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Roberta Pires Vasconcellos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE DESPORTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Roberta Pires Vasconcellos

PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MAGNITUDE E


TRANSMISSIBILIDADE SOBRE ESTRUTURAS CORPORAIS
DE ADULTOS EM DIFERENTES PROTOCOLOS

Florianópolis, fevereiro de 2013.


Roberta Pires Vasconcellos

PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MAGNITUDE E


TRANSMISSIBILIDADE SOBRE ESTRUTURAS CORPORAIS
DE ADULTOS EM DIFERENTES PROTOCOLOS

Dissertação apresentada ao Programa


de Pós-Graduação em Educação Física
para obtenção do título de mestre em
Educação Física, na área de
concentração “Biodinâmica do
Desempenho Humano”.

Orientação: Profª. Drª. Saray


Giovana dos Santos

Florianópolis, fevereiro de 2013.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pela dádiva da vida, pela


benção da saúde, pelo presente divino que é minha família e por permitir
a concretização desse sonho.
Aos meus pais Reinaldo e Rosa Maria, meus professores de
uma vida inteira. Obrigada pelo amor incondicional, pela boa educação
e transmissão de reais valores de vida, pela abdicação de tantas coisas a
fim de garantir a mim e aos meus irmãos o melhor que vocês tinham a
nos oferecer e por acreditar na minha capacidade de alcançar este
objetivo. Pai e mãe, amo vocês!
Ao meu filho Eduardo, que desde a sua chegada iluminou a
minha vida, me abençoando a cada dia com seu sorriso, seu jeito meigo
e carinhoso de ser e me faz sentir a mãe mais feliz do mundo. Filho, a
mamãe te ama “ao infinito e além”!
Ao meu marido Diego, pelo incentivo, companheirismo e
paciência nessa trajetória, entendendo minhas angústias e minha aflição
diante das dificuldades. Pelo grande exemplo de homem, pai, filho e
profissional. Obrigada por seguir comigo e com o nosso filho amado o
caminho do amor e da união. Te amo!
Aos meus irmãos Renata e Rodrigo pela parceria e amor
incondicional, que independe da distância, do tempo, da idade e das
circunstâncias, porque juntos somos eternas crianças. Obrigada pelo
sentimento puro e sincero que nos une e nos mantém ligados pra
sempre. Amo vocês brothers!
A todos os meus familiares, avós, tios, primos, afilhados e
amigos “irmãos”, que sempre acreditaram em mim e torceram pela
realização deste sonho.
Ao meu sogro Beto e minha sogra Lúcia, por ter me recebido de
braços abertos nessa família linda, da qual agora faço parte e me orgulho
muito. Pelo carinho, cuidado e atenção com meu filho e meu marido nos
momentos que precisei estar ausente. Aos meus cunhadinhos queridos,
pelo acolhimento e fraternidade.
Aos nossos anjinhos Lucas e Virgínia Maria, que chegaram para
se juntar ao Duduzão e encher as nossas vidas de alegria. Esse trio
promete!
Agradeço a minha orientadora, Prof. Dr. Saray Giovana dos
Santos, pela oportunidade e confiança em mim depositada, pela
amizade, carinho e companheirismo ao longo desses dois anos de
convívio.
Aos amigos do Laboratório de Biomecânica BIOMEC/UFSC,
uns mais presentes que outros durante toda a caminhada até aqui, porém
todos importantes. Juliano, Tatiane, Rodrigo, Jhonatas, Diogo, Adriane,
Bruno, Vanderson, Aline, Eliane. Gostaria de agradecer, em especial, a
Dani e a Camila, pela sincera amizade que construímos durante esses
dois anos e ao Guga, amigo de longa data e “papai da Maria Júlia”, pela
parceria e incansável ajuda nessa trajetória.
Ao pessoal do Laboratório de Vibração e Acústica LVA/UFSC
que fez muito mais do que ceder a instrumentação para a realização
deste estudo. Aos colegas Luís, Paulo e Olavo, meu “Muito Obrigada!”
pela determinação e persistência em solucionar os problemas, pela
paciência e importantíssima ajuda oferecida.
Aos amigos do Laboratório de Biomecânica CEFID/UDESC,
onde sempre fui acolhida com muito carinho: Prof. Hélio, Prof. Suzana,
Alessandro e Marcel. Em especial, agradeço a minha amiga Carol pelo
exemplo de profissionalismo, pelo apoio e carinho de sempre.
Ao Allan e ao Bernardo do Estúdio Vibe Class de
Condicionamento Físico, por ceder as dependências do estúdio para a
realização das coletas de dados. A ajuda de vocês, com certeza,
engrandeceu este trabalho.
Agradeço a todos os membros de minha banca de defesa, pelas
considerações acerca do trabalho.
Agradeço a todas as pessoas que se dispuseram a participar
deste estudo.
À FUMDES pela bolsa de estudos.
A todos aqueles que, apesar de não mencionados, contribuíram
de alguma forma para a realização deste trabalho.
A todos vocês, muito obrigada!
"As pessoas podem não lembrar
exatamente o que você fez, ou
até mesmo todas as palavras
que você disse... Mas elas
sempre lembrarão de como
você as fez sentir..."

Mário Lago
RESUMO

VASCONCELLOS, Roberta Pires. Plataforma vibratória: magnitude


e transmissibilidade sobre estruturas corporais de adultos em
diferentes protocolos. 2013. 112f. Dissertação (Programa de Pós-
Graduação em Educação Física) – Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2013.

A prática de exercícios físicos sobre plataformas vibratórias tem sido


muito difundida, não só no contexto do treinamento físico voltado à
performance, como também voltado à promoção da saúde e reabilitação
física. Contudo, ainda são muito escassos estudos que tenham analisado
a magnitude e transmissibilidade vibratória sobre as estruturas corporais
dos indivíduos submetidos a este tipo de treinamento. Desta forma, o
objetivo geral deste estudo foi analisar as características das vibrações
transmitidas às estruturas corporais de adultos em diferentes condições
de exposição à vibração de corpo inteiro (VCI) com plataforma
vibratória. Participaram deste estudo descritivo correlacional, 20
sujeitos, sendo 10 homens e 10 mulheres, com média de idade de
27,1±3,8 e 28,5±1,8 anos, respectivamente, selecionados de forma
intencional. Os dados foram adquiridos com acelerômetros triaxiais
fixados ao corpo dos sujeitos sobre uma plataforma vibratória nas
frequências de 20, 35, 50 e 70Hz e amplitudes de deslocamento de 2,0 e
6,0mm, em duas posições distintas: Posição Estendida (joelhos
estendidos e peso corporal depositado sobre o retropé) e Posição
Flexionada (joelhos semiflexionados e peso corporal sobre o antepé).
Foram 16 séries de 30 segundos, totalizando 8 minutos de exposição à
vibração de corpo inteiro. A ordem de execução dos registros,
considerando posição corporal sobre a plataforma, frequência e
amplitude de vibração, foi randomizada. Os dados foram analisados por
meio de estatística descritiva e inferencial (p≤0,05). Foram identificadas
diferenças significativas: (a) na magnitude vibratória entre os eixos de
movimento, sendo maior para o eixo vertical e entre os pontos corporais,
sendo maior para o tornozelo; (b) na magnitude e transmissibilidade
vibratória através dos segmentos corporais, com atenuação mais
expressiva na passagem pelo segmento do tronco; (c) na magnitude e
transmissibilidade vibratória entre as posições corporais, com melhor
transmissibilidade na PF; (d) o posicionamento incorreto e amplitudes
de vibração mais elevadas estão associadas a uma maior incidência de
sintomas de dor e/ou desconforto corporal, sendo os mais frequentes
dores de cabeça, dores nas costas e náuseas. A partir destes achados, os
quais fornecem informações concretas a respeito deste tipo de
treinamento, conclui-se o TV deve ser aplicado a uma faixa de
frequência mais elevada (acima de 50Hz) e em amplitudes mais baixas,
adotando-se uma correta posição corporal sobre a plataforma. Neste
sentido, torna-se imprescindível que esta prática aconteça sempre de
forma orientada por profissionais treinados e qualificados, a fim de
evitar que erros comuns, porém lesivos à saúde, sejam praticados.
Assim, de forma eficaz e segura, o treinamento vibratório de corpo
inteiro com plataforma vibratória poderá ganhar um espaço de maior
destaque no mundo do fitness e aumentar consideravelmente sua
inserção no mercado de trabalho, tendo cada vez mais adeptos e
promovendo cada vez mais benefícios à saúde, à performance e à
qualidade de vida das pessoas.

Palavras Chave: Vibração de corpo inteiro. Treinamento vibratório.


Transmissibilidade.
ABSTRACT

VASCONCELLOS, Roberta Pires. Vibration platform: magnitude


and transmissibility of body structures of adults in different
protocols. 2013. 112f. Dissertation (Graduate Program in Physical
Education) – University of Santa Catarina, Florianópolis, 2013.

The physical exercise on vibration platforms has been widespread, not


only in the context of physical training geared to performance, but also
aimed at promoting health and physical rehabilitation. However, there
are still very few studies that have examined the magnitude and
vibration transmissibility of body structures in individuals subjected to
this type of training. Thus, the aim of this study was to analyze the
characteristics of the vibrations transmitted to the body structures of
adults at different conditions of exposure to whole body vibration
(WBV) with vibration platform. Participated in this descriptive and
correlational study, 20 subjects, 10 men and 10 women, with a mean age
of 27.1 ± 3.8 and 28.5 ± 1.8 years, selected intentionally. Data were
acquired with triaxial accelerometers fixed to the body of the subject on
a vibration platform at the frequencies of 20, 35, 50 and 70Hz and
displacement amplitudes of 2.0 and 6.0 mm, in two different positions:
EP (extended knees and weight deposited on the rearfoot) and FP (knees
bended and body weight on the forefoot). There were 16 sets of 30
seconds, totaling 8 minutes of exposure to whole body vibration. The
execution order of record, considering body position on the platform,
frequency and amplitude of vibration was randomized. Data were
analyzed using descriptive and inferential statistics (p ≤ 0.05).
Significant differences were identified: (a) the magnitude of the
vibratory motion axes, being higher for the vertical axis between the
points and body, being higher for the ankle, (b) the magnitude and
vibration transmission through the body segments, with attenuation
more expressive the passage in the trunk segment, (c) the magnitude and
vibration transmissibility between body positions, with better
transmissibility to FP, (d) the positioning and higher vibration amplitude
are associated with a higher incidence of symptoms of pain and / or
body discomfort, the most frequent headaches, backaches and nausea.
From these findings, which provide concrete information regarding this
type of training, it follows the VT should be applied to a higher
frequency range (above 50Hz) and lower amplitudes, adopting a correct
body position on the platform. In this sense, it is essential that this
practice happens so always guided by trained and qualified professionals
in order to avoid common mistakes, but harmful to health, are practiced.
So, effectively and safely, the whole body vibration training with
vibration platform can gain a more prominent space in the world of
fitness and greatly enhance their integration into the labor market, with
more and more followers and promoting increasingly benefits health,
performance and quality of life.

Keywords: Whole Body Vibration. Vibration Training. Transmissibility.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

VCI – Vibração de corpo inteiro


TVCI – Treinamento vibratório de corpo inteiro
FFT – Transformação rápida de Fourier
DEP – Densidade espectral de potência
PE – Posição Estendida
PF – Posição Flexionada
FT – Função de transferência
T1 – Transferência vibratória do ponto 1 (tornozelo) ao ponto 2 (joelho)
T2 – Transferência vibratória do ponto 2 ao ponto 3 (coluna lombar)
T3 – Transferência vibratória do ponto 3 ao ponto 4 (cabeça)
C1 – PE; 2mm de amplitude; 20Hz de frequência
C2 – PE; 2mm de amplitude; 35Hz de frequência
C3 – PE; 2mm de amplitude; 50Hz de frequência
C4 – PE; 2mm de amplitude; 70Hz de frequência
C5 – PE; 6mm de amplitude; 20Hz de frequência
C6 – PE; 6mm de amplitude;35Hz de frequência
C7 – PE; 6mm de amplitude;50Hz de frequência
C8 – PE; 6mm de amplitude;70Hz de frequência
C9 – PF; 2mm de amplitude; 20Hz de frequência
C10 – PF; 2mm de amplitude; 35Hz de frequência
C11 – PF; 2mm de amplitude; 50Hz de frequência
C12 – PF; 2mm de amplitude; 70Hz de frequência
C13 – PF; 6mm de amplitude; 20Hz de frequência
C14 – PF; 6mm de amplitude;35Hz de frequência
C15 – PF; 6mm de amplitude;50Hz de frequência
C16 – PF; 6mm de amplitude;70Hz de frequência
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Descrição de amplitude e frequência de diferentes


protocolos de treinamento VCI com plataforma vibratória utilizados em
estudos anteriores...................................................................................38
Tabela 2 – Características dos sujeitos do estudo..................................46
Tabela 3 – Transmissibilidade dos estímulos vibratórios em cada
posição corporal......................................................................................80
Tabela 4 – Grau dos sintomas de dor e/ou desconforto corporal
relatados pelos sujeitos durante a exposição à VCI................................82
Tabela 5 – Sintomas de dor e/ou desconforto corporal relatados pelos
sujeitos durante a exposição à VCI em cada umas posições corporais..82
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de ondas com diferentes tipos de movimento


oscilatório. Fonte: Hallal, Marques e Gonçalves (2010 p.528)..............23
Figura 2 – Princípios de transmissão de vibrações em plataformas
vibratórias. Fonte: Abercromby et al. (2007 p.1795).............................30
Figura 3 – Movimento oscilatório constante em forma de sino,
produzido pelas plataformas vibratórias. Fonte: Batista et al., (2007
p.102)......................................................................................................32
Figura 4 – Plataforma vibratória utilizada no estudo............................47
Figura 5 – Acelerômetro B&K modelo 4525B utilizado na aquisição
dos dados de acelerometria.....................................................................47
Figura 6 – Módulo MCS1000-V3 da Lynx utilizado na aquisição dos
dados de acelerometria...........................................................................48
Figura 7 – Ambiente de coleta com a instrumentação utilizada no
protocolo vibratório................................................................................49
Figura 8 – Fixação dos acelerômetros em dois dos pontos anatômicos
de referência: (a) ponto da cabeça; (b) ponto do tornozelo....................50
Figura 9 – Posições adotadas durante a aquisição dos dados: Posição
Estendida (PE) e Posição Flexionada (PF).............................................51
Figura 10 – Representação esquemática da sequência de registro de
dados (2x3x3) ........................................................................................53
Figura 11 – Módulo de aquisição dos sinais com as configurações de
aquisição.................................................................................................53
Figura 12 – Representação esquemática dos testes inferenciais
utilizados para análise estatística dos dados...........................................55
Figura 13 – Valores médios de aceleração (g) no ponto do tornozelo
para os três eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a
C8 na PE; C9 a C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais
foram encontradas diferenças significativas.........................................57
Figura 14 – Valores médios de aceleração (g) no ponto do joelho para
os três eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a C8
na PE; C9 a C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais
foram encontradas diferenças significativas...........................................58
Figura 15 – Valores médios de aceleração (g) no ponto da coluna
lombar para os três eixos de movimento em todas as condições
analisadas (C1 a C8 na PE; C9 a C16 na PF). Os colchetes ligam os
eixos para os quais foram encontradas diferenças significativas...........59
Figura 16 – Valores médios de aceleração (g) no ponto da cabeça para
os três eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a C8
na PE; C9 a C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais
foram encontradas diferenças significativas...........................................60
Figura 17 – Média e DP dos valores de aceleração (g) nos pontos do
tornozelo, joelho, coluna lombar e cabeça, em todas as condições da PE
(C1 a C8) e da PF (C9 a C16). Os colchetes ligam os pontos para os
quais foram encontradas diferenças significativas. Os colchetes
 indicam que o ponto do tornozelo não diferiu significativamente do
ponto do joelho, apenas dos demais.......................................................63
Figura 18 – Momentos de transferência (T1) ponto do tornozelo para o
joelho, (T2) do ponto do joelho para a coluna lombar, e (T3) do ponto
da coluna lombar para a cabeça em todas as condições da PE...............68
Figura 19 – Momentos de transferência (T1) ponto do tornozelo para o
joelho, (T2) do ponto do joelho para a coluna lombar, e (T3) do ponto
da coluna lombar para a cabeça em todas as condições da PF...............70
Figura 20 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto do
tornozelo para as PE e PF em todas as condições analisadas. *
diferenças significativas entre as posições com p<0,001.......................73
Figura 21 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto do joelho
para as PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças
significativas entre as posições com p<0,001.........................................73
Figura 22 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto da coluna
lombar para as PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças
significativas entre as posições com p<0,001.........................................74
Figura 23 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto da cabeça
lombar para as PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças
significativas entre as posições com p<0,001.........................................75
Figura 24 – Transmissibilidade vibratória do ponto do tornozelo para o
joelho nas posições estendida (PE) e flexionada (PF)............................76
Figura 25 – Transmissibilidade vibratória do ponto do joelho para a
coluna lombar nas posições estendida (PE) e flexionada (PF)...............77
Figura 26 – Transmissibilidade vibratória do ponto da coluna lombar
para a cabeça nas posições estendida (PE) e flexionada (PF)................77
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................... 17
1.1 Objetivo Geral..................................................................... 20
1.2 Objetivos Específicos .......................................................... 20
1.3 Hipóteses.............................................................................. 20
1.4 Justificativa ......................................................................... 21
1.5 Definição de variáveis ......................................................... 22
1.6 Definição de termos ............................................................ 23
1.7 Delimitação do estudo......................................................... 23
1.8 Limitações do estudo ................................................................ 24
2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................... 25
2.1 Vibrações mecânicas sobre o corpo humano .................... 25
2.1.1 Riscos e normativas relacionados à exposição do corpo
humano à vibração mecânica ....................................................... 27
2.2 Treinamento vibratório de corpo inteiro com plataforma
vibratória ......................................................................................... 29
2.2.1 Características técnicas do equipamento ...................... 30
2.2.2 Respostas neurais ao treinamento vibratório ................ 32
2.2.3 Variabilidade nos protocolos de treinamento com
plataforma vibratória .................................................................... 34
2.3 Fatores intervenientes no processo de transmissibilidade
vibratória através das estruturas corporais ................................. 38
2.3.1 Associação entre a exposição à VCI e a incidência de
sintomas de dor e/ou desconforto corporal ................................... 42
3 MÉTODO.................................................................................... 45
3.1 Caracterização do estudo ................................................... 45
3.2 Sujeitos da pesquisa ............................................................ 45
3.2.1 Critérios de Inclusão............................................................ 45
3.2.2. Critérios de exclusão .......................................................... 45
3.3 Instrumentos de medida ..................................................... 46
3.4 Coleta de dados ................................................................... 48
3.5 Procedimentos para a coleta dos dados ............................ 49
3.5.1 Coleta dos dados antropométricos ................................ 49
3.5.2 Protocolo de VCI com Plataforma Vibratória ..................... 50
3.5.3 Registro dos dados da acelerometria ............................ 53
3.6 Tratamento dos dados ........................................................ 54
3.7 Análise estatística ................................................................ 55
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......... 56
4.1 Caracterização e comparação da magnitude vibratória entre os
eixos de movimento. ......................................................................... 56
4.2 Caracterização e comparação da magnitude vibratória entre os
pontos corporais ................................................................................ 62
4.3 Comparação da transmissibilidade vibratória através dos
segmentos corporais. ......................................................................... 67
4.4 Caracterização e comparação da magnitude e transmissibilidade
vibratória entre as diferentes posições corporais. ............................. 72
4.5 Associação entre a intensidade da exposição à VCI e a incidência
de sintomas de dor e/ou desconforto corporal. ................................. 80
5. CONCLUSÕES ............................................................................... 85
REFERÊNCIAS .................................................................................. 87
APÊNDICE A ...................................................................................... 96
APÊNDICE B ...................................................................................... 98
APÊNDICE C .................................................................................... 100
ANEXO A........................................................................................... 114
17

1. INTRODUÇÃO

Há muitos anos, a exposição do corpo humano a vibrações


mecânicas vem sendo pesquisada por diferentes ramos da ciência.
Inicialmente, estas investigações abordavam as relações entre a vibração
e o desenvolvimento de distúrbios de ordem ocupacional (KITAZAKI;
GRIFFIN, 1998; FERNANDES; MORATA, 2002; GRIFFIN, 2004; OHCOW,
2005). Entretanto, apesar da longa tradição de estudos sobre seus efeitos
deletérios, a noção de que estímulos vibratórios podem ser benéficos ao
corpo humano passou a ser considerada (CARDINALE; WAKELING,
2005).
A vibração, segundo Beer e Johnston (1987) é caracterizada como
oscilações mecânicas em torno de uma posição ou ponto de referência.
Quando estas vibrações se propagam sobre o corpo humano, são
geralmente provocadas por uma oscilação forçada, onde a energia é
transferida de um dispositivo de vibração para o corpo inteiro, ou partes
dele (RITTWEGER, 2010).
O treinamento de vibração de corpo inteiro (VCI), por sua vez,
tem sido muito utilizado em diferentes contextos de intervenção
profissional, como no treinamento físico, esportivo e funcional, além de
estar fortemente inserido no contexto da reabilitação física (BATISTA et
al., 2007), promoção da saúde e prevenção de patologias do sistema
esquelético por meio da estimulação do desenvolvimento ósseo
(FAGNANI et al., 2006).
Como se pode observar, este método de treinamento tem sido
utilizado para os mais diversos fins, atendendo a diferentes objetivos. O
direcionamento do treinamento para um objetivo específico é realizado
por meio da manipulação de variáveis como a frequência e amplitude de
vibração do dispositivo, além do tempo de exposição ao estímulo
vibratório (CARDINALE; WAKELING, 2005).
A vibração ou aceleração provocada no corpo humano a partir
da plataforma vibratória se constitui como o agente estressor do
treinamento vibratório e, portanto, responsável pelas respostas neurais e
morfológicas que ocorrem no mesmo. Ou seja, a exposição do corpo à
vibração é a principal característica do treinamento VCI. Contudo, por
mais que a vibração seja inevitável neste tipo de treinamento, esteja
presente em atividades do cotidiano das pessoas e, algumas vezes, seja
até necessária, há indícios na literatura de que a exposição de indivíduos
às vibrações e aos choques mecânicos podem causar danos
significativos à saúde.
18

E embora as plataformas vibratórias tenham despontado no


mercado brasileiro como promessa de benefícios diversos à saúde, o uso
indiscriminado desses equipamentos visando aceleração dos resultados
desejados, somado à falta de informação do consumidor, o volume de
propaganda veiculada na mídia e a falta de monitoramento e orientação
profissional podem comprometer ainda mais esse novo método de
treinamento.
Apesar de existirem estudos apontando a eficiência do
treinamento vibratório (ROELANTS; DELECLUSE; VERSCHUEREN,
2004; BAUTMANS et al. , 2005; COCHRANE; STANNARD, 2005;
BEHBOLDI et al., 2011), poucos estudos têm se dedicado a investigar as
questões relacionadas à segurança na utilização das plataformas
vibratórias, focando especificamente nos efeitos deletérios da vibração
sobre as estruturas corporais (MANSFIELD, 2005; CARDINALE;
WAKELING, 2005).
Neste sentido, com o intuito de nortear os estudos científicos
nesta área e proporcionar um parâmetro de comparação sobre os níveis
aceitáveis de exposição ao treinamento VCI, foi criada em 1978 a
International Organization for Standardzation 2631 (ISO 2631-1978).
Esta normativa considera que as respostas humanas a este tipo de
estímulo dependem de fatores como a frequência de vibração, a
aceleração ou magnitude de vibração e o tempo de exposição à mesma.
Entretanto, considerando a complexidade do corpo humano e a
existência de muitos aspectos fisiológicos e biomecânicos que o afetam,
é importante ressaltar que cada estrutura corporal vibra em uma
frequência específica, denominada frequência natural (BERTOLO, 2008).
De acordo com Harris e Piersol (2002) a frequência de ressonância
mecânica dos órgãos internos do corpo, por exemplo, varia entre 3 e 6
Hz, enquanto a da cabeça está em torno de 30 Hz e a do globo ocular
varia entre 60 e 90 Hz.
Quando uma vibração externa atinge a frequência natural de
uma estrutura específica, ocorre o fenômeno chamado ressonância, ou
seja, uma amplificação da vibração. Esta amplificação implica no
aumento das forças internas atuantes no organismo, podendo causar
prejuízos significativos ao mesmo (RITTWEGER, 2010). Pode ocorrer em
função do tempo e intensidade de exposição à vibração e do
posicionamento incorreto dos segmentos corporais sobre a plataforma
(LAFORTUNE; LAKE; HENNIG, 1996).
É necessário considerar ainda a influência das diferenças na
composição corporal, biotipo e enrijecimento corporal sobre a
transmissibilidade vibratória pelas estruturas corporais. Tais diferenças,
19

de acordo com Mansfield (2000) e Harris e Piersol (2002) são fatores que
influenciam diretamente na transmissão das vibrações mecânicas através
das estruturas corporais.
O treinamento vibratório também apresenta distinções quanto
ao posicionamento das estruturas corporais sobre a plataforma. Para
Rubin et al. (2003) o treinamento VCI parece seguro quando os sujeitos
são submetidos à vibração por um tempo relativamente curto e com os
joelhos ligeiramente flexionados (θ = 20º), na tentativa de evitar que a
transmissibilidade das vibrações alcance o segmento da cabeça. Por
outro lado, segundo estes autores, baixas frequências vibratórias
aumentam a possibilidade de os indivíduos sentirem desconfortos
corporais como náuseas ou tontura.
Cabe ressaltar que, durante a pesquisa bibliográfica realizada
até o presente momento, foi encontrado apenas um estudo que tenha
analisado especificamente as características de magnitude e
transmissibilidade vibratória em treinamento com plataforma vibratória,
trazendo informações mais específicas sobre os fatores intervenientes na
transmissão das vibrações mecânicas durante este tipo de treinamento
físico (KIISKI et al, 2008). Segundo estes autores, mesmo considerando a
atenuação da vibração vertical em frequências mais elevadas, maiores
amplitudes (>0,5mm) podem resultar em uma aceleração bastante
expressiva, a ponto de representar risco potencial ao sistema
musculoesquelético.
De acordo com Kiiski et al. (2008), apesar de não terem sido
relatados efeitos adversos do treinamento vibratório de corpo inteiro até
o momento, os parâmetros de segurança na sua aplicação devem ser
minuciosamente observados antes da aplicação do treinamento
específico.
Como se pode observar, existem ainda algumas contradições e
limitações científicas a respeito da segurança e efetividade dos
diferentes protocolos de aplicação do treinamento VCI com plataforma
vibratória. Diante disso, formulou-se as seguintes questões a investigar:

 Será que existem diferenças na magnitude vibratória entre os


eixos de movimento e entre os pontos corporais analisados em
diferentes condições de exposição à vibração de corpo inteiro
(VCI) com plataforma vibratória?
 Será que existem diferenças na transmissibilidade vibratória
através dos segmentos corporais em diferentes condições de
exposição à VCI com plataforma vibratória?
20

 Será que a adoção de diferentes posições corporais promove


diferenças na magnitude e transmissibilidade vibratória para
os segmentos corporais em diferentes condições de exposição à
VCI?
 Será que existe associação entre a intensidade da vibração
transmitida e incidência de dor e/ou desconforto corporal em
diferentes condições de exposição à VCI?

1.1 Objetivo Geral

Analisar as características das vibrações transmitidas às


estruturas corporais de adultos em diferentes condições de exposição à
vibração de corpo inteiro com plataforma vibratória.

1.2 Objetivos Específicos

 Comparar a magnitude vibratória entre os eixos de movimento e


entre os pontos corporais em diferentes condições de exposição
à VCI com plataforma vibratória.
 Comparar a transmissibilidade vibratória através dos segmentos
corporais em diferentes condições de exposição à VCI com
plataforma vibratória.
 Verificar se posição corporal adotada pelos sujeitos interfere na
magnitude e transmissibilidade vibratória para os segmentos
corporais em diferentes condições de exposição à VCI com
plataforma vibratória.
 Verificar a associação entre a intensidade da vibração
transmitida e a incidência de dor e/ou desconforto corporal em
diferentes condições de exposição à VCI com plataforma
vibratória.

1.3 Hipóteses

H1: Existe diferença na magnitude vibratória entre os eixos de


movimento em diferentes condições de exposição à VCI com plataforma
vibratória.
H2: Existe diferença na magnitude vibratória entre os pontos corporais
em diferentes condições de exposição à VCI com plataforma vibratória.
H3: Existe diferença na transmissibilidade vibratória através dos
segmentos corporais em diferentes condições de exposição à VCI com
plataforma vibratória.
21

H4: A posição corporal adotada pelos indivíduos interfere na magnitude


e transmissibilidade vibratória para os segmentos corporais em
diferentes condições de exposição à VCI com plataforma vibratória.
H5: Existe associação entre a intensidade da vibração transmitida e a
incidência de dor e/ou desconforto corporal em diferentes condições de
exposição à VCI com plataforma vibratória.

1.4 Justificativa

Atualmente, o treinamento vibratório de corpo inteiro com


plataformas vibratórias tem sido muito utilizado e aplicado em
programas de reabilitação física, para melhora do desempenho físico e
estimulação do desenvolvimento ósseo (FAGNANI et al., 2006), entre
outros objetivos. É fato que, acompanhando esta tendência, aumentaram
consideravelmente as investigações a respeito deste tipo de treinamento.
A grande maioria destes estudos reporta-se aos efeitos agudos
e/ou crônicos do treinamento vibratório sobre alguma capacidade física
ou estado de saúde (HAND; VERSCHEURE; OSTERNING, 2009;
AVELAR, 2010; LIU; SMITH; ILICH, 2011; OLIVEIRA et al, 2011;
TURNER et al, 2011).
Porém, considerando que o agente estressor do treinamento VCI
é a aceleração provocada no corpo, ou seja, a responsável pelas
respostas neurais ao treinamento e pelos efeitos positivos buscados pela
sua prática (CARDINALE e BOSCO, 2003) e que os efeitos deletérios
desta sobre o corpo humano estão cientificamente comprovados, pode-
se dizer que poucos estudos investigaram os efeitos adversos da
exposição do corpo humano ao treinamento VCI com plataforma
vibratória.
Alguns estudos neste viés apontam que fatores como a
frequência de vibração, tempo de exposição às vibrações,
posicionamento das estruturas corporais sobre a plataforma e diferenças
nas características antropométricas apresentam-se diretamente
relacionados à segurança e à efetividade do treinamento (LAFORTUNE;
LAKE; HENNIG, 1996; MANSFIELD, 2000; RUBIN et al. 2003). Isto
porque, caso seja aplicado de forma inadequada e irresponsável, o
treinamento VCI pode causar alguns prejuízos à saúde das pessoas,
sendo de extrema importância que novas investigações sejam realizadas
a fim de identificar e estabelecer um método de aplicação realmente
seguro e eficaz.
Cardinale e Wakeling (2005) afirmam ainda que, apesar de o
treinamento com plataformas vibratórias constituir uma inovação das
22

ciências do esporte e de estar sendo fortemente disseminado, o


conhecimento sobre os parâmetros de segurança durante sua aplicação
são ainda muito limitados.
Dolny e Reyes (2008) afirmam inclusive que, apesar da grande
variabilidade dos protocolos de treinamento VCI apresentados na
literatura, com frequências que manipuladas entre 25 e 40Hz e
amplitudes em torno de 2 a10mm, além de exercícios isométricos,
dinâmicos, com e sem sobrecarga, não são realizados apontamentos
diretos para a estruturação de programas de treinamento VCI. Segundo
eles, para a determinação da intensidade e do volume de treino, são
utilizados parâmetros do treinamento de resistência tradicional,
evidenciando ainda mais a necessidade de investigações que possam
permear o desenvolvimento de programas de treino VCI, para que
atender a diferentes objetivos e diferentes características da população.
Sendo assim, torna-se relevante investigar todos os aspectos
inerentes a este tipo de treinamento com o intuito de fornecer
informações cada vez mais atualizadas sobre os protocolos de
treinamento e as variáveis envolvidas como frequência oscilatória,
tempo de exposição à vibração, frequência de treinamento e
posicionamento corporal adequado.
Por fim, o fato de se tratar de um tema tão complexo, recente e
de grande possibilidade de aplicação prática – a partir do fornecimento
de subsídios mais detalhados a respeito dos protocolos de intervenção –
podendo auxiliar no processo de promoção da saúde das pessoas, fez
despertar o interesse de compreender melhor este fenômeno.

1.5 Definição de variáveis

Aceleração:
Conceitualmente: é determinada pela amplitude e pela frequência das
oscilações. Sua magnitude é reportada em metros por segundo ao
quadrado ou em relação ao número de vezes que supera a aceleração
gravitacional (g) (BATISTA et al. 2007).
Operacionalmente: calculada a partir do valor mensurado em
acelerômetros do tipo ICP (m/s2) e convertida para unidade
gravitacional (g), dividindo-se a aceleração obtida em m/s2 por 9,81 g.

Frequência de vibração:
Conceitualmente: o número de vezes em que o ciclo completo do
movimento oscilatório de um corpo se repete durante o período de um
segundo (BATISTA et al. 2007).
23

Operacionalmente: análise espectral dos impactos no domínio da


frequência, obtido pela realização da Transformação Rápida de Fourier
(FFT) por intermédio do software AqDAnalysis 7.0, expressa na DEP
(V2/Hz).

Transmissibilidade vibratória:
Conceitualmente: Relação de uma determinada medida da vibração
entre dois pontos distintos do corpo humano (GRIFFIN, 1990).
Operacionalmente: calculada a partir da aceleração mensurada com
acelerômetros do tipo ICP e convertida em unidade gravitacional (g), de
acordo com a seguinte Função de Transferência: 10log10 (Aceleração no
ponto 2/Aceleração no ponto 1).

Dor ou desconforto corporal:


Conceitualmente: caracterizado por dor ou perda de conforto decorrente
de diversos fatores, entre eles trauma, sobrecarga mecânica e condições
patológicas (LÉO e COURY, 1998).
Operacionalmente: percepção de sintomas dolorosos ou de diminuição
de conforto relatadas durante ou após o treinamento vibratório a partir
de uma ficha para avaliação do desconforto corporal.

1.6 Definição de termos

Acelerometria: método comumente utilizado em análise biomecânica do


movimento humano, que permite, através do acelerômetro, mensurar as
acelerações provocadas e sofridas pelo corpo humano (ROBERTSON et
al., 2004).

Densidade espectral de potência (DEP): procedimento matemático que


transfere um conjunto de dados do domínio de tempo para o domínio da
frequência sem perda de informação (GERGES, 2000).

Frequência natural: frequência de resposta de um sistema no seu estado


de vibração livre de forças externas (MANSFIELD, 2000).

Ressonância: fenômeno que ocorre quando a frequência de uma força


excitatória se aproxima da frequência natural de um sistema (HARRIS;
PIERSOL, 2002).

1.7 Delimitação do estudo


24

Este estudo se restringiu a analisar as características das


vibrações transmitidas às estruturas corporais de indivíduos adultos, de
ambos os sexos, com idade entre 20 e 45 anos, saudáveis, sem
diagnóstico de vestibulopatias ou labirintopatias e que não tenham sido
acometidos de lesão musculoesquelética nos membros inferiores e
quadril nos últimos seis meses, residentes na cidade de Florianópolis –
SC, em diferentes protocolos de aplicação de treinamento VCI,
utilizando uma plataforma vibratória do Sistema Vibe Class de
Condicionamento Físico, modelo profissional.

1.8 Limitações do estudo

Este estudo apresenta algumas limitações que devem ser


levadas em consideração como, por exemplo, o tamanho amostral, que
pode ter influenciado nos resultados observados. Um número maior de
sujeitos, entretanto, requereria um período de coletas e tratamento dos
dados mais prolongado, o que não foi possível.
A colocação dos acelerômetros apenas no membro inferior
direito também pode ser considerada uma limitação deste estudo, uma
vez que o registro do sinal de aceleração de ambos os membros
inferiores, em função do sistema alternado de vibro-oscilação da
plataforma vibratória, poderia garantir uma melhor interpretação dos
resultados. Contudo, não havia instrumentos suficientes para tal.
Durante o registro dos dados de acelerometria, os sujeitos
utilizaram sapatos desportivos tipo tênis com sistemas de amortecimento
semelhantes, contudo esta variável não foi controlada. Este
procedimento, em alguns momentos, dificultou comparações com outros
estudos, também constituindo uma limitação deste. A ideia, porém, foi
realizar uma análise que reproduzisse de maneira mais próxima possível
a realidade do treinamento VCI.
25

2. REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura foi dividida em três tópicos ou


temáticas. O primeiro tópico trata das vibrações mecânicas sobre o
corpo humano, abordando os riscos e normativas relacionados à
exposição do corpo humano ao estímulo vibratório.
O segundo traz uma fundamentação teórica a respeito do
treinamento vibratório de corpo inteiro com plataforma vibratória, as
características técnicas do equipamento, as respostas neurais ao
treinamento vibratório e a variabilidade nos protocolos de treinamento.
Por fim, o terceiro tópico explana sobre o processo de
transmissibilidade vibratória através das estruturas corporais durante a
exposição à VCI com plataforma vibratória, destacando os fatores
intervenientes neste processo e sua associação com a incidência de
sintomas de dor e/ou desconforto corporal.

2.1 Vibrações mecânicas sobre o corpo humano

Vibração é uma oscilação mecânica ou uma alteração periódica


de aceleração, força e deslocamento ao longo do tempo. Geralmente é
provocada por uma oscilação forçada, onde a energia é transferida de
um atuador ou dispositivo de vibração para um ressonador, ou seja, o
corpo humano, ou partes dele (RITTWEGER, 2010). Existem diversas
formas de ondas provocadas pelo movimento oscilatório, como as ondas
sinusoidais, transientes e estacionárias (Figura 1).

Figura 1 - Exemplo de ondas com diferentes tipos de movimento oscilatório.


Fonte: Hallal, Marques e Gonçalves (2010 p. 528).
26

As variáveis biomecânicas que determinam a intensidade de um


estímulo vibratório são a frequência, determinada pela taxa de repetição
dos ciclos de oscilação (mensurada em Hz), e a amplitude, determinada
pelo alcance dos movimentos oscilatórios da vibração medidos em mm
(CARDINALE; WAKELING, 2005). De acordo com Hallal, Marques e
Gonçalves (2010), a vibração em amplitudes e frequências específicas tem
sido bastante documentada na literatura em virtude dos possíveis
malefícios às estruturas biológicas, uma vez que a intensidade da
vibração associada à exposição crônica por longos períodos de tempo
podem causar danos a nervos periféricos, vasos sanguíneos e
articulações.
Isto porque o organismo possui uma vibração natural que,
quando se depara com uma vibração externa, ocorre o que se chama de
ressonância ou amplificação vibratória, intensificando as forças internas
atuantes no organismo e, consequentemente, provocando alterações nos
tecidos e órgão internos (RITTWEGER, 2010).
Considerando que o fenômeno de ressonância depende de
diversas variáveis como a fonte de vibração e as características do
próprio organismo, tais como a massa corporal, o tamanho dos órgãos e
membros, o grau de tensão muscular, a postura e orientação do corpo
(BOILEAU; RAKHEJA; WU, 2002; MANSFIELD, 2005), compreender a
transmissibilidade da vibração no corpo humano é um pré-requisito para
entender completamente como esta pode influenciar na sensação de
conforto, no desempenho das atividades ocupacionais e na saúde das
pessoas, além de permitir a otimização de resultados positivos por meio
do treinamento VCI.
Por outro lado, alguns estudos têm sugerido que a estimulação
mecânica por meio de vibrações de baixa amplitude e alta frequência
constitui uma maneira segura e eficaz de exercitar e promover
benefícios às estruturas musculoesqueléticas. Verschueren et al. (2004),
por exemplo, constataram que um programa de vibração de corpo inteiro
com duração de 24 semanas, com variações de amplitude entre 1,7 e 2,5
mm e de frequência entre 35 e 40 Hz, é capaz de modificar a força
muscular, o equilíbrio, e a densidade óssea do quadril de mulheres
saudáveis pós menopausa. Neste estudo, a intensidade dos exercícios foi
manipulada pela diminuição do tempo de intervalo entre as sessões e
pela evolução no grau de dificuldade dos exercícios realizados. As
sessões tinham duração de no máximo 30 minutos, incluindo
alongamento e relaxamento.
No mesmo ano, porém com mulheres mais jovens (21,5 ±1,9
anos), Delecluse, Roelants e Verschueren (2004) verificaram que a
27

estimulação das vias próprio-espinhais provocadas pela exposição à


vibração de corpo inteiro e o aumento resultante na atividade muscular
tem potencial suficiente para provocar um ganho significativo de força
nos músculos extensores do joelho quando comparado ao treinamento
de resistência tradicional a uma intensidade moderada. Os autores
reforçam ao final do estudo que os aumentos de força, observados após
12 semanas de treinamento VCI, com amplitude variando entre 2,5 e 5
mm e frequência entre 35 e 40 Hz, são resultantes principalmente de
adaptações neurais a partir de uma utilização mais eficaz da
propriocepção na produção de força.
Oliveira et al. (2011) também observaram benefícios do
treinamento VCI com plataforma vibratória no desempenho do salto
vertical de atletas de futebol com idade média de 18 anos. Os atletas
foram expostos a uma vibração de 35 Hz e 4mm de amplitude, sendo
realizadas cinco séries de 60 segundos por sessão. Os autores
concluíram, apesar de considerarem ter sido um curto período de
intervenção (3 vezes por semana durante quatro semanas), que o
treinamento VCI contribui para a melhora da capacidade muscular em
membros inferiores de atletas de futebol, podendo ser introduzido com
fins complementares na rotina de treinamento desses atletas.
Assim, considerando que os estudos acima citados são
relativamente atuais, observa-se que ainda não foi estabelcido um
consenso a respeito dos possíveis efeitos, benéficos ou não, nem da
intensidade dos efeitos da exposição das estrututas corporais a estímulos
mecânicos por vibração de corpo inteiro. Vale complementar que alguns
dos estudos supracitados não adotaram um grupo controle a fim de
aumentar a chance de êxito no experimento e garantir a confiabilidade
dos resultados.

2.1.1 Riscos e normativas relacionados à exposição do corpo humano


à vibração mecânica

Os efeitos prejudiciais da exposição do organismo humano à


vibração produzida por objetos e máquinas são conhecidos há muito
tempo (GRIFFIN, 2004).
A norma ISO 2631 foi elaborada tendo em vista os complexos
fatores que determinam a resposta humana à vibração e a escassez de
dados consistentes sobre a percepção e reações dos indivíduos à
vibração. Esta tem como objetivos facilitar a avaliação e comparação de
dados nesta área e proporcionar um direcionamento sobre os níveis
aceitáveis de exposição à vibração de corpo inteiro.
28

As informações a seguir estão fundamentadas na norma ISO


2631 de 1978:

Existem três casos de exposição do corpo humano às vibrações


mecânicas: (1) vibrações transmitidas para todo o corpo por meio do ar
ou da água; (2) vibrações transmitidas para todo o corpo via apoio
corporal (de pé ou sentado); e (3) vibrações transmitidas para todo o
corpo via mãos, cabeça, etc ou indireto com efeito na visão.
A trajetória da transmissão, por sua vez, pode ser amplificadora
ou atenuadora de vibrações e seus efeitos no corpo humano dependem
de quatro fatores, sendo eles: nível de vibração exposta, banda de
frequência, direção de excitação vibratória e intervalo entre os tempos
de exposição.
A normativa preconiza ainda que os efeitos da exposição do
corpo humano a vibrações mecânicas pode se manifestar de três formas:
por meio de mudanças de conforto (sensação subjetiva de incômodo);
mudanças na performance (interferência causada por movimento dos
ombros ou visão turva); e redução de segurança com efeito sobre a
saúde (instabilidade corporal ou perda de equilíbrio e até danos
permanentes de determinados órgãos internos).
Além disso, está estabelecido que quando o corpo humano é
submetido a vibrações mecânicas, mesmo em baixas frequências, podem
ocasionar os efeitos acima mencionados, sendo mais comuns as queixas
de tontura.
Com o intuito de nortear as ações neste contexto, a normativa
apresenta limites de exposição às vibrações transmitidas ao corpo
humano, por superfícies sólidas, na amplitude de frequência de 1 a 80
Hz para vibração de corpo inteiro. Permite ainda que, eventualmente,
seja aplicada a excitação de impacto, desde que a energia em questão
esteja contida na banda de frequência pré-determinado.
Vibrações em bandas de frequência inferiores a 1 Hz, porém,
são consideradas problemáticas por estarem associadas a indisposições
causadas por movimentos lentos como vômito e tontura, características
estas que diferem dos efeitos das vibrações de frequências mais
elevadas. Cabe lembrar que o aparecimento destes sintomas depende de
fatores individuais complexos, diretamente relacionados à intensidade
ou duração da vibração.
O ponto de aplicação da vibração, a direção do estímulo
vibratório e a presença de materiais úmidos (por exemplo, vestuário ou
calçado), os quais podem modificar a resposta vibratória da pele e das
camadas superficiais do corpo, também são tratados como fatores
29

intervenientes nas sensações e efeitos provocados pela vibração


mecânica.
O corpo humano reage às vibrações de maneiras diversas
dependendo da região do corpo atingida. No caso de vibração no corpo
inteiro a sensibilidade às vibrações longitudinais (ao longo do eixo y, da
coluna vertebral) é diferente da sensibilidade transversal (eixos x ou z,
ao longo dos braços ou através do tórax). Dentro de cada direção, a
sensibilidade também varia com a frequência (“resposta em frequência
do corpo”), isto é, para uma determinada frequência, a aceleração
tolerável (em m/s²) é diferente da aceleração tolerável em outras
frequências. O ser humano apresenta maior sensibilidade nas direções x
e y quando em baixa frequência, 1 a 2 Hz. A curva padrão combinada
das três direções é obtida para o caso mais crítico dos eixos x, y e z.

2.2 Treinamento vibratório de corpo inteiro com plataforma


vibratória

As plataformas vibratórias são o equipamento para treinamento


vibratório de corpo inteiro mais utilizado atualmente (HALLAL;
MARQUES; GONÇALVES, 2010). Esse tipo de treinamento é
recomendado como uma eficiente alternativa no treinamento de
resistência muscular em idosas (ROELANDS et al., 2004), de força
muscular em atletas de voleibol (BOSCO et al. 1999) de propriocepção
em indivíduos jovens e saudáveis (CHEUNG et al., 2007); no aumento da
densidade mineral óssea (DMO) e controle postural de mulheres na pós-
menopausa (VERSCHUEREN et al., 2004); no aumento da DMO de
idosos (LIU; SMITH; ILICH, 2011) na diminuição do déficits de
equilíbrio corporal (BOGAERTS et al., 2007), no controle glicêmico em
diabéticos Tipo II (BEHBOUDI et al., 2011), no incremento da potência
muscular do salto vertical, força de preensão manual e flexibilidade de
atletas (COCHRANE; STANNARD, 2005).
Com o aumento da disseminação das plataformas vibratórias, o
número de pesquisas acerca dos efeitos do treinamento vibratório tem
aumentado consideravelmente (VERSCHUEREN et al., 2004; HUANG;
GRIFFIN, 2009; SILVA et al., 2009; SILVA; SCHNEIDER, 2011),
objetivando uma melhor compreensão deste método de treinamento e a
identificação dos possíveis efeitos, não só sobre as capacidades físicas e
habilidades motoras dos indivíduos, mas também como estratégia de
promoção da saúde e prevenção de doenças.
Sintomas adversos, porém, também costumam ser relatados
pelas pessoas submetidas a este tipo de treinamento, principalmente nas
30

primeiras sessões de treino. Roelants, Delecluse e Verschueren (2004), por


exemplo, observaram grande incidência de queixas de desconforto
corporal nas primeiras semanas de intervenção. Bertschinger e Dosso
(2008) constataram que o treinamento VCI, quando já existe uma pré-
disposição, pode ocasionar microtraumas de vasos da retina ocular,
resultando em hemorragia vítrea. Este tema será abordado mais
detalhadamente no terceiro tópico desta revisão.
Assim, fica evidente a importância de uma aplicação correta,
consciente e responsável deste método de treinamento, a fim de garantir
a integridade física dos indivíduos e, de fato, promover melhoras no
desempenho físico e/ou motor.

2.2.1 Características técnicas do equipamento

As plataformas vibratórias atualmente disponíveis no mercado


transmitem vibração por meio de placas oscilatórias utilizando dois
sistemas diferentes: (a) com a placa oscilando uniformemente para cima
e para baixo e (b) alternando deslocamentos verticais entre o lado
esquerdo e direito da placa (ABERCROMBY et al., 2007), conforme a
figura 2.

a) b)
Figura 2 - Princípios de transmissão de vibrações em plataformas vibratórias.
Fonte: Abercromby et al. (2007 p. 1795).

As vibrações transmitidas por este tipo de dispositivo podem


produzir ondas sinusoidais com frequências entre 15 e 60 Hz e
deslocamento vertical ou horizontal (amplitude) variando de 1 a 10 mm
(HALLAL; MARQUES; GONÇALVES, 2010); e à aceleração, que pode
chegar a 15 g (1g = 9,81m/s2) (CARDINALE; WAKELING, 2005). Rehn et
31

al. (2007), em seu estudo de revisão, identificaram ainda frequências de


12 Hz para este tipo de treinamento.
A frequência de vibração refere-se à taxa de repetições dos
deslocamentos, por isso ela é medida em Hertz (Hz), ou seja, em ciclos
por segundo. A amplitude, por sua vez, pode ser calculada de duas
formas: como a metade da diferença entre o maior e o menor valor do
deslocamento ocorrido durante a oscilação; ou como a amplitude total
de deslocamento, ou seja, a diferença entre o menor e o maior valor
registrado. Em ambos os casos, é referida em milímetros (mm). Assim,
quando uma plataforma for regulada para vibrar com uma amplitude de
5 mm e frequência de 40 Hz, por exemplo, significa que vai se deslocar
5 mm ao redor de um ponto fixo (um eixo) e que esse deslocamento vai
se repetir 40 vezes em um segundo (1s) (BATISTA et al. 2007).
A variação dessas variáveis biomecânicas determina a
intensidade da sobrecarga. Já a interação reflexa associada com
parâmetros de tensão e rigidez muscular pode ser considerada como a
resposta neuromuscular aos estímulos de vibração (KOMI, 2006).
Batista et al. (2007) apontam ainda a aceleração como uma forma
de quantificar a intensidade da vibração imposta por um dispositivo
vibratório, sendo determinada pela amplitude e pela frequência das
oscilações e expressa em metros por segundo ao quadrado (m/s 2) ou em
relação ao número de vezes que supera a aceleração gravitacional (g).
Pode ser calculada pela seguinte equação: a = (2f)2.d, onde “f”
representa a frequência das oscilações e “d” seu deslocamento
(GRIFFIN, 1996). Assim, um aparelho produzindo deslocamentos em
forma de onda com frequência de 35 Hz e amplitude de 4 mm produz
uma aceleração de 19,6 (m/s2) ou 2 g.
Para Rittweger (2010), porém, a forma mais confiável para se
medir a aceleração produzida por um equipamento vibratório é por meio
de um acelerômetro. Entretanto, para evitar o aumento da potência
espectral, o acelerômetro deve ser firmemente fixado sobre a pele do
indivíduo.
Batista et al. (2007) afirmam que, em razão dessa forma de
oscilação produzir ondas simétricas, é possível quantificar a intensidade
da vibração produzida por esses aparelhos. A intensidade da vibração é
determinada através da amplitude das ondas produzidas durante o
deslocamento e da frequência com que os deslocamentos ocorrem,
conforme ilustrado na figura 3.
32

Figura 3 - Movimento oscilatório constante em forma de sino, produzido pelas


plataformas vibratórias. Fonte: Batista et al., (2007 p.102).

A oscilação produzida pela plataforma vibratória propaga-se


para todo o corpo do indivíduo. Contudo, as estruturas mais afetadas
pela vibração são aquelas localizadas anatomicamente mais próximas ao
eixo de vibração da plataforma (BATISTA et al., 2007).

2.2.2 Respostas neurais ao treinamento vibratório

No treinamento VCI com plataforma vibratória, o indivíduo se


mantém em posição estática ou em movimento (BERTSCHINGER;
DOSSO, 2008), em ambas as situações sem sobrecarga, sobre uma
plataforma que oferece uma determinada vibração mecânica, variando
de acordo com a frequência e amplitude oscilatória (BOSCO et al, 1998;
TORVINEN et al. 2002).
De acordo com Cardinale e Bosco (2003), esta vibração provoca
uma sequência de estímulos mecânicos que são transmitidos através das
estruturas corporais e que resultam em pequenas e rápidas mudanças no
complexo musculotendíneo, alterando o comprimento muscular e
estimulando os receptores sensoriais do sistema neuromuscular, mais
especificamente, os fusos musculares. Estes modulam a rigidez
muscular através de uma atividade muscular reflexa e tentam amortecer
as ondas vibratórias.
Após esta estimulação, os neurônios motores α são ativados
causando contrações musculares similares ao reflexo tônico de vibração
(DELECLUSE et al., 2003; JORDAN ET AL., 2005), que por sua vez, é uma
resposta decorrente da aplicação de um estímulo vibratório diretamente
sobre o ventre muscular ou sobre o tendão (CORMIE et al., 2006). Para
estes autores o reflexo tônico de vibração é caracterizado pela ativação
dos fusos musculares a partir do recrutamento de fibras aferentes do tipo
33

Ia e ativação das fibras musculares extrafusais através de motoneurônios


α. Rittweger, Beller e Felsenberg (2000) afirmam ainda que são recrutadas
principalmente fibras musculares do tipo II e que o RTV é completado
pelo relaxamento sincrônico do antagonista quando o respectivo tendão
é estimulado.
A esse respeito, Bishop (1974) afirma ainda que a resposta dos
receptores musculares – Órgãos Tendinosos de Golgi; terminações
primária e secundária do fuso muscular – para cada estímulo vibratório é
diferente. A frequência do aparelho vibratório conduz as terminações
primárias a dispararem potenciais de ação na mesma frequência da
estrutura. Ao contrário da frequência de disparo dos OTGs e das
terminações secundárias que não são influenciadas pelo estímulo
vibratório. O autor concluiu que a vibração é um meio de estimular
seletivamente as terminações primárias do fuso muscular.
O reflexo tônico de vibração (RTV) é influenciado,
primariamente, pelas características do estímulo vibratório. A frequência
vibratória do estímulo aplicado é a variável que mais interfere na força
do reflexo, enquanto a amplitude determina a quantidade de
alongamento aplicado nas fibras musculares com cada ciclo vibratório
(CURRY; CLELLAND, 1981).
Ainda segundo estes autores, o comprimento inicial do músculo
e a excitabilidade do Sistema Nervoso Central (SNC) também
interferem diretamente na força do RTV. O RTV é mais expressivo na
posição alongada em função do aumento da sensibilidade das fibras
aferentes Ia, que por sua vez, também podem ter sua sensibilidade
aumentada pela estimulação eferente gama. E embora o RTV seja
iniciado imediatamente após a aplicação do estímulo vibratório, o nível
de tensão no músculo que sofreu a vibração aumenta gradualmente até
atingir um platô de tensão, que ocorre entre 30 a 60 segundos. Além
disso, existe um período de potenciação pós-tetânica por mais de três
minutos após cessar o estímulo. Durante esse período a contratilidade do
músculo é aumentada.
Resumidamente, a ativação do reflexo tônico de vibração
melhora a sincronia entre das unidades motoras, proporcionando maior
eficiência neuromuscular (DELECLUSE et al., 2003; ROELANTS et al.,
2004; BOGAERTS et al., 2007).
E assim, considerando que o músculo esquelético é um tecido
especializado que modifica sua capacidade funcional global em resposta
a diferentes estímulos, com a exposição regular, controlada e
sistematizada aos estímulos vibratórios, ocorrem adaptações tanto
neurais quanto morfológicas que contribuem para a melhoria do
34

desempenho da força e potência muscular, assim como do desempenho


das habilidades funcionais (CARDINALE; BOSCO, 2003).
MESTER et al. (1999) declaram que através da adição de
estímulo vibratório ao treinamento a demanda para o sistema
neuromuscular aumenta significativamente e as adaptações associadas a
isso conduzem a um notável aumento na força. Além disso, há um
aumento na solicitação do controle motor em função da necessidade de
amortecer e regular as vibrações. Para estes autores, entretanto, o
aumento do desempenho parece estar mais vinculado a uma melhora na
adaptação neurofisiológica do que a mudanças morfológicas.
Como se pode ver a vibração é o principal agente estressor no
processo de estimulação neuromuscular no treinamento com plataforma
vibratória e, portanto, responsável pelas adaptações neurais e
morfológicas que podem ocorrer nos tecidos e sistemas do organismo.
Sendo assim, fica claro que é necessário expor o corpo humano a este
tipo de estímulo a ponto de causar tais adaptações e consequentemente
obter as respostas físicas esperadas com o treinamento.
Porém, considerando que a vibração pode também ser lesiva ao
organismo humano, é importante atentar para a forma de aplicação do
TV, por meio do controle de variáveis relacionadas à intensidade do
treino, para que se possa evitar a ocorrência de efeitos adversos à saúde
dos praticantes.

2.2.3 Variabilidade nos protocolos de treinamento com plataforma


vibratória

Os protocolos de exercícios utilizando plataformas vibratórias


podem ser manipulados por meio da escolha da amplitude e da
frequência de vibração, ou seja, a intensidade do treinamento
(CARDINALE; WAKELING, 2005). Além disso, o treinamento pode ter a
progressão da intensidade do estímulo vibratório modificando-se o
número de séries realizadas em uma sessão, o tempo do estímulo
vibratório e do intervalo entre as séries, a frequência de treinamento
semanal e a duração total do programa de treinamento (RITTWEGER,
2010). Todas estas variações e progressões no treinamento dependem
não só do objetivo do treinamento como também do nível de
condicionamento dos indivíduos e da população em que será aplicado.
Cochrane e Stannard (2005), com o objetivo de quantificar os
efeitos agudos do treinamento VCI na potência muscular, preensão
manual e flexibilidade de atletas de hóquei profissional, avaliaram 19
mulheres com idade média de 21,8 anos. Os autores utilizaram um
35

protocolo de intervenção com frequência de vibração de 26 Hz e


amplitude de 6 mm, em seis posições corporais: posição básica (apoio
bipodal), agachamento estático e dinâmico, apoio manual e afundo (lado
esquerdo e direito). Estes seis exercícios caracterizavam seis séries de
treinamento vibratório, sendo as quatro primeiras com duração de 1
minuto e as duas últimas com duração de 30 segundos (não foi
informado o período de realização da intervenção). Foram encontradas
associações positivas entre o treinamento VCI e as capacidades físicas
avaliadas, com melhora significativa no desempenho do salto vertical e
de flexibilidade. Além disso, os autores observaram que os grupos
musculares menos expostos ao treinamento VCI (membros superiores)
não apresentaram alterações fisiológicas que potencializam o
desempenho muscular.
Hand et al. (2009), examinaram os efeitos do treinamento em
plataforma vibratória sobre o fortalecimento do manguito rotador de
atletas do sexo feminino com média de idade de 21,2 anos, por meio da
comparação entre o treinamento de resistência combinado com o
treinamento VCI e o treinamento de resistência convencional. A
frequência adotada progrediu de 1 para 20 e 50Hz, com variação de 2 a
4mm de amplitude e tempo das séries de 30s e 90s. Neste estudo, as
atletas realizaram o treinamento VCI em posição de apoio manual, com
os joelhos apoiados no solo. Não foram observadas diferenças
significativas entre os protocolos de intervenção, porém os autores
destacam a viabilidade do treinamento de VCI para esta situação
específica.
Bautmans et al. (2005) investigaram a viabilidade de aplicação do
treinamento VCI voltados à promoção da saúde em um lar de idosos
(homens e mulheres com idade média de 77,5 anos) e os possíveis
impactos sobre a capacidade funcional e desempenho muscular destes
indivíduos. Adotaram um protocolo de aplicação de seis semanas (3
vezes/semana e intervalo de 48 horas), com variações de frequência de
30 a 50Hz, amplitude de 2 a 5 mm e tempo das séries entre 30 e 60s
para o grupo experimental. A sessão consistiu em seis exercícios
estáticos com foco nos membros inferiores (não descritos). Observaram
que, além de ser um método de aplicação viável, o treinamento VCI
pode melhorar o equilíbrio e a mobilidade articular destes indivíduos,
não havendo evidências significativas para a no desempenho muscular.
Roelants, Delecluse e Verschueren (2004) investigaram os efeitos
de 24 semanas (3 vezes/semana) do treinamento VCI na força e potência
muscular no movimento de extensão do joelho e no desempenho do
salto vertical em 89 mulheres com idade entre 58 e 74 anos. A amostra
36

foi subdividida em três grupos: treinamento VCI, treinamento de


resistência muscular convencional e controle. A intensidade das sessões
do treinamento VCI foi incrementada em curtos períodos quanto à
amplitude (2,5 a 5 mm) e à frequência (35 a 40 Hz) e as sessões
duravam em média 30 minutos, considerando o tempo de aquecimento e
alongamento. Foram aplicados exercícios estáticos e dinâmicos de
agachamento (aberto e fechado) com ângulo de flexão do joelho de 90°,
120° e 130°. Os autores constataram um incremento significativo em
todas as variáveis analisadas nos grupos que realizaram treinamento
VCI e de resistência muscular após o período de intervenção, com
resposta mais expressiva nas primeiras 12 semanas. Contudo, não houve
diferença significativa entre ambos os grupos.
Mais recentemente, Silva et al. (2009) investigaram o efeito do
treinamento vibratório no desempenho de força e potência muscular e na
funcionalidade de idosos fisicamente ativos. Avaliaram 47 idosos, de
ambos os sexos, com idade média de 70 anos, participantes de um
programa de condicionamento físico (PCF) com frequência de 2 vezes
por semana. Os indivíduos foram divididos em grupo controle (n=23) e
experimental (n=24). No GE, além do PCF, os idosos realizaram vinte e
seis sessões de exercícios isométricos sobre a plataforma vibratória,
incluindo exercícios de agachamento uni e bipodal, com variações no
ângulo de abdução do pé e de flexão dos joelhos. A intensidade do
protocolo variou de 2 para 4 e 6 mm, e de 30 para 35 e 40 Hz. Neste
estudo, porém, os autores constataram que o treinamento VCI parece
não ser suficiente para aumentar a força muscular e melhorar a
capacidade funcional de idosos fisicamente ativos.
Bogaerts et al. (2009), além do efeito do treinamento VCI sobre a
força muscular, investigaram o efeito desse método de treinamento
sobre a aptidão cardiorrespiratória de 220 indivíduos com idade média
de 67,1 anos. Foram compostos, aleatoriamente, três grupos: controle,
treinamento convencional (exercícios de alongamento, equilíbrio, RML
e aeróbio) e VCI. A intervenção teve duração de 12 meses. Para o
protocolo VCI foram adotados exercícios de membros superiores e
inferiores com progressão gradual da intensidade (não foram descritos
frequência, amplitude e tempo de exposição por sessão). Assim como no
treinamento convencional, o treinamento VCI se mostrou eficiente na
melhora da aptidão cardiorrespiratória e força muscular de idosos.
Behboudi et al. (2011) realizaram uma comparação entre os
efeitos do treinamento aeróbio tradicional e associado ao treinamento
VCI no controle glicêmico em diabéticos Tipo II. Foram analisados 30
homens com idade entre 45 e 65 anos com diagnóstico de diabetes
37

aguda e/ou crônica. As sessões experimentais foram aplicadas durante


oito semanas a uma frequência de 30 Hz e 2 mm de amplitude. O tempo
de exposição à vibração em cada sessão aumentou de 16, para 20 e 24
minutos, com 1 minuto de intervalo para cada minuto de exposição.
Durante o treinamento VCI, os sujeitos permaneciam e posição de
agachamento parcial (ângulo de flexão de joelho a 110°). Após o
período de intervenção, ficou constatado que o treinamento VCI se
constitui em uma alternativa tão efetiva quanto os exercícios aeróbios
para o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo II.
Considerando os estudos analisados até o momento, fica
evidente que existe uma grande diversificação quanto aos protocolos de
aplicação do treinamento VCI utilizando plataforma vibratória, com
características bastante distintas, não só no que se refere à intensidade
da vibração mecânica, como também ao posicionamento ou
movimentação sobre a plataforma, com exercícios ora estáticos, ora
dinâmicos; com apoio manual ou podal, entre outras variações, o que
dificulta a determinação de um protocolo específico para o treinamento
VCI com plataforma vibratória.
Na tabela 1 estão relacionados alguns estudos realizados sobre
treinamento com plataforma vibratória, demonstrando a grande
variabilidade dos protocolos de aplicação quanto à intensidade.
38

Tabela 1: Descrição de amplitude e frequência de diferentes protocolos de


treinamento VCI com plataforma vibratória utilizados em estudos anteriores.
Autor(es) Amplitude (mm) Frequência (Hz)
Rittweger et al., 2002 1,5 27
Torvinen et al., 2002 2,5 - 5,0 35 – 40
Rubin et al., 2003 - 15 - 20 - 25 – 35
Ruiter et al., 2003 8,0 30
Roelants et al., 2004 2,5 - 5,0 35 – 40
Verschueren et al., 2004 1,7 - 2,5 35 – 40
Bautmans et al., 2005 2,0 - 5,0 30 - 35 - 40
Cormie et al., 2005 2,5 30
Ahlborg et al., 2006 - 25 - 30 - 35 – 40
Mansfield et al., 2006 - 2 - 20
Van Nes et al., 2006 3,0 30
Abercromby et al., 2007 4,0 30
Kiiski et al., 2008 0,05 - 0,5 - 1,0 - 3,0 10 a 90
Silva et al., 2009 2,0 - 4,0 - 6,0 30 - 35 – 40
Hand et al., 2009 4,0 50
Behboudi et al., 2011 2,0 30
Sitjà-Rabert et al. 2011 2,0 - 4,0 30 - 35
Turner et al., 2011 0,5 12
- não informado pelo(s) autor(es)

2.3 Fatores intervenientes no processo de transmissibilidade


vibratória através das estruturas corporais

No treinamento com plataforma vibratória, a vibração é


aplicada de forma indireta apresentando diferenças mais expressivas
entre a frequência e amplitude geradas e aquela que chega aos músculos
de fato. Desta forma, ambas podem ser minimizadas de forma não linear
pelos tecidos moles durante a propagação vibratória até o músculo alvo
(LUO; McNAMARA; MORAN, 2005).
De acordo com Rittweger (2010), a maneira como esta
transmissão vibratória acontece está diretamente relacionada à rigidez e
ao amortecimento musculoesquelético, devendo-se sempre considerar
que a vibração é transmitida de segmento para segmento, propagando-se
dos pés para os tornozelos, dos tornozelos para os joelhos e assim
sucessivamente, até alcançar a cabeça.
Torvinen et al. (2002), ao investigar os efeitos de quatro meses de
treinamento VCI com plataforma vibratória sobre a performance
muscular e o equilíbrio corporal de 26 adultos jovens saudáveis e não
atletas, de ambos os sexos, encontraram resultados que reforçam a
39

colocação de Rittweger (2010). Os autores constataram que o músculo


situado mais próximo à plataforma vibratória, no caso o músculo sóleo,
foi mais estimulado ou sofreu maior aceleração em comparação ao
músculo vasto lateral, mais distante do ponto inicial da vibração.
Além da variabilidade nos protocolos de aplicação do
treinamento, os quais podem ser manipulados de diversas formas quanto
à amplitude, frequência de vibração e tempo de exposição, existem
outros fatores intervenientes na propagação dos estímulos mecânicos ao
longo das estruturas corporais, como, por exemplo, a composição
corporal dos indivíduos e a postura corporal adotada sobre a plataforma
vibratória. Estudos apontam ainda que a frequência de ressonância
também depende da composição de massa corporal do indivíduo, da
rigidez dos músculos, bem como da posição do corpo em relação à
superfície vibratória (BOILEAU; RAKHEJA; WU, 2002; MANSFIELD,
2005; LUO; McNAMARA; MORAN, 2005).
Considerando que o tecido musculoesquelético é dos principais
responsáveis pelo amortecimento das cargas mecânicas recebidas pelas
estruturas corporais dos indivíduos, a influência da composição corporal
sobre os mecanismos de propagação da vibração causada pelo
treinamento VCI é de fácil compreensão. Pode-se afirmar que, quanto
maior a composição de massa muscular e adiposa (componente mole),
maior a capacidade de absorção dos estímulos mecânicos.
De acordo com Pain e Challis (2006), os tecidos moles do corpo
humano são os principais contribuintes para as propriedades inerciais
dos segmentos, com movimentos registrados nos três planos. Gruber et
al. (1998), inclusive, questionaram a utilização de modelos de massa
rígida para a simulação da cinética de aterrissagem após o salto vertical
de mulheres e constataram que a inclusão de material correspondente
aos tecidos moles no modelo de teste é potencialmente fundamental para
uma reprodução mais realista da reação do corpo humano aos impactos
mecânicos a que são submetidos. Neste estudo, os autores observaram
que as forças de reação do solo, além do torque e força articular, são
significativamente maiores nos modelos de massa rígida, ou seja, são
menos amortecidos.
Gittoes, Brewin e Kerwin (2006) também realizaram um estudo
com o objetivo de desenvolver e avaliar um modelo biomecânico
feminino para simulação da distribuição das cargas no solo no momento
da aterrissagem, bem como examinar a influência das propriedades dos
tecidos moles na atenuação destas cargas. O modelo compreendeu o
membro inferior por completo com uma mola acoplada entre o pé e o
solo e foi constituído de massa rígida e massa oscilante.
40

Os autores observaram que a inclusão de propriedades dos


tecidos moles no modelo de teste contribuiu para uma redução de até 8,6
vezes o peso corporal na carga de impacto e permitiu uma acurácia 52%
maior para a reprodução do evento. Para eles, o sucesso do modelo de
massa oscilante em replicar a cinética do desempenho de uma
aterrissagem real sugere que o modelo pode ser utilizado futuramente na
investigação do comportamento mecânico dos tecidos
musculoesqueléticos e das estratégias de atenuação de cargas no
momento do contato com o solo.
Para Dolny e Reyes (2008) e Frassbinder (2011), tendo em vista
que o tecido musculoesquelético apresenta a capacidade de amortecer a
vibração recebida, a postura adotada sobre a plataforma, ou seja, o
posicionamento dos segmentos corporais também pode ser considerado
um fator de grande influência no processo de ativação muscular.
Harazin e Grzesik (1998), inclusive, destacam que este é o fator
que mais exerce influência no padrão de transmissão vibratória através
das estruturas corporais. De acordo com estes autores, a superfície de
contato com o plano de vibração, a posição da coluna vertebral, o grau
de tensão nos diferentes grupos musculares e variações na posição dos
membros superiores e inferiores podem alterar as propriedades elásticas
e de amortecimento do organismo e determinar a distribuição do peso
corporal sobre a superfície vibratória.
Levy e Smith (2005) afirmam ainda que tais alterações nas
propriedades elásticas e de amortecimento do organismo conduzem a
mudança nas frequências de ressonância e na transmissão das vibrações
para o corpo em faixas de frequência particulares. No que se refere à
frequência de ressonância para a vibração de todo o corpo, Mester,
Kleinöder e Yue (2006) observaram que está no intervalo de 5-10Hz,
devendo as frequências inferiores a 20Hz ser evitadas. Para Randall e
Mathews (1997), por sua vez, o fenômeno de ressonância acontece na
faixa de frequência de 8 a 16Hz.
A respeito da postura mais adequada para adotar-se sobre uma
plataforma vibratória, estudos indicam que deve haver algum grau de
flexão de joelhos, e consequentemente o quadril e os tornozelos,
mantendo-os ligeiramente flexionados (MESTER; KLEINÖDER; YUE,
2005; ABERCROMBY et al., 2007; DOLNY; REYES, 2008) e o peso
corporal depositado sobre o antepé, evitando a aplicação dos estímulos
mecânicos diretamente sob os calcanhares (LAFORTUNE; LAKE;
HENNIG; 1996; DOLNY; REYES, 2008). Para estes autores, ambas as
técnicas promovem uma redução da magnitude vibratória transmitida
para os segmentos do tronco e da cabeça e garantem maior segurança.
41

De acordo com Abercromby et al. (2007), a magnitude das


vibrações mecânicas que alcançam o tronco e a cabeça, ou seja, a
aceleração, pode ser reduzida por meio da flexão dos joelhos, chegando
a metade de sua magnitude quando o ângulo de flexão é de 26 a 30º.
Ângulos de flexão próximos a 90º, porém, podem inibir os efeitos
desejados para o treinamento, não ativando os músculos do quadríceps e
os ísquio-tibiais (LAMAS et al., 2010).
A contribuição da distribuição do peso corporal sobre o antepé
foi também identificada por Gittoes, Brewin e Kerwin (2006). Além de
constatar que o componente dos tecidos moles promove uma atenuação
significativa das cargas mecânicas no momento da aterrissagem,
atribuíram o sucesso do modelo desenvolvido, mais especificamente da
geração de um pico de força mais prolongado, ao amortecimento do
impacto primeiramente pelo antepé, para então ser transferido para o
calcanhar, constituindo um sistema de alavancas.
Lafortune, Lake e Hennig (1996) acrescentam ainda que a
distribuição do peso corporal sobre o antepé pode ajudar a evitar o
fenômeno de ressonância, uma vez que estimula a ativação do músculo
tríceps sural e, consequentemente, otimiza o amortecimento das
vibrações. Segundo estes autores, além de propiciar uma posição mais
estável sobre a plataforma, permite uma redução da transmissibilidade
vibratória para o tronco e a cabeça, evitando assim o surgimento de
cefaléias, entre outros sintomas de desconforto corporal.
Há também estudos que comprovaram cientificamente que a
transmissibilidade de vibração para a parte superior do corpo aumenta
significativamente quando os joelhos totalmente estendidos e que esse
maior alcance vibratório deve ser evitado (PADDAN; GRIFFIN, 1993;
MATSUMOTO; GRIFFIN, 1998; MANSFIELD; GRIFFIN, 2000; RUBIN et
al., 2003).
Em estudos que abordaram especificamente a transmissão
vertical da vibração vertical (HARAZIN; GRZESIK, 1993; FRITTON et al.,
1997; KIISKI et al., 2008), ficou comprovado que a aceleração no
segmento da cabeça também é consideravelmente influenciada pela
frequência vibratória gerada, sendo mais elevada em frequências baixas,
de aproximadamente 20 Hz, dependendo da postura adotada.
De fato, o corpo humano pode ser considerado um complexo
aparato biomecânico e a análise de sua resposta à vibração de corpo
inteiro é um grande desafio, haja vista que está sujeita a interferência de
diversos fatores de confusão (KIISKI et al., 2008).
Contudo, a exploração científica a respeito de como essas
interferências ocorrem e de quais são as condições de intensidade e
42

posicionamento que garantem, além da eficácia no treinamento, padrões


de segurança mais confiáveis, ainda é demasiadamente defasada e
requer maiores aprofundamentos teórico-práticos.

2.3.1 Associação entre a exposição à VCI e a incidência de sintomas de


dor e/ou desconforto corporal

A vibração de corpo inteiro ocorre quando o corpo está sendo


suportado por uma superfície que vibra, podendo ser produzida de três
formas: ao sentarmos, deitarmos ou ficarmos em pé sobre uma
superfície vibratória. Independentemente da forma como é transmitida a
vibração, segundo Fernandes e Morata (2002), a ação repetida desses
estressores no corpo humano pode sobrecarregar e prejudicar não
somente o sistema nervoso periférico, como também o sistema nervoso
central.
A norma ISO 2631 (1997), mencionada anteriormente,
preconiza que a exposição à vibração de corpo inteiro pode desencadear
uma complexa distribuição de movimentos oscilatórios e forças dentro
do organismo, podendo, em casos mais extremos, causar sensação de
desconforto e mal estar, além de influenciar o desempenho ou oferecer
risco à saúde e segurança dos indivíduos.
Porém, de acordo com Fernandes e Morata (2002), é preciso
considerar que há uma grande variabilidade entre indivíduos quanto à
capacidade de perceber a vibração e de considerá-la desconfortável ou
inaceitável, sendos alguns mais sensíveis ou mais pré-dispostos a
determinados sintomas que outros. Em seu estudo para investigar as
queixas de saúde e achados audiológicos de dois grupos de
trabalhadores, estes autores varificaram que, comparando com a
vibração aplicada pelos membros superiores e com o ruído do ambiente
de trabalho, os trabalhadores expostos à vibração de corpo inteiro foram
os que apresentaram maior número de queixas de saúde.
Kim, Kim e Yoon (2005), desenvolveram um modelo
biomecânico do corpo humano para avaliar a transmissibilidade
vibratória e as respostas dinâmicas à vibração vertical na posição
sentada e verificaram que a magnitude da vibração que chega ao quadril
e a cabeça é um fator de extrema importância, uma vez que tem a
capacidade de afetar a sensação de conforto para caminhar, além de
causar perturbações visuais.
No que se refere ao treinamento vibratório de corpo inteiro com
plataformas vibratórias, Mester, Kleinöder e Yue (2005) afirmam que o
corpo reage à vibração não só no aspecto biomecânico como também
43

psicológico. Segundo eles todos os sistemas do corpo, incluindo os


sistemas neuromuscular, cardiovascular, entre outros, reagem de alguma
forma à vibração, o que torna muito difícil estabelecer uma norma de
segurança ou intensidade de vibração que seja condizente com todos.
Isto porque são muitos os parâmetros envolvidos nessa
padronização: a frequência vibratória, a amplitude de deslocamento, a
intensidade, a carga e a duração de cada série/sessão, o tempo total de
exposição à vibração e a duração dos intervalos entre as sessões, a
posição do corpo que interfere na transmissão dos estímulos mecânicos,
e assim por diante (MESTER; KLEINÖDER; YUE, 2006). Segundo estes
autores, é preciso dar especial atenção à frequência de ressonância, a
qual depende do peso corporal, da rigidez dos músculos e da posição
corporal.
E apesar de a exposição à VCI no treinamento com plataformas
ser normalmente muito mais baixa em frequência e amplitude
(resultando em menor aceleração (g)) do que a de funções laborais, a
transmissão da vibração da plataforma para o pescoço e cabeça deve ser
evitada (DOLNY; REYES, 2008).
Teo e Guo (2005) avaliaram os efeitos da vibração de corpo
inteiro, mais especificamente os riscos de lesão, da coluna lombar. Eles
utilizaram um modelo anatômico de segmento L3-L5. Os resultados do
estudo apontaram que a região posterior dos discos intervertebrais da
coluna lombar é mais sucetível a lesão em comparação à região anterior
durante a exposição à VCI, podendo resultar em uma remodelação
anormal ou até mesmo um distúrbio da coluna vertebral.
Kiiski et al. (2008) testaram uma vasta gama de amplitudes
aplicáveis (de 0,05 a 3mm) e de frequências (de 10 a 90 Hz), todas na
posição padrão, com os pés em médio afastamento lateral e joelhos
ligeiramente flexionados (ângulo de flexão não mencionado). Os
indivíduos realizaram os testes descalços, utilizando apenas meias de
algodão a fim de evitar interferências de amortecimento. Os autores
observaram que, apesar de não serem sintomas graves, todos os sujeitos
sentiram algum tipo de desconforto, principalmente entre as frequências
de vibração de 20 e 25 Hz, com amplitude de 0,5 mm ou mais. Uma das
avaliadas relatou dormência nos pés a uma intensidade de vibração de
40 Hz e 3,0 mm, com esse sintoma cessado após o término da série de
exercício. Além disso, três indivíduos relataram leve dor nos pés durante
a noite do teste, desaparecendo após dois dias sem necessitar de
tratamento médico.
Rittweger, Beller e Felsenberg (2000) avaliaram os mecanismos
fisiológicos de fadiga após exercício vibratório exaustivo com
44

plataforma vibratória, a uma frequencia de 27Hz, em 37 jovens


saudáveis. Mostraram-se muito surpresos ao constatar que
aproximadamente a metade dos indivíduos avaliados apresentou sinais
de eritema e prurido na pele, além de um aumento no fluxo de sangue
cutâneo, sugerindo que o exercício vibratório, quando realizado de
forma muito intensa, pode provocar um determinado esforço
cardiovascular.
Diante de tudo que foi exposto, fica evidente que o treinamento
vibratório de corpo inteiro é capaz de propiciar benefícios muito
significativos e pode ser utilizado para atender a diferentes objetivos.
Entretanto, também fica claro que existem indicativos de que a
exposição à vibração de corpo inteiro pode provocar danos ou trazer
malefícios às estruturas corporais dos indivíduos, quando aplicada de
maneira equivocada e sem os devidos cuidados.
Porém, na literatura pesquisada, foram encontrados poucos
estudos com uma abordagem mais detalhada sobre como as
interferências ocorrem, ou seja, sobre quais são as condições de
intensidade, frequência e amplitude e técnicas de execução que podem
maximizar o treinamento, garantindo alcançar os objetivos traçados, ou
comprometê-lo, causando danos e prejuízos aos sistemas biológicos.
45

3 MÉTODO

3.1 Caracterização do estudo

Quanto à natureza, esta pesquisa é caracterizada como aplicada.


Segundo Silva (2005), este tipo de estudo tem como característica
fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências
práticas dos conhecimentos.
No que se refere à abordagem do problema, trata-se de um estudo
quantitativo. Minatto et al. (2011) afirmam que este tipo de abordagem é
destinado a traduzir em números opiniões e informações para, então,
classificá-las e analisá-las.
Em relação aos objetivos e aos procedimentos técnicos, é
caracterizada como pesquisa descritiva correlacional. Segundo Malhotra
(2001), as pesquisas descritivas são assim caracterizadas por se
destinarem à descrição de algo, de um evento, fato ou fenômeno.
A pesquisa correlacional, por sua vez, tem como característica
principal a exploração das relações existentes entre as variáveis
investigadas, sem estabelecer uma relação de causa e efeito entre elas
(THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).

3.2 Sujeitos da pesquisa

Foram avaliados 20 sujeitos de ambos os sexos, sendo 10 homens


e 10 mulheres, com idade entre 20 e 35 anos, residentes na cidade de
Florianópolis – SC, escolhidos de maneira intencional. Para a seleção
dos sujeitos, de forma que atendessem aos objetivos do estudo e
garantissem a confiabilidade das informações, foram adotados os
seguintes critérios de inclusão e exclusão:

3.2.1 Critérios de Inclusão

a) Estar em plenas condições físicas durante o período de coletas;


b) Não praticar regularmente qualquer tipo de treinamento
vibratório.

3.2.2. Critérios de exclusão

a) Apresentar diagnóstico de labirintopatias ou vestibulopatias;


46

b) Apresentar queixas de dores lombares ou nos membros


inferiores nos dias de coleta;
c) Ter sido submetido a alongamentos nos membros inferiores nas
últimas 2 horas;
d) Possuir histórico de lesões musculoesqueléticas moderadas ou
graves em membros inferiores e quadril nos últimos seis meses.

A Tabela 2 apresenta as características antropométricas gerais


dos participantes.

Tabela 2 – Características dos sujeitos do estudo


N Idade (anos) Massa (Kg) Estatura (m) GC (%)
20 27,8 ± 2,9 71,2 ± 14,4 1,7 ± 0,1 23,2 ± 10,4
n: número de sujeitos; GC: gordura corporal.

3.3 Instrumentos de medida

Para caracterização do perfil antropométrico da amostra, os


sujeitos foram submetidos a uma avaliação antropométrica. Para a
mensuração das medidas de massa corporal e da estatura dos indivíduos
foi utilizada uma balança digital WISO modelo W835 (capacidade de
180 Kg e escala de 100 g) e um estadiômetro portátil Seca Modelo 220
(220 cm e precisão em 0,1 mm), respectivamente. Para a medição de
dobras cutâneas foi utilizado um compasso científico da marca Lange
com pressão constante de 10 g/mm2 e precisão de leitura de ±1 mm.
No protocolo de treinamento vibratório de corpo inteiro,
utilizou-se uma Plataforma Vibratória do Sistema Vibe Class de
Condicionamento Físico, modelo triplanar profissional, com amplitude
de vibração de 0 a 11 mm; frequência da vibração de 0 a 99 Hz;
capacidade máxima de 300 Kg e sistema de vibro-oscilação alternado
entre os lados direito e esquerdo da placa (Figura 4).
A plataforma foi calibrada utilizando-se acelerômetros triaxiais
do tipo ICP (Integrated Circuit Piezoeletric) PCB-Piezotronics, da
marca Brüel & Kjaer, modelo 4525B. Os acelerômetros foram fixados
em pontos diferentes da plataforma (no centro, nas laterais, nos cantos,
entre outros) e foram registrados os sinais vibratórios em diferentes
frequências (Hz), coincidindo a frequência de vibração emitida e
especificada pelo sistema operacional da plataforma com a frequência
registrada pelos acelerômetros.
47

Figura 4 - Plataforma vibratória utilizada no estudo.

Para mensurar a magnitude da vibração transmitida para os


segmentos corporais dos indivíduos durante o treinamento vibratório
foram utilizados quatro acelerômetros triaxiais do tipo ICP (Integrated
Circuit Piezoeletric) PCB-Piezotronics, da marca Brüel & Kjaer,
modelo 4525B, sensibilidade de ≈10 mV/g, faixa de frequência ±500g
peak, massa de 6 gramas, previamente calibrados (Figura 5).

Figura 5 - Acelerômetro B&K modelo 4525B utilizado na aquisição dos dados


de acelerometria.

Para a calibração dos acelerômetros foi utilizado um calibrador


de vibração PCB Piezotronic Inc. com nível de calibração de 1g @
159,2Hz (1%); distorção de <2% entre (0 e 100g) e <3% entre (100 e
210g); excitação transversal <3%; e temperatura de -100 à 550C.
A aquisição dos sinais foi realizada pelo módulo MCS1000-V3
da Lynx (Figura 6), composto por 16 canais configuráveis com tensão de
saída de ±10V, possibilidade de ganho de até 600 vezes, filtragem do
48

tipo passa-baixa de 2ª ordem Butterworth, com frequência de corte de 1


a 50 Hz, determinada por capacitores.

Figura 6 - Módulo MCS1000-V3 da Lynx utilizado na aquisição dos dados de


acelerometria.

O ângulo de flexão do joelho foi monitorado com um


goniômetro de 20 cm da marca Carci® em plástico transparente e
sistema de transferidor de 0º a 360º.
Para verificar a ocorrência de sintomatologia dolorosa e/ou
desconforto corporal relatados pelos sujeitos, utilizou-se uma ficha de
avaliação do desconforto corporal (Apêndice A) que avalia quanto à
presença ou não de sintomas de dor e/ou desconforto corporal, bem
como do tipo e grau de cada um dos sintomas dentro de uma escala tipo
Likert de 4 pontos, como segue: 0 = ausência de sintomas; 1 = sintoma
leve; 2 = sintoma moderado; e 3 = sintoma forte. Esta ficha de avaliação
foi devidamente validada para aplicação com os índices de validade e
clareza de 0,92 e 0,95, respectivamente.

3.4 Coleta de dados

Para a realização deste estudo foram atendidas as exigências do


Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade
Federal de Santa Catarina – CEPSH/UFSC, com aprovação sob o
parecer nº 37886/12 (ANEXO A).
As coletas de dados foram realizadas nas dependências do
Estúdio do Sistema Vibe Class de Condicionamento Físico, anexo à
Academia Company Fitness, Florianópolis/SC, mediante agendamento
prévio (Figura 7). Cada sessão de coleta teve duração de
aproximadamente 60 minutos, incluindo o período de orientação e
49

esclarecimento sobre o protocolo de coleta, a adaptação ao instrumento


e a aquisição de dados propriamente dita.

Figura 7 - Ambiente de coleta com a instrumentação utilizada no protocolo


vibratório.

No momento do agendamento das coletas solicitou-se aos


sujeitos que não realizassem nenhum tipo de atividade física e que não
ingerissem bebida alcoólica ou qualquer tipo de líquido em excesso nas
24 horas que antecedessem a coleta de dados, bem como que se
apresentassem ao local de coleta vestindo roupa confortável e calçado
esportivo (tênis).

3.5 Procedimentos para a coleta dos dados

3.5.1 Coleta dos dados antropométricos

As medidas de massa corporal e estatura foram realizadas


segundo o protocolo proposto por Petroski (1999). A partir destes
indicadores foi calculado o índice de massa corporal (IMC). Para a
estimativa do percentual de gordura (%G), adotou-se o método de sete
dobras cutâneas (DC) proposto por Pollock e col. (1984), sendo estas:
50

subescapular, axilar média, tríceps, coxa, supra-ilíaca, abdominal e


peitoral.

3.5.2 Protocolo de VCI com Plataforma Vibratória

Após o esclarecimento sobre os objetivos do estudo e estando


em acordo, os avaliados assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice B) e deu-se início a coleta de dados.
Primeiramente, os sujeitos foram orientados sobre os
procedimentos a serem realizados, sendo fornecidas as devidas
recomendações, principalmente no que se refere às variações de
posicionamento corporal durante o protocolo de VCI. Em seguida, foi
disponibilizado um breve período (5 minutos) de aquecimento articular
e familiarização com a plataforma, onde os sujeitos puderam esclarecer
possíveis dúvidas sobre os procedimentos.
Passado o período de familiarização, deu-se início ao processo
de fixação dos acelerômetros nos pontos anatômicos de referência,
sendo estes: (1) no tornozelo, 2cm acima do maléolo lateral; (2) na
perna, 2cm proximais ao maléolo lateral da fíbula direita; (3) no
processo espinhoso da L4; e (4) na face, próximo ao osso frontal do
crânio. Os dispositivos foram fixados, primeiramente, com uma fita
adesiva e depois foram colocadas faixas de compressão para garantir
que não houvesse deslocamento dos mesmos durante a avaliação (figura
8), evitando assim a ocorrência de ruídos no sinal e espectros de
potência indesejados, os quais poderiam provocar o fenômeno da
ressonância e, também, mascarar os dados.

(a) (b)
Figura 8 – Fixação dos acelerômetros em dois dos pontos anatômicos de
referência: (a) ponto da cabeça; (b) ponto do tornozelo.
51

Em seguida, os sujeitos foram posicionados sobre a plataforma


vibratória com os membros inferiores equidistantes, cabeça alinhada ao
tronco e mãos na altura do quadril (sendo orientados a não depositar o
peso do corpo sobre o mesmo). As articulações do tornozelo, joelho e
quadril, para efeito de análise, foram dispostas ora estendidas, ora
ligeiramente flexionadas, constituindo duas posições distintas: posição
estendida e posição flexionada.
Na Posição Estendida (PE), os sujeitos mativeram os membros
inferiores completamente estendidos, com o peso corporal distribuído
sobre o retropé, enquanto na Posição Flexionada (PF), foram orientados
a flexionar as articulações dos MMII e quadril, consequentemente
inclinando o tronco um pouco a frente, e a distribuir o peso do corpo
sobre o antepé (Figura 9).

PE PF
Figura 9 - Posições adotadas durante a aquisição dos dados: Posição Estendida
(PE) e Posição Flexionada (PF).

O ângulo de flexão do joelho na posição flexionada foi


monitorado com um goniômetro a 30º. O instrumento foi posicionado ao
lado da articulação para conferência do ângulo de flexão do joelho, e em
seguida foi retirado, não permanecendo no fixo ao local. Durante todo o
protocolo vibratório, houve monitoramento visual da manutenção da
posição selecionada.
Objetivando uma boa representatividade das várias
possibilidades de aplicação do treinamento VCI com plataforma
vibratória, a definição do presente protocolo VCI foi baseada nos
52

protocolos VCI mais utilizados e descritos na literatura. Assim, os


registros dos dados da acelerometria foram realizados nas frequências de
vibração de 20, 35, 50 e 70 Hz e nas amplitudes de deslocamento de 2,0
e 6,0mm.
A combinação destes itens resultou em 16 séries de 30 segundos
de exposição à vibração sobre a plataforma vibratória, com intervalo de
60 segundos entre elas, totalizando 8 minutos de exposição à vibração
de corpo inteiro e 15 minutos para o registro de todos os dados da
acelerometria (de acordo com a normativa ISO 2631/1978, o limite de
exposição diária à vibração mecânica desta intensidade deve ser de 16
minutos).
Também com o objetivo de evitar que uma ou outra variável
fosse indevidamente influenciada pelas demais, interferindo nos
resultados do estudo, a ordem de execução dos registros da
acelerometria na plataforma vibratória nos diferentes protocolos de
aplicação, considerando posicionamento corporal sobre a plataforma,
frequência de vibração e amplitude de deslocamento, foi randomizada.
Para tal, foram criadas aleatoriamente dez combinações de registro de
dados e, no momento da coleta, os sujeitos sortearam uma sequência
para registro.
Ao final de cada uma das séries, os sujeitos foram questionados
a respeito dos possíveis sintomas de dor e/ou desconforto corporal com
opção de resposta de acordo com a seguinte escala: 0 = ausência de
sintomas; 1 = sintoma leve; 2 = sintoma moderado; e 3 = sintoma forte.
A avaliação completa teve duração de aproximadamente 60 minutos.
Segue uma representação esquemática da randomização das
coletas de dados (Figura 10).
53

Sujeito

Estendida Flexionada

2,0 mm 6,0 mm 2,0 mm 6,0 mm

20 Hz 20 Hz 20 Hz 20 Hz

35 Hz 35 Hz 35 Hz 35 Hz

50 Hz 50 Hz 50 Hz 50 Hz

70 Hz 70 Hz 70 Hz 70 Hz
Figura 10 - Representação esquemática da sequência de registro de dados
(2x3x3).

3.5.3 Registro dos dados da acelerometria

Os sinais foram adquiridos a uma frequência de amostragem de


800 Hz, a fim de permitir a habilitação de 12 canais simultaneamente (3
canais por acelerômetro) conforme Figura 11, bem como de preservar a
integridade do sinal, de acordo com o Teorema de Nyquist.

Figura 11 - Módulo de aquisição dos sinais com as configurações de aquisição.


54

A carga elétrica gerada pelo transdutor piezoelétrico durante o


procedimento, nas três direções (x, y e z), foi transmitida por intermédio
de cabos para o módulo MCS 1000-V2 da Lynx. Após a aquisição, os
sinais foram filtrados e convertidos por meio de um conversor analógico
digital modelo AC116x da Lynx, com 16 bits de resolução por entrada
(4KHz amostras por canal).

3.6 Tratamento dos dados

Após a aquisição, os dados da acelerometria foram


armazenados e exportados através do software AqDAnalysis 7.0.14
(Lynx Tecnologia Eletrônica LTDA), para serem tratados com a
utilização do software Matlab R2012a. No software Matlab foram
criadas as rotinas de programação específicas para o processamento dos
dados em cada condição de análise. Todas as rotinas continham
procedimentos comuns conforme segue: (1) correção do zero (offset),
(2) aplicação do coeficiente de calibração; (3) verificação dos valores
das variáveis a serem analisadas em cada execução do sujeito; (4)
exportação dos valores para arquivos em formato *.txt.
Em seguida, os valores das dezesseis execuções de cada sujeito,
para cada região corporal analisada e em cada eixo de movimento foram
organizados em planilhas com a utilização do software Microsoft Excel
2003.
Além disso, foi calculado o valor eficaz, também conhecido
como Root Mean Square (RMS) das séries temporais (m/s2) e realizada
a análise espectral (Fast Fourier Transform) com Janela de Hamming,
representado pela Densidade Espectral de Potência (DEP). Após este
procedimento, os valores espectrais dos sinais foram transformados em
valores de aceleração (g), para então ser realizado o cálculo da Função
de Transferência (FT), que permitiu calcular a atenuação ou o ganho da
vibração entre um ponto e outro (transmissibilidade), de acordo com a
seguinte equação:

Função de Transferência: 10log10 (AP2/AP1)

Sendo: AP2 (aceleração no ponto 2); AP1 (aceleração no ponto 1)

Em seguida foi confeccionado o banco de dados a partir do qual


foi realizada a análise estatística.
55

3.7 Análise estatística

Todos os procedimentos estatísticos foram realizados no


software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.0
for Windows.
Primeiramente, para a caracterização dos dados foi utilizada a
estatística descritiva, com a identificação dos valores de média ( ᵡ ) e
desvio padrão ( s ).
A escolha dos testes inferenciais foi determinada pela
distribuição dos dados (verificada através do teste de Shapiro-Wilk), de
acordo com os objetivos específicos do estudo (Figura 12).
Para todos os testes estatísticos, foi adotado um nível de
significância de 95% (p≤0,05).

Comparação da magnitude Distribuição ANOVA Post-hoc de


vibratória entre os pontos normal One-way Tukey
corporais e entre os eixos de
movimento em diferentes
Post-hoc “U”
condições de exposição à VCI. Distribuição ANOVA de
de
não-normal Kruskal-Wallis
Mann-Whitney

Distribuição ANOVA Post-hoc de


Comparação da
normal One-way Tukey
transmissibilidade vibratória
através dos segmentos
corporais em diferentes
Post-hoc “U”
condições de exposição à VCI. Distribuição ANOVA de
de
não-normal Kruskal-Wallis
Mann-Whitney

Distribuição Teste “t”


Comparação da magnitude e
normal pareado
transmissibilidade vibratória
entre as posturas corporais em
diferentes condições de
exposição à VCI . Distribuição Teste de
não-normal Wilcoxon

Distribuição Teste do
Relação entre diferentes normal Qui-quadrado
intensidades de exposição a
VCI com sintomas de dor e/ou
desconforto corporal. Distribuição Teste Exato de
não-normal Fischer

Figura 12 – Representação esquemática dos testes inferenciais utilizados para


análise estatística dos dados.
56

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A fim de responder aos objetivos específicos do estudo este


capítulo foi organizado em tópicos com os respectivos resultados e
discussões. Desse modo, primeiramente fez-se a caracterização e a
comparação da magnitude vibratória entre os eixos de movimento e
entre os pontos corporais analisados em diferentes condições de
exposição à VCI com plataforma vibratória.
Em seguida, são apresentados os resultados da comparação da
magnitude e transmissibilidade vibratória através dos segmentos
corporais e a comparação da magnitude e transmissibilidade vibratória
entre as diferentes posições corporais. Por fim, são apresentados os
resultados da associação entre diferentes intensidades de exposição à
VCI com sintomas de dor e/ou desconforto corporal.
As tabelas contendo a descrição completa dos dados e os
resultados dos testes inferenciais do estudo estão apresentadas no
APÊNDICE C deste documento.

4.1 Caracterização e comparação da magnitude vibratória entre os


eixos de movimento.

Foram observadas diferenças significativas na magnitude


vibratória entre os eixos vertical, lateral e anteroposterior durante a
exposição à vibração de corpo inteiro em 13 das 16 condições analisadas
para o ponto do tornozelo; 4 para o ponto do joelho; 9 para o ponto da
coluna lombar; e 11 para o ponto da cabeça, rejeitando-se a primeira
hipótese nula (H0) deste estudo. Estes resultados estão descritos na
Tabela 3 do Apêndice C.
No ponto do tornozelo, foram observadas diferenças
estatisticamente significativas em quase todas as condições da PE,
exceto na condição C8 (p=0,111), e da PF, com exceção das condições
C9 e C11 (p=0,565 e p=0,162, respectivamente). Os valores de
aceleração no eixo lateral diferiram significativamente do eixo vertical,
sendo maior neste em relação àquele, como pode ser observado na
Figura 13.
Dentre estas mesmas condições, com exceção das condições C3
e C12, foram também observadas diferenças significativas entre os eixos
vertical e anteroposterior no ponto do tornozelo, sendo sempre superior
para o eixo vertical. Nas condições C1, C4, C12 e C16 foram
observadas ainda diferenças significativas entre os eixos lateral e
57

anteroposterior, com valores de aceleração mais elevados para o eixo


anteroposterior.

Tornozelo
40

35

30
Aceleração (g)

25

20

15

10

0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Lateral Vertical Anteroposterior

Figura 13 – Valores médios de aceleração (g) no ponto do tornozelo para os três


eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a C8 na PE; C9 a
C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais foram encontradas
diferenças significativas.

No ponto do joelho, por sua vez, pôde-se constatar que as


diferenças estatisticamente significativas entre os valores de aceleração
dos eixos de movimento apareceram apenas na PE (Figura 14). Nas
condições C2, C3, C5 e C6, os valores do eixo vertical foram
significativamente superiores em relação ao eixo lateral; na condição
C5, os valores do eixo vertical também foram significativamente
maiores que o eixo anteroposterior; e na C6, eixo anteroposterior
apresentou valores superiores ao eixo lateral.
A ausência de diferenças significativas entre os eixos de
movimento no ponto do joelho, apenas para a PF, possivelmente está
associada à maior estabilidade que esta posição corporal proporciona.
Ocorre que o desalinhamento dos segmentos corporais por meio da
flexão das articulações – característica principal desta posição – permite
uma melhor ativação das musculaturas envolvidas e, consequentemente,
uma propriocepção mais apurada desta região corporal (LAFORTUNE;
LAKE; HENNIG, 1996). Além disso, o abaixamento do centro de
gravidade do corpo também permite uma maior estabilidade e condição
de equilíbrio corporal sobre a plataforma.
58

Joelho
30

25
Aceleração (g)

20

15

10

0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Lateral Vertical Anteroposterior

Figura 14 – Valores médios de aceleração (g) no ponto do joelho para os três


eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a C8 na PE; C9 a
C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais foram encontradas
diferenças significativas.

Tal estabilização ocorre também em nível articular, ou seja,


especificamente na articulação do joelho. Na PF, esta articulação conta
com uma participação mais efetiva da cápsula articular e dos ligamentos
e músculos que a circundam para manter-se mais estável. De acordo
com McLeod e Hunter (1980) apud Hamill e Knutzen (2012), os ligamentos
que circundam o joelho dão apoio passivo à articulação, apenas quando
estão carregados em tensão; os músculos dão apoio ativo e também
estão carregados em tensão; e os ossos oferecem apoio e resistência às
cargas compressivas. Hamill e Knutzen (2012) acrescentam ainda que a
estabilidade funcional da articulação é derivada da contenção passiva
dos ligamentos, da geometria articular, dos músculos ativos e das forças
compressivas que mantém os ossos unidos.
No ponto da coluna lombar (Figura 15), as diferenças
significativas foram observadas na PE, condições C2, C3, C4, C6, C7 e
C8 e na PF, condições C10, C14 e C15. Para todas estas, foram
observados valores de aceleração no eixo vertical superiores ao eixo
anteroposterior. Nas condições C2, C6 e C7, os valores para a
aceleração do eixo vertical também foram significativamente maiores do
que o eixo lateral. Contudo, para este ponto, foi observado um
comportamento um pouco diferenciado dos demais apresentados até
aqui (tornozelo e joelho), sendo que os valores encontrados para o eixo
lateral foram significativamente maiores do que o eixo anteroposterior
(C2, C6, C14 e C15).
59

Coluna Lombar
18

16

14

12
Aceleração (g)

10

0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Lateral Vertical Anteroposterior

Figura 15 – Valores médios de aceleração (g) no ponto da coluna lombar para


os três eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a C8 na PE;
C9 a C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais foram encontradas
diferenças significativas.

Os resultados encontrados para este ponto corporal, com valores


de aceleração do eixo lateral superiores ao eixo anteroposterior, apesar
de não ter sido encontrado nenhum estudo que explicasse ou
argumentasse o comportamento observado, podem ser atribuídos ao fato
de que é a partir deste ponto corporal (coluna lombar), que o corpo
começou a receber de forma mais intensificada os estímulos vibratórios
de ambos os membros inferiores.
Isto porque, nos pontos do tornozelo e do joelho, os
acelerômetros foram fixados apenas no membro inferior direito e a
plataforma vibratória utilizada apresenta um sistema de vibro-oscilação
que alterna os deslocamentos verticais entre o lado esquerdo e direito da
placa. Assim, o membro direito ficou mais exposto à frequência de
vibração do lado direito da placa, não recebendo de forma direta a
vibração do lado oposto e, consequentemente, não oscilando tanto
lateralmente.
Contudo, no ponto da coluna lombar, o acelerômetro registrou
os estímulos advindos de ambos os membros inferiores, os quais
alternaram entre os lados esquerdo e direito, o que pode ter provocado
este comportamento, com maiores acelerações no eixo lateral em
comparação ao eixo anteroposterior.
Estudos têm sido realizados utilizando plataformas vibratórias
com ambos sistemas de vibro-oscilação da placa: vibração alternada
60

(VA) e vibração síncrona (VS), porém ainda não se chegou a um


consenso se essa diferença na característica do equipamento pode
ocasionar diferentes respostas neurais. Abercromby et al., (2007)
observaram respostas neuromusculares distintas no corpo humano, com
ativação dos músculos vasto lateral e gastrocnêmio significativamente
maior durante a exposição a vibração alternada em relação à síncrona. O
contrário foi observado para o músculo tibial anterior.
Por outro lado, um estudo realizado por Bagheri et al., (2011)
demonstrou respostas semelhantes para a força do salto e a taxa de
produção de força do salto após uma sessão de treino com plataforma
vibratória, independente do sistema de vibro-oscilação.
Ao observar o comportamento dos valores de aceleração no
ponto da cabeça (Figura 16), constatou-se também que existem
diferenças significativas entre os eixos vertical e lateral na maioria das
condições analisadas, com exceção das condições C3, C4, C5, C8 e C9,
e entre os eixos vertical e anteroposterior nas condições C2 e C14 sendo
superior no eixo vertical. Neste ponto, a aceleração no eixo
anteroposterior foi significativamente maior que no eixo lateral nas
condições C1, C12 e C16.

Cabeça
4

3,5

3
Aceleração (g)

2,5

1,5

0,5

0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Lateral Vertical Anteroposterior

Figura 16 – Valores médios de aceleração (g) no ponto da cabeça para os três


eixos de movimento em todas as condições analisadas (C1 a C8 na PE; C9 a
C16 na PF). Os colchetes ligam os eixos para os quais foram encontradas
diferenças significativas.

Neste ponto corporal, parece que a alternância entre os


estímulos para os lados esquerdo e direito da placa vibro-oscilatória não
foi suficiente para provocar maiores acelerações no eixo lateral em
61

relação ao anteroposterior. Este fato pode ser justificado pela colocação


de Swartz, Floyd e Cendoma (2005) ao apontarem que o segmento da
cabeça, por natureza, apresente uma tendência ou facilidade em oscilar
mais no plano sagital, com possibilidade de flexão em um arco de 80 a
90º e extensão ao longo de 70º, do que no plano frontal, podendo
flexionar lateralmente em um arco de apenas 20 a 45º. Também deve ser
considerado o fato de que os indivíduos encontravam-se expostos a
acelerações, podendo oscilar o peso corporal para trás e para frente ao se
sentirem em situação de desequilíbrio, em busca do equilíbrio corporal.
Paddan e Griffin (1993) observaram resultados semelhantes ao
avaliar o movimento da cabeça nos três eixos de movimento em posição
estática durante a exposição vibratória. Os autores avaliaram 12 sujeitos
do sexo masculino com idade média de 28,4 anos em três situações e
posturas distintas. Os indivíduos foram submetidos a vibrações nos três
eixos corporais. Durante a exposição à vibração no eixo vertical, foram
avaliados com joelhos estendidos, levemente flexionados e flexionados.
Nessa condição, os autores também verificaram maiores acelerações da
cabeça no eixo vertical em relação aos demais, porém com picos de
ressonância nos eixos lateral e anteroposterior em frequências mais
baixas. De acordo com a ISO 2632/1978, o ser humano apresenta maior
sensibilidade nos eixos lateral e anteroposterior em baixas frequências, o
que talvez explique este comportamento.
Analisando estes resultados de maneira geral, pôde-se constatar
que a maioria das diferenças ocorreu entre o eixo vertical e os demais
eixos em 37 das 64 comparações realizadas, tendo este, em 31 dos
casos, uma aceleração significativamente maior que o eixo lateral e, em
23 deles, maior que o eixo anteroposterior. Entre os eixos lateral e
anteroposterior, por sua vez, as diferenças foram estatisticamente
significativas em 12 das 64 comparações realizadas, sendo, em oito,
delas maior para o eixo anteroposterior e em quatro, maior para o eixo
lateral.
De acordo com a norma ISO 2631 de 1978, o corpo humano
tende a reagir de forma distinta à vibração, dependendo do local onde
esta é aplicada. Assim, ao ser exposto à vibração de corpo inteiro, o
corpo apresenta diferentes sensibilidades às vibrações longitudinais
(eixo vertical) e às transversais (eixos lateral e anteroposterior).
Considerando-se que a vibração mínima testada no presente
estudo foi de 20Hz, as maiores acelerações encontradas para o eixo
vertical e menores para os eixos lateral e anteroposterior confirmam o
que foi preconizado por esta normativa. Nela consta que a sensibilidade
varia de acordo com a frequência da vibração a que o corpo está sendo
62

submetido, sendo os eixos lateral e anteroposterior, mais sensíveis às


vibrações de menor frequência (1 a 2 Hz), enquanto que o eixo vertical
reage mais expressivamente a vibrações de frequências mais elevadas.
Ficou constatado ainda que a frequência de 35Hz foi a que mais
gerou diferenças nos estímulos vibratórios entre os eixos corporais (14
em 16), não ocorrendo diferenças para esta frequência apenas no ponto
do joelho na PF, conforme mencionado e discutido anteriormente. Nas
frequências de 20, 50 e 70Hz, foram constatados 6, 10 e 7 ocorrências
de diferenças entre os eixos, respectivamente. Estes resultados sugerem
que a frequência de 35Hz é a frequência que exige do organismo uma
resposta mecânica mais efetiva ou que é capaz de causar um distúrbio
mais acentuado nos tecidos musculoesqueléticos.
Análises mais aprofundadas a esse respeito, por meio da análise
da transmissibilidade e alcance vibratório, na tentativa de compreender
tal comportamento, serão apresentadas nos tópicos seguintes. Para uma
melhor visualização dos resultados aqui apresentados, os dados
descritivos e os resultados dos testes inferenciais estão descritos nas
Tabelas 1, 2 e 3 do Apêndice C.
A fim de facilitar a apresentação e compreensão dos resultados
para os demais objetivos do estudo, as comparações apresentadas a
partir deste tópico foram realizadas considerando um valor médio entre
os três eixos de movimento. Para tal, confirmou-se que não haveria
interferência desta fusão sobre os resultados das análises, por meio da
verificação dos resultados dos testes considerando cada eixo
separadamente e dos testes com valores médios entre eles (apresentados
no Apêndice C), o que permite garantir a confiabilidade dos resultados
apresentados a seguir.

4.2 Caracterização e comparação da magnitude vibratória entre os


pontos corporais

No que se refere à comparação da magnitude vibratória entre os


pontos corporais foram constatadas diferenças estatisticamente
significativas entre eles em todas as condições analisadas, tanto na PE
(p<0,001), quanto na PF (p<0,001), rejeitando-se a segunda hipótese
nula (H0) do presente estudo. Estes resultados podem ser observados na
Tabela 6 do Apêndice C.
Pode-se observar na Figura 17 que, em todas as condições
analisadas, a vibração sofreu uma redução em sua magnitude à medida
que aumentou a distância entre o ponto corporal e a superfície
vibratória, ou seja, a aceleração observada no tornozelo foi maior em
63

relação ao joelho, que foi maior em relação à coluna lombar que, por sua
vez, foi maior em relação à cabeça.
Ao realizar uma comparação para identificar onde, de fato, estas
diferenças ocorreram, verificou-se que os valores da aceleração
produzida entre cada um dos sucessivos pontos apresentaram diferenças
estatisticamente significativas entre si na maioria das condições
analisadas (representadas pelo símbolo ). Apenas nas condições C1,
C5, C9 e C13, todas a 20Hz de frequência (Figura 17), não ocorreu
incremento significativo, com valores de aceleração semelhantes nos
pontos avaliados.
Nestas condições, especificamente, ocorreram diferenças
significativas apenas quando comparados os valores de aceleração entre
o ponto do tornozelo e da coluna lombar (representadas por ), o que
talvez possa ter ocorrido por iniciar no ponto do tornozelo com um valor
já reduzido, sem muita possibilidade de variação para o segmento
seguinte.

Pontos Corporais
35,0

30,0

25,0
Aceleração (g)

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16

Tornozelo Joelho Coluna lombar Cabeça


Figura 17 – Média e DP dos valores de aceleração (g) nos pontos do tornozelo,
joelho, coluna lombar e cabeça, em todas as condições da PE (C1 a C8) e da PF
(C9 a C16). Os colchetes ligam os pontos para os quais foram encontradas
diferenças significativas. Os colchetes indicam que o ponto do tornozelo não
diferiu significativamente do ponto do joelho, apenas dos demais.

Uma explicação para estes achados em relação à magnitude


vibratória já havia sido apresentada por Rittweger (2010), os quais
verificaram em um estudo de revisão que a vibração é transmitida de
segmento para segmento e que durante este percurso os estímulos
vibratórios sofrem uma expressiva redução em sua magnitude, pois ao
64

serem propagados através das estruturas biológicas, vão sendo


amortecidos pelos tecidos musculoesqueléticos.
Estes resultados são semelhantes aos apresentados por Blootner
et al. (2006), os quais investigaram os efeitos do exercício vibratório
sobre os músculos dos membros inferiores de indivíduos imobilizados
por acometimento do sistema musculoesquelético e deficiências
funcionais. O estímulo vibratório foi aplicado na região plantar (2 séries
de 6 minutos por dia durante 55 dias) com os indivíduos deitados. Dados
da biópsia muscular sugeriram manutenção do tamanho das miofibrilas
do músculo vasto lateral e um aumento destas no músculo sóleo nos
indivíduos submetidos ao exercício vibratório, enquanto diminuiu em
ambos os músculos do grupo controle. Estes dados, segundo eles,
fornecem evidências de que os músculos dos membros inferiores,
principalmente o músculo sóleo, são suficientemente ativados e
estimulados durante o exercício vibratório, a ponto de melhorar o
condicionamento muscular. Ou seja, são capazes de promover
benefícios à saúde e reabilitação de indivíduos.
Lafortune, Lake e Hennig (1996) ao investigar os efeitos da
magnitude do impacto e da angulação do joelho no contato inicial do pé
com o solo durante a locomoção sobre as características de transmissão
dos choques mecânicos ao longo do corpo, também observaram que o
músculo tríceps foi o grande responsável pelo amortecimento e
atenuação dos estímulos a partir da sola dos pés. Segundo eles, por meio
de sua ativação e estimulação, esse grupo muscular atua como um
eficiente sistema de amortecimento das vibrações transmitidas às
estruturas corporais, protegendo as articulações e cartilagens articulares
e minimizando as forças atuantes sobre a coluna vertebral e a cabeça.
Durante a aplicação de VCI, a energia de vibração é atenuada
quando transmitida através dos tecidos corporais, especialmente para os
músculos mais distantes e que, em consequência disso, os músculos
mais distantes da fonte de vibração podem não sofrer os efeitos do
treinamento vibratório (LUO; McNAMARA; MORAN, 2005). Afirmam
ainda que essa minimização da vibração pelos tecidos moles durante a
propagação vibratória até o músculo alvo ocorre de forma não linear.
Ao comparar a aceleração (g) provocada nas estruturas
corporais em função da intensidade da vibração, ou seja, da frequência
de vibração e da amplitude de deslocamento, constatou-se que existem
diferenças estatisticamente significativas tanto quando comparadas as
frequências de vibração (20Hz com 35Hz; 35Hz com 50Hz; e 50Hz com
70Hz) em uma mesma amplitude de deslocamento, como quando
comparadas as duas amplitudes de deslocamento (2mm com 6mm) em
65

uma mesma frequência em todos os pontos corporais analisados (Tabela


7 do Apêndice C).
Para os pontos do tornozelo, joelho e cabeça, em todas estas
comparações, foram encontradas diferenças significativas (p<0,001)
entre as acelerações produzidas em cada uma das condições, indicando
que estas são significativamente diferentes entre as intensidades de
frequência e amplitude analisadas.
Em todas as condições analisadas, no ponto do tornozelo, as
acelerações registradas na frequência de 70Hz foram significativamente
maiores que as demais e nesta mesma frequência, as acelerações a 6mm
foram significativamente superiores às registradas a 2mm de amplitude.
Os valores médios observados para este ponto corporal variaram entre
26,0g (2mm) e 29,3g (6mm) na PE e entre 20,8g (2mm) e 23,8g (6mm)
na PF. Na sequência, para este mesmo ponto corporal, as maiores
acelerações apareceram nas frequências de 35Hz (21,1g e 23,8g na PE;
17,0g e 18,9g na PF), 50Hz (17,4g e 20,4g na PE; 11,9g e 13,5g na PF)
e 20Hz (3,6g e 4,2g na PE; 2,6g e 2,9g na PF).
Kiiski et al. (2008) apresentaram resultados semelhantes para a
aceleração provocada pelo estímulo vibratório no ponto do tornozelo.
Os autores também verificaram maiores acelerações no corpo dos
indivíduos em frequências mais elevadas (entre 60 e 90Hz), seguidas da
frequência de 30Hz, 50Hz, 40Hz e 20Hz (a 0,05mm de amplitude). Em
maiores amplitudes (3mm), para este ponto corporal, só foram testadas
as frequências de 10 e 20Hz, dificultando a comparação.
Comparações com o estudo supracitado, porém, devem ser
realizadas com cautela, tendo em vista que os indivíduos realizaram
todas as execuções com os joelhos levemente flexionados e sem estar
utilizando calçado, apenas meias de algodão. Além disso, os autores não
mencionam de que forma o peso corporal foi distribuído sobre os pés; as
amplitudes por eles testadas foram diferentes das testadas no presente
estudo; e os resultados foram apresentados na forma de proporção do
sinal de aceleração e não de sua magnitude exata.
A partir do ponto do joelho, por sua vez, pôde-se observar uma
inversão destes resultados quanto à frequência de vibração, com
magnitude vibratória significativamente superior em todas as execuções
realizadas na frequência de 35Hz em relação às demais (p<0,001) e
quanto à amplitude, onde também foram observadas acelerações
significativamente maiores à 6mm em relação à amplitude de 2mm
(p<0,001). Para esta frequência no ponto do joelho, foram encontrados
valores de 16,9g (2mm) e 19,9g (6mm) na PE e de 11,8g (2mm) e 13,9g
(6mm) na PF, seguidos das frequências de 70Hz (15,3g e 18,6g na PE;
66

10,8g e 12,2g na PF), 50Hz (10,7g e 14,4g na PE; 6,3g e 7,1g na PF) e
20Hz (3,3g e 4,6g na PE; 2,2g e 2,6g na PF).
No ponto da coluna lombar, também foram constatadas
diferenças significativas nos valores de aceleração entre as diferentes
intensidades de vibração, com maior aceleração também na frequência
de 35 Hz em relação às demais (p<0,001) e na amplitude de 6mm
(p<0,001), com valores de 8,6g (2mm) e 11,5g (6mm) na PE e de 5,0g
(2mm) e 5,9g (6mm) na PF.
Por sua vez, na comparação entre as frequências de 50 e 70Hz
para o ponto da coluna lombar, foram encontrados valores de p=0,008
para PE.2mm; p=0,004 para PF.6mm; p=0,001 para PF.2mm; e p=0,009
para PF.6mm, indicando que as acelerações nestas condições diferem
significativamente, apresentando, na maioria delas, maior aceleração na
frequência de 70Hz, exceto para a execução realizada na PF à 6mm,
onde a aceleração provocada na intensidade de 50Hz (3,4g) foi superior
a 70Hz (3,2g). À frequência de 20Hz, foram observadas as menores
acelerações para este ponto corporal. Kiiski et al. (2008) também
constataram uma aceleração mais expressiva no ponto da coluna lombar
a 30Hz e menos expressiva a 20Hz na amplitude de 3mm, porém neste
estudo, para esta amplitude, não foram realizados registros a 50 e 70Hz.
Por fim, no ponto da cabeça, a aceleração provocada foi
significativamente maior na frequência de 35 Hz de frequência
(p<0,001) e na amplitude de 6mm (p<0,001), indicando mais uma vez
que esta frequência tende a provocar uma resposta mais expressiva por
parte dos tecidos musculoesqueléticos. Os valores observados para este
ponto na frequência de 35Hz foram de 2,5g (2mm) e 3,0g (6mm) na PE
e 1,4g (2mm) e 1,6g (6mm) na PF. Para este segmento, na frequência de
70Hz também foram observados maiores valores de aceleração (2,2g e
2,7g / PE; 1,3g e 1,5g / PF) em relação à frequência 50Hz (1,9g e 2,3g /
PF; 1,2g e 1,3g / PF) e, mais uma vez, a frequência de 20 Hz provocou
menor aceleração vibratória (1,3g e 1,6g / PE; 0,7g e 0,9g / PF).
Estes resultados sugerem que na frequência de 70Hz, o tecido
musculoesquelético consegue causar um maior amortecimento dos
estímulos mecânicos advindos da plataforma vibratória e atenuá-los com
maior eficiência, não permitindo que a vibração seja transmitida em
grande magnitude para os demais segmentos. Já na frequência de 35 Hz,
esse amortecimento parece ser menos efetivo, uma vez que a vibração
que chega aos segmentos seguintes, principalmente no segmento da
cabeça, proporcionalmente falando, permanece elevada.
Em termos de aplicação prática do TV, estes resultados sugerem
que frequências mais elevadas podem provocar acelerações próprias ao
67

treinamento, ou seja, conseguem desencadear reações suficientes para


provocar adaptações neurais e morfológicas no organismo, mas
diminuem a chance de expor as estruturas corporais indevidamente à
vibração, garantindo assim a integridade física dos praticantes.
Pôde-se observar ainda, de maneira geral, que os valores
encontrados nas condições C1 a C8 (PE) parecem ser maiores – dadas as
respectivas combinações – do que os valores encontrados nas condições
C9 a C16 (PF). Os parâmetros descritivos e inferenciais dos resultados
apresentados neste capítulo podem ser observados nas Tabelas 5, 6 e 7
do Apêndice C.

4.3 Comparação da transmissibilidade vibratória através dos


segmentos corporais.

Constatou-se que existem diferenças estatisticamente


significativas dentro de uma mesma posição corporal no que se refere à
forma ou intensidade como esta acontece, variando quanto à
transmissibilidade entre cada segmento corporal percorrido. Assim,
rejeitou-se a terceira hipótese nula (H0) deste estudo.
Para todas as condições da PE (Figura 18) foram encontrados
diferenças significativas (p<0,001), enquanto na PF (Figura 19) foram
encontradas diferenças significativas na maioria das condições
analisadas (p=0,004 para C9 e p<0,001 para as demais), com exceção
apenas da condição C15 desta posição (6mm e 50 Hz), entre os três
momentos de transmissão com p=0,097 (Tabela 9 do Apêndice C).
Para a PE, foram identificadas diferenças estatisticamente
significativas na transmissibilidade vibratória entre os momentos de
transferência ou transmissão T1 (do tornozelo para o joelho) e T2 (do
joelho para a coluna lombar) na maioria das condições analisadas,
apresentando maiores valores de transmissibilidade para o momento T2
(p=0,004 para C7; p<0,001 para as demais). Isso indica que no segundo
momento de transmissão da vibração (T2), ocorre maior atenuação dos
estímulos vibratórios. Na condição C3, não houve diferença
significativa entre T1 e T2 (p=0,548).
68

Posição Estendida
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz
1 0,43

0 -0,49
-1,03 -0,84
-1
Transmissibilidade

-1,88 -1,71
-1,96 -2,47 -2,11
-2,37
-2
-2,10
-3 -2,42
-2,74 -3,96 -2,89 -2,61
-2,98
-4
-3,70
-5 -4,47
-4,58 -4,68
-5,20
-6 -5,36
-5,79
-7
T1 T2 T3

Figura 18 – Momentos de transferência (T1) ponto do tornozelo para o joelho,


(T2) do ponto do joelho para a coluna lombar, e (T3) do ponto da coluna lombar
para a cabeça em todas as condições da PE.

Estes resultados indicam que, durante a passagem do estímulo


vibratório pelo segmento da coxa até a coluna lombar, nesta posição
(PE), ocorreu uma atenuação ou amortecimento mais efetivo quando
comparado ao amortecimento vibratório durante a passagem do estímulo
pelo segmento da perna.
Porém, é necessário destacar que na condição C5 do primeiro
momento de transferência (T1), realizada a 6mm de amplitude e 20Hz
de frequência, foi observado um comportamento diferenciado das
demais, tendo em vista que ocorreu uma amplificação do estímulo
vibratório ao invés da atenuação esperada (Figura 18). Para Rubin et al,
(2003) e Abercromby et al. (2007), esta amplificação da aceleração pode
surgir a partir de uma interação complexa de ressonâncias de segmentos
corporais, caracterizando um pico de ressonância.
Estes achados podem ainda indicar a ocorrência do fenômeno
de ressonância na combinação desta baixa frequência e alta amplitude
vibratória. Quanto às baixas frequências, tem sido reportado que são
capazes e responsáveis por gerar maiores acelerações no segmento da
cabeça (HARAZIN; GRZESIK, 1993; FRITTON et al., 1997; KIISKI et al.,
2008). Outros estudos constataram que o fenômeno da ressonância
ocorre no intervalo entre 5 e 10Hz (MESTER; KLEINÖDER; YUE, 2006) e
8 a 16Hz (RANDALL; MATHEWS, 1997). Para estes autores, frequências
inferiores a 20Hz devem ser evitadas por estarem sujeitos à dissipação e
facilmente atingirem esta faixa de frequência indesejada.
Kiiski et al. (2008) já haviam constatado, inclusive, que uma
amplificação substancial do pico de aceleração pode ocorrer entre as
69

frequências de 10 e 40 Hz para o ponto do tornozelo; 10 e 25 Hz para o


joelho; 10 e 20 Hz para o quadril; e a 10 Hz para a coluna vertebral. Isso
explicaria a amplificação vibratória no ponto do tornozelo, uma vez que
ocorreu na frequência de 20Hz, possivelmente constituindo-se em um
pico de ressonância.
Entre os momentos de transferência T2 (do joelho para a coluna
lombar) e T3 (da coluna lombar para a cabeça), também foram
identificadas diferenças estatisticamente significativas na maioria das
condições analisadas na PE, com exceção das condições C1 (p=0,759) e
C4 (p=0,130). Ficou constatado ainda que nas condições C2, C3, C6, C7
e C8, a transmissibilidade foi maior para T3 em relação a T2, indicando
maior atenuação do estímulo vibratório na passagem pelo tronco até
alcançar a cabeça (Figura 18).
Na condição C5, mais uma vez foi constatado um
comportamento contrário, com maior atenuação do estímulo vibratório
na passagem do joelho para a coluna lombar. Esse comportamento pode
ser consequência da amplificação da aceleração produzida nas estruturas
corporais desde a passagem do estímulo pelo segmento da perna, ou
ainda indicar um novo pico de ressonância para o segmento do tronco,
tendo em vista que a frequência de ressonância para o quadril está entre
10 e 20Hz e a da coluna vertebral é de 10Hz (KIISKI et al., 2008),
conforme já descrito.
Entre os momentos T1 e T3, ainda na Figura 17, foram
constatadas diferenças significativas em todas as condições desta
posição (p=0,001 para C5 e p<0,001 para as demais), sendo sempre
maior para o momento T3, ou seja, a vibração foi mais atenuada nesse
último momento de transmissão. Resultados semelhantes também foram
observados por Kiiski et al. (2008), os quais verificaram uma menor
transmissibilidade da vibração na passagem pelo segmento da perna em
relação ao segmento do tronco, o que segundo eles, significa que ocorre
uma maior atenuação dos estímulos vibratórios durante a propagação da
vibração neste segmento em relação àquele (nesse estudo o acelerômetro
foi fixado no processo espinhoso da L3).
Ao vislumbrar a Figura 18, pode-se ainda verificar que,
principalmente no momento em que os estímulos vibratórios
transpassam o segmento da perna, ocorre maior atenuação da vibração
nas frequências de 50 e 70Hz, indicando que nestas frequências o
amortecimento da vibração é mais efetivo do que em frequências mais
baixas, como a de 20Hz por exemplo, onde na maioria das condições
analisadas houve atenuação da vibração, porém de forma menos
expressiva e, inclusive, houve uma caso de amplificação do estímulo
70

vibratório.
Estes achados, de certa forma confirmam o que foi constatado
no capítulo anterior, onde maiores valores de aceleração foram
observados para a frequência de 35 Hz a partir do ponto do joelho,
demonstrando mais uma vez que em frequências mais elevadas o
comportamento dos tecidos musculoesqueléticos é mais efetivo e o
amortecimento dos estímulos vibratórios mais significativos.
Quanto à PF (Figura 19), em nenhum momento foi observado o
comportamento de amplificação do estímulo vibratório, sugerindo que
nesta posição não ocorreu o fenômeno da ressonância.

Posição Flexionada
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz
0
-0,57
-1,33
-1 -0,71 -1,66
Transmissibilidade

-1,94
-2 -2,51
-2,79 -2,78 -2,74
-3,01
-3
-2,76 -3,85 -3,82 -3,30
-3,03 -3,04 -2,76 -3,00
-4
-3,83
-5 -4,25

-6 -5,47
-5,46
-6,29 -6,16
-7
T1 T2 T3
Figura 19 – Momentos de transferência (T1) ponto do tornozelo para o joelho,
(T2) do ponto do joelho para a coluna lombar, e (T3) do ponto da coluna lombar
para a cabeça em todas as condições da PF.

Contudo, também foram observadas diferenças estatisticamente


significativas entre os momentos de transmissão T1 e T2 na maioria das
condições analisadas (p=0,005 para C11; p<0,001 para as demais), com
exceção da condição C15 (p=0,724). Os maiores valores de
transmissibilidade foram observados no momento T2, indicando mais
uma vez que é nesse momento onde ocorre a maior atenuação dos
estímulos vibratórios advindos da plataforma (Tabela 9 do Apêndice C).
Na comparação entre os momentos T2 e T3, por sua vez, houve
um comportamento mais variado dentre esta posição. Para as condições
C9, C13 e C15 não foram observadas diferenças significativas (p=0,234,
p=0,954 e p=0,344, respectivamente) sugerindo um grau de atenuação
semelhante entre eles. Já para as condições C11 (p=0,003), C12 e C16
(p<0,001), verificou-se uma maior transmissibilidade no momento T2
71

em relação ao T3, enquanto que nas condições C10 e C14 (p<0,001),


ocorreu o oposto, com maior atenuação em T3.
Entre os momentos T1 e T3, ainda para a PF (Figura 19),
diferentemente da PE (Figura 18) onde foram observadas diferenças
significativas em todas as condições, foram encontradas diferenças
significativas em apenas quatro delas (C9, C10, C13 e C14) com
p<0,001, sugerindo que ocorreu uma maior atenuação dos estímulos
vibratórios ao passarem pelo tronco. Nas demais condições, não foram
constatadas diferenças significativas entre estes momentos (p=0,892
para C11; p=0,499 para C12; p=0,084 para C15; e p=0,176 para C16).
A ausência de diferenças significativas entre alguns momentos
de transmissão, mais frequentes na PF, sugere que os estímulos
vibratórios, para tais intensidades e nesta posição, são transmitidos em
proporções semelhantes entre esses segmentos. No estudo de Kiiski et al.
(2008), por exemplo, os sujeitos foram avaliados em uma posição
corporal com os joelhos ligeiramente flexionados e os autores
constataram que para certas amplitudes e frequências a
transmissibilidade também ocorreu de forma similar.
Além disso, vale ressaltar novamente as maiores atenuações da
vibração nas frequências mais elevadas – principalmente a 70Hz – em
especial nos momentos T1 e T2, onde os estímulos foram
significativamente mais atenuados nestas frequências ao passar pelo
segmento da perna em relação à frequência de 20Hz, ocorrendo as
menores atenuações (Figura 19).
A partir de uma análise geral destes resultados, pôde-se
constatar que a vibração emitida pela plataforma sofreu atenuação do
seu sinal na maioria das condições analisadas, com exceção da condição
C5 na PE, sendo mais efetiva no último momento de transferência
vibratória, quando os estímulos atravessam o segmento do tronco em
direção à cabeça. Estes resultados são semelhantes aos descritos por
Kiiski et al. (2008), os quais constataram que as acelerações transmitidas
através das estruturas corporais foram menos atenuadas no ponto do
tornozelo e mais atenuadas na passagem pelo tronco.
Na posição ereta, uma ação contínua de inclinação para frente é
imposta ao tronco, pois o centro de gravidade se situa a frente da coluna
vertebral. Como resultado da ação de inclinação do tronco pra frente, os
músculos e ligamentos posteriores são ativados para controlar e manter
a postura (HAMILL; KNUTZEN, 2012). A ativação e estimulação dos
músculos responsáveis por esta ação de estabilização da coluna vertebral
pode estar relacionada à atenuação dos estímulos vibratórios
observados.
72

Além disso, a região abdominal é conhecida por ser uma região


corporal com grande facilidade de acúmulo de massa adiposa, tecido
que também é responsável por essa atenuação, podendo auxiliar no
processo de amortecimento dos estímulos vibratórios. Harazin e Grzesik
(1998), ao analisar a influência de diferentes posturas corporais na
transmissibilidade sobre a plataforma vibratória, também constataram
que o estímulo vibratório é fortemente amortecido pelos órgãos do
tórax, propagando-se em menor magnitude em direção à parte superior
do corpo, não ocorrendo uma influência tal clara da postura adotada ao
nível do ombro.
Para maiores esclarecimentos, os dados descritivos e os
resultados dos testes inferenciais estão descritos nas Tabelas 8 e 9 do
Apêndice C, respectivamente.

4.4 Caracterização e comparação da magnitude e transmissibilidade


vibratória entre as diferentes posições corporais.

Na comparação da magnitude e transmissibilidade vibratória


entre as diferentes posições analisadas, verificou-se que existem
diferenças estatisticamente significativas entre as posições corporais em
todas as condições analisadas (p<0,001), com maiores magnitudes
vibratórias para a posição estendida em relação à posição flexionada,
porém com melhor transmissibilidade (Tabela 12 do Apêndice C). Logo,
rejeitando-se a quarta hipótese nula (H0) deste estudo.
No ponto do tornozelo (Figura 20), pôde-se identificar uma
redução de 20 a 35% na magnitude dos estímulos mecânicos
(aceleração) quando comparadas as PE e PF: de 3,6g para 2,6g a 2mm
de amplitude e 20Hz de frequência; de 21,1g para 17,0g (2mm e 35Hz);
de 17,4g para 11,9g (2mm e 50Hz); de 26,0g para 20,8g (2mm e 70Hz);
de 4,2g para 2,9g (6mm e 20Hz); de 23,8g para 18,9g (6mm e 35Hz); de
20,4g para 14,2g (6mm e 50Hz); e de 29,3g para 23,8g a 6mm de
amplitude e 70Hz de frequência (Tabela 11 do Apêndice C).
73

Tornozelo
* * * * * * * *
35,0
29,3
30,0
26,0
23,8 23,8
21,1 20,8
25,0 20,4
Aceleração (g)

17,4 18,9
20,0
17,0
14,2
15,0
11,9

10,0 4,2
3,6
2,6 2,9
5,0

0,0
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz

PE PF
Figura 20 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto do tornozelo para as
PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças significativas entre as
posições com p<0,001.

No ponto do joelho (Figura 21) foi identificada uma redução foi


de 30 a 45% na magnitude vibratória da posição flexionada em relação à
posição estendida: de 3,3g para 2,2g a 2mm de amplitude e 20Hz de
frequência; de 16,9g para 11,8g (2mm e 35Hz); de 10,7g para 6,3g
(2mm e 50Hz); de 15,3g para 10,8g (2mm e 70Hz); de 4,6g para 2,3g
(6mm e 20Hz); de 19,9g para 13,9g (6mm e 35Hz); de 14,4g para 7,5g
(6mm e 50Hz); e de 18,6g para 12,2g a 6mm de amplitude e 70Hz de
frequência (Tabela 11 do Apêndice C).

Joelho
* * * * * * * *
25,0
19,9
18,6
20,0 16,9
15,3
Aceleração (g)

14,4
13,9
15,0 12,2
11,8 10,7 10,8

10,0 7,5
6,3
4,6
3,3
5,0 2,2 2,6

0,0
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz

PE PF

Figura 21 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto do joelho para as


PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças significativas entre as
posições com p<0,001.
74

Para os pontos da coluna lombar (Figura 22) e da cabeça


(Figura 23), houve a maior redução na magnitude da vibração, sendo de
30 a 60% e 40 a 50%, respectivamente. Este comportamento é
semelhante ao observado por Abercromby et al. (2007), os quais
constataram que os estímulos mecânicos que alcançam o segmento do
tronco e da cabeça são significativamente reduzidos (quase à metade) a
partir da flexão dos joelhos, e consequentemente dos tornozelos e do
quadril, quando o ângulo de flexão é de 26 a 30º, mesma angulação
utilizada no presente estudo.
Tais resultados corroboram as colocações de Harazin e Grzesik
(1998) e Frassbinder (2011) a respeito do padrão de transmissão
vibratória através das estruturas corporais. Segundo eles, a posição
corporal adotada pelo sujeito se apresenta, de fato, como um fator
determinante na magnitude da vibração transmitida da plataforma para o
corpo durante a exposição ao treinamento VCI, sendo fortemente
influenciada pela área de contato do pé com a superfície vibratória e
distribuição do peso corporal sobre a plataforma, pelo ângulo de flexão
das articulações envolvidas e, consequentemente, pelo grau de tensão
muscular em cada uma das posições.

Coluna Lombar
* * * * * * * *
14,0
11,5
12,0
Aceleração (g)

8,6 8,2
10,0
7,9
6,3
8,0
5,7 5,9
6,0
5,0
2,7 2,5 3,4 3,2
4,0
2,0 2,4
1,3 1,7
2,0

0,0
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz

PE PF
Figura 22 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto da coluna lombar
para as PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças significativas
entre as posições com p<0,001.
75

Cabeça
* * * * * * * *
3,5
3,0
2,7
3,0
2,5
2,2 2,3
Aceleração (g)

2,5
1,9
2,0 1,6 1,6 1,5
1,3 1,4 1,3 1,3
1,5 1,2
0,9
1,0 0,7
0,5

0,0
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz

PE PF
Figura 23 – Média e DP dos valores de aceleração no ponto da cabeça para as
PE e PF em todas as condições analisadas. * diferenças significativas entre as
posições com p<0,001.

Lafortune, Lake e Hennig (1996), os quais destacaram a ação do


músculo tríceps sural durante o amortecimento e atenuação dos
estímulos mecânicos durante a locomoção – conforme argumentado no
tópico anterior – também garantem que esta atenuação pode ser
otimizada por meio do posicionamento adequado sobre a superfície
vibratória, que segundo eles torna-se muito mais satisfatória e segura
quando as articulações dos membros inferiores estão levemente
flexionadas, causando um desalinhamento dos segmentos e,
consequentemente, permitindo uma melhor dissipação dos estímulos.
O que fica claro e evidente é que o desalinhamento dos
segmentos por meio da flexão das articulações e ativação da
musculatura envolvida na manutenção da postura é capaz de promover
alterações nas propriedades elásticas e de amortecimento dos tecidos
musculoesqueléticos, resultando em uma diminuição significativa da
aceleração transmitida e propagada para o corpo do indivíduo.
Quanto ao padrão de transmissibilidade vibratória, na
comparação entre a PE e a PF, também ficou constatado que estas
diferem significativamente para os três momentos de transferência
vibratória entre os pontos corporais analisados: (T1) do tornozelo e o
joelho; (T2) do joelho para a coluna lombar; e (T3) da coluna lombar
para a cabeça (Tabela 12 do Apêndice C).
No primeiro momento de transferência (T1), do tornozelo para
o joelho, houve diferenças significativas na transmissibilidade vibratória
entre as posições corporais em todas as condições analisadas (p=0,015
76

para as execuções realizadas a 2mm e 20 Hz; p=0,004 para 2mm e


50Hz; p<0,001 para as demais condições), com valores superiores para a
PF em relação à PE (Figura 24). Isto significa, de acordo com a
interpretação da função de transferência aplicada nos dados analisados,
que na PF ocorre uma maior atenuação dos estímulos vibratórios
minimizando a sua magnitude para o segmento corporal seguinte, neste
caso, o joelho.

Tornozelo - Joelho (T1)


2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz
1
0,43
1
Transmissibilidade

0
-0,49
-1 -0,84
-1,03
-1 -0,71 -0,57
-1,71
-2
-1,33 -2,11
-2 -2,37
-1,66 -2,47
-3
-3
-3,03 -3,04 -3,01 -3,00
-4
PE PF
Figura 24 – Transmissibilidade vibratória do ponto do tornozelo para o joelho
nas posições estendida (PE) e flexionada (PF).

No segundo momento de transmissão (T2) (Figura 25), do


joelho para a coluna lombar, a transmissibilidade também diferiu
significativamente entre as posições corporais na maioria das condições
analisadas (p=0,003 a 6mm e 20Hz; p=0,002 a 6mm e 50Hz; p<0,001
para as demais), com exceção apenas da execução realizada a 2mm de
amplitude e 20Hz de frequência (p=0,212). Foram encontrados maiores
valores de transmissibilidade para a PF em praticamente todas as
condições analisadas, indicando que o posicionamento corporal adotado
sobre a plataforma é capaz de atenuar com maior expressividade os
estímulos vibratórios (Tabela 12 do Apêndice D).
Por fim, no terceiro momento de transferência (T3) na PF foram
observadas diferenças estatisticamente significativas em cinco das oito
condições analisadas (p=0,002 a 6mm e 20Hz; p≤0,001 para as demais).
As execuções realizadas a 2mm e 20Hz (p=0,078), a 2mm e 35Hz
(p=0,738) e 6mm e 35Hz (p=0,179) não diferiram significativamente
entre si.
77

Joelho - Coluna Lombar (T2)


0
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz
-1
-2,10 -1,94
-2,42
Transmissibilidade

-2
-2,74 -2,61
-2,98
-3
-2,51 -3,70
-3,96 -2,89
-4 -3,30
-3,85 -3,82
-4,25
-5

-6

-6,29 -6,16
-7
PE PF
Figura 25 – Transmissibilidade vibratória do ponto do joelho para a coluna
lombar nas posições estendida (PE) e flexionada (PF).

Das cinco condições onde houve diferença significativa, por sua


vez, como pode ser observado na Figura 26, quatro apresentaram
valores de transmissibilidade maiores para a PE em relação à PF,
sugerindo que a transmissão vibratória foi menos expressiva para PE, ou
seja, transferiu menor quantidade de estímulos mecânicos para a cabeça.

Coluna Lombar - Cabeça (T3)


0
2mm/20Hz 2mm/35Hz 2mm/50Hz 2mm/70Hz 6mm/20Hz 6mm/35Hz 6mm/50Hz 6mm/70Hz
-1
-1,96 -1,88
Transmissibilidade

-2
-2,79 -2,78 -2,74

-3
-2,76 -2,76 -3,83
-4

-5,36
-5 -5,46
-4,58 -4,47 -4,68
-5,20
-6 -5,47
-5,79
-7

PE PF
Figura 26 – Transmissibilidade vibratória do ponto da coluna lombar para a
cabeça nas posições estendida (PE) e flexionada (PF).

Uma possível explicação para este comportamento é que, em


virtude de ter ocorrido uma maior atenuação entre os dois primeiros
momentos de transferência dos estímulos vibratórios, a magnitude a
vibração que alcançou o ponto da coluna lombar já não era tão
expressiva e, portanto, menos passível de variação. Ou seja, não havia
78

neste momento muito mais estímulos para transferir para o segmento


seguinte, neste caso, a cabeça.
Harazin e Grzesik (1998) também constataram que a influência
da postura corporal adotada é mais evidenciada no ponto do quadril.
Para estes autores, este resultado está relacionado ao fato de que acima
do quadril, a vibração é fortemente amortecida pelos órgãos internos do
tronco, não diferindo significativamente entre as posturas corporais
analisadas, as quais variaram quanto à angulação do joelho, o
afastamento dos pés e à distribuição do peso corporal sobre a
plataforma.
Considerando-se que os músculos funcionam como um sistema
de amortecimento dos estímulos mecânicos e que o músculo tríceps
sural é o músculo mais abrangente do segmento da perna, pode-se supor
que ele é o principal responsável pelo mecanismo de atenuação da
vibração no trecho compreendido entre o tornozelo e o joelho, o que
vem concordar com as colocações de Lafortune, Lake e Hennig (1996), os
quais destacaram sua ação neste processo.
Os músculos da coxa, quadríceps e isquiotibiais, também
parecem contribuir fortemente para o amortecimento ou atenuação dos
estímulos vibratórios advindos da plataforma. Na comparação entre os
momentos de transmissibilidade dentre as posições corporais, já havia
sido demonstrada a importância destes grupamentos musculares, haja
vista que na passagem pelo segmento da coxa foi constatada uma maior
atenuação da vibração em relação à passagem pelo tornozelo.
O que parece claro é que uma maior ativação dessa
musculatura, a partir da flexão dos joelhos e do quadril, permite uma
participação mais intensificada no processo de amortecimento dos
estímulos vibratórios que permanecem a propagar-se após a atuação do
músculo tríceps sural, diminuindo o alcance vibratório e resultando em
acelerações menores nos segmentos do tronco e da cabeça.
A flexão dos joelhos aumenta a tensão sobre os músculos
posteriores dos membros inferiores, influenciando positivamente a ação
dos músculos flexores plantares, neste caso, o músculo tríceps sural, o
que resulta em uma maior atenuação da vibração transmitida para as
estruturas corporais (CONSTANTINO; POGLIACOMI; SONCINI, 2006).
Segundo Lafortune, Lake e Hennig (1996), além de propiciar uma redução
da transmissibilidade vibratória para o tronco e a cabeça, o
desalinhamento dos segmentos corporais permite uma posição mais
estável sobre a plataforma, auxiliando no equilíbrio corporal.
Além disso, de acordo com Merton, William e John apud
Constantino, Pogliacomi e Soncini (2006), o pé tem a capacidade de
79

fornecer uma grande quantidade de informação proprioceptiva em


função de receptores localizados na região do médio pé, em torno da
cabeça dos ossos metatarsos e do hálux, e nos músculos lumbricalis. O
que pode também ter influenciado nos resultados encontrados, uma vez
que, na posição flexionada, o maior contato do pé com a superfície
vibratória acontece nessa região da superfície plantar. Desta forma,
pode-se inferir que na posição flexionada, o indivíduo consegue ter uma
maior propriocepção corporal, ativando mais eficientemente os
músculos necessários para o correto amortecimento das vibrações.
Ainda a este respeito, muitos estudos têm comprovado que a
transmissibilidade de vibração para a parte superior do corpo aumenta
significativamente com os joelhos totalmente estendidos, e que esta
situação deve sempre ser evitada (PADDAN; GRIFFIN, 1993;
MATSUMOTO; GRIFFIN, 1998; HARAZIN; GRZESIK, 1998; MANSFIELD;
GRIFFIN, 2000; RUBIN et al., 2003; ABERCROMBY et al., 2007; KIISKI et
al., 2008).
Neste sentido, parece muito claro que a posição corporal
adotada pelos indivíduos sobre a plataforma vibratória é um fator que
influencia diretamente o processo de transmissibilidade das vibrações
mecânicas através das estruturas corporais, evitando que maiores
acelerações vibratórias alcancem os segmentos do tronco e da cabeça e,
consequentemente minimizem as chances de ocorrência de picos de
ressonância, tanto nos órgãos internos do tronco – os quais ocorrem na
faixa de 3 a 6Hz – quanto da cabeça, da faixa de 30Hz.
Pode-se constatar ainda com os resultados aqui apresentados
que, embora a posição corporal seja grande influenciadora no processo
de atenuação dos estímulos vibratórios advindos da plataforma, esta
interferência ocorre de maneira mais isolada, com maior expressividade
e contribuição nos dois primeiros momentos de transmissão vibratória
(T1 e T2), durante a passagem dos estímulos vibratórios pelos membros
inferiores.
Entretanto, ao analisar o processo de transmissibilidade de uma
maneira generalizada, ou seja, considerando-a como um todo em cada
posição, verificou-se que as diferenças significativas ocorreram apenas
nas condições realizadas a 2mm de amplitude e 20Hz (p=0,001), 2mm e
35Hz (p<0,001), e 6mm e 35Hz (p<0,001) (Tabela 3), com valores
superiores para PF, indicando uma atenuação mais significativa dos
estímulos vibratórios nesta posição para estas intensidades de vibração.
O que nos leva a crer que a contribuição da postura corporal sobre o
processo de transmissão vibratória é intensificada em frequências
menores e que estas também podem ser consideradas fatores
80

determinantes nesse processo.

Tabela 3 – Transmissibilidade dos estímulos vibratórios em cada posição


corporal.
PC FT 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
T1 -0,49 -1,03 -2,37 -2,47 0,43 -0,84 -1,71 -2,11
PE T2 -2,10 -2,98 -2,74 -3,96 -2,89 -2,42 -2,61 -3,70
T3 -1,96 -5,36 -4,58 -4,47 -1,88 -5,79 -5,20 -4,68
Total -4,55 -9,38 -9,69 -10,9 -4,33 -9,04 -9,51 -10,48
T1 -0,71 -1,66 -3,03 -3,04 -0,57 -1,33 -3,01 -3,00
PF T2 -2,51 -3,85 -4,25 -6,29 -1,94 -3,82 -3,30 -6,16
T3 -2,76 -5,47 -2,79 -2,78 -2,76 -5,46 -3,83 -2,74
Total -5,98 -10,98 -10,07 -12,12 -5,27 -10,61 -10,13 -11,9
p-valor 0,001* 0,000* 0,381 0,070 0,077 0,000* 0,289 0,080
(PC) Posição Corporal; (FT) Função de transferência; (T1) Função de
transferência do tornozelo para o joelho; (T2) Função de transferência do joelho
para a coluna lombar; (T3) Função de transferência da coluna lombar para a
cabeça. * diferença significativa (p≤0,05).

4.5 Associação entre a intensidade da exposição à VCI e a incidência


de sintomas de dor e/ou desconforto corporal.

Ao analisar os resultados, foi constatado que existe a associação


entre a intensidade da exposição à vibração de corpo inteiro e a
incidência de sintomas de dor e/ou desconforto corporal, rejeitando-se
enfim a quinta e última hipótese nula (H0) deste estudo. As variáveis
amplitude de vibração (x2=4,26; p=0,039) e posição corporal adotada
pelos sujeitos (x2=6,83; p=0,018) estão associadas à incidência de
relatos de dor e/ou desconforto corporal, enquanto para a variável
frequência não foi observada associação (x2= 1,24; p=0,112).
O que se pode observar na tabela acima, e que foi confirmado
pelo teste de associação, é uma ocorrência maior de sintomas na PE.
Nesta posição, a 6mm e a 50Hz e 70Hz de frequência, houve um
aumento muito expressivo na incidência de queixas de dor e/ou
desconforto corporal em relação à execução a 2mm de amplitude,
variando de 9 para 15 (50Hz) e de 12 para 18 (70Hz).
Por outro lado, na PF, nas intensidades de 50Hz e 70Hz a 6mm,
apesar de ter aumentado na frequência de 50Hz, o número de queixas foi
bastante reduzido (4 e 2, respectivamente) em comparação à PE (15 e
18), o que sugere que o fator que determinou esse resultado foi
principalmente a posição corporal adotada pelos sujeitos.
81

Tais resultados demonstram que a posição corporal adotada


exerce forte influência no surgimento de sintomas de dor e/ou
desconforto corporal durante a exposição à VCI, ratificando o que foi
demonstrado no capítulo anterior quanto à magnitude das vibrações que
alcançam o segmento da cabeça, devendo ser sempre monitorada.
Levy e Smith (2005) já haviam confirmado que as alterações
nas propriedades elásticas e de amortecimento dos tecidos
musculoesqueléticos produzidas por mudanças na posição corporal, a
partir da flexão das articulações dos membros inferiores e do
deslocamento do peso corporal para a parte anterior do pé, diminuem o
risco de ocorrer o fenômeno da ressonância, que é responsável pela
incidência destes sintomas, na maioria das vezes.
Apesar de não ter sido observada associação entre a frequência
de vibração e a incidência de sintomas de dor e/ou desconforto corporal,
identificou-se que a frequência de 35Hz parece provocar estes sintomas
de forma semelhante em ambas as amplitudes de deslocamento testadas,
com 11 relatos (2mm) e 12 (6mm) para PE; 6 relatos (2mm) e 5 (6mm)
para PF. Neste caso, indicando que a influência de uma vibração nesta
frequência sobre as estruturas corporais independe da amplitude de
vibração, causando algum tipo de desconforto. Uma investigação mais
aprofundada, por meio da testagem de uma gama maior de frequências,
talvez contribua para a compreensão deste comportamento.
Na Tabela 4 os sintomas relatados estão apresentados de acordo
com o grau, considerando-se a amplitude de deslocamento e a
frequência de vibração, além da posição corporal adotada.
E conforme descrito na Tabela 5, os sintomas mais comuns
foram dores nas costas (n=45), náuseas (n=27) e dores de cabeça
(n=18). Cabe ainda ressaltar os relatos de desequilíbrio corporal, os
quais foram mais presentes na PE (10 para 1), reafirmando o que foi
discutido anteriormente no Tópico 4.1 deste documento. Ou seja, a PF
parece ser capaz de otimizar a ativação e estimulação da musculatura
envolvidas proporcionando maior estabilidade e equilíbrio corporal
sobre a plataforma.
82

Tabela 4 – Grau dos sintomas de dor e/ou desconforto corporal relatados pelos
sujeitos durante a exposição à VCI, nas posições corporais analisadas.
Posição Estendida Posição Flexionada
Condição Ausência Leve Moderado Forte Ausência Leve Moderado Forte
(f) (f) (f) (f) (f) (f) (f) (f)
2/20 13 6 1 0 19 1 0 0
2/35 9 5 6 0 14 6 0 0
2/50 11 9 0 0 20 0 0 0
2/70 8 11 1 0 17 3 0 0
6/20 16 3 1 0 15 4 0 1
6/35 8 7 5 0 15 3 2 0
6/50 5 12 3 0 16 2 2 0
6/70 2 9 7 2 18 1 1 0
Total 72 62 24 2 134 20 5 1

Tabela 5 – Sintomas de dor e/ou desconforto corporal relatados pelos sujeitos


durante a exposição à VCI, nas posições corporais analisadas.
Tipo de Sintoma PE (f) PF (f) TOTAL (f)
Dor nas costas 35 10 45
Náuseas 20 7 27
Dor de cabeça 15 3 18
Desequilíbrio corporal 10 1 11
Tontura 7 2 9
Dormência nas pernas 5 3 8
Dormência nas costas 3 1 4
Vertigem 2 0 2
Dor abdominal 1 0 1
Dor nos joelhos 1 0 1
Dor nos pés 1 0 1
Formigamento na cervical 1 0 1
Formigamento nas mãos 1 0 1
TOTAL 102 27 129

Outro achado importante é que na PE a presença de sintomas é


muito mais evidente do que na PF, com frequências de 102 e 27,
respectivamente (tabela 6). Os sintomas ocorreram, em média, três
vezes mais na posição corporal com os joelhos estendidos e o peso do
corpo no calcanhar, chegando, em algumas situações, a cinco vezes
mais, como é o caso de dor de cabeça, onde houve 15 relatos na PE,
para 3 na PF.
É sabido que cada parte do corpo humano possui uma
83

frequência natural, uma frequência de ressonância. Portanto, é possível


que estes resultados tenham relação com a frequência de ressonância da
cabeça. Para Komi (2006) está em torno de 18Hz, enquanto para Harris
e Piersol (2002) se aproxima de 30Hz. Segundo eles, ao ser exposta a
frequências muito próximas da sua frequência natural, ocorrem
oscilações amplificadas do segmento da cabeça e seus órgãos internos,
podem causar sintomas de dor ou algum tipo de desconforto.
Apesar de alguns estudos (ROELANTS; DELECLUSE;
VERSCHUEREN, 2004; BAUTMANS et al.,2005; BEHBOLDI et al,
2011, entre outros) terem encontrado resultados positivos para
protocolos aplicados com esta faixa de frequência, todo o conjunto de
informações apresentadas até o momento sugere que frequências de 20 a
35Hz, devem ser evitadas, ou serem aplicadas apenas em amplitude
mais baixas e, inevitavelmente, serem realizadas na posição correta na
tentativa de minimizar possíveis efeitos adversos.
De acordo com Constantino, Pogliacomi e Soncini (2006),
vibrações muito intensas podem desencadear diversos efeitos
prejudiciais para o corpo humano, como dores de cabeça e hemorragia
interna, entre outros e amplitudes muito elevadas também devem ser
evitadas, pois tendem a provocar uma aceleração mais intensa nas
estruturas corporais. Segundo eles, estes sintomas estão relacionados
ainda à frequência vibratória que atinge o segmento da cabeça, devendo-
se tomar um cuidado especial para que o estímulo vibratório seja o mais
atenuado possível antes que alcance este segmento.
Mester et al. (1999) constataram ainda que frequências de
vibração inferiores a 20Hz são mais prejudiciais à saúde, desencadeando
um maior número de sintomas nas pessoas submetidas à vibração de
corpo inteiro. Frequências abaixo de 20Hz, porém, não foram testadas
no presente estudo.
Diante do que foi exposto, fica evidente que o treinamento VCI
com plataforma vibratória requer mais cuidados do que o treinamento
resistido tradicional, pois é muito fácil ultrapassar o limite que garante a
segurança e a saúde dos indivíduos durante o treinamento. Neste
sentido, é de extrema importância que os profissionais que atuam neste
campo de intervenção tenham conhecimentos reais a respeito da forma
correta de manipular a intensidade da vibração gerada pela plataforma,
bem como garantir a execução correta e segura por meio do
monitoramento da posição corporal adotada sobre esta.
Cabe ressaltar ainda que os resultados apresentados neste estudo
não podem ser reproduzidos ou aplicados para pessoas idosas, tendo em
vista que nesta população a transmissão vibratória pode ser diferenciada
84

em função do processo natural de envelhecimento, que tende a tornar as


articulações menos complacentes, os tendões e músculos menos rígidos
e diminuir consideravelmente a atividade muscular.
85

5. CONCLUSÕES

A partir dos resultados apresentados neste estudo, pode-se


concluir que são diversos os fatores que influenciam na magnitude e
transmissibilidade vibratória para as estruturas corporais dos indivíduos
durante a exposição ao treinamento vibratório de corpo inteiro realizado
com plataformas vibratórias.
As maiores acelerações ocorrem no eixo vertical e são
gradualmente minimizadas ao percorrer os segmentos corporais,
apresentando valores mais reduzidos no ponto corporal mais distante,
neste caso a cabeça, em comparação ao ponto mais próximo da
superfície vibratória, o tornozelo. A atenuação desta aceleração, porém,
é mais expressiva na passagem pelo segmento do tronco em relação aos
demais, possivelmente pela maior quantidade de tecidos moles presente
nesta região corporal.
Ficou constatado ainda que a frequência de 35Hz e a amplitude
de 6mm provocam acelerações mais intensas nas estruturas corporais.
Nesta frequência, inclusive, parece não ocorrer uma atenuação
satisfatória da vibração transmitida às estruturas, resultando em um
maior alcance vibratório no segmento da cabeça. Na frequência de
20Hz, principalmente quando associada a amplitudes de vibração mais
elevadas, também parece não haver uma atenuação tão significativa da
aceleração corporal. Ao contrário, esta condição parece ser mais
propícia ao desencadeamento do fenômeno da ressonância.
Em frequências mais elevadas (50 a 70 Hz) e com uma menor
amplitude de deslocamento da placa vibratória, por sua vez, a vibração é
atenuada com maior eficiência, não atingindo o segmento da cabeça, o
que indica que esta intensidade de vibração fornece maior segurança e
que os protocolos de treinamento devem ser manipulados, quanto à
frequência e amplitude, de acordo com estes padrões.
Além disso, a posição corporal adotada pelos sujeitos sobre a
plataforma vibratória se mostrou um fator extremamente importante,
interferindo diretamente na magnitude das acelerações que alcançam o
segmento da cabeça. A postura corporal mais adequada, que garante
melhor estabilidade corporal e promove uma atenuação mais efetiva dos
estímulos vibratórios, é aquela onde as articulações dos membros
inferiores estão em flexão, com os segmentos corporais desalinhados, e
o peso corporal está depositado sobre a parte anterior dos pés.
No que se refere à relação da intensidade vibratória e a
incidência de sintomas de dor e/ou desconforto corporal, pôde-se
86

concluir que o posicionamento incorreto sobre a plataforma e


amplitudes de vibração mais elevadas tendem a provocar uma
quantidade mais expressiva de sintomas de dor e/ou desconforto
corporal, possivelmente por atingir faixas de frequência propícias para o
fenômeno de ressonância.
Ficou evidenciado ainda que a frequência de 35 Hz,
independente da amplitude de deslocamento, tende a desencadear um
número expressivo de sintomas de dor e desconforto corporal, enquanto
que nas frequências de 50Hz e 70Hz, esse comportamento só é
verificado quando associado a uma maior amplitude e ao
posicionamento incorreto sobre a superfície vibratória. Entre os
sintomas mais relatados pelos sujeitos estão dores nas costas,
principalmente na região lombar, náuseas e dores de cabeça.
Desta forma, pode-se afirmar que frequências na faixa de 20 a
35Hz em amplitudes de deslocamento elevadas, como a de 6 milímetros,
podem ser prejudiciais à saúde dos indivíduos e, ainda, que esse efeito
deletério pode ser amplificado pelo mal posicionamento corporal sobre a
plataforma vibratória, devendo, portanto, ser evitadas.
Os resultados aqui presentes fornecem informações concretas a
respeito deste tipo de treinamento e indicam que a diferença entre se
executar o treinamento vibratório da forma correta ou não é muito tênue.
Mais que isso, apontam para a importância da prática devidamente
orientada por profissionais de Educação Física, treinados e qualificados
para aplicação deste tipo de intervenção, garantindo que a etapa de
adaptação ao treinamento vibratório de corpo inteiro seja respeitada, que
a periodização do programa seja efetuada de forma individualizada e
consistente e, principalmente, que a execução dos exercícios seja
minuciosamente acompanhada, a fim de evitar que erros comuns, porém
lesivos à saúde, sejam praticados.
Assim, de forma eficaz e segura, o treinamento vibratório de
corpo inteiro com plataforma vibratória poderá ganhar um espaço de
maior destaque no mundo do fitness e aumentar consideravelmente sua
inserção no mercado de trabalho, tendo cada vez mais adeptos e
promovendo cada vez mais benefícios à saúde, à performance e à
qualidade de vida das pessoas.
87

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96

APÊNDICE A

FICHA DE AVALIAÇÃO

Eu ________________________________________________,
portador(a) da Carteira de Identidade n˚ ______________________, fui
esclarecido(a) dos procedimentos a serem realizados na pesquisa
intitulada “Magnitude e transmissibilidade vibratória sobre estruturas
corporais de adultos em diferentes protocolos de vibração de corpo
inteiro com plataforma vibratória” e compreendo que os resultados das
medições em mim realizadas serão repassados a mim e utilizadas para a
elaboração e divulgação de artigos científicos. Comprometo-me a
comparecer à avaliação no Estúdio Vibe Class de Condicionamento
Físico da Academia Company Fitness, na data previamente agendada.

Assinatura: _____________________________________

Florianópolis, _____/_____/_____

Dados de Identificação:

Pesquisador: _____________________________Data: ____/____/____


Nome: ____________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) Idade: ____________ Escolaridade: ______________
Contato: __________________________________________________

Seguem abaixo as fichas de avaliação que serão utilizadas para


as medidas antropométricas e de sintomatologia dolorosa ou desconforto
corporal, respectivamente.
97

FICHA DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA SEGUNDO


PROTOCOLO PROPOSTO POR POLLOCK E COL. (1984) DE 7
DOBRAS CUTÂNEAS.

VARIÁVEIS Medidas
Massa (kg)
Estatura (Cm)
IMC
Tentativas 1ª 2ª 3ª 4ª
Subescapular
Axilar média
Tríceps
Peitoral
Supra-ilíaca
Abdominal
Coxa

FICHA DE AVALIAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DOLOROSA


OU DESCONFORTO CORPORAL

Marcar a intensidade do respectivo sintoma ou desconforto


corporal, sendo: 0 (ausente); 1 (leve); 2 (moderado); e 3 (forte).
Sintomas Número do Registro
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Dor de cabeça
Desconforto ocular
Tontura
Vertigem
Desequilíbrio corporal
Náuseas
Dor nas costas
Dormência nos pés
Dormência nas costas
Cólica abdominal
Dor no abdômen
Outro sintoma
Qual (is)?
Anotações:_________________________________________________
__________________________________________________________
98

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


CENTRO DE DESPORTOS - CDS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa


intitulado “PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MAGNITUDE E
TRANSMISSIBILIDADE SOBRE ESTRUTURAS CORPORAIS DE
ADULTOS EM DIFERENTES PROTOCOLOS”, cujo objetivo é
analisar as características das vibrações transmitidas às estruturas
corporais de adultos em diferentes condições de exposição à vibração de
corpo inteiro com plataforma vibratória.
Considerando que o conhecimento geral sobre os padrões de
segurança na utilização de plataformas vibratórias ainda é muito
limitado, tais informações são de suma importância para identificação
de possíveis desconfortos corporais durante este tipo de treinamento,
bem como para o estabelecimento de protocolos de aplicação mais
seguros e eficazes.
Os dados referentes às medições biomecânicas serão coletados
no Estúdio Vibe Class de Condicionamento Físico, anexo à Academia
Company Fitness, mediante agendamento prévio. As avaliações terão
duração de aproximadamente 45 minutos e não oferecem riscos ou
danos à saúde dos participantes.
Os benefícios da pesquisa são fornecer informações mais
concretas e consistentes sobre o treinamento vibratório de corpo inteiro
com plataforma vibratória, o que pode ampliar a visão da comunidade
científica sobre o tema, além de auxiliar os profissionais da área da
saúde na aplicação adequada, efetiva e segura do treinamento vibratório
com plataforma vibratória, otimizando assim os resultados advindos do
treinamento.
Salientamos que você possui total liberdade para retirar-se do
estudo a qualquer momento, se assim desejar, sem que isso lhe cause
quaisquer prejuízos.
Todos os pesquisadores envolvidos neste projeto são
capacitados e devidamente preparados para a realização do mesmo e
estarão à disposição para auxílio imediato e esclarecimento de possíveis
99

dúvidas, podendo ser abordados a qualquer momento. Segue abaixo o


contato da pesquisadora responsável.
Assim, solicitamos a vossa autorização para a utilização dos
dados originados deste estudo para posterior produção de artigos
técnicos e científicos e divulgação em revistas científicas nacionais e
internacionais, sempre garantindo o sigilo das informações relacionadas
à sua privacidade.
Agradecemos a vossa participação e colaboração.

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro para os devidos fins que fui informado(a) sobre todos os


procedimentos desta pesquisa e que recebi de forma clara e objetiva
todas as informações pertinentes ao estudo. Eu compreendo que neste
estudo as medições dos experimentos/procedimentos realizados em
minha pessoa não representam nenhum risco à minha integridade física
e psicológica.

Nome por extenso:


_________________________________________________
Assinatura: _______________________________ Florianópolis,
____/____/____

Contato da Pesquisadora Principal:

Roberta Pires Vasconcellos


Laboratório de Biomecânica – BIOMEC/UFSC
Fone: (48) 3721-8530 / 9162-1232
E-mail: rovasconcellos@yahoo.com.br
APÊNDICE C

TABELAS DE RESULTADOS DESCRITIVOS E INFERENCIAIS DO ESTUDO

100
Tabela 1 – Descrição em termos de média (desvio padrão) dos valores de aceleração (g) na PE e PF nos pontos do tornozelo,
joelho, coluna lombar e cabeça, separados por eixo de movimento.
Ponto Eixos de C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Corporal Movimento
Lateral 3,2 17,5 14,9 20,4 3,8 19,6 17,6 22,1 2,4 14,5 10,7 15,5 2,6 15,7 11,8 17,6
(1,2) (5,9) (4,2) (5,5) (1,5) (6,8) (5,0) (6,1) (1,1) (4,5) (3,5) (4,6) (1,1) (5,3) (4,5) (5,2)
Tornozelo

Vertical 4,3 25,6 19,5 30,1 5,1 27,4 23,3 34,1 2,8 21,2 12,9 24,8 3,1 23,0 15,5 28,5
(0,9) (4,1) (3,2) (3,0) (1,7) (4,0) (4,4) (4,2) (0,9) (4,8) (2,4) (4,0) (0,9) (5,1) (4,2) (3,2)
Anteroposterior 3,4 20,3 17,9 27,5 4,0 24,3 20,3 31,5 2,5 15,3 11,9 22,1 2,9 18,1 13,2 25,2
(1,0) (4,8) (3,1) (3,4) (1,4) (4,5) (3,5) (4,5) (0,8) (4,5) (3,2) (4,1) (0,8) (5,4) (4,1) (3,5)
Lateral 3,1 16,2 9,3 14,7 4,3 17,0 13,5 17,7 2,2 11,4 6,0 10,3 2,5 13,4 6,6 11,8
(0,9) (4,5) (4,5) (5,5) (1,0) (4,9) (4,8) (6,3) (0,8) (3,7) (3,2) (5,0) (0,8) (3,7) (3,6) (4,9)
Joelho

Vertical 3,7 18,3 12,0 15,8 5,2 23,1 16,6 19,7 2,4 13,5 6,8 11,6 2,9 15,4 12,5 12,9
(0,8) (4,1) (4,4) (4,2) (0,9) (3,8) (5,8) (4,7) (0,8) (2,9) (2,2) (2,8) (0,8) (2,4) (20,5) (2,4)
Anteroposterior 3,0 15,9 10,5 15,2 4,3 19,5 13,3 18,5 2,1 10,4 6,1 10,6 2,3 13,1 7,2 12,0
(1,1) (5,7) (5,1) (6,2) (1,4) (6,6) (6,3) (7,9) (0,9) (4,6) (3,1) (5,0) (0,9) (4,7) (3,9) (5,3)
Lateral 2,0 8,2 5,6 6,3 2,4 11,3 6,7 9,2 1,4 5,3 2,6 2,6 1,8 6,4 3,8 3,5
Coluna Lombar

(0,7) (4,4) (3,6) (4,4) (1,1) (5,0) (4,6) (6,1) (0,7) (2,7) (1,7) (2,9) (0,8) (3,3) (2,2) (3,5)
Vertical 2,1 11,8 6,9 8,3 2,7 14,7 11,1 9,2 1,4 5,7 2,5 2,9 1,7 6,7 3,8 3,4
(0,6) (2,5) (2,5) (2,5) (0,9) (3,2) (2,8) (2,7) (0,7) (1,8) (1,0) (0,8) (0,7) (1,8) (1,5) (1,3)
Anteroposterior 1,8 5,7 4,8 4,2 2,2 8,4 5,9 6,2 1,1 4,0 2,0 2,3 1,4 4,5 2,5 2,8
(0,7) (3,0) (2,3) (2,5) (1,1) (3,6) (3,1) (3,2) (0,7) (1,6) (1,0) (1,0) (0,7) (1,8) (1,5) (1,5)
Lateral 1,1 2,1 1,7 2,1 1,6 2,5 2,0 2,5 0,6 1,2 1,0 1,0 0,7 1,4 1,2 1,3
(0,5) (0,6) (0,5) (0,7) (0,7) (0,8) (0,6) (0,7) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3)
Cabeça

Vertical 1,4 3,0 2,0 2,4 1,7 3,6 2,6 3,0 0,8 1,5 1,3 1,4 1,0 1,9 1,5 1,7
(0,5) (0,7) (0,5) (0,7) (0,7) (0,9) (0,7) (0,9) (0,3) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3) (0,4) (0,3) (0,4)
Anteroposterior 1,5 2,4 1,8 2,2 1,5 3,1 2,3 2,7 0,7 1,3 1,2 1,4 0,8 1,6 1,4 1,7
(0,6) (0,8) (0,5) (0,6) (0,6) (0,9) (0,7) (0,8) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3) (0,3)
(C1) PE.2mm.20Hz; (C2) PE.2mm.35Hz; (C3) PE.2mm.50Hz; (C4) PE.2mm.70Hz; (C5) PE.6mm.20Hz; (C6) PE.6mm.35Hz;
(C7) PE.6mm.50Hz; e (C8) PE.6mm.70Hz. (C9) PF.2mm.20Hz; (C10) PF.2mm.35Hz; (C11) PF.2mm.50Hz; (C12)
PF.2mm.70Hz; (C13) PF.6mm.20Hz; (C14) PF.6mm.35Hz; (C15) PF.6mm.50Hz; e (C16) PF.6mm.70Hz.

101
Tabela 2 – Descrição em termos de média (desvio padrão) dos valores de aceleração (g) na PE e PF nos pontos do tornozelo,
joelho, coluna lombar e cabeça, com valores médios para os três eixos de movimento.
Ponto Corporal C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16

Tornozelo 3,6 21,1 17,4 26,0 4,2 23,8 20,4 29,3 2,6 17,0 11,9 20,8 2,9 18,9 13,5 23,8
(1,0) (4,4) (3,0) (3,3) (1,4) (4,1) (3,2) (3,6) (0,9) (3,8) (2,5) (3,6) (0,8) (4,4) (3,8) (3,3)
Joelho 3,3 16,9 10,7 15,3 4,6 19,9 14,4 18,6 2,2 11,8 6,3 10,8 2,6 13,9 7,1 12,2
(0,9) (4,5) (4,4) (4,7) (1,0) (4,8) (5,3) (5,8) (0,8) (3,4) (2,5) (3,7) (0,8) (3,3) (3,0) (3,5)
Coluna Lombar 2,0 8,6 5,7 6,3 2,5 11,5 7,9 8,2 1,3 5,0 2,4 2,7 1,7 5,9 3,4 3,2
(0,7) (3,0) (2,6) (2,9) (1,0) (3,4) (3,2) (3,7) (0,7) (1,9) (1,1) (1,5) (0,7) (2,1) (1,7) (2,0)
Cabeça 1,3 2,5 1,9 2,2 1,6 3,0 2,3 2,7 0,7 1,4 1,2 1,3 0,9 1,6 1,3 1,5
(0,5) (0,7) (0,5) (0,7) (0,6) (0,8) (0,6) (0,8) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3)

(C1) PE.2mm.20Hz; (C2) PE.2mm.35Hz; (C3) PE.2mm.50Hz; (C4) PE.2mm.70Hz; (C5) PE.6mm.20Hz; (C6) PE.6mm.35Hz;
(C7) PE.6mm.50Hz; e (C8) PE.6mm.70Hz. (C9) PF.2mm.20Hz; (C10) PF.2mm.35Hz; (C11) PF.2mm.50Hz; (C12)
PF.2mm.70Hz; (C13) PF.6mm.20Hz; (C14) PF.6mm.35Hz; (C15) PF.6mm.50Hz; e (C16) PF.6mm.70Hz.

102
Tabela 3 – Comparação dos valores de aceleração (g) entre os eixos de movimento na PE e PF nos pontos do tornozelo, joelho,
coluna lombar e cabeça.
Posição Ponto 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
Corporal Corporal 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz

Tornozelo 0,003abc 0,000ac 0,001ª 0,000abc 0,029ac 0,001ac 0,000ac 0,111

Joelho 0,055 0,043 a 0,008 a 0,195 0,007 ac 0,000 ab 0,119 0,081


PE
C. Lombar 0,223 0,000 abc 0,000 c 0,000 c 0,048 0,000 abc 0,000 ac 0,000 c

Cabeça 0,053 ab 0,002 ac 0,065 0,137 0,709 0,001 a 0,007 a 0,073


2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz

Tornozelo 0,565 0,000ac 0,162 0,000 ab 0,052ac 0,000 ac 0,000 ac 0,000 abc

Joelho 0,504 0,056 0,327 0,181 0,069 0,140 0,116 0,102


PF
C. Lombar 0,210 0,012 c 0,117 0,003 0,095 0,000 bc 0,002 bc 0,063

Cabeça 0,056 0,014 a 0,018 a 0,001 ab 0,006 a 0,001 ac 0,012 a 0,001 ab


a b
diferenças significativas (p≤0,05) entre os eixos lateral e vertical; diferenças significativas entre os eixos lateral e
anteroposterior; c diferenças significativas entre os eixos vertical e anteroposterior.

103
Tabela 4 – Descrição em termos de média (desvio padrão) dos valores de aceleração (g) nos pontos do tornozelo, joelho, coluna
lombar e cabeça, separados por eixo de movimento e categorizados pela posição corporal adotada.
Ponto Eixos de Posição 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
Corporal Movimento Corporal 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Lateral PE 3,3 18,4 15,7 21,5 4,0 20,6 18,5 27,1
(1,0) (4,3) (2,5) (2,7) (1,2) (5,1) (2,9) (17,2)
PF 2,5 15,2 11,3 16,3 2,8 16,5 13,1 18,5
(0,9) (3,1) (2,5) (2,9) (0,9) (3,8) (2,0) (3,2)
Tornozelo

Vertical PE 4,3 25,6 19,5 30,1 5,1 27,4 23,3 34,1


(0,9) (4,1) (3,2) (3,0) (1,7) (4,0) (4,4) (4,2)
PF 2,8 21,2 12,9 24,8 3,1 23,0 16,4 28,5
(0,9) (4,8) (2,4) (4,0) (0,9) (5,1) (2,1) (3,2)
Anteroposterior PE 3,4 20,3 17,9 27,5 4,0 24,3 20,3 31,5
(1,0) (4,8) (3,1) (3,4) (1,4) (4,5) (3,5) (4,5)
PF 2,5 15,3 11,9 22,1 2,9 18,1 13,9 25,2
(0,8) (4,5) (3,2) (4,1) (0,8) (5,4) (2,8) (3,5)
Lateral PE 3,1 16,2 9,3 14,7 4,3 17,0 13,5 17,7
(0,9) (4,5) (4,5) (5,5) (1,0) (4,9) (4,8) (6,3)
PF 2,2 11,4 6,0 10,3 2,5 13,4 6,9 11,8
(0,8) (3,7) (3,2) (5,0) (0,8) (3,7) (3,3) (4,9)
Vertical PE 3,7 18,3 12,0 15,8 5,2 23,1 16,6 19,7
Joelho

(0,8) (4,1) (4,4) (4,2) (0,9) (3,8) (5,8) (4,7)


PF 2,4 13,5 6,8 11,6 2,9 15,4 8,0 12,9
(0,8) (2,9) (2,2) (2,8) (0,8) (2,4) (2,2) (2,4)
Anteroposterior PE 3,1 16,7 11,1 15,9 4,5 20,5 14,0 19,5
(0,9) (4,5) (4,6) (5,2) (1,0) (4,9) (5,6) (6,8)
PF 2,2 11,0 6,4 11,2 2,4 13,8 8,0 12,6
(0,8) (4,0) (2,8) (4,4) (0,8) (3,7) (3,2) (4,6)

104
Lateral PE 2,0 8,2 5,6 6,3 2,4 11,3 6,7 9,2
(0,7) (4,4) (3,6) (4,4) (1,1) (5,0) (4,6) (6,1)
PF 1,4 5,3 2,6 2,6 1,8 6,4 4,0 3,5
Coluna Lombar
(0,7) (2,7) (1,7) (2,9) (0,8) (3,3) (2,1) (3,5)
Vertical PE 2,1 11,8 6,9 8,3 2,7 14,7 11,1 9,2
(0,6) (2,5) (2,5) (2,5) (0,9) (3,2) (2,8) (2,7)
PF 1,4 5,7 2,5 2,9 1,7 6,7 4,0 3,4
(0,7) (1,8) (1,0) (0,8) (0,7) (1,8) (1,3) (1,3)
Anteroposterior PE 1,8 5,7 4,8 4,2 2,2 8,4 5,9 6,2
(0,7) (3,0) (2,3) (2,5) (1,1) (3,6) (3,1) (3,2)
PF 1,1 4,0 2,0 2,3 1,4 4,5 2,7 2,8
(0,7) (1,6) (1,0) (1,0) (0,7) (1,8) (1,4) (1,5)
Lateral PE 1,1 2,1 1,7 2,1 1,6 2,5 2,0 2,5
(0,5) (0,6) (0,5) (0,7) (0,7) (0,8) (0,6) (0,7)
PF 0,6 1,2 1,0 1,0 0,7 1,4 1,2 1,3
(0,3) (0,3) (0,4) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3)
Vertical PE 1,4 3,0 2,0 2,4 1,7 3,6 2,6 3,0
Cabeça

(0,5) (0,7) (0,5) (0,7) (0,7) (0,9) (0,7) (0,9)


PF 0,8 1,5 1,3 1,4 1,0 1,9 1,5 1,7
(0,3) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3) (0,4) (0,3) (0,4)
Anteroposterior PE 1,5 2,4 1,8 2,2 1,5 3,1 2,3 2,7
(0,6) (0,8) (0,5) (0,6) (0,6) (0,9) (0,7) (0,8)
PF 0,7 1,3 1,2 1,4 0,8 1,6 1,4 1,7
(0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3) (0,3)

105
Tabela 5 – Descrição em termos de média (desvio padrão) dos valores de aceleração (g) nos pontos do tornozelo, joelho, coluna
lombar e cabeça, com valores médios para os três eixos de movimento e categorizados pela posição corporal adotada.
Ponto Posição 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
Corporal Corporal 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Tornozelo PE 3,6 21,1 17,4 26,0 4,2 23,8 20,4 29,3
(1,0) (4,4) (3,0) (3,3) (1,4) (4,1) (3,2) (3,6)
PF 2,6 17,0 11,9 20,8 2,9 18,9 14,2 23,8
(0,9) (3,8) (2,5) (3,6) (0,8) (4,4) (2,2) (3,3)
Joelho PE 3,3 16,9 10,7 15,3 4,6 19,9 14,4 18,6
(0,9) (4,5) (4,4) (4,7) (1,0) (4,8) (5,3) (5,8)
PF 2,2 11,8 6,3 10,8 2,6 13,9 7,5 12,2
(0,8) (3,4) (2,5) (3,7) (0,8) (3,3) (2,6) (3,5)
Coluna Lombar PE 2,0 8,6 5,7 6,3 2,5 11,5 7,9 8,2
(0,7) (3,0) (2,6) (2,9) (1,0) (3,4) (3,2) (3,7)
PF 1,3 5,0 2,4 2,7 1,7 5,9 3,4 3,2
(0,7) (1,9) (1,1) (1,5) (0,7) (2,1) (1,7) (2,0)
Cabeça PE 1,3 2,5 1,9 2,2 1,6 3,0 2,3 2,7
(0,5) (0,7) (0,5) (0,7) (0,6) (0,8) (0,6) (0,8)
PF 0,7 1,4 1,2 1,3 0,9 1,6 1,3 1,5
(0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,3) (0,4) (0,3)

106
Tabela 6 – Comparação dos valores de aceleração (g) entre os pontos corporais do tornozelo e do joelho; do joelho e da
coluna lombar; e coluna lombar e cabeça, nas posições PE e PF.
Posição Ponto Corporal 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
Corporal 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz

Todos 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

PE Tornozelo/Joelho 0,203 0,000* 0,000* 0,000* 0,217 0,000* 0,000* 0,000*

Joelho/Lombar 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,001* 0,000* 0,000* 0,000*

Lombar/Cabeça 0,001* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,001*


2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz

Todos 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

PF Tornozelo/Joelho 0,229 0,004* 0,000* 0,000* 0,383 0,009* 0,000* 0,000*

Joelho/Lombar 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Lombar/Cabeça 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,002* 0,000* 0,000* 0,000*


* diferenças significativas (p≤0,05) entre os pontos corporais.

107
Tabela 7 – Comparação dos valores de aceleração entre as diferentes intensidades de vibração (frequência e amplitude) nos
pontos do tornozelo, joelho, coluna lombar e cabeça.
Ponto Posição Amplitude (2mm) Amplitude (6mm) 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Corporal Corporal 20-35Hz 35-50Hz 50-70Hz 20-35Hz 35-50Hz 50-70Hz 2-6mm 2-6mm 2-6mm 2-6mm

Tornozelo PE 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

PF 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Joelho PE 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

PF 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Coluna PE 0,000* 0,000* 0,008* 0,000* 0,000* 0,004* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Lombar
PF 0,000* 0,000* 0,001* 0,000* 0,000* 0,009* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Cabeça PE 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

PF 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
* diferença significativa (p≤0,05) entre as intensidades vibratórias.

108
Tabela 8 – Descrição em termos de média (desvio padrão) dos valores de transmissibilidade na PE e PF para os três momentos de
transferência.
Função de C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Transferência

FT1 -0,49 -1,03 -2,37 -2,47 0,43 -0,84 -1,71 -2,11 -0,71 -1,66 -3,03 -3,04 -0,57 -1,33 -3,01 -3,00
0,54 0,85 1,35 1,09 0,72 0,66 1,04 0,95 0,60 0,68 1,29 0,99 0,57 0,61 1,17 0,85
FT2 -2,10 -2,98 -2,74 -3,96 -2,89 -2,42 -2,61 -3,70 -2,51 -3,85 -4,25 -6,29 -1,94 -3,82 -3,30 -6,16
0,73 0,62 0,80 0,77 0,98 0,57 0,66 0,67 1,35 0,94 1,35 1,45 1,13 0,69 0,86 1,31
FT3 -1,96 -5,36 -4,58 -4,47 -1,88 -5,79 -5,20 -4,68 -2,76 -5,47 -2,79 -2,78 -2,76 -5,46 -3,83 -2,74
0,63 0,86 1,08 1,04 0,66 0,64 0,79 0,76 1,82 1,50 1,89 1,80 1,73 1,18 1,37 1,97
Total -4,5 -9,4 -9,7 -10,9 -4,3 -9,0 -9,5 -10,5 -6,0 -11,0 -10,1 -12,1 -5,3 -10,6 -10,1 -11,9

(C1) PE.2mm.20Hz; (C2) PE.2mm.35Hz; (C3) PE.2mm.50Hz; (C4) PE.2mm.70Hz; (C5) PE.6mm.20Hz; (C6) PE.6mm.35Hz;
(C7) PE.6mm.50Hz; e (C8) PE.6mm.70Hz. (C9) PF.2mm.20Hz; (C10) PF.2mm.35Hz; (C11) PF.2mm.50Hz; (C12)
PF.2mm.70Hz; (C13) PF.6mm.20Hz; (C14) PF.6mm.35Hz; (C15) PF.6mm.50Hz; e (C16) PF.6mm.70Hz. (FT1) Função de
transferência na passagem do tornozelo para o joelho; (FT2) do joelho para a coluna lombar; (FT3) da coluna lombar para a
cabeça.

109
Tabela 9 – Comparação dos valores de transmissibilidade vibratória entre os momentos de transferência vibratória através dos
segmentos corporais na posição estendida e posição flexionada.
Posição FT 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
Corporal 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Todos 0,000* 0,000* 0,000* 0,000 * 0,000* 0,000 * 0,000* 0,000*
½ 0,000* 0,000* 0,548 0,000 * 0,000* 0,000 * 0,004* 0,000*
PE
2/3 0,759 0,000* 0,000* 0,130 0,001 * 0,000 * 0,000* 0,001*
1/3 0,000* 0,000* 0,000* 0,000 * 0,001 * 0,000 * 0,000* 0,000*
2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Todos 0,000* 0,000* 0,004 * 0,000 * 0,000* 0,000* 0,097 0,000 *
½ 0,000* 0,000* 0,005 * 0,000 * 0,000* 0,000* 0,724 0,000 *
PF
2/3 0,954 0,000* 0,003 * 0,000 * 0,234 0,000* 0,344 0,000 *
1/3 0,000 * 0,000* 0,892 0,499 0,000 * 0,000* 0,084 0,176
(FT) Função de transferência; (1/2) Comparação entre a função de transferência no momento T1 e no momento T2; (2/3)
Comparação entre a função de transferência no momento T2 e no momento T3; (1/3) Comparação entre a função de transferência
no momento T1 e no momento T3.
* diferença significativa (p≤0,05) entre os segmentos corporais dentro de uma mesma posição corporal.

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Tabela 10 – Comparação dos valores de aceleração (g) entre as posições corporais PE e PF nos pontos do tornozelo, joelho,
coluna lombar e cabeça, separados por eixo de movimento.
Região Eixo de 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
Corporal Movimento 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Lateral 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Tornozelo

Vertical 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Anteroposterior 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,001* 0,000*


Lateral 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,001* 0,000*
Joelho

Vertical 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,001* 0,000*

Anteroposterior 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,002* 0,000*


Lateral 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Lombar
Coluna

Vertical 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Anteroposterior 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*


Lateral 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Cabeça

Vertical 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*

Anteroposterior 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*


* diferenças significativas (p≤0,05) entre os grupos analisados.

111
Tabela 11 – Comparação dos valores de aceleração (g) entre as posições corporais PE e PF nos pontos do tornozelo, joelho,
coluna lombar e cabeça com valores médios para os três eixos de movimento.
Ponto Corporal 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
Tornozelo 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Joelho 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Coluna Lombar 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
Cabeça 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
* diferenças significativas (p≤0,05) entre os grupos analisados.

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Tabela 12 – Comparação dos valores de transmissibilidade vibratória entre as posições corporais PE e PF.
FT 2mm/ 2mm/ 2mm/ 2mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/ 6mm/
20Hz 35Hz 50Hz 70Hz 20Hz 35Hz 50Hz 70Hz
T1 0,015* 0,000* 0,004* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000*
T2 0,212 0,000* 0,000* 0,000* 0,003* 0,000* 0,002* 0,000*
T3 0,078 0,738 0,001* 0,000* 0,002* 0,179 0,001* 0,001*
(FT) Função de Transferência; (T1) FT na passagem do tornozelo para o joelho; (T2) FT na passagem do joelho para a coluna
lombar; (T3) FT na passagem da coluna lombar para a cabeça.
* diferença significativa (p≤0,05) entre os segmentos corporais dentro de uma mesma posição corporal.

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ANEXO A

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