Evilane Oliveira - Sequestrada Pelo Mafioso
Evilane Oliveira - Sequestrada Pelo Mafioso
Evilane Oliveira - Sequestrada Pelo Mafioso
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens e acontecimentos que aqui serão
descritos são produto da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Esta obra segue as
regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa. É proibido o armazenamento
e/ou a reprodução de qualquer parte desta obra, através de quaisquer meios, sem
o consentimento escrito da autora. A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido pela lei nº. 9.610. /98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
O local em que eu estava não parecia minha cama, na verdade, era longe
da maciez dos lençóis brancos. Me virei tentando engolir, mas minha garganta
doeu. Onde mamãe estava? Jesus, por que a casa estava tão fria?
Abri meus olhos lentamente e pisquei ao não encarar o lustre elegante no
teto. O que... então tudo veio. Meu casamento, Sergey morto na estrada, o homem
encapuzado me jogando por cima do ombro. A morte de Dimitri.
Me sentei rápido, mas não fui para a frente. Meu pescoço foi puxado e
arregalei os olhos enquanto ouvia o barulho de corrente. Agarrei minha garganta
com as mãos ainda presas pela fita e fiquei em pânico ao sentir o couro grosso.
Olhei para o lado e respirei fundo ao ver a corrente grossa presa à parede. Me
sentei, deixando as mãos caírem em meu colo e olhei ao redor. Não havia
janelas, nenhuma saída a não ser a lareira acessa. Ela me esquentava, mas não o
suficiente. Eu estava longe dela.
A cama debaixo de mim era pequena, de solteiro, mas o colchão não era
dos piores.
Engoli novamente, morrendo de sede. Eu ainda vestia meu vestido de
casamento. O branco impecável, agora tinha manchas de lama e rasgos.
Bati minhas mãos juntas na parede, chamando quem quer que fosse. Parti
para cima, batendo na cabeceira de madeira, fazendo mais barulho.
Minha boca sedenta ficou eufórica ao ouvir barulho enquanto meu corpo
me dizia para não chamar.
Assim que ouvi a fechadura respirei fundo, tremendo, então a porta foi
aberta e o mesmo homem da estrada estava diante de mim.
Eu sabia que o demônio andava na terra entre nós, mas nunca imaginei
ficar cara a cara com ele.
— Você pegou a garota errada — Villain berrou no meio da cabana onde
havíamos chegado há poucos minutos.
— O quê? — perguntei, semicerrando os olhos.
Meu melhor amigo se jogou no sofá e me encarou.
— A garota da foto tinha cabelo vermelho. Você está vendo algum fio
vermelho na cabeça dela? — ele grunhiu, acenando para a porta que levava ao
local onde Dasha estava.
— Ela pode ter pintado. Hoje era o casamento, você sabe disso.
Planejamos essa merda juntos! — resmunguei, me movendo até a poltrona macia.
Estava fazendo um frio do caralho. Sabia que aqui era longe o bastante
para ninguém vir, por isso não liguei para o frio. Agora eu ligava.
— Estou indo. Silk deve querer comer meu fígado uma hora dessa.
Acenei, porque eu sabia. Sua esposa podia ser um grande pé no saco
quando queria.
— Não conte a ela onde estou — falei alto, me erguendo.
— Se ela quisesse saber, ela já saberia. Não por mim, óbvio!
Eu odiava admitir, mas sim. A peste parecia ser do FBI quando queria algo.
— Dê água a ela daqui a cinco minutos. Não queremos que ela morra de
sede e fome.
— Eu sei, Villain — grunhi, irritado por suas demandas idiotas.
Eu sabia fazer a porra do meu trabalho.
— Volto daqui a uma semana.
Eu acenei e ele sumiu pela porta. Coloquei mais lenha na lareira e me
sentei, segurando uma garrafa pequena de água. Fechei meus olhos, relembrando
o dia que cheguei à minha casa. Nada. Ninguém. Somente uma construção vazia.
Segurei o colar onde havia uma cruz e encarei o fogo crepitando.
— Minha vingança começou, mamãe. Vou fazê-lo pagar. Eu juro!
Olhei para a porta, quase podendo sentir o cheiro dela novamente. Pura,
intocada, a princesa da Bratva. Aquela que vou quebrar, pedaço por pedaço, até
o dia em que a jogarei de volta aos pés do pai. Então, o matarei.
Sem dúvida, sem pressa. Apenas saborearei a morte dele pelas minhas
mãos.
Nesse dia, poderei morrer feliz.
— Por que diabos tem sangue lá fora? — Prince gritou assim que entrou
na cabana, algumas horas mais tarde.
Eu peguei minha mochila e o encarei.
— Um veio até aqui — murmurei, pegando meu casaco.
— Porra, sério? — Prince ficou rígido.
— Sim, ele a viu e eu o matei.
— Como ele a viu se ela estava na porra do porão? Ele entrou na casa?
Porra, suas perguntas estavam me dando dor de cabeça.
— A tirei de lá. Ela estava com febre.
— E você a colocou onde? — Meu melhor amigo semicerrou os olhos,
desconfiado.
— Você tem quantos anos? Pelo amor de Deus.
— No seu quarto? Cara, não toque nessa garota. — Seu tom ficou
irritantemente baixo e perigoso.
Eu o conhecia bem o suficiente para saber que havia alguma merda o
incomodando.
— Não vou tocar nela. Pelo amor de Deus, tenho dezoito anos a mais que
a pirralha.
— Eu sei, eu sei. — Ele passou a mão pelo cabelo preto. — Você
enterrou o filho da puta?
— Sim, a alguns quilômetros pra baixo. O carro dele está escondido na
mata. — Respirei fundo e caminhei até ele. — Volto amanhã cedo. Ela está
amarrada, tenha cuidado quando a soltar para tomar banho pela manhã.
— O.k.
— E ela precisa tomar o remédio se a febre persistir.
— Será que foi um resfriado?
— Não, ela tem um corte na perna que estava infeccionado.
Droga, isso precisava ser feito hoje ainda. Soltei minha mochila.
— Vou falar com ela.
— Pra quê? — Prince tocou meu ombro.
— Já volto.
Me soltei dele e desci a escada, assim que abri a porta, Dasha se sentou
na cama.
— E a febre? — perguntei, me aproximando.
— Cedeu.
Acenei e peguei a caixa de primeiros socorros que deixei em cima da
cômoda. Me sentei na cama e puxei seu pé, depois limpei o ferimento com água
oxigenada, ouvindo seus gemidos de dor. Assim que ficou limpo, coloquei a
pomada e soltei sua perna, então Dasha suspirou.
— Você precisa passar a pomada mais tarde. Antes de dormir. Vou deixar
a caixa aqui.
— Você... você vai sair? — Sua voz quebrou e ela ficou rígida. — Vou
ficar sozinha? Mas como...
— Vou e você não vai ficar sozinha. Meu colega ficará aqui...
— Não! — Dasha gritou se aproximando e começou a balançar a cabeça.
— Não, por favor, não quero ficar com outra pessoa. E se ele me fizer mal?
Ela me queria aqui. Eu não estava fazendo mal a ela?
— Se comporte e nada vai acontecer.
— Por favor... — Dasha piscou os cílios longos.
Eu fiquei tentado a tocar seu cabelo, afastá-lo do seu rosto.
— Limpe sua ferida. Seja uma boa garota e você vai ficar bem. —
Comecei a me erguer, mas ela segurou minha mão com uma força surpreendente.
— Quando volta? — Sua voz ficou urgente.
— Não é da sua conta, Dasha. Pare de fazer perguntas.
Ela desviou os olhos e me ergui, então andei para a porta e fui embora,
sem olhar para trás.
Eu não consegui dormir por quatro noites seguidas. Meu pau estava me
matando, a cada oportunidade ele pensava na boceta dela, no gosto que teria. Eu
estava ficando louco. Completamente insano. Fechei meus olhos e apertei meu
pau, como andei fazendo mais vezes do que era anormal em um dia. Queria
pensar em outra mulher, em Aduke, mas quando fechava minhas pálpebras, havia
apenas Dasha.
Seus olhos, seu cabelo indomável, seu corpo, sua boceta intocada.
Eu precisava me afastar dali. Tirar alguns dias em Kemi era o mais
sensato. Conseguir algumas mulheres, me embebedar até cair. Dasha precisava
sair da minha cabeça.
Porque, por mais que eu quisesse devolver a filha de Vladimir quebrada,
sem a única coisa que a fazia pura, não podia tocar nela. Nunca.
Ela tinha o sangue Kireyev. Era filha do assassino da minha mãe e
irmãos.
Ela não era minha e nunca seria porque eu não a queria.
Desliguei a água quente e a gelada caiu sobre mim, esfriando meu pau e
minha cabeça. Odiava me sentir atraído por ela. Não conseguia acreditar que
realmente a desejava. Ela tinha dezoito anos. Era insano.
Ouvi batidas e saí do banheiro rapidamente, envolvendo uma toalha em
meu corpo. Assim que alcancei a sala, percebi que não era na porta da frente.
Era no quarto dela.
Me aproximei, desci a escada e abri a porta. Assim que ela apareceu,
engoli em seco.
Sentada na cama, presa em uma coleira e cabelo em todas as direções,
Dasha me encarou séria.
— Preciso ir ao banheiro.
Seus olhos deslizaram pelo meu corpo e pararam logo acima da toalha.
Ela engoliu em seco e virou o rosto. Pude ver o rubor crescendo por seu colo e
bochechas. Me aproximei prendendo a toalha e soltei sua coleira.
Me afastei e acenei para o banheiro. Ela engoliu em seco mais uma vez e
se ergueu ainda com a lingerie. A assisti andar até a porta antes de pegar as
roupas que ela havia descartado ontem. A garrafa de água que eu trazia estava
seca, por isso a peguei também.
— Meu colega vem ficar com você por alguns dias — avisei, pronto para
sair.
— O quê? — Ela se virou, com o rosto surpreso. — Não, eu não...
— Não o quê?
— Não confio nele. — Suas palavras eram legítimas, mas senti algo
remexer meu peito.
Villain Trevisan era a única pessoa no mundo que eu confiava a minha
vida de olhos fechados.
— Eu confio minha vida a ele. Você deveria.
— Nunca...
— Em quem você nunca deve confiar é em mim. — Dei um passo em sua
direção e agarrei seu rosto. — Eu não sou bom, me ensinaram a ser um monstro e
eu gostei. Tudo que você tem aqui, esse conforto — girei meu dedo no ar — foi
ele quem pensou.
— Por que você vai? — Ela piscou, focada em meus olhos.
— Porque, krasnyy — deslizei meu dedo sobre a sua bochecha,
passando pelo pescoço até o vale dos seus seios —, preciso foder alguém antes
que eu toque no que não é meu.
— Yerík.
Jesus Cristo.
Sua voz ecoando meu nome era a porra do paraíso.
— Não diga meu nome — rosnei, tenso e com o pau empurrando o tecido
da toalha — a não ser que eu esteja dentro de você.
Assim que ouvi um carro estacionar, me encolhi e fechei os olhos. Eu não
sabia o que havia de errado comigo, mas essa coisa no fundo do meu estômago
que surgia sempre que Yerík ficava por perto estava começando a me sufocar.
Yerík.
Eu nunca ouvi esse nome na minha vida, mas combinava com ele. Era
todo ele, na verdade. Forte, masculino e perigoso.
Quis puxar meu cabelo quando suspirei. Não deveria achar nada naquele
homem que me fizesse suspirar. Ele estava me mantendo presa em uma cabana,
no meio de uma floresta coberta de neve, com uma coleira no pescoço. O que
estava errado comigo?
Yerík não deveria estar em minha mente e muito menos em meus desejos
íntimos.
Fechei meus olhos quando a imagem dele entre minhas pernas surgiu. Sua
palma contra minha vagina em exposição. Minhas bochechas coraram mais uma
vez. Quando ele pediu para ver, algo lá me deixou fervendo. Não sabia explicar
o que era, mas tive vontade de fechar as coxas para aliviar.
— Jesus... — grunhi, sentindo aquele calor começar novamente ao
reviver a cena de ele afastando minha calcinha e olhando com uma fome
desesperada que me imobilizou.
Você deveria estar pensando no que ele vai fazer com as fotos que
tirou, Dasha.
Minha consciência gritou, mas ele disse que não mandaria para o meu pai
se eu o deixasse ver. Engoli em seco e minha mente mais uma vez revirou os
olhos.
Ele sequestrou você, por que diabos cumpriria uma promessa?
Eu não sabia, mas queria acreditar que ele não enviou nada. Afastei o
edredom e me sentei. Ele voltou ao quarto enquanto eu tomava banho e deixou
comida, não o vi mais depois da sua ordem. Não fale meu nome.
Por que eu não podia falar o nome dele? O que tinha de mais nisso?
Peguei a garrafa de água que ele encheu e dei alguns goles. Assim que me
satisfiz, coloquei-a na cômoda. Andei pelo quarto, pela primeira vez prestando
atenção em cada pedaço dele.
Era escuro, sem janela, o único lugar de onde que vinha ventilação era do
banheiro, mas a janelinha pequena que ficava na parte superior estava fechada
com madeira. A cama era confortável até certo ponto, mas os lençóis eram bem
macios. Ela ficava na parede em frente à porta, no meio do quarto. Havia um
guarda-roupa igual ao que tinha no quarto do Yerík e uma cômoda na lateral. Na
mesa onde ele sempre deixava minhas refeições, havia uma cadeira diante dela.
Ela ficava diante da cama, longe da lareira, por isso eu não comia lá.
A lareira ficava ao lado da porta do banheiro. Era linda e eu amava ficar
olhando as chamas crepitando ali.
Ouvi passos e fiquei rígida. Quando a porta foi aberta, uma garota
apareceu. Franzi as sobrancelhas e me afastei, porém, vi Yerík ao fundo, ao lado
do outro. Puxei as mangas do meu moletom e dei passos para trás.
— Oi. Meu nome é Lake.
Ela tinha cabelo preto e longo e olhos azuis. Sua beleza era tão
impressionante quanto a sua audácia ao entrar no quarto, como se fosse dona do
lugar.
— Você está bem, Dasha? — Seus olhos amoleceram ao me perguntar.
Olhei para Yerík e ele suspirou, encarando seu amigo depois.
— Silk... — ele chamou a garota enquanto Yerík o fulminava.
— Não precisa ter medo de mim. Só quero ter certeza de que você está
sendo bem tratada.
Um caroço cresceu, me impossibilitando de engolir.
— Você vai me tirar daqui? Me levar de volta para a casa? — perguntei,
encontrando minha voz.
A garota sorriu devagar e vi Yerík dar um passo em minha direção.
— Infelizmente, não.
— Foi o que pensei. Você é cúmplice deles — afirmei rápido e ela parou
de sorrir. — Você sabe o que é ser tirada de casa e enfiada no inferno?
— Não, mas eles sabem.
O quê? Olhei para os dois que só observavam como falcões.
— Não vou te tirar daqui, Dasha, mas quero que sua estadia seja
tranquila...
— Não queira. Eu nunca estarei tranquila enquanto estiver amarrada
numa cama, longe da minha família.
— Cadê suas cordas? — o outro homem perguntou, olhando para meus
pulsos.
Eu o ignorei. Yerík não colocou a coleira em mim novamente e eu queria
continuar assim.
— Preciso ir. Então, é melhor parar com a conversa — Yerík falou para
a garota. — Faça sua esposa se mexer, Villain.
O homem suspirou.
— Não fale como se eu não estivesse aqui — ela grunhiu rapidamente e
encarou seu marido. — Quero falar com ela. Sozinha.
— Nem fodendo — Yerík negou e pulei na cama, assustada.
— Olhe o que fez, você a assustou.
Ele ignorou a garota e a mim.
— Talvez, outro dia. — Villain pegou-a pela cintura e a fez o encarar. —
Não se meta nisso. Já falei. Dasha é dele.
Dasha é dele. Não, eu não era!
— Dele? — a garota rosnou e ele agarrou seu rosto, me fazendo
arregalar os olhos.
— Não é nosso assunto, Lake. Agora, vamos.
Ela respirou fundo e se soltou dele. Lake se virou, me olhou e suspirou.
— Como você pode ver, não sou muito bem-vinda aqui, mas voltarei.
Eu acenei e observei ela e Villain deixarem o quarto. Yerík permaneceu e
me encarou por segundos sem falar nada.
— Adeus — disse, tremendo. Ele entrou no quarto, batendo a porta atrás
dele.
— Sabe quando você vai sair do inferno e irá para a casa?
Sua voz enviou calafrios pelo meu corpo e segurei um gemido estúpido
que não sabia de onde havia surgido.
— Quando você tiver sua vingança — respondi assim que encontrei
minha língua.
— Você é minha vingança, krasnyy.
O quê? Abri a boca para questionar, mas ele pressionou o dedo contra
meus lábios.
— No dia que você voltar, vai desejar nunca ter saído da coleira que
prende você.
O que ele queria dizer com isso?
— Eu vou te quebrar, te arruinar, e quando acabar você ainda vai desejar
ser minha.
Eu fiquei rígida e me afastei das suas mãos, me arrastando na cama até
ficar contra a cabeceira. Yerík sorriu e mordeu o lábio olhando para o meu
corpo, então desviei os olhos.
— Nunca vou desejar ser sua — falei baixo, encarando a coleira caída
ao lado da cama.
Nunca iria querer ser de um homem que tinha me amarrado e me
prendido em um porão no fim do mundo. Nunca ia querer ser de Yerík, porque
ele era um monstro.
Um com o qual eu jamais poderia competir.
— Vamos ver, krasnyy.
Fechei meus olhos e abracei minhas coxas, ouvindo-o sair do quarto e
fechar a porta. Minha garganta fechou e senti as lágrimas chegarem com força.
Solucei e tapei meus lábios, tentando parar o barulho. Não adiantou.
Eu chorei por um longo tempo. Mesmo depois do carro partir, ainda
chorei.
E uma parte de mim sabia que uma parte dele estava certa. Eu o
desejava.
E isso nunca deveria ser concebível.
Eu só podia estar doente.
À noite, dormi rapidamente depois que Villain trouxe meu jantar, porém,
minha mente foi até onde Yerík disse que iria. Eu o imaginei com uma mulher,
suas mãos tocando o corpo dela com firmeza, sua boca na dela beijando-a. Meu
ventre se apertou e suspirei, abrindo os olhos e encarando a escuridão.
Minha mão deslizou pela barriga e senti o tecido grosso da calça e
depois o macio da minha calcinha. Abri minhas coxas e deslizei meus dedos
pelas dobras que estavam escorregadias. Fechei meus olhos ao pressionar meu
clitóris ou outra coisa, não fazia ideia, mas foi bom. Respirei fundo, imaginando
Yerík com a garota. Seus braços longos flexionados ao lado da cabeça dela
enquanto investia seus quadris. Ela tinha cabelo escuro e seu rosto estava para
cima, seus lábios abertos e seus gritos ecoando.
Eu gemi e senti falta de algo me preenchendo. Levei meu dedo para o
buraco úmido e enfiei lentamente. Apertei meus lábios para não gritar quando um
espasmo começou. Ainda não era o ápice, eu sabia, mas era bom.
Eu foquei no casal, queria ver a garota. Quando Yerík virou, empurrando
seus quadris contra ela, a vi erguer o rosto e sorrir, gemendo. Assim que abriu os
olhos, me viu e mordeu o lábio.
Eu puxei minha mão, gritando em pânico.
A garota era eu.
Eu.
Passos ecoaram na escada e fiquei rígida. Olhei para a porta e gritei:
— Não é nada!
Villain parou e voltou pelo mesmo caminho. Me ergui, corri para o
banheiro e liguei o chuveiro. A água quente chicoteou minha pele, mas a
sensação de sujeira, de imoralidade e nojo não pareciam descer pelo ralo.
Peguei a esponja com sabonete e me esfreguei. Cada lugar, com força
suficiente para arder, mas nada era capaz de tirar a imagem lasciva da minha
mente. Eu sendo fodida por ele.
Ele me tomando e eu gemendo, sorrindo e amando cada segundo. Jesus.
— Você está doente, Dasha — murmurei sozinha, cansada de me esfregar.
Soltei a esponja e me sentei no chão, sentindo a água cair sobre mim. — Pare
com isso. Por favor, pare com isso.
Não sei quanto tempo fiquei ali, mas quando fui para a cama, eu estava
exausta. Adormeci sem Yerík e a mulher em minha mente. Porém eles
apareceram nos meus sonhos e me atormentaram.
E ali eu não tinha escapatória.
Dois dias depois, Dasha estava na sala quando meu celular tocou. Tentei
ignorar a calça justa em sua bunda redonda, me virando e atendendo Villain.
— Ele respondeu às fotos.
Não era sem tempo.
— Então? — perguntei, gritando para o celular na mesa enquanto eu
secava um copo.
— Ele disse que vai matar você, mas só depois de arrancar sua mão por
tocar na filha dele.
Eu ri, divertido.
— E ele quer falar com você em uma ligação. Acho que ele quer saber
seus termos.
— O.k., amanhã eu ligo para você e você liga para ele.
— Tá.
Ele desligou e me virei, vendo Dasha de pé, com o rosto branco.
— Você enviou as fotos.
Não era uma pergunta, por isso não respondi.
— Você enviou as fotos onde me tocava, comigo presa a uma coleira —
Dasha gritou. Me aproximei, querendo controlá-la. — Você me expôs nua...
depois de me prometer que não enviaria!
Segurei sua nuca e a puxei para mim.
— Ninguém viu, apenas ele. — Me inclinei, enquanto seus olhos
derramavam lágrimas.
— Você não pode me assegurar isso, Yerík! — Seu grito ficou histérico.
Estalei meu pescoço, nervoso. — Você jurou... você me pede para não mentir,
nunca, mas você mente.
— Não irei mais mentir, satisfeita? — perguntei, próximo a ela.
— Não, não estou. Como você é capaz de enviar isso... estou enojada...
— Ela andou para trás, mas segurei seu braço para a manter perto.
— Não vou machucar você, Dasha, mas vou destruir seu pai.
— E a mim no processo.
Ela bateu os cílios para evitar as lágrimas. Segurei seu rosto, me
aproximando mais, enquanto ela tentava se soltar.
— Não, não vou destruir você, krasnyy. Nunca.
Nem eu esperei ouvir tanta sinceridade em minha voz. Dasha arregalou
os olhos e respirei profundamente.
Seu cheiro agora era tudo que eu sentia. Nesses dois dias, dormindo ao
seu lado, eu sempre acordava com ela enrolada a mim, seu cabelo em meu rosto
e suas pernas em volta das minhas.
— Eu quero que você nunca mais me beije. — Dasha se recuperou,
desviando o olhar. — Nunca mais confiarei em uma palavra que deixe seus
lábios. — Ela riu, balançando a cabeça. — O que estou falando? Confiando em
um crápula, sequestrador e abusador.
— Como não irei mais mentir — pontuei devagar e apertei meu domínio
sobre seu rosto —, preciso dizer que vou beijá-la, sim.
— Você... — Seus olhos cresceram mais uma vez.
Eu bati meus lábios nos dela. Dasha grunhiu, empurrando as mãos em
meu peito, mas quando apertei sua cintura seu corpo ficou mole. Ela se
aproximou, segurando meus ombros, gemendo em minha boca. Dasha suspirou
puxando minha camisa para fora, e eu a deixei fazer isso. Ela engoliu em seco,
mordendo meu lábio e agarrei sua bunda. Erguendo-a, empurrei tudo da mesa e a
deitei lá. Puxei minha camisa do seu corpo e a calça moletom por suas pernas.
O meu lado animal queria possui-la ali, foder cada grama dela. O
racional lutava, mas era questão de tempo. Dasha e eu sabíamos disso.
— Ah! — ela gritou enquanto eu abaixava seu sutiã.
Seus peitos ficaram inchados assim que entraram em contato com o frio.
Me inclinei e lambi os bicos, fazendo Dasha gemer e empurrar os seios em
minha direção, arranhando minhas costas.
— Grite, krasnyy, ninguém está ouvindo.
— Ah meu Deus! — Sua cabeça inclinou para trás.
Eu lambi seus mamilos e me afastei, assistindo a Dasha se contorcer.
Deslizei a mão por sua coxa lentamente e enganchei meu dedo na sua calcinha.
Puxei o tecido frágil para a lateral, caindo de joelhos. Me inclinei, cheirando-a.
Era bom, muito bom e fez minha boca se encher de água. Abri os lábios
pequenos e vi seu buraco minúsculo, o mel deslizando, me fazendo engolir com
força. Pressionei seu clitóris inchado e me inclinei.
— Essa é a hora em que você fala meu nome.
Beijei sua boceta e, em seguida, deslizei a língua de cima a baixo.
— Yerík!
Eu nem havia colocado meu pau em sua boceta, mas sentia gotas de
sêmen melarem minha calça. Cada vez que ela gemia, vazava mais um pouco.
Essa necessidade crua se prolongou e agora eu estava gozando aos poucos, como
um garoto, enquanto saboreava sua boceta doce.
— É isso, krasnyy, me dê o que é meu. Você sabe que é meu, hum? —
perguntei, abrindo sua boceta mais um pouco e enfiando minha língua em seu
canal apertado.
— Oh! Yerík!
— Isso, bebê, é seu orgasmo. Vamos, quero seu mel em minha boca.
Seus dedos deslizaram pelo meu cabelo e chupei faminto seu clitóris.
Dasha gritou forte, gemendo como a porra de uma deusa do sexo. Limpei sua
boceta enquanto ela se contraía.
— Isso... isso... — Ela procurou palavras enquanto eu beijava suas
dobras escorregadias. Subi por seu corpo feito para a perversão e apertei sua
cintura. — Foi bom. — Suas bochechas estavam coradas e a ergui, ainda a
mantendo sobre a mesa.
Segurei seus seios pesados, brincando com o mamilo. Dasha suspirou
quando beijei seu pescoço. Puxei sua cintura enquanto suas mãos tocavam meu
peito. Krasnyy olhou as minhas tatuagens, minhas cicatrizes e cada pedaço
exposto meu.
— Eu quero ver... — ela murmurou baixinho e a encarei. Suas unhas
arranharam meu pau coberto. — Eu nunca... hum... vi um.
Seus seios ficaram vermelhos escarlates. Me inclinei, segurando seu
cabelo na base do seu pescoço, puxando, apenas o suficiente para ela me
encarar. Seus lábios rosados estavam inchados, e seus olhos, dilatados com o
prazer.
— Se você quer algo, não peça, krasnyy. Pegue.
Dasha abriu os lábios e lambi cada um. Sua mão puxou o cós da minha
calça moletom para baixo e minha cueca foi junto. Meu pau estava molhado, com
sêmen que derramei enquanto a chupava. Ela deslizou o dedo anelar na ponta
lentamente, me fazendo apertar meus dentes.
— Você... hum... gozou?
Deus, sua inocência me quebrava. Sua voz falando essa merda fez meu
pau endurecer mais. A dor estava me cegando.
— Enquanto provava sua boceta doce, meu pau despejou algumas gotas.
Seus olhos se arregalaram. Ela engoliu com força e usou a mão toda para
pegar meu pau.
— É muito grande. Não cabe em mim.
Sim, eu sabia dessa merda. Sua boceta era apertada demais. Meu pau a
rasgaria.
— Não vou tirar sua virgindade, Dasha.
Surpresa, ela abriu os lábios. Pressionei meu dedão contra seu lábio
inferior.
— Por que não?
Sim, imbecil, por que não?
— Porque você não merece que eu, seu sequestrador, tome isso. É
precioso demais. Não sou digno — falei rápido.
Ela engoliu em seco e apertou meu pau.
— Eu quero isso em mim — ela gaguejou, pegando uma gota da minha
porra que saía do buraco do meu pau. Dasha se inclinou para trás e deslizou o
dedo em sua boceta, melando com a gota perolada.
— Abra suas coxas, krasnyy. Separe esses lábios, vou dar o que você
quer.
Dasha arregalou os olhos, mas me obedeceu. Ela caiu na mesa
novamente, abriu as pernas e levou sua mão à boceta, abrindo-a.
— Você quer minha porra, Dasha? — perguntei, me movendo até a lateral
da mesa, ainda olhando para sua vagina exposta. — Quer, krasnyy?
— Sim, eu que-quero.
— Movimente seus dedos. Já fez isso? — perguntei, enfeitiçado pelos
dedos finos e com unhas médias brincando com suas dobras. — Já tocou em sua
boceta e gozou, Dasha?
— Si-sim.
Eu a encarei, vendo seus seios e seu rosto envergonhado, mas cheio de
prazer.
— Em quem você pensou, Dasha? — perguntei, envolvendo meu pau em
minha mão, bombeando um pouco.
— Em — ela me olhou nervosa — você.
— O que eu faço, krasnyy? Na sua mente?
Me aproximei até sua cabeça ficar bem diante da minha cintura. Ela virou
o rosto, vendo meu pau próximo da sua boca, então lambeu os lábios e respirou
fundo.
— Você coloca dentro de mim. — Quando sua voz ecoou, bombeei com
mais força.
— Você quer minha porra, então, você precisa tirá-la — falei sem fôlego,
me imaginando completamente dentro de Dasha. Fodendo-a tão duro que ela me
sentiria por dias.
— Tá. — Ela puxou a mão da boceta, mas dei um tapa em sua coxa. —
Yerík.
— Mãos na sua boceta, boca em meu pau. Agora.
Ela colocou a mão de volta entre as pernas e abriu os lábios. Pousei meu
pau ali e Dasha lambeu. Só uma vez, lentamente, mas o suficiente para eu
praguejar. Quando seus lábios se abriram, vi seus dedos em sua boceta enquanto
ela tentava me colocar na boca.
— Olha os dentes, krasnyy. Não quero que morda meu pau.
Ela sorriu devagar e lambeu um pouco mais. Na segunda vez que tentou
colocá-lo na boca, a ajudei empurrando lentamente. Dasha chupou devagar e
soltou, em seguida, ela me tomou mais um pouco. Quando sua língua quis entrar
no buraco, tirei da sua boca.
— É lá que vou gozar, Dasha — falei sem fôlego e voltei para o meio
das suas coxas.
Sua mão ainda se movimentava me deixando fascinado, mas a afastei e
coloquei meus dedos ali. Brincando com seu clitóris. Apertei meu pau, querendo
durar mais um pouco, mas quando Dasha gozou jogando a cabeça para trás, eu
me perdi.
Aproximei meu pau da sua abertura, deslizando de cima para baixo, de
um lado para o outro. Um arrepio ultrapassou meu corpo, minha coluna ficou
rígida e empurrei apenas um pouco, sem romper seu hímen, apenas a ponta do
meu pau dentro dela. Meu sêmen se derramou enquanto eu grunhia. Olhei para
nossa junção, minha porra vazando pelos cantos, molhando a mesa.
— Oh meu Deus! — Assim que Dasha gritou, senti o aperto da sua
boceta na ponta. Gozando novamente, ela me fez despejar mais, tanto que fiquei
chocado. Nunca havia gozado tanto na vida. — Yerík! — Pressionei seu clitóris
e ela gritou. Quando meu gozo acabou, retirei meu pau.
Sêmen deslizava pelo buraco pequeno e rosado, então empurrei com meu
dedo devagar, colocando para dentro.
— Você queria isso, krasnyy, minha porra em sua boceta. E veja só, há
tanta que está vazando. Você está cheia, mas você pediu e eu te dei, então precisa
guardar.
— Oh meu Deus! — Dasha gritou quando fechei suas coxas
abruptamente.
— Feche-as. Não quero uma gota fora.
Dasha me encarou com os lábios abertos. A virei para o lado, pegando
na sua bunda gostosa. Krasnyy gemeu e me inclinei, capturando seu mamilo.
Chupei com força, raspando minha barba em sua pele.
— Você vai ficar assim por um tempo.
— O quê? — Dasha me olhou enquanto eu mudava minha boca para o
outro.
— Sim, se eu vir meu sêmen deslizando por suas coxas, vou precisar
colocar mais.
Ela lambeu os lábios e subi, mordendo o inferior.
— É isso que você quer, não é, krasnyy?
Suas bochechas coraram. Peguei seu seio, apertando e aproximando da
minha boca.
— Responda.
— Si-sim — ela gaguejou e mordi seu seio com força. — Ah!
— Você precisa descansar.
Dasha acenou, engolindo em seco. Me afastei e suspirei quando ela se
sentou. Assim que seus pés bateram no chão, vi a linha brilhosa descendo por
sua coxa. Praguejei, mas apenas desviei o olhar.
— Vá para o quarto. Agora.
Ouvi seus passos e me sentei, colocando as mãos em minha cabeça.
O que você fez, seu pedaço de lixo? Minha consciência gritou
furiosamente e eu a entendia. Deveria me arrepender de ter tocado em Dasha,
mas não havia uma gota de arrependimento dentro de mim.
Apenas necessidade.
Eu a queria. De novo, de novo e de novo.
Depois de uma hora ou mais, fui para o quarto. Estava tudo escuro,
Dasha provavelmente havia adormecido. Fui para o banheiro e tomei um banho
demorado, quando saí me enfiei na cama, bem perto dela.
Seu cheiro me enebriava. Era esse seu cheiro real? Aquele que ela
escolhia ao comprar seus produtos, ou o seu habitual era completamente
diferente? Se fosse, eu não dava a mínima, pois sabia que o outro também me
enlouqueceria.
Dasha era o motivo da minha loucura.
— Yerík.
Sua voz ecoou e fechei meus olhos com força.
Queria tentar pensar sobre hoje, como fui irresponsável ao tocá-la. Será
que ela se sentiu coagida a fazer isso? Meu estômago começou a revirar. Eu
nunca toquei em uma mulher sem a sua plena autorização, sem que ela quisesse
tanto quanto eu.
— Você queria aquilo, Dasha? — perguntei de uma vez, porque eu
precisava. Necessitava.
E era estranho, porque fazia muito tempo que não precisava de nada com
tanta urgência.
— O quê? — Sua confusão só demonstrava ainda mais sua inocência.
Ela era uma maldita criança.
— Queria que eu tocasse em você? — questionei, me virando.
Dasha, mesmo no escuro, parecia nervosa. Me contorci por dentro,
irritado comigo mesmo por ter agido como um animal. Não era por que ela havia
correspondido ao beijo na floresta que realmente me quisesse.
— Yerík.
— Sem mentiras.
O silêncio nos rodeou. Quase pude ouvir seu coração batendo. Minhas
veias ardiam com o desejo insano de tê-la novamente, enquanto o nojo inundava
minha mente. Eu não deveria ter tocado em Dasha.
Ela era proibida.
Ela era filha de Kireyev.
Ela era a porra da princesa da Bratva.
— Si-sim.
O quê? Me ergui, me apoiando em meu braço, esquecendo
completamente do ferimento. A porcaria ardeu, mas continuei assim. Precisava
ver seu rosto, mesmo que fosse na penumbra.
— O quê?
Dasha engoliu em seco e tocou meu peito devagar, tão lentamente que
achei que estivesse imaginando.
— Eu quis que me tocasse, Yerík. — Ela respirou rápido.
Toquei em seu pescoço, segurando-o contra minha palma, sentindo suas
batidas sinceras.
— Você deveria ser tratada melhor. — Comecei pressionando sua veia.
— O homem que tocar em você precisa ser gentil, bom para você...
— Olha...
— Aquilo que fiz — murmurei, engolindo com força — não é certo, o.k.?
Não com você.
Seu corpo ficou rígido e ela afastou seu toque da minha pele.
— Com Aduke é? Certo? — Sua voz soou raivosa.
— Adu não tem nada a ver com isso, Dasha — resmunguei, vendo-a se
afastar completamente. Dasha se sentou e respirei fundo, fazendo o mesmo.
— Você já fez aquilo com ela? — Krasnyy acenou para a porta. —
Daquele jeito... não sei, bruto. — Ela balançou a cabeça, de costas para mim.
— O que isso tem a ver, krasnyy? — perguntei e ela me olhou por cima
do ombro.
— Já ou não?
— Já, Dasha, é claro que já. Eu sou aquilo. A sujeira, a perversão. Eu
fodo daquele jeito.
Ela arregalou os olhos enquanto eu respirava fundo.
— Eu nunca vou ser doce, ou tudo que merece...
— Não quero doce — suas palavras me fizeram calar a boca —, quero
aquilo. Você, perverso, sujo...
— Você gostou? — perguntei, por um fio.
Porque se ela tivesse gostado, ela precisava correr léguas e léguas,
porque se eu a pegasse jamais a deixaria ir.
Gostar era um grão de areia em meio ao deserto em comparação ao
quanto amei o toque imoral de Yerík. Cada segundo em que suas mãos firmes
estiveram em meu corpo, sua língua habilidosa em pontos que me faziam corar
só de relembrar, sua boca em meus seios chupando, mordendo, apertando...
Eu amei tudo que ele fez comigo.
Eu queria mais.
Queria senti-lo todo dentro de mim, sentir suas mãos em meus quadris
enquanto ele puxava minha bunda em sua direção, batendo sua pelve, indo tão
fundo que me faria ver estrelas. Do mesmo jeito do meu sonho.
— Sim, eu gostei — respondi honestamente.
— Você merece...
— Eu sei o que mereço — o interrompi, cansada. — Mas nem sempre é
o que queremos.
Yerík semicerrou os olhos, sua garganta subindo, seus ombros largos
diante de mim repletos de tatuagens que escondiam suas cicatrizes. Cada
centímetro dele me fazia desejá-lo.
— E o que você quer, krasnyy?
Eu o olhei, ainda por cima do meu ombro. Sentindo seu sêmen espesso
em minhas dobras. Não me lavei, queria senti-lo, porque quem sabe quando ou
se o teria de novo. Yerík pegou uma mecha ondulada e rebelde do meu cabelo,
tirando-o do meu rosto.
— O que você quer, Dasha?
Queria que fosse fácil querê-lo.
— Você, mas eu mereço mais.
— Merece, krasnyy. — Seu dedo enrolou em meu cabelo. — Você
merece alguém que não esteja pensando em puxar seu cabelo, empurrar a boca na
sua e comer você em um cativeiro. Você merece alguém que não fantasie foder
sua boceta virgem enquanto usa uma coleira em volta do pescoço.
Meu coração bombeou rápido quando Yerík fechou a mão em minha nuca,
puxando meu cabelo junto.
— Você merece fazer amor, krasnyy. Eu nunca seria capaz de tal feito. —
Seus dedos se desenrolaram dos meus fios e sua mão caiu. Yerík se afastou, saiu
da cama e correu porta afora, levando meu coração ensandecido em suas mãos.
Eu o esperei, mas as horas passaram e percebi que era inútil.
Yerík era o sequestrador, um mafioso insano perdido em sua mente
quebrada, mas foi o único forte o suficiente para lutar contra o desejo proibido
que ambos sentíamos.
Me perguntei se eu seria capaz de fazer o mesmo, mas a resposta estava
ali, em mim. Sentada, disposta a deixá-lo me tomar se assim quisesse.
Odiei perceber no que havia me tornado.
Uma dependente, viciada, em meu próprio sequestrador.
Yerík dormiu assim que me mandou sair. Fiz xixi, olhei para ele por
vários minutos tentando pensar no que ele me disse. Por que, Dasha, você não
iria?
Por que não pegar agora a arma dele que estava em algum lugar da
cabana, atirar no peito dele duas vezes e fugir? Por que, sua imbecil?
Fechei meus olhos, agarrando minhas coxas contra o peito. Eu vesti outra
muda de roupas e calcei as botas. Minhas mãos pareciam pesadas segurando a
manta que Yerík trouxe da outra cabana. O encarei mais uma vez, coloquei os pés
no chão e andei devagar em sua direção.
Me sentei ao seu lado e toquei suas tatuagens devagar, com medo de
acordá-lo. Suas duas mãos eram tatuadas e uma delas tinha uma flor com uma
palavra em inglês logo abaixo. Freedom. Свобода. Liberdade.
— Não sei um décimo do que passou, suas dores ou pecado, só sei que
há algo em você... algo que não posso pronunciar ou pensar, algo que eu nunca
vou esquecer.
Afastei meu cabelo, o que ele disse amar, e sorri ao passar a mão por sua
cicatriz, a que fechei.
— Sinto muito pelo que papai fez a você, e sinto muito pelo que vou
fazer.
Eu não podia admitir que gostava dele. Isso não era concebível, e uma
parte de mim - a tola e estúpida - queria ficar ali, com ele. Queria dormir ao seu
lado, sentindo seu corpo quente e ser acorrentada por ele. Uma parte doente de
mim queria permanecer naquele cativeiro.
Peguei as correntes e prendi em seu braço devagar, calmamente para não
o acordar. Quando enfim o prendi, me afastei da cama e peguei luvas, gorro e um
casaco dele. Então comecei a caçar as chaves da moto de neve. Quando achei,
respirei profundamente. Aprendi a pilotar uma moto aquática na minha última
viagem de verão, não era tão diferente, certo?
Saí do quarto caçando as armas dele, mas não achei em lugar nenhum.
Isso levaria tempo demais. Um que eu não tinha. Yerík poderia acordar. Jamais o
machucaria, então precisava sair enquanto ele dormia. Com um suspiro de
frustração, peguei duas facas. Juntei comida e água em uma mochila, me
preparando para caso sentisse fome ou sede.
Quando saí da cabana lentamente, suas palavras voltaram para mim.
“— Tenho homens na montanha. Devem estar chegando agora. Todos
prontos para matarem quem encontrar pela floresta.”
Não, ele não tinha. Eu sabia que Yerík não confiava em ninguém além de
Villain. Aprendi isso rapidamente convivendo com os dois.
Por isso, eu sabia que não havia mais ninguém ali. Essa era minha única
chance. Não teria uma segunda e precisava fugir dele. Necessitava me afastar
dele.
Porém quando percebi sua embriaguez, em nenhum segundo pensei
realmente em fugir, só depois. Quando ele me perguntou por que eu entendi
coisas que jamais quis. Mas quando ele me pediu para jurar por alguém, Sarah
apareceu em minha mente. Minha irmã entenderia minha jura sob seu nome.
— Jura por quem?
— Pela vida da minha irmã. Sarah.
Subi na moto de neve e tentei ligar, infelizmente, não era como andar de
moto aquática. Olhei ao redor e suspirei. Droga. Me afastei dele e da casa,
decidindo que andar seria minha única alternativa. Pelo menos, não estava tão
frio e não anoiteceria tão cedo.
— Você consegue, Dasha — murmurei devagar, abraçando meu próprio
corpo.
Puxei o gorro para baixo e o tecido que descansava em meu pescoço
cobri minha boca e orelhas. Andei por um tempo, ouvindo apenas o som das
minhas botas. Eu não sabia quanto tempo havia se passado, mas estava cansada.
— Deveríamos voltar ao acampamento.
Fiquei rígida quando uma voz ecoou um pouco longe. Me afastei
lentamente para não fazer barulho até estar atrás de uma árvore.
— Não, vou matar aquele lobo.
— Cara, está frio demais.
Ambos eram caçadores. Fechei os olhos, pensando se era inteligente
pedir ajuda a duas pessoas que estavam caçando animais indefesos. Engoli em
seco. Era melhor que morrer no frio, certo? Ou não. Ser estuprada era pior.
Mordi meu lábio dormente e olhei para os lados. Eu havia saído do
caminho onde carros podiam passar, então decidi esperar que eles me
ultrapassassem.
— Olha, Rod — o que queria voltar para a cabana resmungou e sua voz
soou tensa.
— Pegadas — o que parecia ser mais bruto respondeu.
Olhei para meus pés, fechando os olhos com força. Droga.
— Quem está aí? — ele gritou.
Eu estremeci, olhando para a floresta.
— Apareça! — o segundo berrou, me fazendo soltar um gritinho
pequeno.
Porém suficiente para denunciar meu paradeiro. Peguei minha faca e
virei, vendo os dois em pé a alguns passos. Um deles era pequeno e gordo,
enquanto o outro era alto e magro. Ambos eram mais velhos.
— O que está fazendo aqui? — O bruto era o mais alto.
O medo de ser estuprada aumentou quando os dois começaram a olhar
para meu corpo, mesmo estando completamente coberto.
— Me perdi do meu marido — menti, ainda apontando a faca. — Aqui é
nosso ponto de encontro.
— Nós podemos te ajudar — o pequeno murmurou.
— Não — balancei a cabeça rapidamente —, ele está vindo. Sigam o
caminho de vocês — falei de maneira firme. O alto sorriu, negando. — Vão
embora!
— Não, boneca, não há marido. — Ele andou em minha direção, pegando
a arma que estava em seu ombro. — Só nós três. Hum?
Ele ergueu a arma e respirei fundo, tremendo. O outro andou para o lado
e eu mexi a faca entre os dois. Meu Deus. Eles me matariam. Me estuprariam e
matariam.
Yerík.
Desculpa, implorei em minha mente.
O que eles fariam comigo seria mil vezes pior do que estar em um
cativeiro limpo, ao lado de um homem, que por mais que pudesse ser o demônio,
nunca tocou em mim sem a minha permissão.
— Ele virá e vai matar você se não se afastarem de mim. — Minha voz
tremeu com a mentira.
Ninguém viria. Yerík estava preso a uma corrente. Eu o prendi. Essa era
a ironia.
Assim que acordei, senti uma pressão horrível na minha cabeça. Me
sentei devagar e olhei ao redor. Demorei apenas alguns segundos para me
lembrar onde estava e fazendo o quê. Procurei Dasha ao redor, mas não havia
sinal dela. Pulei da cama, mas o tilintar de uma corrente ecoou. Filha da puta.
— Dasha! — gritei tão alto quanto podia, mas não obtive resposta. —
Dasha!
Meus berros se repetiram até perceber meu erro. Bebi feito um porco e
ela fugiu enquanto eu dormia. Aquela peste. Subestimei Dasha. Quem diabos
teria a oportunidade de fugir e ficaria presa? Respirei fundo e peguei a corrente,
girando-a em meu antebraço.
Fiquei de pé e puxei a porcaria. Ela estava presa a uma parede de
madeira. Levaria tempo, mas eu a arrancaria dali e usaria para matar Dasha
Kireyev.
Não sei por quanto tempo lutei contra a corrente, mas consegui arrancá-la
da parede. Quando ela bateu no chão corri para fora, envolvendo a corrente fria
em meu antebraço. Peguei armas debaixo do sofá e minhas facas.
Saí da cabana e pulei na moto de neve, ligando-a assim que achei as
chaves. Acelerei, sentindo a neve respingar em meu peito nu. Ódio nadava em
minhas veias e eu queria matar. Sem parar. Apenas fazer alguém gritar de dor.
Segui as pegadas que as botas dela deixaram na neve por muito tempo.
Respirei fundo enquanto acelerava mais, e então vi suas pegadas desaparecerem.
Parei a moto de neve já pulando dela e pegando meu fuzil e faca. Apontei para
diante de mim, olhando para os lados no processo.
Pisei devagar e vi pegadas mais à frente. Mas não eram apenas duas de
Dasha. Meu corpo ficou rígido ao ver mais pegadas. Uma mais funda, de alguém
grande, e outra mais longa. Andei devagar seguindo-as e ouvi um choramingo.
Me virei e inclinei a cabeça, prendendo a respiração. Quando vi Dasha
no chão, quis arrancar a pele de alguém, ela estava com a roupa rasgada e tinha
sangue por todo lugar.
— Onde eles estão? — perguntei.
Ela arregalou os olhos ao me ver.
Me virei ao ouvir um passo e prendi a corrente no pescoço dele,
puxando-a. Empurrei minha faca nas costelas antes de ver realmente quem era. O
homem era alto e gritava quando sentiu minha lâmina. Retirei a faca, e quando a
enfiei nele de novo, foi na boca. O sangue jorrou e ouvi mais passos.
Puxei minha arma e mirei na frente, em outro homem. Ele estava com uma
arma na mão. Antes que ele pudesse pressionar o gatilho, o fuzilei. Mas em
locais que não o fariam morrer imediatamente.
Soltei o fuzil correndo e puxei o homem para perto do outro. Segurei
minha faca perto dos dois, que arregalaram os olhos.
— Quem a machucou? — Soltei a corrente, envolvendo-a em meu punho.
— Ca-cara... — O gordo chorou.
Eu olhei para o que estava com a boca esfolada.
— Vocês mexeram com a garota errada.
— Desculpa, desculpa. Nós não tocamos nela. Ela quem conseguiu nos
machucar... o sangue é nosso. — O gordo mostrou a barriga esfaqueada.
Quis olhar para Dasha, mas não o fiz.
— O.k. — Me ergui, deixei meu fuzil cair e sorri. — Você.
Eles respiraram aliviados, mas por pouco tempo. Pulei em cima dele e
enfiei minha faca em seu pescoço. Ele gritou antes do sangue inundar sua boca. O
alto e marrento, no entanto, continuava quieto. Puxei seu cabelo e empurrei seu
rosto no sangue do seu companheiro.
— Ela é incrível, certo? Inocente, jovem e, porra, aqueles olhos... —
comecei a falar devagar, enquanto ele cuspia ainda quieto. — O cabelo, então...
— Yah, o cabelo é horrível.
O que, seu filho da puta?
Ele passou a porra do tempo inteiro calado para no final falar do cabelo
de Dasha?
— Cara... — Balancei a cabeça e joguei meu antebraço, rodeado pela
corrente em seu rosto. Seu nariz quebrou e o sangue que já saía da sua boca se
juntou a ele. — Não fale do cabelo dela.
— Porra! — ele grunhiu.
Eu enfiei minha faca em sua barriga e puxei o cabo para baixo. Ele gritou
enquanto o sangue descia e suas tripas saíam. Eu sorri e o encarei.
— Te vejo no inferno, seu filho da puta.
Ele caiu para trás, com os olhos abertos. Me virei, olhando para Dasha.
Seu cabelo estava espalhado e úmido, seus olhos vermelhos e seu rosto cheio de
lágrimas. Dei passos até chegar diante dela, arrastando minha corrente na neve.
Cortei a corda dos seus punhos e segurei seu antebraço enquanto tirava a fita da
sua boca antes de me virar.
— Yerík...
— Cala a boca. Cala o caralho da sua boca! — berrei, voltando para
encarar seu rosto. — Não quero ver ou ouvir você.
— Eu só ia agradecer...
— Me agradecer? — Agarrei seu rosto, o sangue dos dois imundos
sujando sua pele. — Pelo quê? Por ter arrancado uma parte da minha parede,
corrido feito um insano atrás de você e matado os dois homens que logo estariam
te estuprando?
Dasha ficou rígida. Empurrei seu rosto, soltando seu queixo.
— Agradecer por te salvar da sua própria estupidez?
— Estupidez seria ficar tendo a chance de fugir, você sabe disso! — ela
gritou.
Eu comecei a andar, deixando os corpos para trás. Eu não dava a mínima
para essa merda.
— Você sabe disso e me fez perceber quando me perguntou por quê! Por
um momento, nem sequer pensei nisso!
— E por que não pensou? — Me virei, vendo-a me olhar, chorando. —
Por que você quer ficar, certo?
Ela não respondeu e eu me aproximei até estarmos contra uma árvore.
Ela olhou para os meus olhos, boca e depois peito. Sua respiração era rápida,
intensa e me imaginei esmagando sua boca, deitados na neve.
— Você é uma criança, e não é pela sua idade que digo isso.
Me virei, voltando a andar. Meu corpo estava dormente e eu nem mesmo
conseguia mais sentir o frio. Eu só queria chegar àquela cabana.
— Você está certo.
Parei ao ouvi-la.
— De alguma maneira completamente distorcida, quero ficar.
Porra. Fechei meus olhos, respirando fundo.
— Quero que me toque, me corrompa, me faça sentir. — Dasha
choramingou, gritando. — E eu quero desvendar você, fazer você perdoar meu
pai e, de alguma forma, conseguir que haja um final feliz para todos nós.
Eu ouvi seus passos, senti seu cheiro ao meu redor e, então, ela me tocou.
— Estou doente, Yerík, sei disso, mas não importa o quanto tente, você
ainda está na minha cabeça.
E ela na minha, me enfraquecendo.
— Suba.
Dasha fez o que mandei, e assim que subi, dirigi para casa rapidamente.
Quando chegamos à cabana, ela desceu com pressa e pulei, ainda agarrado à
corrente.
— Para onde você pensa que vai? — berrei no meio da sala depois de
bater a porta com força. Dasha ficou rígida a caminho do quarto. — Eu vou dar o
que você quer, hoje. Agora.
Ela arregalou os olhos e agarrei sua cintura. Enfiei meu nariz em seu
cabelo e cheirei. Ela tinha cheiro de morangos que eu precisava urgentemente
comer.
— Vou preparar sua boceta, krasnyy, e então, vou comer você em cada
canto dessa cabana.
Dasha suspirou e puxei seu casaco. Arranquei sua blusa e ela sozinha
desceu a calça. Suas botas saíram assim que tirei as minhas. Me sentei no sofá e
a puxei sobre mim. Sangue manchava a pele de nós dois, mas não ligamos para
isso.
— Eu queria ter fodido você na neve. Você ficaria completamente
vermelha enquanto eu comeria sua boceta. — Agarrei sua bunda e a coloquei
sobre meu pau. — Se esfregue aqui. O quanto quiser.
— Tá — ela gemeu a palavra e mordeu o lábio.
Rasguei o seu último sutiã e seus seios deslizaram. Agarrei seu mamilo e
girei com força, fazendo Dasha arregalar os olhos.
— Você vai me deixar tirar sua virgindade, certo, krasnyy? — perguntei,
amando a sensação da sua boceta se esfregando em mim. Sua calcinha estava
molhada, eu podia sentir.
— Yerík — ela gemeu enquanto eu apertava sua cintura com mais força.
— Diga. Quem vai tirar a sua virgindade? — grunhi, agarrando seu peito
com a mão que antes estava em sua bunda.
— Você. — Belisquei seu mamilo com força e ela gritou. — Você vai
tirar minha virgindade.
— Isso, krasnyy. Eu.
Nos virei e suas coxas caíram abertas. Puxei sua calcinha pelas pernas e
deslizei meus dedos em sua boceta. Seus pelos eram poucos e brilhavam com
sua excitação.
— Vamos relembrar quando gozei em você?
— Sim! Por favor — ela implorou, me olhando.
Eu tirei meu pau da calça e apertei a extensão enquanto Dasha olhava,
completamente admirada. Quando ela lambeu os lábios, sorri ao ver a gota de
pré-sêmen. Peguei com a ponta do dedo e ofereci a ela.
Dasha abriu os lábios e chupou meu dedo ainda me encarando. Jesus.
— Mantenha sua boceta aberta. — Acenei para baixo.
Ela desceu a mão, abrindo os lábios. Assim que pressionei o dedo que
ela chupou em seu clitóris, ela jogou a cabeça para trás.
Bombeei rápido, querendo manchá-la. Não demorou tanto. Dasha gemeu,
gozando com meu dedo, então me inclinei, enfiando a ponta do meu pau em sua
boceta. Dasha se arqueou e segurei sua cintura, despejando dentro dela.
— Yerík, por favor, preciso...
— Me fale e será seu, princesa.
Dasha gemeu e parei de brincar com sua boceta. Ela choramingou,
abrindo os olhos.
— O que você quer, Dasha?
— Seu pau dentro de mim — ela murmurou, com as bochechas
vermelhas.
Eu sorri e me inclinei.
— Você quer manchar meu pau com seu sangue, krasnyy? — perguntei
rouco, antes de agarrar seu cabelo e lamber seu queixo.
— Sim! — ela gritou, então empurrei meus quadris de uma só vez.
Dasha gritou tão alto que meus ouvidos doeram. Sua boceta me recebeu,
mas era como a própria morte. Apertado demais.
— Oh meu Deus! — Ela soluçou, chorando.
— Calma, ela vai se adaptar ao meu pau — expliquei entre dentes. —
Porra, é como uma luva, mas não é. Como é possível uma vagina ser tão
apertada?
— Você é enorme — ela disse, respirando fundo. — Sinto você em todo
canto.
— Posso entrar mais? — perguntei, me segurando para não me mover.
— Co-como assim mais? — ela gaguejou. Me afastei, meu pau havia
entrado mais da metade, mas ainda tinha. — Oh meu Deus!
— Vou empurrar, krasnyy. Morda meu peito.
Ela segurou meus ombros e segurei seus quadris, empurrando tudo.
Dasha gritou mais alto e levei minha mão para sua boceta. Brinquei com seu
clitóris e a afastei, capturando seu mamilo com meus lábios.
Mordi o bico com força e ela arqueou, gemendo. Seus peitos eram meu
parque de diversões. Agarrei sua bunda e saí dela, chupando seu seio. Dasha
gemeu baixinho e a fodi lentamente. Me afastei quando retirei e sorri ao ver o
sangue.
— É muito sangue — ela murmurou ao olhar.
Eu envolvi minha mão, pegando o sangue misturado com a minha porra.
Levei a mão para sua barriga e a sujei. Depois, os seios e, em seguida, seu
pescoço. Empurrei dentro dela e me inclinei, lambendo sua pele. Agarrei seu
seio, puxando-o em direção à minha boca e gemi, sentindo nosso gosto.
— Preciso que goze, krasnyy.
— Oh, Yerík! — ela gemeu, me sentindo dentro dela. Bati meus quadris
nos dela e minha porra começou a sair. Joguei minha cabeça para trás,
aproveitando cada segundo do meu clímax. — Ah meu Deus!
Olhei para Dasha e ela gritou, chorando e gozando. Saí de dentro dela e
um rastro de sêmen veio junto. Com os dedos, empurrei a merda para dentro,
mas voltava a sair.
— O que está fazendo? — ela perguntou, confusa, quando me ajoelhei e
continuei fazendo isso.
— Está saindo tudo — rosnei frustrado, mas ela riu. — Você está rindo?
— Você pode me encher de novo. — Suas bochechas coraram e ela
mordeu o lábio.
— Mantenham-nas juntas — ordenei, empurrando suas coxas fechadas.
Dasha as abriu assim que a soltei. — Dasha...
— Faça novamente.
Porra!
— Goze dentro de mim, está vazando, então você precisa me dar mais.
Meu pau ainda estava duro, e mais que eu, ele amou a ideia.
— E a dor? — perguntei, alisando sua boceta.
— Eu sei que vai cuidar de mim.
Poderia apostar que eu iria.
Yerík não podia cuidar de algo que doía tanto, tê-lo dentro de mim foi
incrível, mas não era um ajuste fácil. Minha vagina estava muito dolorida na
manhã seguinte. Eu não conseguia me mexer sem senti-la latejar.
— Está tudo bem aí? — Yerík gritou enquanto o via pegar madeiras e
cortá-la. Estavam todas em um espaço coberto no fundo.
— Sim. — Acenei, abraçando a manta quente em volta dos meus ombros.
O ar estava mais frio e parecia que meu estômago estava igual. Assisti
aos músculos dele se moverem enquanto erguia o machado, depois o
impulsionava para baixo, partindo a madeira em duas.
— Tenho o suficiente. Vamos. — Ele pegou as madeiras e nós entramos
na cabana.
Eu me sentei no sofá e apertei meus dentes com dor. Já havia tomado
remédio, mas a dor não cederia tão fácil.
— Você vai ficar bem. — Sua voz chegou a mim e o vi se sentar ao meu
lado, puxando minhas coxas para seu colo. Gemi e ele apertou minha coxa
coberta pela calça. — Eu preciso ir lá dar um fim nos corpos.
Respirei fundo ao me lembrar da floresta. Os dois homens se
aproximaram e me prenderam depois que lutei muito. Até consegui ferir um
deles. Porém era óbvio que eu não conseguiria escapar. Eles me arrastaram pela
neve, mas logo ouviram a moto de Yerík.
Acho que nunca senti tanto alívio na vida.
— Desculpa por ter prendido você. — Quando toquei sua mão tatuada,
ele olhou para nossas palmas juntas. — Estou assustada, Yerík.
— Eu sei, krasnyy. — Ele tocou meu rosto e segurou meu queixo. —
Preciso ir, tá? Fique dentro da cabana. Será rápido.
Eu acenei e o vi se erguer. Antes de ir, ele colocou mais madeira na
lareira. Esperei, ansiosa por um beijo de despedida, mas ele não me deu. Estava
sendo tão idiota.
— Não é por que ele fodeu seus miolos que vai ser seu namoradinho,
Dasha — falei entredentes, chateada comigo mesma.
Me obriguei a ir para a cozinha e preparei o jantar. Eu não era a pessoa
mais inteligente na cozinha, mas me sairia bem.
Depois de algum tempo, tinha bifes grelhados, purê de batata, arroz e
uma salada. Era o básico, certo? Esperei por Yerík por um longo tempo,
estranhando demais sua demora. Mas relaxei quando ouvi sua moto.
— Você fez comida, Dasha? — Ele sorriu ao aparecer na cozinha e dei
de ombros.
Yerík se sentou e nós dois nos servimos. Levei a colher à boca e provei o
purê. Estava muito bom. Gemi ao me deliciar e peguei mais um pouco. Assim
que ergui os olhos, vi Yerík olhando para mim.
— Guarde seus gemidos, princesa.
Meu colo esquentou, e se eu tivesse condições físicas de transar com ele,
gemeria de propósito.
— Prove minha comida — pedi, mudando de assunto.
Yerík levou o garfo à boca e arregalou os olhos, então, quando um
gemido ecoou, sorri mordendo meu lábio.
— Guarde seus gemidos, mafioso.
— Mafioso, hum? — Ele ergueu as sobrancelhas, me fazendo rir. — Eu
sou um bom mafioso. Um dos melhores...
— Você fazia parte da Bratva? — nervosa, perguntei e me arrependi
instantaneamente. Yerík parou de sorrir e desviou os olhos dos meus. — Só
queria entender...
— Um soldado iniciando. Recente demais — ele respondeu e me olhou.
— Fiz besteira, devia muito dinheiro, e quando tentei sair em busca de mais
dinheiro, para pagar ao seu pai, fui levado até a Dinamarca. Acordei em uma
cela fria, sem documentos ou celular, apenas com a roupa do corpo. — Ele
encarou o prato, mexendo o purê. — Passei nove anos da minha vida lutando e
sonhando em sair. Mas o inferno apenas continuou. — Yerík se ergueu e agarrou
a cadeira. — Em Rostov não tinha nada. Não restou ninguém. Todos mortos.
Pelo meu pai.
Ele não precisava dizer, sabia e isso doía dentro da minha alma. Odiava
que papai tenha sido a pessoa que o machucou.
— Eu sinto muito, Yerík. Por tudo. Não consigo mensurar o quanto deve
ser doloroso. — Me ergui, ficando diante dele. Toquei em sua pele e descansei
minha mão logo acima do seu coração.
Ele respirou fundo, tocou meu rosto e o olhei de perto. Como nunca tive a
chance de fazer. Ao tocar em sua barba espessa, o vi fechar os olhos, então
deslizei meus dedos por seu bigode e sorri por dentro. Quando em minha vida
que eu gostaria de um bigode?
Mas ali estava eu, admirando a beleza do homem que havia tirado minha
sanidade.
— Não é culpa sua, Dasha. — Yerík beijou minha testa e se afastou.
A sensação de perda foi esmagadora.
Quando ele pegou uma mochila de debaixo do sofá, engoli em seco ao
ver tantas armas.
— Quando quiser fugir novamente, elas estão aqui. Pegue pelo menos
uma. — Franzi as sobrancelhas, totalmente confusa. — Se tivesse com uma,
estaria em casa.
Eu teria matado os dois homens na floresta.
Eu teria conseguido fugir dele.
— Você quer que eu tente de novo? — Minha barriga esfriou enquanto
esperava sua resposta.
Yerík se apoiou na parte de trás da poltrona e fechou os olhos.
— Sim.
Doeria menos se ele tivesse atirado em mim. Apertei o casaco entre meus
dedos, tremendo enquanto lágrimas se acumulavam em meus olhos. Tentei afastar
a decepção e a rejeição, mas foi inevitável. Ontem, parecia tudo perfeito, agora,
nada nunca me magoou dessa forma.
— Então por que não me deixou ir? — murmurei baixinho, engolindo o
choro e piscando rapidamente para afastar as lágrimas.
Yerík me olhou completamente sério. Sem sorrisos, apenas mandíbula
marcada e ombros tensos. Eu me odiei por achá-lo lindo até parecendo o diabo.
— Caçar você é como estar num parque de diversões.
Meu corpo se arrepiou e ele ficou ereto, cruzando os braços.
— Quanto mais você corre, mais quero te alcançar. — Ele deu um passo
em minha direção.
— Minha liberdade é um jogo para você?
— Não, ela é minha vingança.
— Você acabou de dizer que eu não tinha nada a ver com isso, Yerík! —
gritei, completamente magoada. Como ele ousava?
Eu me entreguei a ele ontem, horas atrás, de corpo e alma enquanto
tentava segurar meu coração entre os dedos. Inutilmente, porque parecia que
cada segundo a mais dentro dessa cabana eu estava inclinada a me apaixonar por
ele.
— Minha família também não.
— Você não é tão diferente do meu pai, então... Ah! — gritei quando ele
correu até mim e me empurrou contra a parede, agarrando meu pescoço. Respirei
fundo, encarando-o enquanto via o fogo em seus olhos. — Vai me bater? Bate!
Talvez, essa merda doa menos do que as palavras que você me fala!
Ele fechou os olhos com força e senti seus dedos se desenrolarem da
minha garganta.
— Não sou igual ao seu pai, Dasha, porque eu nunca mataria você.
Ele tirou as mãos de mim e se afastou.
Yerík saiu da cabana e fiquei no mesmo lugar por vários minutos,
esperando-o voltar. Me arrastei até o quarto quando ficou óbvio que ele não
viria agora, então me deitei na cama e agarrei seu travesseiro, sentindo seu
cheiro. Quis ser forte o suficiente para afastá-lo, mas eu não conseguia.
Estava cansada demais, por isso, quando adormeci, não me surpreendi
com a rapidez.
Nos três dias seguintes não vi Yerík fora dos horários das refeições. Ele
deixava minha comida posta e saía. Eu estava cansada disso, precisava
conversar com ele. Por isso, quando anoiteceu fiz nossa comida enquanto ele
estava no sofá. Ele tinha um videogame e o ligou noites atrás.
Quando o jantar ficou pronto, nós comemos em silêncio, e quando tentei
falar algo, ele se ergueu e saiu da cabana. Mais uma vez. Como todas as noites
desde a nossa briga. Ele estava dormindo no sofá e isso estava me deixando
louca.
Eu o esperei na sala por um longo tempo. O frio havia amenizado, mas
ainda castigava, então onde diabos Yerík havia se enfiado? Fui para a minha
cama e me deitei para o esperar, mas logo adormeci.
Acordei desorientada. Ainda era madrugada, eu só não sabia que horas.
Procurei Yerík no quarto, mas ele não estava. Fui até a sala e me abracei ao ver
o sofá vazio. Onde ele estava?
Abri a porta da cabana e vi que logo amanheceria, então percebi que sua
moto não estava ali. Ele saiu? Me deixou sozinha?
Comecei a tremer por dentro. Fechei a cabana e andei pela sala, tentando
pensar no que fazer. Como ele teve coragem de me deixar sozinha nessa cabana?
Pode haver outros caçadores, pessoas querendo um lugar para se abrigarem.
Ou ele está me dando um espaço para fuga. Um onde ele não ia me caçar.
Forças, Dasha. Vá embora desse lugar.
Eu levei minhas mãos ao rosto, esfreguei e respirei fundo, olhando para o
fogo que crepitava na lareira. Era tão estúpido admitir que eu não queria ir. Que
no mais profundo do meu ser, eu queria estar ali, com ele. Não me importando
que ele havia me sequestrado e me colocado em uma coleira.
Eu só queria Yerík.
Mas eu precisava ser adulta. Precisava encarar a realidade. Estava presa
em uma cabana no meio de uma montanha coberta de neve. Yerík me tirou do
meu casamento para isso.
Ele matou meu noivo e vários soldados do meu pai no processo e me fez
ver. Ele gostou que eu assistia a eles serem mortos. Ele me assustou, me reduziu
e me humilhou. Eu não fazia ideia dos motivos que eu tinha para querer ficar.
— Vamos embora, Dasha.
Me ergui do chão, peguei minhas botas e coloquei mais uma roupa por
cima. Peguei o casaco alongado que ele tinha no armário e um cachecol
quentinho. Cobri minha boca e coloquei meu gorro. Fui ao banheiro e suspirei
me olhando. Todas as peças eram caramelo ou preta. Olhei bem para o meu rosto
e engoli em seco.
— Está na hora de ir para a casa.
Saí do quarto e fui até a bolsa de armas que ele havia me mostrado dias
atrás. Peguei uma pequena e guardei na mochila. Ainda tinha minha água e barras
de cereal.
— O.k., Dasha, você consegue.
Saí da cabana andando até a borda do caminho aberto, caminhando entre
as árvores. Yerík não veria minhas pegadas indo pelo aberto. Abracei meu
próprio corpo e mordi meu lábio já gelado, então me virei no último segundo e
vi a cabana.
Coberta de neve, vermelha como a outra. Lágrimas encheram meus olhos,
mas as afastei antes que virassem gelo e voltei para o meu caminho. Quando
andei por horas, talvez cinco ou seis, vi o que parecia ser uma cabana também.
Fiquei rígida, olhando para cada espaço.
Assim que vi as palavras bar e restaurante, respirei fundo. Talvez
pudessem me ajudar. Dei um passo, porém retornei. E se houvesse caçadores?
Se eles quisessem o mesmo que aqueles dois imundos?
Balancei a cabeça, decidida a ir embora, mas a porta abriu e uma mulher
alta sorrindo saiu, segurando dois sacos de lixo. Só podia ser um sinal.
Eu andei até ela com o coração acelerado. Assim que me viu, ela
arregalou os olhos.
— Bom dia... — comecei a falar, sentindo meu peito ser comprimido.
— Oi! Você está bem? Sozinha? — Seu rosto se tornou preocupado e dei
de ombros. — Você quer comer algo? O almoço encerrou há duas horas, mas
consigo algo para você.
— Há duas horas? — Estremeci com a informação. Isso queria dizer que
eu estava andando há muito mais tempo. Ela acenou, confirmando. — Eu
adoraria comer algo.
— Meu nome é Julie. Entre.
Eu a segui, sem dizer meu nome. Assim que entramos, respirei aliviada.
Tanto pelo calor emanando em cada poro meu, quanto por não haver ninguém no
bar.
— O movimento de caçadores diminuiu bastante com o desaparecimento
de dois deles dias atrás — Julie falou, me vendo olhar para o bar vazio.
— Por que ter um bar no meio do nada? — perguntei, confusa.
— Não é o meio do nada. — Ela sorriu. — A três quilômetros temos a
cidade.
Oh meu Deus!
— Você gostou dessa informação. — Ela sorriu e olhei para seu cabelo
ruivo natural e seus olhos simpáticos. Ela era mais velha que eu, porém, ainda
parecia jovem. — Vou preparar seu prato.
Ela saiu por uma porta e me sentei no banco diante do balcão. Fechei
meus olhos, tremendo por dentro e conseguindo respirar. Eu iria para casa. Iria
conseguir.
Então por que me sentia tão triste?
— Aqui. — Julie colocou a comida diante de mim.
Não perdi tempo. Havia comido as barras de cereal há quase três horas.
Assim que terminei, Julie ainda estava me olhando. Quando seus olhos nervosos
foram para a porta, fiquei rígida. Ela me deu um sorriso amarelo, tentando
disfarçar, mas eu soube que ela havia avisado a alguém. Mas quem? Yerík ou os
soldados do meu pai?
Eu não ficaria para descobrir.
— Obrigada, Julie — murmurei, me erguendo. Ela abriu a boca, mas
peguei minha arma e apontei para ela. — A saída.
Seus olhos duplicaram, mas ela acenou rapidamente. Julie se moveu para
a porta lateral e saí por ela, ainda mirando minha arma.
— As mulheres deveriam ajudar umas as outras. Nós já sofremos o
suficiente.
Corri mirando nela, e quando ela estava muito longe, continuei. Encontrei
uma árvore grande e comecei a subir nela, foi difícil com todo o casaco e
mochila, mas eu consegui. Respirei fundo e olhei para baixo, não havia ninguém.
Ouvi alguns rosnados e olhei para baixo novamente. Meus olhos
duplicaram ao ver um lobo completamente branco, com as patas na árvore, me
olhando.
— Meu Deus — gemi, assustada, e olhei ao redor.
Quem Julie havia chamado? Meu coração acelerava quanto mais tempo
passava. O lobo continuou ali e em certo momento se deitou. Estava cansada,
queria me deitar e dormir, meus pés doíam e agora, na árvore, o desconforto era
assustador.
— Vá embora! — gritei para o lobo, mas ele apenas me olhou. Droga.
— Você precisa mais que isso para assustá-lo.
Eu gritei olhando ao redor e vi um homem parado. Qualquer homem não,
Yerík.
— O que você...
Ele atirou, me fazendo pular e o lobo sair em disparada, sumindo pela
floresta.
— Desça daí! — Yerík gritou, me deixando rígida.
— Volte para onde quer que estivesse — falei, sem o encarar.
Ouvi seus passos e não me surpreendi quando ele começou a subir na
árvore. Porém gritei quando ele escorregou e caiu.
Meu Deus. Desci da árvore mais rápido do que qualquer coisa que já fiz
na vida.
— Yerík! — Caí de joelhos ao lado do seu corpo e toquei seu rosto. —
Yerík!
Suas mãos me agarraram rapidamente. Gritei sufocada quando ele nos
virou e cobriu meu corpo com o dele. Arregalei meus olhos e sufoquei um grito
quando sua boca tomou a minha. Yerík gemeu, enfiando a língua em meus lábios.
Gemi de volta, agarrando seus ombros e abrindo minhas coxas, recebendo
quando empurrou seus quadris.
— Você quer que eu a foda aqui, na neve, krasnyy?
Sim! Droga, mil vezes sim.
— Abra suas coxas, preciso de espaço.
Eu obedeci e ele pegou sua faca, então vi, chocada, ele rasgar a parte que
cobria minha boceta. Camada por camada. Tendo cuidado para não me ferir.
Gritei quando o ar gelado alcançou meu clitóris.
— Porra, sua boceta está tão molhada que se não engolir meu pau vai
congelar.
Meu colo esquentou e o assisti puxar sua calça para baixo. Toda dor da
primeira vez sumiu depois de alguns dias, mas agora me dizia que eu sofreria
novamente.
Yerík empurrou seu pau grosso e grande dentro de mim, e dessa vez
consegui sentir muito mais prazer do que dor, enquanto ele alargava as paredes
da minha vagina.
— Queria morder seus mamilos, mas não vou submeter você ao frio.
— Oh meu Deus! — gemi, gritando enquanto ele empurrava seus quadris
com mais força. Eu podia senti-lo em todos os lugares. Era tão apertado, mas tão
bom.
Nada na minha vida pareceu tão gostoso quanto ter Yerík me fodendo na
neve, como ele me prometeu assim que cheguei ali.
Comer Dasha parecia a única coisa completamente certa que eu fazia. Ela
gemia a cada estocada, empurrando para nos encontrarmos. Cada vez que ela
abria a boca, eu a beijava. Sua língua lambeu minha pele e ela mordeu.
— Estou tão perto... de novo. — Sua voz saiu entre gemidos.
Agarrei sua nuca, tirando-a do chão e capturando seu lábio inferior,
mordendo-o e beijando. Dasha gritou e segurou meu rosto com ambas as mãos.
Minha espinha ficou rígida e gozei dentro dela, totalmente ciente de que não
deveria fazer isso.
Minha krasnyy se arqueou apertando meu pau ao gozar mais uma vez e
soltei mais esperma, gemendo junto.
Nós ficamos quietos, respirando sem fôlego. Quando nos recuperamos,
saí da sua boceta e ela suspirou, tocando a balaclava que eu ainda não tinha
retirado.
— Julie avisou a você. De onde a conhece? — Dasha perguntou,
sorrindo devagar.
— Quem é Julie? — perguntei, franzindo as sobrancelhas.
Dasha ficou rígida e empurrou meu peito, sentando-se. Minha blusa
cobriu meu pau molhado, mas o frio logo me fez subir meu zíper.
— A moça do bar... — A voz dela quebrou e ela agarrou meu casaco. —
Vá embora.
— O quê? Do que está falando? — perguntei ao ver seu rosto apavorado.
— Entrei em um bar e quando a moça agiu estranho, soube que ela havia
avisado a alguém que eu estava lá. Quando você apareceu, achei que era você...
Quando ouvimos barulho ao longe, Dasha se ergueu, me fazendo seguir
seus passos.
— Por favor, vá. Não quero que eles peguem você. — Seus olhos
estavam cheios de lágrimas e isso me nocauteou.
Era a Bratva. Eles nos acharam.
— Yerík, por favor, vá embora! — Dasha gritou, agarrando meu rosto,
mas a puxei para mim. — Por favor, por favor, não vou me perdoar...
— Vamos embora. — Agarrei sua mão, mas não havia mais tempo.
Minha moto estava a metros longe e era de onde eles vinham. A única
coisa que tinha era o penhasco. A queda era menor daqui, mas era perigoso
demais. Dasha poderia se machucar.
— Eles não sabem que está comigo. — Ela agarrou meu rosto, me
olhando como se eu fosse alguém que ela amava. Minha garganta fechou com
esse pensamento. — Não me faça sofrer isso. Não posso ver eles levarem você
para a Rússia e te torturarem. Por favor.
Demorou apenas isso para entender que Dasha estava indo. Eu não a
veria mais. Minha krasnyy.
— Eu...
Tome de volta o controle, gritei para mim mesmo, mas ainda sentia tudo
apertando minha garganta. Olhei para Dasha e me inclinei, beijando sua boca.
Foi rápido, mas seria o bastante para eu me lembrar o resto da minha vida.
— Se cuida, krasnyy.
— Se cuida, Yerík.
Ela soluçou quando a soltei e andei rápido até o penhasco. Jamais
arriscaria a vida dela, mas a minha, sim. Se eu morresse na queda, seria apenas
o livramento da dor horrível que eu sentia e nem sabia explicar.
Mas uma coisa era certa, Dasha me mudou para sempre.
Meu corpo doía em todos os lugares, mas era pior dentro de mim. Odiava
tudo que eu sentia. O fracasso. A dor. A falta.
Dela.
Pensar em nunca mais pôr as mãos nela me causava agonia pior que a que
experimentei enquanto arrastava minha perna quebrada por horas pela neve até a
cabana.
Encarei as paredes, odiando cada pedaço do lugar. Queria queimar tudo,
ir embora sem olhar para trás, e não era apenas por causa de Dasha, era porque
agora essa merda significava meu completo fracasso.
Não consegui vingar minha família, apenas sucumbi a um desejo insano
pela única mulher que eu nunca poderia querer.
— Você está bem? — Finley apareceu, com a mala de médico, então
percebi que não ouvi o carro de Villain se aproximar.
Era noite e já havia sangrado como um porco.
— Não. Eu vou desmaiar logo. — Fui sincero, porque eu estava me
sentindo fraco.
— Vamos embora. — Villain entrou na cabana e parou. — Seu rosto está
fodido.
Yes. E não era só ele.
Ele me levou para o carro enquanto Finley começou os primeiros
atendimentos.
— Eles a pegaram? — Villain perguntou, me olhando pelo retrovisor.
— Sim. — Me senti destruído.
Eu deixei meus sentidos se perderem na escuridão. Lá não era tão
horrível quanto a realidade.
Assim que acordei, olhei para o teto branco. Respirei aliviado por ter
dado tempo de Villain chegar ao hospital. Olhei para o lado e encontrei ele e
Lake juntos, em uma poltrona. Ela estava em seu colo, agarrada a ele enquanto
dormia.
— Costuraram sua perna com alguns ferros. — A voz de Finley ecoou,
então a encarei do outro lado. Ela estava vestida com um casaco que era o dobro
do seu tamanho. — Foi quase, Yerík.
— Obrigado, Fin. — Estendi minha mão e ela a pegou.
— Ei. — Villain resmungou.
Eu o encarei quando Lake bocejou e se ergueu assim que me viu
acordado.
— Graças a Deus! Tudo bem? — Ela piscou os olhos rapidamente.
Lake e eu não éramos próximos, mas depois do seu casamento com
Prince foi inevitável não a ter ao redor.
— Sim. Vou ficar quanto tempo com isso? — Acenei para os ferros na
perna, fazendo uma careta.
— Um bom tempo. — Uma mulher loira entrou no quarto, percebi que
era a médica. — É inacreditável que conseguiu pular de um penhasco e quebrar
apenas uma perna e cortar o rosto.
Sim, era um milagre. Só não sabia por que Jesus daria algo tão valioso a
um homem como eu.
— Você precisa fazer alguns exames na cabeça, mas nada com que
precise se preocupar. — Ela sorriu e acenei, olhando para a janela.
— Eu vou tomar café, vamos Fin? — Lake andou para a porta e a médica
seguiu as duas, me avisando que uma enfermeira viria para me levar até a sala de
exames.
Villain parou ao lado da cama e segurou meu ombro. Doeu, mas
permaneci parado. Sabia do que ele queria falar.
— Vamos focar em sua recuperação. Vai levar um tempo para conseguir
andar, então...
— Você me acha um idiota? — perguntei, sufocado, e encarei meu
melhor amigo.
— Por que você está me fazendo essa pergunta estúpida?
— Planejei tudo, pensei em cada detalhe, e para quê? Para ela ir embora
e eu me jogar em um penhasco! — Aumentei a voz, rígido.
Villain segurou meus ombros e se aproximou. Eu podia sentir sua fúria e
tensão.
— Você acha que falhou?
— É óbvio que falhei!
Villain sorriu, negando.
— Não, você não falhou. Dasha vai levar isso para sempre e Kireyev vai
ter que assistir à filha cair dentro de si mesma. Você não falhou, Yerík.
Não era isso que eu queria.
— Quero matá-lo. Quero a cabeça dele em minhas mãos.
— Então nós vamos pegá-la, mas depois da sua recuperação.
Villain me soltou e cruzou os braços.
— Ninguém sabe que foi você. Rostov foi sua cidade por muito tempo.
Está na hora de fazer as malas e voltar.
Observei meu amigo e ele riu, com o semblante completamente sombrio.
Respirei fundo e acenei.
Ele estava certo.
Em todas as vinganças havia plano B, eu estava prestes a fazer o meu.
No dia seguinte, foi a primeira vez desde que voltei para casa que desci
para tomar café da manhã. Me sentei ao lado da Sarah e ela tocou minha perna,
sorrindo.
— Fico feliz que se reuniu à sua família, Dasha — meu pai resmungou,
com o jornal no rosto, mas o ignorei plenamente.
Mamãe ficou rígida do outro lado, enquanto eu pegava panquecas e
derramava xarope nelas. Cortei e levei à boca calmamente.
— Vamos para a capital hoje. Arrumem-se cedo. Não quero atrasos.
Ainda tenho uma reunião com Igor.
Eu o ignorei novamente. Por mim, não sairia de casa, mas era uma festa
do Don da Bratva. Meu pai seria capaz de me matar se eu lhe causasse
problemas.
Andrei apareceu logo que finalizamos o café da manhã. Ele me olhou
sorrindo e fui incapaz de ignorar, mesmo com a dúvida pulsante sobre sua
participação.
— Pronta para ir a uma festa da Bratva depois de tanto tempo?
Não, não estava. Eu sabia que seria a fofoca de todos. A garota
sequestrada.
— Não muito. — Fui sincera com meu irmão enquanto andávamos no
jardim.
Sarah andava à frente, com o rosto no celular. Hoje tinha sessão com
minha psicóloga, mas mamãe desmarcou. Era bom. Ela veria minha instabilidade
depois de ontem.
— Czar disse que vocês se viram ontem.
Respirei fundo, quase revirando os olhos.
— Sim, fugi de casa e fui a uma festa do Mick com a Mirkka. Ele foi me
buscar.
Meu irmão parou de andar, mas eu continuei. Não estava com paciência
para sermões.
— Você tem noção do que fez? E se aquele desgraçado estiver por perto?
Se ele quiser levá-la de novo?
Por favor. Era tudo que pedia ao dormir e acordar. Estar com ele
novamente.
— É exatamente isso que quer, não é?
Eu parei de andar e me virei, vendo Andrei de cabeça baixa.
— Não falei nada aquele dia. Preferi me abster, porque você parecia fora
de si, mas vi algo.
Eu fiquei rígida. Aquele dia eu estava com a calça cortada e
completamente suja com o sêmen de Yerík. Ainda podia sentir a umidade que
experimentei toda a viagem de volta para casa.
Porém meu casaco cobria a parte superior das minhas coxas. Não tinha
como Andrei ter visto.
— Viu o quê?
— A maneira que gritou quando ele pulou. Aquilo foi medo por ele.
— Certo. — Revirei os olhos, rígida.
— E então, papai enlouqueceu semanas depois que chegou. Não sei por
que, mas vi mamãe apavorada.
— Eles me destruíram. Me humilharam em uma sala médica. É isso que
quer saber, Andrei? Como seus pais são horríveis?
— Pare com isso. Você está perdida dentro de si mesma. Não é mais a
nossa Dasha.
Não, não era. Deixei de ser desde o segundo que Yerík me sequestrou.
— Sua vida é perfeita, Andrei. Esposa que ama você e você a ama. Eu
tenho um futuro caótico. Não quero me casar com Czar. É ridículo casar com o
irmão do meu noivo morto.
— Que seu sequestrador matou. Você se lembra disso? Ele matou Sergey,
matou seu noivo e quase uma dezena de homens da Bratva.
Ainda doía em mim a morte de Sergey. Eu o amava. Era um homem bom
para mim, sempre foi.
Mas eu amava Yerík e amá-lo me fazia amordaçar seus erros e abraçar
seus acertos.
— Sim, ele os matou. Assisti à morte de ambos. Você queria que fizesse
o quê? Que o impedisse? — Ri sem humor algum. — Eu não consegui me salvar,
que dirá eles.
— Ele tocou em você? Não minta! — Andrei gritou. Prendi meu cabelo,
ignorando-o. — Responda à pergunta, Dasha.
— Sim.
Andrei arregalou os olhos e vi que ele parecia quase desmaiar.
— Você mentiu para mim... eu perguntei...
— Você perguntou se ele me estuprou. Eu respondi. Não. Ele não me
estuprou porque eu quis que ele me tocasse. Eu o quis, Andrei.
Meu irmão se afastou, passando a mão pela cabeça, fora de si. Continuei
rígida, encarando-o.
— Você estava doente. — Andrei respirou fundo. — Já ouvi falar sobre
isso.
É, Pietra disse o mesmo, mas já não deveria ter passado? Essa
necessidade doentia não deveria ter passado?
— Vou falar com Czar. Sua virgindade não importa para nós.
Não, não importava. O que realmente era importante era ter uma coleira
em meu pescoço com o nome da Bratva.
Fechei meus olhos ao pensar nisso. Lembranças de Yerík colocando o
objeto em mim, tudo isso me aqueceu.
— Faça o que quiser, Andrei.
Eu me virei e continuei a andar, tentando alcançar Sarah.
Moscou estava menos frio que Rostov, mas o vestido que escolhi pedia
mais cobertas. Optei por uma estola branca para me aquecer. Era tão macio que
eu a apertava contra minha pele mais e mais. Deslizei minha mão no vestido,
pela renda verde. Por baixo havia um forro dourado.
— Fiquem aqui. — Meu pai se ergueu da mesa onde estávamos ao
mesmo tempo em que eu pegava a taça com champanhe.
— Não beba, Dasha...
Ignorei sua voz e virei a taça, olhando dentro dos seus olhos.
— Dasha, você está linda. — Czar apareceu ao meu lado e fiquei rígida.
— Obrigada.
— Você quer dançar comigo? — Sua voz era simpática. Comecei a negar,
mas Andrei chegou com Aslin.
— Que pergunta, óbvio que ela quer — Andrei falou sorrindo, mas não
me olhou em nenhum segundo.
— Pois vamos lá.
Eu me ergui apenas para não deixar Czar com cara de idiota no meio da
mesa da minha família. Peguei sua mão e sorri quando paramos no salão.
— Então nosso casamento está tirando seu sono?
— Eu não diria isso. — Suspirei, olhando ao redor, ouvindo a música
lenta.
— Quando quer se casar?
Nunca.
— Não estou com cabeça para isso no momento, Czar. Um dia eu vou,
então podemos marcar.
Depois da minha morte.
— Sua família acostumou você com algumas coisas, Dasha. Uma delas é
você fazer escolhas. — Ele me puxou com força e seus dedos fincaram em minha
cintura. — Vamos nos casar daqui a um mês. Você querendo ou não.
— Czar... — grunhi, apertando meus dentes.
Eu não conhecia o desgraçado, mas não imaginei que ele fosse um filho
da puta também.
— Você matou meu irmão, sua vida será miserável ao meu lado, Dasha.
Isso eu prometo.
Eu empurrei seu peito e me soltei. Meu coração batia rápido quando
ergui o rosto.
— No dia que ousar colocar as mãos em mim novamente, vou matar você
enquanto dorme. Isso eu prometo. — Me virei, andando para fora e respirando
fundo quando cheguei à varanda. O ar encheu meus pulmões e ouvi passos atrás
de mim.
— Não vou me casar com aquele imbecil — grunhi, me virando e
esperando ver Andrei.
Mas não era ele.
— Por que não, querida Dasha? — Igor me olhou dos pés à cabeça.
Ele era primo dos Isayev. O consigliere do antigo Don. Herdou a Bratva
quando a máfia rival matou Mikhail.
— Ele me machucou — falei de uma vez, ponderando se deveria ou não
ser sincera.
— Acho que menos que o seu sequestrador, hum?
Igor me olhou inclinando a cabeça. Ele era mais velho, talvez tivesse a
idade de Yerík, não sabia dizer, mas apostava que sim.
— Sim — respondi, omitindo a verdade.
Eu queria sair dali. Rápido.
Igor era um monstro. Todos sabiam disso, eu não queria estar em sua
presença.
— Czar será seu marido em um mês. Espero que seja uma boa garota.
Igor andou na minha lateral e sorriu.
— Vejo você em seu casamento.
Eu acenei, tremendo de ódio. Quando ele saiu, fechei meus olhos e tentei
engolir o choro, piscando e respirando fundo.
Me virei, voltando a olhar para a rua. Quando pousei meus olhos em uma
janela do outro prédio, abri minha boca, porém, nada saiu. Pisquei os olhos,
tentando me convencer de que era uma alucinação, mas quando os abri, ele ainda
estava lá.
E meu coração ainda batia loucamente.
Yerík.
Ele estava posicionado, com seu fuzil sobre a borda da janela, mirando
em minha direção. Seu cabelo estava bagunçado e a tatuagem de cruz sob sua
sobrancelha me deu a certeza. Yerík afastou o fuzil da frente alguns centímetros e
me olhou. Meus joelhos fraquejaram, quis correr em sua direção, quis pedir que
me levasse embora, quis dizer que o queria como nunca quis nada.
Mas antes que eu pudesse me mexer, um tiro soou. Eu levei as mãos aos
ouvidos enquanto voltava a olhar para Yerík. Ele não me olhava mais, seu corpo
estava curvado e ele tinha na mira a varanda ao lado da que eu estava.
Meu peito apertou e o encarei tremendo, seu casaco preto e um capuz
peludo. Ele afastou a arma e me olhou por um segundo, antes de pegar sua arma e
correr.
— Pai! — A voz de Andrei ecoou, então me virei e vi as pessoas
correrem.
Me aproximei sem conseguir respirar e vi o corpo do meu pai caído.
Meu estômago se revirou quando o buraco em seu peito ficou visível.
— Ele está morto? — Czar perguntou ao longe.
Yerík esperou meses.
Ele fez um novo plano.
Ele saiu da Finlândia e veio até Rostov para se vingar. Apenas para
matar o homem que matou toda sua família.
O meu pai.
Meu irmão olhou para mim sobre o ombro e me encolhi ao ver seu olhar
de acusação. Era óbvio para todos quem havia feito isso. Eu procurei mamãe e a
encontrei sendo acolhida por uma das suas amigas.
Os homens começaram a correr para pegar Yerík, enquanto permaneci de
pé perto do meu irmão. Eu não sabia o que fazer. Tentei muito me mexer,
acalentar minha mãe, mas meu corpo estava petrificado.
Andrei andou até mim e me encurralou até estarmos em uma sala
sozinhos, enquanto tentavam socorrer papai.
— Onde ele está? — Sua voz soou furiosa.
— Eu não sei...
— Dasha, esse homem acabou de tentar matar nosso pai! — Seu grito me
fez estremecer. — Pense como uma Kireyev, não como a puta que deixou o
próprio sequestrador a foder!
Foi como se ele tivesse me dado um tapa. Sempre amei Andrei, ele me
protegeu, cuidou de mim desde que nasci. Hoje ele só parecia um mafioso.
— Eu não sei. Não o vi desde que me resgatou na Finlândia. Não tenho
por que mentir.
Andrei andou de um lado para o outro, respirando fundo.
— Vamos pegá-lo, Dasha. E vou fazê-lo sofrer. Muito. — Andrei parou
diante de mim, me olhando com nojo. Doeu assisti-lo me encarar assim, mas
doeu mais ainda o imaginar machucando Yerík.
— Tudo bem...
— Onde estão suas lágrimas? É seu pai estirado naquele chão com uma
bala no peito — Andrei gritou, assim que respondi calmamente.
— Eu nunca vou derramar uma lágrima por ele — falei com firmeza.
— Ele é seu pai, Dasha. Te protegeu e enviou homens para a morte para
te resgatar...
— E então, quando retornei, me arruinou! — berrei, tremendo. — Ele e
ela me arruinaram.
— O que eles fizeram, Dasha? O que, de tão horrível, seus pais fizeram
que você não pode derramar suas preciosas lágrimas quando um deles foi morto?
Seus gritos me fizeram tremer e relembrar tudo. Foi como uma faca
perfurando meu estômago.
MESES ANTES
Não consegui dormir. Passaram-se quase cinco horas que deixei Yerík. A
madrugada estava adentro e meus olhos, mesmo que cansados, não davam o
braço a torcer. Eu queria esperar por ele. Ele jurou, então eu sabia que ele viria.
Me virei para o lado, quando finalmente adormeci, sonhei com ele.
Acordei na manhã seguinte e tentei pensar em algum motivo de Yerík não
ter vindo. Não havia muita brecha para ele entrar aqui. Tudo era vigiado e havia
seguranças em todos os lugares. Soldados não eram permitidos aqui dentro, mas
meu pai pagava uma agência de segurança. Ninguém entrava ou saía de forma
simples.
— Bom dia! — Sarah bateu na porta e abriu de uma vez.
— Ei. — Sorri, batendo ao meu lado na cama e ela subiu e se deitou.
— Mamãe não quis tomar café da manhã comigo e já saiu. Não vi papai,
também. — Ela fez uma careta. — Pode comer comigo?
Eu não queria comer ou sair da cama, mas era impossível negar algo a
Sarah. Por isso, sorri e a abracei.
— É claro, princesa.
Ela me esperou tomar banho e domar meu cabelo com óleo. No final, não
fez muita diferença. As ondas ainda estavam volumosas. Coloquei um vestido
grosso verde que tinha mangas bufante e quentinhas. Fechei os botões que o
prendiam depois de vestir uma meia-calça grossa. Assim que desci, Sarah me
arrastou até a mesa de jantar.
— Como foi a escola... — Parei de falar assim que ergui o rosto.
Meu coração bateu acelerado e minhas pernas ficaram fracas. Yerík me
olhou completamente ereto ao lado de outro segurança. Seus olhos rasgaram meu
vestido e quase acreditei que estava nua. Antes que alguém percebesse, desviei
meu olhar.
— Foi ótima! — Sarah se serviu com uma fatia do bolo de chocolate.
Eu semicerrei os olhos, sentindo o olhar de Yerík sobre mim.
— Fico feliz. Você quer passear no jardim? — perguntei alto o bastante
para Yerík ouvir.
— Sim! Eu preciso pintar você.
Sim, verdade. Sarah amava pintar e prometi a ela que deixaria me pintar.
Eu comi rapidamente, quando me ergui, Sarah correu para pegar seus
materiais e olhei nervosa para Yerík. Ele continuou parado e me virei, saindo.
Fui para fora e entrei no jardim de inverno da minha mãe. Havia flores
espalhadas e eram muito bonitas. Toquei em uma que ela nunca deixava ninguém
chegar perto. Era branca como a neve, parecia tão pura, intocada.
Puxei-a, rasgando a pétala no meio. Em seguida, retirei uma a uma,
deixando-as flutuarem até o chão. Quando todas estavam no chão, puxei o vaso e
o arremessei contra o piso repleto de pétalas. Ele se espatifou, a areia sujou
minhas botas, mas não dei a mínima.
Olhei ao redor e peguei um novo vaso. Joguei-o em uma das paredes de
vidro, mas não quebrou. O vidro era reforçado. Meu coração batia forte, furioso,
o lado impertinente me pedia para quebrar tudo, destruir seu local intocado.
— Krasnyy.
Sua voz chegou a mim assim que peguei uma nova rosa. Essa era
vermelha.
— Solte o vaso. — O ouvi, mas meus dedos apertaram mais a argila
seca. — Dasha, solte.
Eu me virei, soltando o vaso na mesa de apoio e o olhei. Minha garganta
estava fechada e meus olhos ardiam. Yerík estava parado. Engoli o caroço que
me impedia de falar.
— Eu quero te abraçar, krasnyy, e mais que isso, preciso entender o que
está acontecendo com você. — Ele apertou os punhos, ficando com as juntas
brancas. — Me diga quem preciso matar. Um nome, amor.
Amor.
Eu queria ser seu amor. Queria dormir em seus braços e acordar todos os
dias com seu braço em volta de mim. Eu queria nosso bebê, queria ter tido a
oportunidade de contar a ele que teríamos um bebê.
Ele ficaria feliz?
— Dasha!
A voz de Sarah me fez arregalar os olhos.
Minha irmã apareceu ao lado de Yerík, boquiaberta.
— Dasha, a mamãe... era a preferida dela. — Minha irmãzinha parecia
tão nervosa. — Como... você se machucou?
— Não. O... — Olhei para Yerík.
— Iuri.
— O Iuri me ajudou — murmurei devagar e engoli em seco. Olhei para
minha irmã, tremendo. — Foi sem querer.
Sarah acenou e encarou Yerík. Esperei que ela falasse algo enquanto eu
estava segurando meu vestido.
— Obrigada, urso. Dasha, vamos? Eu peguei a tela, as tintas e os pinceis.
— Sarah sorriu largo, esquecendo totalmente as rosas.
— Vamos.
Andei na direção deles e Sarah foi à frente. Meus dedos roçaram nos de
Yerík e suspirei, parando ao seu lado.
— Eu estou bem.
Ele grunhiu, mas saí antes que entendesse o que falou.
Sarah levou seu tempo me pintando enquanto eu olhava para a neve. Cada
vez que me mexia, ela resmungava sobre pessoas serem inquietas. Quando ela
estava finalizando, ouvimos um carro se aproximar.
Andrei desceu vendo nós duas e evitei procurar por Yerík. Ninguém
sabia o nome ou o rosto dele, jamais desconfiariam.
— O papai saiu da cirurgia. Em algumas horas, no máximo, vão movê-lo
para cá. — Ele se abaixou para olhar para Sarah. — Mamãe logo estará em
casa.
— A Dasha está me deixando pintá-la. — Sarah sorriu, olhando da tela
para mim.
— Ficou lindo, Sarah. Você pode dar licença a mim e Dasha por um
momento?
Sarah acenou, soltando o pincel. Quando nossa irmã entrou na mansão,
Andrei me olhou.
— Czar foi morto ontem.
Fiquei rígida e me ergui rapidamente. Como assim? Eu o vi ontem,
infelizmente. Yerík não foi, porque estávamos juntos. Forcei minha mente e
suspirei ao me lembrar que ele foi buscar o carro sozinho.
— Atropelado. — Andrei deu mais um passo. Fiquei quieta, tendo a
certeza de que sim, Yerík o matou. — Você tem noção da merda que nos
metemos? Igor está puto. Com razão! Tem um homem na Rússia tentando matar
seus homens.
— Não posso dizer que sinto muito.
— Dois noivos seus foram mortos. Igor está juntando as peças, Dasha, e
quando fizer, você será levada a ele. — Andrei me fulminou. — Não somos
bondosos com mulher nenhuma, nem as nossas. Você quer se sentar diante dele?
— Não, eu não quero, mas se você está me pedindo algo, fale de uma
vez.
— Nome e rosto. Só isso.
Só isso.
— Você está pedindo que eu mande o pai do meu filho para a morte? —
perguntei, séria. Andrei revirou os olhos.
— Não tem filho nenhum! Acorda, Dasha, pare de falar sobre isso. Você
mesmo disse que nem sabia da existência dele!
Eu bati em seu peito e ele cambaleou para trás. Andrei me olhou
perplexo e apontei meu dedo em sua direção.
— Nunca mais fale isso. Nunca mais — grunhi, completamente fora de
mim. — Só em saber que ele esteve comigo todo o tempo depois de chegar a
Rostov basta. Eu o amei, Andrei, e ainda o amo. E quero ardentemente que ele
me perdoe por não ter conseguido salvá-lo dos seus pais.
— Dasha...
— Não vou dizer nada sobre o pai do meu filho. Igor sabe onde estou.
Andei para longe e o deixei sozinho. Sarah apareceu e peguei em sua
mão, puxando-a para dentro.
— E a pintura?
— Já já, amor. Só preciso de um segundo.
Sarah acenou e nós subimos. Me deitei em minha cama e fechei os olhos,
enquanto a lembrança das vezes que eu acordava enjoada apareciam em minha
mente. Cada vez, eu poderia ter pensado, será que estou grávida? Mas em
nenhuma delas isso passou pela minha cabeça. Como fui tão burra?
— Dasha, acho que o papai chegou — Sarah murmurou perto da janela,
então me ergui, limpando minha bochecha.
Uma ambulância parou e meu pai desceu dela em uma maca. Mamãe
estava ao seu lado, totalmente fora do papel perfeito de esposa intocável. Andrei
andou ao lado dela e pegou em sua mão. Desviei os olhos deles e vi Yerík
parado bem ao lado da ambulância, com mais dois seguranças.
Seus olhos estavam no meu pai, porém, vieram para mim. Engoli em seco
e funguei. Ele desviou o olhar dessa vez, porque eu não consegui.
— O papai está doente? — A voz da minha irmã ecoou, curiosa.
— Um pouquinho.
— Vamos descer para vê-lo? — Sarah me olhou, inocência dançando em
seus olhos.
— Vai lá, desço daqui a pouco.
Minha irmã acenou, porém, antes de sair agarrou minha cintura e me
abraçou.
— Eu te amo, Dash. Você é minha melhor amiga.
— Eu também te amo, Princesa. Você é uma das poucas coisas boas na
minha vida. — Beijei seus cabelos e a abracei de volta.
Quando ela saiu, voltei a olhar para fora. Dessa vez, Yerík estava rígido
enquanto Andrei falava com eles. Eu apostava que era sobre o próprio Yerík.
Saí da janela para ninguém me pegar o olhando. Me deitei na cama e
fechei os olhos com força, não sabia como, mas acabei adormecendo. Quando
acordei, Sarah me chamou para finalizar a pintura e eu fui. Não vi meus pais e
optei por continuar assim.
Quando anoiteceu, tomei um banho longo e vesti uma camisola branca.
Assim que escovei meu cabelo e o deixei solto, saí do banheiro. Parei rápido
quando vi alguém sentado diante da minha cama.
— Quem está aí? — Minha voz tremeu.
Quando a pessoa acendeu o abajur, fiquei muito mais rígida.
— Você quer começar? Ou eu?
Engoli com força, apertando o tecido sedoso.
— Então, Dasha? Você ou eu? — Ele inclinou a cabeça.
— Está vivo. Que pena. — Andei até a minha cama e me sentei.
Meu pai me olhou como um inseto chato que insistia em azucrinar sua
vida.
— O que mais você quer que eu faça para te colocar em seu devido
lugar? — ele perguntou e ergueu a mão, então vi a arma brilhar contra a luz. —
Não foi suficiente matar a coisa monstruosa que crescia em seu ventre?
— Cale a boca — gritei, me erguendo. — Cale a boca. Não fale do meu
filho. Você não é digno dele.
— Ele. Dele — ironizou, sorrindo. — Essa porcaria não existe, fiz
questão de arrancá-la de você. Um filho de um sequestrador, de um homem que
quer minha morte...
— Sim, dele. E talvez, eu esteja com outro bebê dele agora. Enquanto
você estava deitado em uma maca lutando pela vida, eu estava com ele, papai.
Meu pai ficou rígido e seus olhos se arregalaram.
— Sim, pai, o deixei me tocar de bom grado. E sabe por quê? — Sorri
devagar, vendo sua fúria. — Porque o amo, e quando ele tirar a sua vida, para
mim será como se ele tivesse atirado em um coelho na floresta.
— Sua...
— Não vou sentir absolutamente nada. Na verdade, vou. Gratidão.
Ele empurrou a cadeira de rodas tentando me alcançar, mas subi na cama.
— Agora, saia do meu quarto. Chame Igor para me torturar, como falei
para Andrei, nem ele vai me fazer falar o nome do pai do meu filho.
Meu pai balançou a cabeça e riu.
— Vou fazer isso, e vou amar vê-lo estuprar você e rasgar sua pele. É o
que ele faz com vagabundas que mexem com a Bratva.
Assim que ele saiu, corri para a porta e a fechei. Me virei, ficando contra
a madeira e fechando meus olhos, enquanto respirava fundo.
— Eles fizeram você abortar meu filho?
Abri minhas pálpebras e tremi por dentro quando vi Yerík.
Eu não conseguia me mexer. Cada parte do meu corpo parecia que estava
esmagada. Dor que nunca imaginei sentir ecoava por cada célula que havia em
mim.
Entrei em seu quarto antes de Vladimir, estava esperando por Dasha
quando ele entrou. Eu sumi na escuridão do closet dela e esperei. Imaginei que
ele fosse obrigá-la a contar quem eu era, o que de fato ele fez, mas nunca esperei
isso.
Dasha estava grávida quando saiu da Finlândia.
Olhei para ela, deslizando em cada pedaço do seu corpo e parei em sua
barriga.
— Fale, krasnyy — pedi, porque eu precisava que ela dissesse. Mesmo
ouvindo tudo, precisava que ela falasse com todas as malditas letras que seus
pais a obrigaram a abortar meu filho. Nosso filho.
— Algumas semanas depois que retornei, tive muitos enjoos, fiquei
sonolenta e emagreci um pouco. Eu... — Dasha levou a mão aos lábios, perdida.
— Não desconfiei que fosse gravidez... como não desconfiei? — Sua voz ficou
dolorida e ela se encolheu. — Eu deveria ter pensado, você tinha tirado minha
virgindade, nunca tomei nada e nunca usamos proteção, então, como fui tão
burra?
— Pare com isso — rosnei, me aproximando.
Ela me olhou, balançando a cabeça. Assim que vi seus olhos brilhando
com lágrimas, segurei seus ombros com firmeza.
— Descobri quando eles me levaram à clínica. Assim que olhei para a
fachada. Foi como se tudo tivesse caído em cima dos meus ombros. Estava
esperando um bebê. — Ela me olhou, franzindo as sobrancelhas. — Eu nunca
senti tanta coisa junta. Um momento felicidade, logo em seguida, susto porque
você não estava comigo, e depois pavor, porque entendi o que eles fariam.
Dasha me deu um sorriso triste.
— Por que não percebi antes, Yerík? Nem que fosse um dia antes, eu
teria tempo com ele. — Ela agarrou a barriga, se curvando enquanto eu respirava
com dificuldade. — Meia hora servia, só queria sentir aquela felicidade por
mais tempo.
Enxuguei seu rosto e a puxei para o meu peito. Dasha soluçou, se
agarrando a mim. As suas frases que pareciam tão desconexas quando a vi
naquela sala agora faziam sentido.
“Eu implorei todos os dias para que viesse me buscar e você nunca
veio!”
“Se tivesse vindo, nada disso teria acontecido. Nada. Eu estaria bem.
Estaríamos bem.”
— Não consigo entender por que dói tanto, Yerík. Meu irmão está certo.
O tive por poucos minutos. Como pode algo tão rápido doer tanto?
Quando sua voz chegou à minha cabeça, segurei seu rosto.
— Seu irmão está errado. — Deslizei meus dedos por seu rosto. — Você
é inocente, Dasha, no sentido mais puro da palavra. Seu coração é bondoso, e
amar nosso filho, em tão pouco tempo como você diz, só me dá certeza disso.
— Como faz para passar?
— Por que você quer que passe? Passar quer dizer que não vai lembrar
mais.
— Eu quero esquecer.
Beijei sua cabeça, abraçando-a com mais força.
— Nosso bebê nunca será esquecido, Dasha. Vou fazer com que ninguém
o esqueça.
Ela se afastou, enxugando o rosto. A peguei nos braços, sentindo suas
pernas envolverem meus quadris. Empurrei-a contra a porta, querendo ter
certeza de que ela estava bem.
— Você está zangado comigo? — Sua voz denunciava sua tristeza.
Eu segurei seu rosto, querendo que ela olhasse bem para mim.
— Com você? Krasnyy, desde o segundo que coloquei meus olhos em
você ontem, sabia que algo estava errado. E porra, menina, estou puto, mas não é
com você. Entendeu? É com quem machucou a minha mulher. — Afastei seu
cabelo e descansei minha testa na sua. — Vou fazê-los pagarem por isso, Dasha.
Eu juro.
Krasnyy me abraçou com força e fechei meus olhos.
— Eu te amo. Não sei como, mas é o que sinto. — Ela fungou em meu
pescoço.
Deslizei minhas mãos em suas coxas e a coloquei na cama, beijando sua
boca. Suas mãos entraram em meu cabelo e gemi quando sua língua doce
deslizou pela minha. Prendi seus pulsos acima da sua cabeça.
— Vou foder você, krasnyy, lentamente, depois muito rude... mas depois
que eu matar seu pai. Você vai ficar quietinha aqui, tocando em sua boceta
gostosa, e quando eu voltar, você vai estar pronta para mim.
Dasha arregalou os olhos e segurei seu pescoço.
— Não é? Diga.
— Sim, estarei aqui, te esperando.
Me afastei dela e saí do quarto. A pistola que o pessoal da segurança
recebia era pequena, mas eu não a usaria. Não tinha necessidade de usar uma
arma fatal, quando eu queria causar dor.
Andei lentamente pelo corredor, colocando minha balaclava e subindo
um novo lance de escada. Todo mundo estava dormindo, por isso foi fácil me
mover. Peguei na maçaneta do quarto dos pais de Dasha e entrei.
Os dois estavam na cama, adormecidos. Eu andei até a mãe de Dasha e a
tirei da cama devagar, com ela ainda dormindo, então a sentei na poltrona,
prendi suas mãos e pernas na cadeira. Pegue um pano que descansava em sua
cadeira e enfiei em sua boca. Eu havia colocado sonífero em sua bebida, apenas
o suficiente para ela dormir pesado. Não a machucaria, mas depois de tudo que
fiquei sabendo, essa puta merecia.
Peguei a arma e dei uma coronhada em sua cabeça. Ela acordou
assustada, olhos arregalados, tremendo. Assim que me viu, sorri.
— Quer assistir a um filme de terror?
Eu fui na direção do Kireyev e prendi suas mãos antes de socar seu rosto.
Sua mão voou para a mesinha onde tinha uma arma, mas dei uma joelhada em seu
braço. Puxei-o para ficar ereto, vendo seu rosto se contorcer antes de me ver.
— Seu filho da puta!
— Como é saber que estou dentro da sua casa? — perguntei rindo e o
sentei na cama, de frente para sua esposa, que sangrava na sobrancelha. — Hein?
Seus dois pedaços de merda.
— Deixe minha esposa fora disso! — Kireyev gritou enquanto eu prendia
suas mãos e balançava a cabeça.
— Você deveria ter deixado ela de fora do assassinato do meu filho. —
Me inclinei, olhando bem para o seu rosto e vendo que ficou rígido. — Sim, eu
estava com sua filha segundos atrás, debaixo do seu teto.
— Seu lixo! Deixe a minha filha viver em paz!
— Com pais como vocês? Tsc, tsc, tsc... — Balancei a cabeça. — Acho
impossível. Dasha estava tremendo e chorando minutos atrás, se sentindo
culpada pelo que vocês fizeram. Vocês. Não ela.
Kireyev ergueu o rosto e senti meu sangue esquentar. Dei dois passos até
ele e soquei seu rosto repetidamente. Senti o sangue respingar, mas não parei até
ver seu rosto o dobro do tamanho que estava.
— Você matou minha família, Kireyev, enquanto eu estava longe. E
agora, matou o meu filho. Você não tem ideia do que vou fazer com você.
— Me dê o seu pior.
— E vou. — Sorri, puxando seu cabelo e olhando para Yelena, mãe de
Dasha. — Ei, puta, me conta como é ver sua filha assustada te implorando por
misericórdia?
Ela desviou os olhos de mim e cuspi no chão, com nojo.
— Minha mãe era uma mulher boa, sabe. A melhor mãe, sem dúvida, eu
estava com saudade depois de quase uma década longe de casa, preso. Então —
olhei para o pedaço de merda que era pai de Dasha — encontrei minha casa
vazia, sem meus irmãos e ela. Não havia nada. E eu prometi ali acabar com a sua
vida.
Segurei o cabo da minha faca e deslizei a lâmina pelo seu rosto, dos
cílios inferiores até a parte do seu queixo. Ele gritou e me deliciei com isso. Vi o
sangue pingar e me ergui para ir até a parte de trás da cadeira de Yelena. Passei
o sangue do seu marido em seu rosto enquanto olhava para ele, que tentava
fechar o olho.
— Olha, Kireyev, olhe para ela. — Passei a lâmina em seu peito, sujando
sua camisola. Pérolas bateram umas nas outras, também sujas. Yelena era linda
como a filha, mas não havia nada de Dasha naquela mulher.
— Pode matá-la, ela e um saco de lixo são as mesmas coisas. — Sua voz
era sincera. Dei de ombros e olhei para a mulher dele. Ela parecia derrotada.
— É por esse idiota que obrigou sua filha a matar o bebê dela? Você é
patética, Yelena.
Ouvi um farfalhar e me virei para Kireyev, encontrando-o com uma arma
na mão. Sorri andando até ele, quando seu dedo apertou o gatilho nada
aconteceu. Eu não era idiota.
Derrubei-o na cama, tirei o curativo da sua cirurgia e sorri ao ver os
pontos segurando a pele junta. Enfiei a ponta da faca sorrindo e puxando,
arrancando o primeiro. O sangue deslizou. Eu fui para o próximo, mas dessa vez,
enfiei a lâmina no corte antes de puxar. Fiz isso com o resto, e quando a ferida
estava aberta, finquei a faca na ferida, empurrando dentro do seu peito com
força. Ele gritou, de olhos arregalados, me fazendo sorrir mais.
— Vamos deixar ela aqui. Não quero que morra ainda. — Bati na faca,
vendo-o chorar como uma criança. — Já está chorando, Kireyev?
Peguei uma nova faca e risquei sua testa, criando as letras uma a uma.
Quando terminei, abri o seu peito com a lâmina e tirei seu coração. Segurei
diante do seu rosto até seus olhos ficarem opacos. Girei para encarar Yelena e
ergui o coração do seu marido.
— Agora, você. — Me ergui jogando o órgão na cama e andei até ficar
na sua frente, então me ajoelhei e apontei a faca que usei para matar seu marido
em seu pescoço. — Conheci Sarah hoje. Não quero tirar você dela, mas talvez
seja melhor ela crescer sem uma mãe péssima como você.
Tirei o tecido da sua boca e Yelena começou a chorar.
— Eu-eu... não tem perdão para o que fiz, eu sei. Se quiser, me mate, mas
por favor, faça com que alguém cuide de Dasha e Sarah.
Eu balancei a cabeça, não acreditando em uma vírgula do que falava, mas
não matava mulheres, essa era sua sorte.
— Vou levar a minha mulher daqui, você vai ficar bem calma sobre isso.
Não quero Andrei ou Igor nos procurando. Se eu souber que algum dos dois está
fazendo isso, vou voltar e matar você.
Quando Yelena acenou rápido, fiquei ereto. Precisava dar um jeito de
levar Dasha, mas pensaria depois como faria. Agora eu tinha que ir até ela.
Peguei o pano e coloquei na boca de Yelena de novo.
— Fique aí, quando sentirem falta de vocês, eles vêm te soltar.
Fechei a porta e saí do quarto depois de checar o corredor. Andei
rapidamente e suspirei quando não vi ninguém.
Desci a escada engolindo com força o caroço em minha garganta. Queria
sentir algum tipo de alívio, qualquer coisa, mas estava oco por dentro. Não
restou nada. Perder minha família foi horrível, mas descobrir o que fizeram a
Dasha e ao nosso bebê era como morrer.
Ver o rosto repleto de lágrimas, a dor da minha garota enquanto agarrava
sua barriga era pior que tudo. Era como sentir o diabo arrancar minha pele.
Eu odiava isso.
Eu fazia coisas das quais não me orgulhava, e rastrear Dasha sem ela
saber era uma dessas. Olhei para a tela do celular e respirei fundo, parando o
carro.
— Quarto de Andrei Kireyev.
A atendente do hotel sorriu e me disse. Andei rapidamente até o
elevador, e quando cheguei à cobertura, peguei minha arma e apertei a
campainha. Eu não dava a mínima se toda Bratva estava ali, eu queria minha
mulher. Agora.
Assim que a porta se abriu, Andrei me olhou.
— Abaixe sua arma.
— Onde está Dasha? — perguntei, rígido.
Ele abriu a porta, voltando para dentro.
— No quarto com Sarah.
Sarah. Dasha deveria estar nas nuvens. Baixei minha arma.
— Sarah não estava bem. Minha mãe estava fora de órbita e agora está
em uma clínica psiquiátrica. — Meu cunhado respirou fundo e virou um copo de
uísque.
— Você só a trouxe para ver Dasha? E se ela falar sobre Dasha? —
perguntei, tenso. Andrei respirou fundo. — Como você sabia que Dasha estava
viva?
Minha desconfiança cresceu e apertei o cano da minha arma.
— Dasha tem um chipe implantado. E sobre Sarah, bom, inventei que a
levaria para um colégio interno.
Queria dizer que ela ficaria conosco?
— Sarah é muito apegada a Dasha. Se aceitarem, permitirei que ela fique
— Andrei falou.
Eu me virei ao ouvir uma porta abrir.
— É claro que aceitamos. — Dasha tentou não sorrir tanto, mas ele
explodiu em seus lábios. — Eu vou cuidar dela.
— Eu sei que vai, Dash. — Andrei a olhou com carinho, mas isso mudou
ao me encarar. — Você teve seus motivos para destroçar minha família, mas
espero que não machuque Dasha ou Sarah.
— Eu não irei.
Andrei acenou sério. Dasha andou até o irmão e o abraçou, ele devolveu
o gesto depois de alguns segundos.
— Não sei por que o ama, mas eu vi que está feliz.
— Eu estou e realmente o amo. — Dasha acenou depois de deixar seus
braços caírem ao lado. — E nós iremos cuidar dela. Eu prometo.
Andrei acenou e Dasha veio para o meu lado.
— Igor desconfia de algo? — Krasnyy perguntou, nervosa.
— Não, Igor tem coisas mais importantes para focar agora — Andrei
resmungou.
Eu não me preocupei com essas coisas. Queria que a Bratva ficasse onde
estava, bem longe de mim e da minha família.
— Mas lembre-se, Sarah volta aos dezoito. Ela é a Bratva e vai seguir
nossos ensinamentos. Não a iluda com uma vida sem isso, não haverá.
Quando Dasha ficou rígida, passei a mão em sua coluna para a acalmar.
Andrei esperou por nossa confirmação.
— Não se preocupe, falaremos a ela sobre isso — afirmei enquanto
Dasha permanecia calada.
— Tudo bem. Eu vou embora. Meu jato está pousando.
Dasha acenou e Andrei foi ao quarto. Talvez, se despedir da irmã.
Quando voltou, ele saiu sem falar mais nada.
Krasnyy me abraçou e segurei seu rosto bonito, beijando sua testa.
— Não acredito que Sarah vai ficar conosco. — Ela sorriu largamente e
fiz o mesmo. — Precisamos acelerar a pintura da casa. Fale com Ron.
Havíamos comprado nossa casa, mas ela estava em reforma. Agora, com
Sarah, precisávamos acelerar as coisas.
— Farei isso. — Beijei sua boca e ela derreteu em meu peito.
— Como você me achou? — Dasha afastou a cabeça, colocando o queixo
em meu peito.
— Rastreei seu celular.
Ela franziu as sobrancelhas.
— Um chipe na minha pele e agora o celular. — Quando ela se afastou,
respirei fundo. — Pare de me rastrear, e eu preciso ir ao médico tirar essa
porcaria de chipe.
— Não posso parar, é para sua segurança. Se fosse Igor, ou se seu irmão
tivesse vindo levar você à força? Eu nunca saberia que estava aqui, Dasha.
— Eu odeio que você use isso contra mim.
— É a verdade, agora, que tal me apresentar para a minha cunhada? —
Puxei sua cintura contra mim.
— O.k. — Ela suspirou, vencida.
Nós entramos no quarto e Sarah estava dormindo. Dasha decidiu que era
melhor ficarmos no quarto e na manhã seguinte iríamos embora. Eu obedeci,
porque essa não era uma batalha que eu queria lutar.
Quando amanheceu, Dasha conversou com Sarah e assim que a garota me
viu, arregalou os olhos.
— Urso! Você é o namorado da Dasha?
— Sou. E você é a irmã que ela mais ama no mundo? — perguntei, me
abaixando.
Ela riu, negando.
— Eu sou a única irmã que ela tem.
Nós rimos e estendi minha mão para ela.
— Você quer morar com a gente, Sarah?
— Sim! — ela gritou entusiasmada e pegou minha mão.
Dasha sorriu quando a coloquei em meu colo.
Nós saímos do hotel e dirigi para casa. Quando chegamos, Zuri estava
brincando na neve. Eu desci Sarah e Zuri arregalou os olhos.
— Oi! Meu nome é Zuri.
— Oi! Eu sou a Sarah.
As duas entraram em uma conversa e logo Sarah estava fazendo bonecos
de neve com a filha de Aduke. Dasha sorriu para as duas e nós entramos.
Procurei Aduke e arregalei os olhos quando a vi contra a geladeira e Ron a
beijando.
Olhei para Dasha e ela estava com a boca aberta. Ela não odiava o filho
do prefeito?
— A gente deveria... — Dasha apontou para a escada e nós saímos
devagar.
Assim que chegamos ao quarto, Dasha riu.
— Ela não o odiava? — perguntei, confuso.
— Você não me odiava? — Krasnyy rebateu, rindo.
Eu me aproximei, segurando sua cintura e beijando seu rosto.
— Ódio e amor, mãos dadas e etc., hum?
— Isso mesmo.
Ela riu e a beijei com mais força. Suas mãos se fecharam na minha nuca e
a ergui. Suas coxas abraçaram meu corpo e a coloquei sobre a cômoda.
— Eu tenho uma coisa para falar — ela murmurou entre os beijos.
Segurei seu seio, apertando-o. Dasha gemeu e eu me afastei devagar, parecia um
gemido de dor.
— Doeu?
— Sim, muito. Eles estão sensíveis. — Dasha sorriu largamente e eu
franzi as sobrancelhas.
— O.k...
— Eu fiz um teste de gravidez, ontem de manhã.
Fiquei inerte e olhei para seu rosto, que estava alegre e emocionado.
Esperei calmamente e ela retirou um palito de plástico do casaco. Dasha me deu
e eu o olhei.
— O que quer dizer? Tem dois riscos.
— Nós vamos ter um bebê? — Seus olhos se encheram de lágrimas.
Eu perguntei se era sério, quando ela acenou, caí de joelhos. Subi sua
camisa e abri sua calça, e quando vi sua barriga plana, suspirei tocando sem
acreditar.
— Ei, o papai está aqui. Dessa vez eu vou proteger a mamãe. Eu juro.
Dasha soluçou e eu beijei seu ventre. Jurando amá-la para sempre, em
todos os dias da minha vida.
— Você quer se casar comigo? — perguntei, ainda ajoelhado. Ela riu,
enxugando o rosto. — É sério, você quer se casar comigo?
Ela parou de sorrir e me ergui, colocando meu corpo no dela.
— Eu amo a forma como sorri, o tom que usa ao pronunciar meu nome, o
seu toque e o poder que tem sobre mim. Amo seu cabelo ondulado e como ele me
hipnotiza por alguma razão desconhecida. Eu amo ver você feliz e sempre irei
lutar por sua felicidade. Nosso filho é prova disso.
— Você está falando sério — ela constatou, com os olhos expandidos.
— Pode apostar que sim, krasnyy. Então?
Ela sorriu e respirou fundo, então sorriu de novo e pulou na cômoda.
— Sim, sim e sim! Eu aceito.
Dasha me abraçou e beijei seus lábios até estarmos sem fôlego. Ela
gritou quando a peguei, levando-a para a cama.
— Preciso estar dentro de você, nevesta. Agora.
Ela acenou, me ouvindo chamá-la de noiva em russo e sorriu, puxando a
camisa. Quando ficou nua, a comi lentamente, com medo por nosso bebê.
— Me faça gozar antes que alguém entre, Yerík.
Eu obedeci como um cachorrinho e, porra, eu gostei.
SETE MESES DEPOIS...
Eu balancei minha mão para Sarah enquanto ela entrava na escola. A sua
adaptação estava sendo boa, agora, na verdade, ela já estava acostumada. Ela
amava a escola e já fez várias amigas.
— Onde está? — A voz de Yerík reverberou pelo carro e sorri.
Ele havia viajado com Villain há dois dias, para resolver seus negócios,
dos quais decidi ficar por fora. E havia chegado hoje.
— A caminho. Vim deixar Sarah na aula.
— Porra, o.k., me diga o que está vestindo.
Eu sorri, mas parei, mordendo meu lábio.
— Um vestido, meia-calça grossa e um casaco longo.
— Quantos minutos?
— Dois.
— Solte seu sutiã.
Eu o obedeci enquanto tentava dirigir e me soltar da peça. Meus peitos
cederam, doloridos e enormes. Eles estavam o dobro de tamanho e Yerík amava.
— Estou na esquina.
Estacionei o carro e desci rapidamente. Assim que passei pela porta da
nossa casa de três andares, ele me agarrou. Sua mão foi protetoramente para
minha barriga inchada enquanto puxava o topo do vestido para baixo. Eu gemi
quando ele apertou enquanto enfiava sua língua na minha boca.
— Amor, seja gentil.
— Dois dias sem você e quer gentileza? Krasnyy, não dá.
Eu sabia disso. Ele me levou para o nosso quarto, e quando fiquei nua ele
sorriu segurando a coleira que havia sido aposentada há um tempo. Eu o deixei
colocar em meu pescoço e ele puxou a corrente para a frente do meu corpo. O
metal frio tocou minha boceta e estremeci.
— Porra, você está vazando.
Eu conseguia sentir minha excitação descendo por minha boceta e depois
bunda. Ele pressionou a corrente em meu clitóris e gritei. O prazer era absurdo,
e quando ele parou de brincar e lambeu tudo, eu gozei.
— Vem, krasnyy, sente aqui.
Seu pau grosso se projetou para cima quando ele se deitou nos nossos
travesseiros, subi em suas coxas e desci lentamente. O tamanho dele me
preocupou e tive que perguntar à minha médica se podíamos transar
normalmente, infelizmente, não podíamos. Apenas lentamente. E o lento não era
nossa praia, então, para nos saciarmos precisávamos transar várias vezes.
Yerík pegou meu seio e lambeu o mamilo enquanto eu subia e descia,
gemendo. Quando ele gozou, também me deixei levar.
— Que saudade que eu estava de você. — Ele apertou minha bunda e eu
gemi.
— Eu também, amor.
E como eu estava.