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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS – ICET

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS QUÍMICA E BIOLOGIA

FERNANDA LIMA DE ALENCAR

ÓLEO DE ANDIROBA (Carapa guianensis Aublet): DAS


CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DA ESPÉCIE À EXTRAÇÃO DO ÓLEO

ITACOATIARA/AM

2023
FERNANDA LIMA DE ALENCAR

ÓLEO DE ANDIROBA (Carapa guianensis Aublet): DAS


CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DA ESPÉCIE À EXTRAÇÃO DO ÓLEO

Trabalho apresentado ao Instituto de Ciências


Exatas e Tecnologia – ICET – Itacoatiara, a
disciplina ITB023-Trabalho de Conclusão de
Curso da Universidade Federal do Amazonas
- UFAM, como um dos pré-requisitos para a
obtenção de título de Licenciada no Curso de
Ciências: Química e Biologia na área de
Ciências Biológicas.

Orientador: Dr. Alex Martins Ramos

TACOATIARA/AM

2023

2
Ficha Catalográfica
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Alencar, Fernanda de Lima


A368ó Óleo de andiroba (Carapa guianensis Aublet): das características
botânicas da espécie à extração do óleo / Fernanda de Lima
Alencar . 2023
39 f.: il. color; 31 cm.

Orientador: Alex Martins Ramos


TCC de Graduação (Licenciatura em Ciências Biológicas) -
Universidade Federal do Amazonas.

1. Andirobeira. 2. Extração artesanal. 3. Ácidos graxos. 4. Carapa


guianensis Aublet. I. Ramos, Alex Martins. II. Universidade Federal
do Amazonas III. Título
4
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à Deus por permitir realizar este trabalho.

Agradeço a minha família pelo apoio, foram de grande importância em todo o processo.

Agradeço ao meu orientador professor Alex Martins Ramos pela paciência e parceria na
construção desse trabalho, sei que não foi fácil me orientar, mas se não fosse por ele não
estarei realizado esse trabalho e defendendo. Agradeço cada palavra de incentivo, atenção
e dedicação que o Sr. Teve por esse trabalho fosse concluído.

Gratidão pela participação das professoras Isabel Reis e Silva e Margarida Carmo de Souza
na banca, obrigada pela dedicação e atenção de cada uma, foram essenciais para minha
formação acadêmica.

Agradeço aos meus amigos que de forma direta ou indiretamente participaram da


realização deste trabalho.

Meu muito obrigada a todos!

5
“Na natureza, nada se cria,

nada se perde,

tudo se transforma.”

(Antoine-Laurent de Lavoisier)

6
RESUMO

A andiroba, espécie pertencente à família Meliaceae, de uso múltiplo de grande interesse


econômico, sobretudo por suas propriedades medicinais. O objetivo de estudo foi realizar
uma revisão bibliográfico, em artigos científicos, sobre a produção do óleo de andiroba
(Carapa guianensis Aublet) considerando desde suas características botânicas,
agronômicas e físico-químicas e suas relações com a qualidade do óleo. Através, de artigos
científicos sobre a espécie Carapa guianensis Aublet atrás de palavras-chaves: ‘andiroba’,
‘Carapa guianensis’, ‘métodos de armazenamento das sementes de andiroba’, ‘processo
de extração do óleo de andiroba’, ‘composição físico-química do óleo da andiroba’,
‘extração, comercialização e usos do óleo de andiroba’, ‘uso medicinal do óleo de andiroba’,
‘predação de sementes de andiroba’. Fazendo-se uso da técnica bibliométricas, os dados
das pesquisas foram coletados nas bases de dados: artigos, livros, teses, dissertações em
revistas internacionais e nacionais, entre outros, nas bases de busca Google Acadêmico,
Portal Periódicos Scielo. O óleo fixo foi caracterizado quanto a/o: índice de acidez, índice
de saponificação, índice de iodo, índice de peróxido meq/Kg, índice de refração (Zeiss
40ºC), densidade e composição em ácidos graxos. Os resultados físico-químicos
demonstraram que o óleo de andiroba extraído artesanalmente se enquadram dentro dos
padrões recomendados pelos órgãos regulamentadores de qualidade de óleos vegetais. A
composição química do óleo de andiroba (Carapa guianensis Aubl.) apresentou os
seguintes ácidos graxos majoritários: o ácido oleico (48-59%), palmítico (21-32%), esteárico
(6-13%), linoleico (4,9-16), linolênico (9-16%) e mirístico (7,1-18,1%), totalizando 95,74%
da composição e concentração do óleo, sendo o ácido graxo insaturado representando
58,8% e saturado 36,99%, pois demonstraram que os ácido graxos insaturado de maior
proporção encontrado no óleo é ácido oleico (49,74%) e os ácidos graxos saturado de maior
proporção é o ácido palmítico (28,29%) representado no constituintes do óleo. Essa
composição química do óleo de andiroba variam enormemente as frações de cada ácido,
dependendo dos fatores climáticos (temperatura, efeito sazonal, intensidade da luz), forma
de armazenamento, pode influenciar diretamente nos resultados.
PALAVRAS-CHAVES: andirobeira, extração artesanal, ácidos graxos.

7
ABSTRACT

Andiroba, a species belonging to the Meliaceae family, of multiple use of great economic
interest, especially for its medicinal properties. The objective of study was to carry out a
bibliographic review in scientific articles on the production of andiroba oil (Carapa
Guianensis aublet) considering from its botanical, agronomic and physicochemical
characteristics and its relations with oil quality. Through scientific articles on the species
Carapa Guianensis aublet behind keywords: 'andiroba', 'Carapa Guianensis',' and andiroba
seed storage methods', 'Andiroba oil extraction process',' physical composition- Andiroba oil
chemistry ',' extraction, marketing and uses of Andiroba oil ',' medicinal use of Andiroba oil
',' and and andiroba seed predation '. Using the bibliometric technique, research data was
collected in the databases: articles, books, theses, dissertations in international and national
magazines, among others, in the Google Academic Search bases, Portal Periodicals Scielo.
Fixed oil has been characterized as A/O: acidity index, saponification index, iodine index,
meq/kg peroxide index, refractive index (zeiss 40ºC), fatty acid density and composition.
The physicochemical results have shown that andiroba oil extracted handcrafted fit within
the standards recommended by the quality regulatory organs of vegetable oils. The chemical
composition of andiroba oil (carapa guianensis aubl.), Presenting the following major fatty
acids in the oil sample that are: oleic acid (48-59%), palmitic (21-32%), steric (6-13 %),
linoleic (4.9-16), linolenic (9-16%) and myristic (7.1-18.1%), totaling 95.74%of oil
composition and concentration, being unsaturated fatty acid representing 58.8%and
saturated 36.99%, as they demonstrated that the most unsaturated fatty acids found in oil
is oleic acid (49.74%) and higher -proportion saturated fatty acids is palmitic acid (28.29% )
Represented in the Constituents of Oil. This chemical composition of andiroba oil vary
greatly the fractions of each acid, depending on climatic factors (temperature, seasonal
effect, light intensity), storage, can directly influence results.
KEYWORDS: andirobeira, artisanal extraction, fatty acids.

8
Sumário
1 INTRODUÇÃO 10

Justificativa 11

Objetivos 12

1.2.1 Objetivo Geral 12

1.2.2 Objetivo Específico 12

2 METODOLOGIA 12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13

4 DISTRIBUIÇÃO, ABUNDÂNCIA E ECOLOGIA 13

4.1 Nomes Populares 13

4.2 Distribuição Geográfica 14

4.3 Habitat 14

4.4 Germinação das Sementes 15

4.5 Plântulas (Planta Recém-Nascida) 16

4.6 Árvore e Folha 18

4.7 Inflorescência, Frutos e Sementes 19

5 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DO ÓLEO 22

5.1 Extração Artesanal 22

5.2 Extração Mecânica ou Prensagem 24

5.3 Extração por Solvente 26

6 PRAGAS E DOENÇAS 27

7 COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO 28

8 USO E COMERCIALIZAÇÃO 31

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33

REFERÊNCIAS 35

9
1 INTRODUÇÃO

A Meliaceae Carapa guianensis Aublet, conhecida popularmente como andiroba (das


palavras indígenas, “landi”, óleo e “rob”, amargo) é uma arbórea, secundária tardia ou
clímax, perenifólia e de dossel ou sub-dossel (KAGEYAMA et al., 2004; MENEZES, 2005,
p. 03; DA SILVA et al., 2009; HENRIQUES; PENIDO, 2014; NASCIMENTO et al., 2019). A
andiroba (Carapa guinensis Aubl.) é uma espécie vegetal popularmente conhecida como
carapa, angirova, andirobinha, andiroba-branca, andiroba-de-igapó, andiroba-lisa, andiroba
vermelha, purga-de-santo-inácio, entre outros nomes pertencente à família Meliacea, pode
alcançar 30 m de altura (FERRAZ et al., 2002; ALEXANDRE, 2018).

Na Amazônia brasileira as árvores de andirobeira podem ser usadas em sistemas


agroflorestais (CONDÉ et al., 2013), no enriquecimento de capoeiras e na recuperação de
áreas úmidas degradadas (FERRAZ et al., 2002). Apresentarem madeira de excelente
qualidade, e utilizadas, praticamente, todas as partes da planta para fins medicinais
(SHANLEY; LONDRES, 2011; BRITO et al., 2013; ROMA et al., 2015). A Carapa guianensis
Aubl. é uma árvore que compõe a biodiversidade florísticas e biológica da Amazônia,
pertence à família Meliaceae, ocorre em terra firme, mas é encontrada amplamente em
regiões alagadas, estando concentrada em maiores proporções nos estados do Pará,
Amapá, Amazonas e Roraima, em sociedade com árvores de virola/ucuúba (Virola
surinamensis (Rol.) Warb.) (Myristicaceae), pracaxi (Pentaclethra macroloba (Wild.) O.
Kuntze) (Leguminosae-Mimosoideae) entre outras (PRESCE, 2009).

O gerenciamento dos recursos florestais transformando-os em serviços e produtos como


fonte de benefícios econômicos é uma forma de incentivar a persistência e conservação da
biodiversidade refletindo efeitos sobre os diversos grupos sociais envolvidos, como
proprietários rurais, povos da floresta, etnias indígenas, enfim, a sociedade em geral,
mantendo de forma sustentável a fauna silvestre e a diversidade florística (KLIMAS et al.,
2012; ABREU et al., 2014).

A cadeia produtiva do óleo de andiroba (Carapa guianensis) é bastante conhecido por


povos tradicionais como os indígenas e ribeiros, da qual o produto principal é o óleo
(VIEIRA; GALVÃO; ROSA, 1996; SANTANA et al., 2004; 2008). Este por sua vez tem
diversos empregos, os quais podem ser classificados como uso tradicionais, fitoterápicos e
industriais. Dentre os usos que se faz do óleo de andiroba, podem ser citados: produção de
repelentes para inseto, cosméticos para o rosto, anti-inflamatório (contra dores de garganta,

10
machucados e atrite) (GUERRA, 2008; FERREIRA et al., 2010; ABREU et al.,2014;
CARVALHO, 2014).

O óleo extraído da semente é composto normalmente por triglicerídeos e composição


especial em ácidos graxos. O óleo de andiroba tem características peculiares, que desperta
o interesse de pesquisas em diversas aplicações de forma in natura. Algumas propriedades
fitoterápicas têm sido bem documentadas ao longo dos anos de estudo, como a antialérgica
(PENIDO et al., 2005), anti-inflamatória (COSTA-SILVA et al., 2008) e antiplasmódica
(MIRANDA JÚNIOR et al., 2012), entre outras.

Justificativa

A determinação das propriedades físico-químicas do óleo como densidade, viscosidade e


acidez bem como sua composição química é fundamental, tanto para definir qual o melhor
uso a se fazer do óleo quanto sua qualidade. No entanto, esses procedimentos são caros.
Porém, como a espécie C. guianensis é bastante estudada muitas das perguntas
levantadas por agricultores familiares ou até mesmo grandes produtores podem ter sua
resposta na literatura especializada, evitando custos com a extração e a análise do óleo.

Sabe-se também que a composição química do óleo é influenciada pelo tipo de solo, pelo
regime climático, pela sazonalidade (RIBEIRO et al., 1999). Consequentemente, as
propriedades físico-químicas também serão influenciadas. Essa relação faz com que
muitas vezes, o óleo extraído durante o dia seja líquido e durante a noite ou em dias
chuvosos, cristalize.

Desta maneira, os seguintes questionamentos surgiram: “ Porque o óleo da andiroba


apresenta esse aspecto? Essa cristalização afeta a qualidade do produto? Qual o processo
necessário para que não ocorra essa cristalização? O que pode ser feito? Pode ser usado
como fitoterápico ou não? A nutrição do solo contribui para a precipitação? Qual o período
de coleta ideal? Grande parte destas respostas está ligada a composição química do óleo
de andiroba e a cromatografia gasosa (CG) é a técnica mais utilizada para esse fim. Muitas
das vezes, o elevado custo da análise inviabilizada a obtenção de dados de composição.
Mas uma vez que a espécie Carapa guianensis é muito estudada, então grande parte das
repostas pode ser obtida a partir da literatura especializada (FARIAS; FILHO, 2013;
MARQUES et al., 2016; ALVES; SILVA, 2017; GARCIA; BRAGA. 2019).

Este trabalho de conclusão de curso surgiu com uma oportunidade de responder a essas
perguntas a partir de dados contidos na literatura científica sobre a produção do óleo de
11
andiroba, tomando como ponto de partida os aspectos botânicos da planta perpassando
pelo cultivo, coleta e finalmente, a extração do óleo propriamente dito.

Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Realizar uma revisão bibliográfica sobre a produção do óleo de andiroba considerando


desde suas características botânicas, agronômicas e físico-químicas, e suas relações com
a qualidade do óleo.

1.2.2 Objetivo Específico

(i) Apresentar os aspectos botânicos e agronômicos da planta;

(ii) Correlacionar a composição química com as propriedades físico-químicas do óleo;

(iii) Identificar as principais aplicações do óleo da andiroba (Carapa guianensis Aubl);

(iv) Analisar o uso do óleo da andiroba (Carapa guianensis Aubl) na perspectiva do


conhecimento tradicional;

(v) Apresentar as principais pragas que atacam a planta, afetando deste modo, a cadeia
produtiva;

(vi) Descrever e comparar o processo de extração industrial com o processo de extração


artesanal do óleo de Andiroba.

2 METODOLOGIA

Foram analisadas as informações disponíveis até o momento publicados em artigos, livros,


teses, dissertações em revistas internacionais e nacionais, entre outros, nas bases de
busca Google Acadêmico, Portal Periódicos Scielo, especialmente desenvolvido para
responder as necessidades da comunidade cientifica, são mecanismos que proporciona
uma solução eficiente que assegura a visibilidade ao acesso universal a literatura científica.

Os critérios adotados primeiro foram as seguintes palavras-chaves: ‘andiroba’, ‘extração do


óleo de andiroba’, ‘Carapa guianensis’, ‘óleo de andiroba’, ‘métodos de armazenamento
das sementes de andiroba’, ‘processo de extração do óleo de andiroba’, ‘extração do óleo
de andiroba’, ‘composição físico-química do óleo da andiroba’, ‘composição do óleo de
andiroba’, ‘extração, comercialização e usos do óleo de andiroba’, ‘uso medicinal do óleo

12
de andiroba’, ‘predação de sementes de andiroba’. Em segundo, foram aceitos na base de
dados todos as publicações relevantes sobre a espécie. Desta forma, definitivamente este
trabalho inclui artigos, estudos e pesquisas onde abordava a espécie C. guianensis e
revisão bibliográficas.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Souza et al., (2006) afirmam que a andiroba é uma espécie de uso múltiplo já que produz
dois produtos de grande importância na região norte do país, sendo a madeira e o óleo
extraído de suas sementes. A madeira obtida desta planta é considerada de boa qualidade
e resistente contra insetos, enquanto o óleo extraído de suas sementes é muito procurado
para uso medicinal e cosmético, aumentando sua exploração extrativista (FERRAZ et al.,
2002).

Da andiroba os usos mais comuns são sua madeira, muito valorizada na região Amazônia
por seu alto valor e qualidade, e óleo extraído de suas sementes, reconhecido na região
por suas propriedades fitoterápicas. Segundo Mendonça e Ferraz (2007) em comparação
com a exploração madeireira, a coleta das sementes necessita pouco investimento e, além
de não ser destrutiva, a produção do óleo pode assegurar um retorno econômico anual para
o extrativista.

A andiroba também apresenta grande potencialidade como oleaginosa (óleo extraído das
sementes), uma alternativa econômica viável para as comunidades que exploram esse
produto. Porque de acordo com que afirmam Tonini et al. (2008) e Silva (2009), o óleo tem
demanda internacional, sendo utilizado sobretudo pela indústria cosmética.

4 DISTRIBUIÇÃO, ABUNDÂNCIA E ECOLOGIA

4.1 Nomes Populares

A andiroba é conhecida por diversos nomes, entre eles: Andiroba-saruba, iandirova,


iandiroba, carapá, carapa, nandiroba, andirobinha, andiroba branca, Andiroba-do-igapó,
carape, jandiroba, penaiba (Brasil), roba-mahogany, (Estados Unidos), karapa, British-
guiana-mahogany (Guiana), bois-caille, carapeblanc, carape-rouge, Andiroba-carapa
(Guiana Francesa), crabwood (Inglaterra), cedo-bateo (Panamá), Andiroba-aruba,
Andiroba-samba, andirova, angiroba, carabinha, carapa´tauloucana, penaiba, purga-de-
santo-Inácio, carape, yani, tibiru, aboridan (Brasil), cedro Macho (Panamá) (COSTA, 1989;
REVILLA, 2001; FERRAZ et al., 2002; LORENZI, 2002).
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A espécie pertence à família Meliaceae e tem as seguintes sinonímias: Carapa latifólia
Willd.; Xylocarpus carapa Spreng.; Carapa macrocarpa Ducke; Carapa procera
(diferenciada da C. guianensis por PENNINGTON et al., 1981).

4.2 Distribuição Geográfica

A família Meliaceae possui cerca de 51 gêneros e aproximadamente 550 espécies,


distribuídas nas regiões tropicais e sub-tropicais da América, principalmente no norte da
América do Sul, inclusive, na Bacia Amazônica, África e Ásia, estendendo-se pela Nova
Zelândia e ao longo da costa oriental da Austrália (LOUREIRO et al. 1979; PENNINGTON
et al., 1981; LEITE 1997; FERRAZ et al. 2002; GOUVÊA,2005). No Brasil, são encontrados
sete gêneros (Cedrela, Cabralea, Swietenia, Carapa, Guarea, Trichilia e Khaya) e
aproximadamente 100 espécies dessa família (MUELLNER, 2003).

A C. guianensis Aublet é uma espécie nativa da Amazônia e não endêmica do Brasil. Ocorre
amplamente na região norte, expressivamente nos estados do Acre, Amazonas, Amapá e
Pará. Já no Nordeste, o estado do Maranhão possui a maior ocorrência, geralmente
encontrada nas várzeas e áreas alagáveis ao longo dos igapós. Frequentemente ocorre
associada com a ucuúba (Virola guianensis) e a seringueira (Hevea brasiliensis)
(Cavalcante et al., 1986). Além do Brasil, ocorre ainda no sul da América Central, na
Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Peru, nas ilhas do Caribe e no Paraguai
(FERRAZ e CAMARGO, 2003). A Andiroba é bastante cultivada em terra firme, onde atinge
menor porte (LIMA e AZEVEDO, 1996).

4.3 Habitat

A C. guianensis Aublet é considerada uma espécie clímax, adaptada às condições


ambientais especifica da região, e na qual a biomassa e a biodiversidade permanecem
constante. Possui grande plasticidade fisiológica quando submetida ao estresse hídrico,
(Gonçalves et al., 2009), fato pelo qual desenvolve-se em diferentes tipos de solos, exceto
os extremamente secos.

Quanto ao clima, a andiroba ocorre em região com clima tropical úmido, com precipitações
entre 1.800 mm e 3,500 mm anuais. As temperaturas podem variar de 17ºC a 30ºC e a
umidade relativa, de 70% a 90%. A espécie desenvolve-se melhor em solos argilosos e
barrentos (porém não encharcados) e com abundante matéria orgânica (REVILLA, 2001).

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As plantas jovens dessa espécie toleram estresse hídrico durante 21 dias e após
reidratadas, se recuperaram rapidamente, o que demonstra boa plasticidade fisiológica
(Gonçalves et al., 2009). A dinâmica do ciclo das marés é extremamente importante para a
dispersão de sementes dos indivíduos de Carapa guianensis que compõem as populações
das áreas inundáveis (BOUFLEUER, 2004). Para Klimas (2006) a densidade populacional
desta arbórea da Amazônia é maior em ambiente de Baixo do que em Florestas de Terra
Firme. Geralmente a espécie ocorre em agrupamentos chamados reboleiras e,
frequentemente, formando associações com árvores de seringueira, ucuúba, jaboti e
pracaxi.

4.4 Germinação das Sementes

As sementes possuem viabilidade de germinação de 2 a 3 meses (Ferraz et al., 2002;


Scarano et al., 2003). Conforme Ferraz e Sampaio (1996) e Sampaio (2000), as sementes
quando acondicionadas em sacos de polietileno permanecem viáveis por um período de
até 7 meses, desde que armazenadas em câmara úmida (temperatura de 140ºC com poder
de germinação de 80% de Umidade Relativa). O teor de água nas sementes recém-
coletadas varia entre 42% e 55%; 1000 sementes pesam entre 20 e 33 kg e 1 kg pode
conter de 30 a 50 sementes (FERRAZ, 2003).

A capacidade de germinação da espécie varia de 41% a 94% (CONNOR et al., 1998;


SAMPAIO, 2000; GUARIGUATA et al., 2002; BOUFLEUER, 2004); o tempo de germinação
varia de 6 a 10 dias após a semeadura e se completa dentro de 2 a 3 meses (BOUFLEUER,
2004). Segundo Ferraz (2003) a germinação inicia-se entre 6 e 26 dias após a semeadura,
dependendo da espessura do tegumento. No entanto, pode ocorrer uma desuniformidade
na germinação, fator esse, que pode advir devido à diferença de tamanho entre as
sementes (SILVA et al. 2004).

Conforme Guariguata et al. (2002), a germinação de Carapa guianensis em sementes


enterradas, a 3 e 5 cm de profundidade, e sementes na superfície do solo, não diferem,
concluindo que a germinação independente deste fator. Esses autores obtiveram
germinação de 71% a 88%, em 320 sementes. Ainda, conforme estes mesmos autores,
houve diferença apenas na emergência, obtendo 41% e 54% de germinação para sementes
enterradas e não-enterradas, respectivamente.

15
4.5 Plântulas (Planta Recém-Nascida)

O processo de germinação inicia-se com 14 dias após a semeadura por meio do


rompimento do tegumento, próximo à micrópila, exibindo a radícula branca, cilíndrica, lisa
e glabra (Figura 1). Segundo Floss (2004), este processo é o mais comum, com a radícula
sendo o primeiro órgão a emergir do tegumento durante o processo de germinação.

Figura 1: Protrusão da radícula

Fonte: Autora (2022).

Ao mesmo tempo, ocorre a emergência da parte aérea, curvada, apresentando epicótilo de


coloração violácea, herbáceo, cilíndrico, glabro e liso, localizado entre o pecíolo cotiledonar
que apresenta coloração amarelada (Figura 2). O pecíolo cotiledonar também foi observado
por Ferraz et al. (2002) para Carapa guianensis Aublet. (Andiroba) e Carapa procera
(andiroba-branca). Para Guarea guidonia (carrapeta-verdadeira) (CARDOSO et al., 1994),
essa estrutura também foi observada, porém, estes autores a definiram como nó
cotiledonar, sendo uma estrutura em forma de anel localizado na base da raiz primária,
semelhante ao que se descreve neste trabalho e no de Ferraz et al. (2002) como pecíolo
cotiledonar.

Figura 2: Emergência

Fonte: Autora (2022).

O desenvolvimento do hipocótilo é pequeno (Ferraz et al., 2002), enquanto, o epicótilo


(Figura 3) é glabro, cilíndrico, sublenhoso, apresentando de duas a seis gemas axilares
protegidas por catáfilos.

16
Figura 3: Desenvolvimento do epicótilo

Fonte: Autora (2022).

Os metáfilos são paripinados, de filotaxia alterna e pré-foliação conduplicada (Figura 4). Ao


contrário, Ferraz et al. (2002) descrevem os metáfilos de C. guianensis Aublet. como
paripinados ou imparipinados.

Figura 4: Emissão dos metáfilos

Fonte: Autora (2022).

Os metáfilos são peciolados, apresentando o pecíolo cilíndrico, canaliculado na face adaxial


e com presença de pulvino na sua base. Os folíolos são opostos, com raque canaliculada
na face adaxial, peciolulados, com os peciólulos curtos e canaliculados na face adaxial. Os
folíolos são glabros, com margens inteiras e lisas e ápice e base acuminados (Figura 5)
(PANTOJA, 2007).

Figura 5: Plântula

Fonte: Autora (2022).

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A face adaxial dos folíolos é mais escura que a abaxial. Ferraz et al. (2002) descreveram a
coloração verde-oliva para a face adaxial e verde esbranquiçada para a face abaxial. A
venação é reticulada broquidódroma, de coloração mais clara que o limbo, sendo as
nervuras principal e secundárias mais evidentes, enquanto que as terciárias são pouco
evidentes (Figura 6). Na face abaxial, as nervuras apresentam-se impressas, e, na adaxial,
apresentam-se levemente imersas.

Figura 6: Detalhe de um folíolo

Fonte: Autora (2022).

A plântula apresenta epicótilo com 9-17cm de altura quando surgem as primeiras folhas,
que são alternas, glabras, normalmente compostas, paripinados ou imparipinadas. O
hipocótilo não se desenvolve e os cotilédones permanecem na semente. Neste estágio, a
raiz primária é cumprida, lenhosa, resistente e de coloração marrom; as raízes secundárias
são finas, densas e de cor castanho claro (RIBEIRO et al., 1999).

4.6 Árvore e Folha

A andirobeira é uma árvore perenifólia, de até 55 metros de altura (Ferraz, 2003a), com
fuste cilíndrico e reto, normalmente, com altura variando de 20-30m, podendo atingir até
200cm de diâmetro, apresentando ou não sapopemas (Figura 7A). A casca é grossa e
amarga, de cor avermelhada ou acinzentada e desprendendo-se facilmente em grandes
placas. As folhas são compostas, alternadas e paripenadas, com vestígio de um folíolo
terminal. Cada folha possui de 3 a 10 pares de folíolos opostos ou sub-opostos, com 10-50
cm de comprimento. O ápice dos folíolos varia entre acuminado, agudo e arredondado,
enquanto a base é desigual e assimétrica (FERRAZ et al., 2003a) (Figura 76B e 7C).

18
Figura 7: A. Árvore de Carapa guianensis. B. Folha face adaxial. C. Folha face abaxial

Fonte: Autora (2022).

O tronco é reto e cilíndrico podendo alcançar de 50 a 170 cm de diâmetro e de 30 a 50 m


de altura; a madeira tem densidade de 0,73 g cm -3 e é inatacável por insetos, sendo utilizada
na construção de mastros, banco de navios, construção civil, carpintaria, marcenaria,
mobiliário, confecção de portas e caixotaria (LORENZI, 1992; PAULA; ALVES, 1997;
FERRAZ, 2003; FOUNIER, 2003).

4.7 Inflorescência, Frutos e Sementes


As flores são brancas, pequenas, solitárias, axilares, subsséseis, glabras, levemente
perfumadas, contendo 8 anteras, 1 ovário, 4 lóculos com até 6 óvulos, e estão inseridas em
uma inflorescência paniculada localizada principalmente na extremidade dos ramos
(BARROSO et al, 1999; VIEIRA, 1996) (Figura 8).

Figura 8: Flores da C. guianensis.

Fonte: Autora, 2022.

A inflorescência é sustentada por brácteas pontudas, axilares ou subterminais (Ferraz et


al., 2002; Founier, 2003) (Figura 98), e a polinização é feita por insetos de pouca
mobilidade, como microlepdópteros e meliponinas (mariposas menores, abelha e ácaros)
(MAUÉS, 2006; RAPOSO, 2007).
19
Figura 9: Inflorescência

Fonte: Autora (2022).

O florescimento ocorre nos meses de agosto a outubro e os frutos podem ser encontrados
ao longo de todo o ano na Amazônia Brasileira, sendo que os períodos de maior
produtividade são entre os meses de março a junho no Amapá, coincidindo com a época
de maior precipitação no Estado (FREITAS, 1999). No entanto, os padrões de florescimento
e frutificação podem ser variáveis conforme as demais regiões da Amazônia (SAMPAIO,
2000; FERRAZ, 2003; KAGEYAMA et al., 2004; RAPOSO, 2007).

O período reprodutivo da espécie é diferente em cada estado da Amazônia. Shanley et al.


(1998) registraram que a andirobeira floresce entre os meses de agosto a outubro e frutifica
de janeiro a abril. No Pará a floração também ocorre durante a estação chuvosa (CONAB,
2013). Nas condições de Manaus/AM as fenofases dividem-se em três períodos: 1) floração
de dezembro a março; 2) frutificação de março a maio; e 3) queda das sementes de abril a
julho.

Contudo, a fenologia de Carapa guianensis é muito variável, podendo ocorrer frutificação


ao longo de todo ano, conforme sua distribuição geográfica e habitat. No entanto, pode
apresentar sazonalidade de produção, com alta produção de frutos em um ano e baixa no
outro (FERRAZ et al., 2002). Estudos de fenologia realizados por Medeiros et al. (2014) no
município de Belém/PA, registraram floração durante todo o ano e frutificação em sete
meses do ano. O maior número de dias com floração e frutificação das plantas ocorreu nos
meses de agosto e novembro, com 20 e 12 dias, respectivamente. A espécie é polinizada
por insetos de pouca mobilidade, caso de microlepdópteros e meliponinas (MAUÉS, 2006;
RAPOSO, 2007).

20
A frutificação começa após 10 anos de plantio e uma árvore é capaz de produzir de 50 a
200 kg ano-1 de sementes (RIZZINI; MORS, 1976; SHANLEY et al., 1998). SCHIMIDT e
VOLPATO (1972) observaram em Manaus a frutificação desta espécie após seis anos.

O fruto de C. guianensis Aublet. é uma cápsula septífraga, seca, deiscente, plurilocular,


polispérmica, subglobosa a globosa e castanha, com placentação axilar e com arilóide
amarelo fibroso recobrindo as sementes (Figura 10A). De forma semelhante, BARROSO et
al. (1999) descreveram os frutos de andiroba como cápsula septífraga e subglobosas.
Enquanto que, para LORENZI (1992), RIBEIRO et al. (1999), BOUFLEUER (2004) e
PENNIGTON (2006), os mesmos são globosos. De acordo com FERRAZ et al. (2002) e
RAPOSO (2007), os frutos de andiroba apresentam de 4 a 16 sementes. O fruto é uma
cápsula com quatro valvas, de forma globosa ou subglobosa, medindo, geralmente, entre
5-11cm de diâmetro e pesando entre 90-540g (Figura 10B). Cada fruto pode conter entre
1-16 sementes, de cor marrom, com grande variação de forma e tamanho (Pio Corrêa,
1931; PINTO, 1963; Carruyo, 1972; Mchargue e Hartshorn, 1983; Lorenzi, 1992; SEBRAE-
AC, 1998; Ribeiro et al, 1999; Barroso et al.,1999; Sampaio, 2000; Ferraz et al.,2003)
(Figura 10C).
Figura 10: Fruto e semente de C. guianensis Aublet. A. Fruto tipo cápsula globosa. B. Valva do fruto. C. Semente

Fonte: Autora, 2022.


No interior das sementes, existe a amêndoa de coloração branco-amarelada (Figura 11),
da qual é extraído seu óleo, usado largamente pela população devido a suas propriedades
terapêuticas, como antiinflamatório, cicatrizante e repelente de insetos (BOUFLEUER et al.,
2003; OLIVEIRA, 2008; NAYAK et al., 2011). Suas sementes contêm, aproximadamente,
24 - 25% de casca e 74 - 75% de amêndoa (PINTO, 1963; apud CLAY; SAMPAIO;
CLEMENT, 2000; PEREIRA, 2011) (Tabela 1).

21
Figura 11: Amêndoa da semente de C. guianensis Aublet.

Teste
(Casca)

Amêndoa
(Cotilédones)

Fonte: Autora, 2022.


Tabela 1: Características das diferentes partes da semente de Andiroba
Parte das Sementes % do peso seco total das sementes % de óleo (p/p)
Testa (casca) 24 -25 4
Amêndoa (cotilédones) 74 -75 56
Fonte: PINTO, 1963; apud CLAY; SAMPAIO; CLEMENT, 2000; PEREIRA, 2011.

5 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DO ÓLEO

Os processos de extração de óleos vegetais são classificados como operações unitárias


que visam à separação de determinados compostos, a partir de processos químicos, físicos
ou mecânicos. As características dos óleos vegetais podem ser alteradas em virtude do
método extração selecionado e das condições as quais ele é submetido, tais como altas
temperaturas, secagem das sementes, irradiação, alta concentração de oxigênio (RIBEIRO
et al., 2012).

As características de um óleo podem mudar conforme o método empregado, visto que as


suas propriedades físico-químicas poderão ser alteradas dependendo das condições ao
qual é submetido quando determinada técnica é utilizada (SILVA, 2006). Dentre as técnicas
usadas na extração do óleo de andiroba, destacam-se as seguintes: extração artesanal,
extração mecânica ou prensagem e extração por solvente.

5.1 Extração Artesanal

O processo tradicional mostrou-se como sendo a forma de extração de menor rendimento


em relação às outras, devido muitas vezes às formas de armazenagem antes e após o
cozimento, acarretando no baixo escoamento do óleo extraível, aumento do processo de
oxidação e consequentemente a alteração da qualidade do óleo (MENDONÇA; FERRAZ,
2007; MENEZES, 2005). Alguns autores questionam sobre a presença de determinados

22
componentes ativos no óleo extraído na forma artesanal, influenciado possivelmente pelo
período de fermentação em relação aos óleos industriais (MENEZES, 2005; SHANLEY;
MEDINA, 2005; SHANLEY, 2008). Outro fator importante que também altera nesse
rendimento, independente da forma de extração, é se as sementes são provenientes de
várzea ou terra-firma. Relatos feitos por Gomes (2010) mostram que as sementes que
foram coletadas nas várzeas apresentaram um valor médio de extração de 46%, superior
ao de terra-firme, que apresentou um valor de 41,6%.

O método tradicional já vem sendo praticado a bastante tempo por comunidades rurais do
município de Itacoatiara, inclusive, pela autora desta revisão. Este método possui cinco
etapas: coleta de sementes, seleção e lavagem, cozimento e descanso, quebra da semente
e retirada da massa e extração do óleo, conforme mostra a Figura 12.

Figura 12: Processo de extração de óleo de andiroba

Fonte: Autora, (2022).

De acordo com Mellinger (2006), Tonini et al (2009) e Mendonça (2015), a seleção das
sementes, primeira fase do processo, começa com a coleta no período de frutificação. As
sementes boas são separadas das danificadas, brocadas, furadas, ruídas por mamíferos
ou insetos e as de cor muito escura. Após isso, são imersas em água por cerca de 24 horas,
para classificação das amostras em puras/integras e impuras/contaminadas com Hypsipyla
ferrealis Hampson (Lepidoptera, pyralidae) (broca-das-sementes) praga de ocorrência em
Roraima (QUERINO et al., 2008) (Figura 13).

23
Figura 12: Hypsipyla ferrealis Hampson (Broca-das-sementes).

Fonte: Autora, (2023).

5.2 Extração Mecânica ou Prensagem

Na extração mecânica ou prensagem há uma boa relação custo-benefício, uma vez que
não requer nenhum tipo de composto químico, além de não gerar nenhum resíduo tóxico
ao meio ambiente. No entanto, este método apresenta baixo rendimento em relação a
extração por solvente, quanto menos óleos tiver a matéria-prima menor será o rendimento
de extração por prensagem, mas por outro lado o óleo obtido permite a utilização direta
sem refino. Sendo recomendado para sementes oleaginosas, tal como a andiroba,
amendoim (Arachis hypogaea L.), oliva (Olea europaea), babaçu (Orbignya phalerata),
castanha do Pará (Bertholletia excelsa), girassol (Helianthus annuus), entre outras (BOAS
et al., 2012).

Dois tipos de prensa podem ser utilizados na extração de óleos vegetais, as prensas
hidráulica e de rosca (mecânica) (Figura 14A e 14B). A eficiência destas, quando de baixa
capacidade, podem ser aumentadas a partir da otimização das principais variáveis
envolvidas no processo, como a pressão aplicada sobre a massa das amêndoas, prévio
preparo da matéria-prima, temperatura de prensagem e teor de umidade das sementes
(MENDONÇA et al., 2020)

Figura 14: A: Método de destilação por prensagem (Shiedeck, 2011, p. 37); B: A prensa funciona com
um macaco hidráulico de 16 toneladas. Foto: Paulo Cardoso/Embrapa.

24
Pesquisas realizadas por Ferreira et al., (2011), indicam que o método de extração por
prensagem a frio produziu óleo de andiroba com elevado teor de compostos fenólicos e alta
capacidade antioxidante, comparado ao método de extração por solvente, justificado pela
baixa temperatura de extração. Já Mendonça e colaboradores (2020), desenvolveram uma
pesquisa acerca dos rendimentos do óleo de andiroba extraído por prensa hidráulica a frio,
controlando-se a umidade e temperatura de secagem das amêndoas. Neste trabalho
verificou-se que o rendimento de extração do óleo foi melhor quando as sementes foram
secas a 40 oC e com umidade de 10%. No entanto, estudos acerca dos diversos processos
de extração do óleo de andiroba ainda são incipientes, havendo a necessidade de mais
pesquisas e incentivos para padronização dos mesmos.

A metodologia usando a prensa é uma alternativa bastante empregada nas indústrias


alimentícias, fato este observado nos levantamentos bibliográficos para essa espécie
vegetal (Ordóñez et al., 2005). Além do mais, esse processamento é conduzido sem uso
de produtos químicos, tendo como resultado o aproveitamento da torta residual como adubo
ou ração animal (Pinto et al., 2010). Há relatos também feitos por Savoire (2013) de que o
rendimento por essa técnica é afetado em grande parte por parâmetros mecânicos da
prensa, com o eixo, gaiola e ainda o preparo prévio da matéria-prima a ser processada
como, por exemplo, a secagem combinada ao manejo das amêndoas (WIESENBORNET
al., 2001; SAVOIRE; LANOISELLÉ; VOROBIEV, 2013). Esses últimos são verificados em
usinas no Amazonas e Rondônia, onde cooperados declaram que sementes úmidas travam
a prensa, e sementes aquecidas possibilitam maior extração do óleo, o que justifica o
aquecimento prévio antes da extração (MENDOÇA, 2015).

A prensagem mecânica é indicada para materiais oleaginosos com mais que 25% de teor
de óleo (Parente, 2006), materiais com teores de óleo menores é indicado extração química
por solvente. O método de extração pode provocar alterações nas propriedades físico-
químicas dos óleos (Reda e Carneiro, 2007), alterações essas que podem tornar o óleo
impróprio para o consumo humano, de acordo com os padrões de identidade e qualidade
dos óleos (BRASIL, 2005). Altas temperaturas, longo tempo de exposição a tratamentos
térmicos, irradiações e alta concentração de oxigênio, levam a oxidação lipídica e afetam
as propriedades físico-químicas dos óleos (RAMESH et al., 1995).

25
5.3 Extração por Solvente

Determinados tipos de óleos são muito instáveis e não suportam o aumento de temperatura.
Por isto, é usada a extração por solvente (Figura 15) para se conseguir o óleo essencial
destas plantas mais delicadas. Neste processo um solvente químico (hexano, acetona, éter,
diclorometano) é usado para extrair os compostos aromáticos da planta (VIESSENCE,
2011).

Figura 15: A: Processo de Destilação por arraste e B: Aparelho Soxhlet

Fonte: Fernandes, 2012

A extração por solvente é uma operação de transferência de massa utilizada na indústria


para retirar o óleo de sementes oleaginosas. Após terem seu tamanho reduzido, as
sementes são colocadas em contato com o solvente, de modo que ocorra a transferência
do óleo da fase sólida para a fase líquida (PERRY; CHILTON, 1986; GEANKOPLIS, 2003).

A otimização do processo de extração por solvente depende do teor de água e pré-


tratamentos das sementes oleaginosas combinado a escolha do solvente com objetivo de
aumentar a quantidade de óleo extraível (AQUINO et al., 2009).

A redução do tamanho das partículas e laminação está relacionada com a ruptura das
células e a consequente exposição ao óleo (AQUINO et al., 2009). Na secagem ocorre a
ruptura das paredes celulares com a perda de umidade e a consequente liberação do soluto
para a ação direta do solvente que deve, primeiramente, entrar nos poros para que o soluto
seja dissolvido, antes que ocorra a difusão (AKINOSO ET AL., 2008; O´BRIEN, 2004). Além
disso, a secagem previne a contaminação microbiana das sementes e, consequente, perda
da qualidade do extrato (MADHAVAN et al., 2003).

26
6 PRAGAS E DOENÇAS

A taxa de predação nas sementes é alta, tanto no Brasil (FAO, 1971) como em outras
regiões (MCHARGUE; HARTSHORN, 1983). Insetos como a broca Hypsipyla ferrealis
(Broca do broto terminal ou do ponteiro) (Lepidoptera, Pyralidae) predam parte ou todas as
sementes de um fruto, fazendo galerias no interior das mesmas (FERRAZ et al., 2002;
FERRAZ, 2003; JORDÃO; SILVA, 2006).

A dispersão primária das sementes é barocórica e a secundária é zoocórica realizada


principalmente por caitetu (Tayassu tajacu), queixadas (Tayassu pecari), cotias
(Dasyprocta leporina) e pacas (Agouti paca) (McHARGUE; HARTSHORN, 1983). Já em
anos de alta produção, os animais se concentram nas sementes das espécies de sua
preferência; e só depois do término destas é que eles começam a procurar as sementes
disponíveis (período de escassez) que se encontram acumuladas (JANSEN; FORGET
2001, PLOWDEN 2004).

Os insetos não deixam de ter a sua importância como predadores naturais. No caso de
Carapa guianensis, o gênero mais conhecido é Hypsipyla, onde os insetos imaturos de uma
mariposa atacam brotos e frutos, restringindo o estabelecimento e cultivo de muitas
espécies da família Meliaceae (MO et al. 1997, VARGAS et al. 2001, FERRAZ et al. 2003,
TAVERAS et al. 2004). Duas espécies atacam Carapa guianensis, e a mais conhecida é
Hypsipyla ferrealis Hampson que ataca o fruto. Esses insetos constroem galerias dentro do
fruto, danificando a maioria das sementes (FERRAZ et al. 2003). Enquanto Hypsipyla
grandella Zeller pode atacar tantos ramos (gemas terminais) quanto frutos e o ataque pode
ser notado pela exsudação de goma e serragem nos brotos (GALLO et al., 2002).

As mudas são muito susceptíveis ao ataque pela Hypsipyla ferrealis (broca-das-sementes)


e Hypsipyla grandella (Broca-dos-ponteiros) (Figura 16), esta última ataca além da C.
guianensis praticamente todas as espécies da família Meliaceae, principalmente quando
plantadas a pleno sol (SAMPAIO, 2000; JORDÃO; SILVA, 2006). O meristema apical dos
ramos também é atacado por estas brocas e a planta cresce apenas pelas gemas laterais,
comprometendo o valor comercial de sua madeira (CARRUYO, 1972; JORDÃO; SILVA,
2006) (Figura 17 A e 17 B).

27
Figura 16: (A) Lagarta de último instar. (B) Adulto.

Fonte: Embrapa.
Figura 17: Danos causados pela broca-da-andiroba (Hypsipyla spp.) em sementes de andiroba

Fonte: Autora, (2023).

7 COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO

As amêndoas contêm proteínas, glicídios, lipídios, fibras, minerais, e ácidos graxos do óleo.
Revilla (2000 e 2001), Sampaio (2000) e Pinto (2007) relataram a seguinte composição no
óleo: umidade 40,2%, proteína 6,2%, gordura 33,9%, fibra bruta 12,0%, cinzas 1,8% e
carboidratos 6,1%., conforme a Tabela 2.

Tabela 2: Composição química do óleo Carapa guianensis.


Composição Valores (%) Referências
SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001); AOAC (2006); PINTO
Umidade 40,2 – 42
(2007).
SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001); AOAC (2006); PINTO
Proteína 6,2
(2007).
Gordura 33,9 SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001) e PINTO (2007)
SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001); AOAC (2006) e PINTO
Fibras brutas 12,0 – 13,8
(2007)
Cinzas 1,8 – 2,2 SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001) e PINTO (2007)

Carboidratos 6,1 SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001) e PINTO (2007)

Minerais 1,2 – 3 SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001) e PINTO (2007)

Lipídio 6,2 – 8,0 SAMPAIO (2000); REVILLA (2000 e 2001) e PINTO (2007)

28
É um óleo cuja temperatura de fusão varia muito em função da época da coleta das
sementes e da temperatura de extração, é sempre líquida na temperatura ambiente nos
climas tropicais. Com coloração de amarelo a marrom, o óleo apresenta odor bem
característico, sabor amargo, contendo uma combinação única e uma grande quantidade
de ácidos graxos (CARVALHO, 2004; FARIAS; FILHO, 2012; NASCIMENTO FILHO et al.,
2019) (Tabela 3).

Características Artesanal Extração por Solvente


Índice de acidez 51.21 1.17
Ácido Oleico 25.76 0.59
Índice de saponificação 142.64 148.36
Índice de Iodo 61.63 56.75
Índice de Péroxido meq/Kg 2 0
Índice de refração (Zeiss 40ºC) 1.4590 1.4600
Densidade, 25ºC 0.9169 n.r
Tabela 3: Parâmetros físico-químicos de andiroba artesanal e extração por solvente

De acordo com Monteiro (2017), o óleo de andiroba solidifica em temperaturas abaixo de


25º C, tornando-se uma gordura esbranquiçada. Para Brasil et al. (2011) as qualidades dos
óleos vegetais dependem de vários fatores, como tipo de processamento, forma de
armazenagem, exposição à luz e ao oxigênio do ar, calor e umidade. Todos provocam
reações de degradação das propriedades do óleo de andiroba, limitando a sua conservação
(SIMÕES et al., 2004) (Tabela 4).

Tabela 4: Composição em ácidos graxos do óleo de polpa da C. guianensis


Ácidos Graxos Porcentagem (%) Autores
PINTO (1956); PEREIRA et al. (1997); MMA (1998);
ANDRADE et al. (2001); ORELANNA et al. (2004); SILVA

Oleico 48 - 59 (2005); SCRIMGEOUR (2005); GARCIA (2005); CASTRO et


al. (2006); GONZALES et al. (2008); OLIVEIRA (2008);
SINGH; SINGH (2010).
PINTO (1956); PEREIRA et al. (1997); MMA (1998);
ANDRADE et al. (2001); ORELANNA et al. (2004); SILVA
Palmítico 21 - 32
(2005); SCRIMGEOUR (2005); PINTO (2007); GONZALES et
al. (2008); SINGH; SINGH (2010).
Mirístico 7,1 – 18,1 PINTO (1956); MMA (1998); CARVALHO (2004); ORELANNA
et al. (2004); SILVA (2005); CASTRO et al. (2006); PINTO
(2007); SINGH; SINGH (2010).

29
PINTO (1956); MMA (1998); ANDRADE et al. (2001);
CARVALHO (2004); ORELANNA et al. (2004); SILVA (2005);

Linoleico 4,9 - 16 SCRIMGEOUR (2005); CASTRO et al. (2006); GARCIA


(2006); Pinto (2007); GONZALES et al. (2008); OLIVEIRA
(2008); SINGH; SINGH (2010).
CARVALHO (2004); SILVA (2005); SCRIMGEOUR (2005);
Linolênico 9 - 16
PINTO (2007) SINGH; SINGH (2010).
PEREIRA et al. (1997), ANDRADE et al (2001), CARVALHO
(2004); SILVA (2005); SCRIMGEOUR (2005), CASTRO et al.,
Esteárico 6 - 13 (2006); PINTO (2007); GONZALES et al. (2008), SINGH;
SINGH (2010).
PEREIRA et al. (1997), ORELANNA et al., 2004, CASTRO et
Arquídico 1,2 al., 2006.

Palmitoleíco 0,4 – 1,5 GONZALES et al. (2008)


COSTA et al. (1995); SILVA (2005); GARCIA (2006);
Insaturado 55 - 62 OLIVEIRA (2008).
COSTA et al. (1995); SILVA (2005); GARCIA (2006);
Saturado 40 - 47
OLIVEIRA (2008); SILVA (2018)
Fonte: SIMÕES, et al., 2004., BRASIL et al., 2011.
O óleo da andiroba é uma fonte rica de ácidos graxos essenciais inclusive oleico, palmítico,
mirístico e linoleico além de conter componentes não graxos como triterpenos, taninos e
alcaloides isolados, como a andirobina e carapina. A amargura do óleo de andiroba é
atribuída a um grupo de terpenos chamados de meliacinas. Recentemente, uma destas
meliacinas, chamada gedunina, foi documentada com propriedades antiparasíticas e
antimalariais com efeito semelhante a quinina. Análises químicas do óleo de andiroba
identificaram que as propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e insetífugas são
atribuídas à presença de limonoides, nomeado de andirobina (AMAZON OIL INDUSTRY,
2013; MORAIS et al., 2009; IHA et al., 2014).

O óleo de andiroba é rico em substâncias insaponificáveis, como os tetranortriterpenoides


e diversos glicerídeos, sendo característico da espécie a presença de ácidos graxos, como
os ácidos esteárico, palmítico, oléico, mirístico, linoléico e linolênico (SINGH; SINGH, 2010).
A detecção de adulterações se dá mediante as fiscalizações de diversos órgãos, como os
internacionais (Food and Drig Admnistration – FDA, Food and Agriculture Organization of
the United Nations – FAO, Word Health organizacion – WHO) e nacionais (Ministério da
Saúde e Agência Nacional de vigilância Sanitária – ANVISA).

30
Nesse aspecto, as RDC nº 270/2005 e nº 482/1999 juntamente com a FAO recomendam,
na avaliação de qualidade do óleo, a utilização de métodos como a Cromatografia Gasosa
com detector de Ionização em Chama (CG-FID) para a quantificação de ácidos graxos de
óleos vegetais (BRASIL, 2005). A Farmacopeia Brasileira (2010) cita a Cromatografia
Gasosa para identificação de óleos fixos.

Os óleos fixos são elementos energéticos e estão associados a proteínas e


carboidratos, denominados genericamente de lipídios. Óleo Essencial é todo grupo
de princípio ativo natural, de poder volátil e fragrância variável, proveniente de folhas,
flores, caule, talos, haste, pecíolo, casca, raízes ou outros elementos produzidos por
praticamente todas as plantas (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019).

É possível avaliar se uma amostra de óleo está adulterada por meio de análises físico-
químicas como composição de ácidos graxos, índice de acidez, índice de peróxido, índice
de saponificação, índice de matéria insaponificável, índice de refração, entre outros (Tabela
5).

Tabela 5: Análises físico-químicos do óleo adulterado.


Gravidade específica 25ºC 0.900 – 0,950
Índice de saponificação 165 à 210
Índice de Iodo 58 à 76
Índice de refração (Zeiss 40ºC) 1.460 – 1.470
Ponto de fusão, Iinicial (ºC) 22
Ponto de fusão, Final (ºC) 28
Matéria Insaponificavel (%) 0.6 – 2.6
Ponto de solidificação ºC 19 até 5
Fonte: MMA, 1998; FAO, 2007; SILVA et al. 2022.

O óleo adulterante que mais se enquadra com esses valores observados é o de soja, haja
vista que é um óleo comercialmente mais barato, acessível e por possuir facilidade de se
misturar com o óleo de andiroba. Esta atividade de adulteração usando o óleo de soja
também é observado em trabalhos realizados por Hirashima (2013) e Aued-Pimentel (2013)
para diferentes óleos vegetais, incluindo o óleo de andiroba.

8 USO E COMERCIALIZAÇÃO

A andiroba é uma espécie florestal de uso múltiplo, da qual se aproveita o óleo, como
medicinal, e sua madeira, que é valiosa na fabricação de móveis, na construção civil, em
laminas e compensado (Shanley et al., 1998).

31
O óleo da andiroba tem demanda internacional e é utilizado para a iluminação (lamparinas),
na confecção de sabão e velas, na indústria de cosméticos e na medicina popular,
apresentando funções cicatrizantes, anti-inflamatórias, anti-helmínticas e inseticida. O chá
da casca e das folhas é utilizado como remédio para combater infecções e no tratamento
de doenças da pele (GONÇALVES, 2001, FERRAZ et al., 2002, FERRAZ 2003, SHANLEY,
2005, PANTOJA, 2007 e QUEIROZ, 2007).

Segundo Guedes et al. (2008), o interesse da indústria de cosméticos pelo óleo da andiroba
tem sido crescente, um dos grandes exemplos de produtos comerciais a base de andiroba
é a linha de Ekos Andiroba da Natura, com hidratantes, óleos de banho e essências
derivadas desta espécie amazônica. A vela de bagaço, utilizada como repelentes de
insetos, é outro exemplo de produto bastante comercializado em supermercados e
comércios regionais, assim como o sabão e o xampu (Figura 18).

Figura 18: Kits Natura Ekos Andiroba e vela de bagaço.

A andiroba também é um importante recurso medicinal das comunidades tradicionais da


Amazônia (SILVA et al., 2003; LAMEIRA; PINTO, 2009; BERG, 2010), tendo ainda ação
acaricida (FARIAS et al., 2009) e no controle de pragas (Acaro vermelho, Mosca-das-fruta
e insetos) (SARRIA; MATOS, 2016). O óleo também tem uso ritualístico, a exemplo dos
índios da etnia Munduruku que o usavam, tradicionalmente, para a mumificação de cabeças
humanas, tomadas como troféus de guerra (SANTOS et al., 2007).

32
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na literatura examinada, o óleo de andiroba (Carapa guianensis), apresenta


enorme potencial de comercialização pelas feiras livres, comunidades locais,
atravessadores, pelas industrias regionais, nacionais e até mesmo internacionais nos
ramos de alimentos, energias, cosméticos, farmacêuticos, em função das suas
propriedades medicinais ou fitoterápicas, com elevado poder fitoterápicas.

O estudo proporcionou o conhecimento do manejo, além disso, a espécie da andiroba


apresenta uma estratégia especial para resistir a secas, terras desagradadas, analisando
a estrutura anatômica e as características. É uma espécie que se adapta à seca, tornando
a espécie Carapa guianensis com ótimo potencial para o reflorestamento de áreas
desmatadas, recuperando assim florestas que foram destruídas pelo desmatamento ilegal.
Além disso, para a restauração.

A composição química do óleo de andiroba (Carapa guianensis) é majoritariamente


constituída pelos seguintes ácidos graxos: os ácidos oleico, palmítico, esteárico, linoleico,
linolênico e mirístico, totalizando 95,79 % da composição e concentração do óleo, mas
variando enormemente a fração de cada ácido. Consequentemente, as propriedades físico-
químicas como a temperatura de fusão, densidade, viscosidade e calor de vaporização
variam consideravelmente, explicando o fato de amostras do óleo cristalizarem em dias
frios.

A predação de sementes de andiroba por insetos acontece pela broca-das-sementes


(Hypsipyla ferrealis) e broca-dos-brotos (Hypsipyla grandella) (Lepidoptera, Pyralidae). São
danificados por larvas que perfuram principalmente os brotos terminais, também atacam as
sementes e se alimentam do endosperma. A predação acaba reduzindo o processo de
germinação, reduzindo assim a quantidade de sementes disponíveis à regeneração e
afetam também o potencial de produção de óleo extraído das sementes de andiroba, o que
acaba atrapalhando a atividade econômica da comunidade locais.

Na extração do óleo de andiroba são empregados três métodos, sendo eles: a extração
artesanal, extração mecânica (prensagem) e extração por solvente. No entanto, observa-
se que a extração por solvente é utilizada em caráter experimental, embora proporcionam
um bom rendimento de extração, alguns são caros e difícil manipulação em escala
industrial, o método mecânico (prensagem) apresentando como desvantagem o baixo
rendimento para as sementes oleaginosas, pois o óleo fica retido na torta. E o método de
33
extração artesanal por ser complexo e demorado acaba apresentando baixo rendimento,
por outro lado, proporciona grande variação na qualidade do óleo extraído, devido a
variação de acidez.

Em suma, esta revisão permitiu conhecer mais sobre os aspectos botânicos, agronômicos,
de produção do óleo da espécie Carapa guianensis, na tentativa de obter respostas que
possam ser aplicadas no cotidiano da vida dos agricultores regionais, fornecendo a estas
ideias de melhoramentos na produção de óleo.

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