resistencias_geo_geocomposto_utilizado
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ÁGUA CLORADA
Resumo. Este trabalho visou montar o experimento para avaliar quatro amostras de
geomembranas de polietileno de alta densidade (PEAD) expostas em água clorada com
concentração de 5 ppm de cloro ativo. As geomembranas possuem muitas aplicações, entre
elas a utilização como barreiras em obras ambientais, principalmente de tratamento de água
potável onde as geomembranas ficam em contato direto com a água clorada, podendo sofrendo
degradação, fissuração e perda das suas propriedades físicas e mecânicas, deixando assim de
exercer seu papel de proteção ambiental. Acerca disso, esta pesquisa realizou a caracterização
física em laboratório de quatro amostras virgens de geomembranas lisas e texturizadas de 1,5
mm e 2,0 mm de espessura para posteriormente comparar suas propriedades físicas, mecânicas
e térmicas com as amostras envelhecidas após 6 meses e 1 ano em água clorada.
Introdução
O uso de materiais naturais utilizados para melhorar o solo vem desde 3.000 a.C., porém
o uso de materiais sintéticos foi se popularizando no Brasil só a partir da década de 1970. Deste
período até os dias de hoje, o uso de geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD)
vem ganhando espaço na construção civil (VERTEMATTI, 2015). No entanto, durante a vida
útil deste material, diversos tipos de solicitações podem ocorrer e, juntamente com reações
químicas, acaba por gerar uma ruptura precoce do material, podendo causar graves danos
ambientais.
Existem vários tipos de geossintéticos como geobarras, geotêxtil, georrede e
geomembranas, esses materiais podem ser utilizados para reforço de um maciço de solo,
drenagem de fluidos, filtração e principalmente barreiras de fluxo. Tais aplicações possuem
suma importância em obras ambientais como aterros sanitários e barragens de rejeito e,
também, em obras de saneamento como lagoas de tratamento de água (LAVOIE et al., 2020a).
As principais vantagens do uso da geomembrana de PEAD que fazem com que sejam
muito utilizadas em obras são a alta resistência química e mecânica, além do baixo coeficiente
de permeabilidade e baixo custo de produção (LAVOIE et al., 2020b).
Abdelaal et al. (2019) relataram que atualmente existem várias pesquisas sobre a
durabilidade da geomembrana de PEAD, porém, essas pesquisas geralmente são estudos da
geomembranas em contato com chorume artificial, tendo assim poucos estudos relacionados à
geomembrana em contato com soluções cloradas, como constatamos em pesquisa nas bases de
dados Science Direct, Scopus, SciElo, Periódicos Capes e Biblioteca digital de teses e
dissertações. Por isso, esta pesquisa visa investigar o comportamento de amostras de
geomembranas de PEAD virgens imersas em água clorada, a fim de aplicar esses geossintéticos
de maneira adequada na construção de lagoas de tratamento de água.
Levando em conta que água é um dos recursos naturais mais utilizados pelo ser humano
e o seu consumo é primordial para nossa sobrevivência, percebe-se um aumento de estações de
tratamento de água, para essas estações é importante utilizar materiais adequados na formação
de suas lagoas artificiais, a geomembrana de PEAD é um excelente exemplo, com sua
baixíssima permeabilidade garante o estoque de água e a proteção do solo.
Entretanto, estudos realizados por Abdelaal e Rowe (2019) sobre a durabilidade da
geomembrana de PEAD imersas em água clorada, com diferentes concentrações (0,5, 1,0, 2,5
e 5,0 ppm) e diferentes temperaturas (25, 40, 65, 75 e 85 °C) indicam uma rápida degradação
do material depois de submeter as amostras em todas as quatro concentrações, exceto em
temperatura baixa (25 °C). Além disso, suas propriedades como tração e stress cracking
diminuíram sensivelmente.
Acerca de assegurar uma melhor vida útil da geomembrana para uso em lagoas de
tratamento de água, serão realizados ensaios com quatro amostras de geomembranas virgens e
texturizadas imersas em água clorada, com espessuras de 1,5 e 2,0 mm, de forma a entender o
comportamento dos produtos para este tipo de aplicação.
Material e Métodos
Figura 1- (a) GM 1,5L dimensões 10,5 x 14,5 cm; (b) GM Text 1,5L dimensões 10,5 x 14,5
cm
O preparo da solução foi feito utilizando hiploclorito de sódio com concentração de 10-
12 %, água destilada e uma pipeta eletrônica, pois nos 45 litros utilizados no total a
concentração de cloro é relativamente baixa. A Figura 2 mostra a pipeta utilizada na preparação
da solução e a preparação da solução.
(a) (b)
Figura 2 – (a) Pipeta eletrônica com alta precisão; (b) Inserção do cloro na água
Para garantir que as amostras ficassem em contato somente com a solução em ambas as
faces durante todo o tempo de exposição, foi feito um estudo de materiais que suportariam ficar
muito tempo em água clorada, que não contaminassem a solução e que suportassem altas
temperaturas. Por este motivo foi utilizada a própria geomembrana de PEAD para fazer um
suporte e manter uma distância das geomembranas. Esse suporte tem formato de “T” invertido
para segurar cada amostra em seu lugar, como é mostrado na Figura 3.
(a) (b)
Figura 3 – (a) Partes do suporte das geomembranas; (b) Suporte montado das geomembranas
Após a montagem dos potes com o suporte e a solução, as amostras foram colocadas em
duas cubas a 23 °C e em uma estufa a 85 °C, como demonstrado na Figura 5.
(a) (b)
Figura 5 – (a) Experimento montado na cuba (23 °C); (b) Experimento montado na estufa (85 °C)
Resultados e Discussão
Com os resultados da Tabela 3 é possível notar que em relação ao ensaio OIT Alta
Pressão, nenhuma amostra obedece a norma americana GRI–GM–13 que determina 400 min
como o mínimo que a amostra tem que suportar. Além disso, no ensaio SCR, as amostras de
2,0 mm, tanto lisa quanto texturizada, não obedecem a norma americana que determina 500 h
como tempo mínimo a resistir antes da ruptura.
A Tabela 4 mostra os ensaios mecânicos de resistência à tração, alongamento à tração,
resistência ao rasgo e resistência à punção das amostras virgens.
Referências Bibliográficas
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