i Congress Seven Applied Social Sciences
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Urbanas de Manaus
Âmila Maila Cornélio Canto
Graduanda do Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Amazonas
RESUMO
O objetivo da presente pesquisa é analisar a gestão dos recursos hídricos urbanos na cidade
de Manaus, com abordagem nos bairros Glória e Compensa 2. A análise abrange os
sistemas de águas pluviais, esgotamento sanitário e abastecimento de água, considerando
suas interações com o ambiente urbano e seus impactos na infraestrutura e na qualidade de
vida da população local. A pesquisa caracteriza-se como aplicada, de abordagem
qualitativa, e tem como objetivo realizar uma análise descritiva da situação atual dos
recursos hídricos. Os dados foram encontrados em campos em ruas específicas dos bairros e
complementados com informações secundárias. Os resultados evidenciam desafios
importantes, como a ausência de sistemas adequados de drenagem e o descarte de esgoto
não tratado em igarapés, além de problemas de infraestrutura. Em contrapartida, o
abastecimento de água tratada apresenta-se como um ponto positivo. O estudo propõe
soluções que incluem a reestruturação da mudança urbana, implementação de sistemas de
tratamento e incentivo a práticas sustentáveis, mudanças à melhoria da qualidade ambiental
e da gestão hídrica urbana.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Silva (2009, p. 168), “os estudos mostram que o modelo atual de
orçamento tem origem na Inglaterra quando em 1215 foi outorgada a Carta Magna pelo Rei
João Sem Terra.”, quando foi instituído pelo mesmo que “Nenhum tributo ou subsídio será
instituído no Reino, a menos que seja aprovada pelo Conselho do Reino”. Ainda de acordo
com Silva (2009, p. 168), em 1789, o princípio de que “nenhum imposto pode ser cobrado
sem o consentimento da nação” foi consagrado. A água, apesar de sua essencialidade para
a manutenção da vida, constitui um recurso finito, cujo ciclo natural de renovação nem
sempre é eficaz na sua completa purificação. Ademais, a sua distribuição pelo globo é
irregular, sendo condicionada por fatores climáticos e geográficos, o que resulta em uma
disponibilidade desigual entre diferentes regiões. Nos últimos anos, essa realidade tem
suscitado uma crescente inquietação por parte da sociedade, promovendo uma
conscientização cada vez maior sobre a urgência de se adotar uma nova perspectiva no que
tange ao uso da água. A revisão de valores, comportamentos e hábitos tornou-se
imprescindível para assegurar a preservação desse recurso vital (ROSA; GUARDA, 2019).
Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo realizar uma análise técnica de
gestão dos recursos hídricos urbanos na cidade de Manaus, com abordagem nos bairros
Compensa 2 e Glória, localizados na zona oeste. A análise abrangerá os principais sistemas
de águas pluviais, esgotamento sanitário e abastecimento de água, considerando suas
interações com o ambiente urbano e os impactos positivos e negativos desses serviços para
a infraestrutura local e a qualidade de vida da população. Além disso, será discutida e
demonstrada a situação da gestão da urbanização nos bairros, identificando o que está sendo
feito de forma adequada, os problemas existentes e as melhorias fáceis para melhorar a
gestão dos recursos hídricos e promover um ambiente.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Até a década de 1960, predominava nas questões urbanas uma visão higienista,
focada na resolução de problemas de saúde pública, sem, contudo, considerar as
complexidades ambientais, especialmente no que tange ao ciclo hidrológico. Com o
surgimento de uma consciência ecológica, ficou evidente que a urbanização acelerada
gerava impactos significativos tanto na quantidade quanto na qualidade dos recursos
hídricos, o que exigiu uma reflexão mais aprofundada sobre as interações entre atividades
humanas e o meio ambiente. Nesse cenário, emergiu o conceito de drenagem urbana com
enfoque ambiental, representando um avanço, ainda que sua aplicação continue desafiadora
devido aos elevados custos e à necessidade de soluções integradas e multidisciplinares
(FUNASA, 2018).
Nesse sentido, o manejo das águas superficiais urbanas deve seguir alguns
princípios fundamentais: controle do escoamento das águas pluviais, prevenção de impactos
nas áreas a jusante, mitigação da ampliação das cheias naturais, adoção de medidas de
controle em toda a bacia hidrográfica, monitoramento contínuo do uso do solo em áreas de
risco, além da competência técnica e administrativa dos órgãos públicos responsáveis. A
promoção de uma educação ambiental voltada a gestores, população e profissionais
técnicos também se faz essencial para garantir uma gestão sustentável (FUNASA, 2018).
Figura 1. Segurana Hídrica no Brasil.
Fonte: http://atlas.ana.gov.br.
O plano prevê que, em menos de uma década, esses serviços essenciais serão
plenamente acessíveis a toda a população manauara, resultado de um cronograma de obras
cuidadosamente planejado (ÁGUAS DE MANAUS, 2024).
De acordo com dados divulgados pelo Trata Brasil, no ano de 2023, foi apontado
que a cidade de Manaus tem apenas 26% de cobertura de esgotamento sanitário. Isso se
deve principalmente ao fato de que, com a chegada de novos habitantes, a capital cresceu
sem planejamento e resultou em áreas de invasão e moradias sem acesso a serviços básicos
(G1, 2023).
Um dos destaques é o programa Trata Bem Manaus, da Águas de Manaus, que será
integrado ao Plano Municipal de Saneamento Básico de Manaus com o objetivo de acelerar
a universalização do serviço de esgotamento sanitário na cidade. A concessionária, que já
foi responsável por alcançar a universalização do abastecimento de água em 2023, agora
foca na expansão da coleta e tratamento de esgoto.
3 METODOLOGIA
3.1 OBJETO DE ESTUDO
A área de estudo abrange os bairros da Glória e Compensa, localizados na zona
oeste de Manaus. O bairro da Glória possui uma população de 8.981 habitantes, uma área
de 49,47 hectares e uma renda mensal média de R$ 900,00. Já o bairro da Compensa conta
com 75.832 habitantes, uma área de 508,27 hectares e uma renda mensal média de R$
1.032,00 (SEDECTI, 2021). No bairro da Glória, destaca-se a praça central, um ponto
movimentado, especialmente nos fins de semana à noite, que conta com uma quadra
poliesportiva, escolas, pontos comerciais e o estádio Ismael Benigno, conhecido como
Estádio da Colina, situado nas proximidades. Também na Compensa, destacam-se centros
desportivos, centros sociais urbanos, praças de alimentação e a Ponte Jornalista Phelippe
Daou.
A proximidade entre os dois bairros e suas características urbanas tornam essa área
de grande interesse para o estudo da gestão dos recursos hídricos e urbanização na cidade
de Manaus.
O objetivo principal foi analisar a gestão de recursos hídricos com ênfase em águas
pluviais, esgotamento sanitário e abastecimento de água, comparando a situação de campo
com a revisão literária sobre o tema. O estudo é composto por etapas interligadas, que
incluem pesquisa, levantamento, análise de dados e avaliação, e tem como base um teórico
referencial formado por teses, artigos científicos e livros, proporcionando uma visão mais
ampla sobre a gestão hídrica no contexto urbano.
4 RESULTADOS
Residências Comercios
26%
74%
Também, apenas 4% das residências contam com calhas para coletar a água da
chuva, com total despejo na rua e sem reaproveitamento, com destino ao igarapé e depois
ao Rio Negro.
Porém, apesar do problema ter sido resolvido temporariamente, uma situação a ser
ressaltada foi em relação aos serviços prestados em muitas ruas do bairro, que acabaram
sendo realizados de forma inadequada, gerando outros problemas, como a formação de
obstruções no asfalto, prejudicando motoristas que trafegam, assim como os moradores.
Nesse caso, é necessário uma fiscalização e monitoramento adequado para que os serviços
sejam realizados da forma correta.
Apesar desse ponto positivo, no ano de 2022, ocorreu taxas nas cobranças das
contas de água referente ao serviço de esgotamento sanitário no bairro da Glória. Por conta
disso, foram realizadas manifestações exigindo o cancelamento desse aditivo. De acordo
com moradores, o valor da conta dobrou e que, apesar da cobrança, relataram que o
tratamento de esgoto não estava sendo realizado pela concessionária de água no bairro.
9% 1%
90%
5 CONCLUSÃO
Esta pesquisa revelou falhas estruturais significativas no manejo das águas pluviais
e no esgotamento sanitário das áreas de estudo, destacando a ausência de sistemas de
planejamento de drenagem e o descarte de esgoto nos igarapés, o que contribui para a
gestão ambiental e inundações frequentes. A gestão desses recursos impacta as qualidades
da saúde pública e da vida da população, especialmente em períodos chuvosos. A pesquisa
também apontou que uma área significativa das áreas de estudo não possui um sistema de
macrodrenagem, e o sistema de microdrenagem é subdimensionado. Outro ponto crítico
identificado foi a falta de infraestrutura para captação e reaproveitamento da água da chuva,
uma solução simples que poderia aliviar a pressão sobre o sistema de drenagem e reduzir o
impacto ambiental. A baixa adoção de práticas sustentáveis, como a instalação de caixas
para coleta de água, revela uma carência de educação ambiental entre os moradores. Além
disso, o volume de água pluvial e esgoto não tratado descartado em canais e rios aumenta a
poluição e os riscos de contaminação, já que a água consumida contém esses mananciais.
Por outro lado, o abastecimento de água tratada é um aspecto positivo que deve ser
preservado e ampliado para garantir o acesso confiável à população.
FERREIRA, IGOR. Censo 2022: rede de esgoto alcança 62,5% da população, mas
desigualdades regionais e por cor e raça persistem. Editoria: IBGE, 2024. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/
39237-censo-2022-rede-de-esgoto-alcanca-62-5-da-populacao-mas-desigualdades-regionais-
e-por-cor-e-raca-persistem. Acesso em: 24/09/2024.
G1. Manaus tem apenas 26% de cobertura de esgotamento sanitário, aponta pesquisa.
G1, Manaus. Disponível em: m:
<https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/07/03/manaus-temapenas-26percent-de-
cobertura-de-esgotamento-sanitario-aponta-pesquisa.ghtml>.
G1. Trata bem Manaus: Obras de implantação de mais de 2 mil metros de redes de
esgoto chegam à Ponta Negra. G1, Manaus. 20 de fevereiro de 2024. Disponível em:
<https://g1.globo.com/am/amazonas/especial-publicitario/aguas-de-manaus/aguas-
demanaus/noticia/2024/02/20/trata-bem-manaus-obras-de-implantacao-de-mais-de-2-
milmetros-de-redes-de-esgoto-chegam-a-ponta-negra.ghtml>.