de reclusão em regime fechado e
(CESPE / SIMULADO / 2012) multa. Nessa situação hipotética, considerada a
simples hediondez do delito em questão, de acor-
12. A União manterá estabelecimentos penais, de
segurança máxima, destinados ao cumprimento do com jurisprudência prevalecente no STJ e no
de penas impostas a condenados de alta periculo- STF, os processos penais em andamento devem
sidade, cuja permanência em presídios estaduais ser considerados maus antecedentes para fins de
ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. fixação da pena-base acima do mínimo legal, in-
dependentemente de fundamentação específica
COMENTÁRIO: Correto. Literalidade do art. 3º da pelo juízo da condenação.
Lei: “Art. 3º A União manterá estabelecimentos
penais, de segurança máxima, destinados ao COMENTÁRIO: Correto. PENAL. HABEAS COR-
cumprimento de penas impostas a condenados de PUS. ART. 33, CAPUT, DA LEI Nº 11.343/06. PE-
alta periculosidade, cuja permanência em presí- NA-BASE FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
dios estaduais ponha em risco a ordem ou incolu- FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. CAUSA DE
DIMINUIÇÃO DO ART. 33, § 4º. PREENCHIMEN-
midade pública.” GABARITO DEFINITIVO: C
TO DOS REQUISITOS LEGAIS. FLAGRANTE
(ADAPATADA / PC-ES / ESCRIVÃO DE POLÍ- ILEGALIDADE NA FIXAÇÃO DO REGIME PRISI-
CIA / CESPE / 2011) ONAL. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO
ART. 2º DA LEI Nº 8.072/90 (REDAÇÃO ORIGI-
13. É relevante a existência, ou não, de funda- NAL) DECLARADA PELO STF. CRIME COMETI-
mentação cautelar para a prisão em flagrante por DO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.464/07.
crimes hediondos ou equiparados. REGIME ABERTO. CONCESSÃO DE OFÍ-
CIO.3311.343§ 1º2º8.07211.464I - (…) IV - Ou-
COMENTÁRIO: Errado. Na verdade de acordo
trossim, em respeito ao princípio da presunção de
com a jurisprudência é irrelevante a existência de
inocência, processo em andamento não pode ser
fundamentação cautelar, como vemos: HABEAS
considerado como maus antecedentes para exa-
CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRÁ-
cerbação da pena-base (Precedentes do Pretório
FICO DE DROGAS. SUPERVENIÊNCIA DA SEN-
Excelso e do STJ). (…) Relator: Ministro FELIX
TENÇA CONDENATÓRIA: QUESTÃO NÃO-
FISCHER, Data de Julgamento: 16/06/2009, T5 -
PREJUDICADA. LIBERDADE PROVISÓRIA:
QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe
INADMISSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. (...)
08/09/2009) GABARITO DEFINITIVO: C
4. Irrelevância da existência, ou não, de funda-
mentação cautelar para a prisão em flagrante por
crimes hediondos ou equiparados: Precedentes. 5.
Licitude da decisão proferida com fundamento no
art. 5º, inc. XLIII, da Constituição da República, e
no art. 44 da Lei n. 11.343/06, que a jurisprudên-
cia deste Supremo Tribunal considera suficiente
para impedir a concessão de liberdade provisória.
Ordem denegada. 5ºXLIII Constituição 4411.343
(93229 SP , Relator: CÁRMEN LÚCIA, Data de
Julgamento: 01/04/2008, Primeira Turma, Data de
Publicação: DJe-074 DIVULG 24-04-2008 PUBLIC
25-04-2008 EMENT VOL-02316-06 PP-01302)
GABARITO DEFINITIVO: E
53
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
NOÇÕES DE ADMNISTRAÇÃO
A Teoria Geral da Administração (TGA) começou
dando ênfase às tarefas, com a Administração
Científica de Taylor.
54
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
te de imigrantes europeus e asiáticos que chega- de qualidade, acidentes, doenças e aumento da
vam aos Estados Unidos fugidos das guerras. rotatividade de pessoal;
Taylor tinha dois grandes problemas: a ineficiência
· Divisão do trabalho e especialização do operário;
das indústrias e os altos custos de produção.
· Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é
Os primeiros estudos desenvolvidos por Taylor em
especificar o conteúdo de tarefas de uma função,
relação ao desenvolvimento de pessoal e seus
como executar e as relações com os demais car-
resultados acreditavam que oferecendo instruções
gos existentes;
sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou
seja, treinando-os, haveria possibilidade de fazê- · Incentivos salariais e prêmios por produtividade;
los produzir mais e com melhor qualidade. · Condições de trabalho: O conforto do operário e
Em relação ao planejamento a atuação dos pro- o ambiente físico ganham valor, não porque as
cessos: achava que todo e qualquer trabalho ne- pessoas merecessem, mas porque são essenciais
cessita, preliminarmente, de um estudo para que para o ganho de produtividade;
seja determinada uma metodologia própria visan- · Padronização: aplicação de métodos científicos
do sempre o seu máximo desenvolvimento. para obter a uniformidade e reduzir os custos;
Em relação à produtividade e à participação dos · Supervisão funcional: os operários eram supervi-
recursos humanos: foi estabelecida a co- sionados por pessoas especializadas, e não por
participação entre o capital e o trabalho, cujo re- uma autoridade centralizada;
sultado refletiu em menores custos, salários mais
elevados e, principalmente, em aumentos de ní- · Homem econômico: o homem é motivável por
veis de produtividade. recompensas salariais, econômicas e materiais; e
Em relação ao autocontrole das atividades desen- · A empresa era vista como um sistema fechado,
volvidas e às normas procedimentais: introduziu o isto é, os indivíduos não recebiam influências ex-
controle com o objetivo de o trabalho ser executa- ternas. O sistema fechado é mecânico, previsível
do de acordo com uma seqüência e um tempo pré e determinístico.
-programados, de modo a não haver desperdícios
operacionais. Inseriu, também, a supervisão funci-
Princípios da Administração Científica:
onal, estabelecendo que todas as fases de um
trabalho deviam ser acompanhadas de modo a Taylor pretendia definir princípios científicos para
verificar se as operações estavam sendo desen- a administração das empresas. Tinha por objetivo
volvidas em conformidades com as instruções pro- resolver os problemas que resultam das relações
gramadas. Finalmente, apontou que estas instru- entre os operários, como conseqüência modificam
ções programadas deviam, sistematicamente, ser -se as relações humanas dentro da empresa, o
transmitidas a todos os empregados. bom operário não discute as ordens, nem as ins-
truções, faz o que lhe mandam fazer.
Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho
dos operários. Sua teoria seguiu um caminho de
baixo para cima, e das partes para o todo; dando Os quatro princípios fundamentais da Adminis-
ênfase à tarefa. Para ele a administração tinha tração Científica são:
que ser tratada como ciência.
1. Princípio do planejamento
O Princípio do Planejamento é um dos quatro prin-
Organização Racional do Trabalho (ORT):
cípos da Administração Científica segundo Frede-
Análise do trabalho e estudo dos tempos e movi- rick Winslow Taylor. Consiste em substituir o crité-
mentos: objetivava a isenção de movimentos inú- rio individual do operário, a improvisação e o em-
teis, para que o operário executasse de forma pirismo por métodos planejados e testados.
mais simples e rápida a sua função, estabelecen-
do um tempo médio; 2. Princípio da preparação dos trabalhadores
· Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o O Princípio da preparação dos trabalhadores é
trabalhador à diminuição da produtividade e perda um dos quatro princípos da Administração Cientí-
fica segundo Frederick Winslow Taylor.
55
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Consiste em selecionar cientificamente os traba- desenvolvimento denominado pós-fordismo ou
lhadores de acordo com suas aptidões, prepará- modelo flexível (toyotismo), baseado na tecnologia
los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de da informação.
acordo com o método planejado, e em preparar
máquinas e equipamentos em um arranjo físico e Princípios fordistas:
disposição racional. Pressupõe o estudo das tare- Princípio de intensificação: diminuição do tempo
fas ou dos tempos e movimentos e a Lei da fadi- de produção e rápida colocação do produto no
ga. mercado.
56
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
mentados, a mão-de-obra não podia ser especiali-
zada em funções únicas e restritas como a fordis-
Teoria Clássica da Administração
ta. Para atingir esse objetivo os japoneses investi-
ram na educação e qualificação de seu povo e o A Teoria Clássica da Administração foi idealizada
toyotismo, em lugar de avançar na tradicional divi- por Henri Fayol e caracteriza-se pela ênfase na
são do trabalho, seguiu também um caminho in- estrutura organizacional, pela visão do Homem
verso, incentivando uma atuação voltada para o Econômico e pela busca da máxima eficiência.
enriquecimento do trabalho. Sofreu críticas como a manipulação dos trabalha-
· Implantação de sistemas de controle de qualida- dores através dos incentivos materiais e salariais
de total, onde através da promoção de palestras e a excessiva unidade de comando e responsabili-
de grandes especialistas norte-americanos, difun- dade.
diu-se um aprimoramento do modelo norte- Paralelamente aos estudos de Frederick Winslow
americano, onde, ao se trabalhar com pequenos Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhan-
lotes e com matérias-primas muito caras, os japo- tes na Europa, baseado em sua experiência na
neses de fato buscaram a qualidade total. Se, no alta administração. Enquanto os métodos de Tay-
sistema fordista de produção em massa, a quali- lor eram estudados por executivos europeus, os
dade era assegurada através de controles amos- seguidores da Administração Científica não deixa-
trais em apenas pontos do processo produtivo, no ram de ignorar a obra de Fayol quando a mesma
toyotismo, o controle de qualidade se desenvolve foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na di-
por meio de todos os trabalhadores em todos os fusão generalizada das idéias de Fayol fez
pontos do processo produtivo.
com que grandes contribuintes do pensamento
· Sistema just in time que se caracteriza pela mini- administrativo desconhecessem seus princípios.
mização dos estoques necessários à produção de
um extenso leque de bens, com um planejamento
de produção dinâmico. Como indicado pelo pró- Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem
prio nome, o objetivo final seria produzir um bem ser estudados de forma complementar aos de
no exato momento em que for demandado. Taylor:
O Japão desenvolveu um elevado padrão de qua- · Divisão do Trabalho - Especialização dos funcio-
lidade que permitiu a sua inserção nos lucrativos nários desde o topo da hierarquia até os operários
mercados dos países centrais e, ao buscar a pro-
da fábrica, favorecendo a eficiência da produção e
dutividade com a manutenção da flexibilidade, o
aumentando a produtividade.
toyotismo se complementava naturalmente com a
automação flexível. · Autoridade e Responsabilidade - Autoridade é o
direito dos superiores darem ordens que
A partir de meados da década de 1970, as empre-
sas toyotistas assumiriam a supremacia produtiva teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade
e econômica, principalmente pela sua sistemática é a contrapartida da autoridade.
produtiva que consistia em produzir bens peque- · Unidade de Comando - Um funcionário deve re-
nos, que consumissem pouca energia e matéria- ceber ordens de apenas um chefe, evitando con-
prima, ao contrário do padrão norte-americano. traordens.
Com o choque do petróleo e a conseqüente queda
no padrão de consumo, os países passaram a de- · Unidade de Direção - O controle único é possibi-
mandar uma série de produtos que não tinham litado com a aplicação de um plano para grupo de
capacidade, e, a princípio, nem interesse em pro- atividades com os mesmos objetivos.
duzir, o que favoreceu o cenário para as empresas · Disciplina - Necessidade de estabelecer regras
japonesas toyotistas. A razão para esse fato foi de conduta e de trabalho válidas pra todos os fun-
que devido à crise, o aumento da produtividade, cionários. A ausência de disciplina gera o caos na
embora continuasse importante, perdeu espaço organização.
para fatores como a qualidade e a diversidade de
· Prevalência dos Interesses Gerais - Os interes-
produtos para melhor atendimento dos consumi-
ses gerais da organização devem prevalecer so-
dores.
bre os interesses individuais.
57
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
· Remuneração - Deve ser suficiente para garantir Determinou também as Funções Administrati-
a satisfação dos funcionários e da própria vas, que segundo ele seriam:
organização. · Prever - Estabelece os objetivos da empresa,
especificando a forma como eles serão alcança-
· Centralização - As atividades vitais da organiza-
dos. Parte de uma sondagem do futuro, desenvol-
ção e sua autoridade devem ser centralizadas.
vendo um plano de ações para atingir as metas
· Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura traçadas. É a primeira das funções, já que servirá
hierárquica, respeitando a risca uma linha de auto- de base diretora à operacionalização das outras
ridade fixa. funções; ou seja, ter visão de futuro, prever acon-
· Ordem - Deve ser mantida em toda organização, tecimentos futuros que pudessem interferir nos
preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa interesses da organização;
em seu lugar. · Organizar - É a forma de coordenar todos os
· Eqüidade - A justiça deve prevalecer em toda recursos da empresa, sejam humanos, financeiros
organização, justificando a lealdade e a devoção ou materiais, alocando-os da melhor forma segun-
de cada funcionário da empresa. do o planejamento estabelecido; ou seja, por em
ordem;
· Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade
alta tem conseqüências negativas sobre · Comandar - Faz com que os subordinados exe-
cutem o que deve ser feito; pressupõe que as rela-
desempenho da empresa e o moral dos funcioná- ções hierárquicas estejam claramente definidas,
rios. ou seja, que a forma como administradores e su-
· Iniciativa - Deve ser entendida como a capacida- bordinados se influenciam esteja explícita, assim
de de estabelecer um plano e cumpri-lo. como o grau de participação e colaboração de ca-
da um para a realização dos objetivos definidos;
· Espírito de Equipe - O trabalho deve ser conjun-
fazer com que as coisas sejam executadas de
to, facilitado pela comunicação dentro da equipe.
acordo com o que foi decidido;
Os
· Coordenar - A implantação de qualquer planeja-
integrantes de um mesmo grupo precisam ter
mento seria inviável sem a coordenação das atitu-
consciência de classe, para que defendam seus
des e esforços de toda a empresa, almejando as
propósitos. metas traçadas.
· Controlar - Controlar é estabelecer padrões e
Fayol estabeleceu as Funções Básicas da em- medidas de desempenho que permitam assegurar
presa, a seguir: que as atitudes empregadas sejam as mais com-
patíveis com o que a empresa espera. O controle
· Técnica – aquilo para o qual a empresa existe, o das atividades desenvolvidas permite maximizar a
que ela faz, o que ela sabe fazer; probabilidade de que tudo ocorra conforme as re-
· Comercial – compra, venda e troca de mercado- gras estabelecidas e ditadas.
rias e serviços;
· Financeira – aplicação dos recursos com o obje- Considerações sobre a Teoria Clássica:
tivo de aumentar a riqueza da empresa;
· Obsessão pelo Comando - Tendo como ética a
· Contábil – fiscalizar e controlar os atos da em- visão da empresa a partir da gerência administrati-
presa (balanços, relatórios, inventários, etc) va, Fayol focou seus estudos na unidade do co-
· Segurança – manutenção e segurança dos ope- mando, autoridade e na responsabilidade. Em fun-
rários e do patrimônio da empresa; ção disso, ser visto como obcecado pelo coman-
do;
· Administrativa – responsável pelo controle e ope-
racionalização das demais. · A Empresa como Sistema Fechado - A partir do
momento em que o planejamento é definido como
sendo a pedra angular da gestão empresarial,
58
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
sendo difícil imaginar que a organização seja vista havia um ambiente amistoso; não havia temor ao
como uma parte isolada do ambiente; supervisor; as moças faziam amizades entre si; e,
o grupo desenvolveu objetivos comuns.
· Manipulação dos Trabalhadores - Bem como a
Administração Científica, fora tachada de tenden-
ciosa, desenvolvendo princípios que buscavam
3ª - Os pesquisadores passam a estudar as rela-
explorar os trabalhadores.
ções humanas. No grupo de controle as moças
consideravam humilhante a atitude da supervisão
(vigilante e constrangedora).
Abordagem Humanística da Administração
Teoria das Relações Humanas
Em 1928, teve início o Programa de Entrevistas
A Escola de Relações Humanas ou Teoria de Re- com o objetivo de conhecer a atitude e os senti-
lações Humanas possuía foco no comportamento mentos dos empregados,além de ouvir suas opini-
humano; ou seja, volta-se para a importância do ões e sugestões.
indivíduo e em como a organização é parte dele e
vice-versa. Vários autores, psicólogos em sua
maioria, escreveram importantes trabalhos sobre o Conclusões da Experiência:
homem e a sua relação com as organizações, 1. O nível de produção é resultante da integração
mas a Teoria das Relações Humanas somente se social;
consolidou com George Elton Mayo que liderou
uma pesquisa sobre a possível influência dos fato- 2. Comportamento social dos empregados;
res ambientais sobre a produtividade do indivíduo, 3. Recompensas e sanções sociais;
chamada de experiência de Hawthorne, que se
4. Grupos informais;
tornou marco para este período. Esta experiência
foi realizada na Western Eletric Company, locali- 5. Relações humanas;
zada no bairro de Hawthorne, em Chicago nos 6. Importância do conteúdo do cargo; e
EUA.
7. Ênfase nos aspectos emocionais.
Em 1927, Mayo e seus colaboradores iniciam uma
experiência que pretendeu, no início, identificar se Com a evolução dos estudos das relações huma-
os fatores físicos do ambiente poderiam exercer nas, a nova visão sobre o indivíduo resulta na con-
influência sobre a produtividade do trabalhador. cepção do “homem social”, isto é, na idéia de que
Para isso, optaram pela luz como um fator físico o homem é um ser social, que vive em grupos,
ambiental. que necessita do convívio social e das relações
com outros indivíduos.
Como decorrência da Abordagem das Relações
A experiência foi dividida em três fases : Humanas surge o estudo da motivação.
1ª - Dois grupos realizaram o mesmo trabalho em
condições idênticas. Um grupo trabalhou com in-
tensidade de luz variável, enquanto o outro traba- Abordagem Neoclássica da Administração
lhava com luz constante. Não foram encontradas A Teoria Neoclássica da Administração surgiu da
variações significativas entre os dois grupos. Con- necessidade de se utilizar os conceitos válidos e
tudo, uma variável nova surgiu: fator psicológico. relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos
exageros e distorções típicos de pioneirismo e
condensando-os com outros conceitos válidos e
2ª - Foi criado um grupo de observação separado relevantes oferecidos por outras teorias adminis-
do restante da fábrica, reproduzindo as mesmas trativas mais recentes.
condições e equipamentos de trabalho. A produ-
ção o foi o índice de comparação entre os grupos Ela é identificada por algumas características mar-
(de estudo e os demais). A produção aumentou no cantes: a ênfase na prática da Administração, rea-
grupo de estudo. As conclusões foram de que: as firmação relativa (e não absoluta) dos postulados
moças gostavam de trabalhar na sala de provas; clássicos, ênfase nos princípios clássicos de admi-
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
nistração, ênfase nos princípios clássicos de admi- havia se confinado aos estudos dos aspectos in-
nistração, ênfase nos resultados e objetivos e, so- ternos da organização dentro de uma concepção
bretudo, o ecletismo aberto e receptivo. de sistema fechado.
Esta Teoria considera a administração uma técni-
ca social básica e enfatiza as funções do adminis-
Abordagem Comportamental da Administração
trador (planejamento, organização, direção e con-
trole). Teoria Comportamental da Administração
Também conhecida como Comportamentalista ou
Behaviorismo (do inglês behavior, comportamen-
Abordagem Estruturalista da Administração
to), trouxe uma nova concepção e um novo enfo-
Modelo Burocrático da Administração que dentro da teoria administrativa: a abordagem
da ciência do comportamento (behavioral sciences
Surgiu na Teoria Geral da Administração, por volta
approach), é um movimento de oposição às teori-
da década de 1940, quando a Teoria Clássica e a
as Clássica e de Administração Científica, que,
Teoria das Relações Humanas disputavam entre
respectivamente, focaram a estrutura e a produ-
si o espaço na teoria administrativa e apresenta-
ção (o processo). É uma evolução da Teoria das
vam sinais de obsolescência e exaustão para sua
Relações Humanas que se preocupa com o indiví-
época.
duo e como ele funciona como age
As origens da burocracia remontam à Antigüidade
e reage aos estímulos externos.
histórica. A burocracia, o capitalismo e a ciência
moderna constituem as três formas de racionalida-
de que surgiram a partir das mudanças religiosas
Principais Teorias sobre Motivação:
(protestantismo).
Existem três formas de sociedade e de autoridade
– tradicional, carismática e burocrática. A domina- 1ª - Teoria de Campo de Lewis – As pessoas
ção burocrática tem um aparato administrativo que não agem por causa de um ou outro fator, e sim
corresponde à burocracia. por vários fatores que agem em conjunto sobre
elas.
Esta Teoria inaugura os estudos a respeito do am- · Sociais – fato de estar inserido num grupo, ser
biente dentro do conceito de que as organizações aceito. Ex: associação de moradores, família,...
são sistemas abertos em constante interação com · De Estima (ego) – como o indivíduo se vê e se
seu contexto externo, pois até então, a teoria ad- avalia, necessidade de aprovação social, respeito,
ministrativa
60
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
ser reconhecido pelo que faz. Ex: elogio, promo- c) Grupos sociais, considerando aspectos de lide-
ção,... rança, comunicação, relações interpessoais, con-
flitos,...
· De Auto-realização – as mais elevadas; relacio-
nadas com a realização do seu próprio potencial e d) O indivíduo, ressaltando as motivações, atitu-
autodesenvolvimento; realização de sonhos, reali- des, necessidades,...
zação de algo edificante; ou seja, ser e não ter,
ser feliz independentemente de ter ou não dinhei-
ro. Ex: ajudar os outros mesmo não tendo dinhei- Abordagem Sistêmica da Administração
ro, Madre Tereza de Calcutá,... Tecnologia e Administração
Teoria Matemática da Administração
3ª - Teoria dos Dois Fatores de Herzberg Teoria de Sistemas
· Fatores Higiênicos (ou extrínsecos, insatisfaci-
entes, de manutenção): são aqueles cuja simples
existência não geram motivação, mas desmotivam Origem:
se ausentes.Ex: salário, banheiro limpo,... Surge a partir dos estudos do biólogo alemão
· Fatores Motivacionais (ou intrínsecos, satisfaci- Ludwig von Bertalanffy. A Teoria Geral dos Siste-
entes): complementam os fatores higiênicos e ge- mas (TGS), introduzida na Administração, não
ram satisfação quando atendidos adequadamente. busca solucionar problemas ou tentar soluções
Ex: relacionamento com a gerência, ter ciência do práticas, mas compreender o funcionamento das
que representa seu cargo,... organizações e sua complexidade.
61
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
c) Processamento (throughput, transformação): 5- Morfogênese: capacidade da organização de
fenômeno que produz mudança; transforma os alterar a sua estrutura organizacional em razão
insumos em alguma outra coisa; das necessidades impostas pelo ambiente, pela
estratégia. Alteram sua estrutura ao compararem
d) Retroação (feedback, retroalimentação): retorno
resultados esperados e resultados obtidos e corri-
da informação. Procura informar sobre falhas ou
gir os eventuais erros.
necessidades (possibilidades) de melhoria;
6- Resiliência: capacidade da organização de se
e) Ambiente (environment): meio em que tudo
adaptar às modificações impostas pelo ambiente.
acontece; onde os sistemas funcionam; onde se
Capacidade de superar e enfrentar as perturba-
processam as transformações.
ções externas.
7- Sinergia: a idéia de que o todo é maior do que
1- Macroambiente: relações mais distantes da a soma das partes. O funcionamento sistêmico
organização, mas que a influenciam direta ou das partes de um sistema, ou dos próprios siste-
indiretamente. Ex: economia, legislação, conflitos mas entre si.
armados, mudanças políticas,... 8- Entropia (gap): interrupção, quebra, falha em
um processo ou sistema. A ocorrência de entropia
pode interromper o funcionamento do sistema,
2- Ambiente Tarefa (ou Imediato): relações do causar-lhe algum tipo de dano sem interrompê-lo,
dia-a-dia da organização como seus clientes, ou ainda, pode não ser relevante e, neste caso, é
fornecedores, concorrentes, empregados, sindica- ignorado.
tos,... 9- Entropia Negativa: como os sistemas organi-
zacionais não se auto-regulam, é o esforço reali-
zado por alguém que tentará reestabelecer sua
Modelo Sociotécnico de Tavistock
sinergia, restabelecer a energia do sistema devol-
Segundo o autor, as organizações são formadas vendo-lhe a homeostase (equilíbrio).
por dois sistemas: social e técnico. O Social
abrange as pessoas e as relações entre elas. O
Técnico são os recursos da organização, incluindo Abordagem Contingencial da Administração
as pessoas quando estão ocupando seus cargos e Teoria da Contingência
exercendo suas funções.
Ambiente: é o contexto que envolve externamen-
Características da Organização como Sistemas te a organização. É a situação dentro da qual uma
Abertos: organização está inserida. Pode ser multivariado e
1- Comportamento probabilístico e não deter- complexo, torna-se necessário dividi-lo para poder
minístico: pode-se esperar a ocorrência de fatos analisá-lo de acordo com o seu conteúdo. Separa-
e prevê-los por meio de probabilidades estatísti- remos o ambiente em dois extratos: ambiente ge-
cas. Contudo, em razão de seu caráter dinâmico e ral e de tarefa.
a influência do
ambiente externo, não é possível determinar tudo 1. Ambiente Geral – é o macroambiente, ou seja,
o que possa ocorrer em uma organização. ambiente genérico e comum a todas as organiza-
2- Organizações como partes de sistemas mai- ções. Tudo o que acontece no ambiente geral afe-
ores: formadas por partes menores (sistemas ta direta ou indiretamente todas as
dentro de sistemas). organizações. O ambiente geral é constituído de
3- Interdependência das partes: toda ação em um conjunto de condições comuns para todas as
qualquer parte do sistema envolverá outras partes organizações. As principais condições são: condi-
(efeito onda). ções tecnológicas, legais, políticas, econômicas,
demográficas, ecológicas e culturais.
4- Homeostase ou “estado firme”: equilíbrio di-
nâmico. Compreende a capacidade da organiza-
ção de manter-se em equilíbrio.
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
2. Ambiente de Tarefa – é o ambiente mais próxi- Entretanto, atualmente, a função de O&M, da for-
mo e imediato da organização. É o segmento do ma como era conhecida até os anos 80, pratica-
ambiente geral do qual uma determinada organi- mente não existe mais. Era uma função tão neces-
zação extrai as suas entradas e deposita as suas sária e influente, que é matéria obrigatória no cur-
saídas. É o ambiente de operações de cada orga- rículo de Administração, por que não é mais en-
nização. O ambiente de tarefa é constituído por: contrada nas organizações?
fornecedores de entradas, clientes ou usuários,
No Brasil, em especial, os motivos foram: a aber-
concorrentes e entidades reguladoras.
tura de mercado e suas conseqüências: Downsi-
zing, Qualidade Total, Reestruturação Organizaci-
onal, Reengenharia, Competitividade / Redução
Tipologia de Ambientes
de Custos, Velocidade de Mudança. Com isso a
Quanto a sua estrutura: O&M, na sua forma de especialização tradicional,
- Ambiente Homogêneo: quando é composto de não se adaptou.
fornecedores, clientes e concorrentes semelhan-
tes. O ambiente é homogêneo quando há pouca
Atividade Fim e Meio
segmentação ou diferenciação dos mercados.
Atividade fim é a atividade principal, que sustenta
- Ambiente Heterogêneo: quando ocorre muita
a existência da empresa, sem a qual a empresa
diferenciação entre fornecedores, clientes e
não existiria. Podemos pegar como exemplo uma
concorrentes, provocando uma diversidade de montadora de veículos. Qual a atividade principal
problemas à organização. O ambiente é heterogê- dela? Qual a atividade que justifica a sua existên-
neo quando há muita diferenciação dos mercados. cia ? Com certeza é a produção de carros; então
essa é a atividade fim. E um supermercado, qual a
atividade fim dele? A atividade coração dele? São
Quanto a sua dinâmica: as vendas.
- Ambiente Estável: é o ambiente que se caracte- Atividade meio são as atividades que apoiam a
riza por pouca ou nenhuma mudança. É o ambien- atividade fim de uma empresa. Numa montadora
te onde quase não ocorrem mudanças, ou, se de veículos a atividade fim dela é a produção de
houver, são mudanças lentas e perfeitamente pre- veículos e a atividade meio são as vendas, a con-
visíveis. É um ambiente tranqüilo e previsível. tabilidade e todas as atividades necessárias para
- Ambiente Instável: é o ambiente dinâmico que executar a atividade fim.
se caracteriza por muitas mudanças. É o ambiente
onde os agentes estão constantemente provocan-
do mudanças e influências recíprocas, formando Processos
um campo dinâmico de forças. A instabilidade pro- Processo é um conjunto de atividades que tem por
vocada pelas mudanças gera incerteza para a or- objetivo transformar insumos/entradas adicionan-
ganização. do-lhes valor por meio de procedimentos, em bens
ou serviços (saída) que serão entregues aos clien-
tes do processo.
Novas Abordagens da Administração
Organização de Sistemas e Métodos
Tipos de processos:
Evolução de O&M:
Primário: ligados à produção e à atividade fim da
As alterações ocorridas na área de O&M. Até a empresa (atividades executas na atividade fim).
década de 80, era comum encontrar nas grandes
e médias empresas um quadro próprio de profissi- Secundário (ou de suporte): fornece apoio aos
onais de O&M. Eram os especialistas em diagnos- primários (se relacionam com os processos da ati-
ticar problemas, propor e implantar medidas corre- vidade fim, mas são atividade meio).
tivas ou melhorias em praticamente todas as
áreas de uma empresa.
Natureza dos processos:
63
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Industriais: Produzem o bem ou serviço comercia- imagem e os processos continuamente, possibilita
lizado pela empresa (linha de produção se for uma ainda fácil acesso a novos mercados.
indústria).
Esta certificação permite avaliar as conformidades
determinadas pela organização através de proces-
sos internos, garantindo ao cliente um produto ou
Administrativos: dão apoio às áreas de produção
serviço concebido conforme padrões, procedimen-
(parte administrativa como, por exemplo: contas a
tos e normas.
pagar, a receber, DP e etc.).
Entre os modelos existentes de sistema da quali-
dade, destacam-se as normas da série ISO 9000.
PROGRAMA 5 S Estas se aplicam a qualquer negócio, independen-
Senso de Utilização temente do seu tipo ou dimensão. As normas des-
ta série possuem requisitos fundamentais para a
Senso de Ordenação obtenção da qualidade dos processos empresari-
Senso de Limpeza ais. A verificação dos mesmos através de auditori-
as externas garante a continuidade e a melhoria
Senso de Saúde
do sistema de gestão da qualidade.
Senso de autodisciplina
Os requisitos exigidos pelas normas ISO 9000 au-
xiliam numa maior capacitação dos colaboradores,
Os 10 mandamentos do 5S: melhoria dos processos internos, monitoramento
do ambiente de trabalho, verificação da satisfação
1. Ficarei com o estritamente necessário dos clientes, colaboradores, fornecedores e entre
2. Definirei um lugar para cada coisa outros pontos, que proporcionam maior organiza-
ção e produtividade que podem ser identificados
3. Manterei cada coisa em seu lugar
facilmente pelos clientes.
4. Manterei tudo limpo e em condições de uso
5. Combaterei as causas de sujeira
As pessoas e as empresas que buscam qualidade
6. Identificarei toda situação de risco devem criar uma mentalidade positiva de mudan-
7. Trabalharei com segurança ça. Qualquer melhoria, pequena ou grande é bem-
vinda. Toda inovação deve ser conhecida, testada
8. Questionarei toda norma ou padrão até entendê e se possível aplicada.
-los
Uma organização que se propõe a uma gestão
9. Procurarei formas de melhorar o meu trabalho voltada para a "qualidade" tem consciência de que
10. Honrarei todos os compromissos. a sua trajetória deve ser reavaliada. As mesmas
precisam pôr em prática atividades que visam es-
tabelecer e manter um ambiente no qual as pesso-
Gestão da Qualidade – Programa de Qualidade as, trabalhando em equipe, consigam um desem-
Total penho eficaz na busca das metas e missões da
organização.
Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma
das maiores preocupações das empresas, sejam
elas voltadas para a qualidade de produtos ou de
Os dez mandamentos da Gestão de Qualidade:
serviços. A conscientização para a qualidade e o
reconhecimento de sua importância tornou a certi-
ficação de sistemas de gestão da qualidade indis- 1. Total satisfação do cliente;
pensável para micro e pequenas empresas de to-
do o mundo. 2. Focalização em pessoas;
64
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
6. Gerenciar processos; Deve ser escrito em linguagem objetiva e muito
clara, para que todos possam entender.
7. Promover o empowerment (dar poder ao cola-
borador);
8. Garantir a qualidade; Organograma
9. Disseminar informação; É a uma espécie de diagrama que representa gra-
ficamente a estrutura formal de uma organização.
10. Não aceitar reincidências de erros.
Ele possibilita a identificação de possíveis defici-
ências hierárquicas na organização. Como exem-
Os dez principais obstáculos a abordagem da plo podemos citar um colaborador com dois che-
Qualidade: fes no mesmo nível hierárquico.
65
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
organização, direção e controle de todos os esfor- Um dos efeitos do patrimonialismo é que a corrup-
ços, a fim de alcançar tias objetivos da maneira ção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de
mais adequada à situação”. Administração. Outros efeitos decorrem do fato de
o patrimonialismo comprometer a finalidade básica
Já o conceito mais restrito de Administração Públi- do Estado de defender a coisa pública, pois as
ca deve ser considerado num determinado tempo atividades públicas deixam de estar comprometi-
e espaço para que possa haver precisão em sua das com a melhor relação custo benefício para a
delimitação. Isto se explica porque a noção de sociedade. Desta maneira desloca-se o foco de
“público” nunca tem precisamente o mesmo senti- atenção da sociedade para as questões que privi-
do em dois contextos culturais diferentes (tempo e legiam a vontade de poucos.
espaço). Exemplificando esta ambigüidade exis-
tente no conceito de público, podemos mencionar Na mesma linha, Marina Silva afirma em seu arti-
a administração dos serviços telefônicos no Brasil go “Reflexões sobre a Independência” que “O Pa-
e no Chile. Houve época no Brasil em que este trimonialismo é a apropriação privada dos bens
serviço era prestado exclusivamente por empre- públicos. E quando se fala em bens públicos, não
sas de capital público. Ainda hoje no Chile o servi- se trata apenas de bens materiais, mas do próprio
ço é de monopólio estatal. Mas hoje no Brasil, o exercício do poder. Na visão patrimonialista, o go-
serviço está entregue nas mãos de empresas pri- vernante é um senhor – como no tempo da colônia
vadas. Este ponto isolado nos permite extrapolar – que tudo pode e o Estado é como se fosse sua
como a abrangência e apropria noção do que seja propriedade particular.
público ou não pode variar no tempo e no espaço.
A Administração Patrimonialista propiciava uma
Pois bem, segundo o ex-ministro Bresser confusão entre os cargos públicos e o próprio grau
Pereira, esta Administração pública, cujas caracte- de parentesco e afinidades entre os nobres e ou-
rísticas e princípios, ora passamos a estudar, evo- tros participantes do governo, sendo, na verdade,
luiu numa perspectiva história através de três mo- uma continuidade do modelo de administração
delos básicos: administração pública patrimonialis- utilizado pelas monarquias até o aparecimento da
ta, burocrática e gerencial. Estas três formas se burocracia.
sucedem no tempo, mas nenhuma delas foi total-
mente abandonada, com heranças presentes ain- Assim, na administração pública patrimonialista,
da nos dias de hoje. própria dos Estados absolutistas europeus do sé-
culo XVIII, o aparelho do Estado é a extensão do
Administração Pública Patrimonialista próprio poder do governante e os seus funcioná-
rios são considerados como membros da nobreza.
A importância de se estudar o patrimonialis- O patrimônio do Estado confunde- se com o patri-
mo reside na necessidade de se compreender sua mônio do soberano e os cargos são tidos como
origem e seus efeitos maléficos na Administração prebendas (ocupações rendosas e de pouco tra-
Pública do passado para que possamos entender balho). Por consequência, a corrupção e o nepo-
como, a seu tempo, pôde comprometer a finalida- tismo são inerentes a esse tipo de administração,
de básica do Estado de defender a coisa pública e que ainda persiste até os dias atuais.
possamos agir sobre novas deficiências que se
apresentem nos dias de hoje.
Administração Pública Burocrática
Herança da época feudal, no patrimonialis-
mo a administração pública atende aos interesses A evolução da sociedade, da democracia e
da classe dominante, representando mero instru- do próprio Estado acarretaram a insatisfação po-
mento de usurpação de poder. O poder que ema- pular com a forma patrimonialista de administra-
na do povo passa a ser utilizado pelo governante ção. Administrar o bem de todos “res publica” para
para seu interesse. Nas palavras de Wilson Gran- o interesse de poucos deixa de ser aceitável. A
jeiro “A res publica não é diferenciada da res prin- consequência é o surgimento de um modelo de
cipis”, ou seja a “coisa publica” não é diferenciada administração pública que pudesse eliminar estas
da “coisa do governante”. “disfunções administrativas”.
66
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Neste contexto, a Administração Pública burocráti- Por outro lado, o controle - a garantia do po-
ca surge, na época do Estado Liberal, em conjunto der do Estado - transforma-se na própria razão de
com o capitalismo e a democracia, pois era preci- ser do funcionário. Em consequência, o Estado
so fazer algo contra a confusão entre os bens pú- volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua
blicos e os privados e contra o nepotismo e a cor- missão básica, que é servir à sociedade.
rupção que eram componentes que estavam sem-
pre presentes na Administração Patrimonialista. A qualidade fundamental da administração
pública burocrática é a efetividade no controle dos
Constituem princípios orientadores do seu desen- abusos; seu defeito, a ineficiência, a auto-
volvimento: referência, a incapacidade de voltar-se para o ser-
viço aos cidadãos vistos como clientes. Este defei-
a profissionalização, to, entretanto, não se revelou determinante na
a ideia de carreira, época do surgimento da administração pública
burocrática porque os serviços do Estado eram
a hierarquia funcional, muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a
ordem e administrar a justiça, a garantir os contra-
a impessoalidade, tos e a propriedade privada, tão somente.
formalismo, em síntese, o poder racional-legal,
baseado na razão e na lei.
Administração Pública Gerencial
Esta Administração Pública Burocrática, que
veio designar um método de organização racional A administração pública gerencial apresenta-
e eficiente, surgiu na perspectiva de substituir a se como solução para estes problemas da
força do poder exercido por regimes autoritários. burocracia. Prioriza-se a eficiência da Administra-
O grande empenho para a implantação da Admi- ção, o aumento da qualidade dos serviços e a
nistração Pública Burocrática se deve à tentativa
redução dos custos. Busca-se desenvolver uma
de controlar o conteúdo da ação governamental,
cultura gerencial nas organizações, com ênfase
para evitar que os políticos agissem contra os inte-
resses coletivos da comunidade. nos resultados, e aumentar a governança do Esta-
do, isto é, a sua capacidade de gerenciar com
A tentativa de controlar tudo na administra-
ção pública e de ditar o modo como as coisas de- efetividade e eficiência.
viam ser feitas, regulando os procedimentos e O cidadão passa a ser visto com outros
controlando os insumos, fez com que se passasse olhos, tornando se peça essencial para o correto
a ignorar resultados. A administração pública bu- desempenho da atividade pública, por ser consi-
rocrática se concentra no processo legalmente derado seu principal beneficiário, o cliente dos ser-
definido, em definir procedimentos para todas as viços prestados pelo Estado. A administração ge-
atividades, por exemplo, para contratar pessoal, rencial constitui um avanço, mas sem romper em
para comprar bens e serviços. definitivo com a administração burocrática, pois
não nega todos os seus métodos e princípios.
Na burocrática, o controle vem em primeiro
plano não se preocupando com a ineficiência pro- Uma característica forte desse tipo de admi-
movida mas sim com a maneira de se evitar a cor- nistração, uma maior participação da sociedade
rupção e o nepotismo. Os controles administrati- civil na prestação de serviços que não sejam ex-
vos visando evitar a corrupção e o nepotismo são clusivos de Estado. São as chamadas entidades
sempre a priori. Parte-se de uma desconfiança paraestatais, que compõem o terceiro setor, com-
prévia nos administradores públicos e nos cida- posto por entidades da sociedade civil de fins pú-
dãos que a eles dirigem demandas. Por isso são blicos e não lucrativos, como as organizações so-
sempre necessários controles rígidos dos proces- ciais e as organizações da sociedade civil de inte-
sos, como por exemplo na admissão de pessoal, resse público (OSs e as OSCIPs), havendo, pois,
nas compras e no atendimento a demandas. uma convivência pacífica entre o primeiro setor,
que é o Estado, e com o segundo setor, que é o
mercado.
67
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
♦ Garantia de autonomia do administrador na
gestão dos recursos humanos, materiais e
Na administração gerencial, a noção de interesse
financeiros que lhe forem colocados à dispo-
público é diferente da que existe no modelo buro-
sição para que possa atingir os objetivos
crático. A burocracia vê o interesse público como
contratados
o interesse do próprio Estado. A administração
pública gerencial nega essa visão, identificando ♦ Controle ou cobrança a posteriori dos resul-
este interesse com o dos cidadãos, passando os tados.
integrantes da sociedade a serem vistos como cli-
entes dos serviços públicos. Em suma, afirma-se que a administração pública
deve ser permeável à maior participação dos
Atualmente, o modelo gerencial na Administração
agentes privados e/ou das organizações da socie-
Pública vem cada vez mais se consolidando, com
dade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos
a mudança de estruturas organizacionais, o esta-
(meios) para os resultados (fins). É a aplicação
belecimento de metas a alcançar, a redução da
imediata do Princípio da Eficiência, o qual foi exte-
máquina estatal, a descentralização dos serviços
riorizado no art. 37, caput da CF/88, pela Emenda
públicos, a criação das agências reguladoras para
Constitucional de 1998.
zelar pela adequada prestação dos serviços etc. O
novo modelo propõe-se a promover o aumento da
qualidade e da eficiência dos serviços oferecidos Evolução da Administração Pública no Brasil
pelo Poder Público aos seus clientes: os cidadãos.
Algo que é bastante cobrado é o fato de a Admi- Assunto muito cobrado pelas bancas, pois exige
nistração Gerencial não abandonar todos os prin- um conhecimento histórico da administração públi-
cípios da burocracia. ca, bem como, a sensibilidade de aplicar esse en-
tendimento no atual sistema gerencial de adminis-
tração.
A administração pública gerencial constitui um
avanço e até um certo ponto um rompimento com
a administração pública burocrática. Isto não signi- O modelo de administração burocrática, como vi-
fica, entretanto, que negue todos os seus princí- mos, emerge a partir dos anos 30, na era Vargas.
pios. Pelo contrário, a administração pública ge- Surge no quadro da aceleração da industrialização
rencial está apoiada na anterior, da qual conserva, brasileira, em que o Estado assume papel decisi-
embora flexibilizando, alguns dos seus princípios vo, intervindo pesadamente no setor produtivo de
fundamentais, como a admissão segundo rígidos bens e serviços, fato esse, que perdura até hoje.
critérios de mérito, a existência de um sistema es-
truturado e universal de remuneração, as carrei- Na mesma linha e com o objetivo de realizar a mo-
ras, a avaliação constante de desempenho, o trei- dernização administrativa, foi criado o Departa-
namento sistemático. mento Administrativo do Serviço Público – DASP,
em 1936. Nos primórdios, a administração pública
A diferença fundamental está na forma de contro- sofre a influência da teoria da administração cien-
le, que deixa de basear-se nos processos para tífica de Taylor, tendendo à racionalização medi-
concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa ante a simplificação, padronização e aquisição
profissionalização da administração pública, que racional de materiais, revisão de estruturas e apli-
continua um princípio fundamental. Assim, pode- cação de métodos na definição de procedimentos.
mos afirmar que a administração pública gerenci-
al, possui alguns pressupostos básicos para de- No que diz respeito à administração dos recursos
senvolver a administração, quais sejam: humanos, o DASP representou a tentativa de pro-
fissionalizar a carreira pública, baseando-se, pois,
♦ Definição precisa dos objetivos que o admi- no princípio do mérito profissional. Entretanto, em-
nistrador público deverá atingir em sua uni- bora tenham sido valorizados instrumentos impor-
dade, tantes à época, tais como o instituto do concurso
público e do treinamento, não se chegou a adotar
68
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
consistentemente uma política de recursos huma- rígidas, ao passo que inicia-se uma ingerência
nos que respondesse às necessidades do Estado. patrimonialista, com a concessão de vários privilé-
gios, o que não coaduna com a administração bu-
Pensando nessa ideia de modernização, ocorreu rocrática.
a reforma de 1967 pelo Decreto-Lei 200, o que
constitui um marco na tentativa de superação da Nota-se aí, uma terrível incongruência, pois no
rigidez burocrática, podendo ser considerada, in- momento que se tenta iniciar uma administração
clusive, um primeiro momento da administração gerencial, aplica-se, ao mesmo tempo, as duas
gerencial no Brasil. Entretanto, as reformas ope- outras; a burocrática, com a extrema formaliza-
radas pelo Decreto-Lei 200/67 não desencadea- ção, e a patrimonialista, com a concessão de car-
ram mudanças no âmbito da administração buro- gos e regalias aos membros de partidos e colabo-
crática central, permitindo a coexistência de nú- radores. Dessa forma, foi o início do atual sistema
cleos de eficiência e competência na administra- governamental brasileiro, com a mistura das for-
ção indireta e formas arcaicas e ineficientes no mas anteriores de administração, permanecendo,
plano da administração direta ou central. mesmo que veladamente, até os dias atuais.
69
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
FHC, o qual iniciou a abertura do capital público, III - a disciplina da representação contra o exercí-
com as chamadas PRIVATIZAÇÕES, irá refletir a cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou
médio e a longo prazo no país. A reforma visava função na administração pública.
atingir os objetivos do neoliberalismo, que é o es-
Esse dispositivo prestigia o princípio da moralida-
tabelecimento do "Estado Mínimo", reduzido, em
de administrativa, determinando sua imprescindí-
oposição ao Estado “inchado” e paternalista, o
vel observância na prática de qualquer ato pela
qual retornou agora, com a atual administração
Administração Pública e criando um instrumento
federal.
de defesa do cidadão nos mesmos moldes do Có-
digo de Defesa do Consumidor, ou algo como uma
Nossa Constituição Federal, promulgada após du- Lei de Defesa do Usuário dos Serviços Públicos.
as décadas de ditadura no Brasil, trouxe muitas
Outro detalhe importante da Emenda Constitucio-
inovações na área administrativa, mantendo, ain-
nal é a rígida observação do controle da despesa
da, alguns ditames do sistema burocrático, reme-
pública com pessoal ativo e inativo da União, dos
diado dez anos depois, com a publicação da
Estados e dos Municípios, que não poderá ser su-
Emenda Constitucional nº 19/ 1998, a qual trouxe
perior a limites fixados em lei complementar. Estes
uma profunda reforma na Carta Magna, pois
limites foram fixados, posteriormente, pela Lei
abrangeu um grande número de dispositivos cons-
Complementar n° 101, de 04/05/2000.
titucionais.
A Emenda trouxe, ainda, novidades no que diz
Além disso, alterou profundamente as bases da
respeito à remuneração de alguns servidores es-
Administração Pública brasileira, desviando-se do
pecíficos, visando se evitar a ultrapassagem de
modelo social criado pelos constituintes de 1988
teto constitucional:
para um modelo mais liberal, inspirado em esbo-
ços da administração privada. Buscava-se, enfim,
a reestruturação da nação, como a redução da Art. 37- (...)
interferência do Estado na economia, a redução
do déficit público e a melhoria na qualidade e efici- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
ência dos serviços públicos e prováveis alterações cargos, funções e empregos públicos da adminis-
nos mecanismos de controle dos recursos públi- tração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
cos. bros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos de-
Um ponto que vale destacar com relação à Emen- tentores de mandato eletivo e dos demais agentes
da está na abertura para a elaboração de uma fu- políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
tura lei que venha a disciplinar as formas de parti- remuneratória, percebidos cumulativamente ou
cipação do cidadão na administração pública dire- não, incluídas as vantagens pessoais ou de qual-
ta e indireta, como regulamenta o § 3° do artigo 37 quer outra natureza, não poderão exceder o subsí-
da CF/88: dio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre-
Art. 37- (...) mo Tribunal Federal;”
70
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
nhecimento dos valores percebidos pelos detento- tração.
res do Poder e seus servidores públicos.
Modernamente estas funções da administração
Existem outros postos que merecem ser ressalta- são quatro – planejamento, organização, direção e
dos nas inovações trazidas pela Emenda n° 19/98, controle.
como as profundas alterações no chamado
"terceiro setor" da Administração Pública, criando
figuras como as "organizações sociais", mas por Conceito de Planejamento
ora deixaremos este registro a título de destaque. Para Caravantes (2005) “o planejamento define
Por fim, não se pode deixar de mencionar a nova onde a organização deseja estar no futuro e como
redação do caput do art. 37 da Constituição Fede- chegar lá. Planejamento significa definir objetivos
ral, o qual resume, de certa forma, o espírito da para o desempenho futuro da organização e deci-
Reforma Administrativa de 1998. Reza o presente dir sobre as tarefas e a utilização dos recursos
artigo que: necessários para atingi-los.”.
Art. 37. A administração pública direta e indireta O planejamento é sempre parte de um projeto de
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados e gestão.
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá O planejamento é um processo de tomada de de-
aos princípios da legalidade, impessoalidade, mo- cisão. Porém, é um tipo especial de tomada de
ralidade, publicidade e eficiência. (grifo nosso) decisão por três fatores:
O princípio da eficiência, grafado no texto constitu- a) Consiste em elaborar planos antes de agir-
cional, como princípio expresso, denota o caráter mos. É a decisão antes da ação. É delimitar o que
profissional que a nova Administração Pública tem fazer e como fazer antes que seja necessário a
que ter. Frisa-se que já existia tal princípio, porém, ação.
de forma implícita e esquecida pelos administrado-
res. b) Um sistema de decisões: consecução de um
estado futuro que envolverá um conjunto de deci-
Assim, de forma sucinta e aplicada, repassamos sões. Decisões manipuladas de uma só vez e não
todos os tópicos cobrados pelo edital da SANE- podem estar divididas em subconjuntos indepen-
PAR, na área da Administração Pública. Desde dentes. Planejamento não é um ato e sim um pro-
sua antiga concepção, até o sistema utilizado ho- cesso.
je, pelos atuais governos.
c) Planejamento é algo que visa a produção de
Destaca-se a importância de um estudo aprofun- uma ou mais perspectivas de estados futuros e
dado da presente matéria, pois sai daqui os princi- desejados.
pais conceitos e princípios aplicados no dia a dia
da administração pública. Ter o conhecimento das
formas de administrar e entender a origem e a Planejamento Estratégico
evolução das mesmas, é fundamental para o su-
Planejamento estratégico consiste no processo
cesso na prova e na carreira profissional depois.
decisório analisado dentro do quadro do contexto
das políticas, visões e missões empregadas pela
empresa.
Funções Administrativas: Planejamento Tem por enfoque a formo de utilização dos recur-
(Estratégico, tático e Operacional) Organiza- sos disponíveis para atingir os objetivos propostos
ção, Direção e Controle. dentro de uma estratégia que irá orientar e nortear
a forma como a empresa será conduzida.
Em meados dos anos 80 este questionamento Determinar os resultados desejados faz parte do
veio a ser respondido por Henri Fayol através da processo de metas. Todos os recursos dispendi-
utilização da nomenclatura Funções da Adminis- dos e investidos no projeto devem ter retornos
71
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
bem definidos pela organização. O processo de distribuição de tarefas envolve o
processo de determinação de níveis de especiali-
É um processo de reflexão da organização para
zação e qual a menira de melhor agrupa-las.
quais rumos deverem ser tomados.
Para distribuirmos tarefas é necessário o trabalho
de desenhar tarefas.
Planejamento Tático
Desenhar tarefas é o processo de elencar quais
O planejamento tático por sua vez consiste no pro- os procedimentos e operações serem executados
cesso de detalhar os meios utilizados a implemen- por determinados setores e empregados e que
tação das metas dentro de unidades funcionais. funções irão ser exercidas.
Outro fator e a determinação de prazos. É um pro- O objetivo deste procedimento e a especialização
cesso vinculado com a operacionalização das me- de tarefas que por sua vez tem origem na adminis-
tas. tração cientifica de Frederick W. Taylor.
Planos táticos envolvem programas (conjunto de O principal ponto positivo na especialização de
atividades), projetos (subconjunto de um progra- tarefas e o controle e monitoramento, por parte de
ma), planos de produtos (aprimoramento e rees- gerentes e gestores, dos funcionários e facilidade
truturação para tornar o produto mais competitivo) de desenvolver equipes.
e plano de divisões (marketing, produção).
O ponto negativo é a queda da eficiência por fato-
res como tédio e insatisfação por parte dos funcio-
Planejamento Operacional nários uma vez que, devido a superespecializa-
ção, tarefas simplificadas podem despender tem-
Consiste na formalização de planos e objetivos a po demais no repasse de trabalho de pessoa a
serem desempenhados e como devem ser execu- pessoa.
tados.
Dentro do processo de especialização há alternati-
Trabalho focado no presente e não em objetivos va. Uma delas é a rotação de tarefas que consiste
futuros. basicamente na rotação sistemática de funcioná-
É o nível mais baixo de gerencia. Dentro do plane- rios.
jamento, pois trata na “operacionalização” de tudo Outras alternativas são a ampliação de tarefas e o
que foi proposto. É muito utilizado em planos e enriquecimento de tarefas.
projetos no nível de execução.
A ampliação de tarefas consiste em modificar a
É essencialmente documentos escritos das meto- natureza da própria tarefa através da adição de
dologias de desenvolvimento e implantações esta- novas atividades.
belecidas.
O enriquecimento de tarefas implica no aumento
de atividades e mais liberdade de escolha de co-
Conceito de Organização. mo realiza-la.
O ato de organizar esta relacionado ao planeja-
mento e com isso demonstra como a empresa Departamentalização.
pretende estruturar os objetivos e funções propos-
tas de modo a cumprir com o proposto no planeja- Como afirma Caravantes (2005) “Depois que as
mento. tarefas foram desenhadas, a parte seguinte do
processo de organização é seu agrupamento em
Organizar implica em distribuir tarefas, agrupa- conjuntos lógicos. Esse passo é importante por-
mento em departamentos e alocação de recursos, que tarefas apropriadamente agrupada tornam
lidar com autoridade e responsabilidade, estabele- mais fácil coordenar e integrar atividades e, por-
cer eficácia grupal e gerenciar funções de linha e tanto, realizar as metas da organização. O proces-
de staff. so de agrupar tarefas denomina-se departamenta-
lização.”.
Distribuindo Tarefas O principal fator da departamentalização é a reuni-
ão de tarefas através de diretrizes e bases. Este
72
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
procedimento tem como palavra-chave a lógica.
Direção
A direção se constitui do processo de implantação MÓDULO IV
de tudo que foi planejado e organizado. Consiste
no terceiro fator dentro das funções administrati- ADM. PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA
vas.
Se vale da influencia para ativar e motivar as pes-
soas envolvidas para alcançar as metas da organi-
zação.
Direção envolve fatores como relacionamento, in- CONCEITOS
fluenciação, liderança, comunicação dentre outros.
De maneira simples, o orçamento é uma estimati-
Consiste em direcionar todos os processos e va, uma previsão. Ao final do processo de elabora-
membros da equipe e relacionar as tarefas visan- ção, o Orçamento Público materializa-se numa lei,
do a empresa como um todo. a LOA – Lei Orçamentária Anual.
O Orçamento Público é o instrumento de viabiliza-
Conceito de Controle ção do planejamento governamental e de realiza-
ção das Políticas Públicas organizadas em progra-
Segundo Caravantes (2005) “a essência dessa
mas, mediante a quantificação das metas e a alo-
função consiste em regular o trabalho daqueles
cação de recursos para as ações orçamentárias
pelos quais um gerente é responsável. O ato de
(projetos, atividades e operações especiais).
regular pode ser realizado de maneiras diversas,
tais como: O Orçamento Público é uma lei que, entre outros
aspectos, exprime, em termos financeiros, a alo-
· Estabelecendo padrões de desempenho por
cação dos recursos públicos.
antecipação;
Em sentido amplo Orçamento Público é um docu-
· Monitorando, em tempo real, o desempenho
mento legal que contém a previsão de receitas e a
da organização;
estimativa de despesas a serem realizadas por um
· Avaliando o desempenho como um todo ao governo, em um determinado exercício financeiro.
final do processo.
O conceito tradicional/clássico de orçamento des-
O resultado dessa avaliação é realimentado para taca a lei orçamentária como a lei que abrange a
o sistema de planejamento. Por isso é importante previsão da receita e a fixação de despesa para
considerar essas funções básicas como partes um determinado período de tempo. Nesse concei-
integrantes de um processo recíproco e repetitivo to, não há preocupação com o planejamento, com
a intervenção na economia ou com as necessida-
des da população - o orçamento é apenas um ato
que aprova previamente as receitas e despesas
públicas.
Numa visão moderna, o orçamento é um progra-
ma de Governo proposto pelo executivo à aprova-
ção do Legislativo. É um plano político de ação
governamental para o exercício seguinte
Para o professor Aliomar Baleeiro, o Orçamento
Público “é o ato pelo qual o Poder Legislativo au-
toriza o Poder Executivo por um certo período e,
em pormenor, às despesas destinadas ao funcio-
namento de serviços públicos e outros fins adota-
73
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
dos pela política econômica do País, assim como ceitas que irá arrecadar e fixa os gastos que pre-
a arrecadação das receitas criadas em lei”. tende realizar durante o ano.
Quando nos referimos ao processo orçamentário, Ao longo do material, falaremos do grande ciclo
em 2011, afirmamos que “o Orçamento Público é orçamentário, no qual está englobado os concei-
o processo, contínuo, dinâmico e flexível, que tra- tos de PPA, LDO e LOA, tratando de cada um de
duz em termos financeiros os planos e programas forma isolada e pormenorizada, trazendo as dife-
do Governo, ajustando o ritmo de sua execução à renças e as características de cada um.
efetiva arrecadação dos recursos previstos”.
Plano Plurianual
De acordo com James Giacomoni,
O Plano Plurianual (PPA) é uma lei ordinária, sen-
O orçamento anual constitui-se em instrumento de do votada por maioria simples nas duas Casas do
curto prazo, que operacionaliza os programas se- Congresso Nacional (Câmara e Senado), sob a
toriais e regionais de médio prazo, os quais, por
forma do regimento comum. É válido a partir do 2º
sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos
ano de mandato, permanecendo vigente até o pri-
nacionais em que estão definidos os grandes obje-
meiro ano do mandato seguinte, de acordo com o
tivos e metas, os projetos estratégicos e as políti-
art. 35, §2º, I da ADCT, da nossa Constituição Fe-
cas básicas”.
deral.
O plano plurianual estabelece os projetos e os
Orçamento Público programas de média e longa duração do governo,
O Orçamento Público é um instrumento do plane- definindo objetivos e metas da ação pública para
jamento e da administração que garante créditos um período de quatro anos. O PPA estabelece, de
orçamentários para tornar possível as realizações forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e me-
das ações, que, por sua vez, possibilitarão o al- tas para as despesas de capital (e outras dela de-
cance dos objetivos dos programas. correntes) e para os programas de duração conti-
nuada.
O Orçamento Público materializa-se numa lei, a
LOA – Lei Orçamentária Anual. A LOA é o instru- Por ser uma referência, os demais planos e proje-
mento por meio do qual o Governo estima as re- tos do governo devem ser elaborados em conso-
ceitas que irá arrecadar e fixa os gastos que pre- nância com o PPA, para não haver discrepância e
tende realizar durante o ano. A LOA é um docu- dispêndio de gastos desnecessários. Além de ser
mento anual (uma lei) elaborada pelo Executivo e um limitador de despesas, o PPA é um delimitador
aprovada pelo Legislativo, ela qual ficam autoriza- de metas fiscais, que devem ser alcançadas pelo
das as despesas públicas e previstas (estimadas) governante a cada fim de mandato.
as receitas orçamentárias.
Para fins didáticos, o PPA contempla cinco eta-
A Lei Orçamentária Anual é conhecida como a lei pas:
dos meios porque é um “meio” para garantir cré-
ditos orçamentários e recursos financeiros para a ** ELABORAÇÃO
realização dos planos, programas e projetos. ** IMPLEMANETAÇÃO
** MONITORAMENTO
O ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ** AVALIAÇÃO
(PPA), (LDO) E (LOA)
** REVISÃO
De maneira simples, o orçamento é uma estimati-
va, uma previsão. O Orçamento Público é uma lei A ELABORAÇÃO é uma fase desenvolvida pela
que, entre outros aspectos, exprime, em termos Secretaria de Planejamento e Investimento Estra-
financeiros, a alocação dos recursos públicos. tégico - SPIE do MPOG, responsável pela coorde-
nação e elaboração do PPA, divulga as diretrizes
O Orçamento Público materializa-se numa lei, a e normas para sua elaboração através do manual
LOA – Lei Orçamentária Anual. A LOA é o instru- de elaboração do PPA. Elaborado o plano, estabe-
mento por meio do qual o Governo estima as re- lecida as metas e prioridades da LDO, e feita a
aprovação da LOA, ocorre a efetiva IMPLEMEN-
74
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
TAÇÃO do PPA, executando o projetos contem- ATENÇÃO- A LDO pode ser instrumento de auto-
plados no orçamento. rização de despesas somente se constar em seu
texto a possibilidade de liberação de duodécimos
O MONITORAMENTO é uma atividade sistemáti-
dos créditos orçamentários e se o orçamento não
ca feita pelos técnicos do MPOG, e pela CMA
for aprovado até 31 de dezembro, do ano corres-
(comissão de monitoramento e avaliação), um co-
pondente.
legiado interministerial, responsável pela coorde-
nação do sistema. Continuamente, é feita as AVA- ATENÇÃO- Apesar de possuir como atribuição a
LIAÇÕES do PPA, que é um processo gerencial, o alteração da legislação tributária, a LDO não pode
qual analisa tanto os resultados esperados, bem INSTITUIR, SUPRIMIR, DIMINUIR ou AUMEN-
como, os inesperados, visando sempre, o aperfei- TAR tributos.
çoamento do planejamento governamental.
ATENÇÃO- Por fim, por mais que a nomenclatura
A REVISÃO dos programas conclui o ciclo de ges- defina a LDO como a Lei de DIRETRIZES Orça-
tão introduzindo as recomendações e corrigindo mentária, ela NÃO estabelece diretrizes, pois essa
as falhas de programação. A revisão do PPA é é uma atribuição do PPA, e não da LDO.
anual e ocorre em forma de projeto de lei apresen-
Ainda de acordo com a nossa CF/88, considera-se
tado ao Congresso Nacional até 31 de agosto,
atribuição da LDO, dispor sobre:
com o intuito de realinhar as ações de Governo,
tendo, por óbvio, o interesse e a autorização do ** a Dívida Pública Federal;
Poder Executivo para tanto. ** a fiscalização, pelo Poder Legislativo, sobre as
obras e serviços com indícios de irregularidades
graves;
Lei de Diretrizes Orçamentárias
** a despesas da União com pessoal e encargos
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também
sociais.
é uma lei ordinária, de iniciativa privativa do chefe
do Executivo, sendo formulada pela Secretaria de No que tange a despesas, não basta ter disponibi-
Orçamento Federal- SOF do MPOG, em conjunto lidade orçamentária. É necessário autorização na
com a Secretaria do Tesouro Nacional- STN do LDO - com exceção das Empresas Públicas- EPs
Ministério da Fazenda- MF, e entregue ou Con- e Sociedades de Economia Mista- SEM.
gresso Nacional- CN, até 15 de abril de cada ano,
para a devida votação e aprovação em maioria
Lei Orçamentária Anual
simples do CN.
A Lei Orçamentária Anual (LOA), como ambos os
Nessa linha, prevê a CF/88 que o CN não poderá
dispositivos anteriores, é uma lei ordinária, votada
entrar em recesso parlamentar sem a votação e
por maioria simples nas duas Casas do Congres-
aprovação da referida LDO, tamanha é a impor-
so Nacional, sob a forma do regimento comum.
tância da referida lei para o desenvolvimento dos
Envolve o Orçamento Fiscal e da Seguridade
projetos governamentais. Sem a LDO, não se defi-
(Administração direta e indireta) dos Poderes da
ni os programas do PPA que deverão ser contem-
União, fundos, órgãos e entidades, além do Orça-
plados com dotações orçamentárias na LOA, en-
mento de Investimento das empresas estatais
gessando o governo e atrasando os investimentos
(empresas com maioria do capital social c/ direito
públicos em todas as áreas de atuação.
a voto da União). Os orçamentos fiscal e de inves-
A LDO estabelece as metas e prioridades do Go- timentos têm a função de reduzir desigualdades
verno Federal, incluindo as despesas de capital inter-regionais, segundo o critério populacional de
para exercício subseqüente, orienta a elaboração cada região.
da LOA, dispõe sobre alterações na legislação
A LOA é um documento anual (uma lei) elaborada
tributária e, ainda, estabelece a política de aplica-
pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo, ela
ção das agências financeiras oficiais de fomento.
qual ficam autorizadas as despesas públicas e
A LDO pode ser alterada depois de editada e pu-
previstas (estimadas) as receitas orçamentárias. A
blicada, mas as alterações têm que ser compatí-
Lei Orçamentária Anual é conhecida como a lei
veis com o PPA.
75
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
dos meios porque é um “meio” para garantir crédi- Os parlamentares podem vetar as despesas e até
tos orçamentários e recursos financeiros para a mesmo remanejar gastos para outros projetos de
realização dos planos, programas e projetos. seu interesse. Os recursos disponíveis de vetos,
despesas que não forem alocados ou ficarem sem
A LOA deve conter demonstrativo regionalizado
despesas correspondentes podem ser usados por
do efeito sobre as receitas e despesas, das isen-
créditos especiais ou suplementares com autoriza-
ções, anistias, remissões, subsídios e benefícios
ção legislativa.
de natureza financeira, tributária e creditícia. A
LOA pode conter autorização para abertura de O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) é encami-
créditos suplementares e contratação de opera- nhado ao Legislativo até o dia 31 de agosto de
ções de crédito (e geralmente contém!!!). cada ano. Após este prazo, é iniciada a discussão
e as votações parciais na Comissão Mista de De-
A iniciativa de elaboração da LOA é do Poder Exe-
putados e Senadores encarregada da apreciação
cutivo, mas a competência legal para apreciação é
da matéria. O PLOA é votado no Plenário até o
do Poder Legislativo, mediante votação em ambas
final do período legislativo (15/12).
as casas do Congresso Nacional.
Após a aprovação no Congresso, o PLOA segue
O início do projeto de lei se dá com o apresenta-
para sanção ou veto do Presidente em 15 dias
ção das propostas orçamentárias elaboradas pe-
úteis. O silêncio presidencial nos 15 dias importa
las unidades responsáveis diretamente pela exe-
em sanção tácita (aprovação). Mesmo no caso de
cução do orçamento, apresentando os programas,
sanção tácita ou no caso de sanção escrita do
com suas atividades e projetos, que constarão no
Presidente da República, a Lei é publicada. Se a
Orçamento. Após à apresentação das propostas,
lei não for publicada pelo Presidente da República,
o projeto é encaminhamento aos órgãos setoriais,
cabe ao Presidente do Congresso fazê-lo em 48
que analisam os dados e encaminham o projeto
horas, ou seu vice (48h depois, se não publicada
para a Secretaria de Orçamento Federal (SOF/
pelo Presidente do Congresso).
MPOG), para consolidação.
Se o projeto de lei for vetado, parcial ou integral-
A SOF/MPOG verifica os recursos disponíveis, as
mente, pelo Presidente da República, o texto é
necessidades de financiamento do setor público,
encaminhado ao Presidente do Congresso, expon-
as despesas obrigatórias com pessoal, dívida, ati-
do-se os motivos do veto. Uma sessão conjunta
vidades de manutenção, entre outros, bem como,
do Congresso Nacional delibera sobre o veto em
os limites já estabelecidos na LDO para cada uni-
30 dias, derrubando (se for o caso) o veto por mai-
dade, definindo os valores correspondentes.
oria absoluta. Se derrubado o veto e, ainda assim,
Após a consolidação, a SOF/MPOG encaminha o não for promulgada a LOA, cabe ao Presidente do
projeto ao Poder Legislativo (Congresso Nacional) Congresso promulgar a lei em 48 h ou seu vice,
para discussão, votação e a devida aprovação da em igual prazo, logo após.
LOA. Qualquer modificação no Projeto pelo Poder
As seguintes ações são vedadas após o início da
Executivo, depois de encaminhado para o Legisla-
execução orçamentária:
tivo, só pode acontecer se ainda não foi iniciada a
votação na Comissão Mista, responsável pela ** Início de projetos não incluídos na LOA
análise do projeto.
** Despesas ou obrigações maiores que LOA ou
No Congresso Nacional, os deputados e senado- créditos adicionais
res podem emendar o projeto de lei do orçamento
** Operações de crédito maiores que despesas de
em vários níveis. Pode haver emendas de banca-
capital
das, partidos ou até mesmo de parlamentares indi-
vidualmente, mas algumas despesas fixadas pelo ** Vinculações de impostos a fundos, órgão, des-
Executivo já não podem ser alteradas, como as pesa (menos transferências, garantias de créditos,
despesas pertinentes ao pagamento de juros e etc.).
encargos da dívida, amortização, precatórios ou **Abertura de crédito suplementar ou especial sem
pessoal. autorização legislativa e sem indicação de recur-
sos.
76
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
**Transposição, remanejamento, transferência de pessoal, material, obras e serviços, necessários
recursos de uma categoria de programação a ou- para o bom andamento da "máquina pública".
tra (programas de trabalho).
** Concessão ou utilização de créditos ilimitados
Tipos/Técnicas orçamentárias
** Utilização de recursos dos orçamentos fiscal e
seguridade p/ suprir necessidade ou cobrir déficit
de empresas, fundos, fundações. Orçamento Tradicional/Clássico
77
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Orçamento de Desempenho/Funcional É a única técnica que integra planejamento e
orçamento, e como o planejamento começa pela
O Orçamento de Desempenho representa uma
definição de objetivos, não há Orçamento
evolução do Orçamento Tradicional; buscava sa-
Programa sem definição clara de objetivos. Essa
ber o que o governo fazia (ações orçamentárias) e
integração é feita através dos “programas”, que
não apenas o que comprava (elemento de despe-
são os “elos de união” entre planejamento e
sa). Havia também forte preocupação com os cus-
orçamento.
tos dos programas.
James Giacomoni, 2008, cita documento
A ênfase é no desempenho organizacional, e
divulgado pela ONU em 1959, segundo o qual o
avaliam-se os resultados (em termos de eficácia –
Orçamento Programa é um sistema que presta
não de efetividade). Procura-se medir o desempe-
particular atenção às coisas que o governo realiza,
nho através resultado obtido, tornando o orçamen-
mais do que às coisas que ele adquire. Portanto,
to um instrumento de gerenciamento para a Admi-
no Orçamento Programa a ênfase é no que se
nistração Pública.
realiza e não no que se gasta.
É um processo orçamentário que se caracteriza
O Orçamento Programa representa uma evolução
por apresentar duas dimensões do orçamento: o
do Orçamento Tradicional e de desempenho,
objeto do gasto e um programa de trabalho, con-
vinculado-o ao planejamento. Possibilita melhor
tendo as ações desenvolvidas.
controle da execução dos programas de trabalho,
Não havia ainda a vinculação com o planejamento identificação dos gastos, das funções, da situação,
e o critério de classificação foi alterado para incor- das soluções, dos objetivos, recursos etc.
porar o programa de trabalho e a classificação por
Segundo James Giacomoni, 2008, são
funções.
características do Orçamento Programa:
Segundo James Giacomoni, 2008, o “Orçamento
O orçamento é o elo entre o planejamento e o
de Desempenho é aquele que apresenta os pro-
orçamento;
pósitos e objetivos para os quais os créditos se
fazem necessários, os custos dos programas pro- A alocação de recursos visa à consecução de
postos para atingir aqueles objetivos e dados objetivos e metas;
quantitativos que meçam as realizações e o traba-
As decisões orçamentárias são tomadas com
lho levado a efeito em cada programa”.
base em avaliações e análises técnicas de
alternativas possíveis;
Orçamento Programa Na elaboração do orçamento são considerados
todos os custos dos programas inclusive os que
Esse orçamento foi determinado pela Lei nº
extrapolam o exercício;
4.320/1964, reforçado pelo Decreto-Lei nº
200/1967, teve a primeira classificação funcional- A estrutura do orçamento está voltada para os
programática em 1974, mas foi apenas com a edi- aspectos administrativos e de planejamento;
ção do Decreto nº 2.829/1998 e com o primeiro
O principal critério de classificação é o funcional-
PPA 2000-2003 que se tornou realidade.
programático;
O Orçamento Programa é o atual e mais moderno
Utilização sistemática de indicadores e padrões de
Orçamento Público, está intimamente ligado ao
medição do trabalho e de resultados;
planejamento, e representa o maior nível de clas-
sificação das ações governamentais. O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a
efetividade das ações governamentais.
O Orçamento Programa será mais bem detalhado
O Orçamento Programa é um plano de trabalho
no item 1.7. Orçamento Programa no Brasil.
que integra – numa concepção gerencial -
planejamento e orçamento com objetivos e metas
a alcançar. A ênfase é nas realizações. Orçamento Base-Zero
78
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Orçamento Base-Zero surgiu no Texas, EUA, na É um importante espaço de debate e decisão
década de 1970, e nele não há direito adquirido no político-participativa. Nele, a população
orçamento. Cada despesa é tratada como uma interessada decide as prioridades de
nova iniciativa de despesa, e a cada ano é investimentos em obras e serviços a serem
necessário provar as necessidades de orçamento, realizados, a cada ano, com os recursos do
competindo com outras prioridades e projetos. orçamento.
Inicia-se todo ano, partindo do “zero” – daí o nome
Essa técnica orçamentária estimula o exercício da
Orçamento Base-Zero.
cidadania, o compromisso da população com o
O Orçamento Base-Zero exige que o bem público, e gera corresponsabilização entre
administrador justifique, a cada ano, todas as Governo e sociedade sobre a gestão dos recursos
dotações solicitadas em seu orçamento, incluindo públicos.
alternativas, análise de custo, finalidade, medidas
Alguns autores destacam o caráter educativo
de desempenho, e as conseqüências da não
desse orçamento, visto que proporciona à
aprovação do orçamento. A ênfase é na
comunidade local o conhecimento dos principais
eficiência, e não se preocupa com as
problemas enfrentados pela cidade, assim como
classificações orçamentárias, mas com o porquê
das limitações orçamentárias existentes. Ou seja,
de se realizar determinada despesa.
pode-se perceber que o “buraco de sua rua” é
De acordo com a sua concepção, permite menos importante que a construção de um posto
selecionar as melhores alternativas, estabelecer de saúde no bairro vizinho.
uma hierarquia de prioridade, reduzir despesas e
O principal benefício do Orçamento Participativo é
aumentar a eficiência na alocação dos recursos.
a democratização da relação do Estado -
No entanto, sua elaboração é trabalhosa,
sociedade com fortalecimento de democracia.
demorada e mais cara, além de desprezar a
Nesse processo, o cidadão deixa de ser um
experiência acumulada pela organização.
simples coadjuvante para ser protagonista ativo da
Essa técnica orçamentária abandona a idéia de gestão pública.
aumento ou diminuição dos gastos em relação ao
Vale ressaltar que somente são colocados para
orçamento anterior e proporciona informações
decisão da população os recursos disponíveis
detalhadas quanto aos recursos necessários para
para investimentos (parte deles), e a participação
atingir os fins desejados, além de identificar os
do cidadão ocorre no momento de elaboração e
gastos excessivos e as duplicidades.
muito timidamente na fiscalização de sua
execução.
Em função da necessidade de a cada ano “provar” Os municípios pioneiros nessa técnica foram Porto
que os recursos solicitados devem ser aprovados Alegre – RS e Santo André – SP, na gestão 1989-
por serem uma “alternativa viável”, acredita-se que 1992.
promova a especialização/desenvolvimento dos
Esse mecanismo foi reforçado pela LRF, art. 48,
servidores que atuam na função orçamentária.
parágrafo único: “a transparência será assegurada
também mediante incentivo à participação popular
e realização de audiências públicas, durante os
Orçamento Participativo
processos de elaboração e de discussão dos
O Orçamento Participativo é uma técnica planos, Lei de Diretrizes Orçamentárias e
orçamentária em que a alocação de alguns orçamentos”.
recursos contidos no Orçamento Público é
A partir da elaboração do PPA-2004-2007, o
decidida com a participação direta da população,
Governo Federal procurou ampliar os meios de
ou através de grupos organizados da sociedade
participação da sociedade na elaboração,
civil, como a associação de moradores. Até o
implementação e controle dos orçamentos, mas
momento, sua aplicação restringe-se ao âmbito
ainda não se pode falar em Orçamento
municipal.
Participativo no âmbito federal. Nesse mesmo
sentido, em 2009, a Câmara dos Deputados,
79
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
através das audiências regionais para debater foram apontadas apenas as que refletem as
sobre o Orçamento Público, procurou estimular a diferenças e permitem a comparação entre essas
participação direta da sociedade na sua técnicas orçamentárias e/ou tipos de orçamentos.
elaboração, mas ainda está muito distante de
configurar esse tipo de orçamento.
80
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
ORÇAMENTO PÚBLICO
TIPOS/TÉCNICAS FINALIDADE ÊNFASE CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Nenhuma vinculação com plane‐
TRADICIONAL Controle Polí co Objeto do Gasto Ins tucional
jamento
Elemento de Des‐
Valorização do aspecto jurídico
pesa
Neutralidade em relação à eco‐
nomia
Alocação de recursos para aquisi‐
ção de meios
Instrumento da
Administração
Análise e avaliação de todas as
para a Seleção das
despesas
Melhores Alterna‐
vas
81
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
82
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Princípios orçamentários Este princípio impõe que o orçamento deve ter
vigência limitada no tempo, sendo que, no caso
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao tratar dos prin-
brasileiro, corresponde ao período de um ano. De
cípios administrativos, ensina que “princípios de
acordo com o art. 4º da Lei nº 4.320/1964: “... o
uma ciência são as proposições básicas, funda-
exercício financeiro coincidirá com o ano civil – 1º
mentais, típicas, que condicionam todas as estru-
de janeiro a 31 de dezembro”.
turas subseqüentes”.
Exceção: A autorização e abertura de créditos
Os princípios orçamentários são regras válidas
especiais e extraordinários – se promulgados nos
para todo o processo orçamentário, mas não têm
últimos quatro meses do ano – conforme art. 167,
caráter absoluto, visto que apresentam exceções.
§ 2º, da CF: ...os créditos especiais e
extraordinários terão vigência no exercício
Princípio da legalidade financeiro em que forem autorizados, SALVO se o
ato de autorização for promulgado nos últimos
Por este princípio, o orçamento anual, ao final de
quatro meses, casos em que, reabertos nos
sua elaboração, deve ser aprovado por Poder Le-
limites de seus saldos, serão incorporados ao
gislativo respectivo, tornando-se uma lei. Também
orçamento do exercício financeiro subseqüente.
devem ser objeto de lei as Diretrizes Orçamentá-
rias e o Plano Plurianual (art. 165 da CF/1988).
O orçamento anual meterializa-se numa lei, a LOA
– Lei Orçamentária Anual, e nenhuma despesa Princípio da universalidade
poderá ser realizada se não for autorizada pela
O princípio da universalidade está contido nos
LOA ou mediante créditos adicionais.
arts. 2º, 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, na Emanda
O princípio da legalidade tem a função de limitar o Constitucional nº 01/1969 e também no § 5º do
poder estatal e garantir a indisponibilidade do inte- art. 165 da Constituição Federal de 1988. Ele
resse público, já que não há que se falar em von- determina que o orçamento deve considerar todas
tade pessoal no trato da coisa pública. Isso signifi- as receitas e todas as despesas, e nenhuma
ca que a ação estatal deve ser exercida nos con- instituição governamental deve ficar afastada do
tornos da autorização parlamentar consubstancia- orçamento: Lei nº 4.320/1964, art. 2º: “ (...) a lei do
da no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orça- orçamento conterá a discriminação da receita e
mentárias, na Lei Orçamentária Anual ou em qual- despesa de forma a evidenciar a política
quer outra modalidade que exige autorização le- econômico-financeira e o programa de trabalho do
gislativa relativa à matéria orçamentária. Governo, obedecidos os princípios da unidade,
universalidade e anualidade”; art.3º da Lei nº
4.320/1964: “(...) a lei do orçamento
compreenderá todas as receitas inclusive as de
Princípio da anualidade ou periodicidade operações de créditos autorizadas por lei”; “art. 4º:
(...) a Lei de Orçamento compreenderá todas as
O princípio da anualidade apregoa que as
despesas próprias dos órgãos do Governo e da
estimativas de receitas e despesas devem referir-
administração centralizada, ou que, por intermédio
se a um período limitado de tempo, em geral, um
deles se devam realizar”.
ano ou o chamado “exercício financeiro”, que
corresponde ao período de vigência do Amplamente aceito pelos tratadistas, esses
orçamento. princípios segundo James Giacomone 2008,
De acordo com o art. 2º da Lei nº 4.320/1964: (...) Permite ao legislativo: a) conhecer a priori todas
a Lei do Orçamento conterá a discriminação da as receitas e despesas do Governo e da prévia
receita e despesa de forma a evidenciar a política autorização para a respectiva arrecadação de
econômica financeira e o programa de trabalho do realização; b) impedir ao Executivo a realização
Governo,obedecidos os princípios da unidade, de qualquer operação de receita e despesa sem
universalidade e anualidade. prévia autorização parlamentar; c) conhecer o
exato volume global das despesas projetada pelo
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Governo, a fim de autorizar a cobrança dos constitucional de 1926 e sua adoção visava pôr
tributos estritamente necessários para atendê-las. fim às chamadas “caudas orçamentárias” ou,
como Ruy Barbosa denominava, “orçamentos
Exceção: Orçamento operacional das Empresas
rabilongos”. Segundo esse princípio, o orçamento
Estatais INDEPENDENTES.
deve conter apenas matéria orçamentária, não
incluindo em seu projeto de lei assuntos
Princípio do Orçamento Bruto estranhos. Dentre outros assuntos estranhos
alguns tratadistas citam a tentativa de incluir a “lei
O princípio do Orçamento Bruto estabelece que
do divórcio” no projeto de lei orçamentária. Isso se
todas as parcelas de receitas e despesas,
dava em face da celeridade do processo de
obrigatoriamente, devem fazer parte do orçamento
discussão, votação e aprovação da proposta
em seus valores brutos, sem qualquer tipo de
orçamentária.
deduções. Procura-se com esta norma impedir a
inclusão de importâncias líquidas, ou seja, Exceção: Autorização para abertura de créditos
descontando despesas que serão efetuadas por suplementares e contratações de operações de
outras entidades e, com isso, impedindo sua crédito, ainda que por antecipação da receita
completa visão, conforme preconiza o princípio da (ARO ou outra operação de crédito).
universalidade.
Esse princípio está explicitamente inserido no art. Princípio da unidade/totalidade
6º da Lei nº 4.320/1964, que diz que todas as
O princípio da unidade ensina que o orçamento
receitas e despesas constarão da Lei de
deve ser uno, ou seja, no âmbito de cada esfera
Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
de Governo (União, estados e municípios) deve
deduções. O § 1º do mesmo artigo reforça este
existir apenas um só orçamento para um exercício
princípio: “As cotas de receita que uma entidade
financeiro. Cada esfera de Governo deve possuir
pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como
apenas um orçamento, fundamentado em uma
despesa, no orçamento da entidade obrigada à
única política orçamentária e estruturado
transferência e, como receita, no orçamento da
uniformemente. Assim existem o Orçamento da
que as deva receber”.
União, o de cada estado e o de cada município.
Princípio da exclusividade
Esse princípio, contido no art. 2º da Lei nº
De acordo com o § 8º do art. 165 da Constituição 4.320/1964, foi consagrado na Constituição
Federal, a Lei Orçamentária Anual não conterá Federal (art. 165, § 5º) que determina:
dispositivo estranho à previsão da receita e à
Luiz Rosa Junior explica que “a concepção
fixação da despesa, não se incluindo na proibição
tradicional do princípio da unidade significava que
a autorização para a abertura de créditos
todas as despesas e receitas do Estado deveriam
suplementares e contratações de operações de
estar reunidas em um só documento”. Esse
créditos, ainda que por antecipação de receitas,
mesmo autor explica ainda que “a Constituição de
nos termos da lei.
1988 deu uma concepção mais moderna ao
A Lei de Orçamento deverá tratar apenas de princípio da unidade, ao dispor, no § 5º do art.
matéria financeira, excluindo-se dela qualquer 165, que a lei orçamentária compreende: a) o
outro dispositivo estranho. Assim, não pode o Orçamento Fiscal; b) o Orçamento de
texto da lei orçamentária instituir tributo, por Investimento; c) o Orçamento da Seguridade
exemplo, nem qualquer outra determinação que Social”.
fuja às finalidades específicas de previsão de
Também é denominado princípio da totalidade
receita e fixação de despesa.
em face de ser composto pelos: Orçamento Fiscal;
Claudiano Albuquerque, Marcio Medeiros e Orçamento e Investimento; Orçamento de
Paulo H. Feijó, explicam que o princípio da Seguridade Social – e ao mesmo tempo
exclusividade foi consagrado pela reforma consolidar os orçamentos dos diversos órgãos e
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Poderes de forma que permita a cada Governo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
uma visão geral do conjunto das finanças Educação Básica (Fundeb); 3 – Ação e serviços
públicas. públicos de saúde; 4 – garantias às operações de
crédito por antecipação de receita (ARO); 5 –
Atividades da administração tributária; 6 –
Princípios da especificação vinculação de impostos estaduais e municipais
Essa regra opõe-se à inclusão de valores globais, para prestação de garantia ou contragarantia à
de forma genérica, ilimitados e sem discriminação, União.
e ainda, o início de programas ou projetos não
incluídos na LOA.
Princípio da publicidade
Esse princípio está consagrado no § 1º do art. 15
Um dos princípios fundamentais que regem a
da Lei nº 4.320/1964: “Na lei de orçamento a
Administração Pública (art. 37 da CF/1988) tem o
discriminação da despesa far-se-á no mínimo por
objetivo de levar ao conhecimento de todos os
elementos; § 1º. Entende-se por elementos o
atos praticados pela Administração. A publicidade
desdobramento da despesa com pessoal,
legal faz-se através do Diário Oficial, podendo
material, serviços, obras e outros meios de que se
também abranger jornais, internet etc.
serve a Administração Pública para consecução
dos seus fins”. Passou a vigorar como princípio orçamentário pela
CF/ 1988, amparado pelo art. 165, § 3º: “O Poder
Também encontra amparo legal no art. 5º da Lei
Executivo publicará, até trinta dias após o
nº 4.320/1964: “(...) a lei de orçamento não
encerramento de cada bimestre, o relatório
consignará dotações globais destinadas a atender
resumido da execução orçamentária”; e do art. 15,
indiferentemente a despesas de pessoal, material,
§ 6º, que exige que o projeto da lei orçamentária
serviços de terceiros, transferências ou quaisquer
venha acompanhado de “demonstrativo
outras, ressalvado o disposto no art. 20 e seu
regionalizado do efeito, sobre as receitas e
parágrafo único”.
despesas, decorrentes de isenções, anistias,
Exceção: 1 – art. 20, parágrafo único, da Lei nº remissões, subsídios e benefícios de natureza
4.320/1964: 2 – art. 5º, III, b, da LRF, que trata financeira, tributária e creditícia”.
da reserva de contingência, que é uma dotação
A partir do ano 2000 foi reforçado por vários
global para atender passivos contingentes e
dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
outras despesas imprevistas.
A publicação torna mais transparente o montante
e a destinação dos critérios orçamentários e
Princípio da não afetação das receitas facilita a fiscalização pelos órgãos de controle e
O princípio da não afetação da receita veda a pela sociedade.
vinculação de receita de impostos a órgão, fundo
ou despesa, e está definido na Constituição
Princípios do equilíbrio
Federal. São vedados:
Este princípio está consagrado no art. 4º, inciso I,
alínea a, da LRF que determina que a LDO
O princípio da não afetação de receitas determina disporá sobre o equilíbrio entre receita e despesa.
que as receitas de impostos não sejam Ele estabelece que a despesa fixada não pode ser
previamente vnculadas a determinadas despesas, superior à receita prevista, ou seja, deve ser igual
a fim de que estejam livres para sua alocação à receita prevista. A finalidade deste princípio é
racional, no momento oportuno, conforme as deter o crescimento desordenado dos gastos
prioridades públicas. governamentais e impedir o déficit orçamentário.
Exceções: Há muitas: 1 – fundos constitucionais: Praticamente em todos os anos, esse princípio é
Fundo de participação dos estados, Municípios, apenas formalmente atendido nas LOAs, visto que
Centro-Oeste, Norte, Nordeste, compensação pela o “equilíbrio” é mantido com as operações de
exportação de produtos industrializados etc.; 2 –
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
crédito nele contidas e autorizadas – que são na de um órgão para outro, sem prévia autorização
verdade empréstimos que escondem o déficit legislativa”.
existente.
Portanto o administrador público não pode
Os déficits não são sempre um mal. De acordo remanejar ou transferir verbas de um órgão para
com a teoria Keunesiana, a utilização de déficits outro, nem alterar a categoria de programação
orçamentários é recomendada para solucionar sem prévia autorização legislativa. Se houver
crises econômicas. Gastando mais, os Governos insuficiência orçamentária ou carência de novas
ajudam suas economias a superar a crise, Esse dotações, deve-se recorrer à abertura de crédito
gasto excessivo (déficit) é compensado suplementar ou especial, mediante autorização do
posteriormente em momentos de crescimento Poder Legislativo, contida na própria LOA ou em
econômico. específica de crédito adicional.
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Constituição Federal, leis e títulos creditórios à
Fazenda Pública”.
Receita Derivada – é a receita efetiva obtida pelo
Para Aliomar Baleeiro (1973), “é a entrada que, Estado em função de sua soberania, por meio de
integrando-se ao patrimônio público sem tributos, penalidades, indenizações e restituições.
quaisquer reservas, condições ou As receitas derivadas são formadas por receitas
correspondências no passivo, vem acrescentar o correntes, segundo a classificação da receita por
seu vulto como elemento novo e positivo”. categoria econômica. Ex.: receita tributária, receita
de contribuições etc.
Existem diversos conceitos específicos para São receitas obtidas pelo Estado mediante sua
receitas públicas, contidos no Manual de autoridade coercitiva. O Estado exerce a sua com-
Procedimentos da Receita Pública 2007, Manual petência, o seu poder, e tributa os rendimentos e o
de Receita Nacional STN/SOF 2008, Manual patrimônio das pessoas e das empresas, exigindo
compulsoriamente que o particular entregue uma
Técnico de Orçamento, 2009, Glossário de determinada quantia na forma de tributos.
Termos Técnicos do Senado Federal, que
apresentamos a seguir, seguidos de explicações. Essa receita é derivada porque deriva do patrimô-
nio dos particulares, da sociedade em geral.
87
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Receita Corrente Líquida – terminologia dada ao Receitas Compulsórias – são receitas cujas ori-
parâmetro destinado a estabelecer limites legais gens encontram-se nas legislações que impõe aos
definidos pela LRF. particulares uma obrigação. São casos de receita
compulsória: os tributos, as contribuições etc.
A receita corrente líquida corresponde ao somató-
rio das receitas tributárias, de contribuições, patri- Nesse caso, os contribuintes não têm escolha:
moniais, industriais, agropecuárias, de serviços, recolhem os impostos devidos ou sujeitam-se às
transferências correntes e outras receitas corren- penalidades legais.
tes, consideradas as deduções conforme o ente
Receitas Facultativas – as receitas facultativas
União Estado, Distrito Federal e Municípios (art.
possuem sua origem nos atos jurídicos bilaterais,
2º, IV, da LRF).
ou seja, são aquelas decorrentes da vontade das
Receita Líquida Real – definição dada pela Reso- pessoas. Como exemplos temos os aluguéis
lução do Senado Federal nº 96, de 15 de dezem- (receita patrimonial), preços públicos, tarifas etc.
bro de 1989, para a receita realizada nos 12 me-
As receitas compulsórias assemelham-se às recei-
ses anteriores ao mês em que se estiver apuran-
tas derivadas e, as facultativas, às receitas origi-
do, excluídas as receitas provenientes de opera-
nárias.
ções de crédito e de alienação de bens.
Receitas Próprias – são as receitas provenientes
Receita Compartilhada – receita orçamentária
do esforço de arrecadação de cada órgão, isto é,
pertencente a mais de um beneficiário, indepen-
receitas que o órgão tem a competência legal de
dentemente da forma de arrecadação e distribui-
prever e arrecadar. Não podem ser oriundas de
ção.
transferências, ainda que de outra esfera governa-
Receita Prevista, Estimada ou Orçada - volume mental, e nem ter origem em operações de crédi-
de recursos, previamente estabelecido no orça- tos.
mento do ente, a ser arrecadado em um determi-
As receitas próprias devem ser arrecadadas por
nado exercício financeiro, de forma a melhor fixar
meio de Guia de Recolhimento da União – GRU e
a execução da despesa. É essencial o acompa-
centralizadas numa conta de referência do Tesou-
nhamento da legislação específica de cada recei-
ro Nacional mantida junto ao Banco do Brasil. De-
ta, em que são determinados os elementos indis-
vem ainda ser registradas no SIAFI como receita
pensáveis à formulação de modelos de projeção,
orçamentária, conforme os procedimentos descri-
como a base de cálculo, as alíquotas e os prazos
tos na IN/STN nº 05/1996. De acordo com essa
de arrecadação.
IN, se as receias próprias forem oriundas de valo-
Corresponde à etapa de “planejamento” da Recei- res retidos de serviços na folha de pagamento,
ta Orçamentária Pública. deve ser utilizada a GRU Intra SIAFI.
Receita Vinculada – é a receita arrecadada com
destinação específica estabelecida em dispositi-
Receitas de Fontes Diversas – são aquelas que
vos legais. A vinculação da receita torna a progra-
guardam características de transferências,
mação financeira menos flexível, reservando parte
mesmo que de outras esferas governamentais,
dos recursos disponíveis para uma determinada
como convênios e operações de créditos, ou seja,
destinação.
são originárias de terceiros que, em determinados
Receita vinculada é a receita arrecadada que, em casos, terão de ser devolvidas.
função da legislação, tem sua destinação estabe-
Receita Líquida – é a receita resultante da
lecida. Essas receitas não poderão ser utilizadas
diferença entre a receita bruta e as deduções.
para outro objeto, conforme parágrafo único do
art. 8º da LRF: “Os recursos legalmente vincula- Receita de Ressarcimento - recebimento que
dos à finalidade específica serão utilizados exclu- representa reembolso de valores anteriormente
sivamente para atender ao objetivo de sua vincu- gastos em nome de terceiros e que estão sendo
lação, ainda que em exercício diverso daquele em devolvidos. Reposição de custos por uma das
que ocorrer o ingresso.” partes envolvidas quando foram utilizados meios
da outra para atingir determinado fim.
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Receita de Restituição – recebimento resultado Receitas Não Administradas – são as receitas
da devolução de recuso que estava em posse de arrecadadas pela SRF, mas não são
outrem, indevidamente ou por disposição legal. administradas por esta. A SRF arrecada a receita
e a transfere para quem é de direito.
Se a restituição de receitas for do exercício
corrente, deverá ser feita sempre pó dedução da Receitas de Operações de Crédito – são
respectiva natureza da receita. No entanto, se for receitas provenientes de operações financeiras do
de exercícios anteriores poderá ser feita de duas Tesouro e das decorrentes de obrigações
maneiras: contratuais. São os ingressos oriundos da
colocação de títulos públicos ou da contratação de
I. Mediante dedução da receita arrecadada
no exercício corrente, quando não houver descon- empréstimos e financiamentos obtidos junto a
tinuidade de arrecadação da respectiva origem ou entidades estatais ou privadas – nacionais ou
natureza de receita; internacionais.
As operações de crédito são, basicamente,
II. Mediante apropriação de despesa orça-
empréstimos realizados com o fim de
mentária para os casos de restituições de receitas
complementar os recursos necessários para
que não são mais arrecadadas a partir do exercí-
atender às despesas públicas de receitas aquelas
cio da restituição, devendo, neste caso, fixar dota-
decorrentes de empréstimos, amortizações,
ção para pagamento dessas restituições na Lei
Orçamentária Anual. financiamentos e outras receitas afins, destinadas
a refinanciar dívidas, empréstimos e outras
Receita de Indenização – recebimento que resul- modalidades de financiamentos.
ta da compensação de prejuízo causado por ter-
ceiros, visando a reparar dano sofrido ou perda de
um direito. Antecipação de Receitas – são valores
recebidos em virtude de um fato que caracteriza
Receita pública efetiva – é aquela em que o in- uma “antecipação da receita prevista”. Ex.:
gresso dos recursos não foi precedido de registro adiantamento de fornecimentos. Se forem obtidas
de reconhecimento do direito e não constituem junto a instituições financeiras correspondem ás
obrigações correspondentes. operações de crédito por antecipação de receitas
Essas receitas alteram positivamente a situação (ARO) e serão classificadas como ingressos
líquida patrimonial no momento do reconhecimen- extraorçamentários.
to da receita. Trata-se de um fato contábil modifi- De acordo com a LRF, essas operações somente
cativo aumentativo. podem ser feitas a partir do dia 10 de janeiro, e
devem ser pagas com todos os encargos até o dia
10 de dezembro do mesmo ano. O art. 38 dessa
Receita Pública Não Efetiva – é aquela em que o
lei estabelece, ainda, exigências para a sua
ingresso dos recursos foi precedido de registro do
realização e alguns casos de proibição.
reconhecimento do direito.
Renúncia de Receita – é a arrecadação de
Essas receitas não alteram a situação líquida
receita em função da concessão de isenções,
patrimonial – há uma simples troca de elementos
anistias ou subsídios. Deve-se atentar, na
patrimoniais. Trata-se de um fato permutativo,
renúncia de receita, ao disposto pela Lei nº
denominado mutação passiva.
101/2000-Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 14,
que determina critérios a serem observados
Receitas Administradas – são as receitas quanto a esse fato.
arrecadadas, administradas e fiscalizadas pela Em obediência ao princípio orçamentário da
Secretaria da Receita Federal – SRF. Exemplo: universalidade e para evidenciar a informação
imposto sobre a renda; Contribuição Social sobre contábil completa, deve-se demonstrar o montante
o Lucro Líquido etc. dos recursos que o ente tem a competência de
arrecadar, mas que não ingressam nos cofres
públicos. Registra-se o total que deveria ser
89
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
arrecadado, e, em seguida, registra-se em conta Receitas correntes são receitas que aumentam
retificadora a renúncia como dedução da receita. somente o patrimônio não duradouro do Estado,
isto é, que se esgotam dentro do período
compreendido pela Lei Orçamentária Anual.
Classificação por categoria econômica
São os ingressos de recursos financeiros oriundos
A classificação da receita por categoria econômica das atividades operacionais, para aplicação em
é utilizada para mensurar o impacto das decisões despesas, visando ao custeio/manutenção das
do governo na economia nacional (formação de atividades em geral e à implementação dos
capital, custeio, investimentos modo que se programas e ações do Governo. Se as receitas
anulem os efeitos de duplas contagens correntes superarem as despesas correntes, elas
decorrentes de sua inclusão no orçamento. podem ser utilizadas para custear despesas de
capital.
90
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
No entanto, a STN (2007) prefere utilizar o por lei e tendo natureza obrigatória de sua presta-
conceito do Código Tributário Nacional, art. 3º, ção, sendo esse serviço essencial à sociedade.
que define tributo como “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato c) Contribuição de Melhoria – segundo o
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante art. 81 do CTN, a contribuição de melhoria cobra-
atividade administrativa plenamente vinculada”, e da pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal
define suas espécies da seguinte forma: ou pelos municípios, no âmbito de suas respecti-
a) Imposto – conforme art. 16 do CTN, impos- vas atribuições, é instituída para fazer face ao cus-
to é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador to de obras públicas de que decorra valorização
uma situação independente de qualquer atividade imobiliária, tendo como limite total a despesa reali-
estatal específica, relativa ao contribuinte. zada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Portanto, por esse pagamento, o contribuinte não
recebe nenhuma contraprestação direta ou imedi- Trata-se de espécie de tributo vinculado e tem co-
ata, ou seja, o Estado não fica vinculado a nenhu- mo fato gerador a valorização imobiliária em face
ma contraprestação para o contribuinte que pagou da existência d melhoria em imóvel determinado e
o referido imposto. o nexo causal entre a melhoria havida e a realiza-
ção da obra pública.
b) Taxa – de acordo com o art. 77 do CTN, as
taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Segundo o MTO, 2009, existem cinco limitações
Distrito Federal ou pelos municípios, no âmbito de para o lançamento da contribuição da melhoria: a)
suas respectivas atribuições, têm como fato gera- só pode ser lançada pela execução de um melho-
dor o exercício regular do Poder de Polícia, ou a ramento público; b) não pode exceder o custo da
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público obra, mesmo que o benefício seja maior; c) deve-
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou se dar ao proprietário a oportunidade de manifes-
posto à sua disposição. tar-se previamente; d) o melhoramento deve afe-
tar área limitada e determinada; e) não pode exce-
der o benefício devido ao melhoramento.
91
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
tiva às atividades de importação ou comercializa- É o ingresso proveniente da prestação de serviços
ção de petróleo e seus derivados, gás natural e de transporte, saúde, comunicação, portuário,
seus derivados e álcool combustível; PIN,Proterra armazenagem, de inspeção e fiscalização,
etc.; judiciário, processamento de dados, vendas de
mercadorias e produtos inerentes à atividade da
III. Contribuições de Interesse das Categori- entidade e outros serviços.
as Profissionais ou Econômicas – destinadas
ao fornecimento de recursos aos órgãos represen-
tativos de categorias profissionais legalmente re-
gulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse Transferências correntes
dos empregadores ou empregados. Ex.: anuidade É o ingresso proveniente de outros entes ou
dos conselhos em geral: CRM, OAB, Crea, o siste- entidades, refere a recursos pertencentes ao ente
ma “S” – Sesi, Sesc, Senai etc. ou entidade recebedora ou ao ente ou entidades
transferidora, efetivado mediante condições
preestabelecidas ou mesmo sem qualquer
Receita patrimonial exigência, desde que o objetivo seja a aplicação
em despesas correntes.
É o ingresso proveniente de rendimentos sobre
investimentos do ativo permanente, de aplicações De acordo com o art. 6º, § 1º, da Lei nº
de disponibilidade em operações de mercado e 4.320/1964, as cotas de receitas que uma
outros rendimentos oriundos da renda de ativos entidade pública deva transferir a outra incluir-se-
permanentes. Ex.: receitas imobiliárias: aluguéis, ão como despesa no orçamento da entidade
foros, laudêmios; receitas de valores mobiliários: obrigada à transferência, e côo receita no
juros de títulos de renda, dividendos, participa- orçamento da que as deva receber.
ções; receitas de outorga de serviços públicos etc.
92
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
São denominadas receita de capital porque são Alienação de bens
derivadas da obtenção de recursos mediante a
constituição de dívidas, amortização de É o ingresso proveniente da alienação de
empréstimos, financiamento ou alienação de bens. componentes do ativo permanente. É a conversão
em espécie de bens e direitos pertencentes ao
Essas receitas são representadas por mutações ente público.
patrimoniais que nada acrescentam ao patrimônio
público, só ocorrendo uma troca de elementos Inclui tanto as alienações de bens móveis como as
patrimoniais, isto é, há um aumento no sistema alienações de bens imóveis.
financeiro ela entrada de recursos e uma baixa no
sistema patrimonial pela saída de um bem ou
direito, exceto as transferências de capital. Amortização de empréstimos
93
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
As “etapas” da receita pública são novidades
trazidas pelo Manual de Receita Nacional STN/
SOF, 2008, ratificadas em 2009 pelo Manual de Execução
Contabilidade Aplicada ao Setor Público, volume A receita pública, desde a sua inclusão na
1, e não se confundem com os “estágios” da proposta orçamentária até o seu recolhimento ao
receita pública. caixa único do Tesouro Nacional, percorre
O processo orçamentário, para fins de gestão, estágios ou fases.
classifica a receita orçamentária em três etapas: A etapa de execução compreende os “estágios”
planejamento, execução e controle e avaliação. da Receita Orçamentária Pública na forma
prevista na Lei nº 4.320/1964: lançamento,
arrecadação e recolhimento.
Planejamento
Para o Manual de Procedimento da Receita
Segundo o Manual de Receita Nacional STN/SOF, Pública, 2007, estágio (ou fase) da receita
2008, a etapa de planejamento compreende a orçamentária é cada passo identificado que
previsão de arrecadação da receita orçamentária evidencia o comportamento da receita e facilita o
constante da Lei Orçamentária Anual, resultante conhecimento e a gestão do ingresso de recursos.
de metodologias de projeção usualmente
adotadas, observada as disposições constantes
na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
Lançamento
Diz-se que a receita é prevista, estimada ou Para a Lei nº 4.320/1964, art. 53, o lançamento da
orçada – qualquer um desses termos indica o receita é o ato da repartição competente, que
quanto se espera arrecadar durante o exercito verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa
financeiro ao qual a LOA se refere. que lhe é devedora, e inscreve o débito desta.
Previsão é a estimativa de arrecadação da receita, Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, é
constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, que o procedimento administrativo tendente a verificar
resulta da metodologia de projeção de receitas a ocorrência do fato gerador da obrigação
orçamentárias. A metodologia utilizada pelo correspondente, determinar a matéria tributável,
Governo Federal está baseada na série histórica calcular o montante do tributo devido, identificar o
de arrecadação dos últimos anos ou meses sujeito e, sendo o caso, propor a aplicação da
anteriores, corrigida por parâmetros de variação penalidade cabível.
de preços, de quantidade dos bens produzidos ou
de alguma mudança de aplicação de alíquota em O essencial a se verificar é a ocorrência do fato
sua base de cálculo. gerador, antes de se proceder ao registro contábil
do direito a receber da Fazenda Pública, em
Resumindo: considera-se a série histórica; as contrapartida a uma variação ativa em contas do
mudanças ocorridas na legislação (alteração de sistema patrimonial.
alíquotas); a previsão de crescimento da
economia (quantidade a ser produzida); e a taxa Existem três espécies de lançamento:
de inflação (que afetará os preços).
De oficio, efetuado pela Administração sem a
A previsão das receitas reveste-se de fundamental participação do contribuinte (Ex.: IPVA, IPTU);
importância, haja vista que corresponde à base
para a fixação das despesas na Lei Orçamentária Por declaração, quando o sujeito passivo presta
Anual, inclusive para a determinação das à autoridade administrativa competente, as
necessidades de financiamento do Governo. Além informações necessárias ao lançamento (Ex.: ITR,
disso, é necessário analisar seu comportamento IRPF); e
mês a mês, visto que as receitas que superarem a
Por homologação, ocorre quando o sujeito
previsão inicial constituem-se em fonte para a
passivo antecipa o pagamento, sem prévio exame
abertura de créditos adicionais.
94
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
da autoridade administrativa competente (Ex.: realizado em consonância com a previsão da
ICMS). receita, destacando as providências adotadas no
âmbito da fiscalização das receitas e do combate
à sonegação, as ações de recuperação de
créditos nas instâncias administrativas e judicial,
Arrecadação
bem como as demais medidas para incremento
Corresponde ao momento que o contribuinte com- das receitas tributárias e de contribuições.
parece ao banco e efetua o pagamento da obriga-
ção. Para a STN, é a entrega, realizada pelos con-
tribuintes ou devedores, aos agentes arrecadados
ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos
devido ao Tesouro. Cronologia das etapas da receita
A arrecadação ocorre somente uma vez, vindo em Segundo o Manual de Receita Nacional STN/
seguida o recolhimento. Diz-se que a arrecadação SOF,2008, as etapas da receita orçamentária
se dá de forma direta, quando realizada por agên- seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos
cia bancária credenciada ou por repartição admi- econômicos, levando-se em consideração o
nistrativa do Estado; ou de forma indireta, que modelo de orçamento existente no País e a
ocorre quando o valor é retido dos contribuintes, tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem
para posterior pagamento. Ex.: Empresas diversas sistemática inicia-se com a previsão e termina
que retêm o IR do salário dos empregados para com o recolhimento. O Manual de Procedimentos
depois recolher à Receita Federal. da Receita Pública, 2007, menciona que essa
cronologia é dependente da ordem de ocorrência
dos fenômenos econômicos.
Recolhimento O recolhimento ao Tesouro é realizado pelos
De acordo com o Manual de Procedimentos da próprios agentes, bancos arrecadadores ou Banco
Receita Pública, 2007, recolhimento é a transfe- do Brasil. Essa ordem é bastante nítida, pois os
rência dos valores arrecadados à conta específica agentes arrecadadores podem ser bancos ou
do Tesouro, responsável pela administração e caixas avançados do próprio ente.
controle da arrecadação e programação financei- No que se refere ao controle e à avaliação, não é
ra, observado o Princípio da Unidade de Caixa, possível fixar o momento em que devem ocorrer,
representado pelo controle centralizado dos recur- visto que podemos ocorrer de modo preventivo,
sos arrecadados em cada ente. concomitante ou posterior às etapas de
Portanto, recolhimento é a transferência dos valo- planejamento e execução. Assim, o controle e a
res arrecadados pelos agentes administrativos ou avaliação seguem cronologia específica.
pelos bancos autorizados à Conta Única do Te-
souro Nacional. No caso de recolhimento via Darf
ou GPS os bancos têm um dia útil apenas para Dívida Antiga
repassar os recursos ao Tesouro Nacional. Quan- Para que uma dívida se torne “Divida Ativa” é es-
do o recolhimento ocorrer via GRU, os recursos sencial que o crédito seja líquido e certo e esteja
serão primeiramente centralizados no Banco do vencido.
Brasil, que tem até dois dias úteis para realizar
esse repasse. A Dívida Ativa abrange todos os créditos da
Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram
apuradas, por não terem sido pagos nas datas em
que venceram. São créditos a receber
Controle e avaliação
classificados no ativo e representam uma fonte
O controle e a avaliação das receitas públicas potencial de fluxo de caixa.
correspondem à fiscalização que deve ser
realizada pela própria Administração, 2008, o
controle do desempenho da arrecadação deve ser
95
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
De acordo com o Manual da Dívida Ativa da STN, Os recebimentos de valores referentes à Dívida
a Dívida Ativa constitui-se em um conjunto de Ativa deverão ser classificados como receita
direitos ou créditos de várias naturezas, em favor orçamentária do exercício em que forem
da Fazenda Pública, com prazos estabelecidos na arrecadados, em contrapartida de uma conta de
legislação pertinente, vencidos e não pagos pelos Variação Passiva que compensará a Variação
devedores, por meio de órgão ou unidade Ativa registrada no momento da inscrição.
específica instituída para fins de cobrança na
A Dívida Ativa integra o agrupamento de contas a
forma da lei.
receber e constitui uma parcela do ativo de grande
A Dívida Ativa divide-se em tributária e não destaque na estrutura patrimonial dos entes
tributária. Ambas incluem juros, multas e federativos.
atualizações, que formarão o valor principal.
De acordo com as novas regras contábeis
estabelecidas pela STN, deverá ser constituída
uma provisão para ajuste da Dívida Ativa a valor
Segundo o Manual de Receita Nacional, 2008, os
recuperável, de caráter redutor, minimizando a
créditos inscritos em Dívida Ativa são objeto de
incerteza de recebimentos futuros e revestindo o
atualização monetária, juros e multas, previsto em
demonstrativo contábil de um maior grau de
contratos ou em normativos legais, que são
precisão.
incorporados ao valor original inscrito. A
atualização monetária deve ser lançada no O ato de inscrição em Dívida Ativa é ato jurídico,
mínimo mensalmente, de acordo com índice ou cuja finalidade é legitimar a origem do crédito em
forma de cálculo pactuada ou legalmente favor da Fazenda Pública, e revestir o
incidente. procedimento dos requisitos jurídicos para as
ações de cobrança. No caso da União, o órgão
A definição de curto ou longo prazo dependerá da
competente para a inscrição em Dívida Ativa é a
expectativa de recebimento. Se a expectativa de
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN.
recebimento for até o término do exercício
Caso essa inscrição seja oriunda de autarquias ou
seguinte, constituirá curto prazo, caso contrário,
fundações públicas federais, o órgão competente
integrará os direitos de longo prazo.
será a Procuradoria-Geral Federal – PGF.
A inscrição de créditos em Dívida Ativa representa
contabilmente uma Variação Ativa oriunda de um
fato permutativo resulte da transferência de um Após a inscrição, a CDA – Certidão de Dívida
valor não recebido no prazo estabelecido, dentro Ativa constitui-se em título executivo extrajudicial
do próprio Ativo. que fundamentará a ação de cobrança a ser
proposta, caso não haja o pagamento pela via
Ainda de acordo com o referido manual, na
administrativa.
contabilidade dos órgãos envolvidos, a inscrição
de créditos em Dívida Ativa representa Como a regra é reconhecer a receita
contabilmente um fato modificativo que tem como orçamentária apenas no momento da
resultado um acréscimo patrimonial no órgão ou arrecadação, a inscrição em Dívida Ativa
entidade originária do crédito. Assim, dentro do representa uma exceção à regra. No momento da
Ativo do ente Federativo ocorrerá inscrição a receita é reconhecida – pois já foi
simultaneamente um acréscimo e um decréscimo verificada e garantida a sua certeza e liquidez – e
patrimonial. uma Variação Ativa é acionada no patrimônio do
ente público sem a necessidade de aguardar a
efetiva arrecadação da receita.
O eventual cancelamento, por qualquer motivo, da
dívida inscrita em Dívida Ativa representa a
extinção do crédito e por isso provoca diminuição Regime Próprio de Previdência Social – RPPS
na situação líquida patrimonial relativamente à
Segundo o Manual de Receita Nacional STN/SOF,
baixa do direito, sendo classificada como Variação
2008, os órgãos administradores do Regime
Patrimonial Passiva Extraorçamentária.
Próprio de Previdência Social – RPPS, que
96
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
inscreverem na Dívida Ativa do RPPS os créditos programas, projetos ou atividades com objetivos
a receber de devedores que sejam integrantes dos devidamente caracterizados.
orçamentos Fiscal e da Seguridade Social,
Os fundos especiais são constituídos por um
registrarão o respectivo recebimento como receita
grupo de receitas especificadas por lei, que se
intraorçamentária, e não como receita
vinculam à realização de determinados objetivos
orçamentária.
ou serviços. Trata-se de uma forma de gerir
Quando a Dívida Ativa inscrita pelo RPPS tiver separadamente os recursos destinados a uma
como devedor o próprio ente público de finalidade específica, em conformidade com os
relacionamento, ela deverá ser registrada apenas objetivos de política econômica, social ou
no Ativo Compensado para fins de controle. Em administrativa do governo. Ex.: Fundo do Regime
vez de registrar no Ativo, esses valores deverão Geral de Previdência Social.
estar registrados no Passivo do respectivo ente
A aplicação desses recursos ocorre mediante
público devedor, haja vista que não se trata de um
dotação a ser consignada na Lei de Orçamento ou
crédito do ente público, mas de um débito deste
em créditos adicionais. Se houver saldo positivo
para com o regime de Previdência.
apurado ao final de cada exercício financeiro, será
transferido para o exercício seguinte, a crédito do
mesmo fundo, salvo determinação em contrário da
Despesas relacionadas à dívida ativa
lei que o instituiu.
Quaisquer despesas relacionadas ao processo de
Mesmo constituído sob determinado padrão, a lei
cobrança que a Fazenda Pública tenha que
que instituir o fundo poderá nesse caso, a
realizar, sejam elas despesas diversas, de
competência do Tribunal de Contas ou órgão
pequeno valor, ou decorrentes de condenações
equivalente.
judiciais vinculadas a cobranças de processos
judiciais inscritos em Dívida Ativa, elas não Esses fundos são classificados em duas espécies:
deverão transitar pelas contas relativas à Dívida de natureza contábil ou de natureza financeira. Os
Ativa, mas ser reconhecidas e pagas pelo princípios são constituídos por disponibilidades
processo normal de execução das despesas financeiras evidenciadas em registro contábeis,
públicas. destinados a atender a saques a serem efetuadas
diretamente contra o caixa do Tesouro Nacional.
O manual da Dívida Ativa, 2004, e o Manual de
Os de natureza financeira são constituídos
Receita Nacional, 2008 trazem muitas outras
mediante movimentação de recursos de caixa
informações relacionadas à Dívida Ativa,
do Tesouro Nacional para depósitos em
principalmente no que se refere a sua
estabelecimentos oficiais de crédito, segundo
contabilização.
cronograma aprovado, destinados a atender aos
A base legal relacionada à Dívida Ativa é saques em programação específica.
proveniente do art. 39 da Lei nº 4.320/1964.
Os fundos sujeitam-se à programação financeira
e, em regra, obedecem às mesmas normas de
Fundos especiais execução orçamentária da União, salvo expressa
disposição em contrário da lei que os instituiu, e
Os fundos, a partir de 1934, sempre estiverem
seus recursos podem ser aplicados segundo as
presentes nos dispositivos constitucionais
normas definidas pelo Ministério da Fazenda.
relacionados ao Orçamento Público, e somente
podem ser instituídos mediante lei, conforme A utilização dos recursos encontra-se vinculada
estabelece o art. 167, IX, da CF/1988. aos objetivos que o instituíram, não podendo ser
utilizados para despesas que não se identifiquem
Segundo o glossário do Senado Federal, fundos
diretamente com a realização de seus objetivos ou
são instrumentos orçamentários criados por lei
serviços determinados.
para a vinculação de recursos ou conjunto de
recursos destinados à implementação de
97
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
As normas que regem os fundos encontram-se no consumo), pois na sua execução afetam
art. 165, §§ 5º e 9º, e art. 167, VIII e IX, da negativamente o patrimônio do ente público.
CF/1988; arts. 2º, 21, 24,71, 72, 73 e 74 da Lei nº
Despesas de Capital: classificam-se nessa
4.320/1964; e arts. 71 a 81 do Decreto nº
categoria aquelas despesas que contribuem,
93.872/1986, além, é claro, das leis de criação dos
diretamente, para a formação ou aquisição de um
fundos especiais.
bem de capital. De acordo com a Lei nº
4.320/1964, abrangem também auxílio para
equipamentos e instalações, auxílio para
Classificação financeira por categoria
inversões financeiras e outras contribuições.
econômica
Dentro da classificação por “natureza da despesa”
Segundo os doutrinadores, a classificação por
correspondem ao 1º dígito do código,
categoria econômica Essa identificação das
representado pelo nº 4.
despesas intraorçamentárias ocorre mediante a
utilização da modalidade de aplicação 91 – Exemplo de Despesas de Capital: construção de
fornece informações sobre o impacto que os escolas, pontes, postos de saúde etc.; aquisição
gastos públicos têm na atividade econômica – de bens já em utilização; aquisição de
indica a contribuição do Governo na renda equipamentos e materiais permanentes como
nacional agregada, bem como se essa mobiliário, microcomputador, impressoras etc.
contribuição está diminuindo ou aumentando.
Essas despesas são tratadas como não efetivas,
Diferentemente das receitas, não houve visto que não alteram a situação líquida
desmembramento das categorias econômicas patrimonial, salvo as transferências de capital que
para identificar as despesas correntes e de capital são efetivas. Na contabilidade pública constituem
intraorçamentárias. Aplicação Direta Decorrente uma variação ativa denominada mutação ativa,
de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades que nada acrescenta ao patrimonial, só ocorrendo
Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da uma troca de elementos patrimoniais, isto é,
Seguridade Social. Dessa forma, na consolidação aumento no sistema patrimonial pela entrada de
das contas públicas, as despesas executadas na um bem ou direito, e baixa no sistema financeiro
modalidade de Aplicação 91 poderão ser ou assunção de uma obrigação em troca do bem
identificadas, de modo que se anulem os efeitos ou direito adquirido.
de duplas contagens decorrentes de sua
inclusão no orçamento.
Etapas da despesa
A despesa, assim como a receita, é classificada
em duas categorias econômicas, com os As “etapas” da despesa pública são novidades
respectivos códigos: trazidas pelo Manual de Despesa Nacional, 2008,
aplicado a partir do exercício financeiro de 2009, e
Despesas Correntes: classificam-se nessa
não se confundem com os “estágios” da despesa
categoria todas as despesas que não contribuem,
orçamentária.
diretamente, para a formação ou aquisição de um
bem de capital. Dentro da classificação por O processo orçamentário permite classificar a
“natureza da despesa” correspondem ao 1º dígito despesa orçamentária em três etapas
do código, representado pelo nº3. planejamento e contratação; execução; e controle
e avaliação.
Essas despesas destinam-se à manutenção ou ao
custeio das atividades dos órgãos e entidades
públicas – são as despesas necessárias ao seu Planejamento
funcionamento. Exemplo de Despesas Correntes:
Segundo o referido manual, a etapa do
diárias, passagens, locação de mão de obra,
planejamento e contratação abrange, de modo
despesas com luz, água, telefone etc.
geral, a fixação da despesa orçamentária, a
São tratadas na contabilidade pública como descentralização/movimentação de créditos, a
despesas efetivas (salvo aquisição de material de
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
programação orçamentária e financeira e o despesa fixada às novas projeções de resultados
processo de licitação e a contratação. e da arrecadação.
a) Fixação da despesa A programação orçamentária e financeira, e as
descentralizações, são analisadas no item Pro-
A fixação da despesa orçamentária insere-se no
gramação Financeira.
processo de planejamento e compreende a ado-
ção de medidas em direção a uma situação ideali- d) Processo de licitação
zada, tendo em vista os recursos disponíveis e
observando as diretrizes e prioridades traçadas Processo de licitação compreende um conjunto de
pelo Governo. Conforme art. 165 da Constituição procedimentos administrativos que objetiva adqui-
Federal de 1988, os instrumentos de planejamento rir materiais, contratar obras e serviços, alienar ou
compreendem o PPA, a LDO e a LOA. ceder bens a terceiros, bem como fazer conces-
sões de serviços públicos com as melhores condi-
A fixação corresponde à contrapartida do estágio ções para o Estado, observando os princípios da
de previsão da receita e ocorre dentro do proces- legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
so de elaboração orçamentária, que é concluído igualdade, da publicidade, da probidade adminis-
com a aprovação e promulgação da Lei Orçamen- trativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
tária Anual. do julgamento objetivo e de outros que lhe são
correlatos.
Diz-se que as despesas são fixadas porque elas
não podem ultrapassar o valor autorizado pela lei. O procedimento licitatório destina-se a selecionar
A LOA, aprovada pelo Poder Legislativo, não dei- a proposta mais vantajosa para a Administração
xa margem ao gestor público para a assunção de Pública, atendido o princípio constitucional da iso-
despesas que ultrapassem o valor da dotação re- nomia.
cebida.
e) Formalização de contrato
Se houver novas despesas, deverão ser previa-
mente aprovadas mediante crédito adicional con- Formalização de contrato representa um acordo
signado em lei específica, salvo as despesas im- de vontades, firmado livremente entre as partes,
previsíveis e urgentes, como as decorrentes de que cria obrigações e direitos recíprocos. É regido
guerra, comoção interna ou calamidade pública por suas cláusulas e dos preceitos de Direito Pú-
que são autorizadas diretamente por medida pro- blico.
visória (no caso da União) ou decreto e posterior-
Essa formalização ocorre após adjudicado o obje-
mente remetidas ao Poder Legislativo para apreci-
to da licitação e homologado o procedimento licita-
ação.
tório pela autoridade competente. O contrato deve
b) Descentralizações de créditos orçamentários ser publicado no Diário Oficial respectivo em até
20 dias a partir da assinatura, como requisito de
As descentralizações de créditos orçamentários eficácia para sua validade, conforme estabelece o
ocorrem quando for efetuada movimentação de art. 61 da Lei nº 8.666/1993.
parte do orçamento, mantidas as classificações
institucional, funcional, programática e econômica,
para que outras Unidades Administrativas possam Execução
executar a despesa orçamentária.
A despesa autorizada na Lei Orçamentária Anual
As descentralizações de créditos orçamentários percorre três estágios ou fases. A etapa de execu-
são analisadas no item Programação Financeira. ção compreende os “estágios” ou fases da des-
pesa orçamentária pública na forma prevista na
c) Programação orçamentária e financeira
Lei nº4.320/1964: empenho, liquidação e paga-
A programação orçamentária e financeira consiste mento.
na compatibilização do fluxo dos pagamentos com Haja vista as normas específicas que regem a
o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste da
matéria, o processo de execução das despesas
públicas passa por estágios que não podem ser
99
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
descumpridos, e nem pode haver inversão da será extraído um documento denominado ‘nota de
ordem de qualquer desses estágios. empenho’, que indicará o nome do credor, a
representação e a importância da despesa, bem
como a dedução desta dotação própria.”
101
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
atesto que os serviços foram devidamente competente, determinando que a despesa seja
prestados. paga. Esse despacho somente poderá ocorrer
após cumprido o estágio da liquidação.
RESTOS A PAGAR
II- Deve existir suficiente disponibilidade de
O conceito de Restos a Pagar encontra-se no art. caixa para atender as despesas inscritas, em
36 da Lei nº 4.320/1964 como sendo as despesas atendimento ao art. 42 da LRF: “é vedado ... con-
empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de de- trair obrigações de despesa ...que tenha parcelas
zembro. a serem pagas no exercício seguinte sem que
haja suficiente disponibilidade de caixa para
Restos a Pagar são passivos cujos pagamentos este efeito”.
poderão, ou não, ocorrer em exercício(s) seguinte
(s). A inscrição não garante o direito ao Tratando-se de despesas continuadas, como vigi-
pagamento – é necessário que se cumpra lância e limpeza, o valor da disponibilidade de cai-
integralmente o estágio da liquidação (que em xa abrangerá apenas os meses do ano, ou seja,
Restos a Pagar é definido como “processado”). somente até o dia 31 de dezembro. As despesas
Portanto, alguns empenhos inscritos poderão ser referente aos meses do ano seguinte serão garan-
cancelados se o fornecedor não entregar o tidas pela LOA respectiva, em cumprimento ao
material ou não prestar serviço conforme princípio da anualidade.
combinado.
Após essa verificação, que precede a inscrição a
Existe ainda a inscrição de empenhos estimativos inscrição em Restos a Pagar, anulam-se os empe-
referentes a despesa como água, luz, telefone, nhos que não correspondem às situações previs-
etc. Esses empenhos poderão originar as tas bem como os que excedem as disponibilida-
seguintes situações: des de caixa, e os demais serão automaticamente
inscritos pelo SIAFI – Sistema de Administração
I- Quando o valor a ser pago for superior ao Financeira do Governo Federal, ao final do dia 31
valor inscrito: a diferença deverá ser paga como de dezembro de cada ano.
despesas de exercícios anteriores.
Embora a regra para a inscrição seja despesa As despesas inscritas em Restos a Pagar podem
“empenhada e não paga” – essa inscrição está ser classificadas de três modos diferentes. Segun-
sujeita ao atendimento de condições impostas pe- do a Lei nº 4.320/1964, art. 36: “... distinguindo-se
las normas vigentes: as processadas das não processadas” e também
103
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
de acordo com o Decreto nº 93.872/1986, art. 67, No entanto, a partir de 2006 (Restos a Pagar para
§ 2º: “o registro dos Restos a Pagar far-se-á por 2007), o Governo Federal, através de decreto,
exercício e por credor”. Portanto, temos as seguin- vem excepcionalizando também o cancelamento
tes classificações: dos Restos a Pagar não processados, prorrogan-
do a sua vigência.
I- Por ano de inscrição – identifica o ano em
que a despesa foi inscrita; Assim, quanto à vigência, temos as seguintes situ-
ações:
II- Por credor – identifica o credor beneficiá-
rio do valor inscrito; I- Restos a Pagar não processados, não
liquidados. Regra geral: terão validade até 31 de
III- Por fase da despesa: identifica se a des- dezembro do exercício subseqüente, quando se-
pesa foi processada ou se não foi processada. rão automaticamente cancelados;
Os Restos a Pagar processados equivalem às II- Restos a Pagar não processados, não
despesas liquidadas, ou seja, às despesas em liquidados até 31 de dezembro do exercício sub-
que o credor já cumpriu sua obrigação, já entre- seqüente, podem ter a vigência prorrogada medi-
gou o material ou já prestou o serviço – tendo, ante autorização contida em decreto do Poder
portanto, direito líquido e certo ao pagamento cor- Executivo;
respondente.
III- Restos a Pagar liquidados, não poderão
As não processadas equivalem às despesas não ser cancelados em 31 de dezembro do exercício
liquidadas, ou seja, são aquelas em que o forne- subseqüente. Sua vigência continua no exercício
cedor ainda não entregou o material ou não pres- financeiro seguinte.
tou o serviço. Esse credor ainda não tem direito ao
crédito, mas poderá tê-lo se cumprir sua obrigação
conforme estipulado no empenho ou no contrato.
PRESCRIÇÃO
104
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
II- Para o direito que surge de obrigações pagamento da despesa inscrita, é despesa
públicas de caráter financeiro, esse direito nasce extraorçamentária, pois o orçamento da despesa é
para o credor a partir do momento em que “ele o do exercício anterior.
cumpre a sua parte”, entregando o material cor-
respondente ou prestando o serviço combinado.
Trata-se da fase da liquidação da despesa. É a Normas da Lei nº 4.320/1964, do Decreto nº
partir dessa fase que nasce o direito e começa a 93.872/1986 e da LRF sobre a matéria:
correr o prazo para a sua prescrição – se o credor
não exigir o seu direito no prazo de 5 anos, não
poderá fazê-lo mais, pois estará prescrito;
LEI Nº 4.320/1964
III- Para as despesas empenhadas e não
pagas até o final do exercício, essa prescrição co- Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despe-
meça a correr a partir da inscrição da despesa em sas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de
Restos a Pagar, independentemente de ter sido dezembro distinguindo-se as processadas das não
liquidada ou não. Esse fato ocorre porque o SIAFI processadas.
liquida automaticamente as despesas empenha- Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a
das e as inscreve em Restos a Pagar. conta de créditos com vigência plurienal, que não
tenham sido liquidados, só serão computados co-
mo Restos a Pagar no último ano de vigência do
Essa regra está contida no art. 35, II, da Lei nº crédito.
4.320/1964: “pertencem ao exercício financeiro... II
Art. 103. (...)
– as despesas nele legalmente empenhadas”.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício
serão computados na receita extra-orçamentária
Despesa Orçamentária X Pagamento Extra Or- para compensar sua inclusão na despesa orça-
çamentário mentária.
DECRETO Nº 93.872/1986
Face ao contido no art. 35 da Lei nº 4.320/1964
acima citado, basta que a despesa seja Art . 35. O empenho de despesa não liquidada
empenhada para pertencer ao exercício será considerado anulado em 31 de dezembro,
financeiro. É uma peculiaridade das despesas para todos os fins, salvo quando:
públicas: se empenhadas, serão incluídas na
I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação
apuração do resultado do exercício em que
assumida pelo credor, nele estabelecida;
ocorreu o empenho, independentemente do
“implemento de condição” pelo fornecedor. II - vencido o prazo de que trata o item anterior,
mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou
Se são despesas empenhadas e não pagas, então seja de interesse da Administração exigir o cum-
o pagamento ocorrerá no ano seguinte (ou nos primento da obrigação assumida pelo credor;
anos seguintes) – mas, de qualquer forma, em
exercício diferente e posterior ao exercício de III - se destinar a atender transferências a institui-
emissão da nota de empenho. ções públicas ou privadas;
IV - corresponder a compromissos assumido no
O art. 103, parágrafo único, da Lei nº 4.320/1964
exterior.
esclarece: “Os Restos a Pagar do exercício serão
computados na receita extraorçamentária para Art.67. Considerem-se Restos a Pagar as despe-
compensar sua inclusão na despesa sas empenhadas e não pagas até 31 de dezem-
orçamentária.” bro, distinguindo-se as despesas processadas das
não processadas.
Assim, chega-se à seguinte conclusão: no
momento da inscrição do empenho em Restos a § 1º Entendem-se por processadas e não proces-
Pagar a despesa é orçamentária visto que utilizou sadas, respectivamente, as despesas liquidadas e
orçamento do exercício e, no momento do
105
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
as não liquidadas, na forma prevista neste decre- tenha sido considerado insubsistente e anulado no
to. encerramento do exercício correspondente, mas
que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha
§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por
cumprido sua obrigação;
exercício e por credor.
Art. 68. A inscrição de despesas como restos a b) Restos a Pagar com prescrição inter-
pagar no encerramento do exercício financeiro de rompida: a despesa cuja inscrição como Restos a
emissão da Nota de Empenho depende da obser- Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o
direito do credor;
vância das condições estabelecidas neste Decreto
para empenho e liquidação da despesa. c) Compromissos reconhecidos após o
Art . 69. Após o cancelamento da inscrição da encerramento do exercício; a obrigação de pa-
despesa como Restos a Pagar, o pagamento que gamento criada em virtude de lei, mas somente
vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta reconhecido o direito do reclamante após o encer-
de dotação destinada a despesas de exercícios ramento do exercício correspondente.
anteriores. Para uma despesa ser tratada como de exercício
Art . 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva anteriores, deve ser aberto um processo adminis-
relativa aos Restos a Pagar trativo contendo a documentação correspondente
ao direito do credor, e deve ser precedida de ter-
LC Nº 101/2000
mo formal de reconhecimento da despesa, visto
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão que somente as despesas líquidas e certas pode-
referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres rão receber tal tratamento. Esse reconhecimento
do seu mandato, contrair obrigação de despesa da dívida a ser paga à conta de Despesa de Exer-
que não possa ser cumprida integralmente dentro cício Anteriores compete ao ordenador de despe-
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no sas, devendo o processo conter os seguintes do-
exercício seguinte sem que haja suficiente dis- cumentos e informações:
ponibilidade de caixa para este efeito.
· Documento comprobatório do direito líqui-
Parágrafo único. Na determinação da dispo- do e certo do credor;
nibilidade de caixa serão considerados os encar-
gos e despesas compromissadas a pagar até o · Importância exata a pagar;
final do
· Nome, CPF ou CGC do credor;
106
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
COMPARAÇÃO ENTRE RESTOS A PAGAR E pria, bem como os Restos a Pagar com prescrição
DESPESAS DE EXERCICIOS ANTERIORES. interrompida, e os compromissos reconhecidos
após o encerramento do exercício corresponden-
te, poderão ser pagos à conta de dotação destina-
da a atender despesas de exercícios anteriores,
ITEM RESTOS A DESP.
PAGAR EXERC. AN-
respeitada a categoria econômica própria.
TERIORES § 1º O reconhecimento da obrigação de pagamen-
to, de que trata este artigo, cabe à autoridade
Na Emissão de Despesa Orça- Despesa Orça-
competente para empenhar a despesa.
Empenho mentária mentária
§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:
Emissão de Em- No Exercício Em Exercício
penho da Despesa Posterior a) despesas que não se tenham processado na
época própria, aquelas cujo empenho tenha sido
No Pagamento da Despesa Extra- Despesa Orça-
considerado insubsistente e anulado no encerra-
Despesa orçamentária mentária mento do exercício correspondente, mas que,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cum-
prido sua obrigação;
Contabilmente essas despesas são identificadas b) restos a pagar com prescrição interrompida, a
através do elemento de despesa “92” (natureza da despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha
despesa 3390.92.00), e devem ser excluídas do sido cancelada, mas ainda vigente o direito do cre-
montante de recursos utilizados pelo ente público dor;
quando em comparação a exercícios passados ou c) compromissos reconhecidos após o encerra-
na projeção de exercícios futuros, pois não fazem mento do exercício, a obrigação de pagamento
parte das despesas anuais continuadas. criada em virtude de lei, mas somente reconheci-
As normas legais referentes aos dispêndios trata- do o direito do reclamante após o encerramento
dos como despesas de exercícios anteriores en- do exercício correspondente.
contram-se na Lei nº 4.320/1964 e no Decreto nº
93.872/1986:
Prestação de Contas
107
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
A prestação de contas da aplicação dos recursos mente, a responsabilidade é do ordenador de des-
de suprimento de fundos deverá ser feita mediante pesas.
apresentação dos seguintes documentos:
Eventuais saldos de suprimento de fundo não utili- • A instituição financeira contratada dispo-
zados deverão ser recolhidos à Conta Única do nibilizará até o dia 23 de cada mês, ou dia útil ime-
Tesouro Nacional através de GRU – Guia de Re- diatamente subseqüente, os demonstrativos e
colhimento da União. contas mensais, cuja fatura correspondente deve-
rá ser paga até o dia 28 de cada mês.
108
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Embora as normas acima estejam vigentes, as das responsabilidades e imposição, das penalida-
principais normas legais encontram-se na Lei nº des cabíveis
4.320/1964 e no Decreto nº 93.872/1986.
§ 3º Não se concederá suprimento de fundos:
a) a responsável por dois suprimentos;
LEI Nº 4.320/1964 b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a
utilização do material a adquirir, salvo quando não
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos
houver na repartição outro servidor;
casos de despesas expressamente definidos em
lei e consiste na entrega de numerário a servi- c) a responsável por suprimento de fundos que,
dor, sempre precedida de empenho na dotação esgotado o prazo, não tenha prestado contas de
própria para o fim de realizar despesas, que não sua aplicação; e
possam subordinar-se ao processo normal de apli- d) a servidor declarado em alcance.
cação.
§ 4º Os valores limites para concessão de supri-
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor mento de fundos, bem como o limite máximo para
em alcance nem a responsável por dois adianta- despesas de pequeno vulto de que trata este arti-
mento. go, serão fixados em portaria do Ministro de Esta-
DECRETO Nº 93.872/1986 do da Fazenda.
§ 5o As despesas com suprimento de fundos se-
Art . 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador
rão efetivadas por meio do Cartão de Pagamento
de despesa e sob sua inteira responsabilidade,
do Governo Federal - CPGF.
poderá ser concedido suprimento de fundos a ser-
vidor, sempre precedido do empenho na dotação § 6o É vedada a utilização do CPGF na modalida-
própria às despesas a realizar, e que não possam de de saque, exceto no tocante às despesas:
subordinar-se ao processo normal de aplicação,
I - de que trata o art. 47; e
nos seguintes casos:
II - decorrentes de situações específicas do órgão
I - para atender despesas eventuais, inclusive ou entidade, nos termos do autorizado em portaria
em viagens e com serviços especiais, que exijam pelo Ministro de Estado competente e nunca supe-
pronto pagamento; rior a trinta por cento do total da despesa anual do
Il - quando a despesa deva ser feita em caráter órgão ou entidade efetuada com suprimento de
sigiloso, conforme se classificar em regulamento; fundos.
e III - decorrentes de situações específicas da Agên-
III - para atender despesas de pequeno vulto, cia Reguladora, nos termos do autorizado em por-
assim entendidas aquelas cujo valor, em cada ca- taria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a
so, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria trinta por cento do total da despesa anual da
do Ministro da Fazenda. Agência efetuada com suprimento de fundos.
§ 1º O suprimento de fundos será contabilizado e Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária
incluído nas contas do ordenador como despesa destinada à movimentação de suprimentos de fun-
realizada; as restituições, por falta de aplicação, dos.
parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão De acordo com o art. 1º, § 1º, do Decreto nº
anulação de despesa, ou receita orçamentária, se 6.467/2008, foi permitido aos poderes Legislativo
recolhidas após o encerramento do exercício. e Judiciário, ao Ministério Público da União e aos
§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, Comandos Militares utilizarem a conta tipo “B”.
na forma deste artigo, é obrigado a prestar contas
Art . 46. Cabe aos detentores de suprimentos de
de sua aplicação, procedendo-se, automaticamen-
fundos fornecer indicação precisa dos saldos em
te, à tomada de contas se não o fizer no prazo as-
seu poder em 31 de dezembro, para efeito de con-
sinalado pelo ordenador da despesa, sem prejuízo tabilização e reinscrição da respectiva responsabi-
das providências administrativas para a apuração lidade pela sua aplicação em data posterior, ob-
109
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
servados os prazos assinalados pelo ordenador orçamentária, ao mesmo tempo em que ocorre o
da despesa. registro de um passivo, há também a incorporação
de um ativo, que representa o direito de receber
Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de
um bem ou serviço, objeto do gasto a ser efetuado
dezembro será comprovada até 15 de janeiro se-
pelo suprido, ou a devolução do numerário adian-
guinte.
tado.
Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento
de fundos, ou adiantamentos, para atender a pe-
culiaridades dos órgãos essenciais da Presidência Conceito de Suprimento de Fundos
da República, da Vice-Presidência da República,
do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde, Suprimento de fundos é um meio de realizar des-
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci- pesas que, pela sua urgência e eventualidade,
mento, do Departamento de Polícia Federal do não possam aguardar o processamento normal da
Ministério da Justiça, do Ministério das Relações execução orçamentária.
Exteriores, bem assim de militares e de inteligên-
cia, obedecerão ao Regime Especial de Execução Suprimento de fundos ou adiantamento consiste
estabelecido em instruções aprovadas pelos res- na entrega de numerário a servidor, sempre pre-
pectivos Ministros de Estado, vedada a delegação cedida de empenho prévio na dotação própria à
de competência. despesa a realizar, que não possa subordinar-se
ao processo normal de execução da despesa,
concedido a critério do ordenador de despesas, e
sob sua inteira responsabilidade.
Suprimento de Fundos
Portanto, o ordenador de despesas é a autoridade
No dia a dia da Administração, o gestor público competente para conceder suprimento de fundos,
depara-se com situações que exigem ação imedi- fixando-lhe o valor.
ata e importam na utilização de recursos públicos
para o seu atendimento. Nem sempre essas des- Corresponde a um valor entregue a servidor para
pesas podem se sujeitar ao processo normal de que este realize pequenas despesas (materiais ou
execução das despesas. serviços) em nome do órgão ou entidades a que
esteja vinculado, ou mesmo despesas maiores,
Para o atendimento dessas despesas especiais é quando se tratar de despesas especiais ou sigilo-
que foi instituído o suprimento de fundos. A Admi- sas.
nistração disponibiliza recursos ao servidor desig-
nado e quando surgirem essas necessidades (ou, Cada servidor poderá ter até dois suprimentos de
eventualmente, para necessidades já identifica- fundos, que poderão contemplar mais de uma na-
das), o servidor fará o pagamento em nome da tureza de despesa cada um, respeitando os valo-
Administração. res máximos permitidos ou definidos no documen-
to de autorização. Portanto, cada suprimento pode
Também conhecido como “adiantamento”, o Supri- ter vários empenhos, de acordo com a natureza
mento de Fundos corresponde a um regime espe- das despesas envolvidas.
cial de execução da despesa, mas que deve cum-
prir os estágios de empenho, liquidação e paga- Assim, pode ser autorizado, num mesmo
mento. suprimento, a realização de despesas de serviços
de pessoas físicas e a compra de materiais de
Segundo o enfoque contábil dado pela STN, esse consumo.
adiantamento constitui despesa orçamentária, pois
percorre os três estágios da despesa orçamentá-
ria: empenho, liquidação e pagamento. No entan-
NÃO PODE CONCEDER SUPRIMENTO
to, para compensar a realização dessa despesa
(visto que o valor concedido poderá, ou não, ser De acordo com as normas em vigor, não poderá
utilizado), no momento da liquidação da despesa ser concedido suprimento de fundos:
110
MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
I- A quem não seja servidor; CONCESSÃO, UTILIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE
CONTAS
II- A servidor responsável por dois suprimentos;
A concessão se dá mediante abertura de processo
III- A servidor que tenha a seu cargo a guarda
administrativo, contendo a solicitação da
ou utilização do material a adquirir, salvo quando
concessão do suprimento, instruído com as
não houver na repartição outro servidor;
seguintes informações:
IV- A servidor responsável por suprimento de
• Nome do suprido e respectivo cargo/função;
fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado
contas de sua aplicação; • Número do CPF e dados bancários do supri-
V- A servidor declarado em alcance; e do;
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MÓDULO ESCRIVÃO PF 2012
Dos três tipos de suprimento, somente as ________________________________________
despesas de pequeno vulto é que apresentam ________________________________________
limites definidos. Esses limites têm como ________________________________________
parâmetro um percentual incidente sobre os ________________________________________
valores contidos no art. 23 da Lei nº 8.666/1993, ________________________________________
que são diferentes para os incisos I e II, e para a ________________________________________
conta tipo “B” ou uso mediante cartão corporativo. ________________________________________
________________________________________
Há limites para a concessão total e há limites para ________________________________________
cada despesa realizada (por comprovante da ________________________________________
despesa), e esses limites são diferentes conforme ________________________________________
o meio utilizado: se for mediante conta-corrente o ________________________________________
limite é menor, e se mediante cartão corporativo, o ________________________________________
limite é maior. O quadro a seguir demonstra esses ________________________________________
limites. ________________________________________
Para os demais casos de suprimento – para aten- ________________________________________
der a despesas eventuais, inclusive em viagem e ________________________________________
com serviços especiais, que exijam pronto paga- ________________________________________
mento em espécie, e aqueles para atender às des- ________________________________________
pesas de caráter sigiloso – não há limite especí- ________________________________________
fico. O limite, nesse caso, fundamenta-se na exis- ________________________________________
tência de dotação orçamentária específica para os ________________________________________
objetos da concessão do suprimento de fundos. ________________________________________
________________________________________
Recebido o valor do suprimento, o suprido deverá ________________________________________
utilizá-lo somente para atender às finalidades ________________________________________
mencionadas na solicitação e dentro dos limites ________________________________________
autorizados e concedidos. Caso utilize em outras ________________________________________
despesas fica evidenciado o desvio de finalidade, ________________________________________
que torna o ato nulo e ilegal. Se os valores se ________________________________________
mostrarem insuficientes, deverá ser solicitado no- ________________________________________
vo suprimento e nunca podem ser ultrapassados ________________________________________
os valores autorizados, sob pena de incorrer em ________________________________________
ilegalidade por realizar despesas não autorizadas ________________________________________
e sem o prévio empenho. ________________________________________
________________________________________
Portanto, o suprimento deverá ater-se ao montan- ________________________________________
te dos valores recebidos e utilizá-los exclusiva- ________________________________________
mente para os fins autorizados. ________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
ANOTAÇÕES ________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ ________________________________________
________________________________________ ________________________________________
________________________________________ ________________________________________
________________________________________
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5% do art. 23 da Lei nº
10% do art. 23 nº 8.666/1993
8.666/1993
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