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Introdução
O esporte para pessoas com deficiência, também denominado de esporte adaptado foi
modificado ou criado para ir ao encontro das necessidades específicas dos indivíduos com
deficiência, mantendo assim os objetivos e a integridade da atividade a fim de maximizar as
potencialidades individuais do praticante.
As modificações do esporte base só ocorrem quando necessárias sempre respeitando
as metas previamente determinadas e as regras já existentes, valorizando a diferença,
promovendo desafios e, segundo Araújo (1998), minimizando assim a segregação já imposta.
A aplicação de atividades esportivas para pessoas com deficiência iniciou-se como
objetivo de colaborar para o processo terapêutico, tendo finalidade principalmente médica
(GREGUOL; GORGATTI, 2005). Conforme afirma Winnick (1990), Souza (1994), Araújo
(1998) e Stefane et al. (2005), o esporte com tais características terapêuticas consolida-se
inicialmente no contexto europeu em 1944 no hospital de Stoke Mandeville, na Inglaterra, por
iniciativa do neurologista e neurocirurgião alemão Ludwig Guttmann, que fora convidado
pelo governo britânico para fundar um centro para tratamento dos soldados lesionados
medulares.
No Brasil, o esporte para pessoas com deficiência foi introduzido sob influência dos
Estados Unidos e Inglaterra, tendo como ponto inicial a criação de dois clubes em 1958, um
em São Paulo (Clube dos Paraplégicos de São Paulo) e outro no Rio de Janeiro (Clube do
Otimismo) pelas mãos de Sergio Del Grande e Robson Sampaio de Almeida, paraplégicos
que receberam tratamentos com esportes em cadeira de rodas em hospitais americanos na
década de 50 e trouxeram tais experiências com o esporte aplicado à população com
deficiência (MATTOS, 1994; SOUZA, 1994; ARAÚJO, 1998; FREITAS; CIDADE, 2002;
GREGUOL; GORGATTI, 2005; STEFANE et al, 2005).
O esporte firmado como “acelerador do processo de reabilitação” e como um recurso
capaz de oferecer meios que levem a pessoa com deficiência a conviver com as limitações
corporais e orgânicas (ARAÚJO, 1998), passou por uma evolução nos conceitos iniciais,
possibilitando recentemente além da superação física e psicológica, e a inclusão do deficiente
ao meio social, um reconhecimento de suas habilidades, capacidades e potencialidades
envolvidas no esporte de alto rendimento (SILVA, 1999).
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos
Rod. Washington Luis, Km 235 – São Carlos - SP
fequidim@yahoo.com.br
2
Profa. Drª. adjunta da Universidade Federal de São Carlos
Rod. Washington Luis, Km 235 – São Carlos - SP
mey@ufscar.br
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Nome dado ao momento que a bola toca o chão.
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de ensino e da ausência de materiais científicos desta natureza, este estudo tem como tema a
apresentação de uma estratégia dentro do processo de ensino-aprendizagem do tênis em
cadeira de rodas .
O objetivo deste artigo é elaborar e apresentar uma proposta pedagógica estruturada
direcionada à iniciação da prática do tênis em cadeira de rodas.
Método
Como técnica aplicada para a publicação deste artigo efetuamos uma pesquisa
bibliográfica, método este que nos permitiu aproximação com o tema a ser estudado. Para a
realização do estudo foram percorridas as seguintes etapas: identificação (permite
reconhecimento do assunto), localização (busca em diferentes fontes), compilação (reunião
sistemática das informações obtidas) e fichamento (transcrição dos dados em fichas
bibliográficas) (MARCONI; LAKATOS, 1990).
Foi realizado um levantamento bibliográfico cujas publicações abordadas fizessem
referência aos unitermos: tênis em cadeira de rodas, processo de ensino-aprendizagem e
estruturação das aulas de iniciação esportiva. Assim, foram realizadas consultas a partir dos
unitermos em diferentes fontes (livros e periódicos) solicitando-os de forma inter-relacionada
ou não, de forma que possibilitassem suporte conceitual ao tema.
A próxima etapa foi estudar o conteúdo de cada artigo ou livro e realizar fichamento
do conteúdo pertinente ao objetivo do estudo.
Resultados
Após análise dos conteúdos obtidos nas pesquisas somados à conhecimentos pessoais
e práticos referentes ao tênis, os exercícios propostos para cada sessão foram planejados com
base na nova filosofia aplicada ao tênis convencional vinculada à idéia de aprender através de
‘jogar o jogo’, ‘jogar par aprender’ e ‘aprendendo através do jogo’ (USTA (2006), PÍFFERO;
VALENTINI (2010)), no qual a partir da aplicação de situações reais do jogo é que são
estruturadas intervenções que visem o aprendizado da técnicas para jogar com mais sucesso,
isto porque todos matérias que relatavam o tênis em cadeira de rodas enfatizava o uso
semelhante de ensino do tênis convencional.
Focalizando o aprendizado inicial do TCR na característica tática do jogo, a idéia da
iniciação à modalidade e das atividades propostas é a de manter a bola em jogo de forma
consistente, e com a evolução, alguns exercícios para aperfeiçoamento dos fundamentos são
aplicados de forma a melhorar o jogo individual.
Outro aspecto privilegiado nesta proposta de intervenção visando o ensino inicial da
modalidade é a atividade realizada em jogos reduzidos, no qual a quadra de tênis é dividida
em vários setores chamados de mini-quadras onde atuam duplas de jogadores. Estas
atividades possibilitam que o praticante treine direção e precisão do fundamento, essencial
para o aprendizado, assim como possibilita ‘servir’ a bola de forma orientada para o outro
companheiro.
Ainda fazendo parte das propostas, as atividades sempre contam com a presença de
alvos, para que desde o princípio o fundamento já se desenvolva no princípio da eficiência.
Os exercícios propostos seguem uma progressão relativa à dificuldade (do mais fácil
para o mais difícil), complexidade (do mais simples para o mais complexo) e especificidade
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(do mais geral para o mais específico), sempre vinculados a exercícios e habilidades já
anteriormente ensinadas.
Todas as sessões a serem aplicadas devem conter a mesma estrutura: aquecimento
(atividades que envolvem movimentos a serem utilizados durante a parte principal realizados
de forma lúdica e sem carga); alongamento (geral e específico); parte principal (recuperação
de habilidades já aprendidas e apresentação de novas atividades); e parte final (alongamento e
feedback).
A seguir foram especificadas algumas estratégias a serem utilizadas para ser atingido
cada objetivo proposto no processo de ensino-aprendizagem do TCR para jogadores
iniciantes. Apenas foram contemplados neste artigo estratégias aplicadas na parte principal
das aulas intervindo entre situações reais de jogo.
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Discussão
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Conclusão
Sobre o processo de ensino e sua importância fica clara a preocupação de grande parte
dos pesquisdores envolvidos neste assunto, porém ainda pouco se têm focado na real
estruturação e sistematização de um programa pedagógico, e este aspecto é muito menos
envidenciado quando nos tratamos em esporte e programas pedagógicos voltados para
pessoas com deficiência, talvez pelo menor número de praticantes, falta de investimentos e
infraestrutura e falta de profisionais capacitados.
Uma proposta pedagógica a ser aplicada na iniciação do tênis em cadeira de rodas vem
acrescentar conhecimentos referentes ao trabalho esportivo que pode ser desenvolvido com
pessoas com deficiência física de forma a proporcionar novas experiências seja ela voltada
para reabilitação, participação social ou rendimento esportivo.
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Referências
BULLOCK, M.; SANZ, D. Wheelchair tennis in 2010. ITF Coaching and Sport Science
Review, ed.50, p.30-31, 2010.
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