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Revista Pergaminho, n.

12: 133-145, 2021


© Centro Universitário de Patos de Minas
https://revistas.unipam.edu.br/index.php/pergaminho

Os métodos no processo de
alfabetização e letramento

The methods in the literacy process

JORDANA TOLENTINO PIRES


Discente do curso Pedagogia (UNIPAM)
E-mail: jordanatolentino65@gmail.com.

CAROLINA DA CUNHA REEDIJK


Professora orientadora ( UNIPAM)
E-mail: carol@unipam.ebu.br

Resumo: A etapa de alfabetização e letramento é um momento de muitos desafios, uma fase de


descobertas e aprendizados. Sabendo-se que a leitura e a escrita exercem um papel essencial
para que o sujeito se forme social e cognitivamente e que o processo de alfabetização é de
extrema importância para que o aluno evolua, faz-se necessário entender esse processo e fazer
com que ele ocorra da melhor forma possível, buscando o melhor para os alunos. Compreender
que, mesmo havendo diferenças entre a alfabetização e o letramento, os dois conceitos devem
estar articulados nas práticas pedagógicas, uma vez que saber ler e escrever implica saber fazer
uso da língua nas mais diversas práticas sociais. Como problemas de aprendizagem estão
sujeitos a acontecer, é preciso analisar o método que está sendo utilizado e a maneira como está
sendo aplicado, pois o processo de aprendizagem não acontece da mesma forma para todos os
alunos. Cada pessoa apresenta particularidades, seu jeito de ser, de pensar, de enxergar o
mundo, tendo também sua maneira de aprender, seu modo de raciocinar, ou seja, seu estilo de
aprendizagem. Sendo assim, a presente pesquisa, de caráter bibliográfico, teve como objetivo
apresentar a importância de se analisar os métodos utilizados no processo de ensino da leitura
e da escrita e mostrar como os métodos podem influenciar no processo de alfabetização e
letramento. Por meio do exposto no decorrer da investigação, os seguintes pontos foram
evidenciados: a importância de se problematizar a utilização de um único método de ensino,
uma vez que o processo de ensinar, que leva em consideração a singularidade de cada aluno,
deve ser desenvolvido de uma forma plural e diversificada, e a importância de o professor
adquirir uma visão ampla com relação ao ensino/aprendizagem, buscando métodos de ensino
que beneficiem a aprendizagem.
Palavras-chave: Leitura. Escrita. Metodologias. Aprendizagem.

Abstract: The literacy stage is a time of many challenges, a phase of discovery and learning.
Knowing that reading and writing play an essential role for the subject to be formed socially and
cognitively, and that the literacy process is extremely important for the student to evolve, it is
necessary to understand this process and make it happen in the best way possible, seeking the
best for the students. Understand that, even though there are differences between literacy and
literacy, the two concepts must be articulated in the pedagogical practices, since knowing how to
read and write implies knowing how to use the language in the most diverse social practices. As
learning problems are bound to happen, it is necessary to analyze the method being used and the

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OS MÉTODOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

way it is being applied, because the learning process does not happen in the same way for all
students. Each person has particularities, his way of being, of thinking, of seeing the world, and
also has his way of learning, his way of reasoning, that is, his learning style. Thus, this
bibliographical research aimed to present the importance of analyzing the methods used in the
process of teaching reading and writing, and to show how the methods can influence the literacy
and literacy process. Through what was exposed during the research, the following points were
highlighted: the importance of questioning the use of a single teaching method, since the teaching
process, which takes into account the uniqueness of each student, should be developed in a plural
and diversified way, and the importance of the teacher acquiring a broad view regarding
teaching/learning, seeking teaching methods that benefit learning.
Keywords: Reading. Writing. Methodologies. Learning.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Para que o sujeito se forme, do ponto de vista social e cognitivo, a leitura e a


escrita têm um papel essencial, pois, por meio dessas práticas, buscamos conhecimentos
e interagimos ainda mais com mundo à nossa volta. Compreender o seguimento de
alfabetização das crianças por meio da leitura e da escrita oportuniza entendimentos a
respeito do universo que interfere na construção da existência da criança e no seu
desenvolvimento.
De fato, podemos reconhecer que o processo de alfabetização é de extrema
relevância para evolução e progresso do aluno. Caso esse processo aconteça de maneira
satisfatória, o estudante pode sofrer consequências, com complicações que podem
perdurarpor toda a trajetória escolar. Sendo assim, podemos perceber que se deve ter
um olhar atencioso voltado para os primeiros anos de ensino, construindo uma base
sólida para o desenvolvimento e aprendizagem.
Vale destacar que o olhar também deve ser voltado para a questão do
letramento, que é o que configura e denomina ações e práticas sociais no âmbito da
leitura e da escrita, transcendendo o domínio do sistema alfabético e ortográfico, pois,
crescentemente se vê a importância de a escola voltar-se para questões relativas às
práticas sociais e aos variados usos da linguagem nesse âmbito: o que indica que o foco
apenas na alfabetização não é suficiente.
Problemas de aprendizagem ocorrem no dia a dia escolar, por isso se faz
necessária uma observação sobre as práticas pedagógicas, a fim de ajudar as crianças
na obtenção e no desenvolvimento de capacidades, para que se torne mais fácil o
processo de aprender a ler e a escrever. Em alguns casos, o aluno é tachado como
desinteressado e preguiçoso, muitas vezes sendo ignorado ou até mesmo diagnosticado
erroneamente. Nesse contexto, deve ser levada em consideração a possibilidade de a
criança não conseguir compreender como método que está sendo utilizado no processo
de ensino e, por isso, o professor deve oportunizar alternativas metodológicas
apropriadas e propícias para cada caso específico.
Segundo Morais (2012 p.181), “ensinar de forma cuidadosa e explícita o
sistema de escrita alfabética (SEA) se coloca hoje como uma medida urgente para
reinventarmos as metodologias de alfabetização que usamos em nosso país.” Nessa
lógica, é necessário buscar maneiras para que a aprendizagem da leitura aconteça de

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modo adequado. Por isso, uma análise dos métodos de ensino utilizados nesse processo
se torna imprescindível, uma vez que os diferentes métodos abordam a leitura a partir
de diferentes perspectivas, o que aponta para uma possível relação com a forma como
as crianças aprendem a ler.
Face ao exposto, o objetivo geral deste estudo é apresentar a importância de se
analisar os métodos utilizados no processo de ensino da leitura e mostrar como os
métodos podem influenciar no processo de alfabetização e letramento. Quanto aos
objetivos específicos, a presente investigação busca problematizar a utilização de um
único método de ensino, uma vez que o processo de ensinar, que leva em consideração
a singularidade de cada aluno, deve ser desenvolvido de uma forma plural e
diversificada e destacar a importância deo professor adquirir uma visão ampla com
relação ao ensino/aprendizagem, buscando métodos de ensino que beneficiem a
aprendizagem.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 LEITURA E ESCRITA

A leitura e a escrita estão presentes no dia a dia de todas as pessoas e exercem


um papel crucial para a convivência em sociedade, ainda mais que os meios de
comunicação e a tecnologia estão cada vez mais presentes em nossa vida e em nossos
afazeres. Sendo assim, faz-se necessária uma alfabetização de qualidade, para que não
se aprenda somente a decodificação, mas sim o uso da língua.
Envolvendo dimensões naturais, neurológicas, econômicas e políticas, a
leitura é um processo de compreensão extensiva. O paralelismo entre os sinais gráficos
e os sons, juntamente com o entendimento das ideias, condiz com a ação de
compreender. A leitura é estabelecida pela forma de comunicação com o texto, forma
pela qual se busca a compreensão. Levando em consideração esse conceito, o aluno
que é capaz apenas de decodificar e não é capaz de interpretar e compreender não é
considerado um indivíduo que lê. Para Fulgênio e Liberato (1992), a leitura e a escrita
são resultados das interações entre informações visuais e não visuais, ou seja, quem lê
e escreve constrói significados unindo todo o seu conhecimento de mundo, seus
esquemas mentais relacionados ao conteúdo tratado no texto, às informações
oferecidas pelo autor, expressas no papel.
Partindo da ideia de que a leitura significa compreensão, ela é uma forma de
comunicação com o texto. A escrita, por sua vez, pode ser classificada como a
representação gráfica que pode representar ideias, sentimentos e conceitos. Pela
complexidade dessas práticas, é necessário que haja, além da análise do aprendizado
da linguagem escrita e da leitura, a análise da eficácia dos métodos que estão sendo
utilizados no processo de ensino.

2.2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

A alfabetização está vinculada à compreensão e ao aprendizado do código


alfabético. Esse conceito está relacionado com a memorização do alfabeto, com a

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representação das letras, com a junção das sílabas e com a composição de palavras para
serem usadas na leitura e na escrita. A pessoa alfabetizada torna-se capaz de ler, de
escrever, de interpretar e também de se expressar de forma escrita. Sobre esse processo,
Moll (2009, p. 179) postula que

A Alfabetização é um processo de construção do conhecimento e,


como tal, é desencadeada pela “interação” entre o educando e objeto
de conhecimento [...] transcende a escolha e à execução de um método
de ensino; é um processo multifacetado no qual se confrontam a
língua escrita, o educando e a intervenção didática do espaço escolar.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no Ensino


Fundamental - Anos Iniciais, os componentes curriculares tematizam diversas práticas,
considerando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais e
contemporâneas. Nesse conjunto de práticas, nos dois primeiros anos desse segmento,
o processo de alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica, pois aprender a ler e a
escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente, uma vez que amplia suas
possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes e possibilita a
inserção e a participação com maior autonomia e protagonismo na cultura letrada.
O letramento, por sua vez, está associado com o desenvolvimento da
capacidade adquirida pelo indivíduo de fazer o uso socialmente da leitura e da escrita.
Soares (2004, p. 47) define letramento como “estado ou condição de quem não apenas
sabe ler e escrever, mas cultiva as práticas sociais que usam a escrita”.
Frente ao exposto, compreende-se que o letramento tem a ver com o
desenvolvimento de habilidades de empregar a leitura e a escrita nas práticas sociais, e
não apenas saber de maneira mecânica, e a alfabetização é muito mais que codificação
e decodificação de códigos, pois o processo de alfabetizar é influenciado pelos vínculos
sociais estabelecidos com os colegas de classe, o educador e o seu conhecimento de
mundo (SEIXAS, 2012).
A linguagem é uma atividade humana, fazendo parte de um processo de
interação entre os sujeitos e o meio, materializando-se em práticas sociais, com
intenção e objetivo.
Partindo dessa concepção, a BNCC (2017) propõe o ensino numa perspectiva
enunciativo-discursivo, com centralidade no texto como unidade de trabalho,
considerando sempre a função social dos textos utilizados. Isso quer dizer que se deve
trabalhar com os alunos textos reais, proporcionando situações de leitura e escrita,
fazendo com que os alunos percebam a funcionalidade do texto.
É válido ressaltar que a criança desde que nasce está introduzida em um meio
social cheio de valores, concepções e ideias. É a partir dessa visão que Vygotsky defende
que o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita devem ser sistematizados, de
modo que o educando consiga atribuir sentido ao que lê e ao que escreve.

[...] a escrita deve ter significado para as crianças, uma necessidade


intrínseca deve ser despertada nelas e a escrita deve ser incorporada a
uma tarefa necessária e relevante para a vida. Só então poderemos
estar certos de que ela se desenvolverá não como hábito de mão e

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dedos, mas como uma forma nova e complexa de linguagem [...] o que
se deve fazer é ensinar às crianças a linguagem escrita, e não apenas a
escrita de letras (VYGOTSKY, 1991, p. 133-134).

Sendo assim, alfabetização e letramento são processos distintos, e definir


claramente esses termos é extremamente relevante. A compreensão desses termos
depende dos resultados de alfabetização obtidos em sala de aula, pois somente isso
permitirá ao professor avaliar qual a melhor metodologia de ensino que lhe ajudará a
alcançar os objetivos almejados (MENDONÇA, 2011).
Para mais, Soares (2007) defende o quão é primordial procurar uma
metodologia para dar suporte ao exercício do professor, para que haja uma estruturação
e uma materialização, que são cruciais para o acompanhamento e orientação da
aprendizagem da criança. Segundo a pesquisadora, letrar alfabetizando ou alfabetizar
letrando é sem dúvidas uma escolha para a superação de problemas que se enfrenta
nessa fase da escolarização.
Destarte, apesar de serem ações diferentes, o ideal é trabalhar alfabetização e
letramento de forma paralela, partindo do ponto de vista que são complementares. Por
isso, deve-se levar em consideração a forma de se alfabetizar letrando.

2.3 MÉTODOS SINTÉTICOS E MÉTODOS ANALÍTICOS

De acordo com Braslavsky (1971, p. 43-45), os métodos de leitura estão


agrupados em dois grandes grupos: os sintéticos, que vão da leitura dos elementos
gráficos (o alfabético, o fônico, o silábico) à leitura da totalidade da palavra, e os
analíticos, que partem da leitura da palavra, da frase ou do conto (historieta), para
chegar ao reconhecimento de seus elementos, que é a sílaba ou a letra.
De acordo com o item linguístico analisado podemos classificar os métodos
sintéticos em alfabético, que parte das letras; silábico, que parte das sílabas; e fônico,
que parte dos sons que correspondem às letras. Sendo assim, esses métodos vão da
parte para o todo, ou seja, da unidade linguística para a palavra.
O método alfabético, que também é chamado de soletração, baseia-se em
aprender os nomes das letras, tendo como proposta reconhecê-las também fora de
ordem e em diferentes contextos, tendo como objetivo sua redescoberta mais adiante
em palavras e textos. Conta com técnicas que auxiliam a associação do nome da letra
com sua forma visual e também ao som adquirido na palavra. O reconhecimento das
letras é parte crucial para a alfabetização, mas o uso excessivo da memorização, quando
trabalhada sem contexto, pode ocasionar o afastamento do aluno do significado das
palavras.
O método silábico, por sua vez, considera a sílaba como o item linguístico
primordial, começando pelas mais simples, que se formam apenas com uma consoante
e uma vogal, passando posteriormente para as sílabas consideradas mais complicadas.
Geralmente é um método que faz uso de cartilhas que apresentam as famílias silábicas,
que podem estar acompanhadas por desenhos, nas quais as sílabas iniciais ficam
evidenciadas. Sendo assim, esse método ressalta essa unidade da palavra, que pode ser
identificada com o som, pois, ao falarmos, estamos pronunciando as sílabas, e não as

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letras separadamente.
O método fônico, por outro lado, determina uma conexão entre o fonema e o
grafema, partindo dos sons mais simples para os mais complexos. Dessa forma,
relaciona a escrita e a fala, apresentando também a possibilidade de abrir caminhos
para a decodificação dos textos.
Os métodos analíticos, como já dito, partem do todo para a parte,ou seja, o
todo é analisado primeiramente e, em seguida, os elementos que o constituem, como
palavras e frases (métodos palavração, sentenciação e global). No método palavração,
a unidade linguística trabalhada é a palavra, tendo como objetivo sua identificação
gráfica, não sendo necessária sua decomposição em sílabas, letras, fonemas ou
grafemas. O plano é que o indivíduo crie uma base antes de começar a construir frases
e textos. Uma série de palavras é apresentada para que os alunos comecem a reconhecer
suas características gráficas. A memorização é trabalhada por meio da associação das
palavras a imagens e exercícios de escrita são propostos. Esse método faz a junção da
prática sintética com a analítica, uma vez que permite o trabalho com unidades
menores, sem deixar de lado os significados.
A proposta do método setenciação é começar de algo mais completo, uma
unidade maior, que é a frase. Dessa forma, o aluno reconhece e compreende
primeiramente uma sentença, para depois fazer a análise dos fragmentos menores,
podendo assim aprender a usar estratégias de leitura inteligente desde o começo do
processo de alfabetização.
O método intitulado global parte de um texto, que é memorizado pelo
estudante, com o intuito de fazê-lo entender o sentido geral do que foi lido. Após o foco
no texto, as sentenças são analisadas, as palavras identificadas e a comparação das
composições silábicas feita. Partindo desse desenvolvimento, o processo de
alfabetização parte do texto para, em seguida, voltar-se para as partes menores.

2.3.1 Os métodos e suas várias facetas

Ao se analisar o cenário de educação do Brasil desde o final do século XIX,


constata-se que questões relativas à leitura e à escrita são relacionadas à alfabetização.
E ao sepensar em alfabetização, levanta-se o questionamento do melhor método a ser
utilizado.
A partir da década de 1980, o fracasso da alfabetização das crianças passou a
ser questionado. Com o intuito de buscar respostas aos questionamentos, o pensamento
construtivista, decorrente de pesquisas desenvolvidas por Emilia Ferreiro e
colaboradores sobre a psicogênese da língua escrita, passa a compor as discussões em
torno do processo de alfabetização.
A partir desse contexto, várias reuniões entre educadores e especialistas foram
realizadas e, assim conforme as diretrizes determinadas pela Lei de Diretrizes e Bases
9394/96, surge no Brasil, em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais, conhecidos
também como PCN. Essa nova perspectiva, proveniente essencialmente dos estudos da
psicogênese da língua escrita, impactou diretamente a maneira de se trabalhar a
alfabetização, pois o foco deixou de estar no “como se ensinava” e passou a estar no
“como se aprendia”. Essa mudança de foco provocou um esforço das secretarias de

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educação quanto à revisão das práticas de alfabetização. Partindo do foco no “como se


aprende”, os PCN passam a ser referência no que tange ao planejamento das práticas
pedagógicas do professor.
Contudo, problemas quanto ao ensino da leitura e da escrita continuam
fazendo parte do contexto educacional no século XXI, sendo um deles a carência de
uma didática que dê respostas às frustrações da escola com relação a esse processo.
Frente a esses desafios, pesquisas voltadas para a apresentação de novas propostas para
a alfabetização, baseadas em diferentes métodos e em um novo olhar e concepção frente
ao processo de alfabetização, passam a ser desenvolvidas e discutidas no contexto
escolar. Com isso, um olhar mais crítico e reflexivo em relação ao processo de
alfabetização passa a fazer parte do âmbito acadêmico/escolar.
Além disso, como ponto principal, é importante observar que os métodos de
alfabetização, que são diversos, fazem-se presentes no ambiente educacional para
proporcionar a aquisição e o desenvolvimento da leitura e da escrita.
Soares (2007, p. 24) salienta que

[...] a questão dos métodos, que tanto tem polarizado as


reflexões sobre alfabetização, será insolúvel enquanto não se
aprofundar a caracterização de diversas facetas do processo
e não se buscar uma articulação dessas diversas facetas nos
métodos e procedimentos de ensinar a ler e a escrever.

Outra questão a ser tratada é o fato de pensarmos que os processos de


aprendizagem das crianças dependem somente dos métodos utilizados pelo professor.
Sobre essa questão, Ferreiro (1985) afirma que as crianças tentam compreender o
sistema de escrita se apropriando desse conteúdo a sua maneira e com sua lógica, e não
com a lógica e a sequência dos métodos.
Diante disso, podemos perceber que cada criança irá compreender o método
de uma forma diferente, o que reforça a ideia de que a utilização de apenas um método
é insuficiente para o aprendizado de toda a turma. Como reitera Cagliari (1998),
nenhum método garante bons resultados sempre e em qualquer lugar. O método pode
facilitar ou dificultar, mas não criar aprendizagens, uma vez que a aprendizagem
acontece com bom senso, dedicação e competência do professor em conjunto com o
esforço e a motivação para aprender do aluno.
Frente às várias maneiras de alfabetizar, através dos métodos existentes e suas
várias facetas, é imprescindível que os profissionais da educação detenham maior
conhecimento no que diz respeito aos métodos empregados pelos alfabetizadores.

2.3.2 O aluno como o centro da alfabetização

Na década de 1980, surge no cenário educacional brasileiro um novo protótipo


de educação baseado no construtivismo. Por meio dos estudos feitos por Emilia Ferreiro
e Ana Teberosky, embasados nas teorias de Piaget, o aluno passa a ser o centro do
processo de aprendizagem, sendo considerado o construtor do seu conhecimento. O
papel do professor, nessa perspectiva, passa a ser o de facilitador, uma vez que na

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concepção construtivista a criança evolui através das próprias descobertas. A criança


descobre situações voltadas para a escrita, criando suposições que posteriormente serão
questionadas. Esse processo faz com quea criança progrida e aprenda. Segundo Soares
(1985, p. 22), “nessa perspectiva, o sucesso ou fracasso da alfabetização relaciona-se com
o estágio de compreensão da natureza simbólica da escrita em que se encontra a
criança”.
A partir do construtivismo, teoria de aprendizagem do campo da psicologia
cognitiva, o professor deixa de ser o centro do processo de aprendizagem, pelo fato de
evidenciar que a aprendizagem depende diretamente do engajamento do aluno para
que esse processo seja bem sucedido. O aluno, assim, deixa de ser coadjuvante e passa
ser o protagonista do processo de aprendizagem.
A partir de 1985, chegam ao Brasil os estudos feitos por Vygotsky. Vygotsky
defende que o que distingue o homem dos outros animais são o pensamento, a atenção
voluntária, a memória, ou seja, as origens superiores de comportamento consciente.
Para o psicólogo em questão, o homem não é visto como um ser passivo, mas sim como
um ser que age ativamente em suas relações sociais e sobre o mundo. Segundo o autor,
quando a criança vai à escola, ela participa de um intercâmbio social que a possibilita,
por meio da intervenção do professor e das interações com o meio e com os colegas,
construir novos sentidos.
Um conceito muito importante na teoria de Vygotsky (1991) é o da zona de
desenvolvimento proximal, zona que fica entre o desenvolvimento real – o que a
criança sabe fazer sozinha – e o desenvolvimento potencial – o que a criança é capaz de
fazer com a ajuda do outro. Ou seja, a zona de desenvolvimento proximal é a que fica
em meio ao que já foi e aoque será aprendido, sendo considerada por Vygotsky a zona
que deve ser foco da atenção, pois nela é possível fazer intervenções e transformações
consideradas necessárias.
Com relação ao desenvolvimento da zona de desenvolvimento proximal, a
BNCC (2017) salienta a importância do uso das metodologias ativas, pelo fato de
possibilitarem uma interação que contribui diretamente para o processo de
aprendizagem.
Para que se entenda melhor essa questão, é preciso que se faça a diferenciação
entre metodologia e método. O método é o modo de proceder, a maneira de agir, o
meio propriamente. Metodologia é o estudo dos métodos. A metodologia não procura
as soluções, mas integra os conhecimentos adquiridos sobre os métodos em vigor nas
diferentes disciplinas. Assim, metodologia é a ciência integrada dos métodos (FARIAS,
2011).
Além disso, a BNCC (2017) salienta:

Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica


deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas
oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita
alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras
habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas
diversificadas de letramentos.

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Tanto as instituições escolares quanto os seus professores precisam estar


abertos a mudanças. O ensino tem que ser um sistema dinâmico, suscetível à inovação,
que leva em consideração a complexidade da realidade atual, conforme Colom (2003).
Pressupõe-se dessa maneira que os métodos e metodologias tradicionais, em que o
aluno recebe conteúdos de maneira passiva, em uma aula exclusivamente expositiva,
não se ajustam mais ao perfil do aluno da atualidade, inquieto e completamente
seduzido pelas mudanças trazidas pela tecnologia. Nessa concepção, mudanças
significativas nas metodologias utilizadas em salas de aula ocorrerão, conforme o
preconizado pela BNCC.

Organizar as situações de aprendizagem, partindo de questões que


sejam desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural, que
estimulem o interesse e a curiosidade científica do aluno e que
possibilite definir problemas, levantar, analisar e representar
resultados; comunicar conclusões e propor intervenções (BRASIL,
2017, p. 320).

A BNCC (2017) foca nas metodologias ativas, com o intuito de destacar que
elas podem estimular o engajamento dos alunos e possibilitar o seu progresso. Segundo
Vernier et al (2018), o uso dessas metodologias viabiliza o desenvolvimento das
habilidades e competências previstas pela BNCC. Sendo assim, percebe-se que essas
metodologias são um meio a ser utilizado pelo professor com o objetivo de fazer com
que o aluno se sinta estimulado a participar do processo e seja construtor do seu
conhecimento. A utilização dessas metodologias tem como resultado a aprendizagem
ativa, que é tudo aquilo que vai além do mero “escutar”, isto é, ler, escrever, discutir
ou trabalhar na resolução de problemas.
Com isso, é possível inferir que é necessário propiciar um ambiente favorável,
que seja pensado para o aluno e para seu desenvolvimento, que possibilite troca de
ideias, atividades diferenciadas, promovendo variadas interações e experiências, sem se
esquecer do diálogo com o professor, que também tem papel muito importante no
desenvolvimento, pois a intervenção pedagógica é um fator relevante no processo de
aprendizagem.

2.4 ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Quando observamos o nosso redor, fica fácil perceber o quanto as pessoas são
diferentes. Partindo dessa realidade, é possível notar que cada um possui seu modo de
pensar e raciocinar. O conhecimento prévio do aluno deve ser ativado, assim como
diferentes estímulos devem ser apresentados no processo de aprendizagem.
Cada método, seja analítico, seja sintético, apresenta características que devem
ser analisadas a partir daquilo que o professor deseja trabalhar. A aprendizagem ocorre,
conforme Fernald e Keller e Orton-Gilingham (1921, p. 355 apud SILVA, 2019), por meio
dos sentidos visual, auditivo e tátil. Com isso, é possível constatar que alguns alunos
possuem a aprendizagem auditiva, ou seja, aprendem ouvindo, uma vez que se
identificam com os sons. Outros alunos, por sua vez, assimilam melhor de forma

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OS MÉTODOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

cinestésica, sendo necessária, dessa forma, a utilização da expressão corporal. Existem


também aqueles que aprendem de forma visual, tendo mais facilidade no processo de
aprendizagem quando há imagens e textos.
A partir do exposto, vê-se que é preciso utilização de estratégias para o sucesso
na aprendizagem. O professor precisa fazer uma análise dos métodos utilizados com
o estilo de aprendizagem de seus alunos. Sendo assim, é necessário que o professor
conheça seus alunos para que essa adequação seja feita de forma produtiva. De acordo
com Cerqueira (2000, p. 36), há “uma predisposição do aluno em adotar uma estratégia
particular de aprendizagem, independentemente das exigências específicas das
tarefas”.
Com isso, entende-se que educar é fazer com que o aluno conheça a si próprio,
para que ele tenha a consciência de que ele pode ser mais, reconhecendo sua
capacidade, sendo chamado a encontrar-se no mundo com o outro e não ficar sozinho
em seu “mundo”. Dessa forma, o professor deve ser o mediador do processo, devendo
planejar sua prática pedagógica a partir do perfil dos alunos. É preciso que o professor
conheça os alunos e saiba como eles pensam e quais são seus estilos de aprendizagem,
suas estratégias e linhas de raciocínio, pois assim a adequação dos métodos e a forma
como eles devem ser abordados passam a ser viabilizadas.

3 METODOLOGIA

Para que este trabalho fosse realizado, utilizou-se a pesquisa do tipo


bibliográfica, uma vez que o objetivo não é apresentar dados em forma de números,
mas sim obter maior compreensão sobre a temática foco do estudo. A pesquisa
realizada baseou-se em teóricos e autores que abordam o tema e suas especificidades.
Por intermédio da leitura de suas obras, teorias e artigos, uma base para o
desenvolvimento da escrita foi estabelecida.
O material da pesquisa foi de fácil acesso, pois o tema já foi estudado,
pesquisado e relatado por vários pesquisadores e teóricos, sendo um assunto de
interesse de todos que fazem parte da área da educação e que pensam em um futuro
melhor, pois falar em educaçãoé falar sobre o futuro.
A escolha do tema da pesquisa foi devido ao interesse despertado mediante
uma disciplina chamada “Alfabetização e letramento”, estudada durante o 4° período
do curso de Pedagogia, em que foi abordada a questão teórico-metodológica e a
problemática acerca dos métodos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve o intuito de mostrar não só a importância de se


analisar os métodos utilizados no processo de ensino da leitura e da escrita, mas
também os métodos que podem influenciar no processo de alfabetização e letramento.
Com base no exposto, compreendeu-se o quanto é importante que se tenha um olhar
atencioso voltado para os primeiros anos de ensino, para que uma base sólida para o
desenvolvimento e aprendizagem do aluno possa ser construída.
O processo de alfabetização é mais amplo do que se imagina, pois apresenta

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várias facetas e muitas observações precisam ser feitas para que se compreenda melhor
esse processo e para que ele seja trabalhado de maneira mais eficaz.
É necessário partir do pressuposto de que alfabetizar vai além do somente
ensinara ler e a escrever por meio de um método. O processo de alfabetização deve ser
pensado a partir dos estilos de aprendizagem, ou seja, a partir das particularidades dos
alunos, pois, assim, o processo se torna mais significativo e eficaz, fazendo com que os
alunos participem ativamente da construção do conhecimento.
De acordo com os objetivos apresentados, foi possível inferir que o processo
de ensinar deve ser desenvolvido de forma plural e diversificada, deixando explícito
que a singularidade de cada um deve ser levada em consideração, juntamente com os
conhecimentos prévios. O professor deve sempre buscar a ampliação de sua visão,
pensando nos métodos de acordo com seus alunos, procurando meios de ensino para
que a aprendizagem seja beneficiada.
A partir da base teórica desta pesquisa, constatou-se a importância do
letramento no processo de alfabetização, uma vez que além de reconhecer e utilizar as
letras é preciso saber fazer uso da escrita na sociedade, o que vai além da decodificação
dos códigos. Essa ideia é ressaltada por Soares, que coloca o letramento como sendo o
conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da língua em
práticas sociais e necessários para uma participação ativa e competente na cultura
escrita.
Constatou-se também o quanto é importante e necessário que o professor faça
uma análise das práticas pedagógicas e que tenha um olhar atencioso voltado para os
alunos para que suas individualidades e seus conhecimentos prévios possam ser
levados em consideração. Como o ato de aprender é individual, a heterogeneidade dos
alunos deve ser ponto de partida para o planejamento das práticas pedagógicas e para
o processo de alfabetização e letramento.
Outro ponto essencial apresentado no decorrer da presente pesquisa é o de
que o aluno apresenta, em qualquer situação de aprendizagem, capacidades cognitivas
e habilidades que são desenvolvidas por meio de estratégias de aprendizagem. As
metodologias ativas podem, assim, estimular o engajamento dos alunos, possibilitar o
seu progresso e viabilizar o desenvolvimento de habilidades e competências. As
metodologias ativas são, dessa forma, ummeio a ser utilizado pelo professor com o
objetivo de fazer com que o aluno se sinta estimulado a participar do processo e seja
construtor do seu conhecimento.
Face ao arrolado, concluiu-se que é necessário reconhecer a importância do
processo de alfabetização e letramento, sabendo que esse processo é de extrema
relevância para o desenvolvimento cognitivo e social do aluno. Para que esse
desenvolvimento aconteça, é preciso fazer com que esse processo ocorra de maneira
satisfatória, evitando complicações na trajetória escolar. Sendo assim, o professor deve
problematizar a utilização de um único método de ensino, uma vez que o processo de
ensinar, que leva em consideração a singularidade de cada aluno, deve ser
desenvolvido de uma forma plural e diversificada, devendo também ter uma visão
ampla com relação ao ensino/aprendizagem, buscando métodos de ensino que
beneficiem a aprendizagem.

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OS MÉTODOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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