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RECEI

Revista Ensino Interdisciplinar, v. 3, nº. 07, Janeiro/2017


UERN, Mossoró, RN

A INSERÇÃO DO TEXTO LITERÁRIO EM AULAS DE E/LE

THE INSERTING OF THE LITERARY TEXT IN E / LE LESSONS

Marta Jussara Frutuoso da Silva1


Crígina Cibelle Pereira2

RESUMO:

Este trabalho foi pensado a partir da necessidade da inclusão do texto literário como
elemento motivacional nas aulas de língua estrangeira, como também, em uma efetiva
aplicabilidade do ensino de literatura. Com essa investigação, objetivamos pesquisar se
os professores de língua espanhola usam o texto literário em sua prática de ensino para
a formação dos alunos. Nosso trabalho caracteriza-se uma pesquisa qualitativa e é um
estudo de caso, pois analisamos e nos aprofundamos na experiência vivenciada. Para a
nossa fundamentação nos apoiamos nas contribuições de Albaladejo (2004), Aragão
(2006), Fillola (2002), Santos (2007) e Juárez (1998), principalmente no que concerne
ao uso do texto literário. Em face do exposto, pensamos através da nossa investigação,
oferecer relevantes contribuições teórico-práticas ao ensino de línguas, em relação ao
uso do texto literário e o ensino de literatura, e, sobretudo na formação de professores
de espanhol.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura. Texto literário. Ensino de Línguas.

ABSTRACT:

This work was thought from the necessity of including the literary text as a motivational
element in the classes of foreign language, as well as in an effective applicability of
literature teaching. With this investigation, we aim to investigate whether Spanish-
speaking teachers use the literary text in their teaching practice for the training of
students. Our work is characterized by a qualitative research and is a case study, as we
analyze and deepen our experience. For our reasoning we rely on the contributions of
Albaladejo (2004), Aragão (2006), Fillola (2002), Santos (2007) and Juárez (1998),
mainly regarding the use of the literary text. In view of the above, we think through our
investigation, offer relevant theoretical and practical contributions to language teaching,
in relation to the use of literary text and literature teaching, and especially in the training
of Spanish teachers.

KEYWORDS: Literature. Literary Text. Language Teaching.

DOI:10.21920/recei72017376577
http://dx.doi.org/10.21920/recei72017376577

INTRODUÇÃO
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino - PPGE (UERN). Email fmartajussara@yahoo.com.br
2
Doutora em estudos da linguagem/UERJ. E-mail criginacibelle@yahoo.com.br
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Revista Ensino Interdisciplinar, v. 3, nº. 07, Janeiro/2017
UERN, Mossoró, RN

De acordo com o que estão expostos no título do nosso artigo, argumentamos que os
pontos centrais do nosso estudo são: texto literário perpassando pela questão da formação
docente (caso específico da língua espanhola) e do ensino de línguas. Elencaremos aqui o que
nos motivou a escrever sobre o tema deste artigo3.
O nosso interesse nesse estudo partiu a partir da preocupação de como a literatura vem
sendo ministrada em muitas instituições de ensino, de forma tradicional, caracterizado
basicamente por duas funções: auxiliar no estudo de normas linguísticas e, de maneira
cronológica, apresentar um contexto histórico que condiz com o do país. Sobre isso, Rangel
(2003) afirma que, ensinar literatura resume-se nos seguintes passos: a) ligar a literatura a uma
suposta evolução cronológica b) informar sobre as tendências estéticas – as Escolas Literárias; c)
resumir a obra.
Com isso, percebemos que o gênero literário está cada vez menos sendo usado nas aulas
de línguas, ou funciona como “pretexto”, apenas para justificar que há a inserção do gênero
literário, no entanto sabemos que muitas vezes o objetivo é outro e vai perdendo espaço a cada
dia e sendo descartado por alunos e professores. Com isso pensamos em investigar como se nas
aulas de Língua Espanhola do Campus Avançado Maria Elisa de Albuquerque Maia (doravante
CAMEAM), inserem o texto literário e qual o tipo de abordagem e motivação realizada pelo
professor.
O corpus do trabalho é composto por 25 questionários, realizados com os alunos do
curso de Letras Espanhol do CAMEAM, e das entrevistas realizadas com dois professores da
disciplina de língua espanhola do referido curso.
A metodologia de trabalho constitui-se em investigar: a) Qual é a abordagem realizada
pelos professores formadores de língua espanhola; b) Há lugar para o texto literário (doravante
TL) nas aulas de Espanhol como língua estrangeira (doravante ELE); c) Até que ponto os
discentes são motivados em relação à inserção do TL no papel de futuros professores.
Nosso artigo está pautado em três seções: esta introdução, posteriormente a segunda
seção que se refere ao construto teórico sobre o texto literário nas aulas de ELE; e na terceira
seção, apresentamos alguns gráficos sintetizando as nossas análises, fazendo uma discussão com
a teoria; e por fim, breves considerações sobre o trabalho.

O TEXTO LITERÁRIO E O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA

Nesta seção, mostraremos a relevância da literatura e as contribuições do TL para as aulas


de ELE.
Durante muito tempo os métodos de ensino de línguas estavam centrados apenas na
tradução, dessa forma desmotivava o professor e o aluno e com isso havia uma recusa, assim o
material literário era visto de uma forma negativa. Fillola (2002) afirma que os textos literários
foram o centro de uma metodologia centrada na tradução e no estudo de referentes gramaticais.
Foi uma metodologia pouco motivadora e que não atendia nem aos interesses dos aprendizes
nem a critérios de funcionalidade da aprendizagem e que ainda lembra-se inclusive como pouco
relevante. Com isso, as constantes transformações dos métodos de ensino e aprendizagem de
línguas fizeram com que o professor buscasse recursos que facilitassem a sua prática e
consequentemente a formação do aluno.

3
O presente artigo é parte dos estudos desenvolvidos em nossa dissertação.

SILVA, M. J. F; PEREIRA, C. C. A inserção do texto literário em aulas de E/Le. Revista Eletrônica Científica Ensino
Interdisciplinar. Mossoró, v.3, n. 07, 2017.
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Dessa forma, é essencial a utilização do texto literário no ensino de línguas, pois é uma
relevante ferramenta que aprimora ainda mais as aulas, pelo seu valor autêntico, cultural, social,
comunicativo, etc. Muitos professores evitam a ideia de trabalhar com textos literários em suas
aulas e o motivo da recusa é justificado, por alguns, pela inadequação dos textos, por sua
complexidade linguística, no caso dos cânones, por exemplo.
No entanto, atualmente alguns estudiosos estão desmistificando a ideia de que é um
recurso limitado, pelo contrário, o texto literário pode englobar diversos tipos de atividades, e se
o professor tiver criatividade consegue trabalhar múltiplas habilidades.
Dessa forma, a inserção do texto literário abre um leque de possibilidades ao leitor por
diversos fatores, como por exemplo, o de não gerar somente uma maneira de exploração do
conteúdo estudado, pois o professor pode inserir várias opções metodológicas, trabalhando assim
várias habilidades comunicativas, ou até mesmo um aprofundamento sobre um componente
cultural.
Conforme apontam (Lopes et al p. 66) “De fato, as possibilidades trazidas pelo texto
literário podem levar o leitor à identificação com os personagens, culturas e/ou aspectos
históricos, visitar épocas, lugares e costumes diferentes, adentrar na ficção, reconhecer denúncias
sociais”.
Além das possibilidades já mencionadas por Lopes, Costa e Sampaio, há outros pontos
relevantes, que elencaremos a seguir na hora de considerar o texto literário nas aulas de línguas,
especificamente de língua estrangeira.

 É um material autêntico, se vamos nos servir de uma obra literária, seja clássica ou
moderna;
 É importante para a prática das quatro habilidades, pois com o mesmo texto literário,
o professor como mediador, pode criar atividades que incitem o aluno a usar cada
uma das quatro habilidades que são trabalhadas em uma aula de línguas estrangeira,
por exemplo;
 Exposição da cultura da língua meta, já que o aluno terá o contato com a idiossincrasia
daquele povo e conhecerá de forma aprofundada esta cultura;
 Possibilidade de uma leitura fora do espaço de sala de aula, já que em um texto
literário o aluno tem a vantagem de recorrer ao material toda vez que seja necessário
para revisar ou simplesmente para uma leitura de fruição.

Albaladejo García (2007) apresenta cinco razões para incluir o texto literário no ensino e
aprendizagem de línguas. 1) Possui um caráter universal, já que a universalidade dos temas, como
amor, morte, etc são comuns a todas as culturas e faz com que uma obra literária se aproxime
ao mundo do estudante; 2) A literatura é um material “autêntico”, o que significa que as obras
estão organizadas com o propósito de ensinar uma língua, e que portanto o aluno tem contato
com mostras de línguas dirigidas a falantes nativos; 3) O valor cultural da literatura, pois através
dos textos literários os estudantes podem obter um melhor entendimento da forma de vida do
país, pois mesmo que o mundo do romance, obra de teatro ou história curta seja um mundo
criado, oferecem um vívido contexto em que os personagens de diversos extratos sociais podem
ser representados; 4) Riqueza linguística que aportam os textos literários, representado no
incremento do vocabulário por parte do aluno e nas obras escritas se encontram com maior
frequência estruturas sintáticas, variações estilísticas e formas de conectar ideias que normalmente
não encontramos no texto falado; 5) Compromisso pessoal do estudante com a obra que lê4.

4
Grifos nossos.
67
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FINALIDADES E SELEÇÃO DO TEXTO LITERÁRIO

Ademais das razões para incluir o TL apresentadas por Albaladejo García, Juárez nos
apresenta as cinco finalidades na inserção do TL em aulas de E/LE. Segundo Juárez (1998, p.
277-278) as finalidades são as seguintes:

1) Conteúdos gramaticais: a literatura se concebe como um pretexto para o


ensino/aprendizagem de uma língua, tanto se queremos uma função, trabalhar
aspectos gramaticais ou, simplesmente repassar objetivos.
2) História da literatura: encontrar os textos mais representativos de uma
época, autor ou de uma obra, encerra uma difícil tarefa que às vezes pode
resultar inclusive impossível.
3) Conteúdos culturais, históricos e sociais: a literatura se apresenta como
reflexo de uma época histórica e de um modo de conceber o mundo.
4) A literatura como elemento de enriquecimento da compreensão leitora:
a leitura é a habilidade que mais possibilidades, a priori, ofereceria ao exercício
da literatura. Para muitos, a relação entre literatura e leitura é unívoca. Com
esta última conseguiríamos ampliar o vocabulário e melhorar a expressão
escrita.
5) Literatura: integração de habilidades e conteúdos sócio/culturais: o
objetivo seria a aquisição e prática das quatro habilidades comunicativas, tanto
se abordamos o ensino da literatura em unidades didáticas dentro dos cursos
de E/LE, como se a concebemos em uma disciplina independente5.

Todas as finalidades aqui apresentadas pelos autores só acrescentam a ideia das inúmeras
vantagens, não só para o professor como também para o aluno, que efetivamente se tornará um
leitor proficiente.
No entanto, vale salientar que não é uma tarefa fácil escolher um texto literário para usar
nas aulas. Em primeiro lugar, devemos ter em conta que ao selecionar um texto literário devemos
analisar se está de acordo com o nível dos alunos, que os textos não devem passar da linha de
conhecimento, o nível de compreensão e a competência dos alunos. Ademais não se pode incluir
o texto literário apenas como pretexto para o ensino de regras gramaticais ou para tradução de
palavras ou frases.
Fillola (2002) ressalta que a seleção dos textos literários possibilita diversas atividades de
uma aprendizagem linguística e cultural que envolve uma aprendizagem comunicativa.

5
Tradução livre nossa: “1) Contenidos gramaticales: la literatura se concibe como pretexto para la
enseñanza/aprendizaje de una lengua, tanto si queremos presentar una función, trabajar aspectos gramaticales, o ,
simplemente repasar objetivos.
2) Historia de la literatura: encontrar los textos más representativos de una época, autor o de una obra, encierra una
difícil tarea que a veces puede resultar incluso imposible.
3) Contenidos culturales, históricos y sociales: la literatura se presenta como reflejo de una época histórica y de un
modo de concebir el mundo.
4) La literatura como elemento de enriquecimiento de la comprensión lectora: la lectura es la destreza que más
posibilidades, a priori, ofrecería al ejercicio de la literatura. Para muchos, la relación entre literatura y lectura es
unívoca. Con esta última conseguiríamos ampliar el vocabulario y mejorar la expresión escrita.
5) Literatura: integración de destreza y contenidos socio/culturales: el objetivo sería la adquisición y práctica de las
cuatro destrezas comunicativas, tanto si abordamos la enseñanza de la literatura en unidades didácticas dentro de los
cursos de E/LE, como si la concebimos en una asignatura independiente”.

SILVA, M. J. F; PEREIRA, C. C. A inserção do texto literário em aulas de E/Le. Revista Eletrônica Científica Ensino
Interdisciplinar. Mossoró, v.3, n. 07, 2017.
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É preciso destacar que a seleção de textos literários – por exemplo, os que se


tomam de várias obras da narrativa contemporânea- possibilita amplas, diversas
e interessantes atividades para desenvolver tanto aspectos genéricos da
aprendizagem linguística e cultural como facetas específicas para a
aprendizagem comunicativa6 (2002, p.116).

Núñez defende que para uma apreciação da linguagem literária, o texto deve ser autêntico
e para outros fins podem ser usadas obras adaptadas ou fragmentos de obras. Núnez (2006, p.66)
afirma que:
Uma das questões mais importantes do ensino da literatura em uma aula de
ELE se refere à seleção dos textos e dos autores. Em primeiro lugar, para
preservar a especificidade da linguagem literária, os textos têm que ser
autênticos. As adaptações literárias de obras pré-existentes ou os textos literários
adaptados a diversos níveis são úteis em outras circunstâncias (a leitura
autônoma do aluno ou as atividades relacionadas com a aprendizagem
linguística) mas não para a aproximação ao feito literário na aula7.

A questão de trabalhar com obras originais ou obras adaptadas ainda é muito polêmica,
pois muitos teóricos defendem, de acordo com as suas convicções, como se trabalhar o texto
literário em sala de aula. Há alguns autores que apresentam a ideia de trabalhar simplesmente
com fragmentos de obras literárias, partindo do professor o trabalho de fazer uma recopilação
desses fragmentos.
Alguns professores, ao selecionar um TL para a aula de ELE optam por trabalhar com
obras adaptadas ou com as leituras clássicas graduadas, que são uma versão diferente das
adaptações e dão um suporte para o professor e para o aluno, pois além de trazem informação,
mesmo que de forma resumida, do autor e contexto histórico, no corpo do texto apresenta
algumas notas explicativas quanto à linguagem ou expressão e por fim apresenta uma ficha de
leitura para uma melhor compreensão leitora. Lerner (1999, p. 403) afirma que as leituras
clássicas graduadas:

São textos de ficção escritos especialmente para estudantes de ELE, com


estrutura de romance ou de diário, que em sua maioria pertencem ao gênero
detetivesco ou de suspense. Nesses livros costuma haver ajudas para a leitura:
uma introdução para a descrição dos personagens ou antecedentes da história,
exercícios para realizar durante ou depois da leitura, notas explicativas de
elementos de índole cultural (que podem aparecer traduzidas em vários
idiomas), e um glossário. Nos textos há como é lógico, diálogo, descrição e
narração, mas nos níveis mais baixos predomina a forma dialogada sobre as
outras duas8.

6
Tradução nossa: “Es preciso destacar que la selección de textos literarios – por ejemplo, los que se toman de
muchas obras de la narrativa contemporánea – posibilita amplias, diversas e interesantes actividades para desarrollar
tanto aspectos genéricos del aprendizaje lingüístico y cultural como facetas específicas para el aprendizaje
comunicativo”.
7
Tradução livre nossa: “Una de las cuestiones más importantes de la enseñanza de la literatura en el aula de ELE se
refiere a la selección de textos y los autores. En primer lugar, para preservar la especificidad del lenguaje literario,
los textos han de ser auténticos. Las adaptaciones literarias de obras preexistentes o los textos literarios adaptados a
diversos niveles son útiles en otras circunstancias (la lectura autónoma del alumno o las actividades relacionadas con
el aprendizaje lingüístico) pero no para el acercamiento al hecho literario en el aula”.
8
Tradução livre nossa: “Son textos de ficción escritos especialmente para estudiantes de ELE, con estructura de
novela o de diario, que en su mayoría pertenecen al género detectivesco o de suspense. En estos libros suele haber
ayudas para la lectura: una introducción con la descripción de los personajes o antecedentes de la historia, ejercicios
para realizar durante o después de la lectura, notas explicativas de elementos de índole cultural (que pueden aparecer
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Para uma criteriosa e efetiva seleção de textos é necessário ter um objetivo. Sobre essa
questão Montesa e Garrido (1990, p. 453) afirmam que “o texto literário não deve ser traído.
Não foi escrito para, como um estranho labirinto, fazer o aluno recorrer a busca de adjetivos,
preposições ou pretéritos imperfeitos9”. Corroborando com o pensamento de Montesa e
Garrido, Pinheiro-Mariz apud Beserra (2014) explica que:

O texto literário, numa dada língua estrangeira, não pode ser visto como um
grupo de palavras soltas, representadas por uma linguagem figurada usada para
tratar do estilo do autor do texto, nem tampouco ser utilizado para levantar
elementos gramaticais e sintáticos.

Assim, como apontado por Montesa e Pinheiro-Mariz apud Beserra, o texto não deve ser
usado como pretexto, de qualquer forma, apenas para ilustrar a apresentação de elementos
gramaticais ou contexto histórico de um determinado período.
Ao optar por incluir o texto literário na aula de E/LE, o professor deve levar em
consideração uma série de fatores na hora de selecionar o material literário. Albaladejo García
(2007) aponta seis critérios na hora de selecionar o texto literário para as aulas de língua
estrangeira. 1) Os textos devem ser acessíveis; 2) os textos devem ser significativos e motivadores;
3) Textos integradores de várias habilidades; 4) Textos que ofereçam múltiplas formas de ser
explorados; o penúltimo critério ele coloca como um questionamento, a saber: 5) Os textos
literários para a aula de língua estrangeira, devem incluir conotações sócio-culturais; e o último
critério, no qual a autora considera talvez o mais contraditório, é o que trata de discernir que tipo
de textos é mais apropriado na aula de língua estrangeira: textos originais, simplificados ou leituras
graduadas e o nível mais conveniente para o seu uso.
Na seleção dos textos literários, o cuidado com a linguagem é fundamental não só para
alunos nativos como para alunos estrangeiros. Uma linguagem bastante rebuscada pode tornar-
se um problema de compreensão para o aluno. Ocasar (2009, p.5) adverte para esse cuidado
com a linguagem na seleção dos textos literários:

A linguagem, longe de conduzir até um sentido profundo, é uma barreira que


obstaculiza a compreensão. Se isto é assim para estudantes hispano falantes,
que partem de uma alta competência da língua, é fácil reconhecer que o
obstáculo se duplica para os estrangeiros, que devem salvar uma dupla
distância: a que lhes separa da língua comum atual, e a da língua distanciada
cronologicamente. Para muitos, este obstáculo é insalvável e por isso necessita
de sentido pensar em um ensino como o que estamos planejando10.

traducidas a varios idiomas), y un glosario. En los textos hay, como es lógico, diálogo, descripción y narración pero
en los niveles más bajos predomina la forma dialogada sobre las otras”.
9
Tradução libre nossa: “El texto literario no debe ser traicionado. No ha sido escrito para, como en un extraño
laberinto, hacérselo recorrer al alumno a la búsqueda de adjetivos, preposiciones o pretéritos imperfectos”.
10
Tradução livre nossa: “El lenguaje, lejos de conducir hacia un sentido profundo, es una barrera que obstaculiza la
comprensión. Si esto es así para estudiantes hispanohablantes, que parten de una alta competencia en la lengua, es
fácil reconocer que el obstáculo se duplica para los extranjeros, que deben salvar una doble distancia: la que les
separa de la lengua común actual, y la de la lengua alejada cronológicamente. Para muchos, este obstáculo es
insalvable y por ello carece de sentido pensar en una enseñanza como la que estamos planteando”.

SILVA, M. J. F; PEREIRA, C. C. A inserção do texto literário em aulas de E/Le. Revista Eletrônica Científica Ensino
Interdisciplinar. Mossoró, v.3, n. 07, 2017.
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Para um aluno estrangeiro, somando-se do desafio de dominar uma língua estrangeira,


há também o acesso a linguagem. Como já mencionamos, é preciso ter muito cuidado ao tentar
selecionar material literário para usar em aulas de ELE.
Selecionar uma obra é uma decisão do professor ou do programa da disciplina em função
dos leitores. Além dos fatores já mencionados anteriormente na seleção de um TL para usar em
uma aula de E/LE, há outros critérios que devem ser inseridos nessa seleção, como por exemplo:
quais os objetivos que se pretende alcançar com a leitura, o nível dos alunos, quais os meios ou
materiais que se têm disponíveis e, sobretudo as indicações ou sugestões feitas pelos próprios
alunos.
Segundo Albaladejo García (2004, p. 39) “o leque de possibilidades da eleição de um
texto adequado ao nível do aluno é tão abundante que dificilmente se encontrará o docente na
situação de não encontrar um texto com o vocabulário mais idôneo para a sua aula11”.
Saboia (2012, p. 39) discute sobre essa questão, bem como sobre a ausência do texto
literário nas aulas de Espanhol como língua estrangeira, a autora afirma que:

A discussão sobre a ausência do TL12 nas aulas de E/LE13 deveria fazer parte da
própria formação do futuro professor, pois dessa forma este poderia ser
capacitado para realização de propostas de atividades com a utilização do TL
que, por sua vez, o estimulariam a inserir esse recurso em suas aulas de
espanhol.

Como mencionado por Saboia (2012) a ausência do texto literário nas aulas de línguas,
ocorre muitas vezes pela formação do professor que reflete na sua prática de ensino. Em alguns
casos, na formação inicial do professor não houve incentivo ou o professor formador de língua
não fez nenhuma abordagem com o uso do TL, e tal prática foi reproduzida negativamente pelo
professor. Beserra (2014, p. 35) corrobora com essa afirmativa e diz que “o texto literário, quando
não usado na formação inicial, perpassa insegurança para o profissional, fazendo com que o
mesmo utilize negativamente em sala de aula”.
Como podemos perceber, o uso do texto literário nas aulas de E/LE, se for inserido com
uma abordagem adequada só traz benefícios para o aluno como também para o professor. No
sentido de deixar o aluno mais criativo, crítico e permite ao professor uma aula mais interativa e
dinâmica. Montoro (1993, p. 73) ressalta que:

Conseguimos fazer do aluno um ente ativo, criador, despertando sua


curiosidade, capacidade crítica e juízo de valor, assim como, dando renda solta
a imaginação e improvisação, fazer do texto um instrumento vivo, de maneira
que suas ideias, traduzidas em palavras fossem, além de vivencias, e demonstrar
que o valor do texto, portanto, vai mais além do que nele está escrito, pois
transpassa seus limites para nos permitir brincar com ele, experimentar com ele
e criar novos mundos através dele14.

11
“el abanico de posibilidades de elección de un texto adecuado al nivel del alumno es tan abundante que difícilmente
se encontrará el docente en la situación de no encontrar un texto con el vocabulario más idóneo para su clase”.
12
Texto literário (sigla usada pela autora).
13
Espanhol como língua estrangeira (sigla usada pela autora).
14
“Conseguimos hacer del alumno un ente activo, creador, despertando su curiosidad, capacidad crítica y juicio de
valor, así como, dando rienda suelta a la imaginación e improvisación, hacer del texto un instrumento vivo, de
manera que sus ideas, traducidas en palabras fuesen además vivencias; y demostrar que el valor del texto, por tanto,
va más allá de lo que en él hay escrito, pues traspasa sus límites para permitirnos jugar con él, experimentar con él,
y crear nuevos mundos a través de él”.
71
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Partindo do pressuposto de que o aluno motivado ao ser imerso no universo do TL e


que com essa motivação que ele vivencia pode perpassar o que se encontra no escrito, fazendo
o aluno vivenciar outros mundos. Luengo15 (1996) aposta em técnicas para conseguir a motivação
dos alunos quanto ao uso do TL em aulas de E/LE, como por exemplo: substituir as leituras que
não estejam vinculadas com seus gostos por outras cujos temas sejam mais atrativos, planejar
atividades a partir de fragmentos escolhidos dessas leituras para conseguir chegar de forma
indutiva ao conhecimento dos distintos aspectos da língua, incluir atividades para realizar em
oficinas, realizar atividades de animação leitora com vistas a fomentar o hábito leitor e o prazer
pela leitura, criação de uma revista literária, utilização da técnica de “texto livre” de Freinet para
a expressão escrita etc.
É imprescindível um cuidado criterioso com a seleção dos textos literários para serem
trabalhados em aulas de ELE, é relevante que o professor não recorra ao erro de fazer do uso
do texto literário como uma historicização ou uma tradição literária. Cassany (2007, p. 491) diz
que “os conteúdos não podem ser recopilações de dados, nomes, títulos e datas, mas que devem
proporcionar elementos para compreender uma realidade determinada16”.
As diversas possibilidades, seja linguística, cultural seja didático metodológicas que o texto
literário pode proporcionar, se for explorada de uma maneira criteriosa e com o olhar para o
leitor enriquece a competência do aprendiz. Fillola (2002) corrobora que

O certo é que os textos literários contêm e aportam numerosas e diferentes


expoentes de uso que enriquecem a competência comunicativa do aprendiz de
LE e que a literatura é uma (ampla) parcela da linguagem que devidamente
explorada na aula é altamente rentável e enriquecedora17”.

Portanto, como podemos perceber são diversos os argumentos a favor de texto literário
em aulas de E/LE, na hora de preparação de uma atividade com o uso do TL, há de se pensar
no professor, no aluno e no texto, quais os saberes e competências que o leitor ativa sobretudo
na recepção do texto literário. No tópico seguinte apresentaremos os resultados da nossa
pesquisa.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No gráfico a seguir, analisaremos qual o tipo de abordagem realizada pelos professores


das disciplinas de Língua Espanhola do CAMEAM. Sabemos que dependendo do tipo de
abordagem realizada pelo professor, o discente pode se motivar a usar o TL ou a descartar
totalmente. É interessante que as abordagens realizadas promovam uma interação.

Gráfico 01- Abordagem dada pelo professor de ELE.

15
Tradução nossa.
16
Tradução livre nossa: “Los contenidos no pueden ser recopilaciones de datos, nombres, títulos y fechas, sino que
han de proporcionar elementos para comprender una realidad literaria determinada”.
17
Tradução livre nossa: “Lo cierto es que los textos literarios contienen y aportan numerosos y diferentes exponentes
de uso que enriquecen la competencia comunicativa del aprendiz de LE y que la literatura es una (amplia) parcela
del lenguaje que debidamente explotada en el aula es altamente rentable y enriquecedora”.

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Abordagem realizada pelo professor de ELE


100%
0%

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3


Amostra literária/apresentações
0 8 4
culturais
Elaboração de artigos científicos 0 9 4
Avaliação/Apresentação de
0 10 5
seminários
Socialização da interpretação 0 12 6
Debates e discussões em grupo 0 8 5
Complementação do conteúdo 0 1 1
Resumo da obra 0 2 1
Responder questões 4 1 1

Fonte: elaborado pela autora

Observando o gráfico 01, encontramos as formas de abordagens dadas pelos professores


de línguas, e como podemos perceber o que predominou nos três grupos foi “Responder
questões”, ou seja, o TL como pretexto para a verificação de aprendizagem. Segundo Silva

[...] a leitura é trabalhada no espaço escolar tendo como objetivo final alguma
estratégia de avaliação, o que coloca o aluno diante de uma tarefa árdua: é
preciso ler para fazer exercícios, provas, fichas de leitura, resumos, enfim, o ato
de ler visa cumprir tarefas escolares (2003, p.513).

Percebemos também que o grupo 1 só foi feita um tipo de abordagem que foi para
responder questões, nesse sentido houve um apagamento do leitor, pois não houve a função
interativa texto-leitor. Nos grupos 2 e 3 percebemos que houve mais de um tipo de abordagem
citada pelos alunos: “Amostra literária e apresentações culturais” (12), nesse sentido o professor
fez a abordagem a partir de estudos intersemióticos, pensando a vinculação entre o TL e outras
manifestações artístico-culturais como o teatro ou a música, por exemplo. “Elaboração de artigos
científicos” (13), “Avaliação e apresentação de seminários” (15), “Socialização da interpretação”
(18), “Debates e discussões em grupo” (13), “Complementação do conteúdo” (02), “Resumo da
obra” (03). Consoante a Silva (2003, p. 524) “As abordagens que priorizam a interação texto-
leitor precisam ter mais penetração no contexto escolar, a fim de valorizar mais o papel dinâmico
do leitor na recepção textual”.
Com isso, reforça as múltiplas possibilidades que um texto literário pode ser explorado
em sala de aula de ELE. Algumas das abordagens mencionadas pelos alunos comungam com os
tipos de atividades que podem ser realizadas utilizando o TL, conforma aponta Ballester:

- Aulas expositivas;
- Exposição de temas por parte dos alunos;
- Coleção, análise e elaboração de material didático;
- Diário de classe e leitura;
- Visitas aos centros;
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- Realização de um trabalho de investigação;


- Elaboração de mapas conceituais;
- Debates e discussões em grupo;
- Sessões de ensino
- Observação e elaboração de programações18 (1999, p. 143-144).

Como já mencionamos anteriormente o tipo de abordagem pode atrair ou distanciar o


discente. Se o tipo de abordagem for adequado à aprendizagem, consequentemente haverá uma
motivação e a recepção do aluno quanto ao texto literário será favorável. Hester apud Silva (2003,
p 523) diz que “podemos preparar nossos alunos para “experienciar” um texto literário e
devemos intensificar essa atividade”.
Os dados seguintes são provenientes do segundo ponto “Motivação quanto ao uso do
texto literário em aulas de língua espanhola”, do questionário realizado com os alunos. Quando
indagamos na questão 3.1 se “Houve, incentivo/motivação de algum professor (a) seu (sua)
durante o período da graduação em utilizar o texto literário”, obtivemos as seguintes respostas.

Gráfico 2- Motivação quanto ao uso do TL.

Motivação quanto ao uso do TL

12

10
Título do Eixo

0
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Sim 5 12 7
Não 1 0 0

Fonte: elaborado pela autora

Conforme percebemos no gráfico, os alunos reconhecem que foram incentivados e/ou


motivados quanto ao uso do TL em aulas de ELE. Temos resultados bastante positivos em
relação à motivação, pois dos três grupos, apenas um discente do grupo 1 declarou que não se
sentiu motivado pelos professores da graduação quanto ao uso do TL. É essencial que os
professores de ELE atuem como um incentivadores para os alunos, se preocupem com a sua
formação como leitores, que eles contribuam para a criação de um repertório de leitura, como
18
Tradução nossa: “- Classes expositives; - Exposició de temes per part dels alumnes; - Recollida, anàlisi i elaboració
de material didàctics; - Diaris de classe i de lectura; - Visites als centres; - Realització d’ un treball d’investigació; -
Elaboració de mapes conceptuals; - Debats i discussions en group; - Sessions de ensenyament; - Observació i
elaboraó de programacions”.

SILVA, M. J. F; PEREIRA, C. C. A inserção do texto literário em aulas de E/Le. Revista Eletrônica Científica Ensino
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uma forma de preparação para a atuação profissional dos futuros professores. Quanto ao
incentivo/motivação ao futuro professor, Aragão diz que:

Não se trata simplesmente de dar ao futuro professor os conteúdos ou as


ferramentas metodológicas necessárias para sua prática, mas de lhe incentivar a
se perguntar se esses são os mais adequados a sua realidade, ou a se preparar
para ao longo da sua atuação profissional, ir mudando e adaptando de acordo
com as necessidades de cada momento ou grupo19 (2006, p.128).

Para finalizar, constatamos, a partir das nossas análises, que o professor formador
incentiva/motiva o aluno quanto ao uso do TL, no entanto, percebemos dois tipos de abordagens
distintas. P1 subutiliza o TL, ou seja, aborda-o, mas dentro de uma perspectiva tradicional ou
para a aquisição de componentes linguísticos, como posto por Acquaroni (2007), e P2 utiliza o
TL em uma perspectiva de interação com o leitor, como proposto na recepção leitora defendida
por Fillola (2002).
Quanto ao olhar do aluno, ele se sente motivado a usar o TL, declara que já usou
fragmentos e obras literárias completas e que reproduzirá o trabalho com o TL em sua prática
profissional, repetindo o tipo de abordagem que foi dada em sala de aula pelo professor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A guisa de conclusão, apresentamos como objetivos: a) pesquisar se os professores de


língua espanhola usam o texto literário em sua prática de ensino para a formação dos alunos; b)
identificar que fatores impedem o uso do texto literário nas aulas de língua estrangeira e c) sugerir
formas de incluir o texto literário nas aulas de línguas.
Assim, consideramos que os professores de língua espanhola inserem o texto literário em
sua prática de ensino, no entanto não é feita uma abordagem adequada para a formação dos
alunos leitores. Identificamos que a formação do professor é um dos fatores influenciam na
inserção do texto literário nas aulas de língua estrangeira.
A partir dessas constatações através da nossa análise e respaldados no nosso aporte teórico
sugerimos contribuições significativas para propostas didático-metodológicas sobre a inserção do
TL nas aulas de ELE. Acreditamos que a Universidade e todos os seus atores tem um papel
fulcral na formação de futuros professores, no sentido de incentivar a leitura, fazer com que o
aluno consiga ler, entender e produzir textos, de maneira crítica e reflexiva, e o TL se for bem
utilizado consegue atingir esses objetivos. Sugerimos que o trabalho com a inserção do texto
literário começa inicialmente com o professor, se temos professores motivados, leitores,
consequentemente teremos também alunos motivados com o uso do TL nas aulas de línguas.
Acreditamos que é primordial uma efetiva valorização do TL, que o professor insira
realmente o TL com uma abordagem interacionista, explorando as múltiplas possibilidades que
esse texto oferece, seja usando um poema ou uma letra de canção. Resta somente selecionar e
adequar ao nível o grupo em que se deseja trabalhar.

REFERÊNCIAS

19
Tradução nossa: “No se trata simplemente de darle al futuro profesor los contenidos o las herramientas
metodológicas necesarias para su práctica, pero de incentivarle a preguntarse si ésos son los más adecuados a su
realidad, o a prepararse para, a lo largo de su actuación profesional, irlos cambiando y adaptando de acuerdo con
las necesidades de cada momento o grupo”.
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Submetido em: Maio de 2016


Aprovado em: Novembro de 2016

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