Programa Fob 1 (1)

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Programa Reivindicativo e
Revolucionário da Federação
das Organizações Sindicalistas
Revolucionárias do Brasil (FOB)

A Federação das Organizações Sindicalistas


Revolucionárias do Brasil - FOB, definiu seu
Programa Reivindicativo e Revolucionário
no I ENOPES, realizado em 2013, por ocasião
da aprovação das nossas teses de fundação,
teses para construção de uma Tendência
Classista e Internacionalista: A classe traba-
lhadora e seus dilemas atuais e Função, Ob-
jetivos Históricos-Estratégicos e práticas de
uma Tendência Classista e internacionalista.
Os objetivos estratégicos de longo das lutas
sindicalistas revolucionárias são a destruição
da atual sociedade capitalista e construção
do poder popular, do Autogoverno da Classe
Trabalhadora e de uma Economia Socialista
e Mutualista. Esses objetivos só podem ser
alcançados com a articulação estratégica en-
tre as nossas lutas imediatas, orientadas pelo

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nosso Programa Reivindicativo, e nossas lu-
tas históricas, orientadas pelo nosso Progra-
ma Revolucionário.

I. Programa Reivindicativo,
nossas lutas imediatas

As condições de exploração, opressão, mi-


séria e extermínio impostos pelas classes do-
minantes, exigem respostas imediatas, para
melhorar a vida do nosso povo e avançar na
sua organização política.
Organizada a partir dos locais de trabalho,
estudo e moradia, a FOB luta cotidianamente
contra a exploração da classe trabalhadora,
contra o racismo, contra as opressões ma-
chistas e contra a LGBTfobia todas as formas
de discriminação. Lutamos por Trabalho,
Transporte, Moradia, Terra, Educação, Saú-
de e Liberdade.

I – Trabalho:
1. Aumento Geral dos Salários;
2. Fim das terceirizações e extensão dos di-

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reitos aos trabalhadores e trabalhadoras ter-
ceirizadas.
3. Redução da jornada de trabalho para 30h
sem redução de salário e pelo fim do banco
de horas.
4. Igual trabalho, igual salário: equiparação
salarial para todos os trabalhadores no cum-
primento das mesmas funções, em especial
para homens e mulheres
5. Auxílio desemprego/emergencial por
dois ano extensivo aos trabalhadores e traba-
lhadoras informais;
6. Redução e fixação dos preços dos ali-
mentos da cesta básica;
7. Pagamento de adicional de insalubrida-
de para das as funções essenciais durante a
pandemia com pagamento retroativo a mar-
ço de 2020;
8. Pagamento de indenização para todos as
famílias vítimas da Covid-19;
9. Revogação das Reformas Trabalhista e Pre-
videnciária e da Emenda Constitucional 95.
10. Criação de fundo público para remune-
ração salarial de trabalho doméstico de mu-

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lheres da classe trabalhadora
11. Licença parental remunerada por tem-
po igualitário de seis meses para homens e
mulheres

II. Transporte
1. Passe livre irrestrito municipal, intermu-
nicipal e interestadual para todos os estu-
dantes e desempregados.
2. Tarifa zero nos transportes urbanos sem
subsídios às empresas e investimento ime-
diato em transporte coletivos, priorizando
áreas periféricas”

III. Terra e Moradia


1. Reconhecimento do direito ancestral das
terras dos povos originários, quilombolas e
das comunidades tradicionais, respeitando
os ecossistemas locais
2. Terra para quem nela trabalha: desapro-
priação dos latifúndios e distribuição das ter-
ras para as famílias sem terra, camponesas e
de trabalhadores e trabalhadoras rurais;

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3. Criação de postos de trabalho para a re-
cuperação das áreas ambientais devastadas;
4. Mudança de matriz energética respeitan-
do os povos e a natureza
5. Saneamento básico para todas as famí-
lias: rede de tratamento de esgoto, coleta se-
letiva de resíduos e água tratada
6. Extinção de uso dos agrotóxicos e se-
mentes transgênicas
7. Pagamento de indenização aos povos en-
venenados pelas empresas transnacionais do
agronegócio
8. Reordenação do sistema agro-alimentar
contra a fome, pandemias e devastação so-
cioambiental. Pela soberania alimentar
9. Financiamento de cooperativas de pro-
dução e consumo de base camponesa e pro-
letária
10. Indenização às comunidades atingidas
por barragem
11. Assentamento de todas as famílias sem-
-teto em habitações populares dignas.
12. Suspensão imediata de todas as remo-

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ções e concessão de direito de posse para to-
das as famílias ocupantes;
13. Fixação dos aluguéis e reajuste imedia-
to dos alugueis sociais.
14.Suspensão das cobranças das presta-
ções do programa Minha Casa Minha Vida
e posse definitiva para todas as famílias do
programa.

IV. Educação:
1. Atendimento às pautas de reivindicação
dos profissionais das universidades e escolas
federais, estaduais e municipais relativas à
carreira, salário e autonomia pedagógica;
2. Expansão dos sistemas de ensino público
e em todos os níveis para atender a demanda
da população;
3. Perdão das dívidas dos inadimplentes no
ensino privado
4. Revogação do “Novo Ensino Médio” e da
BNCC;
5. Fim das escolas militarizadas;
6. Revogação da Lei do Ensino Religioso e

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garantia da laicidade do ensino público;
7. Liberdade de cátedra no ensino público
e privado;
8. Obrigatoriedade do ensino em todas es-
colas de: diversidade de genero e sexualida-
de, luta de classes, educação ambiental, cul-
tura indigena, africana e afro-brasileira
9. Ampliação das contratações de traba-
lhadores e trabalhadoras de limpeza, ma-
nutenção e demais atividades de apoio com
concursos públicos e efetivação dos atuais
terceirizados;
10. Recursos públicos para inclusão digi-
tal dos estudantes e todos os trabalhadores
e trabalhadoras das escolas e universidades;
11. Sanitização de todas as escolas e uni-
versidades e implementação de protocolos
de biosegurança.
12 Revogação do ‘Novo Ensino Médio’, de
projetos de lei baseados no ‘Escola sem Par-
tido’ e da ‘BNCC
13. Livre Acesso às universidades: Fim do
ENEM e vestibulares”
14. Por um programa de reparação da edu-

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cação, com reposição de conteúdos perdidos
e com concurso de profissionais da educação”
15. Extensão de horário de funcionamento
de creches públicas, inclusive nas universi-
dades, para atender a demanda de mães e
pais que trabalham ou estudam em horário
noturno”;
16. Expansão da rede de creches, 100% pú-
blicas em período integral, com trabalhado-
res concursados, infraestrutura adequada e
projeto pedagógico baseado nos princípios
“educar, cuidar e brincar”, atendendo à de-
manda da população”
17. Ampliação da rede e maior oferta de
recursos para as modalidade do ensino EJA,
escolas em comunidades tradicionais e origi-
nárias, escola do campo e privados de liber-
dade;
18. Fim das OSs, Organizações Sociais
19. Melhoria da merenda escolar com for-
talecimento PNAE e PAA com foco na agri-
cultura camponesa
20. Ampliação de bolsas permanência”
21. Contra a substituição dos cursos pre-

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senciais por EAD nas universidades públicas
22. Fim de todas as parcerias público-pri-
vadas na educação

V. Saúde
1. Fim de todas as parcerias público-priva-
das dentro do SUS;
Atendimento às pautas de reivindicação
dos profissionais dos hospitais e unidades de
saúde federais, estaduais e municipais relati-
vas à carreira, salário e autonomia;
2. Fim das OS e incorporação de todos os
terceirizados e terceirizadas aos quadros do
funcionalismo público;
3. Expansão dos sistemas públicos de saú-
de até atingir a demanda da população;
4. Obrigatoriedade do sistema privado de
saúde realizar atendimento essencial e ur-
gente a população de baixa renda;
5. Vacinação imediata de toda a população.
6. Por um programa de vacinação per-
manente de toda a população contra a CO-
VID-19 e todas suas variantes

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7. Ampliação da produção pública de vacina
8. Legalização do aborto e acesso gratuito
pelo SUS em todas as unidades hospitalares
capacitados
9. Expansão ao acesso de tratamento de pes-
soas deficientes físicas e neuro-atípicas com
novos investimentos e concursos públicos
10. Expansão e fortalecimento do CAPS
com novos investimentos e concursos públi-
cos
11. Fortalecimento de unidades básicas de
atendimento do SUS
12. Remoção dos entraves para transição
médica de gênero
13 Política de redução de danos, reorien-
tando a política de drogas de um eixo crimi-
nal para um eixo de saúde

VI. Liberdade
1. Libertação de todos os presos políticos
e extinção de todos os processos criminais e
administrativos! Liberdade para Rafael Braga!
2. Pelo fim do genocídio do povo negro, po-

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bre, camponeses e indígenas;
3. Fim do encarceramento do povo preto e
fim das guerras as drogas
4. Pelo fim das Guerras às Drogas. Pela re-
vogação imediata da lei XXX e reparação a to-
dos os presos enquadrados nessa lei
4. Fim das PMs!
5. Livre direito de greve e de associação sin-
dical;
6. Revogação da Lei de Anistia para os tor-
turadores e prisão dos mesmos.…”
7. Pelo fim dos dispositivos de vigilância de
reconhecimento facial
7. Prisão de todas as autoridades civis e mi-
litares responsáveis pelas por todas as chaci-
nas no campo e cidade;
8. Extensão de todos os direitos civis e indi-
viduais para a população lgbt;
Contra a intolerância religiosa e a persegui-
ção às religiões de matriz africana”
9. Contra os manicomios: por um trata-
mento de saude mental humanizada”
Nosso Programa Reivindicativo é uma res-

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posta imediata aos problemas do cotidiano
do nosso povo e é realizável apenas através
da luta, que leva necessariamente a uma situ-
ação pré-revolucionária, ou seja, suas reivin-
dicações não exigem uma situação revolu-
cionária, mas exige muita luta e organização.
O Programa Reivindicativo tem um papel
central no avanço das lutas de massa, dos
levantes populares, da greve geral e das in-
surreições, que criam as situações revolu-
cionárias. As organizações e as lutas do povo
devem construir dualidades locais de poder,
isto é, organizações populares que ameaçam
a ordem e o poder das classes dominantes.
Esta dualidade localizada serve de base de
apoio para a expansão do poder popular

II. Programa Revolucionário,


nossas lutas históricas

O Programa Revolucionário somente pode


ser concretizado numa situação revolucioná-
ria, isto é, num contexto de ascendo e radi-
calização das lutas das massas populares do
campo e da cidade. As lutas do povo assu-

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mem o caráter de uma Greve Geral Insurre-
cional capaz de provocar a ruptura com a or-
dem burguesa. Este processo gera uma situ-
ação de dualidade de poder: as organizações
da classe trabalhadora e de todo o povo con-
tra as organizações de classe da burguesia.
A Greve Geral Insurrecional provoca a rup-
tura da ordem: coletivização da propriedade
privada, de todos os meios de produção do
campo e da cidade, e a destruição de todas
as instituições e órgãos do Estado burguês e
privadas da burguesia.
A “Tese 2: Função, Objetivos Históricos-
-Estratégicos e práticas de uma Tendência
Classista e internacionalista”, do I ENOPES,
define o socialismo como o Autogoverno da
Classe Trabalhadora:

O princípio do Autogoverno implica, tanto a


nível interno quanto externo, o princípio da
autodeterminação dos Povos. Essa autode-
terminação é o reconhecimento de que tanto
as minorias quanto as nações têm o direito
de participar do Autogoverno nacional como
também de formar, quando assim decidirem,
seus próprios e respectivos Autogovernos. Esse
direito de autodeterminação se equilibra com

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o direito e princípio internacionalista e fede-
rativo, que aplicado às relações internacionais
como desdobramento da organização política
nacional produz o mesmo efeito anterior. Essa
estrutura de autogoverno será a expansão e
complexificação dos poderes no local de tra-
balho e produção, surgidos através do contro-
le proletário e unificados nacionalmente sob
a forma de conselhos e comissões de base. (I
ENOPES, Tese 2, 2013:1)

A mesma tese define assim a economia so-


cialista:

No plano da economia, o objetivo de uma


tendência classista e internacionalista é o so-
cialismo, portanto cabe qualificá-lo: não se
trata de uma forma de “política econômica
estatizante” (como liberais e social-democra-
tas parecem entender) mas sim de uma forma
de reorganização da propriedade e uma polí-
tica econômica coletivizada, ou seja, fundada
na direção coletiva dos processos produtivos
e econômicos e na política de mutualidade-
-redistribuição que tem como objetivo que a
renda nacional e mundial sejam repartidas
de forma a eliminar as desigualdades e hie-
rarquias sociais. A gestão da produção, dos
serviços e do consumo deve atender assim as

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necessidades da classe trabalhadora por meio
de uma política econômica mutualista e de re-
distribuição, tanto em escala nacional quanto
internacional. Essa gestão direta da produção
só pode surgir vinculada aos processos de luta,
pelas greves gerais e parciais que geram formas
locais de dualidade do poder. O autogoverno e
a gestão direta da produção (ou “autogestão
econômica”) não se confundem assim com as
formas de colaboração, co-gestão e co-partici-
pação, mas são o produto e a culminância des-
sas formas de luta elevadas ao seu grau máxi-
mo de tensão e desenvolvimento. (I ENOPES,
Tese 2, 2013:2)

I. O Socialismo é o Autogoverno dos Traba-


lhadores e Trabalhadoras.
II. A organização política do Autogoverno é
de baixo para cima, ou seja, é a partir da Fe-
deração dos Conselhos Populares. Os Conse-
lhos Populares são instâncias coletivas de po-
der local, substituindo as prefeituras e câma-
ras de vereadores, organizando os serviços
públicos como saúde, educação, segurança,
infraestrutura, obras públicas e a produção
em um município ou microrregião. Os con-
selhos devem ser compostos por delegados/

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as do povo, eleitos/as com mandatos revo-
gáveis e prazos determinados, a partir de um
determinado território ou ramo de trabalha-
dores/as, organizados a partir de comissões
temáticas e assembleias populares.
III. A unidade federal é exercida pelo Con-
gresso do Povo, que é a instância máxima de
decisão e gestão, substituindo o poder execu-
tivo e legislativo do Estado burguês, reunin-
do delegados/as de base dos conselhos locais
em instâncias estaduais e nacional, organi-
zando:
1) a coletivização econômica a partir das
cooperativas e associações de trabalhadores/
as, responsáveis pela política econômica de
mutualidade-redistribuição;
2) as relações internas e externas, delegan-
do cargos executivos e comissões com man-
datos imperativos e revogáveis para cada
tema específico ou demanda de organização
do país.

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