O problema do livre-Árbitro

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O problema do livre-Árbitro

1.DISTINÇÃO DE ATOS VOLUNTÁRIOS E ATOS INVOLUNTÁRIOS

Atos involuntários:
(Comuns a todos os seres vivos)

-involuntários: não dependem da nossa vontade


-inconscientes: não implicam reflexão
-não implicam um propósito
-não são livres: não depende de uma escolha ou decisão

EX: transpirar, tremer, respirar, espirrar, … etc

Atos voluntários:
(Específico ao ser humano)

-voluntários: dependem da nossa vontade


-conscientes: implicam reflexão
-implicam um propósito
-são livres: dependem de uma escolha ou decisão
-responsáveis: implicam responsabilidade da nossa parte

EX: escolher um destino de férias, decidir o que seguir,… etc

4.PLANIFICAÇÃO DO PROBLEMA DO LIBRE ARBÍTRIO

Problema filosófico problema do livre arbítrio


Questão filosófica há ações livres? O ser humano é livre de escolher/ decidir e agir?

Tese libertismo tese incompatibilista


determinismo radical tese incompatibilista
determinismo moderado tese compatibilista

O problema do livre-arbítrio consiste, assim, em saber se é possível afirmar


ao mesmo tempo que “tudo que acontece é o resultado de uma causa“ e
“ação humana é um ato livre“

4.1 DETERMINISMO RADICAL

Tese não há livre-arbítrio

Princípio da causalidade:

● Na natureza tudo o que acontece tem uma causa;


● O universo é um sistema que obedece a leis causais invariáveis e necessárias;
● Mesmo que não conheçamos as causas de um acontecimento, não significam que não
existam;

Argumentos:

A ação humana obedece ao determinismo:

● Tudo o que fazemos é determinado por uma causa necessária: leis físicas, causas
biológicas, sociais, psicológicas, etc;
● Porque não controlamos essas causas; não somos livres;
● O facto de ignorarmos a causa das nossas ações, leva-nos a acreditar ilusoriamente
que somos livres;

Consequências:

Se os meus atos são determinados, não tenho escolha. Se não tenho escolha, não sou
responsável por eles. Sou apenas influenciado por fatores internos e externos.

ARGUMENTO

SE TUDO ESTÁ DETERMINADO, ENTÃO NÃO HÁ


LIVRE-ARBÍTRIO.
MAS TUDO ESTÁ DETERMINADO

LOGO, NÃO HÁ LIVRE-ARBÍTRIO

*estar determinado significa não puder ter feito de forma diferente


Objecções/criticas:

1.ARGUMENTO DA EXPERIÊNCIA DA LIBERDADE E DA RESPONSABILIDADE (TESE


LIBERTISTA)

Sentimos que temos liberdade e somos responsáveis pelo que fazemos, porque sabe,os que
poderias ter escolhido diferente. Há livre-Arbítrio

2.ARGUMENTO DO INDETERMINISMO (TESE LIBERTISTA)

O Universo não funciona de forma totalmente previsível. Como não dá pra saber exatamente
a causa de uma ação, podemos dizer que ela vem da liberdade da pessoa. Por isso,há o livre-
arbítrio.

3.SE NÃO EXISTISSE LIVRE-ARBÍTRIO, NÃO HAVERIA RESPONSABILIDADE MORAL, O


QUE SOCIALMENTE SERIA DESASTROSO

4.2 LIBERTISMO

Tese há livre-arbítrio

Argumentos:

1. Afirmação de distinção entre corpo e mente:


Viver em um mundo onde tudo parece seguir causas e efeitos não significa que
nossas ações estão completamente determinadas. A mente não está totalmente presa a
essas regras da natureza. As nossas ações vêm das nossas decisões conscientes e não
precisam ser causadas diretamente por eventos anteriores.

1. Argumento da experiência da liberdade e da responsabilidade: (objecções do


determinismo radical)
Ao fazermos uma escolha consciente percebemos que somos livres(podíamos ter
escolhido diferente) e reconhecemos que somos responsáveis pelas nossas ações; fatores
como herança genética, crenças, personalidade, cultura, pesam nas descoles mas não são
causas, são só influências.

1. Argumento do indeterminismo: (objecções do determinismo radical)


Na natureza, não conseguimos saber as causas exatas dos fenômenos (como o
acaso e o que é aleatório). Da mesma forma, não sabemos as causas exatas das ações
humanas. Por isso, podemos dizer que a ação humana é livre.
Consequências:

Se as minhas ações resultam de uma decisão minha, então tenho livre-arbítrio e poso ser
moralmente responsável pelo que faço.

ARGUMENTO

SE TEMOS LIVRE-ARBÍTRIO, ENTAO


O DETERMINISMO É FALSO.
TEMOS LIVRE-ARBÍTRIO.

LOGO, O DETERMINISMO É FALSO.

Objecções/criticas:

1.Crítica ao argumento da experiência da liberdade e da responsabilidade:

A sensação que temos de ser livre e responsáveis pode ser ilusória, decorrendo do facto de
ignorarmos as causas da ação. Logo, não há livre arbítrio.

2.Critica do argumento do indeterminismo:

Se as ações são fruto do que já está determinado, elas não resultam da liberdade do agente ,
pois não implicam uma escolha. Logo, não há livre-arbítrio.

4.3 DETERMINISMO MODERADO

Tese as ações são livres, apesar do determinismo

Argumentos:

1. O determinismo do mundo natural não anula a liberdade e responsabilidade do


agente:
mesmo que tudo esteja determinado, as nossas escolhas e ações são livres, desde
que não sejam forçadas; ser livre não implica agir sem causa, mas sim sem obrigação.

1. As ações podem ter causas (biológicas, sociais, psicológicas,…), mas tal não significa
que não sejam resultado do nosso livre-arbítrio, porque podemos sempre agir de outra
maneira.

As causas são apenas condicionantes e não determinantes:


O que nos torna livres é a ausência de sermos obrigados a agir de certo modo e
não a ausência das causas.
A ação livre é aquela em que o agente não é restringido fisicamente, nem coagido
na sua vontade, nem limitado na sua racionalidade ao realizá-la.

Consequências:

Se as ações resultam de uma decisão não constrangida, então há livre-arbítrio e o agente


pode ser moralmente responsabilizado pelo que faz.

ARGUMENTO

NÃO É VERDADE QUE SE O DETERMINISMO É


VERDADEIRO NÃO TEMOS LIVRE-ARBÍTRIO.

LOGO, O DETERMINISMO É VERDADEIRO E


TEMOS LIVRE-ARBÍTRIO.

4.3.1 TESE COMPATIBILISTA (DETERMINISMO MODERADO): AS AÇÕES SÃO


LIVRES, MAS EXISTEM LIMITAÇÕES OU RESTRIÇÕES À VONTADE DO AGENTE

condicionantes da ação humana:

1. Condicionantes históricas, sociais e culturais (ex: comer com talheres, usar vestidos
em lugares saris, considerar a vida humana sagrada, …);
2. Condicionantes físico biológicas de espécies e individuais (ex: não temos aparelhos
respiratórios que permitam respirar debaixo de água, ser asmático ou ter miopia, …)

Objecções/criticas:

1. A nossa vontade é condicionada por causas que não controlamos e , por isso, não
somos realmente livres.
2. Se as condicionantes da ação humana são fatores externos que determinam os
motivos e as intenções da ação do agente, de que forma é que o agente pode ser
considerado autor da sua ação?

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