Barragem (Tarzan)

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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA - A POLITÉCNICA

Instituto Superior de Humanidades, Ciência e Tecnologia

Engenharia Civil - 3º Ano, 6º Semestre

Mecânica dos Solos II

Tarzan António Valentim

Quelimane

2022
Tarzan António Valentim

Tema: Barragens

Este é um projecto de pesquisa a ser avaliado na


disciplina de Mecânica dos Solos, como requisito
parcial para a obtenção do Grau de Licenciado em
Engenharia Civil

Docente: Huguito Gabriel Mourão

Quelimane

2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 5

1.1. Objectivo ............................................................................................................ 5

1.1.1. Geral ........................................................................................................... 5

1.1.2. Específico ................................................................................................... 5

2. Barragens ................................................................................................................... 6

2.1. Tipos de barragens ............................................................................................. 6

2.1.1. Barragens de Concreto................................................................................ 6

2.1.1.1. Barragem de Concreto Gravidade ....................................................... 7

2.1.1.2. Barragens de Concreto em Arco ......................................................... 8

2.1.1.3. Barragens de Concreto em Contrafortes ............................................. 9

2.1.2. Barragens de Contenção de Rejeitos .......................................................... 9

2.1.2.1. Diferenças entre Barragens Convencionais e Barragens de Rejeitos .. 9

2.1.2.2. Características Específicas das Barragens de Contenção de Rejeitos 10

2.1.3. Barragem de terra ..................................................................................... 11

2.1.4. Barragem de Enrocamento ....................................................................... 11

2.1.5. Barragem Mista ........................................................................................ 12

2.2. Barragens não convencionais ........................................................................... 12

2.2.1. Barragem de Gabião ................................................................................. 12

2.2.2. Barragem de Madeira ............................................................................... 13

2.2.3. Barragem de alvenaria de pedra ............................................................... 13

2.3. Tipo e local de implantação de uma barragem ................................................ 14

2.4. Atividades prévias à execução da obra ............................................................ 14

2.4.1. Escolha do local da obra e definição dos projetos .................................... 14

2.4.2. Estudo de viabilidade técnico-económica ................................................ 15

2.4.3. Avaliação de impactes ambientais ............................................................ 17

2.5. Execução do projecto ....................................................................................... 17


2.5.1. Terreno para a barragem ........................................................................... 18

2.5.2. Terreno para as instalações provisórias .................................................... 18

2.5.3. Terreno para a escombreira ...................................................................... 19

2.5.4. Terrenos da albufeira ................................................................................ 19

2.5.5. Acessos ..................................................................................................... 20

2.6. Barragem Nacional (Cahora Bassa) ................................................................. 21

3. Conclusão ................................................................................................................ 23

4. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 24

Índice de Figuras
Figura 1: Barragem de concreto gravidade ................................................................................... 7

Figura 2: Barragem de concreto em Arco ..................................................................................... 8

Figura 3: Barragem de Concreto em Contrafortes ........................................................................ 9

Figura 4: Barragem de Rejeitos ................................................................................................... 10

Figura 5: Barragem de Terra ....................................................................................................... 11

Figura 6: Barragem de Enrocamento .......................................................................................... 12

Figura 7: Barragem de Gabião .................................................................................................... 12

Figura 8: Barragem feita em madeira .......................................................................................... 13

Figura 9: Barragem de alvenaria de pedra................................................................................... 13

Figura 10: Barragem de Cahora Bassa ........................................................................................ 21


1. Introdução

Barragem pode ser definida como sendo um elemento estrutural, construída


transversalmente à direção de escoamento de um curso d’água, destinada a criação de um
reservatório artificial de acumulação de água. Os objetivos que regem a construção de
uma barragem são vários e os principais se resumem em: aproveitamento hidrelétrico;
regularização das vazões do curso d’água para fins de navegação; abastecimento
doméstico e industrial de água; controle de inundações e irrigação.

Os objetivos acima citados poderão ser explorados individualmente ou em


conjunto. Se, por exemplo, uma barragem é implantada com a finalidade imediata de
obtenção de energia elétrica, outras atividades ditas secundárias poderão ser também
desenvolvidas correctamente. Assim é que os aspectos como recreação, piscicultura,
saneamento, etc., são comumente desenvolvidos.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

Apresentar o tema de Barragens como uma das estruturas de grande porte e


importância no meio social e da sua grande complexidade no processo de construção e
elaboração de projectos.

1.1.2. Específico

Apresentar a definição, função e importância das barragens; diferentes tipos;


métodos de escolha das barragens; processos de execução; etc.

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2. Barragens

2.1. Tipos de barragens

Dependendo do material de construção, as barragens podem ser classificadas em


dois grandes grupos:

 Barragens de concreto ou betão


 Barragens convencionais de terra e/ou enrocamento

As barragens de concreto são aquelas construídas essencialmente com materiais


granulares produzidos artificialmente aos quais se adicionam cimento e aditivos
químicos. As barragens de terra e/ou enrocamento são aquelas construídas com materiais
naturais tais como argilas, siltes e areias ou com materiais produzidos artificialmente tais
como britas e enrocamentos. No caso de barragens de contenção de rejeitos, os próprios
rejeitos podem ser utilizados como materiais de construção e, assim, estas estruturas são
denominadas barragens de rejeitos.

2.1.1. Barragens de Concreto

Os tipos mais comuns destas barragens são:

 Barragem de concreto gravidade


 Barragem de concreto em arco
 Barragem de contrafortes

Estas barragens podem ser construídas com concreto armado ou com concreto
rolado. As barragens construídas em concreto armado utilizam formas, armação e
lançamento de concreto semelhantes à construção de outras estruturas civis tais como
pontes e outras.

As barragens construídas em concreto rolado (ou compactadas a rolo) utilizam


concreto com traço especial (seco), lançado e compactado com os mesmos equipamentos
utilizados na construção de barragens de terra e enrocamento. Exigem fundações e
ombreiras em maciços rochosos.

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2.1.1.1. Barragem de Concreto Gravidade

Forma triangular típica e estabilidade garantida pelo peso próprio da estrutura. As


barragens de gravidade são constituídas por uma parede de concreto que resiste pelo
próprio peso à impulsão da água e transmite as solicitações à fundação

Possui estabilidade devido ao peso e largura da base adequada à resistência da


fundação. Os principais esforços atuantes são: peso do concreto, pressão da água no
paramento de jusante (é o fluxo normal da água, de um ponto mais alto para um ponto
mais baixo), Pressão da água no paramento de montante (é a direção de um ponto mais
baixo para o mais alto), peso da água no paramento de jusante e subpressão. Essas forças
podem causar ruptura de tombamento ou de deslizamento, sendo o deslizamento o mais
comum

Uma barragem resiste a todas as forças através do seu peso, daí o nome gravidade.
Em consequência a barragem deve ser maciça com o material construtivo apresentando
densidade elevada.

Figura 1: Barragem de concreto gravidade

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2.1.1.2. Barragens de Concreto em Arco

Estrutura delgada e em arco, apoiada em ombreiras e fundações rochosas. A forma


em curva faz com que as pressões sejam transferidas para as ombreiras. É um tipo de
barragem que exige grande escavação para atingir a rocha sã e para garantir geometria
adequada. A estabilidade depende da geologia, principalmente das descontinuidades.
Podem ser curvas só em planta ou planta e perfil (duplo arco). São inseridas em vales
estreitos ou gargantas (canyons) e as fundações e ombreiras terão que ser de rocha sólida
e muito compacta, pois parte do impulso é transmitido para as ombreiras devido à ação
do arco da secção.

O consumo de concreto é muito menor do que nas do tipo gravidade de igual altura
e consequentemente o custo é menor. Contudo exige pessoal altamente especializado, em
razão de rigor no projeto e no controle da obra, o que lhe reduz a vantagem adquirida no
volume de concreto. Este tipo de barragens não utiliza a soleira normal para descarregador
em razão da sua pouca espessura. Em seu lugar é utilizado a tulipa, de construção cara,
funcionamento hidráulico deficiente e limitada para vazões pequenas. Também são
utilizadas, como descarregadores, orifícios, abertos na barragem, normalmente
comandados por comportas. As forças que atuam numa barragem em arco são: Impulso
Horizontal; Altura das ondas; Forças sísmicas; Pressão ascensional (ventos).

Figura 2: Barragem de concreto em Arco

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2.1.1.3. Barragens de Concreto em Contrafortes

Utilização de lajes de sustentação (contrafortes) ao longo do corpo da barragem.


Também é uma barragem de concreto e possui estrutura semelhante à barragem de
gravidade, porém com o uso de contrafortes para suavizar a estrutura. Gera um aumento
de compressão na fundação. Exige maior tratamento das fundações, como tirantes e
injeção de calda de cimento. Possibilita uma maior economia de concreto, mas necessita
controle geológico maior.

Figura 3: Barragem de Concreto em Contrafortes

2.1.2. Barragens de Contenção de Rejeitos

Estruturas de contenção destinadas ao armazenamento de rejeitos de mineração,


sendo comumente executadas pelo processo de alteamentos sucessivos

2.1.2.1. Diferenças entre Barragens Convencionais e Barragens de Rejeitos

 Natureza do material armazenado;


 Utilização dos próprios rejeitos como material de construção (“barragens
de rejeitos”);
 Construção das barragens de rejeitos em etapas (alteamentos sucessivos)

9
2.1.2.2. Características Específicas das Barragens de Contenção de Rejeitos

As barragens de rejeitos apresentam características como:

 Potencial de risco;
 Escolha do local;
 Aspectos construtivos; materiais de construção;
 Serviços de manutenção.
 Construção a partir de um dique inicial ('dique de partida') em aterro
compactado (acumulação dos rejeitos ao longo de um período de 2 a 3
anos usualmente);
 Execução da estrutura em múltiplas etapas, em função dos volumes de
rejeitos produzidos;
 Utilização de diferentes materiais de construção nos alteamentos
sucessivos, incluindo-se os estéreis da mina e os próprios rejeitos;
 Diluição dos investimentos ao longo da vida útil do empreendimento;
 Adoção dos métodos de alteamento para montante, jusante ou pela linha
de centro,
 Definidos em função da direção de deslocamento do eixo da barragem em
relação ao eixo do dique de partida.

Figura 4: Barragem de Rejeitos

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2.1.3. Barragem de terra

São aquelas em que a estrutura é fundamentalmente constituída por solo. Divide-


se em dois tipos: homogênea, quando há predominância de um único material (embora
possam ocorrer elementos como filtros, rip rap, etc.), e zonadas, nas quais são feitos
zoneamentos de materiais terrosos em função das características de permeabilidade.

Figura 5: Barragem de Terra

2.1.4. Barragem de Enrocamento

Consiste em um maciço formado por fragmentos de rocha compactados em


camadas cujo peso e imbricação cria a estabilidade do corpo submetido ao impulso
hidrostático.

Podem ter o núcleo impermeável, feito com predominância de material rochoso e


núcleo argiloso que veda a passagem de água, ou ter face impermeável, cuja vedação da
água é garantida pela impermeabilização da face montante da barragem com uma camada
de asfalto, chapa de aço ou outro material.

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Figura 6: Barragem de Enrocamento

2.1.5. Barragem Mista

Constituída por diferentes materiais ao longo de uma seção transversal,


normalmente com três tipos mais conhecidos: terra/enrocamento, enrocamento/concreto
e terra/concreto.

2.2. Barragens não convencionais

2.2.1. Barragem de Gabião

É uma obra de pequeno porte, normalmente inferior a 10m de altura, projetada


para ser parcial ou totalmente vertedoura.

Figura 7: Barragem de Gabião

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2.2.2. Barragem de Madeira

Exige madeira de boa qualidade e deve ser revestida com uma chapa de aço para
garantir a vedação.

Figura 8: Barragem feita em madeira

2.2.3. Barragem de alvenaria de pedra

É uma variação da barragem de gravidade, na qual o concreto é substituído pela


alvenaria de pedra rejuntada manualmente com cimento.

Figura 9: Barragem de alvenaria de pedra

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2.3. Tipo e local de implantação de uma barragem

A escolha do tipo mais adequado de barragem, para um determinado local de um


curso d’água, depende dos seguintes aspectos:

a) Segurança da Obra - ligada às características inerentes do próprio local:


condições geológicas, configuração do vale e dimensões da obra.
b) Custo da obra - em função do preço e disponibilidade do material. A ausência,
por exemplo, de rocha resistente do tipo granito, gnaisse, basalto ou diabásio,
para ser usada como agregado para concreto, “rip-rap” ou enrocamento, ou de
cascalho, para os mesmos fins, pode causar alterações profundas no custo da
obra.

Além desses critérios, deve ser considerada uma série de fatores físicos que
governam a seleção do tipo de barragem. A não ser em condições excepcionais, mesmo
o mais experimentado projetista é incapaz de dizer se um determinado tipo de barragem
é adequado ou mais econômico para um dado local. Na seleção do melhor tipo de
barragem para um determinado local, devem ser consideradas as características físicas do
local, o objetivo da obra, fatores econômicos, de segurança, etc.

Normalmente, o maior fator individual que determina a escolha final é o custo da


construção. Os fatores físicos, expostos a seguir, são também importantes.

2.4. Atividades prévias à execução da obra

Antes do início da execução da obra há que passar por diversos passos. Estas fases
englobam a definição de projetos e os estudos que determinam a viabilidade ou não de
um empreendimento. Seguidamente far-se-á uma pequena explicitação dessas fases.

2.4.1. Escolha do local da obra e definição dos projetos

A escolha do local de implantação de uma obra é um fator importante e que


condiciona a sua construção e exploração. Sendo uma barragem uma obra de grande
envergadura e de grande importância, esta escolha torna-se muito mais importante, já que
o local de implantação irá influenciar as características geométricas (quanto mais estreito

14
o vale menor o desenvolvimento da barragem), os tipos de soluções adotar
(nomeadamente qual o tipo de barragem a escolher e qual a configuração dos seus órgãos)
entre outros. Desta forma, há diversos fatores a ter em conta aquando dessa escolha, que
se podem englobar em 4 grupos:

 Geologia;
 Topografia;
 Hidrologia e hidráulica;
 Ambiente.

A geologia influencia grandemente a localização de uma barragem, já que os


esforços induzidos no corpo (de betão) da barragem serão em grande parte transmitidos
ao terreno de fundação e das margens. Assim, é de grande importância que estes terrenos
tenham grande capacidade resistente, face às cargas muito elevadas que terão de suportar.

A influência da topografia na escolha prende-se com a necessidade de armazenar


o maior volume possível de água no local escolhido. O local da albufeira deverá ser largo
e de baixo declive, de modo a permitir que seja armazenada a maior quantidade de água
possível, já que a extensão da albufeira será maior.

Quanto às condições hidrológicas e hidráulicas, a localização do empreendimento


deve ser escolhido para que seja implantado numa bacia hidrográfica cujas características,
nomeadamente a precipitação conjugada com a área bacia, sejam favoráveis ao
funcionamento e exploração do aproveitamento.

As barragens, por criarem grandes reservatórios artificiais de água e por alterarem


as características dos rios, têm impactos significativos no ambiente. Assim, há
necessidade de estudar esses impactos, de maneira a escolher o local de implantação que
conduz a menores alterações e agressões ao ambiente.

2.4.2. Estudo de viabilidade técnico-económica

Antes de se iniciar a construção de um empreendimento de grande importância


como uma barragem, é necessário verificar que a barragem, no local onde vai ser
construída, é viável, ou seja, se é possível efetuar a sua construção no local pretendido e
se será economicamente vantajoso construi-la nesse local. Assim, são efetuados diversos

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estudos que têm em conta esses parâmetros e que determinam se a construção da
barragem avança ou se terá de ser encontrada outra solução.

O estudo de viabilidade técnica analisa diversas características da solução


apresentada, verificando a sua adequabilidade às condicionantes presentes. Algumas
destas características são:

 Permeabilidade: os terrenos do maciço de fundação e de encaixe da barragem


devem ter características tais que impeçam a passagem de água através de
fissuras ou mesmo através do próprio solo, de modo a que esta não se infiltre
através desses locais, podendo criar problemas de resistência;
 Estabilidade estrutural: tendo em conta os esforços muito elevados que serão
impostos à barragem que, por sua vez, os transmitirá ao terreno onde assenta,
há necessidade de avaliar a resistência dos terrenos onde a barragem será
fundada para saber se estes não irão entrar em rotura quando solicitadas;
 Resistência ao corte: neste parâmetro é avaliada a capacidade de resistência ao
corte dos terrenos. Esta avaliação permite prever em que caso se dará a rotura
ou deformação do terreno

Quanto ao estudo económico, é essencial determinar se a barragem terá


viabilidade económica depois de ser construída. Deste modo, é necessário fazer uma
análise custo-benefício. Esta análise pretende comparar vantagens e desvantagens da
construção da barragem, sendo utilizada para identificar, quantificar e analisar fatores que
têm de ser considerados quando se trata de determinar a viabilidade de uma infraestrutura
no setor público.

Deste modo, há necessidade de, primeiro, saber quais os aspetos a verificar (por
exemplo: custo de produção de energia vs. custo de venda). Em seguida, há que verificar
todos os aspetos definidos inicialmente e compara-los. Só tendo todos os aspetos em conta
é possível determinar se o investimento a ser feito na construção da barragem terá retorno
e quanto tempo demorará até que ele esteja completamente compensado.

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2.4.3. Avaliação de impactes ambientais

A construção de uma estrutura como uma barragem provoca grandes modificações


no meio envolvente. Por imposição legal, tem de ser feita a avaliação e o estudo desses
impactes de modo a determinar quais as medidas a aplicar, por parte do dono de obra,
para que se possam compensar os efeitos causados no meio ambiente. Este estudo é
efetuado pelo dono de obra, sendo obrigatória a sua entrega aos órgãos responsáveis ao
meio ambiente.

Num estudo de impacte ambiental existem diversos critérios de classificação de


impactes que devem ser considerados. Seguidamente apresenta-se os critérios de
classificação e respetivos impactos.

 Incidência: Directa ou indirectas


 Sinal: Positivo, nulo ou negativo
 Importância: Muito significativo, pouco significativo ou irrelevante
 Magnitude: Muito elevada, elevada, moderada ou reduzida
 Probabilidade: Alta, média, baixa ou desconhecida
 Duração: Permanente ou temporário
 Dimensão temporal: Longo prazo, medio prazo ou imediato
 Reversibilidade: Reversível ou irreversível
 Dimensão espacial: Adjacente, local, regional, nacional, transfronteiriço ou
global
 Comutatividade: Simples ou múltiplos

Tendo estes critérios em conta, é possível, depois de efetuado o estudo a todas as


atividades que são necessárias à construção de uma estrutura como uma barragem e de
todas as consequências que a sua exploração irá ter, determinar todas as medidas de
mitigação (medidas que se destinam a evitar, reduzir ou compensar os impactes negativos
mais importantes) que será necessário aplicar.

2.5. Execução do projecto

A fase de execução dos projetos é uma fase de vital importância no


desenvolvimento de um empreendimento, uma vez que é com base nestes documentos

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que são realizadas todas as atividades. Deste modo, há que ter um especial cuidado na sua
conceção, uma vez que falhas nos projetos podem levar a atrasos na obra ou outros
problemas.

De entre os diversos projetos a executar, podem referir-se os seguintes, por serem


os de maior relevância: Projeto de acessos e sinalização; Projeto de escavações; Projeto
de estabilidade da barragem.

2.5.1. Terreno para a barragem

Os terrenos para a barragem têm de possuir características muito específicas, que


lhes permitam suportar com segurança as cargas transmitidas pelo corpo da barragem e,
simultaneamente, que possam garantir a estanquicidade da albufeira. Com recurso a
estudos geológicos, determina-se qual o local mais apropriado para a implantação da
barragem, sendo que, para além do corpo da barragem, há que ter em conta os terrenos
para o circuito hidráulico (torre de tomada de água, galeria de adução, poço e galeria de
restituição), os terrenos para os edifícios da central e os terrenos para as estruturas de
dissipação de energia (bacias de dissipação).

Tendo em atenção as dimensões das estruturas a serem construídas, procede-se à


expropriação dos terrenos previamente selecionados, sem esquecer as áreas mais
significativas, que correspondem aos terrenos que vão ser inundados com a subida das
águas.

2.5.2. Terreno para as instalações provisórias

Para a realização de qualquer obra há necessidade de instalar infraestruturas de


apoio às operações a realizar. Deste modo, há necessidade de prever espaços que
acomodem essas infraestruturas.

Para uma obra com a dimensão de uma barragem, há que ter em conta que tanto o
volume de trabalhadores como o de materiais e equipamentos é muito superior ao da
maioria das obras, pelo que, no dimensionamento dos espaços como o refeitório, os
vestiários, os armazéns, os parques de equipamentos, etc., é necessário considerar uma
maior área de utilização. Para além dos espaços do estaleiro social e do estaleiro de apoio,

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é necessário, também, ter em conta a necessidade de instalar em obra infraestruturas
industriais como centrais de betão, Blondins ou gruas e é, também, necessário prever as
áreas necessárias para as instalar.

Deste modo, deve existir a preocupação de quantificar o melhor possível todo o


espaço a ser utilizado para estas instalações e quais os locais onde elas vão ser
implantadas, de modo o que, quando as expropriações forem feitas, seja obtido todo o
espaço que é necessário ocupar provisoriamente durante o decorrer da obra.

2.5.3. Terreno para a escombreira

As escombreiras são terrenos onde se depositam os produtos resultantes das


escavações da obra que não sejam incorporados na sua construção. A escolha do local de
uma escombreira deve ter em conta diversos fatores, não só de cariz económico mas
também ambiental. Deste modo, é possível enumerar, de entre outros, os seguintes fatores
a ter em conta na escolha do local de uma escombreira:

 A distância entre os terrenos da escombreira e o local de onde são extraídos os


materiais a depositar, já que o custo do transporte afeta o custo total da
operação;
 A capacidade total de armazenamento do terreno face ao volume total de
material que se espera vir a produzir;
 Os impactes ambientais que a deposição de materiais poderá provocar nos
terrenos escolhidos e na sua envolvente.

Desta forma, é essencial que se escolha cuidadosamente o local onde se irão situar
as escombreiras, de modo a que só se façam as expropriações que sejam mesmo
necessárias. Habitualmente, as escombreiras localizam-se em terrenos que vão ficar
submersos depois do fecho da barragem.

2.5.4. Terrenos da albufeira

Uma albufeira é um lago artificial, criado devido à construção de um obstáculo


(neste caso o corpo da barragem) no leito de um rio. Esse obstáculo, impedindo a

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passagem livre da água, causa uma acumulação de água no lado montante da barragem,
que desencadeia a formação de um lago.

Deste modo, a construção de uma barragem dá sempre origem a uma albufeira,


que ocupa terrenos que pertencem a particulares. Tendo isto em conta e tal como referido,
é necessário fixar a cota máxima da água da albufeira em função da cota do descarregador
de cheia, de modo a que se expropriem os terrenos que se encontram abaixo dessa cota e
que, por isso, vão ficar submersos.

2.5.5. Acessos

A construção de acessos é de grande importância para qualquer empreendimento


uma vez que estes não só permitem o acesso dos utilizadores das infraestruturas
construídas a estas a partir do início da sua utilização (acessos definitivos) como também
permitem a circulação e acesso a frentes de obra durante o tempo de construção dessas
mesmas infraestruturas (acessos provisórios). Antes de se iniciar a fase de definição dos
acessos e respetivos projetos, há que realizar estudos geológicos e geotécnicos. Estes
permitem conhecer os terrenos onde se vão criar os acessos, de modo a que as soluções
adotadas sejam as mais adequadas às condições do local.

Para a construção de quaisquer acessos existem diversos fatores a ter em conta,


como por exemplo:

 Número e tipo de veículos que vão circular;


 Declive dos acessos;
 Drenagem das plataformas;
 Raios de curvatura;
 Etc.

Tendo em conta os fatores acima citados, procede-se à definição dos traçados dos
acessos e seu respetivo cálculo, sendo, depois, esta informação aglomerada num projeto:
o projeto de execução dos acessos.

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2.6. Barragem Nacional (Cahora Bassa)

A barragem de Cahora Bassa (na pronúncia do nhúngue, a língua local) ou Cabora


Bassa é a maior barragem construída por Portugal. Situa-se no rio Zambeze, no distrito
de Tete, em Moçambique, significando, na língua do país, "onde acaba o trabalho", numa
alusão às cachoeiras que impediam que os habitantes passassem o rio para além daquele
ponto.

Começou a ser construída em 1970 e foi terminada em 1974. Com cerca de 164
metros de altura e cerca de 303 metros de arco, tem a capacidade de 63 000 milhões de
m3 de água e pode produzir 2075 gigawatts por hora.

O principal consumidor da energia produzida por esta barragem é a África do Sul.


Algumas fontes apontam que, durante a sua construção, no período da Guerra Colonial,
a barragem foi alvo de vários ataques e boicotes perpetrados pela resistência
moçambicana, por considerarem que Portugal pretendia ganhar o apoio da África do Sul
na sua luta colonial.

Uma das prioridades é fornecer energia a baixos custos (dos mais baixos do
Mundo) à África do Sul, devido ao acordo efetuado entre Portugal e a África do Sul em
1969.

Figura 10: Barragem de Cahora Bassa

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A companhia que explora a barragem, a Hidroelétrica Cahora Bassa (HCB), tinha
até 31 de outubro de 2006 capital moçambicano e, maioritariamente, português (82%).
Nessa data, foi assinado o acordo de reversão da HCB para Moçambique, pelo primeiro-
ministro português, José Sócrates, e o presidente da República de Moçambique, Armando
Guebuza, tendo Portugal ficado apenas com uma pequena parcela de participação (de
82% passou a 15%).

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3. Conclusão

Como explicado ao longo do trabalho as barragens são construções que se


destinam para garantir a retenção de materiais sólidos ou líquidos e utilizadas para dispor
materiais. Porem no meio dos diferentes tipos de barragem, a barragem de rejeitos são as
qua mais se rompem ao redor do mundo. A barragem de rejeitos é considerada a forma
“mais comum e mais barata”. Ela possui como função o acumulo de resíduos de processos
industriais.

Essas barragens são inicialmente construídas de terra, enrocamento, rejeitos e até


concreto. Em meio ao seu processo de construção existe o método chamado de
“alteamento a montante”, no qual a barreira de contenção recebe camadas do próprio
material do rejeito. Existem dois motivos principais para uma barragem de rejeitos se
romper. O primeiro acontece por conta de fenômenos da natureza como, terremotos,
tsunamis e outros possíveis acontecimentos “catastróficos” que vão ocorrer na área da
estrutura ou nas regiões próximas a ela e podem afetá-la.

Para evitar colapsos e ruptura nas barragens, o ideal é que a empresa que é dona
daquela obra faça um monitoramento de barragens preventivo. Ele pode ser realizado por
tecnologias que juntas vão garantir ações preventivas e adquirir diversos dados para
garantir que aquela determinada estrutura esteja completamente monitorada

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4. Referências Bibliográficas

PIRES, Luiz Cláudio Silva. Barragens de Terra e Enrocamento – Faculdade Finom de


Patos de Minas. CEMBEC. Disponível em: <
http://189.112.242.179:8081/files/006903/Material_Prova_BARRAGEM_E_ENROCA
MENTO.pdf> Consultado em 05 de Dezembro de 2022

MOREIRA, Ana Raquel Palatino.(2012). Método de Execução de uma barragem -


Trabalho Final de Mestrado. Instituto Superior De Engenharia De Lisboa. Disponível
em: <file:///C:/Users/DONALD/Desktop/Dissertação.pdf>. Consultado em 05 de
Dezembro de 2022

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