Projeto Futebol Amputados
Projeto Futebol Amputados
Projeto Futebol Amputados
GOIÂNIA
2021
ALISSON BATISTA LINS WANDERLEY
CARLOS ANTÔNIO GONZAGA JÚNIOR
HYGOR FERREIRA DE SOUZA
SUMÁRIO
1 TEMA............................................................................................................................4
2 PROBLEMATIZAÇÃO..............................................................................................6
3 OBJETIVO GERAL....................................................................................................7
4 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................9
5 REFERENCIAL TEORICO.....................................................................................11
6 METODOLOGIA.......................................................................................................18
7 CRONOGRAMA........................................................................................................21
8 ORÇAMENTO...........................................................................................................22
9 REFERENCIAS..........................................................................................................23
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1 TEMA
Tentando retratar parte da história dessas pessoas com deficiências físicas, o Projeto
Experimental tem como objetivo a produção de um documentário, mostrando um grupo de
jogadores de futebol para amputados, em Goiânia, o ADFEGO 1 Futebol para Amputados, e
como o esporte fez com que eles se reintegrassem a sociedade e como cada um conheceu a
modalidade.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
O produto experimental tem como finalidade dar voz aos atletas praticantes do futebol
para amputados, em Goiânia. Melo e Lopes (2002) afirmam que o esporte vem sendo de
grande valia para a reabilitação dos portadores de deficiência, tanto na parte física quanto
mental e psicológica.
Assim, o projeto busca saber quais os benefícios que os praticantes do futebol para
amputados da ADFEGO tiveram depois que eles começaram a praticar o esporte. Dar voz a
essas pessoas é importante, pois eles vivem dentro da modalidade e sabem mais do que
ninguém quais as necessidades que o esporte precisa para crescer e ter uma visibilidade maior,
por isso é importante ver a opinião desses praticantes sobre o que a esporte precisa para
evoluir.
Silva, Oliveira e Conceição (2005) comenta que alguns autores como Heath e Fentem
incentivam a pratica de atividades físicas regular por deficientes, pois aumentam o status
funcional, além da qualidade de vida dessas pessoas, além de prevenir doenças e manter a
independência da pessoa.
Embora o esporte mais praticado no Brasil seja o futebol, a modalidade existente para
os participantes amputados ainda é pouco divulgada nos meios de comunicação. Partindo
desse pressuposto, de que o futebol para amputados carece de uma melhor e maior
propagação, este projeto tentará conseguir inserir o assunto no meio acadêmico e,
posteriormente após a sua conclusão, na comunidade como um todo.
A dificuldade de acesso à informações sobre a situação da categoria, tanto em âmbito
local quanto nacional, também servirá de problemática para que este projeto consiga alcançar
os resultados almejados. Outro quesito de questionamento é porque as organizações políticas,
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tanto da área da saúde quanto do esporte, não disponibilizam de fácil acesso à população
dados referentes a condição de saúde das pessoas.
Outro ponto a se tocar no Projeto é sobre a escolha da modalidade para a reabilitação
dos deficientes. Eles sempre praticaram futebol? Mesmo antes do acidente? Eles tiveram
alguma influência para a escolha da modalidade? O que mudou depois da prática? A paixão
pelo esporte os ajudou a superar o trauma do acidente e a forma de ver a vida? Questões como
essas serão abordadas nesse documentário, além de relatos de profissionais associados ao
esporte, que darão seu parecer sobre histórias do âmbito esportivo e como ele mudou de
forma benéfica, a vida das pessoas.
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3 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral que se almeja por meio deste Projeto Experimental é a produção de
um documentário sobre a prática do futebol para amputados em Goiânia, que pretende
mostrar o esporte como meio de integração social, através de narrativas dos praticantes da
modalidade.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Buscar informações sobre a prática do futebol adaptado em Goiânia;
b) Dar visibilidade aos praticantes da modalidade;
c) Trazer à tona a opinião dos atletas em relação ao esporte, tanto em âmbito regional,
quanto nacional;
d) Contar por meio de relatos, a história de vida destes praticantes e suas dificuldades,
se aproximando da realidade destas pessoas;
e) Relatar a história de superação através do futebol, no período posterior ao acidente;
f) Registrar como o futebol para amputados se tornou ferramenta de superação.
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4 JUSTIFICATIVA
5 REFERENCIAL TEÓRICO
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Para um melhor entendimento do assunto dentro desse referencial vai ser abordado os
seguintes subtópicos: Esporte e Esporte para Amputados, Futebol para Amputados,
Jornalismo Esportivo, Audiovisual e Documentário
[...] a história do esporte é íntima da cultura, humana, pois por meio dela se
compreendem épocas e povos, já que cada período histórico tem o seu esporte e a
essência de cada povo nele se reflete. (DIEM apud. TUBINO, 1993 p.12).
Foi nesse período das ginásticas gregas que se iniciaram os Jogos Gregos, evento
que registrou pela primeira vez a ocorrência de uma organização para a competição.
Os Jogos Gregos são um marco da história esportiva, pois representam a concepção
inicial do esporte. Eram disputados em homenagem a chefes gregos e muitas vezes
faziam parte de rituais religiosos ou até mesmo de cerimônias fúnebres. Na Grécia
antiga disputavam-se os Jogos Nemeus, Píticos, Fúnebres, Olímpicos e muitos
outros, todos extraordinárias festas pan-helênicas das quais participavam as cidades
gregas. (TUBINO, 1993, p.15).
O esporte já foi usado como objeto político e ideológico, como aponta Tubino (1993).
Adolf Hitler percebeu que o esporte, por seu grande apelo popular, poderia servir ao seu
propósito de mostrar ao mundo a supremacia da raça ariana em relação as outras raças. Além
disso, “Hitler e Mussolini usaram as práticas esportivas para a formação das juventudes
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nazista e fascista, num primeiro ensaio do mau uso do esporte como mecanismo de controle
das massas.” (TUBINO, 1993, p.21)
A história do esporte para amputados começa no século XX. Neste período, ocorrem
duas grandes guerras mundiais e “aos anos finais da Segunda Guerra Mundial [...] um número
expressivo de jovens apresentou algum tipo de incapacidade física” (HUDSON apud
ZANONA, 2014, p.33). A autora ainda ressalta que esse período foi marcado pelo surgimento
de equipamentos e medicamentos que possibilitassem uma melhora na qualidade de vida.
Nesse cenário, surge o Dr. Ludwig Guttmann, que percebeu a relevância do esporte como
papel integrador.
A partir daí, vendo o esporte como fundamental para a melhora da força, qualidade de
vida, como meio de independência e contribuindo para a reinserção do sujeito como cidadão
segundo Hudson e Blauwet (Apud ZANONA, 2014), foram realizados, em 1948, as primeiras
iniciativas do que mais tarde se tornaria a pratica do desporto para amputados em âmbito
mundial graças as Paraolimpíadas.
Assim, a partir desse incentivo para a prática de desporto como obtenção de saúde e
integração social, Crawford (apud ZANONA, 2014) ressalta que o “esporte auxilia na
aceitação da deficiência. O esporte é favorecedor do fenômeno chamado resiliência [...] que é
a capacidade que o indivíduo tem de voltar ao equilíbrio [...] após trauma, choque ou
situações de tragédias.”
Estudos já demonstraram que os deficientes que acharam uma motivação para a vida
apresentaram menos sintomas de depressão, e aqueles que eram mais otimistas e
possuíam maior domínio sobre a deficiência, apresentaram menores níveis de
depressão e maiores níveis de autoestima. Uma das formas de melhorar a
autoestima, promovendo a reintegração destes indivíduos à sociedade, além de
representar um importante papel na reabilitação total do amputado jovem é a pratica
de atividade física, tanto na forma recreativa como na competitiva.
Assim como a prática de atividades físicas por deficientes é feita para a reabilitação,
ela também é utilizada como esporte de alto rendimento, como destaca Simim et al (2010). O
autor aponta que há diferentes modalidades esportivas voltadas para os portadores de
necessidades especiais, e, no meio dos esporte coletivos, ele destaca o futebol para
amputados.
Não muito diferente do futebol tradicional, o futebol para amputados tem quase as
mesmas regras, algumas que são especificas para adequar-se à categoria. De acordo com a
Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Físicos (ABDDF) pode-se destacar
algumas: o campo tem que ser sintético, com dimensões mínimas de 60x38. Sete, é o número
máximo de jogadores, ao contrário do futebol tradicional, que conta com 11. Outra regra
especifica é que todos os atletas de linha tem que ser amputados de um membro inferior. Já o
goleiro, tem que ser amputado de um membro superior.
Mesmo não sendo muito conhecido, o futebol para amputados é praticado desde 1985
em alguns países, inclusive com a realização de competições na modalidade, segundo Gomes,
Ribeiro e Soares (2005). De acordo com a ABDDF (2016), a primeira Copa do Mundo de
Futebol para Amputados foi realizada em 1987, pela Ampute Soccer International, com sede
em Seatle, nos Estados Unidos.
Simim, Silva e Mota (2015) ressaltam que no Brasil, o futebol de amputados chegou
em 1986 por meio de João Batista Carvalho e Silva, treinador da primeira equipe da
modalidade no país, a Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (ANDEF). O autor
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sublinha que a primeira competição nacional ocorreu no mesmo ano, em Linhares (ES). Na
competição apenas duas equipes participaram, a ANDEF e a equipe do Clube dos
Paraplégicos.
Segundo a ABDDA (2016), em Copas do Mundo, a seleção brasileira estreou em
1989, ou seja, na segunda edição, também realizada em Seatle (EUA). Na ocasião, o Brasil
terminou a competição com a terceira colocação. O primeiro título do país só veio acontecer
na sétima edição do torneio, em 1999, em Kiev, na Ucrânia. Depois disso, o Brasil conquistou
mais três títulos: em 2000 nos Estados Unidos e em 2001 e 2005, nas competições realizadas
em Niterói.
O esporte é talvez o mais democrático dos temas. Atrai pessoas de todas as idades,
de todas as camadas sociais, de todos os cantos. Tonou-se um fenômeno lucrativo
considerável, negócio de proporções mundiais, motivo para tendências e modismo.
Não apenas o futebol evidentemente. (VILA LOBOS, 2005, p. 9)
A citação acima de Vila Lobos retrata como o esporte é tratado pela maioria da
população, que julga ter certo conhecimento sobre o assunto. Coelho (2003) comenta sobre
essa questão, principalmente com o futebol. O autor ressalta que quando o futebol chegou ao
Brasil, muitos acreditavam que ele não cairia no gosto popular, e outros também não
acreditavam que o jornalismo esportivo funcionaria:
Nos primeiros anos de cobertura esportiva era assim. Pouca gente acreditava que o
futebol fosse assunto para estampar manchetes. A rigor, imaginava-se que até
mesmo o remo, o esporte mais popular do país na época, jamais estamparia as
primeiras páginas de jornal. Assunto menor. (COELHO, 2003, p.7)
Nesse contexto, o jornalismo esportivo não era muito bem visto pelas outras áreas do
jornalismo. Nas próprias redações, o departamento de esporte sofria com o preconceito. “O
jornalista esportivo sempre foi – e permanece – visto como uma especialidade subalterna de
pouco prestígio interno nos jornais, um lugar reservado para iniciantes e fanáticos por
esportes, de onde dificilmente se sai para cargos considerados mais nobres.” (STYCER, 2009,
p.20).
Vila Boas (2005) aponta então que ser jornalista esportivo nada mais é do que cobrir
um ou mais esportes. Isso porque, para ele, o esporte deveria ser uma especialidade
jornalística.
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Com esse preconceito por parte dos próprios jornalistas em cima do jornalismo
esportivo, Coelho (2003) comenta que os grandes cadernos esportivos só vieram surgir na
década de 60. Exemplo disso é o Caderno de Esportes, que surgiu em São Paulo. Entretanto, o
autor afirma que o primeiro caderno exclusivo de esportes foi criado nos anos 1930 por Mário
Filho, o Jornal dos Sports, no Rio de Janeiro.
Com o esporte encontrando seu espaço dentro da sociedade, o jornalismo esportivo
também foi crescendo. Assim os grandes empresários passaram a ver ele com outros olhos,
como pode-se observar na fala de Leandro (2005).
A escolha pela linguagem audiovisual foi feita de forma que a sociedade possa ter
acesso a uma realidade distante da veiculada diariamente nos jornais impressos e
radiofônicos, uma vez que:
5.3.1 Documentário
Uma das primeiras obras que lançaram mão desta possibilidade artística foi o
registro documentário A chegada do czar Nicolas II a Paris, produzido pela Casa
Lumiére em 1896. Com a montagem, tornou-se possível reproduzir em poucos
minutos como foi a trajetória do czar durante sua visita à cidade, dando a essa
sequência um caráter de continuidade dramática. (RENÓ, 2011, p.46)
6 METODOLOGIA
Outra boa descrição do processo qualitativo é dada por Paulilo (1999), ressaltando
que a abordagem qualitativa é usada para a compreensão de fenômenos que tem uma
característica de um alto grau de complexidade interna.
O método que será utilizado para a realização deste Projeto será o estudo de caso. A
escolha por este método se justifica, pois “[...] representa uma investigação empírica e
compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de
dados […]” (YIN apud VENTURA, 2007, p.2).
Em busca de identificação de padrões, o estudo de caso possibilita a interação com o
objeto e consequentemente, o reconhecimento de suas características. Assim, ele “[...]
investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.” (YIN,
1994, p.22)
Os instrumentos de coleta, análise e sistematização dos dados serão o levantamento
bibliográfico, a observação participante e a entrevista em profundidade.
No levantamento bibliográfico é feito um compêndio do conteúdo a ser utilizado.
Feito isso, há uma filtragem dos argumentos que podem ser utilizado para o tema do trabalho.
De acordo com Freitas e Prodanov:
O método de procura dos textos para a composição do trabalho será feito em sua
maioria, pela internet. Utilizando fontes confiáveis como o Google Acadêmico e o Scielo e
jogando palavras-chave nos mecanismos de busca. Serão filtrados, a partir dos resultados,
conteúdos de artigos, teses, monografias e livros que condirão com o tema proposto. Feito
isso, a leitura e a seleção de trechos serão feitas, atentos a citações e referências bibliográficas
para o Projeto de Pesquisa.
Outro método de coleta que será usado na Pesquisa será a observação participante.
Segundo Freitas e Prodanov (2013, p.104), a observação participante “consiste na
participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação
determinada. Nesse caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um
membro do grupo”.
Todavia, a principal técnica de coleta de dados desse Projeto de Pesquisa
Experimental é a entrevista em profundidade, na qual o pesquisador pode se aprofundar e
ampliar o entendimento dos objetos que serão investigados.
7 CRONOGRAMA
Levantamento X
Bibliográfico
Produção do pré- X
roteiro
Produção do X X
roteiro prévio
para entrevistas
Realização de X X
entrevistas
Filmagens do X X
Documentário
Decupagem de X
entrevistas
Edição Do X X
Documentário
Redação do X X
Relatório do
Projeto
Revisão do X
trabalho escrito
Depósito X
provisório do
Trabalho de
Conclusão de
Curso
Defesa do X
Trabalho de
Conclusão de
Curso
Depósito final do X
Trabalho de
Conclusão de
Curso
8 ORÇAMENTO
9 REFERÊNCIAS
SIMIM, M.A.M.; SILVA, B.V.C.; MOTA, G.R. Futebol para Amputados: Aspectos
Técnicos, Táticos e Diretrizes para o Treinamento. Revista Brasileira de Futsal e Futebol, São
Paulo, v.7, n.25, p.246-254, maio/jun./jul./ago. 2015
SIMIM. M.A.M. et al. Análise do Estresse em Atletas de Futebol para Amputados.
Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.21, n.2, p.237-244, 2 trim. 2010.
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