PAIVA-2022- Fluxograma Produção - Briquetes Casca de Coco

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

MARIANA VIEIRA PAIVA

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE BRIQUETES DE RESÍDUOS DE


FRUTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA

UBERLÂNDIA

2022
MARIANA VIEIRA PAIVA

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE BRIQUETES DE RESÍDUOS DE


FRUTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA.

Monografia de graduação apresentada à


Universidade Federal de Uberlândia como
parte dos requisitos necessários para a
aprovação na disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso, do curso de Engenharia
Química.

Professora: Profa. Dra. Patrícia Angélica


Vieira

UBERLÂNDIA

2022
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE BRIQUETES DE RESÍDUOS DE
FRUTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA.

Uberlândia, 11 de agosto de 2022

Monografia aprovada para a disciplina


Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de
Engenharia Química, da Universidade
Federal de Uberlândia (MG) pela banca
examinadora formada por:

______________________________________
Profa. Dra. Patrícia Angélica Vieira, FEQUI/UFU (Orientador)

______________________________________
Profa. Dra. Thamayne Valadares Oliveira, FEQUI/UFU

______________________________________
M.a Bruna Jeanne Soares Pacheco, FEQUI/UFU
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer e dedicar esta dissertação às seguintes pessoas:

Minha mãe Andréa, que sempre se empenhou e se dedicou para que eu tivesse
sucesso em minha vida, sem seu apoio incondicional eu nada seria.

Meu pai Junior, que sempre me proporcionou todo o conforto e incentivo para que
eu pudesse vencer essa etapa desafiadora.

Meu irmão Pedro, que sempre foi meu companheiro. Obrigada pela amizade e
atenção dedicada em todos os momentos que precisei.

Aos meus avós Zezé e Lazinha, que sempre me deram apoio, carinho e incentivo
durante toda essa jornada, vocês são minhas inspirações de vida.

Ingrid, sem seu apoio e companheirismo, essa graduação não seria possível.
Obrigada por aguentar tantas crises de estresse e ansiedade ao meu lado.

Agradeço também, a todas as pessoas da minha família que sempre torceram


para o meu sucesso. Vocês foram muito importantes nessa jornada.

Agradeço a todos os meus amigos que estiveram do início ao fim dessa


graduação e também aqueles que chegaram no final. Vocês foram fundamentais para
minha formação.

Sou grata a todos os professores que contribuíram com a minha trajetória


acadêmica, especialmente a Prof. Patrícia, responsável pela orientação da pesquisa. Te
agradeço por esclarecer tantas dúvidas e por sempre estar à disposição nos momentos
que precisei, sendo atenciosa e paciente comigo.
RESUMO
Energias renováveis são fontes da natureza para a produção de eletricidade, calor ou
combustíveis, sendo soluções mais limpas para diminuir a degradação ambiental. Dentre
as energias renováveis conhecidas, destacamos a biomassa. A partir de resíduos
agroindustriais, como de frutas, tal biomassa pode ser utilizada na geração de energia
através da produção de briquetes. O processo de briquetagem acontece a partir do uso
de algumas tecnologias de compactação, com pré-tratamento da matéria-prima para
controlar a umidade e depois para a briquetadeira, que compacta os briquetes no formato
cilíndrico. Assim, este trabalho realizou o levantamento bibliográfico para conhecer as
melhores condições de preparação de briquetes de resíduos agroindustriais para
aplicações nas indústrias. Além disso, foi realizado um estudo de caso utilizando a
biomassa de coco verde para a produção de briquetes. No Estudo de Caso foi realizada
uma análise físico-química da biomassa, e os resultados obtidos nas análises apontaram
um bom aproveitamento de potencial energético dessa biomassa, com valores de 19,47
MJ/Kg de poder calorífico e 9.735,00 MJ/m³ de densidade energética, estes valores
comparados com o poder calorífico de 18,89 MJ/Kg da cana de açúcar evidencia o bom
aproveitamento. No estudo de caso analisado, utilizando coco verde como biomassa, foi
comprovado que a produção de briquetes de biomassa de resíduos lignocelulósica
possui potencial energético para utilização como combustível renovável. Outro ponto
importante e relevante é que os briquetes possuem um alto poder calorífico, comparados
a lenha e ao bagaço de cana de açúcar, sendo muito favorável, considerando que quanto
maior o poder calorífico maior é a energia que possui nele.
Palavras-chave: energias renováveis; briquetes; resíduos de frutas; processo de
briquetagem.
ABSTRACT
Renewable energies are clean, natural sources that present low environmental damage
risk when used to produce electricity, heat, or fuel. One of those renewable energies is
biomass, which is made from agro-industrial waste, such as fruit leftovers and scraps.
Biomass can be used to generate power through the production of briquettes. The
briquetting process happens through compression, pre-treating the raw matter to contain
humidity before taking it to the briquetter, which compresses the briquettes into cylinders.
Thus, this research consists of a bibliographical survey, which was made in order to know
what the best conditions for the preparations of agro-industrial waste briquettes in the
industries are. Furthermore, this research has also studied the use of green coconut
biomass for the briquettes production. In the case study, a physical-chemical analysis of
biomass was performed, and the results obtained in the analyzes have shown a good
power potential, reaching 19.47 MJ/Kg of calorific value and 9,735.00 MJ/m³ of energy
density, these values compared with the calorific value of 18.89 MJ/Kg of sugarcane
shows good utilization. In the case study analyzed, using green coconut as biomass, it
has been proven that the production of lignocellulosic waste biomass briquetter has
energy potential for use as renewable fuel. Another important and relevant point is that
briquettes have a high calorific value, compared to firewood and sugarcane bagasse,
being very favorable, whereas the higher the calorific value, the greater the energy it has
in it.
Keywords: renewable energies; briquettes; fruit waste; briquetting.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fontes de biomassa e seus processos de conversão. 15


Figura 2 – Ilustração de briquetes. 18
Figura 3 - Prensa extrusora de pistão mecânico 20
Figura 4 - Prensa extrusora de pistão hidráulico 20
Figura 5 - Peletizadora convencional 20
Figura 6 - Fluxograma do processo de briquetagem 22
Figura 7 - Trecho da orla da cidade de Maceió-AL avaliado no trabalho. 26
Figura 8 - Briquetes de bagaço de cana da Renove S.A. e Sumaúma. 29
Figura 9 - Mapa das regiões alta e baixa de Maceió-AL. 30
Figura 10 - Prensa IKA-WERKE 32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Poder calorífico e teor de umidade de resíduos agroindustriais 11
Tabela 2 - Poder calorífico de resíduos agrícolas 16
Tabela 3 - Resultados físico-químicos da biomassa da casca de coco verde in natura e
em formato de briquetes. 32
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9
2 OBJETIVOS 12
2.1 Objetivo Geral 12
2.2 Objetivos Específicos 12
3 METODOLOGIA 13
4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 14
4.1 Biomassa 14
4.2 Resíduos Agrícola e de Frutas 16
4.3 Briquetes 18
4.3.1 Processo de Briquetagem 19
4.3.2 Principais Processos Aplicados no Brasil 22
5 ESTUDO DE CASO 25
5.1 Resumo 25
5.2 Materiais e Métodos 25
5.3 Resultados e Discussão 27
5.4 Conclusão do Estudo de Caso 34
6 CONCLUSÃO GERAL 36
7 REFERÊNCIAS 37
9

1 INTRODUÇÃO

Compreende-se como energia renovável, uma ampla gama de fontes de energia,


disponibilizadas na natureza de forma recorrente e que podem ser utilizadas com o fim
de gerar eletricidade, calor ou produzir combustíveis líquidos para o setor de transportes.
Atualmente, é indispensável que estejam inseridas nas políticas energéticas dos países,
já que exercem um papel sustentável importante (CUNHA; PRATES, 2005).
As fontes sustentáveis de energia são, então, denominadas “renováveis”, devido
à capacidade de repor ao meio ambiente, de forma natural, os recursos utilizados para
a sua produção. O benefício disso é a diminuição do impacto ambiental provocado pelo
uso de matéria-prima que, normalmente, é não renovável. Dentre as energias
alternativas renováveis mais conhecidas atualmente, encontram-se a eólica, a hidráulica,
a do mar, a solar, a geotérmica e a biomassa (NASCIMENTO; ALVES, 2017).
A biomassa é toda a matéria orgânica, não fóssil, de origem vegetal, animal ou
microbiana. Assim, pode-se utilizá-la para gerar calor, eletricidade ou produzir
biocombustíveis sólidos – como briquetes e pellets; líquidos – tal qual o etanol e o
biodiesel; ou gasosos – a exemplo, o biogás e o gás de síntese. Além disso, a partir de
diferentes tecnologias, é possível transformar esses biocombustíveis em energias
mecânica, térmica ou elétrica e aplicá-las de diversas maneiras, a fim de substituir as
energias não renováveis (DIAS et al., 2012).
Dessa forma, os briquetes aparecem como uma alternativa de combustível
sustentável e produtos de interesse, devido ao seu alto poder calorífico, obtido pela
compactação de resíduos de madeira, tal qual o pó de serragem e as cascas de vegetais.
Seu aparecimento se dá com a Indústria Naval dos Estados Unidos, em 1848. No
entanto, houve falta de interesse, provocada pela grande disponibilidade de matéria
orgânica, e por conta da pouca preocupação ambiental existente na época. O seu
processamento ocorre com a compactação de resíduo de natureza lignocelulósica, por
meio do qual é rompida a elasticidade natural das fibras, resultando em uma forma
bastante eficiente para absorver a energia disponível da biomassa (DANTAS, 2012).
Dessa forma, um metro cúbico de briquetes contém cerca de duas a cinco vezes
mais energia que um metro cúbico de resíduos (ROCHA et al., 2015). Com o passar do
10

tempo, houve o encarecimento dos combustíveis minerais e o aparecimento de inúmeros


problemas ambientais, dessa maneira, surgiu a necessidade de uma nova fonte de
energia que contornasse todos esses problemas. Assim, o briquete foi a fonte energética
ambiental que se encaixou nesse perfil, passando a ser visto como uma real alternativo
renovável (DANTAS, 2012).
Os briquetes apresentam, portanto, forma regular e constituição homogênea.
Assim, além de gerarem energia, são considerados lenha ou carvão ecológico de alta
qualidade, feitos a partir da compactação de resíduos lignocelulósicos, sob pressão e
temperaturas elevadas (SANT’ANNA et al., 2012). Nessa mesma configuração, existem
os pellets – um tipo de lenha – normalmente produzidos a partir de serragem de madeira
refinada e seca, que depois é compactada.
Desse modo, os briquetes e os pellets resultam da compactação de resíduos
lignocelulósicos e são utilizados na geração de energia, na forma de calor ou eletricidade.
A principal diferença entre eles está na dimensão de cada um – o diâmetro dos pellets
pode variar entre 6 e 16 mm, enquanto os briquetes possuem diâmetro superior a 50 mm
(CAVALCANTI; FERNANDES, 2015).
Os briquetes podem ser produzidos a partir de vários tipos de biomassa. Assim,
existem as biomassas de origem florestal – como a serragem e os restos de serraria; as
de resíduos agrícolas – a saber, a palha e o bagaço de cana-de-açúcar; as de resíduos
urbanos – tais quais as folhas e troncos das podas de árvores; e as de resíduos
agroindustriais – a exemplo, o processamento de alimentos, fibras, bagaços e cascas de
frutas (DIAS et al., 2012).
Assim, de todos os alimentos produzidos anualmente no mundo todo para o
consumo humano, cerca de 25% a 30% são desperdiçados, ou seja, são transformados
em resíduos agroindustriais. Logo, essa porcentagem representa cerca de 1,3 bilhões
de toneladas de provisões. Assim, as raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas
constituem cerca de 40% a 50% desses mantimentos (FAO, 2016). Esses rejeitos
possuem um alto poder calorífico, sendo, então, uma fonte de biomassa em potencial.
Dessa forma, compreende-se como poder calorífico, a energia liberada na forma
de calor durante a combustão completa de uma unidade de massa, ou de volume – a
depender do material combustível em uso. Vale destacar, ainda, que o teor de umidade
11

influencia na capacidade de poder calorífico, pois quanto maior for, menor será o seu
valor energético (MÜZEL et al., 2014). Portanto é importante que isso seja avaliado, ao
considerar os resíduos em potenciais a serem utilizados como fonte de energia para
combustão. Na Tabela 1 é apresentado alguns valores do poder calorífico e do teor de
umidade de alguns deles.

Tabela 1 - Poder calorífico e teor de umidade de resíduos agroindustriais


Resíduos Poder Calorífico (Kcal/KG) Teor de Umidade
Caroço de Açaí1 4.500 12%
Casca de Cacau1 2.500 12%
Cascas de Coco Verde2 4.650 12%
Caroço de Manga3 4.081 10%
Fonte: 1 (CARDOSO et al., 2002) ; 2(ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015); 3 (NASCIMENTO, T. L.
Do et al., 2021)

Na literatura é possível verificar, que os resíduos das frutas, é um dos exemplos


que se destacam como fonte de energia renovável do setor agroindustrial. De acordo
com os estudos de Perondi (et al., 2019), os refugos de cascas de frutas podem contribuir
para a redução do uso de combustíveis fósseis. Isso porque, a conversão termoquímica
desses substratos surge como alternativa às energias não renováveis.
Logo, por meio da valorização energética dos rejeitos agroindustriais é possível
diminuir a dependência pelos combustíveis fósseis. Ademais, pode-se contribuir para a
redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Nesse sentido, este
trabalho consistiu no levantamento das potencialidades de produção e aplicações de
briquetes de resíduos de frutas, como uma alternativa de energia sustentável.
12

2 OBJETIVOS

Este trabalho apresenta objetivos gerais e específicos.

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse trabalho foi realizar levantamento bibliográfico das principais
tecnologias na produção de briquetes, a partir do uso de resíduos de frutas, para a
geração de energia.

2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho foram:

1. Descrever os processos de produção de briquetes;


2. Apresentar as técnicas de caracterização da biomassa de resíduos para fins
energéticos;
3. Delinear e destacar as biomassas mais relevantes e com potenciais para
aplicação, como briquetes;
4. Realizar um estudo de casos aplicados utilizando uma biomassa relevante.
13

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, realizou-se um levantamento bibliográfico


relacionado ao assunto – a produção de energia por meio dos briquetes produzidos com
resíduos de frutas. Dessa forma, foram realizados leituras e estudos de artigos
publicados em revistas conceituadas, de dissertações e de teses que abordam a
temática. Também, fez-se a análise de um estudo de caso aplicado, trazendo discussões
que contribuíram para direcionar, melhormente, as produções de briquetes de resíduos
agroindustriais e suas aplicações nas indústrias.
14

4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Neste tópico serão abordados os conhecimentos necessários para melhor


compreensão da produção de briquetes.

4.1 Biomassa

A biomassa engloba simultaneamente os seres vivos e o conjunto dos produtos


orgânicos gerados por eles, mas que não se encontram completamente decompostos
em moléculas elementares (COUTO et al., 2004). Dessa forma, a biomassa pode ser
definida como,

Todo material orgânico, não fóssil, que tenha conteúdo de energia química no
seu interior, o que inclui todas as vegetações aquáticas ou terrestres, árvores,
biomassa virgem, lixo orgânico, resíduos de agricultura, esterco de animais e
outros tipos de restos industriais. A biomassa de madeira inclui todo o material
da árvore: tronco, ramos, folhas, casca e raízes (VIDAL; DA HORA, 2011 p.266).

A partir de diferentes tecnologias, é possível transformar estes biocombustíveis em


energia, nas formas mecânica, térmica ou elétrica, e usá-los de diversas maneiras para
suprir algumas necessidades da população urbana tais como, a geração de energia
elétrica em residências, conforme afirma José Manuel Dias (et al., 2012).

Assim, seja para fins energéticos ou como fonte para a geração de energia elétrica,
a biomassa está entre as fontes renováveis com mais possibilidades em termos de
natureza, origem, tecnologia de conversão e produtos energéticos disponibilizados para
uso (ENERGIA, 2007). O que justifica, inclusive, o interesse deste trabalho em refletir a
respeito da aplicação dos resíduos de frutas na produção de briquetes.

Existem, assim, algumas categorias de classificações para a biomassa, e de acordo


com o documento sobre o uso da biomassa para a geração de energia (MARAFON et
al., 2016), a biomassa pode ser classificada em dois amplos grupos: (1) biomassa
tradicional, composta fundamentalmente pela lenha e resíduos naturais e (2) biomassa
moderna, produzida a partir do uso de tecnologias avançadas e eficientes, tais como
15

biocombustíveis líquidos, briquetes e pellets, cogeração (bagaço de cana) e os cultivos


de espécies florestais plantadas e o da cana-de-açúcar.

Desse modo, de acordo com Nonhebel (2007), as biomassas mais significativas em


relação à energia são aquelas obtidas de culturas energéticas e de resíduos agrícolas,
originários de material vegetal, gerados no sistema de produção de outros produtos.
Assim, por meio da biomassa é possível obter diversas formas de energia. As suas
principais utilizações são: produção de biocombustíveis sólidos para geração de energia
térmica (carvão e resíduos agroflorestais), biocombustíveis líquidos (álcool combustível
e biodiesel utilizados em motores a combustão) e geração de energia elétrica
(combustão direta, gaseificação, queima de gases, entre outras tecnologias). A biomassa
pode ser obtida de vegetais lenhosos, não-lenhosos e/ou de resíduos orgânicos, e
transformada em energia através de diferentes processos de transformação de acordo
com a figura 1 (MARAFON et al., 2016).

Figura 1 - Fontes de biomassa e seus processos de conversão.

Fonte: (MARAFON et al., 2016)


16

4.2 Resíduos Agrícola e de Frutas

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 10.004 – Classificação de


2004, conceitua o vocábulo “resíduos” como aquilo que “(...) resulta de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”
(ABNT, 2004). Já os resíduos de origem agrícola, por sua vez, são definidos como
aqueles que apresentam potencial para serem utilizados na produção de energia. Alguns
exemplos desses rejeitos agroindustriais são os de culturas agrícolas e de seu
beneficiamento, palhas, cascas de frutos, cereais, bagaços, sedimentos das podas de
pomares, de vinhas e de madeireiros (SAITER, 2008). Isto posto, na Tabela 2 são
apresentados alguns resíduos agrícolas e seus potenciais energéticos.

Tabela 2 - Poder calorífico de resíduos agrícolas

Resíduos Poder Calorífico (Kcal/KG)

Bagaço de cana-de-açúcar1 4.511,8

Processamento de café1 4.606,4


Casca de arroz1 3.863,8
Algodão2 4.300,0
Resíduos do coco babaçu2 4.300,0
Maravalha de eucalipto2 4.500,0
Fonte: 1 (PROTÁSIO et al., 2011); 2 (DIAS et al., 2012)
Nas diversas etapas da cadeia produtiva, existem consideráveis perdas de produtos
agrícolas, desde a produção no campo até o momento de consumo, passando pela
elevada geração de resíduos no processamento agroindustrial de produtos animais e
vegetais (FONSECA et al., 2018). Assim, de acordo com a pesquisa de Leandro Viana
e Patrícia Cruz (2016), a maioria dos resíduos das atividades agroindustriais são
derivadas do processamento de frutas para produção de polpas.

Conforme, ainda, Leandro Viana e Patrícia Cruz, os resíduos agroindustriais são


compostos por casca, caroço, sementes e bagaço. Dessa forma, é possível utilizar todas
17

as partes das frutas e das hortaliças, polpa, bagaços, cascas, talos e folhas, na criação
de novos produtos, a fim de evitar o desperdício. Logo, esses rejeitos se apresentam
como uma alternativa tecnológica sustentável bastante acessível, que pode ser aplicada
tanto no ambiente industrial como no residencial (RORIZ, 2012).

Uma das alternativas tecnológicas a partir dos resíduos de frutas é a produção de


briquetes. Um exemplo é o estudo de caso realizado por Bruno Reis (REIS et al., 2002),
sobre os briquetes energéticos, fabricados com de caroços de açaí, provenientes de uma
palmeira amazônica. Para esta pesquisa, foram realizadas algumas análises químicas
nos caroços de açaí, a fim de determinar características termoquímicas, como sua
capacidade calorífica, de 4.500,00 Kcal/Kg, e seu potencial energético, de 40.751,00
MWh/mês. Por fim, os estudiosos concluíram que o uso dos briquetes energéticos dos
resíduos de açaí são uma boa alternativa tecnológica para produzir energia de forma
mais econômica e sustentável (REIS et al., 2002).

Outra pesquisa interessante, a partir de resíduos agrícolas, foi a de Erika Silva (et
al., 2018), que avaliou o aproveitamento energético da biomassa do coco verde.
Verificou-se, assim, pelo estudo de caso, um grande consumo dessa fruta no Brasil e,
por conseguinte, muita produção de resíduos sólidos, além de seu acúmulo exacerbado
nos litorais e nas cidades. Dessa forma, para os pesquisadores, uma das alternativas
para diminuir a quantidade desses rejeitos nos espaços públicos é a reciclagem.

Da mesma maneira, a pesquisa realizada por Erika Silva (et al. 2018) concluiu serem
os resíduos de coco verde uma das melhores alternativas para a produção de briquetes.
Isso porque, após uma série de estudos, observou-se que essa forma de biomassa
possui um valor de poder calorífico em torno de 4.490,00 Kcal/Kg. Ademais, o coco verde
pode ser reaproveitado de várias formas – como substratos agrícolas, confecção de
artesanatos, produção de etanol, entre outros. Desse modo, segundo os pesquisadores,
reaproveitar a biomassa dessa fruta na criação de briquete é interessante, tanto na
produção de energia, por possuir um valor energético alto, quanto para a resolução de
problemas ambientais.
18

4.3 Briquetes

Briquetes são blocos cilíndricos, compactados mecanicamente em alta pressão e


que possuem alta densidade, compostos por resíduos com origem vegetal
agroindustriais, de madeiras, de frutas, entre outros (BIOMAX). Assim, a Figura 2 mostra
o formato de briquetes produzidos para fins energéticos.

Figura 2 – Ilustração de briquetes.

Fonte: (BIOMAX)

Os briquetes são utilizados, então, como uma alternativa na geração de energia na


forma de calor ou eletricidade. Possuem um diâmetro superior a 50mm e podem ser
produzidos a partir de qualquer resíduo vegetal. Ademais, é possível aplicá-los de vários
modos – um exemplo, é como substitutos diretos da lenha (DIAS et al., 2012).

Portanto, além de ser um combustível renovável, o briquete apresenta as seguintes


características: fácil manuseio e armazenamento, calor homogêneo, maior temperatura
da chama, pouca produção de fumaça, cinza e fuligem, não é um produto sazonal, é
legalizado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis). Ademais, é totalmente reciclado, não produz labaredas, não é tóxico, não
precisa de monocultura, utiliza mão de obra humana e tecnológica, atinge vários campos
de trabalho, é vendido em quantidade de massa. Também, preserva o meio ambiente,
por não necessitar que a empresa se desloque para outros lugares onde haja matéria-
prima e possui um menor custo de produção. Da mesma forma, é bastante utilizado em
territórios com escassez de terrenos e de árvores, pois utiliza restos de biomassa. E,
19

pelo fato de não desmatar, não provoca erosão do solo, nem interfere na sua esterilidade,
possuindo, então, um “marketing verde” (DANTAS, 2012).

4.3.1 Processo de Briquetagem

A briquetagem pode ser definida como o processo de densificação de pequenas


partículas, a fim de facilitar o manuseio do material in natura para transporte, estocagem
e aumento do poder calorífico da biomassa. A matéria prima utilizada em sua produção
inclui resíduos da indústria madeireira, biomassa e outros rejeitos que podem ser
inflamáveis (WILAIPON, 2009).

Desse modo, existem algumas tecnologias para a produção de briquetes, são elas:
a compactação com alta pressão, a compactação com média pressão aliada à alta
temperatura e a compactação com baixa pressão – a partir do uso de aglutinantes
(WILAIPON, 2009). Assim, a densificação, por meio da briquetagem, garante a
valorização de uma série de rejeitos, uma vez que promove a sua homogeneização em
termos de umidade, granulometria e densidade. De tal modo, essa compactação ou
prensagem, além de empregar os resíduos vegetais, possibilita compactar ou aglomerar
minérios, restos de metais e produtos químicos variados (QUIRINO, 2000).

A briquetagem é, portanto, uma forma muito eficiente para concentrar a energia


disponível na biomassa. Isso porque 1,00m³ de briquetes contém pelo menos 5 vezes
mais energia que 1,00m³ de resíduos – se considerar a densidade a granel e o poder
calorífico médio desses materiais (QUIRINO; BRITO, 1991).

O processo de briquetagem consiste, então, na aplicação de pressão a uma massa


de partículas, com ou sem adição de ligante e com ou sem tratamento térmico posterior
(QUIRINO; BRITO, 1991). A partir de estudos sobre o assunto, Waldir Quirino e José
Brito (2000) afirmam que os resíduos, após transformação em cilindros e secos entre
12% a 18% de umidade, podem ser briquetados em extrusoras de pistão mecânico
(Figura 3), extrusoras de pistão hidráulico (Figura 4), extrusoras de rosca sem fim ou,
ainda, peletizados (Figura 5).
20

Figura 3 - Prensa extrusora de pistão mecânico

Fonte: (MACHINIO, 2022)

Figura 4 - Prensa extrusora de pistão hidráulico

Fonte: (TECNOBRIQ, 2022)

Figura 5 - Peletizadora convencional

Fonte: (ENGMAQ, 2022)


21

Ao descrever a produção dos briquetes nos maquinários, observa-se que, em uma


prensa de pistão mecânica, a matéria-prima é alimentada e compactada na matriz por
um pistão alternativo. A matriz, geralmente, consiste em um tubo cônico, com seção
transversal circular, utilizado para compressão e extrusão na forma de briquetagem. O
atrito da matéria-prima com a parede da matriz, que eleva a temperatura, varia de 150 a
300°C. Assim, o material extrudado continua a passar por um duto com diâmetro
ligeiramente maior que a seção transversal da matriz, a fim de manter sua forma de
briquete, enquanto esfriam. A refrigeração é, então, necessária para permitir que o vapor
condense – caso contrário, a pressão pode causar rachaduras na superfície e
enfraquecer os pellets (DIAS et al., 2012).
Quanto às possibilidades de prensas para a briquetagem, as hidráulicas surgem
como uma opção. Esse dispositivo utiliza um pistão acionado por água corrente, a fim de
empurrar o material compactado para o lado, por uma rosca sem fim. Dessa forma, uma
peça voltada para o pistão se abrirá e empurrará o briquete para fora, quando a pressão
desejada for atingida. Assim, não é um processo de extrusão. Logo, a pressão aplicada
é geralmente menor, se comparada à prensa de pistão mecânica, resultando, então, em
briquetes de menor densidade (QUIRINO, 1980).
Deve-se pensar, por sua vez, no local de produção dos briquetes. Este deve possuir,
além da briquetadeira, silos de armazenagem, picadores, moinhos e secadores, a fim de
atender as etapas de pré-tratamento da matéria-prima. Após a fabricação, podem ser
ensacados, ou empilhados e embalados, para transporte e distribuição (EMBRAPA,
2012).
Desse modo, a Figura 6 mostra o fluxograma do processo de briquetagem. O
primeiro passo, então, consiste em receber a matéria-prima e encaminhá-la para um silo
úmido, que, por sua vez, vai enviá-la para o moinho – onde serão trituradas, a fim de
obter uma forma homogênea. Na sequência, com o intuito de diminuir a umidade, vão
passar pela secagem. Depois, serão estocadas em um silo seco, daí prosseguirão para
a briquetadeira – responsável pela produção dos briquetes – que vai compactá-las em
temperaturas altas. Assim, a lignina será plastificada, resultando em um pó a ser
22

transformado num cilindro homogêneo. O último passo será a embalagem e a estocagem


do produto final (DE SOUZA; PANDOLFI; COIMBRA, 2018).

Figura 6 - Fluxograma do processo de briquetagem

FONTE: (DE SOUZA; PANDOLFI; COIMBRA, 2018)

4.3.2 Principais Processos Aplicados no Brasil

O aumento da fabricação de briquetes e pellets no Brasil é motivado, especialmente,


por conta da demanda, cada vez mais alta, dessas matérias-primas nos setores
industriais e no mercado em geral. Dessa forma, a economia sustentável reclama e
impulsiona a produção de alternativas renováveis, capazes de reduzir a dispersão de
resíduos no meio ambiente e a emissão dos gases causadores do efeito estufa na
atmosfera. O objetivo, então, é substituir as fontes não renováveis de energia – como os
derivados do petróleo, a lenha nativa, o gás liquefeito do petróleo e a eletricidade.
Ademais, são opções vantajosas para o comércio, devido à facilidade de estocagem e
ao alto poder calorífico que possuem, por serem compactas e homogêneas (DIAS et al.,
2012).
23

É importante destacar que os maquinários e equipamentos utilizados no processo


de produção dos briquetes são, em sua maioria, de fabricantes nacionais, como a
Biomax, do Rio Grande do Sul, e a Lippel, de Santa Catarina. Já existem, também, no
país, empresas produtoras dessa matéria-prima, como a Brasil Biomassa, fundada em
2004, em Curitiba, com filial em São Paulo. Essa companhia é líder na área de
consultoria de empresas, na implementação de projetos industriais sustentáveis e no
gerenciamento e desenvolvimento de negócios inovadores. Além disso, é especialista
em todas as etapas da criação de unidades industriais que envolvem o uso de biomassa
para a geração de energia – dentre esses projetos, está o de produção de briquetes
(BIOMASSA, 2022).
Dessa forma, um dos empreendimentos da Brasil Biomassa, foi para o grupo
financeiro BMG, com a fabricação de biobriquetes, por meio de resíduos de coco babaçu.
Desse modo, o processo de produção foi dividido em quatro etapas: de preparação, de
mistura, de compressão e de tratamento térmico.
A parte da preparação consistiu no estudo do material compactado a ser briquetado
e no tipo de maquinário a ser utilizado para auxiliar na adesão das partículas. A
verificação das propriedades da matéria-prima permitiu, então, aferir o valor máximo da
pressão utilizada, além da taxa de compactação requerida pelo material. Dessa forma, o
coeficiente de atrito da biomassa informou, ao fim da produção, possíveis rachaduras
nos briquetes. Observou-se, também, por meio dessa primeira etapa, que o uso de
aglutinante ou ligante necessário na fabricação de briquetes, depende tanto das
características desse material quanto do tipo da biomassa em manuseio (BIOMASSA,
2022).
O processo de mistura, por sua vez, é uma das principais etapas da produção de
briquetes. Nessa, ocorre a fusão da biomassa com o aglutinante – em alguns casos, há
o tratamento térmico da mistura, possível de ser realizado no próprio equipamento –
briquetadeira –, a partir do uso de vapores saturados ou superaquecidos. Dessa forma,
é imprescindível que a temperatura desse amálgama esteja entre 85ºC e 90ºC, na
prensa, e que a umidade seja de 3% ± 1%, se os valores divergirem desses, pode ser
um indicativo de que há defeitos nos briquetes – uma fissura, por exemplo.
24

A terceira etapa é a de compressão, a fim de realizar a pré-compactação da matéria-


prima e encaminhá-la para a briquetadeira. Em sequência, faz-se a compactação, por
meio de um maquinário com dois rolos que giram em rotações contrárias, embora numa
mesma velocidade. Assim, a pressão ao material vai aumentar, gradativamente, até
atingir o seu valor máximo. Então, ao chegar ao seu ápice, a velocidade da máquina, aos
poucos, diminui, com o propósito de liberar os aglomerados para a estocagem
(BIOMASSA, 2022).
Ressalta-se, dessa forma, que a maioria das empresas que trabalham com a
produção de briquetes não utilizam aglutinantes em sua compactação, pois a lignina do
material atua como ligante (DIAS et al., 2012). Exceto as que processam finos de carvão
e combinam amido de milho para a fécula dessa matéria-prima.
25

5 ESTUDO DE CASO

Foi escolhido como Estudo de Caso o trabalho intitulado como Avaliação do


potencial energético das cascas de coco verde para aproveitamento na produção de
briquetes.

Autores: Mayara Esteves, Ana Abud e Karla Barcellos (2015)

5.1 Resumo

Considerando a alta produção e consumo do coco verde na cidade de Maceió-AL,


por conta da utilização das indústrias no envase da água de coco e o comércio nas orlas
das praias, cerca de 270 mil frutos por ano, o estudo realizado por Esteves, Abud,
Barcellos (2015) buscou verificar o potencial energético da biomassa residual do coco
verde na forma de briquetes, sendo eles uma alternativa na utilização à lenha e outros
tipos de combustíveis, para a obtenção de energia térmica em fornos industriais. Assim,
as pesquisadoras fizeram uma avaliação do potencial energético da biomassa, suas
propriedades físico-químicas pré e pós-briquetagem e os procedimentos envolvidos
nesta fabricação a partir da casca do coco verde. Após o processamento, os resíduos
foram classificados em pó e fibra, proporcionando poder calorífico de 18,48 e 19,47
MJ/kg, respectivamente. As autoras realizaram ainda uma análise do mercado de
briquetes na cidade, desde os fundamentais fabricantes aos atuais e prováveis
consumidores, identificando que existe um grande potencial de mercado para o uso do
briquete feito da biomassa da casca de coco verde no comércio local.

5.2 Materiais e Métodos

A coleta de dados foi realizada na orla da cidade de Maceió-AL, visto o alto


consumo e vendas de coco verde no local. A pesquisa de Esteves, Abud, Barcellos
(2015) foi com base na aplicação de formulários sobre a geração da casca de coco verde
na orla, direcionada aos vendedores de água de coco. As informações coletadas foram
26

sobre a quantidade de frutos vendidos semanalmente e/ou mensalmente, em períodos


de baixa e de alta temporada; o destino final dos resíduos e os registros fotográficos.
O trecho escolhido para a realização da pesquisa foi do trecho que começou no
Posto 7 da Polícia Militar, na orla da Jatiúca, até o final da orla da Pajuçara, na Av. Dr.
Antônio Gouveia, conforme Figura 7. Esse trecho foi escolhido pela alta demanda de
venda e consumo de coco verde na região.

Figura 7 - Trecho da orla da cidade de Maceió-AL avaliado no trabalho.

Fonte: (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015)

Além disso, foi feito um levantamento da geração de resíduos proveniente da


produção de água de coco verde pelas indústrias alimentícias na cidade de Maceió, que
foi feito junto às empresas de coleta e transportes dos resíduos ao aterro sanitário da
cidade. A classificação quantitativa do resíduo gerado pelo consumo in natura do coco
verde (R) foi estimado pelo produto do peso médio do coco (P), considerado 0,5 kg, pelo
percentual de resíduo (R%), cujo valor é 0,6 (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
Também foi realizada uma pesquisa de campo para determinar os principais
produtores de briquetes de Maceió, sendo dois fabricantes os únicos distribuidores do
produto no Estado de Alagoas. As duas fábricas produzem briquetes de bagaço de cana,
porém apenas uma delas possuía uma maior variedade de biomassas para a geração
27

dos briquetes. Entretanto, nenhum dos fabricantes utilizava a casca de coco verde como
biomassa na produção de briquetes. Isso porque afirmavam que a matéria-prima
necessitava de algumas etapas como, secagem e separação, e eles não possuíam
equipamentos para estas operações.
Além dessa pesquisa foi feito também um levantamento dos consumidores de
briquetes na cidade de Maceió, por meio de questionários, onde 100 estabelecimentos
foram entrevistados, sendo 70 padarias e 30 pizzarias, que buscou determinar o
percentual dos combustíveis mais comuns utilizados por algumas destas instalações
para alimentar os fornos, bem como a justificação para a seleção e os custos mensais
associados.
Foi feita a coleta de materiais das cascas de coco verde para caracterização físico-
química de densidade, umidade, teor de cinzas, teor de voláteis, teor de carbono fixo,
densidade energética e poder calorífico, segundo as normas NBR 8112/83 e NBR
8633/84 da ABNT, respectivamente. Assim, foi possível realizar uma avaliação
energética do reaproveitamento dessa biomassa através da produção de briquete.

5.3 Resultados e Discussão

No presente trabalho foi realizada coleta de dados e informações com a antiga


Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (SLUM), que hoje é denominada de
Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (SUDES), após um novo
código municipal de limpeza urbana ser aprovado em 2019, sendo que este documento
regula a destinação de resíduos sólidos na capital e prevê penas mais severas para
infratores flagrados em situações de disposição inadequada (PREFEITURA MUNICIPAL
DE MACEIÓ, 2019).
Assim, de acordo com o código da SLUM atual SUDES, comerciantes que
produzem mais de 100 litros de resíduos sólidos por dia são considerados como grandes
produtores de resíduos, assim, são tratados como especiais. Porém, o comércio de
venda de água de coco verde feito pelos ambulantes, são considerados de pequeno
porte e, além disso, são de extrema importância para o turismo local. No caso das
empresas produtoras de água de coco, é feito uma coleta dos resíduos por empresas
28

coletoras que descartam nos aterros sanitários de Maceió, que custa cerca de R$
67,00/tonelada. Sendo que estes resíduos levados para o aterro, seguem o mesmo
tratamento que os lixos domiciliares, visto que não havia projetos para o beneficiamento
dos resíduos do coco verde. Por conta da falta de informação por parte da SLUM atual
SUDES sobre essa biomassa, o trabalho realizado por Esteves, Abud, Barcellos (2015),
buscou quantificar a quantidade de resíduos gerados na cidade de Maceió através de
pesquisas de campo.
O total de coco verde vendido no período de alta estação (outubro a março) foi
em média de 181.482 unidades/ano, enquanto que no período de baixa estação (abril a
setembro) a média foi de 87.840 unidades/ano. No total foram 269.322 cocos verdes
vendidos anualmente, sendo possível estimar a quantidade de resíduos gerados com a
comercialização de coco in natura por barraqueiros e ambulantes. Assim, no
levantamento de resíduos tem-se que 80.796 kg de casca de coco verde foram
produzidos anualmente na orla da cidade de Maceió (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS,
2015).
Além do estudo feito pela produção dos resíduos de coco, foi realizado também
um levantamento das empresas que realizam a coleta e a limpeza urbana da cidade.
Duas empresas foram identificadas: a Solupel e a Viva Ambiental. A primeira citada não
tinha clientes do ramo de coco verde. Já a segunda, possuía na época quatro clientes
de diferentes portes e, deste modo, com quantidades distintas de resíduo, totalizando de
125 toneladas/mês, em período de alta temporada, e aproximadamente 100
toneladas/mês em baixa temporada, inteirando 1.350 toneladas/ano (ESTEVES; ABUD;
BARCELLOS, 2015).
De acordo com as pesquisas realizadas por Esteves, Abud, Barcellos (2015), a
quantidade estimada da produção de casca de coco verde na cidade de Maceió, foi de
1.485 toneladas/ano.

Outro ramo de pesquisa realizada foi nas empresas produtoras de briquetes, que na
época do estudo havia duas empresas: Renove S.A., situada em Rio Largo, e a Usina
Sumaúma, localizada em Marechal Deodoro. Para fins de verificação atual de possíveis
empresas atuantes na produção de briquetes, a presente autora constatou que, além da
29

Renove S.A. e da Usina Sumaúma, existe a EPaletes, localizada em Maceió, que


também realiza a produção de briquetes na região do Nordeste.

A fábrica da Usina Sumaúma ainda é pioneira na produção de briquetes no


Nordeste, sendo a principal biomassa utilizada de bagaço de cana-de-açúcar.

A Renove S.A. é uma das principais fornecedoras de briquetes para diversos


estabelecimentos, tais como o mercado local de pizzarias, padarias, churrascarias e
fábricas de cerâmica. Sua produção dos briquetes é feito de diferentes biomassas, dentre
eles o bagaço de cana, a palha e a casca do coco seco, além de gerar briquete de
resíduos de madeira e de bamboo. A Figura 8 mostra o formato dos briquetes fabricado
por cada uma das empresas mencionadas.

Figura 8 - Briquetes de bagaço de cana da Renove S.A. e Sumaúma.

Fonte: (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015)

Por fim, na última pesquisa realizada pela equipe Esteves, Abud, Barcellos (2015)
sobre o comércio de briquetes, foram entrevistados 100 estabelecimentos, sendo 70
padarias e 30 pizzarias na cidade de Maceió. Verificou-se, uma ampla gama de
consumidores de briquetes de bagaço de cana e, deste modo, de possíveis
consumidores de briquetes de casca de coco. A pesquisa foi realizada em diferentes
regiões da cidade de Maceió, caracterizadas em partes alta e baixa da cidade, conforme
Figura 9.
30

Figura 9 - Mapa das regiões alta e baixa de Maceió-AL.

Fonte: (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015)

O resultado da pesquisa foi de cerca de 53% das padarias e 45% das pizzarias
localizadas na parte baixa da cidade que consomem briquetes de bagaço e 10% das
padarias e 9% das pizzarias, também da parte baixa de Maceió, fazem uso simultâneo
de lenha e briquete. A parte alta da cidade mostrou que 26% dos estabelecimentos não
tinham conhecimento do uso de briquetes e por isso, utilizavam a lenha, que era cerca
de 46,7% das padarias e 51% das pizzarias. Nenhum entrevistado da parte alta da cidade
faz uso específico de briquetes como combustível. Percebeu-se a necessidade de uma
maior exposição e utilização do produto, principalmente na parte alta da cidade
(ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
Foi verificado que a maioria dos estabelecimentos têm preferência pelo briquete,
por conta da sua praticidade e limpeza operacional, seguido pela facilidade de aquisição
31

em relação à lenha legalizada e à legalidade de seu uso. Porém, foi visto que o valor do
briquete é cerca de 25% maior que o valor da lenha. Assim, os estabelecimentos que
utilizam a lenha, declaram que a lenha é mais barata e mais fácil de se obter comparado
ao briquete, pois podem ser encontrados em estabelecimentos menores, como
marcenarias, restos de construção, descarte de móveis velhos, podagem de árvores e,
frequentemente, de forma ilegal (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
Além disso, a utilização de forno elétrico e a gás é muito comum por esses
estabelecimentos entrevistados, pela facilidade do uso e higiene. A estrutura física do
local também influencia a adoção desses equipamentos, pois possibilita a utilização de
um ambiente menor, sem a necessidade de armazéns para depósito de combustíveis
sólidos. Porém, o custo dessa utilização é 50% maior comparado aos briquetes
(ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015). Por fim, analisando os dados que foram
coletados no estudo, percebe-se que os comerciantes não possuem tanto conhecimento
sobre a utilização dos combustíveis renováveis e que é necessário realizar uma
divulgação maior do produto, para que este possa ser inserido nos estabelecimentos.
O processo de produção dos briquetes e as análises foram feitas na Universidade
Federal de Alagoas (UFAL). Primeiramente foi realizado o tratamento apropriado de
secagem, corte, moagem e peneiramento, para uniformizar o tamanho de partícula. Além
disso, foi feita a retirada dos "fios" de fibras mais longas. De tal maneira, a fibra e o pó
restante foram classificados, selecionando o resíduo retido na peneira de malha 30 Mesh
(0,595 mm < G < 2,38 milímetros). Após esse tratamento, foi feita a medição da umidade
para iniciar o processo de briquetagem (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
A produção dos briquetes foi realizada no laboratório de adensamento de
biomassa da UFAL, utilizando a prensa IKA-WERKE (Figura 10), utilizando-se cerca de
0,5 g do material sob pressão por 3 minutos. Foram produzidos briquetes de pó e de
fibras de casca de coco verde. As análises foram realizadas no Laboratório de Energia
e Biocombustíveis (LABEN) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e seus
resultados estão descritos na Tabela 3, esses valores foram realizados em triplicata,
sendo eles expressos pela média e desvio padrão (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS,
2015).
32

Figura 10 - Prensa IKA-WERKE

Fonte: (IKA)

Tabela 3 - Resultados físico-químicos da biomassa da casca de coco verde in natura e


em formato de briquetes.

Pó de Fibra de Briquete Briquete


Análise coco in coco de pó de de fibra de
natura in natura coco coco
Massa específica (g/cm³) 0,05±0,01 0,046±0,01 0,51±0,07 0,50±0,07
Umidade (%) 15,1±0,2 13,0±0,6 12,1±0,5 12,4±0,5
Cinzas (%) 8,23±0,52 8,23±0,52 5,40±0,30 3,06±0,10
Teor de voláteis (%) 79,73±2,75 79,73±2,75 82,75±1,27 86,20±0,90
Teor de carbono fixo (%) 12,02±0,65 12,02±0,65 11,85±1,10 10,70±0,60
Poder calorífico (MJ/kg) 18,79 18,79 18,47 19,47
Fonte: (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015)

De acordo com Pinheiro et al. (2005), densidade energética (DE) (Mcal/m³ ou


MJ/m³) é a propriedade que avalia a performance da biomassa como combustível, pois
descreve as informações físicas e químicas do produto, tais como constituição química,
poder calorífico e cinzas. Além disso, é definida como o produto entre o poder calorífico
(PC) e a massa específica (µ). Assim, conforme Equação 1, foi possível calcular a
densidade energética (MJ/m³) dos briquetes de pó de coco e fibra de coco.
33

𝐷𝐸 = 𝑃𝐶 ∗ µ

Os resultados obtidos das análises geraram valores de 9.419,70 e 9.735,00 MJ/m³


para os briquetes de pó e fibra, respectivamente. Realizando uma comparação com os
resultados obtidos no trabalho de Pinheiro et al. (2005), que encontrou valores de
densidade energética na faixa de 1.882,80 a 2.510,40 MJ/m³ para serragens de madeira,
tem-se que os briquetes de casca de coco verde possuem vantagem energética quando
comparado às serragens de madeira.
Na produção de energia utilizando biomassa, quanto menor o teor de umidade,
maior é o calor gerado por unidade de massa, então o teor de umidade é um parâmetro
muito importante de controle (VALE et al., 2000). De acordo com Padilla et al. (2016)
uma boa faixa de teor de umidade para produzir briquetes é em torno de 12%, onde os
resultados obtidos na umidade dos briquetes de casca de coco verde estão dentro dessa
faixa.
O valor do teor de cinzas representa a parte inerte da biomassa, que seria
basicamente a parte que não sofre combustão (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
O teor de cinzas de briquetes de bagaço de cana de açúcar, de acordo com o estudo de
Fernandez et al. (2017), é de 5,57%, um valor maior comparado aos resultados dos
briquetes de coco verde, que indica que a biomassa de coco verde tem uma melhor
queima do que a biomassa de bagaço de cana de açúcar.
O teor de voláteis determina a facilidade com que o combustível inicia o processo
de combustão, indicando que o briquete de coco verde é altamente espontâneo para
queimar (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015). Os resultados encontrados nos
briquetes de biomassa de coco verde estão bem próximos aos valores encontrados para
briquetes de biomassas lignocelulósicas. No entanto, apresentou valores um pouco mais
elevados que o teor de voláteis contido no bagaço de cana (77,5%) e nas serragens de
madeira (76,2%) (MARCHESE et al., 2018).
O teor de carbono fixo refere-se à proporção de biomassa que se queima no estado
sólido. As percentagens de carbono fixo permitem diferenciar se o combustível sólido é
de boa qualidade para utilização em fábricas (SANT’ANNA et al., 2012). Os resultados
obtidos de carbono fixo foram de 10,70% e 11,85%, para os briquetes de fibra e pó de
34

coco verde respectivamente, valores próximos e que geralmente são encontrados para
briquetes de resíduos agrícolas, em torno de 13,6% (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS,
2015).
O poder calorífico é definido como a quantidade de energia liberada na forma de
calor quando a unidade de massa do material em análise queima (DIAS et al., 2012). O
briquete da fibra do coco verde apresentou um valor maior de poder calorífico, 19,47
MJ/kg, comparado com o briquete de pó de coco verde, 18,47 MJ/kg, porém, são
resultados que estão dentro da faixa de diversos resíduos agrícolas, tanto que na
pesquisa feita por Protásio et al. (2011) foram encontrados valores de poder calorífico
para diferentes resíduos lignocelulósicos, tais como 19,14 MJ/kg para maravalhas de
eucalipto; 18,89 MJ/kg para bagaço de cana de açúcar; 16,18 MJ/kg para casca de arroz.
Observa-se que, antes do processo de briquetagem, o poder calorífico dos briquetes de
pó de coco era maior e os briquetes de fibras de coco era menor, pois o poder calorífico
aumenta quando não há fibras adicionadas ao pó em seu estado natural (ESTEVES;
ABUD; BARCELLOS, 2015).

Este trabalho mostra a importância de uma boa avaliação e levantamento da


geração do resíduo alvo, mostrando dados das possíveis unidades geradoras e as
possíveis unidades consumidoras desse resíduo para a produção dos briquetes, que
apresentaram potencialmente interessantes para aplicação energética. Possibilitando
assim, maior conhecimento técnico científico para fomentar possíveis investimentos de
empresas para a produção do produto final obtido de reaproveitamento.

5.4 Conclusão do Estudo de Caso

Diante das análises físico-químicas e das pesquisas em campo, conclui-se que a


utilização da biomassa de casca de coco verde tem um bom aproveitamento de potencial
energético. A utilização dos resíduos de coco verde ajudaria na redução dos impactos
ambientais e consequentemente reduziria a disposição desses resíduos nos aterros
sanitários e nas orlas das praias de Maceió. Além disso, seria uma ótima fonte de energia
renovável para os estabelecimentos, visto que existe uma carência de combustíveis
35

renováveis. Por fim, as análises físico-químicas comprovaram o grande potencial


energético que a biomassa de coco verde possui na produção dos briquetes, em
comparação a alguns resíduos, tais como a lenha e o bagaço de cana de açúcar. Nessas
análises, percebe-se que os briquetes produzidos de fibra de coco verde possuem uma
pequena vantagem comparados aos briquetes produzidos de pó de coco verde, nos
aspectos de teor de voláteis, teor de carbono fixo, teor de cinzas, poder calorífico no
valor de 19,47 MJ/kg e densidade energética de 9.735,00 MJ/m³.
36

6 CONCLUSÃO GERAL

Após conclusão do estudo feito neste presente trabalho, verificou-se que a utilização
de biomassa lignocelulósica é uma alternativa para substituir combustíveis não
renováveis, sendo esses na produção de briquetes, que podem ser produzidos através
de diversos tipos de biomassas, como por exemplos resíduos agroindustriais. A
produção de briquetes, além de ser uma alternativa renovável, é, também, sustentável
para o meio ambiente, visto que reduz as disposições de resíduos no ambiente e
consequentemente reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa. Além disso,
o uso de resíduos agroindustriais de forma geral além de proporcionar o seu
reaproveitamento para fins energéticos, em muitos casos também proporcionará a
diminuição de encaminhamento desses resíduos para os aterros sanitários
proporcionando maior tempo de vida dos aterros projetados. Outro ponto importante é
que os briquetes possuem um alto poder calorífico, comparados a lenha e ao bagaço de
cana de açúcar, sendo muito favorável, considerando que quanto maior o poder calorífico
maior é a energia que possui nele. No estudo de casos analisado, utilizando coco verde
como biomassa, foi comprovado que a produção de briquetes de biomassa de resíduos
lignocelulósica possui potencial energético para utilização como combustível renovável.
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