lei-7862-2002
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TÍTULO I
DA POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS
Art. 4º Esta lei institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, define diretrizes e normas de
prevenção da poluição, proteção e recuperação da qualidade do meio ambiente e da saúde pública, assegurando o uso
adequado dos recursos ambientais no Estado de Mato Grosso.
VI - responsabilização dos geradores pelo gerenciamento dos seus resíduos sólidos em todo o
seu ciclo;
VII - responsabilização pós-consumo do fabricante e/ou importador pelos produtos e respectivas
embalagens ofertados ao consumidor final;
VIII - cooperação entre o Poder Público, o setor produtivo e a sociedade civil;
IX - cooperação interinstitucional entre os órgãos do Estado e dos Municípios, estimulando a
busca de soluções consorciadas e/ou compartilhadas;
X - responsabilização por danos causados pelos agentes econômicos e sociais com adoção do
princípio do poluidor pagador;
XI - integrar a Política de Resíduos Sólidos às políticas de erradicação do trabalho infantil;
XII - direito à Educação Ambiental dirigida ao gerador de resíduos e ao consumidor dos
produtos;
XIII - adoção dos princípios do desenvolvimento sustentável como premissa na proposição do
modelo de Gestão de Resíduos Sólidos para o Estado de Mato Grosso, baseado em agenda mínima para alcançar os
objetivos gerais propostos, a curto e médio prazos;
XIV - erradicação dos lixões.
CAPÍTULO IV
DAS DIRETRIZES
Art. 6º A ação do Poder Público na implementação dos objetivos previstos nesta lei será orientada
pelas seguintes diretrizes:
I - incentivo à não-geração, minimização, reutilização e reciclagem de resíduos através de:
a) alteração de padrões de produção e de consumo;
b) desenvolvimento de tecnologias limpas;
c) aperfeiçoamento da legislação correlata.
II - incentivo ao desenvolvimento de programas de gerenciamento integrado de resíduos
sólidos;
III - compatibilização do gerenciamento de resíduos sólidos com o gerenciamento dos recursos
hídricos, o desenvolvimento regional e a proteção ambiental;
IV - definição de procedimentos relativos ao acondicionamento, armazenamento, coleta,
transporte, transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos;
V - incentivo ao estabelecimento de parcerias com organizações que permitam otimizar a gestão
dos resíduos sólidos;
VI - incentivo à implantação de indústrias recicladoras de resíduos sólidos;
VII - incentivo à criação e ao desenvolvimento de associações e/ou cooperativas de catadores e
classificadores de resíduos sólidos;
VIII - incentivo à parceria entre Estado, Municípios e entidades privadas para o
desenvolvimento de programas de capacitação técnica na área de gerenciamento de resíduos sólidos;
IX - estabelecimento de critérios para o gerenciamento de resíduos perigosos;
X - incentivo à parceria entre Estado, Municípios e sociedade civil para implantação do
programa de educação ambiental, com enfoque específico para a área de resíduos sólidos;
XI - incentivo à criação de novos mercados de produtos reciclados e a ampliação dos já
existentes;
XII - preferência, nas aquisições, a produtos compatíveis com os princípios e fundamentos desta
lei;
XIII - articulação institucional entre os gestores visando à cooperação técnica e financeira,
especialmente nas áreas de saneamento, meio ambiente, recursos hídricos e saúde pública;
XIV - garantia de atendimento à população dos serviços de gerenciamento de resíduos sólidos;
XV - investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias ambientalmente adequadas;
XVI - ação reparadora mediante a identificação de áreas degradadas pela disposição inadequada
de resíduos sólidos;
XVII - flexibilização da prestação de serviços de limpeza urbana, com adoção de modelos
gerenciais e tarifários, que assegurem a sua sustentabilidade econômica e financeira;
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CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS
TÍTULO II
DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
CAPÍTULO I
DOS PROGRAMAS
Art. 8º A Política de Gestão de Resíduos Sólidos será desenvolvida, também, através de programas
que visem estimular:
I - a não-geração e a minimização da geração de resíduos sólidos;
II - a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos;
III - as mudanças nos padrões de produção e de consumo;
IV - a adoção de sistemas de gestão ambiental;
V - a universalização do acesso da população aos serviços de gerenciamento de resíduos
sólidos;
VI - a auto-sustentabilidade dos serviços de gerenciamento de resíduos sólidos;
VII - a coleta, transporte, armazenamento, tratamento e disposição final ambientalmente
adequados dos resíduos sólidos;
VIII - a recuperação ou revitalização de áreas degradadas em decorrência da disposição
inadequada de resíduos sólidos;
IX - ampliação e consolidação dos mercados de produtos reciclados;
X - o fortalecimento institucional dos órgãos responsáveis pelo cumprimento desta lei;
XI - a melhoria das condições sociais, econômicas e ambientais das comunidades que trabalham
com o aproveitamento de resíduos.
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CAPÍTULO II
DO SISTEMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Art. 9º Cabe ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, assessorar, estudar e propor ao
Governo do Estado de Mato Grosso diretrizes de políticas estaduais de resíduos sólidos e deliberar no âmbito de sua
competência sobre normas e padrões.
Art. 10 Cabe aos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, assessorar, estudar e propor aos Governos
Municipais diretrizes de políticas de resíduos sólidos e deliberar no âmbito de sua competência sobre normas e padrões de
políticas específicas.
Art. 11 Cabe ao Estado do Mato Grosso, através da Fundação Estadual do Meio Ambiente, órgão do
Sistema Nacional do Meio Ambiente, em articulação com os demais órgãos, adotar as providências necessárias que
objetivem:
I - apoiar tecnicamente os programa municipais de gerenciamento de resíduos sólidos, na
obtenção de recursos financeiros para fomento da atividade, no estímulo à criação de órgãos municipais de meio ambiente e
Conselhos Municipais de Meio Ambiente, estes últimos capazes de atuarem na esfera, consultiva, normativa local;
II - orientar as indústrias sobre a exigência de licenciamento ambiental;
III - estimular as indústrias a fazer constar nas suas embalagens e promover por meio de
campanhas publicitárias, o risco proveniente do uso inadequado de seus produtos e embalagens;
IV - incentivar o monitoramento e auditorias internas entre as empresas integrantes dos comitês
de gestão de bacias, distritos industriais e outras associações com interesses comuns;
V - estimular programas de coleta seletiva em parceria com os Municípios e a iniciativa privada;
VI - viabilizar, através de Fundos de Meio Ambientes, recursos para promoção humana e a
qualificação dos profissionais da área, bem como para os operadores do sistema de gestão integrada de resíduos sólidos;
VII - estimular a gestão compartilhada entre Municípios para soluções de tratamento, destinação
final, coleta de resíduos dos serviços de saúde;
VIII - estabelecer regras e regulamentos para apresentação de plano de gerenciamento de
resíduos;
IX - garantir à população o acesso às informações relativas à manipulação, acondicionamento,
armazenamento, coleta seletiva, transporte, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos;
X - elaborar e implantar em parceria com os Municípios, empresas privadas e organizações não
governamentais, programa estadual de capacitação de recursos humanos com atuação para o gerenciamento de resíduos
sólidos;
XI - articular com o Ministério de Meio Ambiente e Ministério da Saúde ações de
gerenciamento de resíduos que sejam do interesse dos Municípios.
Art. 12 O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos será efetuado pelos Municípios de forma
preferencialmente integrada.
§ 1º A execução dos serviços a cargo da esfera municipal, em todas as etapas ou parcelas,
poderá ser direta ou indiretamente por meio de consórcios intermunicipais ou iniciativa privada.
§ 2º A execução de qualquer serviço pela iniciativa privada não exime os órgãos públicos da
responsabilidade pela gestão.
Art. 13 A fiscalização ambiental e sanitária será exercida distintamente pelo órgão ambiental estadual,
vigilância sanitária e órgãos municipais de meio ambiente.
Art. 16 As entidades e órgãos da Administração Pública deverão optar preferencialmente, nas suas
compras e contratações, pela aquisição de produtos de reduzido impacto ambiental, que sejam duráveis, não perigosos,
recicláveis, reciclados e passíveis de reaproveitamento, devendo especificar essas características na descrição do objeto das
licitações, observadas as formalidades legais.
CAPÍTULO III
DOS PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
§ 2º Os resíduos que apresentem risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, devido à
presença de agentes biológicos e substâncias químicas perigosas, deverão receber tratamento diferenciado durante as
operações de manejo, coleta, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final.
Art. 20 Caberá a FEMA fixar os critérios básicos sobre os quais deverão ser elaborados os Planos de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS, para fins de licenciamento, contemplando, além dos princípios e fundamentos
estabelecidos nesta lei, os itens a seguir:
I - diagnóstico da situação atual do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos;
II - a origem, caracterização e volume de resíduos gerados;
III - os procedimentos a serem adotados na segregação, coleta, classificação, acondicionamento,
armazenamento, transporte, reciclagem, reutilização, tratamento e disposição final, conforme sua classificação, indicando os
locais onde essas atividades serão implementadas;
IV - as ações preventivas e corretivas a serem praticadas no caso de situações de manuseio
incorreto ou acidentes;
V - definição e descrição de medidas direcionadas à minimização da quantidade de resíduos e
ao controle da poluição ambiental causada por resíduos, considerando suas diversas etapas - acondicionamento, coleta,
segregação, transporte, transbordo, tratamento e disposição final;
VI - ações voltadas à educação ambiental que estimulem:
a) o gerador a eliminar desperdícios e a realizar a triagem e a seleção dos resíduos
urbanos;
b) o consumidor a adotar práticas ambientalmente saudáveis de consumo;
c) o gerador e o consumidor a reciclarem produtos;
d) a sociedade a se co-responsabilizar quanto ao consumo e à disposição adequada dos
resíduos;
e) o setor educacional a incluir nos planos escolares programas educativos de
minimização dos resíduos;
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Art. 21 As fontes geradoras de resíduos consideradas prioritárias estão obrigadas a divulgar relatório
anual de uso, processamento e emissão de substâncias agressivas ao meio ambiente na forma fixada em regulamento.
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA ESTADUAL DE INFORMAÇÕES SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS
Art. 22 Fica criado o Sistema Estadual de Informações sobre Resíduos Sólidos, coordenado pela
Fundação Estadual de Meio Ambiente - FEMA, cujas finalidades em nível estadual serão:
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Art. 23 Fica assegurado ao público em geral, o acesso às informações relativas a resíduos sólidos
existentes nos bancos de dados dos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Estado.
CAPÍTULO V
DOS RESÍDUOS URBANOS
Art. 24 Os sistemas de coleta e transporte de resíduos urbanos deverão ser estendidos a todos os
Municípios e atender aos princípios de regularidade, permanência e sistematicidade, em condições sanitárias e de segurança.
Parágrafo único A coleta dos resíduos urbanos dar-se-á de forma preferencialmente seletiva,
devendo o gerador separa previamente os resíduos úmidos ou compostáveis dos recicláveis ou secos.
Art. 25 Os usuários dos sistemas de limpeza urbana ficam obrigados a disponibilizar o resíduo para
coleta acondicionado de forma adequada e em local acessível.
§ 1º Os Municípios darão ampla publicidade às disposições e procedimentos do sistema de
limpeza urbana, inclusive quanto ao custo dos respectivos serviços.
§ 2º Os Municípios poderão fixar a obrigatoriedade de seleção dos resíduos no próprio local de
origem, indicando as formas de acondicionamento para coleta.
Art. 26 A indicação de áreas adequadas para a disposição final de resíduos será feita pelo Poder
Público municipal e aprovada pela FEMA.
CAPÍTULO VI
DOS RESÍDUOS DO SETOR INDUSTRIAL
Art. 27 O emprego de resíduos industriais como adubo, matéria-prima ou fonte de energia, bem como
sua incorporação em materiais, substâncias ou produtos, somente poderá ser feito com prévia autorização da FEMA.
§ 1º O fabricante deverá comprovar que o produto resultante da utilização dos resíduos
referidos no caput deste artigo não implicará em risco adicional para a saúde pública e o meio ambiente.
§ 2º Os processos de reaproveitamento industrial de resíduos não deverão alterar a qualidade
final do produto.
Art. 28 As instalações industriais utilizadas para o processamento de resíduos serão consideradas como
unidade receptora de resíduos, estando sujeitas às disposições previstas no parágrafo único do art. 29 desta lei.
Parágrafo único As unidades receptoras de resíduos industriais deverão realizar controle de
qualidade das características dos resíduos, de acordo com as exigências da FEMA.
Art. 29 As unidades geradoras de resíduos industriais devem buscar soluções que possibilitem a
maximizar a reutilização, a reciclagem ou a redução da periculosidade desses resíduos.
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CAPÍTULO VII
DOS RESÍDUOS DO SETOR DE SERVIÇO DE TRANSPORTE
Art. 30 Caberá aos responsáveis pela administração dos terminais de transporte e postos de fronteira o
gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais
e de saúde pública.
Art. 31 Os resíduos gerados a bordo das unidades de transporte ou em suas respectivas estruturas de
apoio, provenientes de áreas não endêmicas e que não apresentem características de resíduo perigoso, deverão ser
enquadrados como resíduos urbanos, para efeito de manuseio e disposição final.
Art. 32 Os resíduos gerados a bordo das unidades de transporte, provenientes de áreas endêmicas
definidas pelas autoridades de saúde pública competentes, os resíduos sólidos provenientes de instalações de serviço de
atendimento médico e os animais mortos a bordo serão considerados, com vistas ao manejo e tratamento, como resíduos de
serviços de saúde, devido à presença de agentes biológicos.
Art. 34 O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados nas unidades de transporte, terminais e
postos de fronteira serão controlados e fiscalizados pelos órgãos ambientais e de saúde pública competentes, de acordo com
a legislação vigente.
Art. 35 As cargas em perdimento presentes nos terminais públicos e privados, consideradas como
resíduos para fins de tratamento e disposição final, obedecerão ao disposto em legislação específica.
CAPÍTULO VIII
DOS RESÍDUOS DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
CAPÍTULO IX
DOS RESÍDUOS DA ATIVIDADE RURAL
Art. 38 Os responsáveis pela geração de resíduos da atividade rural deverão adotar os procedimentos,
princípios, fundamentos e diretrizes definidos nesta lei e serão responsáveis pelo seu gerenciamento, observadas as normas
estabelecidas pelo CONAMA ou CONSEMA.
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Art. 41 Sob nenhuma hipótese as embalagens poderão ser enterradas no solo, abandonadas na lavoura,
dispostas em lixo doméstico ou ainda queimadas, mesmo após a tríplice lavagem.
Art. 43 As embalagens rígidas vazias após tríplice lavagem deverão ser conduzidas pelo usuário a uma
central de recolhimento, de onde serão destinadas às indústrias recicladoras.
§ 1º As indústrias recicladoras de embalagens rígidas de agrotóxicos deverão estar devidamente
licenciadas pelos Poderes públicos competentes, para o processamento de embalagens vazias e lavadas de agrotóxicos.
§ 2º Somente poderão ser recicladas as embalagens rígidas vazias, e após ter sofrido a tríplice
lavagem, por procedimentos especificados em normas reguladoras que reduzam os resíduos de agrotóxicos no efluente final
a padrões, a serem definidos pelos órgãos normativos competentes, compatíveis com a segurança da saúde da pessoa
humana e do meio ambiente.
Art. 46 É vedado produzir, transportar, armazenar, comercializar e utilizar no Estado de Mato Grosso
produtos agrotóxicos, componentes e afins cujos elementos ativos tenham sido proibidos nos países de origem.
CAPÍTULO X
DOS RESÍDUOS ESPECIAIS
Art. 47 Os fabricantes ou importadores de produtos ou serviços que gerem resíduos especiais são
responsáveis pelo gerenciamento desses resíduos.
Art. 49 Os produtos que gerem resíduos passíveis de procedimentos especiais somente poderão ser
comercializados se acompanhados de instruções ao usuário de como proceder em cada caso.
Art. 51 Os consumidores dos produtos que gerem resíduos passíveis de procedimentos especiais
deverão efetuar a sua devolução, conforme instrução contida na embalagem ou no respectivo certificado de garantia.
CAPÍTULO XI
DOS RESÍDUOS RADIOATIVOS
TÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
Art. 53 O Poder Público deverá adotar instrumentos econômicos visando incentivar o atendimento aos
objetivos, princípios, fundamentos e diretrizes definidos nesta lei.
§ 1º A identificação, a seleção e a implementação dos instrumentos econômicos deverão ser
justificadas segundo o aspecto ambiental, social e econômico, mediante critérios a serem definidos em lei.
§ 2º Os instrumentos de que trata este artigo serão concedidos sob a forma de créditos especiais,
deduções, isenções parciais de impostos, tarifas diferenciadas, prêmios, empréstimos e demais modalidades especificamente
estabelecidas.
Art. 55 A aprovação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme definido no art. 20, é
condição imprescindível para o recebimento de financiamentos e incentivos fiscais, de que trata o artigo anterior.
Art. 56 Os Municípios poderão cobrar tarifas e taxas por serviços de coleta, transporte, tratamento e
disposição final dos resíduos sólidos originados em qualquer fonte geradora.
§ 1º Os Municípios poderão cobrar taxas e tarifas diferenciadas por serviços especiais
provenientes de domicílios ou de atividades de comércio e serviços que:
I - contenham substâncias ou componentes potencialmente perigosos à saúde pública ou
ao meio ambientes;
II - por seu volume, peso ou características, causem dificuldade à operação do serviço
público de coleta, transporte, armazenamento, tratamento ou disposição final dos resíduos urbanos.
Art. 58 O Estado deverá prever na parcela da receita da arrecadação do Imposto sobre Operações
Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicações - ICMS e do ICMS Ecológico recursos para ser aplicados na cooperação técnica e financeira com o Estado,
Municípios e entidades públicas e privadas, em ações, projetos, programas e planos relacionados ao gerenciamento de
resíduos sólidos.
TÍTULO IV
DO CONTROLE, DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES
CAPÍTULO I
DO CONTROLE
Art. 59 Para efeito de licenciamento pelos órgãos ambientais, as atividades potencialmente poluidoras
deverão contemplar em seus projetos os princípios básicos estabelecidos na Política Estadual de Resíduos Sólidos.
Parágrafo único As unidades receptoras de resíduos serão responsáveis por projetar o seu
sistema, de acordo com a legislação e normas técnicas pertinentes, e por implantar, operar, monitorar e proceder, ao
encerramento das suas atividades, de acordo com os projetos previamente aprovados pela FEMA.
Art. 60 Compete ao órgão ambiental estadual exercer o poder de polícia administrativa ambiental do
licenciamento das atividades de coleta, transporte, tratamento, e a disposição final dos resíduos sólidos, observadas as
normas definidas na Lei Complementar nº 38, de 21 de novembro de 1995.
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CAPÍTULO II
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 62 A responsabilidade administrativa, civil e penal nos casos de ocorrências, envolvendo resíduos,
de qualquer origem ou natureza, que provoquem danos ambientais ou ponham em risco a saúde da população, recairá sobre:
I - o Município e entidade responsável pela coleta, transporte, tratamento e disposição final, no
caso de resíduos urbanos;
II - o proprietário, no caso de resíduos sólidos produzidos em imóveis residenciais ou não, que
não posam ser dispostos na forma estabelecida para a coleta regular;
III - os estabelecimentos geradores, no caso de resíduos provenientes de indústria, comércio e
de prestação de serviços, inclusive os de saúde, no tocante ao transporte, tratamento e destinação final de seus produtos e
embalagens que comprometam o meio ambiente e coloquem em risco a saúde pública;
IV - os fabricantes ou importadores de produtos que, por suas características e composição,
volume, quantidade ou periculosidade, resultem resíduos sólidos urbanos de impacto ambiental significativo;
V - o gerador e o transportador, nos casos de acidentes ocorridos durante o transporte de
resíduos sólidos; e
VI - o gerenciador das unidades receptoras, nos acidentes ocorridos em suas instalações.
§ 1º No caso de contratação de terceiros, de direito público ou privado, para execução de uma
ou mais atividades relacionadas ao manejo de resíduos, em qualquer de suas etapas, configurar-se-á a responsabilidade
solidária.
§ 2º A responsabilidade a que se refere o inciso III deste artigo dar-se-á desde a geração até a
disposição final dos resíduos.
§ 3º A responsabilidade a que se refere o inciso IV deste artigo é extensiva inclusive ao
fabricante ou importador, mesmo nos casos em que o acidente ocorrer após o consumo desses produtos.
§ 4º Os responsáveis pela degradação ou contaminação de áreas em decorrência de acidentes
ambientais ou pela disposição de resíduos deverão promover a sua recuperação em conformidade com as exigências
estabelecidas pelo órgão ambiental estadual.
§ 5º Em caso de derramamento, vazamento ou disposição acidental, o órgão ambiental estadual
deverá ser comunicado imediatamente após ocorrido.
CAPÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 63 Constitui infração, para efeitos desta lei, toda ação ou omissão que importe na inobservância
de preceitos por ela estabelecidos ou na desobediência às determinações de caráter normativo editadas em caráter
complementar por órgãos e autoridades administrativas competentes.
Art. 64 O não-cumprimento do disposto nesta lei sujeitará os infratores às penalidades e sanções da Lei
Complementar nº 38, de 21 de novembro de 1995, e demais legislações específicas em vigor.
§ 1º A apuração das infrações a que se refere o caput deste artigo obedecerá ao procedimento
previsto na referida lei.
§ 2º O produto arrecadado das multas oriundas da aplicação desta lei deverá ser empregado
preferencialmente na execução da Política Estadual de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.
Art. 65 Os custos resultantes da aplicação da sanção interdição temporária ou definitiva correrão por
conta do infrator.
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TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 66 As fontes geradoras relacionadas no § 5º do art. 20 desta lei, bem como dos estabelecimentos
de serviços de saúde e do setor de serviços de transporte, existentes na data de início de sua vigência, que se encontram em
desacordo com a mesma, ficam obrigadas a regularizar-se junto ao órgão ambiental estadual, no prazo de 12 (doze) meses, a
contar da data de sua publicação, mediante apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Art. 67 Os Municípios com mais de 35.000 (trinta e cinco mil) habitantes urbanos terão o prazo de 12
(doze) meses, a contar da data da publicação desta lei, para apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Parágrafo único Para os demais Municípios o regulamento fixará os prazos para adaptação a
esta lei.
Art. 68 Os fabricantes e importadores de produtos que após o uso dêem origem a resíduos
classificados como especiais, terão o prazo de 12 (doze) meses, contados da vigência desta lei, para estabelecer os
mecanismos operacionais e os cronogramas de implementação necessários para o seu integral cumprimento.
Art. 69 As atividades rurais terão um prazo de 12 (doze) meses, contados da vigência desta lei, para
apresentação do Plano de que trata o art. 66 desta lei.
Art. 70 Fica autorizado o Poder Executivo a criar, no âmbito da Fundação Estadual do Meio
Ambiente, 02 (duas) Coordenadorias, com os respectivos cargos símbolo DAS-4, para atender ao cumprimento da presente
lei.
Art. 71 As despesas decorrentes da presente lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias do
tesouro do Estado.
Art. 72 O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
contados da data de sua publicação.