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Conjuntos

Prof. Aleksandro de Mello

Descrição Noção da linguagem básica de conjuntos e das operações entre


conjuntos e entre intervalos da reta. A teoria de conjuntos aplicada à
resolução de problemas.

Propósito Compreender a teoria de conjuntos, trabalhando com vários tipos de


conjuntos e de operações entre eles a fim de aplicar esses
conhecimentos na solução de problemas do cotidiano.

Preparação Tenha em mãos: calculadora, papel, lápis, caneta. Você pode também
utilizar um aplicativo de desenho, como a ferramenta Paint, por
exemplo.

Objetivos
Módulo 1 Módulo 2

Linguagem dos conjuntos Operações entre os


conjuntos
Compreender a linguagem dos conjuntos.

Identificar as operações realizadas entre


conjuntos.

Módulo 3 Módulo 4

Operações entre os Conjuntos e problemas do


intervalos da reta cotidiano
Resolver operações entre intervalos da reta. Resolver problemas do cotidiano utilizando
conjuntos.
 Introdução
Conheceremos os conceitos básicos para o entendimento da linguagem de
conjuntos. Veremos como relacionar elementos a conjuntos e como
comparar conjuntos. Aprenderemos as principais operações entre
conjuntos e como resolver cada uma delas utilizando as representações de
conjuntos e algumas propriedades dessas operações. Também vamos
identificar, geometricamente, quais operações foram realizadas.

Outro conteúdo básico e fundamental para a matemática que


trabalharemos neste tema são as operações envolvendo os intervalos da
reta real. Para alguns conjuntos particulares, as representações
geométricas na reta real são a melhor maneira de desenvolver as
operações. Por isso, vamos listar os tipos de intervalos que a reta real
possui e representá-los nas três principais formas de visualização.

E, por fim, vamos dar sentido a todo esse aprendizado: veremos várias
aplicações do conteúdo estudado aqui em problemas do dia a dia e em
questões cobradas em concursos.
1 - Linguagem dos conjuntos
Ao final deste módulo, você será capaz de compreender a linguagem dos conjuntos.

Noções básicas da teoria de


conjuntos
Neste módulo, assim como nos demais, você perceberá um padrão na
apresentação do conteúdo. Escolhemos este formato porque acreditamos que
seja o mais eficiente para que você.
 
Conheça o conceito Perceba a aplicabilidade
matemático por meio de do conceito com um ou
definições e notações. mais exemplos.

Definição 1
Dizemos que um elemento x pertence ao conjunto A quando x é um dos
componentes do conjunto A. Em outras palavras:

Elemento x pertence ao Elemento x não pertence ao


conjunto A conjunto A

Quando “está dentro” do


 Quando não “está dentro”
conjunto. do conjunto.

Note que, na teoria de conjuntos, é comum utilizarmos letras maiúsculas para


representarmos os conjuntos (exemplo: A, B, C, X, Y , …) e letras minúsculas
para representar os elementos do conjunto (exemplo: a, b, c, x, y, …). Daqui
para frente, utilizaremos as seguintes notações básicas de pertinência:

x ∈ A (lê-se: x pertence a A) quando x é um elemento deA.

x ∉ A (lê-se: x não pertence a A) quando x não é um elemento de {A}.

A partir disso, confira um exemplo para entender a definição e a notação


mencionadas anteriormente.
Exemplo 1
Considerando o conjunto A = {−2, 0, 1, 4}, podemos afirmar que:

−2 ∈ A, 0 ∈ A, 1 ∈ A, 4 ∈ A, pois estes elementos estão no conjunto


A.

Qualquer outro número diferente dos listados anteriormente não está no


conjunto A, por exemplo: −4 ∉ A, −1 ∉ A, 2 ∉ A. Assim, podemos
escrever resumidamente que: se x é diferente de −2, 0, 1 e 4, então
x ∉ A.

Sendo assim, é importante destacarmos os principais tipos de representação


que podemos ter de um conjunto. Confira!

Conjunto dos números naturais: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}.

Naturais não nulos: N ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, …} = N − {0}.

Conjunto dos números inteiros:


Z = {… − 2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, …}.
Inteiros não nulos:
Z ∗ = {… , −2, −1, 1, 2, 3, 4, 5, …} = Z − {0}.
Inteiros não negativos: Z + = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}.

Inteiros não positivos: Z − = {… , −3, −2, −1, 0}.

Conjunto dos números racionais: Q = {x = a/b ∣ a, b ∈ Z e b ≠ 0}.

Conjunto dos números reais: R = Q ∪ I, (o símbolo U representa


"união" de conjuntos, que será explicado no próximo módulo) onde I é o
conjunto de todos os números irracionais da reta.

Agora, vamos explorar as duas principais formas de representar conjuntos.


Extensão

Nesse tipo de representação, listamos todos os elementos do conjunto


explicitamente, como fizemos no exemplo 1. Tal representação também
descreve conjuntos infinitos, como o dos números naturais:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}.

Compreensão

Neste tipo de representação, os elementos do conjunto são determinados


por uma propriedade específica do conjunto.

Exemplo 2
Observe os seguintes conjuntos:

A = {x ∈ N ∣ x < 4}. Lê-se: A é o conjunto dos números x que são


naturais e menores do que 4. Logo, o conjunto A pode ser representado
explicitamente por:

A = 0, 1, 2, 3

B = {x ∈ Z ∣ x < 4}. Lê-se: B é o conjunto dos números x que são


inteiros e menores do que 4. Fique atento ao conjunto como um todo, pois
apesar de o conjunto B possuir a mesma propriedade do conjunto A, (que
é: x < 4 ), no conjunto B estamos considerando x ∈ Z, e não apenas
x ∈ N (como no conjunto A ). Logo, o conjunto B pode ser representado
explicitamente por:
B = … , −2, −1, 0, 1, 2, 3

Representação por figuras


Neste caso, representamos os conjuntos através de figuras como mostra a
imagem a seguir.

A figura anterior é uma representação gráfica do conjunto A = {−1, 1, 3, 5}.

Curiosidade
A representação de conjuntos através de figuras é chamada de diagrama de
Venn, em homenagem a John Venn, que criou esse diagrama para facilitar o
entendimento das operações entre conjuntos, conforme veremos no próximo
módulo.

Definição 2: Igualdade de
conjuntos
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Dizemos que os conjuntos A e B são
iguais se eles possuem exatamente os mesmos elementos. Nesse caso,
escreveremos:

A=B

No caso em que não vale a igualdade, escreveremos:

A≠B

Isso significa que algum desses conjuntos possui um elemento que não
pertence ao outro conjunto.

Definição 3: Subconjuntos
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Dizemos que A é um subconjunto de B,
(ou que A está contido em B) se todo elemento de A também é um elemento
de B, ou seja:

x∈A⇒x∈B

O símbolo ⇒ na matemática é lido como implica ou se..., então...

Logo, escreveremos:
A⊂B

Caso contrário, ou seja, se existe algum elemento de A que não está em B,


dizemos que A não está contido em B e representamos por:

A ⊄ B

A notação de subconjunto A ⊂ B também pode ser expressa da seguinte


maneira:

B ⊃ A( Lê-se: B contém A)

Quando A ⊄ B, podemos também escrever essa expressão da forma:

B ⊅ A( Lê-se: B não contém A)

Utilizando o diagrama de Venn, podemos visualizar A ⊂ B (o mesmo que


B ⊃ A ): como mostra a figura:

Vejamos os exemplos a seguir para entender esses conceitos.


Exemplo 3
Observe os conjuntos A = {1, 3, 4, 7} e B = {7, 1, 3, 4}.

Esses conjuntos são iguais, A = B, pois não importa a disposição dos


elementos no conjunto para a análise de igualdade.

Além disso, também podemos perceber que valem as duas inclusões:

A ⊂ B e B ⊂ A, pois todo elemento de A está em B e vice-versa. Essas


inclusões poderiam ser reescritas como:

B⊃A∈A⊃B

Observe que, combinando as definições 2 e 3, podemos destacar uma das


propriedades dos conjuntos que é:

A = B se, e somente se, A ⊂ B e B ⊂ A


Exemplo 4
Considere os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {… , −2, −1, 0, 1, 2, 3}
apresentados no Exemplo 2.

Note que A ≠ B, pois B possui elementos que não estão em A, por


exemplo, −2 ∈ B, mas −2 ∉ A.

O mesmo argumento também garante que B ⊄ A, ou seja, B não está contido


em A. Outra forma de escrever seria: A ⊅ B, ou seja, A não contém B.

Mas, como pode ser visto facilmente, todo elemento de A está em B, ou


seja, A é um subconjunto deB : A ⊂ B. Outra forma de escrever essa
inclusão seria: B ⊃ A.

Definição 4
Se um conjunto possui um único elemento, dizemos que ele é unitário.

Se um conjunto não possui elemento, dizemos que ele é vazio. As


representações simbólicas do conjunto vazio são {} ou ∅.

Seja A um conjunto. Dizemos que A é:

Um conjunto unitário se A possui um único elemento.

Um conjunto vazio se A não possui nenhum elemento.

Portanto, representamos A = {} ou A = Ø.
Exemplo 5
Considere os seguintes conjuntos: A = {x ∈ N ∣ x < −2} e
B = {x ∈ Z ∣ −6 < x < −4}

Note que A é um conjunto vazio, A = ∅, pois não existe x ∈ N tal que


x < −2.

Já o conjunto B = {x ∈ Z ∣ −6 < x < −4} = {−5} é um conjunto


unitário.

Atenção!
Dado qualquer conjunto A, sempre vale que ∅ ⊂ A.

 Conceitos matemáticos
Neste vídeo, o professor Sandro Davison apresentará outros exemplos desses
conceitos matemáticos. Vamos assistir!

Neste módulo, você aprendeu quatro definições básicas da matemática acerca


dos conjuntos, especificamente a linguagem dos conjuntos. Sem esse
conhecimento, não seria possível avançarmos para o conteúdo que nos aguarda
nos módulos seguintes.
_black
Teoria na prática

No conjunto A = {1, {1}, 2, {2}, {1, 2}, ∅}, temos elementos


que são números e conjuntos. Analisando as propriedades dos
elementos, notamos que 1 e 2 são números simples, enquanto
{1}, {2}, {1, 2} são conjuntos contendo esses números. Além
disso, ∅ representa o conjunto vazio. Para entender à inclusão e
pertinência, precisamos distinguir entre elementos pertencentes
ao conjunto e aos subconjuntos. A noção de pertinência (ϵ) se
refere a elementos que estão diretamente no conjunto, enquanto a
noção de contido (⊂) se relaciona a subconjuntos, e os seus
elementos estão no conjunto.

Das afirmações a seguir, a única logicamente verdadeira é:

A 1⊂A

B {{1}} ∈ A

C 2⊂A

D {1, 2} ⊂ A

E {1, 3} ⊂ A
Parabéns! A alternativa D está correta.

Veja, neste vídeo, a análise de afirmações matemáticas, de forma


lógica, para verificar suas veracidades.

 Mão na massa
Questão 1

Marque a alternativa que contenha um exemplo de conjunto vazio.


A Os números naturais pares

B As vogais

C Os números naturais negativos

D O alfabeto grego

E Os átomos do Universo

Parabéns! A alternativa C está correta.

Não existem números naturais menores que zero. Portanto, o conjunto de


números naturais negativos é vazio.

Questão 2

Dado o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5}, podemos afirmar que:


A 1⊂A

B {2, 3} ∉ A

C {{2}} ⊂ A

D A⊂A

E ∅∈A

Parabéns! A alternativa D está correta.

Qualquer conjunto é subconjunto de si próprio, desse modo, A ⊂ A. Lembre-


se de que a relação de pertinência é de elementos para conjuntos, e a de
inclusão é de conjunto para conjunto.

Questão 3

Sobre o conjunto X = {x, {x}, y, {y}}, é correto afirmar que:


A X possui 2 elementos

B {x} é um elemento de X

C y⊃X

D {y} ∈ X

E {y} ⊂ X pois {y} ∈ X

Parabéns! A alternativa D está correta.

Perceba que o conjunto X é composto por quatro elementos: x, {x}, y e {y}.


Logo {y} é um elemento que pertence ao conjunto X.

Questão 4

João estava brincando com seu irmão de desafio de adivinhação. Seu irmão
pensava em um número natural, dava uma pista para João e ele tentava
adivinhar o número pensado. Em uma rodada, a dica foi a seguinte: um
número primo ou múltiplo de 2 e menor do que 12. O conjunto de números
que João poderia “chutar” para adivinhar o número pensado por seu irmão é:
A {2, 3, 7, 11}

B {2, 3, 5, 7, 11}

C {2, 4, 6, 8, 10}

D {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 11}

E {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11}

Parabéns! A alternativa E está correta.

Solução

Questão 5

Sendo R, N, Q e Z os conjuntos dos números reais, naturais, inteiros e


racionais, respectivamente, é correto afirmar que:
A N∈R

B {1, 2, 3, 4} ∈ N

C Q⊂R

D {√2, √3} ⊂ Z

E Q⊂Z

Parabéns! A alternativa C está correta.

Solução

Questão 6

A = {x} e B = {A, x} são dois conjuntos. É correto afirmar que:


A A⊃B

B x∈B

C {A} ⊃ B

D ∅∈B

E ∅∉A

Parabéns! A alternativa D está correta.

Solução
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Considere os conjuntos A = {x ∈ Z ∣ 5x + 4 ≤ 3x + 8},


B = {x ∈ N ∣ 2x − 5 < x − 4} e C = {x ∈ Z ∣ −2 ≤ x < 2}.

Avaliar as seguintes afirmativas:

I. A = B

II. B ⊂ C

III. B é um conjunto vazio


A I e II corretas.

B Somente II correta.

C II e III corretas.

D Somente III correta.

E I e III corretas.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Vamos escrever os conjuntos de maneira explícita para podermos avaliar as


alternativas.

Para x ser um elemento de A, ele deve satisfazer as seguintes condições:

x ∈ Z = {… , −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, …}
5x + 4 ≤ 3x + 8 ⇒ 5x − 3x ≤ 8 − 4 ⇒ 2x ≤ 4 ⇒ x ≤ 2
Logo, A = {… , −1, 0, 1, 2}.

Para x ser um elemento de B, ele deve satisfazer as seguintes condições:

x ∈ N = {0, 1, 2, 3, …}
2x − 5 < x − 4 ⇒ 2x − x < −4 + 5 ⇒ x < 1
Logo, \(B = \{0\}.\())

E o conjunto C = {x ∈ Z ∣ −2 ≤ x < 2} = {−2, −1, 0, 1}.


1. Como podemos ver, C = {−2, −1, 0, 1} ⊂ A = {… , −1, 0, 1, 2}.
Logo, C ⊂ A é o mesmo que A ⊃ C .
2. Vimos no segundo item, B = {0}.
3. Claramente, B = {0} ⊂ A = {… , −1, 0, 1, 2}.
4. Note que B = {0} ⊂ C = {−2, −1, 0, 1}. Logo, vale que B ⊂ C e que
C ⊃ B.

Questão 2

Sejam A, B, C e D conjuntos não vazios. Analise o diagrama a seguir:

Podemos afirmar que:


A A⊂CeD⊃B

B B ⊃ C e D ⊄ A

C C ⊃ D e B ⊂ A.

D B
D ⊄ A e C /

E D ⊃ B e D ⊄ A

Parabéns! A alternativa C está correta.

Note que em cada alternativa temos duas opções para analisar.

1. Pelo diagrama, podemos perceber que vale A ⊂ C , mas a


afirmação D ⊃ B é falsa. Logo, esta alternativa está incorreta.

2. Aqui, temos que a afirmação D ⊄ A é verdadeira, mas a afirmação


B ⊃ C (B contém C ) é falsa. O correto seria C ⊃ B ou B ⊂ C .
Então, esta alternativa está incorreta.

3. Ambas as afirmações são verdadeiras: C ⊃ D e B ⊂ A. Portanto,


esta é a alternativa correta.

4. A afirmação D ⊄ A é verdadeira, mas C ⊅ B é falsa, pois B é um


subconjunto de C . Logo, vale que C ⊃ B ou B ⊂ C . Logo, essa
alternativa está incorreta.
2 - Operações entre os conjuntos
Ao final deste tópico, você será capaz de identificar as operações realizadas entre conjuntos.

Operações entre conjuntos


Vimos, no módulo anterior, as definições que caracterizaram a linguagem dos
conjuntos. Agora partiremos para o segundo passo de nosso estudo: as
operações entre conjuntos. Utilizaremos as representações vistas anteriormente
para resolver essas operações, identificando algumas de suas propriedades para
reconhecer geometricamente quais operações foram realizadas.

Seguiremos nosso mesmo modelo de apresentação do conteúdo: definição e


exemplificação.
Definição 1
Considere A e B dois conjuntos quaisquer. A partir disso, temos as seguintes
operações entre conjuntos.

União 

A união dos conjuntos A e B é o conjunto formado por todos os


elementos que pertencem a A ou a B, que representamos por:

A ∪ B = {x ∣ x ∈ A ou x ∈ B}

Interseção 

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por todos os


elementos que são comuns a A e a B simultaneamente, ou seja, é o
conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e também
pertencem a B. Esse conjunto é representado por:

A ∩ B = {x ∣ x ∈ A ∈ x ∈ B}

Diferença 

A diferença dos conjuntos A e B é o conjunto formado por todos os


elementos que pertencem a A, mas que não pertencem a B. Esse
conjunto é representado por:

A − B = {x ∣ x ∈ A ∈ x ∉ B}

Complemento 

No caso particular, onde B ⊂ A, a diferença A − B chama-se


complementar de B em A e escrevemos:

C AB = A − B = {x ∣ x ∈ A ∈ x ∉ B}

Produto Cartesiano 

O produto cartesiano A × B é o conjunto formado por todos os pares


ordenados da forma (x, y), onde x ∈ A e y ∈ B. Esse conjunto é
representado por:

A × B = {(x, y) ∣ x ∈ A ∈ y ∈ B}

Para compreendermos melhor esses conceitos, vejamos alguns exemplos.

Exemplo 1
Considere os conjuntos A = {0, 1, 3} e B = {−1, 0, 2, 3}. Vamos calcular:
A ∪ B, A ∩ B, A − B, B − A, A × B e B × A

Na união, tomamos todos os elementos que aparecem em cada conjunto.


Logo:

A ∪ B = {x ∣ x ∈ A ou x ∈ B} = {−1, 0, 1, 2, 3}

Note que B ∪ A = {x ∣ x ∈ B ou x ∈ A} = {−1, 0, 1, 2, 3} = A ∪ B.

Como veremos posteriormente, sempre vale A ∪ B = B ∪ A.

Na interseção, tomamos apenas os elementos em comum. Portanto:

A ∩ B = {x ∣ x ∈ A e x ∈ B} = {0, 3}

Note que B ∩ A = {x ∣ x ∈ B e x ∈ A} = {0, 3} = A ∩ B

Como veremos posteriormente, sempre vale A ∩ B = B ∩ A.

Na diferença, tomamos apenas os elementos do primeiro conjunto que não


estão no segundo conjunto. Assim:

(A − B) = {x ∣ x ∈ A e x ∉ B} = {1}

(B − A) = {x ∣ x ∈ B e x ∉ A} = {−1, 2}
Note que A − B ≠ B − A, ou seja, nem sempre vale a igualdade.

No produto cartesiano, tomamos todos os pares ordenados, sendo que a


primeira coordenada pertence ao primeiro conjunto (conjunto da esquerda)
e a segunda coordenada pertence ao segundo conjunto (conjunto da
direta). Veja:

Como A = {0, 1, 3} e B = {−1, 0, 2, 3}, então:

A × B = {(x, y) ∣ x ∈ A e y ∈ B} =

= {(0, −1), (0, 0), (0, 2), (0, 3),

(1, −1), (1, 0), (1, 2), (1, 3), (3, −1),

(3, 0), (3, 2), (3, 3)}

Enquanto:

B × A = {(x, y) ∣ x ∈ B e y ∈ A} =

= {(−1, 0), (−1, 1), (−1, 3), (0, 0),

(0, 1), (0, 3), (2, 0), (2, 1), (2, 3),

(3, 0), (3, 1), (3, 3)}

Note que A × B ≠ B × A, ou seja, nem sempre vale a igualdade.

Veja mais um exemplo envolvendo essas operações com três conjuntos


envolvidos.
Exemplo 2
Considere os conjuntos A = {x ∈ Z ∣ x ≤ 4}, B = {x ∈ Z ∣ x > −2} e
C = {x ∈ N ∣ x < 7}. Calcule as seguintes operações:

A − (B ∩ C), (A ∩ B) − C, (A ∪ C) ∩ B, (B − A) ∪ C

Primeiramente, vamos explicitar os conjuntos para facilitar nossas operações:

A = {x ∈ Z ∣ x ≤ 4} = {… − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4}

B = {x ∈ Z ∣ x > −2} = {−1, 0, 1, 2, …}

C = {x ∈ N ∣ x < 7} = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}

Agora vamos realizar as operações desejadas.

Para solucionar A - (B ∩ C), primeiro resolvemos a parte entre


parênteses separadamente, ou seja:

B ∩ C e após A − (B ∩ C)

Observando os conjuntos dados, temos que:

B ∩ C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6} = C note que C ⊂ B

Logo:

A − (B ∩ C) = {… , −3, −2, −1}


Para solucionar (A ∩ B) − C, primeiro resolvemos a parte entre
parênteses separadamente, ou seja:

A ∩ B e após (A ∩ B) − C

Observando os conjuntos dados, temos que:

A ∩ B = {−1, 0, 1, 2, 3, 4}

Logo:

(A ∩ B) − C = {−1}

Para solucionar (A ∪ C) ∩ B, primeiro resolvemos a parte entre


parênteses separadamente, ou seja:

A ∪ C e após (A ∪ C) ∩ B

Observando os conjuntos dados, temos que:

A ∪ C = {… , −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}

Logo:

(A ∪ C) ∩ B = {−1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}
Para solucionar (B − A) ∪ C, primeiro resolvemos a parte entre
parênteses separadamente, ou seja:

B - A e após (B − A) ∪ C

Observando os conjuntos dados, temos que:

B − A = {5, 6, 7, …}

Logo:

(B − A) ∪ C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, …}

Note que as operações anteriores foram realizadas utilizando a forma explícita


dos elementos de cada conjunto envolvido. Mas, dependendo dos conjuntos
envolvidos, essa representação pode não ser conveniente.

Assim, vamos analisar agora outra forma de trabalhar com esses conjuntos,
utilizando figuras no diagrama de Venn.

Observe que, geometricamente, dados dois conjuntos A e B, podemos


representar a união, a interseção e a diferença pelos diagramas a seguir.
No caso particular em que B ⊂ A, a diferença A − B = C B
A é representada

por:

Quando temos três ou mais conjuntos envolvidos, nossa representação


geométrica fica similar ao que realizaremos no exemplo a seguir.

Exemplificando representações
 geométricas
Acompanhe, neste vídeo, a solução de exemplos de representações geométricas
que abordam operações de união, interseção, diferença e produto cartesiano.
Propriedades dos conjuntos
Aqui, vamos explorar as propriedades das operações entre conjuntos.

Propriedades da união 

Dados os conjuntos A, B, C e D, temos:

1. A ∪ ∅ = A.

2. A ∪ A = A.

3. A ∪ B = B ∪ A, ou seja, a operação união é comutativa.

4. (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C), ou seja, a operação união é


associativa.

5. A ⊂ B e C ⊂ D ⇒ (A ∪ C) ⊂ (B ∪ D).

l. A ∪ B = A ⇔ B ⊂ A.

Propriedades da interseção 

Dados os conjuntos A, B, C e D, temos:

1. A ∩ ∅ = A.

2. A ∩ A = A

3. A ∩ B = B ∩ A, ou seja, a operação união é comutativa.

4. (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C), ou seja, a operação união é


associativa.

5. A ⊂ B e C ⊂ D ⇒ (A ∩ C) ⊂ (B ∩ D).
l. A ∩ B = A ⇔ B ⊂ A.

Na linguagem matemática ⇔ significa: se, somente se.

Propriedades da diferença 

Considere os conjuntos A, B e X tais que A, B ⊂ X. Temos:

1. A − ∅ = A.

2. A − A = ∅.

3. A − B = ∅ ⇔ A ⊂ B.

4. A − B = A − (A ∩ B).

5. A ⊂ B ⇔ C X
B ⊂ C A.
X
A∪B =
l. C X C XA ∩ C XB .
A∩B =
7. C X C XA ∪ C XB .

É importante lembrar que essas propriedades, assim como muitas outras


afirmações na matemática, não são simplesmente definições arbitrárias
de matemáticos. Todas essas propriedades podem ser demonstradas
algebricamente.

No entanto, por conta do objetivo de nosso módulo, mostraremos


geometricamente a validade de algumas das propriedades apresentadas.

Vejamos a propriedade 5 da união e a propriedade 5 da


interseção: em ambas, temos que A ⊂ B e C ⊂ D. Isso pode
ser representado geometricamente na seguinte figura:
Assim, temos que:

Isso nos mostra que (A ∪ C) ⊂ (B ∪ D).

E o diagrama a seguir nos mostra que (A ∩ C) ⊂ (B ∩ D).


A propriedade 4 da diferença pode ser vista da seguinte maneira:
representando os conjuntos A e B pelo diagrama, podemos observar que:

Para a propriedade 5 da diferença, temos que A, B ⊂ X e que A ⊂ B. Isso


pode ser representado por:
Assim, temos que:

B ⊂ C A.
Logo, nos mostra que C X X

Com essas propriedades, podemos explorar outros conceitos envolvendo


conjuntos, como, por exemplo, a quantidade de elementos que um conjunto
possui.

Saiba mais

Se você quiser ver as demonstrações dessas propriedades, confira o capítulo 1


do livro Curso de Análise v.1 (2007), de Elon Lages Lima.
Definição 2
Seja A um conjunto finito qualquer (ou seja, um conjunto que possui uma
quantidade finita de elementos), a quantidade de elementos que o conjunto A
possui é denotada por:

n(A)

Em algumas bibliografias, o número de elementos de um conjunto A é denotado


por #A
#A .

Antes de vermos o exemplo que nos ajudará a compreender esse conceito,


queremos levantar dois questionamentos, os quais serão respondidos mais à
frente:

Dados dois conjuntos A, B quaisquer:

1. Será que vale n(A ∪ B) = n(A) + n(B)?

2. Será que vale n(A − B) = n(A) − n(B)?

Vejamos agora um exemplo para nos ajudar a entender o conceito de n(A) e a


responder nosso questionamento.

Exemplo 3
Considere os conjuntos A = {−2, 1, 3, 4} e B = {−1, 1, 3}. Calcule:

n(A), n(B), n(A ∪ B), n(A ∩ B), n(A − B) e n(B − A)


Note que:

n(A) = 4, pois o conjunto A possui 4 elementos.

n(B) = 3, pois o conjunto B possui 3 elementos.

Para responder aos demais questionamentos, vamos, primeiramente, determinar


o que são os conjuntos:

A ∪ B, A ∩ B, A − B ∈ B − A

Sendo A = {−2, 1, 3, 4} e B = {−1, 1, 3}, então:

A ∪ B = {−2, −1, 1, 3, 4}, logo, n(A ∪ B) = 5

A ∩ B = {1, 3}, logo, n(A ∩ B) = 2

A − B = {−2, 4}, logo, n(A − B) = 2

B − A = {−1}, logo, n(B − A) = 1

A partir desses cálculos, podemos analisar as seguintes questões:

Relembrando:

Dados dois conjuntos A, B quaisquer:

Será que vale n(A ∪ B) = n(A) + n(B)?

Será que vale n(A − B) = n(A) − n(B)?

Utilizando o exemplo 3, podemos perceber que:

n(A ∪ B) ≠ n(A) + n(B) e n(A − B) ≠ n(A) − n(B)


Portanto, as perguntas 1 e 2 realizadas anteriormente têm resposta negativa, ou
seja, nem sempre valem as igualdades apresentadas nos questionamentos.

Propriedades de n(A)
Utilizando as propriedades das operações vistas anteriormente, vamos
apresentar algumas das principais propriedades para a quantidade de
elementos de um conjunto.

Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Então, valem as seguintes propriedades:

1. n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B).

2. n(A − B) = n(A) − n(A ∩ B).

3. n(B − A) = n(B) − n(A ∩ B)

B ) = n(A − B) = n(A) − n(B).


4. Se B ⊂ A 1 então n(C A

Observe que, para entendermos essas propriedades, vamos relembrar os


diagramas vistos anteriormente que representam as operações entre os
conjuntos A e B :
A partir dessas representações, podemos observar as seguintes propriedades:

A propriedade n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B) decorre do


fato que, quando fazemos n(A) + n(B), a quantidade de elementos
n(A ∩ B) da interseção é contada duas vezes (uma vez em n(A) e
outra em n(B).

A propriedade n(A − B) = n(A) − n(A ∩ B) decore da


propriedade 4 da diferença de conjuntos, pois A B = A − (A ∩ B).

A propriedade n(B − A) = n(B) − n(A ∩ B) também decore da


propriedade 4 da diferença de conjuntos, pois
B − A = B − (A ∩ B).
A propriedade 4 é dada por: se B ⊂ A, então
n(C AB ) = n(A − B) = n(A) − n(B).

E pode ser interpretada pelo seguinte diagrama:

 Exemplo de propriedades de n(A)


Confira, neste vídeo, como serão solucionados os exemplos que exploram a
propriedade de n(A).

Observe que a operação de produto cartesiano tem mais aplicabilidade


geométrica quando trabalhamos com produto cartesiano entre intervalos da
reta. Isso será visto com mais detalhes no próximo módulo.

Teoria na prática
_black
Uma pesquisa de mercado sobre o consumo de três marcas (A, B e C) de
determinado produto apresentou os seguintes resultados:

48% das pessoas consomem somente a marca A.

18% das pessoas consomem as marcas A e B.

45% das pessoas consomem somente a marca B.

25% das pessoas consomem as marcas B e C.

50% das pessoas consomem somente a marca C.

15% das pessoas consomem as marcas A e C.

5 % das pessoas não consomem nenhuma das três marcas.

Com esses dados, podemos afirmar que:


A 10% dos entrevistados consomem as três marcas.

B 8% consomem somente as marcas A e C.

C 40% consomem somente uma marca.

D 15% consomem somente as marcas A e B.

E 40% consomem duas marcas.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Assista, neste vídeo, ao uso das propriedades de conjuntos para solucionar


um problema real.

 Mão na massa
Questão 1
Considere dois conjuntos: A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}. A opção que
apresenta corretamente a união do conjunto A com o B(A ∪ B) é:

A {1, 2, 2, 3, 3, 4}

B {2, 3}

C {1, 2, 3, 4, 5}

D {1}

E {1, 2, 3, 4}

Parabéns! A alternativa E está correta.

O conjunto união é formado pelos elementos que pertencem a A ou a B e os


que pertencem a ambos. É interessante lembrar que em conjuntos não
contamos repetições, e por isso {1, 2, 2} = {1, 2}.

Questão 2

O conjunto A = {1, 2, 3} e o B = {2, 3, 4}. A opção que apresenta o


conjunto interseção de A com B(A ∩ B) é:
A {1, 2, 2, 3, 3, 4}

B {2, 3}

C {1, 2, 3, 4, 5}

D {1}

E {1, 2, 3, 4}

Parabéns! A alternativa B está correta.

O conjunto interseção é formado pelos elementos que pertencem a A e a B.


Por essa razão, os elementos do conjunto interseção, nesse caso, serão 2 e
3.

Questão 3

Considere os conjuntos: A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}. A alternativa que


apresenta o conjunto (A − B) ∪ (B − A) é:
A {1, 4}

B {2, 3}

C {1, 2, 3, 4, 5}

D {1}

E {1, 2, 3, 4}

Parabéns! A alternativa A está correta.

O conjunto diferença é formados pelos elementos que pertencem a um


conjunto, mas não a outro. Assim, A − B = {1} e B − A = {4}, e a união
deles é o conjunto {1, 4}.

Questão 4

O conjunto A = 1, 2, 3 e o B = 2, 3, 4. Podemos afirmar que o conjunto


A×B:
A possui 6 elementos.

B um de seus elementos é o par ordenado (4, 1).

C é formado por 9 elementos.

D tem como um de seus subconjuntos (4, 2), (4, 1).

E A × B = B × A.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Solução

Questão 5

Em uma sala de aula, os alunos foram perguntados sobre seus esportes


preferidos. 5% deles responderam que não praticavam nem futebol nem vôlei,
45% disseram que praticam futebol e 55% responderam que praticam vôlei. A
porcentagem de alunos que respondeu praticar ambos os esportes é:
A 5%

B 10%

C 15%

D 20%

E 25%

Parabéns! A alternativa A está correta.

Solução

Questão 6

Sejam x e y números tais que os conjuntos {0, 7, 1} e {x, y, 1} são iguais.


Diante a essa informação, assinale a opção que apresenta a correta relação
entre x e y :
A x=0ey=5

B x+y=7

C x=0ey=1

D x + 2y = 7

E x=y

Parabéns! A alternativa B está correta.

Solução
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(UFSM-RS) Dados os conjuntos A = {x ∈ N ∣ x é ímpar},


B = {x ∈ Z ∣ −2 < x ≤ 9} e C = {x ∈ Z ∣ x ≥ 5}, 0 produto dos
elementos que formam o conjunto (A ∩ B) − C é:
A 1

B 3

C 15

D 35

E 0

Parabéns! A alternativa B está correta.

Inicialmente, vamos colocar os conjuntos de maneira explícita para podermos


manuseá-los mais facilmente:

A = {x ∈ N ∣ x é ímpar} = {1, 3, 5, 7, 9, 11, …}.


B = {x ∈ Z ∣ −2 < x ≤ 9} = {−1, 0, 1, 2, … , 9}.
C = {x ∈ Z ∣ x ≥ 5} = {5, 6, 7, 8, …}.

Para descobrir (A ∩ B) − C , primeiro resolvemos os parênteses, ou seja:

A ∩ B = {1, 3, 5, 7, 9}

Agora fazemos

(A ∩ B) − C = {1, 3, 5, 7, 9} − {5, 6, 7, 8, …} = {1, 3}.

Portanto, o produto dos elementos de


(A ∩ B) − C = {1, 3} é 1 × 3 = 3.

Questão 2

Dados os conjuntos A, B e C não vazios, considere o diagrama:

A parte hachurada pode ser representada por:

A (A ∩ C) − B.

B (A − B) ∪ C.

C (A ∪ C) − B.

D AU(C − B).

E A ∪ C.

Parabéns! A alternativa C está correta.


Veja que o diagrama B não está hachurado. Isso significa que B não está
fazendo parte do conjunto, assim temos:

(A ∪ C) − B

É necessário colocar o −B, pois existem elementos de A que em interseção


com o B, e elementos de C em interseção com o B, e mesmo esses
elementos em interseção, não adentram em nosso conjunto, representado
pela área hachurada.

3 - Operações entre os intervalos da reta


Ao final deste módulo, você será capaz de resolver operações entre intervalos da reta.
Operações com os intervalos da
reta real
Neste módulo, trabalharemos exclusivamente com operações envolvendo os
intervalos da reta. Veremos que, para esses conjuntos particulares, as
representações geométricas na reta real são a melhor maneira de desenvolver
as operações. Lembramos a você que insistiremos em manter a estrutura de
definição e exemplos, por acreditarmos que ela facilita a compreensão dos
conceitos matemáticos.

Definição 1
Sejam a, b ∈ R. Os intervalos são tipos especiais de subconjuntos dos números
reais que são definidos por:

Intervalo fechado: [a, b] = {x ∈ R ∣ a ≤ x ≤ b}

Intervalo fechado à esquerda: [a, b) = {x ∈ R ∣ a ≤ x < b}

Intervalo fechado à direita: (a, b] = {x ∈ R ∣ a < x ≤ b}

Intervalo aberto: (a, b) = {x ∈ R ∣ a < x < b}

Semirreta direita fechada de origem a : [a, +∞) = {x ∈ R ∣ a ≤ x}

Semirreta direita aberta de origem a: (a, +∞) = {x ∈ R ∣ a < x}

Semirreta esquerda fechada de origem b : (−∞, b] = {x ∈ R ∣ x ≤ b}

Semirreta esquerda aberta de origem b : (−∞, b) = {x ∈ R ∣ x < b}

Reta real inteira: (−∞, +∞) = R

Note que os termos fechado e aberto na definição têm significados específicos:

Fechado Aberto
Quando um intervalo é descrito como Quando um intervalo é descrito como
fechado, os colchetes indicam que os aberto, os parênteses indicam que os
extremos do intervalo estão incluídos. extremos do intervalo não estão
incluídos.

Desse modo, para fazer operações entre intervalos da reta, é essencial


tomarmos o cuidado de destacar quando o extremo pertence ou não pertence ao
intervalo.
Representação dos intervalos na reta
Agora veremos como representar geometricamente cada um dos intervalos
apresentados na definição 1. Como a grande diferença situa-se no(s) extremo(s)
do intervalo, utilizaremos:

Bolinhas fechadas no Bolinhas abertas no extremo


extremo
Quando ele não pertence ao
Quando ele pertence ao
 intervalo.
intervalo.

Assim, a representação de cada intervalo será:


A seguir, apresentaremos vários exemplos de operações realizadas entre
intervalos.

Exemplo 1
Considere os intervalos A = [−2, 3), B = (−1, 4), C = (−∞, 2] e
D = [−3, 1). Vamos calcular:
A ∪ B, A ∩ B, A − B, B − A, A ∩ C , C − D, D − C

A resolução dessas operações ocorre do seguinte modo:

Representamos geometricamente os intervalos envolvidos na


operação um sobre o outro, organizando os extremos dos
intervalos em ordem crescente na reta (da esquerda para a
direita). Em seguida, sob a representação desses dois
intervalos, traçamos uma terceira reta real para mostrar o
resultado da operação.

Veja caso a caso.

A ∪ B: como a união é formada utilizando todos os elementos dos


conjuntos, temos a seguinte representação:

Logo, A ∪ B = [−2, 4).

A ∩ B : como a interseção é formada apenas pelos elementos comuns


aos dois conjuntos, temos a seguinte representação:
Note que as bolinhas em −1 e em 3 são abertas, pois −1 ∉ B, 3 ∉ A,
portanto, −1 e 3 ∉ A ∩ B. Logo, A ∩ B = (−1, 3).

A − B : vamos considerar apenas os elementos que estão em A, mas


que não pertencem a B. Temos a seguinte representação:

Note que em A − B a bolinha em −1 é fechada, pois −1 ∈ A, mas −1 ∉ B.


Portanto, −1 ∈ A − B. Logo, A − B = [−2, −1].

B − A : vamos considerar apenas os elementos que estão em B, mas


que não pertencem a A. Temos a seguinte representação:
Note que em B − A a bolinha em 3 é fechada, pois 3 ∉ A, mas 3 ∈ B.
Portanto, 3 ∈ B − A. Logo, B − A = [3, 4).

A ∩ C : como a interseção é formada apenas pelos elementos comuns


aos dois conjuntos, temos a seguinte representação:

Note que as bolinhas são fechadas em −2 e 2, pois −2, 2 ∈ A ∈ −2, 2 ∈ C.


Portanto, −2 e 2 ∈ A ∩ C. Logo, A ∩ C = [−2, 2].

C − D : vamos considerar apenas os elementos que estão em C , mas


que não pertencem a D. Temos a seguinte representação:
Note que em C − D temos duas partes onde a bolinha está aberta em −3, pois
−3 ∈ C e −3 ∈ D.

Logo, −3 ∉ C − D. A bolinha em 1 fica fechada, pois 1 ∈ C e 1 ∉ D.

Portanto, 1 ∈ C − D. Como C − D ficou dividido em duas partes, escrevemos


C − D como a união das duas partes:

C − D = (−∞, −3) ∪ [1, 2]

D − C : vamos considerar apenas os elementos que estão em D, mas que não


pertencem a C. Observe que, nesse caso, temos D ⊂ C. Logo, todos os
elementos de D também estão em C, ou seja, não existem elementos que estão
em D, mas que não pertencem a C. Portanto:

D − C = \{ \} (conjunto vazio)

Outra forma de ver que D − C = {} é utilizando a propriedade da diferença


vista no módulo 2:

D − C = {} ⇔ D ⊂ C
Atenção!

Quando existem mais do que dois conjuntos envolvidos em operações,


analisamos as operações em etapas de dois a dois, sempre trabalhando
inicialmente de dentro dos parênteses para fora, como mostraremos no próximo
exemplo.

Exemplo 2
Vamos considerar os mesmos intervalos do exemplo 1, ou seja:

A = [−2, 3), B = (−1, 4), C = (−∞, 2] e D = [−3, 1)

Agora calcularemos as seguintes operações entre esses conjuntos:

A − (A ∩ B), (A ∪ B) − (A ∩ B), D − (C ∩ A), (D − C) ∩ A

Para resolver A − (A ∩ B), primeiro resolvemos a parte entre parênteses


separadamente, ou seja:

A ∩ B e após A − (A ∩ B)

Como já vimos no exemplo 1, sabemos que:

A ∩ B = (−1, 3)

Assim, podemos realizar a operação desejada, A − (A ∩ B), pela seguinte


figura:
Note que a bolinha em -1 é fechada, pois −1 ∈ A, mas −1 ∉ A ∩ B.

Portanto, 1 ∈ A − (A ∩ B). Logo, A − (A ∩ B) = [−2, −1]

No exemplo 1, vimos que A − B = [−2, −1], ou seja,


A − B = [−2, −1] = A − (A ∩ B), conforme já havíamos visto nas
propriedades da diferença no módulo 2.

Para resolver (A ∪ B) − (A ∩ B), primeiro resolvemos as partes entre


parênteses separadamente, ou seja:

A ∪ B e após A ∩ B

Como já fizemos essas operações no exemplo 1, sabemos que:

A ∪ B = [−2, 4) e A ∩ B = (−1, 3)

Agora podemos realizar a operação desejada, (A ∪ B) − (A ∩ B), pela


seguinte figura:
Note que, na última reta, −1 e 3 estão com bolinha fechada, pois
−1, 3 ∈ A ∪ B, mas −1, 3 ∉ A ∩ B. Logo,

(A ∪ B) − (A ∩ B) = [−2, −1] ∪ [3, 4)

Para resolver D − (C ∩ A), primeiro resolvemos a parte entre parênteses


separadamente, ou seja:

C ∩ A e após D − (C ∩ A)

Pelo exemplo 1, sabemos que A ∩ C = [−2, 2]. Assim, como vimos no módulo
2, temos que:

C ∩ A = A ∩ C = [−2, 2]

Agora podemos realizar a operação desejada, D − (C ∩ A), da seguinte forma:


Note que, na última reta, -2 está com bolinha aberta, pois −2 ∈ D e
−2 ∈ A ∩ C, então:

−2 ∉ D − (A ∩ C)

Logo:

D − (C ∩ A) = [−3, −2)

Para resolver (D − C) ∩ A, primeiro resolvemos a parte entre parênteses


separadamente, ou seja:

D−C e após (D − C) ∩ A.

Pelo exemplo 1, sabemos que D − C = {}. Logo, como vimos no módulo 2,


temos que:

(D − C) ∩ A = {} ∩ A = {}

Logo, (D − C) ∩ A = {} é vazio.

Observe que o exemplo anterior mostra claramente que:


D − (C ∩ A) = [−3, −2) ≠ (D − C) ∩ A = {}

Perceba que é muito importante respeitar e distinguir a ordem de resolução das


operações.

 Análise de conjuntos por intervalos


Assista ao vídeo e entenda como os princípios e convenções orientam a prática
contábil e garantem a precisão e credibilidade nos relatórios financeiros.

Teoria na prática
_black
Conjuntos numéricos são coleções de números agrupados
segundo determinadas propriedades matemáticas, que facilitam o
estudo e a aplicação da matemática em diversas áreas. Considere
agora os dois conjuntos: A = [1, 8], B =]3, 6[ e C = [2, 7[.
Podemos afirmar que:

A A⊂B

B A − B = {1, 2, 7, 8}

C A∩B=B

D B ∩ C =]3, 6]

E B−C =C

Parabéns! A alternativa C está correta.

Neste vídeo, serão analisados intervalos numéricos para


identificar a correlação entre os conjuntos A e B.
 Mão na massa
Questão 1

Dado dois intervalos numéricos A = [1, 5] e B = [2, 7], queremos


determinar a união desses intervalos, denotada por A ∪ B. Assinale a opção
que representa de forma correta a união.

A [1, 2]

B [2, 5]

C [1, 7]

D [2, 7]

E [1, 5]

Parabéns! A alternativa C está correta.

O conjunto união é formado pelos elementos que pertencem a A ou a B e os


que pertencem a ambos. Logo, o intervalo deve possuir todos os elementos
de A ou B.
Questão 2

Dados dois intervalos numéricos, A = [1, 5] e B = [2, 7] queremos


determinar a interseção deles, denotada por A ∩ B. Assinale a seguir a
opção que apresenta corretamente essa interseção.

A [1, 2]

B [2, 5]

C [1, 7]

D [2, 7]

E [1, 5]

Parabéns! A alternativa B está correta.

O conjunto união é formado pelos elementos que pertencem a A e a B. Logo,


o intervalo deve possuir todos os elementos de A e B simultaneamente.

Questão 3

Considere os conjuntos:A = [1, 5] e B = [2, 7]. A alternativa que apresenta


corretamente o conjunto A − B é:
A [1, 5[

B [1, 2[

C ]1,5[

D ]1, 5]

E [1, 2]

Parabéns! A alternativa B está correta.

O conjunto diferença é formado pelos elementos que pertencem aA, mas


não a B. Logo, o intervalo deve possuir todos os elementos maiores ou iguais
a 1 e menores do que 2.

Questão 4

Dois conjuntos numéricos são compostos pelos seguintes intervalos


numéricos: A = [1, 7] e B = [2, 5]. C AB é o intervalo:
A [1, 2[

B ]5, 7]

C [1, 2] ∩ [5, 7]

D [1, 2] ∪ [5, 7]

E [1, 2[U]5, 7]

Parabéns! A alternativa E está correta.

Solução

Questão 5

Considere a operação entre os intervalos numéricos: [1, 4] × [2, 5]. A


representação gráfica da operação no plano cartesiano é:
A uma circunferência de raio 1

B um quadrado de área 3

C um conjunto de 16 pares ordenados

D um quadrado de área 9

E um conjunto de 4 segmentos de reta paralelos

Parabéns! A alternativa D está correta.

Solução

Questão 6

Dados os intervalos: D = {x ∈ R ∣ −10 ≤ x ≤ 10},


A = [−3, 4]eB =] − 1, 3[. Analise as seguintes afirmações:

A
I. C D = [−10, −3] ∪ [4, 10]
B
II. C D = [−10, −1[U[3, 10[
B
III. C A
D ⊂ CD
B
IV. C D ⊂ C DA
A
V. C D − C DB = ∅

VI. x

VII. x

Assinale a opção que apresenta as afirmativas corretas:

A I e II

B I e III

C Somente IV

D Somente V

E I, II e V

Parabéns! A alternativa C está correta.

Solução
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Dados os intervalos A = (−5, 2], B = [−6, 4], C = (−∞, 2), podemos


afirmar que A ∪ (B ∩ C) é dado por:

A [−6, 2]

B [−6, 2)

C (−∞, 4]

D (−∞, 4)

E (−∞, 2]

Parabéns! A alternativa A está correta.

Para resolver A ∪ (B ∩ C), primeiramente faremos a parte entre parênteses,


ou seja:

B ∩ C e após A ∪ (B ∩ C).

Para resolver B ∩ C, operamos utilizando a figura abaixo:


Note que, na última reta, o 2 aparece com bolinha aberta, pois 2 ∈ B, mas
2 ∉ C . Logo, 2 ∉ B ∩ C e temos que:

B ∩ C = [−6, 2)

Agora podemos calcular A ∪ (B ∩ C) utilizando a representação abaixo:

Portanto, A ∪ (B ∩ C) = [−6, 2]. Resposta: (a).

Questão 2

Dados os intervalos A = [−1, 3)B = (1, 5) e C = (1, 3), qual dos itens
abaixo representa o conjunto (A − B) × C ?
A a.

B b.

C c.

D d.

E e.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Antes de buscar a representação geométrica do conjunto (A − B)×C,


vamos determinar o conjunto A − B para então procurarmos a melhor
representação de (A − B) × C.

Para encontrarmos A − B, basta realizarmos a seguinte operação com os


intervalos:
Note que, na última reta, 1 aparece com bolinha fechada, pois 1 ∈ A, mas
1 ∉ B. Logo, 1 ∈ A − B. Portanto:

A − B = [−1, 1]

Logo, (A − B) × C = [−1, 1] × (1, 3) é representado geometricamente por:

Lembramos que, conforme vimos no vídeo do módulo, a bolinha do canto é


aberta quando este não pertence ao produto cartesiano como, por exemplo,
os cantos:
(1, 1) e (−1, 1) ∉ (A − B) × C , pois 1 ∉ C , e (−1, 3) e
(1, 3) ∉ (A − B) × C , pois 3 ∉ C . Resposta: (c).

4 - Conjuntos e problemas do cotidiano


Ao final deste módulo, você será capaz de resolver problemas do cotidiano utilizando conjuntos.

Aplicações da teoria de conjuntos


Acompanhe, neste vídeo, algumas problematizações que serão solucionadas
com as teorias dos conjuntos.

Chegamos ao nosso último módulo. Como você sabe, nosso objetivo é a


aplicabilidade dos conceitos aprendidos anteriormente, seja no âmbito da
resolução de problemas cotidianos, ou na solução de questões geralmente
cobradas em concursos públicos.

Aqui você perceberá, portanto, a falta do item definição, já que vamos recuperar
os conceitos apresentados nos módulos anteriores mais alguns exemplos para
ajudá-lo a seguir em frente nesse processo de compreensão dos conjuntos
matemáticos.

Exemplo 1 - Adaptado da UNESP


Em um estudo de grupos sanguíneos humanos, realizado com 1000 pessoas,
constatou-se que 470 tinham o antígeno A, 230 tinham o antígeno B e 450 não
tinham nenhum dos dois antígenos. Determine o número de pessoas que
possuem os antígenos A e B simultaneamente.
Vamos, inicialmente, extrair as informações do enunciado. Chamando de:

1. X o conjunto de todas as pessoas do estudo.

2. A o conjunto das pessoas com antígeno A.

3. B o conjunto das pessoas com antígeno B.

Podemos formar a seguinte figura:


Pelo enunciado, temos que:

4. X possui 1000 pessoas, A possui 470 pessoas, B possui 230 pessoas.

5. Dentro do conjunto X, mas fora de ambos os conjuntos A e Bexistem 450


pessoas.

Completando a figura com essas informações, temos:


Precisamos encontrar a quantidade de pessoas que possuem os antígenos A e
B, simultaneamente, ou seja:

l. Queremos saber a quantidade y de pessoas presentes no conjunto A ∩ B.

Colocando y na parte correspondente a A ∩ B e utilizando a figura anterior,


podemos formar o seguinte diagrama:
Note que o conjunto A está dividido em 2 partes. A parte correspondente à
interseção A ∩ B possui y pessoas. Como A tem 470 pessoas, então a
outra parte do conjunto A possuirá 470 − y pessoas, fornecendo a figura
a seguir
Da mesma forma, o conjunto B está dividido em 2 partes. A parte
correspondente à interseção A ∩ B possui y pessoas. Como B tem 230
pessoas, então a outra parte do conjunto B possuirá 230 − y pessoas,
fornecendo a seguinte figura:
Assim, podemos ver que o conjunto Xfoi dividido em quatro partes:

Uma parte fora dos conjuntos A, B.

Duas partes dentro do conjunto A.

Mais uma parte dentro do conjunto B.

Logo, o total de pessoas do conjunto X (ou seja, 1000) é obtido somando a


quantidade de pessoas (números na cor preta) dessas quatro partes, por meio
do seguinte cálculo:
450 + (470 − y) + y + (230 − y) = 1000 ⇒

920 − y + y + 230 − y = 1000 ⇒ 920 + 230 − y = 1000 ⇒

1150 − y = 1000 ⇒ −y = 1000 − 1150 ⇒ −y = −150 ⇒

y = 150

Portanto, y = 150 é a quantidade de pessoas desse grupo com os antígenos A


e B simultaneamente.
Exemplo 2
Em uma escola, foram oferecidas aulas de reforço para física e matemática.
Feito um levantamento em uma turma com 48 alunos, obteve-se que 22 alunos
querem reforço em matemática, 28 querem reforço em física e 10 querem
reforço em ambas as matérias. Para essa turma, determine:

1. Quantos alunos querem reforço apenas em matemática?

2. Quantos alunos querem reforço apenas em física?

3. Quantos alunos querem reforço em pelo menos uma matéria?

4. Quantos alunos não querem reforço em nenhuma matéria?

5. Quantos alunos querem reforço em, no máximo, uma matéria?

Vamos, inicialmente, extrair as informações do enunciado. Chamando de:

X o conjunto de todos os alunos dessa turma.

F o conjunto dos alunos que querem reforço em física.

M o conjunto dos alunos que querem reforço em matemática.

Podemos formar a seguinte figura:


Pelo enunciado, temos que:

X possui 48 alunos, M possui 22 alunos, F possui 28 alunos e M ∩ F


possui 10 alunos.

Completando a figura com essas informações, temos:


Assim como vimos no exemplo 1, podemos perceber que os conjuntos M e F
foram divididos em duas partes e o conjunto X foi dividido em quatro partes.
Utilizando os valores que temos na figura anterior, podemos completar os
conjuntos M e F da seguinte maneira:
Agora, vamos resolver os questionamentos.

1. Quantos alunos querem reforço apenas em matemática?

12 alunos, pois observando a figura anterior, podemos ver que, dentre os 22


alunos que querem reforço de matemática, somente 12 querem reforço apenas
em matemática.

2. Quantos alunos querem reforço apenas em física?

18 alunos, pois observando a figura anterior, podemos ver que, dentre os 28


alunos que querem reforço de física, apenas 18 querem reforço apenas em
física.

3. Quantos alunos querem reforço em pelo menos uma matéria?

Os alunos que querem reforço em pelo menos uma disciplina formam


exatamente o conjunto M ∪ F. Pela figura, essa união possui:

12 + 10 + 18 = 40 alunos

4. Quantos alunos não querem reforço em nenhuma matéria?

Os alunos que não querem reforço em nenhuma matéria são exatamente


aqueles que estão fora de M ∪ F. Como X tem 48 alunos e em M U F tem 40
alunos (como vimos na letra (c)), então a quantidade y que está fora de M ∪ F
é:

y = 48 − 40 = 8 alunos
5. Quantos alunos querem reforço em, no máximo, uma matéria?

Dizer que o aluno quer reforço em no máximo uma matéria significa que o aluno:
ou quer reforço em apenas uma matéria, ou não quer reforço em nenhuma
matéria.

Analisando a figura, destacamos os alunos que querem reforço em apenas uma


matéria e os que não querem reforço em nenhuma matéria.

Assim, a quantidade de alunos que querem reforço em, no máximo, uma matéria,
é dada por:

12 + 18 + 8 = 38 alunos
Outra forma de analisar esse caso é:

Os alunos que querem reforço em, no máximo, uma matéria, correspondem


ao total de alunos da turma (X = 48), exceto aqueles que querem reforço
nas duas matérias (M ∩ F = 10):

48 − 10 = 38 alunos

Nos exemplos anteriores, trabalhamos casos com apenas dois conjuntos dentro
do conjunto principal. Vamos analisar agora problemas com três ou mais
conjuntos dentro do conjunto X.

Exemplo 3
Uma população consome 3 marcas de sabão em pó: A, B e C. Feita uma
pesquisa de mercado, colheram-se os seguintes resultados tabelados.
Sendo assim:

1. Determine o número de pessoas que consomem apenas a marca C.

2. Determine o número de pessoas que consomem apenas uma das marcas.

3. Determine o número de pessoas que consomem exatamente duas marcas.

4. Determine o número de pessoas consultadas.

Vamos, inicialmente, extrair as informações do enunciado. Chamando de:

X o conjunto de todas as pessoas consultadas.

A, B e C os conjuntos das pessoas que consomem as marcas A, B e C,


respectivamente.

Assim, podemos formar a figura a seguir:


Observe que o conjunto X ficou dividido em várias partes, e os conjuntos A, B e
C estão divididos em quatro partes.

Pela tabela, temos as seguintes informações com relação ao número de


consumidores:

X =?, A = 105, B = 200, C = 160

A ∩ B = 25, B ∩ C = 40, A ∩ C = 25

A ∩ B ∩ C = 5 e X-(A \cup B \cup C)=120\)

Para resolvermos problemas como este, vamos anotar inicialmente: a


quantidade nos conjuntos maiores (X, A, B e C), a quantidade fora da união
(X − (A ∪ B ∪ C) ) e a quantidade no menor conjunto que é a interseção dos
3(A ∩ B ∩ C).

Assim, utilizando o primeiro e o terceiro item acima, podemos preencher a figura


anterior da seguinte maneira:
Agora, utilizando o segundo item acima
(A ∩ B = 25, B ∩ C = 40, A ∩ C = 25), podemos completar os seguintes
espaços:
Como sabemos que A = 105, B = 200, C = 160, podemos finalizar a figura
analisando a quantidade que já está em cada conjunto e verificando quanto falta
em cada conjunto. Sendo assim, obtemos a figura:
Agora, vamos resolver os questionamentos.

1. Determine o número de pessoas que consomem apenas a marca C.

100 pessoas, pois, dentre as 160 pessoas que consomem a marca C, podemos
ver na figura que 100 delas não consomem outra marca.

2. Determine o número de pessoas que consomem apenas uma das marcas.

Fazendo uma análise semelhante à letra (a), podemos ver que:

A quantidade de pessoas que só consomem a marca A é 60.

A quantidade de pessoas que só consomem a marca B é 140.

Pela letra (a), a quantidade de pessoas que só consomem a marca C é


100.

Logo, a quantidade de pessoas que consomem apenas uma das marcas é dada
por:

60 + 140 + 100 = 300 pessoas

3. Determine o número de pessoas que consomem exatamente duas marcas.

Para isso, temos que analisar a quantidade de pessoas presentes nas


interseções e em apenas dois conjuntos. Destacamos essas quantidades na
figura abaixo:
Logo, a quantidade de pessoas que consomem exatamente duas marcas é dada
por:

20 + 20 + 35 = 75 pessoas

4. Determine o número de pessoas consultadas.

A quantidade de pessoas consultadas é o total da soma de todos os valores da


figura, ou seja:

X = 120 + 60 + 20 + 5 + 20 + 140 + 35 + 100 = 500 pessoas

Quando há 4 conjuntos (A, B, C, D) contidos em um conjunto X, a análise é


similar àquela que realizamos no exemplo 4.3, porém a análise geométrica é
mais sofisticada.
Teoria na prática
_black
Uma pesquisa foi realizada com 200 pacientes em diversos
consultórios médicos sobre o uso dos seguintes aplicativos para
celulares:

A. Informações sobre alimentação

B. Registro de níveis de estresse físico e psicológico

C. Controle do horário da medicação

A pesquisa revelou que apenas 10% dos entrevistados não usam


nenhum dos aplicativos, 30% utilizam apenas o aplicativo, 10
1
pacientes utilizam apenas o aplicativo B, 4
dos pacientes usam
apenas o aplicativo C e 36 pacientes fazem uso dos três
aplicativos.

Sabe-se que a quantidade de pacientes que utilizam apenas os


aplicativos A e B, A e C e B e C é a mesma. Portanto, o número de
entrevistados que fazem uso de, pelo menos, dois desses
aplicativos é:
A 21.

B 30.

C 36.

D 48.

E 60.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Confira, neste vídeo, a solução de um problema realista, a partir


das teorias dos conjuntos.

 Mão na massa
Questão 1
Pedro e Marta são os pais de Ana. A família quer viajar nas férias de julho.
Pedro conseguiu tirar férias da fábrica do dia 4 ao dia 27. Marta obteve
licença no escritório de 5 a 30. As férias escolares de Ana vão de 2 a 25. A
família poderá viajar sem faltar as suas obrigações por

A 20 dias.

B 21 dias.

C 22 dias.

D 23 dias.

E 24 dias.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Vamos admitir que P , M e A sejam os conjuntos dos dias em que,


respectivamente Pedro, Marta e Ana poderão viajar.

P = {4, 5, 6, 7, … , 26, 27}


M = {5, 6, 7, 8, … , 29, 30}
A = {2, 3, 4, 5, … , 24, 25}

Fazendo A ∩ B ∩ C , obtemos:

A ∩ B ∩ C = {5, 6, 7, 8, . . , 24, 25}

Portanto, o número de elementos deste conjunto é:


n = 25 − 5 + 1 = 21

Questão 2

Sejam os conjuntos formados por elementos distintos, inteiros e


consecutivos, tais que A = {x, 3, 4, 5, 6} e B = {y, 2, 3, 4}, no qual x e y
são números naturais.

Qual é a diferença x − y se A − B = [3, 5] ?

A -4

B -2

C 2

D 4

E 1

Parabéns! A alternativa E está correta.

O conjunto resultante da operação A − B é:

A − B = {3, 5}
Logo, como os elementos são distintos, inteiros e consecutivos, temos que:

x=2ey=1

Portanto, x − y = 2 − 1 = 1

Questão 3

O gráfico a seguir apresenta a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos


ou mais, por gênero, no Brasil.

Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicilios 2007/2015.
Por sexo 2007 2008

Total 10,1 10

Homens 10,4 10,2

Mulheres 9,9 9,8

De acordo com o gráfico, analise as seguintes afirmações:

I. O número de homens analfabetos em 2007 é menor do que em


2009.

II. O número de mulheres analfabetas diminui de 2007 a 2015.

III. O número de analfabetos em 2009 é maior do que em 2011.

Assinale as afirmativas corretas.

A I e III apenas.

B I e II apenas.

C II e III apenas.

D I, II e III.

E apenas I.
Parabéns! A alternativa C está correta.

[I] Incorreta. A taxa de homens analfabetos em 2009 está abaixo de 10, e em


2007 acima. Portanto, é maior que em 2010 (maior quantidade de
analfabetos).

[II] Correta. A taxa de mulheres analfabetas em 2007 está acima de 10, e em


2015, próxima de . Desse modo, o número de mulheres analfabetas diminuiu.

[III] Correta. A taxa total de analfabetos em 2011 está próxima de 9, e em


2009, próxima de 10. Portanto havia mais analfabetos em 2009.

Questão 4

Em um grupo de 60 jovens praticantes de vôlei, basquete e futsal, sabe-se


que:

3 praticam os três esportes;

1 não pratica nenhum esporte.

7 jogam vôlei e basquete.

25 jogam vôlei.

27 praticam basquete.

10 praticam basquete e futsal.

30 jogam futsal.

8 praticam vôlei e futsal.

Quantos jovens praticam apenas dois esportes?


A 16

B 17

C 19

D 25

E 28

Parabéns! A alternativa A está correta.

Solução

Questão 5

Em uma enquete realizada em 2016 com candidatos a uma das vagas nos
cursos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), queria-se saber em quais
matérias (entre matemática, física e química) eles sentiam mais dificuldade, e
o seguinte resultado foi obtido: 920 sentiam dificuldade em matemática, 720
em física, 560 em química, 400 em matemática e física, 360 em matemática
e química, 320 em física e química e 200 nas três matérias. O número de
candidatos que afirmaram não ter dificuldade em nenhuma matéria é

A 136

B 336

C 416

D 576

E 696

Parabéns! A alternativa E está correta.

Solução

Questão 6

Uma pesquisa de mercado foi realizada, para verificar a preferência sobre três
produtos, A, B e C. 1.200 pessoas foram entrevistadas. Os resultados foram
os seguintes: 370 das entrevistadas gostam do produto A, 300 preferem o
produto B e 360, o produto C. Desse total, 100 pessoas preferem A e B, 60, os
produtos B e C, 30 os produtos A e C e 20 pessoas preferem os 3 produtos.
Com base nesses dados, os que não opinaram por nenhum produto foram:

A 330

B 340

C 360

D 370

E 380

Parabéns! A alternativa B está correta.

Solução
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(FCC - 2019) Um grupo é formado por 410 ciclistas, dos quais 260 praticam
natação e 330 correm regularmente. Sabendo que 30 ciclistas não nadam e
não correm regularmente, o número de ciclistas que praticam natação e
correm regularmente é:
A 170

B 150

C 190

D 200

E 210

Parabéns! A alternativa E está correta.

Para resolver este problema não precisamos montar um diagrama de Venn na


verdade, nem temos informação para isso.

Perceba que, temos um total de 410 ciclistas, sendo que 30 não correm e
nem nada, logo os que correm e nadam são: 410 − 30 = 380.

Temos então 380 ciclistas,que correm ou nadam.Todavia,vemos que se


somarmos os 260 que praticam natação, com 330 que correm regularmente,
obteremos um valor de 590, que é maior que 410 ciclistas, que é nosso
número total de ciclistas. Isso indica que há uma interseção, ou seja, que
existem alguns ciclistas que nadam e correm regularmente, sendo assim,
vamos encontrar essa interseção fazendo a seguinte subtração:
590 − 380 = 210

Com essa subtração, percebemos o seguinte:

210 ciclistas, correm e nadam


170 ciclistas só correm ou só nada (380-210)
30 ciclistas não correm nem nadam

Veja que a soma resulta em 410: 210 + 170 + 30 = 410.

Questão 2

Em uma pesquisa realizada com todas as pessoas de uma pequena cidade


sobre a leitura dos jornais A, B e C, obteve-se que 28% das pessoas leem o
jornal A, 35% leem o jornal B, 23% leem o jornal C, 15% leem os jornais A e B,
8% leem os jornais B e C, 12% leem os jornais A e C e 5% leem os três jornais.
Qual é o percentual das pessoas dessa cidade não leem nenhum dos jornais?

A 44%

B 43%

C 34%

D 33%

E 0%

Parabéns! A alternativa A está correta.

Primeiramente, temos que saber que o total de pessoas que participaram da


pesquisa é 100%.

Para solucionar esse problema, teremos que montar um diagrama de Venn,


mas para isso, precisamos separar os dados:

A ∩ B = 15%
B ∩ C = 8%
A ∩ C = 12%
A ∩ B ∩ C = 5%
A = 28%
B = 35%
C = 23%

Montando o diagrama de Venn, temos:

Veja que, ao somarmos todas as porcentagens existentes no diagrama,


obtemos um total de 56%. Sendo assim, para chegarmos à 100%
(100%-56%=44%), restam 44%, que é a porcentagem de entrevistados que não
leem nenhum dos três jornais. A representação no diagrama de Venn é:
Considerações finais
Conforme vimos ao longo deste tema, existem várias maneiras de se trabalhar
com conjuntos, sendo que o melhor método a ser utilizado depende dos
conjuntos envolvidos. As operações realizadas entre conjuntos fornecem
diversas informações de dados pertinentes, de acordo com aquilo que se deseja
saber a respeito ou de acordo com o que se espera sobre determinadas
informações.

No caso particular em que os conjuntos são intervalos da reta, as operações


entre intervalos geram novos conjuntos, mas isso é assunto para outro momento
do seu estudo matemático! Finalmente, utilizamos todos os conceitos e todas as
operações de conjuntos para resolvermos vários problemas do cotidiano, assim
como questões comuns em concursos para diversos setores da sociedade.

 Podcast
Agora com a palavra o professor Marcelo Rainha, contando um pouco mais
sobre a relação entre os conjuntos e o nosso cotidiano. Vamos ouvir!
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Acesse o portal Khan Academy, reconhecido mundialmente por oferecer
conteúdo gratuito e de qualidade em diversas áreas do conhecimento,
especialmente a Matemática.

Referências
GIOVANNI, J. R; BONJORNO, J.R; GIOVANNI Jr., J.R. Matemática Fundamental -
Uma Nova Abordagem. Volume único. São Paulo: FTD, 2002.

GONÇALVES, A. Introdução à álgebra. 5. ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE IBGE. Brasil em Síntese. 2015. Consultado na


internet em: 20 maio 2024.

LIMA, E. L. Curso de análise. v.1, 12. ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2007.

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