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LEI ORGÂNICA Nº 1, DE 05 DE ABRIL DE 1990.

DISPÕE SOBRE A LEI ORGÂNICA DO


MUNICÍPIO DE BAIANÓPOLIS

Nós, Vereadores Municipais Constituintes, investidos no pleno exercício dos poderes conferidos pela
Constituição da República Federativa do Brasil e da Constituição do Estado da Bahia, sob a proteção
de Deus e com o apoio do povo baianopolitano, unidos indissoluvelmente pelos mais elevados
propósitos de preservar o Estado de Direito, o culto perene a lei, intransigentes no combate a toda
forma de opressão, preconceito, exploração do homem pelo homem e velando pela paz e justiça
social, promulgamos a Constituição do Município de Baianópolis.

TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Capítulo I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º O Município de Baianópolis, em união indissolúvel ao Estado da Bahia e à República


Federativa do Brasil, constituído, dentro do Estado Democrático de Direito, em esfera de Governo
Local, na sua área territorial e competência, o seu desenvolvimento com a construção de uma
comunidade livre, justa e solidária, fundamentada na autonomia, na cidadania, na dignidade da pessoa
humana, nos valores sociais do trabalho, na livre iniciativa e no pluralismo político, exercendo o seu
poder por decisão dos Munícipes, pelos seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Lei Orgânica, da Constituição Estadual e da Constituição Federal.

Parágrafo único. A ação Municipal desenvolve-se em todo o seu território, sem privilégios ou distinções
entre distritos, bairros, grupos sociais ou pessoas, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais
e sociais promovendo o bem-estar de todos, sem preconceitos de qualquer espécie ou quaisquer
outras formas de discriminação.

Art. 2º São poderes do Município, independente e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.

Art. 3º O Município, objetivando integrar a organização planejamento e a execução das funções


públicas de interesse regional comum, pode associar-se aos demais municípios limítrofes e ao Estado,
para formar a região Oeste.

Parágrafo único. O Município poderá, mediante, autorização de lei municipal, celebrar convênios,
consórcios, contratos com outros municípios, com instituições públicas ou privadas ou entidades
representativas da comunidade para planejamento, execução de projetos, leis, serviços e decisões.

Capítulo II
DA ORGANIZAÇÂO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 4º O Município de Baianópolis, unidade territorial do Estado da Bahia, pessoa jurídica de direito
público interno, com autonomia política, administrativa e financeira, é organizado e regido pela
presente Lei Orgânica e demais leis que adotar na forma da Constituição Federal e da Constituição
Estadual.

§ 1º São símbolos do Município de Baianópolis, a Bandeira o Brasão Municipal.


§ 2º O Município tem sua sede na cidade de Baianópolis.

§ 3º O Município compõe-se de distritos e suas circunscrições urbanas são classificadas em cidade,


vilas e povoados, na forma da Lei Estadual.

§ 4º A criação, a organização e a supressão de distritos dar-se-ão por Lei Municipal, observada a


legislação Estadual.

§ 5º Qualquer alteração territorial só pode ser feita, na forma da lei Complementar Estadual,
preservando a continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, dependente de consulta
prévia às populações interessadas, mediante plebiscito.

Capítulo III
DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 5º São Bens Municipais:

I - bens móveis e imóveis de seu domínio pleno, direto ou útil;

II - direitos e ações que a qualquer título pertençam ao Município;

III - águas fluentes emergentes e em depósito, localizadas exclusivamente em seu território;

IV - renda proveniente de exercício de suas atividades e da prestação de serviços;

Art. 6º A alienação, o gravame ou cessão de bens municipais, a qualquer título, subordinam-se à


existência de interesse público devidamente justificado e serão precedidos de avaliação, autorização
legislativa e de processo licitatório, conforme as seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e concorrência, dispensada esta nos


seguintes casos:

a) doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato os encargos do donatário, o prazo do seu


cumprimento e a cláusula de retrocessão, sob pena de nulidade do ato;
b) permuta.

II - quando móveis, dependerá da licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, que será permitida exclusivamente para fins de interesse social;


b) permuta;
c) ações, que serão vendidas em bolsa.

Art. 7º O Município, preferencialmente à venda ou doação de seus bens imóveis, outorgará concessão
de direitos real de uso, mediante prévia autorização Legislativa e concorrência.

Art. 8º A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e de
autorização legislativa.

Art. 9ºO uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante concessão, permissão ou
autorização, conforme o caso e o interesse público o exigir.

§ 1º A concessão administrativa de bens públicos de uso comum só poderá ser outorgada para
finalidades escolares, de assistência social, de saúde, turística ou de atendimento as calamidades
públicas.

§ 2º Na concessão administrativa de bens públicos de uso especial e dominiais, â concessionária de


serviços público, entidades assistenciais, será dispensada a licitação.

Capítulo IV
DAS COMPETÊNCIAS
Art. 10 Compete-se ao Município:

I - administrar seu patrimônio;

II - legislar sobre assuntos de interesse local;

III - suplementar a legislação federal e estadual no que couber;

IV - instituir e arrecadar os tributos sua competência;

V - aplicar suas rendas, prestando contas e publicando balancetes, nos prazos fixados em lei;

VI - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

VII - organizar o quadro e estabelecer o regime de seus servidores;

VIII - organizar, prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

IX - manter, com a cooperação técnica e financeira da união e do Estado, programas de educação Pré-
escolar e de ensino fundamental, criando escolas de 1º a 8º séries nos povoados;

X - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à


saúde da população;

XI - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do


uso, do parcelamento o da ocupação do solo urbano;

XII - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observadas a legislação e a ação


fiscalizadora federal e estadual;

XIII - elaborar e executar a política de desenvolvimento urbano com o objetivo de ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais das áreas habitadas do município e garantir o bom estar de seus
habitantes;

XIV - elaborar e executar, com a participação das associações representativas da comunidade, o plano
diretor como instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana;

XV - dispor, mediante lei específica, sobre o adequado aproveitamento de solo urbano não edificado e
subutilizado, podendo promover o parcelamento ou edificação compulsório, tributação progressiva ou
desapropriação, na forma da Constituição Federal, caso o seu proprietário não promova seu adequado
aproveitamento;

XVI - constituir a guarda municipal destinada a proteção de seus bens, serviços e instalação, conforme
dispuser a lei;

XVII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas;

XVIII - legislar sobre licitação e contratação em todas as modalidades para administração pública
municipal, direta e indiretamente, inclusive as fundações públicas municipais e as empresas sob seu
controle, respeitadas as normas gerais da legislação federal;

XIX - participar da gestão regional na forma que dispuser a lei estadual;

XX - ordenar o trânsito nas vias públicas e a utilização do sistema viário local, com vias de tráfego não
inferior a 12m de largura.

XXI - dispor sobre serviço funerário e cemitério;

XXII - disciplinar localização, instalação e funcionamento de máquinas, motores, estabelecimentos


industriais, comerciais e de serviços prestados ao público;

XXIII - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes e anúncios ou outros meios de


propaganda e publicidade nos locais sujeitos ao poder de polícia municipal;

XXIV - fica definido a criação de distritos após atendidos os requisitos legais necessários;

Art. 11 É da competência do Município em comum com a União e o Estado:

I - zelar pela guarda da Constituição Federal, da Constituição Estadual e das leis destas esferas de
governo, das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de


deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros, bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, destruição e a descaracterização de obras de arte, e de outros bens de valor


histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de


saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social


dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos


hídricos e minerais em seu território;

XII - estabelecer e implantar a política de educação para a segurança do trânsito;

XIII - dar assistência ao pequeno produtor agrícola em caso declarado de perca de produção
provocada por condições climáticas adversas.

Parágrafo único. A cooperação do Município com a União e o Estado, tendo em vista o equilíbrio de
desenvolvimento e do bem-estar na sua área territorial, será feita de acordo com a lei complementar
federal.

Art. 12 É vedado ao Município:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou


manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da
lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si;

IV - permitir ou fazer uso de bens de seu patrimônio como meio de propaganda político-partidária;

V - outorgar isenções ou anistias fiscais ou permitir a remissão de dívidas sem interesse público
justificado, sob pena de nulidade do ato.
Capítulo V
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS

Art. 13 A administração pública municipal de ambos os poderes obedecerá aos princípios de


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, aos seguintes:

I - garantia da participação dos cidadãos e de suas organizações representativas na formulação,


controle e avaliação de políticas, planos e decisões administrativas, através de Conselhos, colegiados,
audiências públicas, além dos mecanismos previstos na Constituição Federal e Estadual e nos que a
lei determinar;

II - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros, que preencham os
requisitos estabelecidos em lei;

III - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado, em lei
de livre nomeação e exoneração;

IV - O prazo de validade do concurso público será de dois anos prorrogável uma vez, por igual período;

V - durante o prazo, improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso


público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursos para
assumir cargo ou emprego na carreira;

VI - os cargos em comissões o as funções de confiança serão exercidos, preferencialmente, por


servidores ocupantes de cargos de carreira técnica ou profissional, nos casos o condições previstas
em lei;

VII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

VIII - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público;

IX - a lei fixará a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
observado, como limite máximo, os valores percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito;

X - a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, e militares, far-se-á sempre na mesma
data;

XI - os vencimentos dos cargos do poder legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo poder
Executivo;

XII - é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito de remuneração do pessoal


do serviço público municipal, ressalvado o disposto no inciso anterior e no art. 15, § 1º, desta Lei;

XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público municipal não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos sob o mesmo título ou idêntico fundamento;

XIV - os vencimentos dos servidores públicos municipais são irredutíveis e a remuneração observará o
disposto neste artigo, inciso XI e XII, o princípio da isonomia, a obrigação do pagamento do imposto de
renda retido na fonte, excetuados os aposentados com mais de sessenta e cinco anos.

XV - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade


de horário:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico.

XVI - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas


públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Municipal;

XVII - nenhum servidor será designado para funções não constantes das atribuídas do cargo que
ocupa, a não ser em substituição e, se acumulada, com gratificação de lei;

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedências sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresas públicas, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação pública;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação delas em empresas privadas;

XXI - ressalvados os casos determinados na legislação federal específica, as obras, serviços, compras
e alienação serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleça obrigações efetivas da proposta,
nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis a garantia do cumprimento das obrigações.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos municipais
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos III e IV deste artigo implicará a nulidade do ato e a
punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º As reclamações relativas à prestação de serviços púbicos municipais serão disciplinadas em lei.

§ 4º Os atos de improbidades administrativas importação em suspensão dos direitos públicos, perda da


função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao horário, na forma e gradação prevista na
legislação federal, sem prejuízo da pena cabível.

§ 5º O Município e os prestadores dos serviços públicos municipais responderão pelos danos que seus
agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dano ou culpa.

Art. 14 Todos têm direto a receber dos órgãos públicos municipais, informações de seu interesse
particular ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo de quinze das úteis, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade ou das instituições púbicas.

Parágrafo único. São assegurados a todos, independentemente do pagamento das taxas:

I - o direito de petição aos Poderes Púbicos Municipais pare defesa e esclarecimentos de situação de
interesse pessoal;

II - a obtenção de certidões e cópias de atos referentes ao inciso anterior;

SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS

O regime jurídico único dos servidores da administração pública direta, das autarquias e das
Art. 15
fundações públicas é o estatutário, vedada qualquer outra vinculação de trabalho.

§ 1º A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos de
atribuição iguais ou assemelhadas do mesmo Poder Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens
de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

§ 2º Aplicam-se aos servidores municipais os direitos seguintes:

I - salário mínimo, fixado em lei federal, com reajuste periódico;

II - irredutibilidade de salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

III - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IV - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

V - salário família para seus dependentes;

VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas por dia e quarenta e quatro horas semanais;

VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento a do normal;

IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais que o salário normal;

X - licença à gestante, remunerada, de cento e vinte dias;

XI - licença à paternidade, nos termos da lei;

XII - proteção do mercado de trabalho da mulher, nos termos da lei;

XIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho;

XIV - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XV - proibição de diferença de salário, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de


sexo, idade, cor ou estado civil;

XVI - licença para tratamento de interesse particular, sem remuneração;

XVII - direito de greve cujo exercício se dará nos termos e limites definidos em lei complementar
federal;

XVIII - seguro contra acidentes de trabalho;

XIX - aperfeiçoamento pessoal e funcional;

XX - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, nos termos da lei.

Art. 16 O Servidor Público Municipal será aposentado nos termos da Constituição Federal e da
Constituição Estadual.

Art. 17 Ao Servidor Público Municipal, em exercício de mandato eleito, aplicam - se as seguintes


disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;01

II - investindo no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar peja sua remuneração;

III - investindo no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens


de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo de remuneração do cargo eletivo e, não havendo
compatibilidade será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício do mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores, serão determinados


como se no exercício estivesse.

Art. 18 São estáveis, após dois anos de efetivo exercício os servidores nomeados em virtude de
concurso público.

§ 1º O Servidor público municipal estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurado ampla defesa.

§ 2º Invalidade por sentença judicial a demissão do servidor público municipal, será a ele reintegrado o
eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização aproveitando-o
em outro cargo ou posto em disponibilidade.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade


remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Art. 19 É livre a associação profissional ou sindical do servidor público municipal na forma da lei
federal, observado o seguinte:

I - haverá uma só associação sindical para os servidores da administração direta, das autarquias e das
fundações, todas do regime estatutário;

II - é assegurado o direito de filiação da servidores, profissionais de área de saúde, à associação


sindical de sua categoria,

III - os servidores da administração indireta, nas empresas públicas e de economia mista, todos
celetistas, poderão associar-se em sindicato próprio;

IV - ao sindicato dos servidores públicos municipais cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
ou individual da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

V - a assembleia geral fixará a contribuição que será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

VI - nenhum servidor será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado ao sindicato;

VII - é obrigatório a participação do sindicato nas negociações coletivas de trabalho;

VIII - o servidor aposentado tem direito a votação e ser votado no sindicato da categoria.

Art. 20 O direito de greve assegurado aos servidores públicos municipais não se aplica aos que
exercem funções em serviços de atividades essenciais, assim definidas em lei.

Art. 21 A lei disporá, em caso de greve, sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade.

Art. 22É assegurada a participação dos servidores públicos municipais, por eleição, nos colegiados
da administração pública em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.

Art. 23 Haverá uma instância colegiada administrativa para dirimir controvérsias entre o Município e
seus servidores públicos, garantida na sua composição.

TÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO

Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 24 O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, que se compõe de Vereadores
representantes da Comunidade, eleitos pelo sistema proporcional em todo território Municipal.

§ 1º O mandato dos Vereadores é de quatro, anos.

§ 2º A eleição dos Vereadores se dá até noventa dias do término do mandato, em pleito direto e
simultâneo aos demais municípios.

§ 3º O número de Vereadores é de onze.

§ 4º O número de Vereadores, em cada legislatura, será alterado de acordo com o disposto na


Constituição Federal e Estadual até 31 de dezembro do ano anterior ao da eleição.

§ 5º São condições de elegibilidade para exercício do mandato de Vereador, na forma da Lei Federal:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno e exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de 18 anos;

VII - ser alfabetizado.

Capítulo II
DAS COMPETÊNCIAS DA CÂMARA MUNICIPAL

Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito dispor sobre todas as matérias da
Art. 25
competência do Município especialmente sobre:

I - sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição do suas rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito e dívida pública;

III - organização e funcionamento da Guarda Municipal, fixação e alteração do seu efetivo;

IV - planos o programas municipais de desenvolvimento, inclusive plano diretor urbano;

V - bens do domínio do município;

VI - transferência temporária da sede do Governo Municipal;

VII - criação transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas municipais e


respectivos planos de carreira e vencimentos;

VIII - organização das funções fiscalizadoras da Câmara Municipal;

IX - normatização da cooperação das associações representativas no planejamento municipal e de


outras formas do participação popular na gestão municipal;

X - normatização da iniciativa popular de projetos de lei rio interesse específico do Município, da


cidade, dos distritos, vilas ou bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do
eleitorado;
XI - normatização do veto popular para suspender execução da lei que contrarie os interesses da
população;

XII - criação, organização e supressão de distritos;

XIII - criação, estruturação e competência das Secretarias municipais e órgãos da administração


pública;

XIV - criação, transformação, extinção e estruturação de empresas, públicas, sociedades de economia


mista, revista, autarquias e fundações públicas municipais;

XV - organização dos serviços públicos;

XVI - denominação de próprios, vias e logrado públicos;

XVII - perímetro urbano da sede municipal e vilas.

Art. 26 É da competência exclusiva da Câmara Municipal:

I - eleger sua Mesa e destituí-la, na forma regimental;

II - elaborar e votar seu regimento interno:

III - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção de
cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observado os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

IV - resolver definitivamente sobre convênios, consórcios ou acordos que acarretem encargos ou


compromissos gravosos ao patrimônio municipal:

V - autorizar o Prefeito e o Vice-prefeito a se ausentarem do Município, quando a ausência exceder a


quinze dias;

VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar.

VII - mudar, temporariamente, sua sede;

VIII - fixar a remuneração do Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores, em casa legislatura, para a


subsequente, observados os limites e descontos legais e tomando por base a receita do Município;

IX - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e apreciar os relatórios sobre execução dos
planos de governo;

X - proceder a tomada de contas do Prefeito quando não apresentadas à Câmara até 31 de março de
cada ano;

XI - fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração


indireta;

XII - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa do Poder
Executivo;

XIII - apreciar os atos de concessão ou permissão e os de renovação de concessão ou permissão de


serviços de transportes coletivos;

XIV - representar ao Ministério Público, por dois terços de seus membros, e instauração de processo
contra o Prefeito e o Vice-prefeito e os secretários Municipais pela prática de crime contra a
administração pública que tomar conhecimento;

XV - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de imóveis municipais;

XVI - aprovar, previamente, por voto secreto, após arguição pública a escolha de titulares de cargos e
membros de conselhos que a lei determinar;

XVII - conceder licença ao Prefeito, Vice-prefeito e aos Vereadores para o afastamento do exercício do
cargo;

XVIII - apreciar vetos;

XIX - convocar o Prefeito, os Secretários Municipais e Diretores de entidades púbicas para prestar
informações sobre matérias de sua competência;

XX - julgar o Prefeito. Vice-prefeito e os Vereadores, nos casos previstos em lei;

XXI - decidir sobre participação em organismos deliberativo regional, e entidades intermunicipais;

XXII - apresentar emendas à Constituição do Estado, nos termos da Constituição Estadual;

XXIII - autorizar o Prefeito, a contrair empréstimos, regulando-lhes as condições e respectiva aplicação.

Art. 27 A Câmara Municipal, pelo seu Presidente, bem como, qualquer de suas comissões, pode
convocar Secretário Municipal para prazo de oito dias, prestar pessoalmente informações sobre o
assunto previamente determinado, importando crime contra a administração pública a ausência sem
justificação adequada ou a prestação de informações falsas.

§ 1º Os Secretários Municipais podem comparecer à Câmara Municipal ou a qualquer de suas


comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com o Presidente respectivo, para expor
assunto de relevância de sua Secretaria.

§ 2º A Mesa da Câmara Municipal pode encaminhar pedidos escritos de informação aos Secretários
Municipais, importando crime contra a administração pública a recusa ou o não atendimento no prazo
de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

Capítulo III
DO FUNCIONAMENTO DA CÂMARA

Art. 28 A Câmara Municipal reunir-se-á, ordinariamente, em sessão legislativa anual, de 15 de


fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro devendo realizar pelo menos uma reunião
semanal.

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 3º A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão de legislativa a 1º de janeiro do ano subsequente às


eleições, para a posse de seus membros, do Prefeito e do Vice-prefeito e eleições da Mesa e das
comissões.

§ 4º A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á pelo seu Presidente, pelo Prefeito ou a
requerimento da maioria dos Vereadores, em caso de urgência ou de interesse público relevante.

§ 5º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara somente deliberará sobre a matéria para a qual for
convocada.

§ 6º As deliberações da Câmara são tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de
seus membros, salvo disposições em contrário desta Lei.

§ 7º Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara a aprovação e as


alterações das seguintes matérias:

a) regimento interno da Câmara;


b) código tributário do Município;
c) código de obras ou edificações;
d) estatuto dos servidores públicos municipais;
e) criação de cargos e aumento de vencimentos;
f) recebimento de denúncia contra Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores;
g) apresentação de proposta de emenda à Constituição do Estado;
h) fixação de vencimentos do Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores;
i) rejeição de veto do Prefeito.

§ 8º Dependerão do voto favorável de dois terços dos membros da Câmara:

a) a aprovação e alteração do plano Diretor Urbano e da política de desenvolvimento Urbano;


b) concessão de serviços e direitos;
c) alienação e aquisição de bens imóveis;
d) destituições de componentes da Mesa;
e) decisão contrária ao parecer prévio do Tribunal de Contas sobre as contas do Prefeito;
f) emendas à Lei Orgânica.

Art. 29 A Mesa da Câmara Municipal será composta de um Presidente, um Vice-presidente, um


primeiro e segundo secretários, eleitos para o mandato de dois anos, vedada a recondução para o
mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

§ 1º As atribuições dos membros da Mesa e a forma de substituição, as eleições para a sua


composição e os casos de destituição são definidos no regimento interno.

§ 2º O Presidente representa o Poder Legislativo.

§ 3º Para substituir o Presidente, nas suas faltas, impedimento e licenças haverá um Vice-presidente.

Art. 30 A Câmara Municipal terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com
as atribuições previstas no regimento interno ou no ato do que resultar sua criação.

§ 1º Às Comissões, em razão da matéria de sua competência cabe:

I - discutir e votar projeto de Lei que dispensar na forma do Regimento Interno, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Câmara;

II - realizar audiências públicas com entidades da comunidade;

III - convocar secretários Municipais e dirigentes de entidades da administração indireta para prestar
informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa ou entidade contra


atos ou omissões das autoridades públicas municipais;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos municipais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 2º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigações próprios das


autoridades judiciais além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas mediante
requerimento de um terço dos Vereadores que compõem a Câmara, para apuração de fato
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Art. 31 Na Constituição da Mesa e de cada comissão é assegurada a representação proporcional dos


partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara.

Art. 32 Na última sessão ordinária de cada período legislativo, o Presidente da Câmara publicará a
escala dos membros e da Mesa e seus substitutos que responderão pelo expediente do Poder
Legislativo durante o recesso seguinte.
Capítulo IV
DO PROCESSO LEGISLATIVO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 33 O processo Legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas â Lei Orgânica;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - decretos legislativos;

V - resoluções;

Parágrafo único. A elaboração, redação, alteração e consolidação das leis dar-se-á na conformidade
da lei complementar federal, desta Lei Orgânica e do Regimento Interno.

SEÇÃO II
DA EMENDA A LEI ORGÂNICA

Art. 34 Esta Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara, do Prefeito e dos Cidadãos, através de projeto de iniciativa popular, subscrito
por, no mínimo, dez por cento de eleitores do Município;

§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias,
considerando-se aprovada se obtiver em cada um, dois terços dos votos dos membros da Câmara.

§ 2º º A Emenda à Lei Orgânica do Município será estipulada pela Mesa da Câmara, com o respectivo
número de ordem.

§ 3º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

SEÇÃO III
DAS LEIS

Art. 35 A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador ou Comissão, ao
Prefeito e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

§ 1º São de iniciativa privativa do Prefeito as leis que;

I - fixem ou modifiquem o efeito da Guarda Municipal;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica e de sua


remuneração;
b) servidores públicos do Município, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria; desde que requeridas por escrito, obrigando-se o Prefeito ao cumprimento do disposto
neste artigo no prazo máximo de 48 horas, sob pena de responsabilidade;
c) criação, estruturação e competências das secretarias Municipais e órgãos da administração pública
municipal.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara Municipal, de projeto de lei
subscrito por no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município, distribuído, pelo menos, por dois
distritos, com não menos de 01% (um por cento) dos eleitores de cada um deles.

Art. 36 Não será admitido emenda que contenha aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o disposto no art. 72;

II - nos projetos sobro a organização dos serviços da Câmara, de iniciativa privativa da Mesa.

Art. 37 O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação dos projetos de sua Iniciativa.

§ 1º Se a Câmara não se manifestar, em até quarenta e cinco dias sobre a proposição, será esta
incluída na ordem do dia sobrestando-se a deliberação quando os demais assuntos para que se ultime
a votação, excetuados os casos do art. 38 § 4º e do art. 73, que são preferenciais na ordem numerada.

§ 2º O prazo previsto no parágrafo anterior não corre nos períodos de recesso nem se aplica aos
projetos de código.

Art. 38O projeto de lei aprovado será enviado, como autografo, ao Prefeito que aquiescendo, o
sancionará.

§ 1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse


público vetá-lo-á totalmente, no prazo de quinze dias úteis contados da data do recebimento e
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, do parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito importará em sanção.

§ 4º O veto será apreciado pela Câmara, dentro de trinta dias e contar de sou recebimento, só
podendo ser rejeitado peto voto da maioria absoluta dos Vereadores, em escrutínio secreto.

§ 5º Se o veto não for mantido, será o texto enviado ao Prefeito para promulgação.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestada as demais posições, até sua votação final, ressalvadas as matérias
referidas no art. 37, § 1º

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito nos casos dos §§ 3º a
5º, o Presidente da Câmara a promulgará e, se este não o fizer, em igual prazo, caberá ao Vice-prefeito
fazê-lo obrigatoriamente.

Art. 39 A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
Câmara.

Capítulo V
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA E PATRIMONIAL.

Art. 40 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional o patrimonial do Município e das


entidades da administração indireta, quando à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e
peto sistema de controle de cada poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o Município responda
o que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 41 O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas
dos Municípios, através de parecer prévio sobre as contas que o Prefeito e a Mesa da Câmara deverão
prestar anualmente, e de inspeção e auditoria em órgãos e entidades públicas.

§ 1º As contas deverão ser apresentadas até sessenta dias do encerramento do exercício financeiro.

§ 2º Se até esse prazo não tiverem sido apresentadas as contas, a comissão permanente de
Fiscalização o fará em trinta dias.

§ 3º Apresentadas as contas, o Presidente ria Câmara através de edital as porá pelo prazo de
sessenta dias, â disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, na forma da lei.

§ 4º Vencido o prazo do Parágrafo anterior, as contas e as questões levantadas serão enviadas ao


Tribunal de Contas para emissão do parecer prévio.

§ 5º Recebido o parecer prévio, a Comissão Permanente de fiscalização sobre as contas dará seu
parecer em quinze dias.

§ 6º Os Vereadores poderão ter acesso a relatórios contábeis financeiros periódicos, documentos


referentes a despesas ou investimentos realizados pela Prefeitura.

§ 7º Somente pela decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal deixará de prevalecer o
parecer prévio do Tribunal de Contas.

Art. 42 A Comissão Permanente de Fiscalização, diante de indícios do despesas não autorizadas,


ainda que sob forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados ou tomando
conhecimento de irregularidade ou ilegalidade, poderá solicitar da autoridade responsável que, no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão Permanente


da Fiscalização solicitará ao Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria em caráter
de urgência.

§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa ou o ato ilegal, a Comissão Permanente de


Fiscalização, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá à Câmara Municipal a sua sustação.

Art. 43Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execução dos programas de
governo e dos orçamentos do município;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal bem como
da aplicação de recursos públicos municipais por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias bem como dos direitos e haveres do
município;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência à Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara Municipal sob
pena de responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante a Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara
Municipal.

Capítulo VI
DOS VEREADORES
Art. 44 Os Vereadores são invioláveis pelas suas palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município.

Parágrafo único. Os Vereadores serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Alçada nos
termos da Constituição do Estado.

Art. 45 Os Vereadores não podem:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou privada concessionário de serviços públicos municipais, salvo quando
o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os que sejam demissíveis, "ad
nutum", nas entidades constantes na alínea anterior.

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público municipal ou nela exerça função remunerada:

b) ocupar cargo ou função que sejam demissíveis, "ad nutum" nas entidades referidas no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 46 Perde o mandato o Vereador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível como o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa à torça parte das sessões ordinárias da
Câmara, salvo licença ou missão por está autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a justiça eleitoral, nos casos constitucionalmente previstos;

VI - que sofrer condenações criminal em sentença transitada em julgamento.

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas aos Vereadores ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e III a perda do mandato é decidida pela Câmara Municipal, por voto
secreto e maioria absoluta, mediante a aprovação da Mesa ou de partido político representando na
Câmara, assegurada ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III e V, a perda é declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou
mediante provocação de qualquer dos seus membros ou de partido político representado na Casa,
assegurada ampla defesa.

Art. 47 Não perde o mandato o Vereador:

I - investido no cargo de Secretários Municipais, Secretários ou Ministro de Estado;

II - licenciado pela Câmara por motivo de doença ou para tratar sem remuneração, de assunto de seu
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão
legislativa.

§ 1º O Suplente deve ser convocado em todos os casos de vaga ou licença.


§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, se faltarem mais de quinze meses para o termino do
mandato, a Câmara representará à justiça eleitoral para a realização das eleições para preenchê-la.

§ 3º Na hipótese do inciso I, poderá optar pela remuneração do mandato.

Art. 48 A remuneração dos Vereadores será fixada em cada legislatura, para a subsequente, tendo
como limite a remuneração do Prefeito.

§ 1º Corrigido periodicamente pelo índice de inflação fiscal aprovado pelo governo federal.

§ 2º Poderá ser prevista remuneração para as sessões extraordinárias desde que observado o limite
fixado no parágrafo anterior.

§ 3º Serão descontadas, nos termos da lei, as faltas às sessões e ausências no momento das
votações.

TÍTULO III
DO PODER EXECUTIVO

Capítulo I
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO

Art. 49 O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado por Secretários Municipais.

Art. 50 A eleição do Prefeito e do Vice-prefeito, para mandato de quatro anos, dar-se-á mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo país, até noventa dias antes do término do mandato dos que
devem suceder.

§ 1º A eleição do Prefeito importará a do Vice-prefeito com ele registrado.

§ 2º São condições de elegibilidade para exercício do mandato de Prefeito e do Vice-prefeito na forma


da lei federal:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de 18 anos;

VII - ser alfabetizado.

Art. 51 O Prefeito e o Vice-prefeito tomarão posse em sessão da Câmara Municipal, no dia 1º de


janeiro do ano subsequente à eleição, prestando o cumprimento de manter, defender e cumprir a
Constituição Federal, a Constituição Estadual e esta Lei Orgânica, observar as leis e promover o bem
geral do Município.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-prefeito,
salvo motivos de força maior aceitos pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.

Art. 52 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no caso de vaga, o Vice-


prefeito.

§ 1º O Vice-prefeito além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará
o Prefeito sempre que por ele convocado para missões especiais

§ 2º A investidura do Vice-prefeito em Secretaria Municipal não impedirá as funções previstas no


parágrafo anterior.

Art. 53 Em caso de impedimento do Prefeito do Vice-prefeito, ou vacância dos respectivos cargos,


será chamado ao exercício do cargo de Prefeito o Presidente da Câmara Municipal.

Art. 54 Vagando os cargos de Prefeito e Vice-prefeito, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a
última vaga.

§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos de mandato, a eleição para ambos os cargos será
feita trinta dias depois de aberta a última vaga, pela Câmara Municipal, na forma da lei.

§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período dos antecessores.

Art. 55 O Prefeito e o Vice-prefeito não poderão sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do
Município por período superior a quinze dias, sob pena e perda do mandato.

Art. 56 Os subsídios do Prefeito e Vice-prefeito serão estabelecidos pela Câmara Municipal no final de
cada legislatura para vigorar na seguinte, sendo os do Vice correspondente à metade dos subsídios do
Prefeito.

Art. 57 Investido, no mandato, o Prefeito não poderá exercer cargo, emprego ou função na
administração pública direta ou indireta, seja no âmbito federal, estadual, municipal ou mandato eleito,
ressalvado a posse em virtude de concurso público, sendo-lhe facultado optar pela remuneração ou
subsídios.

§ 1º Não poderá patrocinar causas contra o Município ou suas entidades.

§ 2º Não poderá desde a posse, firmar ou manter contrato com o Município, suas entidades ou com
pessoas que realizem serviços ou obras municipais;

Capítulo II
DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PREFEITO

Art. 58 Compete, privativamente, ao Prefeito:

I - nomear e exonerar os Secretários Municipais e demais cargos, nos termos da lei;

II - exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção superior da administração municipal;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos, regulamentos, portarias
para sua fiel execução;

V - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados pela Câmara.

VI - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração municipal, na forma da lei;

VII - comparecer ou remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal por ocasião da
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do Município e solicitando as providências que
julgar necessárias;

VIII - nomear, após aprovação pela Câmara Municipal, os servidores que a Lei assim determinar;

IX - enviar à Câmara Municipal o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as


propostas de orçamento previstas nesta Lei Orgânica;

X - prestar, anualmente, à Câmara Municipal, até 30 de março as contas referentes ao exercício


anterior;

XI - prover os cargos públicos Municipais na forma da lei;

XII - repassar recursos para funcionamento da Câmara nos termos da Constituição Estadual fixados no
orçamento tendo como limite 10% da receita anual do Município.

XIII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica;

XIV - informar à população mensalmente, por meios eficazes, sobre receitas e, despesas da Prefeitura,
bem como, sobre planos e programas em implantação.

Parágrafo único. O prefeito Municipal poderá delegar por decreto, a seus auxiliares, as funções
administrativas, previstas nos incisos VI e XI.

Art. 59 Os crimes que o Prefeito Municipal praticar, no exercício do mandato ou em decorrência dele,
por infrações penais comuns ou por crime de responsabilidade, serão julgados perante o Tribunal de
Justiça do Estado.

§ 1º A Câmara Municipal, tomando conhecimento de qualquer ato do Prefeito que possa configurar
infração penal comum o crime de responsabilidade, nomeará comissão especial para apurar os fatos
que, no prazo de trinta dias, deverão ser apreciados pelo Plenário.

§ 2º Se o Plenário entender procedentes as acusações, determinará o (falta texto) apurado à


Procuradoria Geral da Justiça para as providências, se não, determinará o arquivamento, publicando
as conclusões de ambas decisões;

(Informação Portal LeisMunicipais: texto incompleto no Art. 59, § 2º, conforme arquivo original disponibilizado no final da
página).

§ 3º Recebida a denúncia contra o Prefeito, pelo Tribunal de Justiça, a Câmara decidirá sobre a
designação de procurador para assistente de acusação.

§ 4º O Prefeito ficará suspenso de suas funções com o recebimento da denúncia pelo Tribunal de
Justiça, que cessará se, cento e oitenta dias, não tiver concluído o julgamento.

Capítulo III
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS

Art. 60 Os Secretários Municipais, como agentes políticos serão escolhidos dentre brasileiros maiores
de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete aos Secretários Municipais, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Lei Orgânica e na lei referida no artigo 61:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração municipal


na área do sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III - apresentar ao Prefeito relatório, periódicos de sua gestão na Secretaria.

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.

Art. 61 Lei complementar disporá sobre a criação, estruturação e competência das Secretarias
Municipais ou órgãos equivalentes;

§ 1º Nenhum órgão da administração pública municipal, direta ou indireta, deixará de ter vinculação
estrutural e hierárquica.
Art. 62 O Prefeito, Vice-prefeito, Secretários Municipais os dirigentes de órgãos de entidades da
administração no ato da posse e término do mandato, deverão fazer declaração pública de bens.

Capítulo IV
DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

Art. 63 A Procuradoria Geral do Município é a instituição que representa, como advocacia geral, o
Município, Judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico ao
Poder Executivo.

§ 1º A Procuradoria Geral do Município tem por chefe o procurador Geral do Município nomeado pelo
Prefeito dentre integrantes da carreira de Procurador Municipal, maiores de trinta e cinco anos, após
aprovação de seu nome pela maioria dos Membros da Câmara Municipal, para mandato de dois anos,
permitida a recondução.

§ 2º A destituição do Procurador Geral do Município, pelo Prefeito, deverá ser precedida de


autorização da maioria absoluta da Câmara Municipal.

Art. 64 O ingresso na carreira de Procurador Municipal far-se-á mediante concurso público de provas
e títulos, assegurada a participação de subseção, da ordem dos Advogados do Brasil em sua
realização, inclusive na elaboração do programa e quesitos das provas observadas, nas nomeações a
ordem de classificação.

Capítulo V
DA GUARDA MUNICIPAL

Art. 65 A Guarda Municipal destina-se à proteção dos bens, serviços e instalações do Município, terá
organização funcionamento e comando na forma da lei complementar.

TÍTULO IV
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

Capítulo I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL

SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 66 O Município poderá instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão rio exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal o serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade
a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo próprio de Impostos.

§ 3º A legislação municipal sobre matéria tributária respeitará as disposições da lei complementar


federal:
I - sobre conflito de competência;

II - regulamentação às limitações constitucionais do poder de tributar;

III - as normas gerais sobre:

a) definição de tributos e suas espécies, bem como fatos geradores, bases do cálculos e contribuições
de impostos;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributária;
c) adequado tratamento tributário a ato cooperativo pelas sociedades cooperativas.

§ 4º O Município poderá instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício
destes, de sistema de previdência e assistência social.

SEÇÃO II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Art. 67 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Município:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II - instituir tratamento desigual entre contribuinte que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da Lei que os houver instituído ou
aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

IV - utilizar tributos com efeito de confisco;

V - estabelecer limitações ao tráfego do pessoas ou bens por meios de tributos intermunicipais,


ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Município;

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviço da União ou do Estado;


b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviço de partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades judiciais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos atendidos
os requisitos da lei;
d) livros, jornais e periódicos;

VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.

§ 1º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados à suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

§ 2º As vedações do inciso VI, "a" e a do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados ou que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativo ao bem imóvel.

§ 3º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c" compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 4º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobro mercadorias e serviços.

§ 5º Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária só poderá ser
concedida através da lei municipal específica.

SEÇÃO III
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 68 Compete ao Município constituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;

IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos na competência do Estado definida em lei


complementar federal que poderá excluir da incidência em se tratando de exportação de serviços para
o exterior.

§ 1º O Imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos do Código Tributário Municipal,
de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

§ 2º O imposto previsto no inciso II:

a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento Mercantil;
b) compete ao Município em razão da localização do bem.

§ 3º O imposto previsto no inciso III não excluir a incidência do imposto estadual sobre a mesma
operação.

§ 4º As alíquotas dos impostos previstos nos incisos III e IV não poderão ultrapassar o limite fixado em
lei complementar federal.

§ 5º O valor do imposto previsto no inciso I, não poderá ser superior ao valor do exercício anterior,
devidamente corrigido.

§ 6º No parcelamento do IPTU será aplicada os índices de correção vigentes, mais juros de mora de
1% ao mês.

SEÇÃO IV
DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS REPARTIDAS

Art. 69 Pertencem ao Município:

I - o produto da arrecadação do Imposto da União sobre renda e provento de qualquer natureza


incidente, na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por ele, suas autarquias e pelas
fundações que instituir ou manter;

II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do Imposto da União sobre a propriedade territorial
rural relativamente aos imóveis neles situados;

III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seu território;
IV - a sua parcela dos vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do estado sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ICMS, na forma do; parágrafo seguinte;

V - a sua parcela dos vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento do produto da arrecadação dos
impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, através do
Fundo de Participação dos Municípios em transferência mensais na proporção do índice apurado pelo
Tribunal de Contas da União;

VI - a sua parcela dos vinte e cinco por cento relativas aos dez por cento que o Estado; receberá da
União do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, na forma do parágrafo
único deste artigo.

Parágrafo único. As parcelas do ICMS a que faz jus o Município serão calculadas; conforme dispuser
Lei Estadual, assegurando-se que, no mínimo, três quartas partes serão na proporção do valor
adicionado nas operações realizadas no seu território.

Art. 70 O Município acompanhará o cálculo das quotas e a liberação de sua participação nas receitas
tributárias a serem repartidas pela União e pelo Estado, na forma lei complementar federal.

O Prefeito divulgará, até o último dia rio mês subsequente ao da arrecadação, o montante de
Art. 71
cada um dos tributos arrecadados e os recursos recebidos.

Capítulo II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Art. 72 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais;

§ 1º A lei que estabelecer o piano plurianual estabelecerá, por distritos, bairros e regiões, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública municipal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública


municipal, incluído as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, que orientará na
legislação tributária e estabelecerá a política de fomento.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, resumido da
execução orçamentária.

§ 4º Os planos e programas municipais, distritais, de bairros, regionais e setoriais previstos nesta Lei
Orgânica serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara
Municipal, após discussão com entidades representativas da Comunidade.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos poderes Legislativo e Executivo, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundação instituídas e mantidas pelo Poder Público
Municipal.

II - O orçamento de investimento das empresas em que o Município direta ou indiretamente, detenha a


maioria do capital social com direito a voto;

III - a proposta da lei orçamentária será acompanhada de demonstrativo do efeito sobre receitas e
despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões e benefícios de natureza financeira e tributária.
§ 6º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II deste artigo compatibilizados com o plano plurianual, terão,
entre suas funções, de reduzir desigualdades entre distritos, bairros e regiões, segundo o critério
populacional.

§ 7º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo, na proibição, a autorização para abertura de créditos, ainda que por
antecipação da receita nos termos da lei.

§ 8º Obedecerão às disposições de lei complementar federal específica a legislação municipal


referente a:

I - exercício financeiro;

II - vigência, prazos, elaboração e organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e


da lei orçamentária anual;

III - normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como instituição
de fundos.

Art. 73 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual às diretrizes orçamentárias e à proposta do


orçamento, anual serão apreciados pela Câmara Municipal na forma do Regimento Interno,
respeitados os dispositivos deste artigo.

§ 1º Caberá a comissão permanente de finanças:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e propostas referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Prefeito;

II - examinar e emitir parecer sobre planos e programas municipais, distritos, de bairros, regionais e
setoriais previsto nesta Lei Orgânica e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões da Câmara Municipal criadas de acordo com o art. 30:

§ 2º As emendas só serão apresentadas perante a Comissão que sobro elas emitirá parecer escrito.

§ 3º As emendas à proposta do orçamento anual ou aos projetos que modifiquem somente podem ser
aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano Plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesas,


excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;


b) serviço da dívida municipal;

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou comissões;


b) com os dispositivos do texto da proposta ou do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificações dos projetos e
propostas a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação na na Comissão, da parte cuja
alteração é proposta.

§ 6º Não enviados no prazo previsto na lei complementar referida no § 8º do art. 72, a Comissão
elaborará, nos trinta dias seguintes, os projetos e propostas de que trata este artigo.

§ 7º Aplicam-se aos projetos e propostas mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto
nesta seção, às demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto emenda ou rejeição da proposta de orçamento anual,
ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 74 São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedem os créditos


orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedem o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares e especiais com a finalidade precisa,
aprovadas pela Câmara Municipal por maioria absoluta.

IV - a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesas, a destinação de recursos para


manutenção de créditos por antecipação da receita;

V - o abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa, por maioria
absoluta, e sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização, por maioria absoluta;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, por maioria absoluta, de recursos do
orçamento anual para suprir déficit de empresas, fundações ou fundo do Município;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza sem prévia autorização legislativa, por maioria
absoluta.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime contra a
administração.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender as despesas


imprevisíveis e urgentes, decorrentes de calamidade pública, pelo Prefeito.

Art. 75 Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais destinados à Câmara Municipal, ser-lhe-ão entregues até o dia quinze de
cada mês, sob forma de duodécimos, sob pena de responsabilidade do chefe do Executivo.

Art. 76 A despesa com o pessoal ativo e inativo do município não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar federal.

Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos


ou alteração de estrutura de carreira, bem como a admissão de pessoal a qualquer título, pelos órgãos
e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público Municipal, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesas de pessoal
e aos acréscimos delas decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas


públicas e as sociedades de economia mista
TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA

Capítulo I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 77 O Município, na sua circunscrição territorial e dentro de sua competência constitucional,


assegura a todos dentro dos princípios da ordem econômica fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, existência digna, observados os seguintes princípios:

I - autonomia municipal;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte, e às micro
empresas.

§ 1º É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica independentemente de


autorização dos órgãos públicos municipais, salvo nos casos previstos em lei.

§ 2º Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público Municipal dará tratamento preferencial, na forma
da lei, a empresas brasileiras de capital nacional, principalmente às de pequeno porte.

§ 3º A exploração direta da atividade econômica, pelo município só será permitida em caso de


relevante interesse coletivo na forma da lei complementar que, dentre outras especificará as seguintes
exigências para as empresas públicas e sociedades de economia mista ou entidades para criar ou
manter:

I - regime jurídico das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias;

II - proibição de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado;

III - subordinação a uma secretaria municipal;

IV - adequação da atividade ao Plano Diretor, ao Plano Plurianual e às diretrizes orçamentárias;

V - orçamento anual aprovado pelo Prefeito;

Art. 78 A prestação de serviços públicos, pelo Município, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, serão reguladas em lei complementar que assegurará;

I - a exigência de licitação, em todos os casos;

II - definição do caráter especial dos contratos de concessão ou permissão, casos de prorrogação,


condições de caducidade, forma de fiscalização e rescisão;

III - os direitos dos usuários;


IV - a política tarifária;

V - a obrigação de manter serviço de boa qualidade;

VI - mecanismos de fiscalização pela comunidade e usuários.

Art. 79 O Município promoverá e incentivará o turismo como fator de desenvolvimento social e


econômico.

Art. 80 O Município formulará programas de apoio e fomento às empresas de pequeno porte,


microempresas e cooperativas de pequenos produtores rurais industriais, comerciais ou de serviços,
incentivando seu fortalecimento através de simplificação das exigências legais, do tratamento fiscal
diferenciado e de outros mecanismos previsto em lei.

Capítulo II
DA POLÍTICA URBANA

Art. 81 A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme
diretrizes lixadas em leis estaduais e federais, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções da cidade e seus bairros, dos distritos e dos aglomerados urbanos e garantir o bem-estar de
seus habitantes.

§ 1º O plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é o instrumento básico da política de


desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre a sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação urbana expressas no plano diretor.

§ 3º Os imóveis urbanos desapropriados pelo Município serão pagos com prévia e justa indenização
em dinheiro, salvo nos casos do inciso III, do parágrafo seguinte.

§ 4º O proprietário do solo urbano incluído no plano diretor, com área não edificada, ou subutilizada
nos termos da Lei Federal, deverá promover seu adequado aproveitamento sob pena, sucessivamente,
de:

I - parcelamento ou edificação compulsório;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública municipal de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de até dez anos, em parcelas anuais e
sucessivas, asseguradas o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 82 O Plano Diretor fixará normas sobre zoneamento, parcelamentos, loteamentos, uso e
ocupação de solo, contemplando áreas destinadas às atividades econômicas, áreas de lazer, cultura e
desporto, residenciais, reservas de interesse urbanístico, ecológico, e turístico, para o fiel cumprimento
do disposto no artigo anterior.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as formas de participação popular na sua elaboração, garantindo-


se a colaboração das entidades profissionais, comunitárias e o progresso de discussão com a
comunidade, divulgação, formas de controle de sua execução e revisão periódica.

§ 2º O plano deverá considerara a totalidade do território Municipal.

Art. 83 As terras públicas não utilizadas ou subutilizadas e as discriminadas serão destinadas


prioritariamente a assentamentos de população de baixa renda e a instalação de equipamentos
coletivos.

Parágrafo único. Fica assegurado o uso coletivo de propriedade urbana ocupada pelo prazo mínimo de
cinco anos por população de baixa renda desde que requerida em juízo por Entidade representativa da
Comunidade, a qual caberá o título de domínio e a concessão de uso.
Art. 84 O Município implantará sistema de coleta, transporte, tratamento e ou disposição final de lixo,
utilizando processos que envolvam sua reciclagem.

Art. 85Será criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, com representação de Órgãos
Públicos, Entidades Profissionais e de moradores, objetivando definir diretrizes e normas, planos e
programas submetidos à Câmara Municipal, além de acompanhar e avaliar as ações do Poder Público
na forma da lei.

TÍTULO VI
DA ORDEM SOCIAL

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 86 A Ordem social tem por base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça
social.

Art. 87 O Município assegurará, em seus orçamentos anuais, a sua parcela de contribuição para
financiar a seguridade social.

Capítulo II
DA SAÚDE

Art. 88 O Município integra com a União e o Estado, o Sistema Único Descentralizado de Saúde, cujas
ações e serviços públicos, na sua circunscrição territorial, são por ele dirigidos, com as seguintes
diretrizes:

I - atendimento integral e universalizado, com prioridade para as atividades previstas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;

II - participação da comunidade na formulação, gestão e controle das políticas e ações:

III - integração das ações de saúde, saneamento básico e ambiental.

§ 1º A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, obedecidos os requisitos da lei e as diretrizes da


política de saúde.

§ 2º As instituições privadas poderão participar, de forma complementar, do Sistema Único de Saúde,


segundo diretrizes deste, mediante contrato de direitos público ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 3º É vedado ao Município a destinação de recursos públicos para auxílios e subvenções às


instituições privadas com fins lucrativos.

Art. 89 Ao sistema Único Descentralizado de Saúde, compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar


da produção de medicamentos, equipamentos imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar os ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como
bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização de produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e


produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Art. 90 Será constituído um Conselho Municipal de Saúde, órgão deliberativo, constituído de


representantes das entidades profissionais de saúde, prestadoras de serviços sindicais, associações
comunitárias e gestoras do sistema de saúde, na forma da lei.

Capítulo III
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 91 O Município executará na, sua circunscrição territorial, com recursos da seguridade social,
consoante, normas gerais federais os programas de ação governamental na área de assistência social.

§ 1º As entidades beneficentes e de assistência social sediadas no Município poderão integrar os


programas referidos no "caput" deste artigo.

§ 2º A comunidade, por meio de suas organizações representativas, participará na formulação das


políticas e no controle das ações.

Capítulo IV
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E LAZER

Art. 92 O Município manterá seu sistema de ensino em colaboração com a União e o Estado, atuando,
prioritariamente, no ensino fundamental e pré-escolar, provendo seu território de vagas suficientes para
atender à demanda.

§ 1º Os recursos para a manutenção desenvolvimento do ensino compreenderão:

I - vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente
de transferência;

II - as transferências específicas da União e do Estado.

§ 2º Os recursos referidos no parágrafo anterior poderão ser dirigidos, também, às escolas


comunitárias, confessionais ou filantrópicas, na forma da lei, desde que atendidas as prioridades da
rede de ensino do Município.

Art. 93Integra o atendimento ao educando os programas suplementares de material didático escolar,


transporte, alimentação e assistência à saúde.

Art. 94 O Sistema de Ensino do Município será organizado com base nas seguintes diretrizes:

I - adaptação das diretrizes da legislação federal e estadual às peculiaridades locais, inclusive quanto
ao calendário escolar;

II - manutenção de padrão de qualidade através do controle pelo Conselho Municipal de Educação.

III - gestão democrática, garantindo a participação de entidades da comunidade da concepção,


execução, controle e avaliação dos processos educacionais;

IV - garantia de liberdade de ensino, de pluralismo religioso e cultural.

Serão criados o Conselho Municipal de Educação e Colegiados Escolares, cuja composição e


Art. 95
competência serão definidas em Lei, garantindo-se a representação da comunidade escolar e da
sociedade;
Parágrafo único. Os diretores e vice-diretores serão escolhidos através de eleição direta, na forma da
lei e seus mandatos terão duração mínima de 01 (um) ano e no máximo 02 (dois) anos não podendo o
diretor concorrer à reeleição.

Art. 96 O Município apoiará e incentivará a valorização a produção e a difusão das manifestações


culturais, prioritariamente, as diretamente ligadas à sua história, à sua comunidade e aos seus bens,
através de:

I - criação, manutenção e abertura de espaço culturais;

II - intercâmbio cultural e artístico com outros municípios e estados;

III - acesso livre aos acervos de bibliotecas, museus e arquivos;

IV - aperfeiçoamento e valorização dos profissionais da cultura.

Art. 97 Ficam sob a proteção do Município os conjuntos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico tombados pelo Poder Público Municipal.

Parágrafo único. Os bens tombados pela União ou pelo Estado merecerão idêntico tratamento,
mediante convênio.

Art. 98 O Município promoverá o levantamento e a divulgação das manifestações culturais da


memória da cidade e realizará concursos, exposições e publicações para sua divulgação.

Art. 99 O Município fomentará as práticas desportivas formais e não formais, dando prioridade aos
alunos de sua rede de ensino e à promoção desportiva locais.

Art. 100 O Município incentivará o lazer como forma de promoção e integração social.

Capítulo V
DO MEIO AMBIENTE

Art. 101 Todos têm direito ao meio ambiente ecológico equilibrado, bom de uso comum do povo e
essencial à saúde, qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à comunidade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Município:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas;

II - definir, em lei complementar, os espaços territoriais do município e seus componentes a serem


especialmente protegidos, e a forma da permissão para a alteração e supressão, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra, atividade ou parcelamento do solo potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudos práticos de impacto ambiental, a que
se dará publicidade;

IV - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos o substâncias que


comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

V - promover a educação ambiental na sua rede do ensino e a conscientização da comunidade para a


preservação do meio ambiente;

VI - proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécie ou submetem animais e crueldade;

VII - garantir a amplo acesso da comunidade as informações sobre fontes causadoras da poluição e
degradação ambiental.
§ 2º As matas e demais áreas de valor paisagístico do território Municipal ficam sob a proteção do
Município e sua utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente inclusive, quanto ao uso dos recursos naturais, especialmente zelando pela não
destruição das árvores frutíferas no município.

§ 3º Aquele que explorar recursos minerais, inclusive extração de areia, cascalho ou pedreiras, fica
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.

§ 4º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas


físicas ou jurídicas, às sanções administrativas ou penais, independentemente da obrigação de reparar
os danos causados.

§ 5º É proibido o despejo de dejetos industriais, hospitalares e residenciais diretamente em terras do


Município sem a devida autorização do Poder Executivo, sujeitando-se os infratores as sanções
administrativas e penais estabelecidas em leis complementares.

Art. 102 Fica criado o Conselho Municipal de Meio Ambiente cuja composição e competência serão
definidas em lei, garantindo-se, representação do Poder Público, de entidades ambientalistas e demais
associações representativas da comunidade.

Capítulo VI
DO SANEAMENTO BÁSICO

Art. 103 Cabe ao Município prover sua população dos serviços básicos de abastecimento d`água,
coleta e disposição adequada dos esgotos e lixo, drenagem urbana de águas fluviais, segundo as
diretrizes fixadas pelo Estado e União.

Art. 104 Os serviços definidos no artigo anterior são prestados diretamente por órgãos municipais ou
por concessão a empresas públicas ou privadas devidamente habilitadas.

§ 1º Serão cobradas taxas ou tarifas pela prestação dos serviços na forma da lei.

§ 2º A lei definirá mecanismos de controle e de gestão democrática de forma que as entidades


representativas da comunidade deliberem, acompanhem e avaliem as políticas e as ações dos órgãos
ou empresas responsáveis pelos serviços.

Capítulo VII
DO TRANSPORTE URBANO

Art. 105 O sistema de transporte coletivo é um serviço público essencial a que todo cidadão tem
direito.

Art. 106 Caberá ao Município o planejamento e controle do transporte coletivo e sua execução poderá
ser feita diretamente ou mediante concessão.

§ 1º A permissão ou concessão para exploração do serviço não poderá ser em caráter de


exclusividade.

§ 2º Os planos de transportes devem priorizar o atendimento à população de baixa renda.

§ 3º A fixação de tarifas deverá contemplar a remuneração dos custos operacionais e do investimento,


compreendendo a qualidade do serviço e poder aquisitivo da população.

§ 4º A Lei estabelecerá os casos de isenção de tarifas, padrões de segurança e manutenção, horários,


itinerários e normas de proteção ambiental, além das formas de cumprimento de exigências constante
do plano Diretor e de participação popular.

Art. 107 O Município, em convênio com o Estado, promoverá programas de educação para o trânsito.
Capítulo VIII
DOS DEFICIENTES, DA CRIANÇA E DO IDOSO

Art. 108 A Lei disporá sobre a existência e adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e
dos veículos de transporte coletivo a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência física ou sensorial.

Art. 109 O Município promoverá programas de assistência à criança e ao idoso.

Art. 110 Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade do transporto coletivo urbano.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1º O Prefeito Municipal e os membros da Câmara Municipal prestarão o compromisso de manter,


defender e cumprir a Lei Orgânica do Município no ato e na data de sua promulgação.

Art. 2ºSão considerados estáveis os servidores públicos municipais cujo ingresso não seja
consequente de concurso público e que, à data da promulgação da Constituição Federal, completarem
pelo menos, cinco anos continuados de exercício de função pública municipal.

§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando se
submeterem a concursos públicos, para fins de efetivação, na forma da lei.

§ 2º Excetuados os servidores admitidos a outro título, não se aplica o disposto neste artigo aos
nomeados para cargos em comissão ou admitidos para funções de confiança nem aos que a lei
declare de livre exoneração.

Art. 3º Dentro de cento e oitenta dias proceder-se-á à revisão dos direitos dos servidores públicos
municipais inativos e pensionistas e à atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de
ajustá-los ao disposto nesta Lei.

Art. 4º Até o dia 05 do maio de 1990 será promulgada a Lei regulamentando a compatibilização dos
servidores públicos municipais ao regime jurídico estatutário e à reforma administrativa consequente do
disposto nesta Lei.

Art. 5º Dentro de cento e oitenta dias deverá ser instalada a procuradoria Geral do Município, na
forma prevista nesta Lei.

Art. 6º Até 31 de dezembro de 1990, será promulgada o novo código Tributário Municipal.

O Poder Executivo reavaliará todos os incentivos fiscais de natureza setorial ora em vigor,
Art. 7º
propondo ao Poder Legislativo as medidas cabíveis.

§ 1º Considerar-se-ão revogados, a partir do exercício de 1991, os incentivos que não forem


confirmados por Lei.

§ 2º A revogação não prejudicará os direitos que já tiverem sido adquiridos, àquela data, em relação a
incentivos concedidos sob condição e com prazo.

Art. 8º Após seis meses da promulgação desta Lei, deverão ser regulamentados os Conselhos
Municipais nela criados.

Art. 9º Em atendimento ao Art. 21 da Constituição Estadual, fica vedado a utilização de nome,


sobrenome ou cognome de pessoas vivas, nacionais ou estrangeiras, para denominar artérias,
logradouros, localidades, prédios e equipamentos públicos de qualquer natureza.

Lei Orgânica do Município de Baianópolis, promulgada em 05 de abril de 1990.

JOSÉ BATISTA PORTO


Presidente

DEOCLESIANO RODRIGUES DE OLIVEIRA


Vice-presidente

GEROLINO LUIZ ALVES


1º Secretário

ADELINO DE SOUZA LIMA


2º Secretário

ORLANDO JOSÉ DE OLIVEIRA


Líder do PFL

FRANCISCO FERREIRA DA CRUZ


Líder do PDC

IVETE PASSOS DA MATA


Líder do PMDB

EDSON JOSÉ DE SOUZA

ALMIRO PEREIRA DOS ANJOS

GONÇALO MENDES PEREIRA

DANIEL BRASILEIRO DO PRADO

Visualizar Ato na Íntegra: Lei Orgânica Nº 1/1990 - Baianópolis-BA


(www.leismunicipais.comhttp://www2.leismunicipais.com.br/leismunicipais/originais/ba/baianopolis/lei-organica

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 18/09/2019


Nota: Este texto disponibilizado não substitui o original publicado em Diário Oficial.

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