PAIVA-2022- Fluxograma Produção - Briquetes Casca de Coco
PAIVA-2022- Fluxograma Produção - Briquetes Casca de Coco
PAIVA-2022- Fluxograma Produção - Briquetes Casca de Coco
UBERLÂNDIA
2022
MARIANA VIEIRA PAIVA
UBERLÂNDIA
2022
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE BRIQUETES DE RESÍDUOS DE
FRUTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA.
______________________________________
Profa. Dra. Patrícia Angélica Vieira, FEQUI/UFU (Orientador)
______________________________________
Profa. Dra. Thamayne Valadares Oliveira, FEQUI/UFU
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M.a Bruna Jeanne Soares Pacheco, FEQUI/UFU
AGRADECIMENTOS
Minha mãe Andréa, que sempre se empenhou e se dedicou para que eu tivesse
sucesso em minha vida, sem seu apoio incondicional eu nada seria.
Meu pai Junior, que sempre me proporcionou todo o conforto e incentivo para que
eu pudesse vencer essa etapa desafiadora.
Meu irmão Pedro, que sempre foi meu companheiro. Obrigada pela amizade e
atenção dedicada em todos os momentos que precisei.
Aos meus avós Zezé e Lazinha, que sempre me deram apoio, carinho e incentivo
durante toda essa jornada, vocês são minhas inspirações de vida.
Ingrid, sem seu apoio e companheirismo, essa graduação não seria possível.
Obrigada por aguentar tantas crises de estresse e ansiedade ao meu lado.
1 INTRODUÇÃO 9
2 OBJETIVOS 12
2.1 Objetivo Geral 12
2.2 Objetivos Específicos 12
3 METODOLOGIA 13
4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 14
4.1 Biomassa 14
4.2 Resíduos Agrícola e de Frutas 16
4.3 Briquetes 18
4.3.1 Processo de Briquetagem 19
4.3.2 Principais Processos Aplicados no Brasil 22
5 ESTUDO DE CASO 25
5.1 Resumo 25
5.2 Materiais e Métodos 25
5.3 Resultados e Discussão 27
5.4 Conclusão do Estudo de Caso 34
6 CONCLUSÃO GERAL 36
7 REFERÊNCIAS 37
9
1 INTRODUÇÃO
influencia na capacidade de poder calorífico, pois quanto maior for, menor será o seu
valor energético (MÜZEL et al., 2014). Portanto é importante que isso seja avaliado, ao
considerar os resíduos em potenciais a serem utilizados como fonte de energia para
combustão. Na Tabela 1 é apresentado alguns valores do poder calorífico e do teor de
umidade de alguns deles.
2 OBJETIVOS
O objetivo geral desse trabalho foi realizar levantamento bibliográfico das principais
tecnologias na produção de briquetes, a partir do uso de resíduos de frutas, para a
geração de energia.
3 METODOLOGIA
4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
4.1 Biomassa
Todo material orgânico, não fóssil, que tenha conteúdo de energia química no
seu interior, o que inclui todas as vegetações aquáticas ou terrestres, árvores,
biomassa virgem, lixo orgânico, resíduos de agricultura, esterco de animais e
outros tipos de restos industriais. A biomassa de madeira inclui todo o material
da árvore: tronco, ramos, folhas, casca e raízes (VIDAL; DA HORA, 2011 p.266).
Assim, seja para fins energéticos ou como fonte para a geração de energia elétrica,
a biomassa está entre as fontes renováveis com mais possibilidades em termos de
natureza, origem, tecnologia de conversão e produtos energéticos disponibilizados para
uso (ENERGIA, 2007). O que justifica, inclusive, o interesse deste trabalho em refletir a
respeito da aplicação dos resíduos de frutas na produção de briquetes.
as partes das frutas e das hortaliças, polpa, bagaços, cascas, talos e folhas, na criação
de novos produtos, a fim de evitar o desperdício. Logo, esses rejeitos se apresentam
como uma alternativa tecnológica sustentável bastante acessível, que pode ser aplicada
tanto no ambiente industrial como no residencial (RORIZ, 2012).
Outra pesquisa interessante, a partir de resíduos agrícolas, foi a de Erika Silva (et
al., 2018), que avaliou o aproveitamento energético da biomassa do coco verde.
Verificou-se, assim, pelo estudo de caso, um grande consumo dessa fruta no Brasil e,
por conseguinte, muita produção de resíduos sólidos, além de seu acúmulo exacerbado
nos litorais e nas cidades. Dessa forma, para os pesquisadores, uma das alternativas
para diminuir a quantidade desses rejeitos nos espaços públicos é a reciclagem.
Da mesma maneira, a pesquisa realizada por Erika Silva (et al. 2018) concluiu serem
os resíduos de coco verde uma das melhores alternativas para a produção de briquetes.
Isso porque, após uma série de estudos, observou-se que essa forma de biomassa
possui um valor de poder calorífico em torno de 4.490,00 Kcal/Kg. Ademais, o coco verde
pode ser reaproveitado de várias formas – como substratos agrícolas, confecção de
artesanatos, produção de etanol, entre outros. Desse modo, segundo os pesquisadores,
reaproveitar a biomassa dessa fruta na criação de briquete é interessante, tanto na
produção de energia, por possuir um valor energético alto, quanto para a resolução de
problemas ambientais.
18
4.3 Briquetes
Fonte: (BIOMAX)
pelo fato de não desmatar, não provoca erosão do solo, nem interfere na sua esterilidade,
possuindo, então, um “marketing verde” (DANTAS, 2012).
Desse modo, existem algumas tecnologias para a produção de briquetes, são elas:
a compactação com alta pressão, a compactação com média pressão aliada à alta
temperatura e a compactação com baixa pressão – a partir do uso de aglutinantes
(WILAIPON, 2009). Assim, a densificação, por meio da briquetagem, garante a
valorização de uma série de rejeitos, uma vez que promove a sua homogeneização em
termos de umidade, granulometria e densidade. De tal modo, essa compactação ou
prensagem, além de empregar os resíduos vegetais, possibilita compactar ou aglomerar
minérios, restos de metais e produtos químicos variados (QUIRINO, 2000).
5 ESTUDO DE CASO
5.1 Resumo
dos briquetes. Entretanto, nenhum dos fabricantes utilizava a casca de coco verde como
biomassa na produção de briquetes. Isso porque afirmavam que a matéria-prima
necessitava de algumas etapas como, secagem e separação, e eles não possuíam
equipamentos para estas operações.
Além dessa pesquisa foi feito também um levantamento dos consumidores de
briquetes na cidade de Maceió, por meio de questionários, onde 100 estabelecimentos
foram entrevistados, sendo 70 padarias e 30 pizzarias, que buscou determinar o
percentual dos combustíveis mais comuns utilizados por algumas destas instalações
para alimentar os fornos, bem como a justificação para a seleção e os custos mensais
associados.
Foi feita a coleta de materiais das cascas de coco verde para caracterização físico-
química de densidade, umidade, teor de cinzas, teor de voláteis, teor de carbono fixo,
densidade energética e poder calorífico, segundo as normas NBR 8112/83 e NBR
8633/84 da ABNT, respectivamente. Assim, foi possível realizar uma avaliação
energética do reaproveitamento dessa biomassa através da produção de briquete.
coletoras que descartam nos aterros sanitários de Maceió, que custa cerca de R$
67,00/tonelada. Sendo que estes resíduos levados para o aterro, seguem o mesmo
tratamento que os lixos domiciliares, visto que não havia projetos para o beneficiamento
dos resíduos do coco verde. Por conta da falta de informação por parte da SLUM atual
SUDES sobre essa biomassa, o trabalho realizado por Esteves, Abud, Barcellos (2015),
buscou quantificar a quantidade de resíduos gerados na cidade de Maceió através de
pesquisas de campo.
O total de coco verde vendido no período de alta estação (outubro a março) foi
em média de 181.482 unidades/ano, enquanto que no período de baixa estação (abril a
setembro) a média foi de 87.840 unidades/ano. No total foram 269.322 cocos verdes
vendidos anualmente, sendo possível estimar a quantidade de resíduos gerados com a
comercialização de coco in natura por barraqueiros e ambulantes. Assim, no
levantamento de resíduos tem-se que 80.796 kg de casca de coco verde foram
produzidos anualmente na orla da cidade de Maceió (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS,
2015).
Além do estudo feito pela produção dos resíduos de coco, foi realizado também
um levantamento das empresas que realizam a coleta e a limpeza urbana da cidade.
Duas empresas foram identificadas: a Solupel e a Viva Ambiental. A primeira citada não
tinha clientes do ramo de coco verde. Já a segunda, possuía na época quatro clientes
de diferentes portes e, deste modo, com quantidades distintas de resíduo, totalizando de
125 toneladas/mês, em período de alta temporada, e aproximadamente 100
toneladas/mês em baixa temporada, inteirando 1.350 toneladas/ano (ESTEVES; ABUD;
BARCELLOS, 2015).
De acordo com as pesquisas realizadas por Esteves, Abud, Barcellos (2015), a
quantidade estimada da produção de casca de coco verde na cidade de Maceió, foi de
1.485 toneladas/ano.
Outro ramo de pesquisa realizada foi nas empresas produtoras de briquetes, que na
época do estudo havia duas empresas: Renove S.A., situada em Rio Largo, e a Usina
Sumaúma, localizada em Marechal Deodoro. Para fins de verificação atual de possíveis
empresas atuantes na produção de briquetes, a presente autora constatou que, além da
29
Por fim, na última pesquisa realizada pela equipe Esteves, Abud, Barcellos (2015)
sobre o comércio de briquetes, foram entrevistados 100 estabelecimentos, sendo 70
padarias e 30 pizzarias na cidade de Maceió. Verificou-se, uma ampla gama de
consumidores de briquetes de bagaço de cana e, deste modo, de possíveis
consumidores de briquetes de casca de coco. A pesquisa foi realizada em diferentes
regiões da cidade de Maceió, caracterizadas em partes alta e baixa da cidade, conforme
Figura 9.
30
O resultado da pesquisa foi de cerca de 53% das padarias e 45% das pizzarias
localizadas na parte baixa da cidade que consomem briquetes de bagaço e 10% das
padarias e 9% das pizzarias, também da parte baixa de Maceió, fazem uso simultâneo
de lenha e briquete. A parte alta da cidade mostrou que 26% dos estabelecimentos não
tinham conhecimento do uso de briquetes e por isso, utilizavam a lenha, que era cerca
de 46,7% das padarias e 51% das pizzarias. Nenhum entrevistado da parte alta da cidade
faz uso específico de briquetes como combustível. Percebeu-se a necessidade de uma
maior exposição e utilização do produto, principalmente na parte alta da cidade
(ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
Foi verificado que a maioria dos estabelecimentos têm preferência pelo briquete,
por conta da sua praticidade e limpeza operacional, seguido pela facilidade de aquisição
31
em relação à lenha legalizada e à legalidade de seu uso. Porém, foi visto que o valor do
briquete é cerca de 25% maior que o valor da lenha. Assim, os estabelecimentos que
utilizam a lenha, declaram que a lenha é mais barata e mais fácil de se obter comparado
ao briquete, pois podem ser encontrados em estabelecimentos menores, como
marcenarias, restos de construção, descarte de móveis velhos, podagem de árvores e,
frequentemente, de forma ilegal (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
Além disso, a utilização de forno elétrico e a gás é muito comum por esses
estabelecimentos entrevistados, pela facilidade do uso e higiene. A estrutura física do
local também influencia a adoção desses equipamentos, pois possibilita a utilização de
um ambiente menor, sem a necessidade de armazéns para depósito de combustíveis
sólidos. Porém, o custo dessa utilização é 50% maior comparado aos briquetes
(ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015). Por fim, analisando os dados que foram
coletados no estudo, percebe-se que os comerciantes não possuem tanto conhecimento
sobre a utilização dos combustíveis renováveis e que é necessário realizar uma
divulgação maior do produto, para que este possa ser inserido nos estabelecimentos.
O processo de produção dos briquetes e as análises foram feitas na Universidade
Federal de Alagoas (UFAL). Primeiramente foi realizado o tratamento apropriado de
secagem, corte, moagem e peneiramento, para uniformizar o tamanho de partícula. Além
disso, foi feita a retirada dos "fios" de fibras mais longas. De tal maneira, a fibra e o pó
restante foram classificados, selecionando o resíduo retido na peneira de malha 30 Mesh
(0,595 mm < G < 2,38 milímetros). Após esse tratamento, foi feita a medição da umidade
para iniciar o processo de briquetagem (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS, 2015).
A produção dos briquetes foi realizada no laboratório de adensamento de
biomassa da UFAL, utilizando a prensa IKA-WERKE (Figura 10), utilizando-se cerca de
0,5 g do material sob pressão por 3 minutos. Foram produzidos briquetes de pó e de
fibras de casca de coco verde. As análises foram realizadas no Laboratório de Energia
e Biocombustíveis (LABEN) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e seus
resultados estão descritos na Tabela 3, esses valores foram realizados em triplicata,
sendo eles expressos pela média e desvio padrão (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS,
2015).
32
Fonte: (IKA)
𝐷𝐸 = 𝑃𝐶 ∗ µ
coco verde respectivamente, valores próximos e que geralmente são encontrados para
briquetes de resíduos agrícolas, em torno de 13,6% (ESTEVES; ABUD; BARCELLOS,
2015).
O poder calorífico é definido como a quantidade de energia liberada na forma de
calor quando a unidade de massa do material em análise queima (DIAS et al., 2012). O
briquete da fibra do coco verde apresentou um valor maior de poder calorífico, 19,47
MJ/kg, comparado com o briquete de pó de coco verde, 18,47 MJ/kg, porém, são
resultados que estão dentro da faixa de diversos resíduos agrícolas, tanto que na
pesquisa feita por Protásio et al. (2011) foram encontrados valores de poder calorífico
para diferentes resíduos lignocelulósicos, tais como 19,14 MJ/kg para maravalhas de
eucalipto; 18,89 MJ/kg para bagaço de cana de açúcar; 16,18 MJ/kg para casca de arroz.
Observa-se que, antes do processo de briquetagem, o poder calorífico dos briquetes de
pó de coco era maior e os briquetes de fibras de coco era menor, pois o poder calorífico
aumenta quando não há fibras adicionadas ao pó em seu estado natural (ESTEVES;
ABUD; BARCELLOS, 2015).
6 CONCLUSÃO GERAL
Após conclusão do estudo feito neste presente trabalho, verificou-se que a utilização
de biomassa lignocelulósica é uma alternativa para substituir combustíveis não
renováveis, sendo esses na produção de briquetes, que podem ser produzidos através
de diversos tipos de biomassas, como por exemplos resíduos agroindustriais. A
produção de briquetes, além de ser uma alternativa renovável, é, também, sustentável
para o meio ambiente, visto que reduz as disposições de resíduos no ambiente e
consequentemente reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa. Além disso,
o uso de resíduos agroindustriais de forma geral além de proporcionar o seu
reaproveitamento para fins energéticos, em muitos casos também proporcionará a
diminuição de encaminhamento desses resíduos para os aterros sanitários
proporcionando maior tempo de vida dos aterros projetados. Outro ponto importante é
que os briquetes possuem um alto poder calorífico, comparados a lenha e ao bagaço de
cana de açúcar, sendo muito favorável, considerando que quanto maior o poder calorífico
maior é a energia que possui nele. No estudo de casos analisado, utilizando coco verde
como biomassa, foi comprovado que a produção de briquetes de biomassa de resíduos
lignocelulósica possui potencial energético para utilização como combustível renovável.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://www.brasilbiomassa.com.br/briquete. Acesso em: 7 jul. 2022.
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https://www.biomaxind.com.br/briquetes/.
DIAS, José Manuel Cabral De Sousa et al. Produção de briquetes e péletes a partir de
resíduos agrícolas, agroindustrais e florestais. Embrapa Agroenergia, [s. l.], p. 130,
2012. Disponível em: www.cnpae.embrapa.br
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VALE, Ailton Teixeira do et al. Produção de energia do fuste de Eucalyptus grandis hill
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