Gabriela Boaventura
Gabriela Boaventura
Gabriela Boaventura
Florianópolis, SC
2019
GABRIELA BOAVENTURA FORTUNATO
Florianópolis, SC
2019
RESUMO
1 INTRODUÇÃO………............................................……………………………….….4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………………………………...5
2.1 MOLLICUTES………………………………………………………………………….5
2.1.1 Ureaplasma spp.…………………………………………………………………....5
2.1.2 Mycoplasma hominis……………………………………………………………...6
2.1.3 Mycoplasma genitalium…………………………………………………………..6
2.2 EPIDEMIOLOGIA……………….……………………………………………………..6
2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS………………….…………………………………....7
2.4 DIAGNÓSTICO………………….……………………………………………………..8
2.5 TRATAMENTO………………….……………………………………………………...9
3 OBJETIVOS..........................................................................................................10
3.1 OBJETIVOS GERAIS.…………………………………………………………….....10
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS….…………………………………….………...........10
4 JUSTIFICATIVA....................................................................................................11
5 METODOLOGIA………………..............................................................................12
5.1 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES………………………………………….12
5.2 PADRONIZAÇÃO DA PCR……………………………………………………….....12
6 RESULTADOS.....................................................................................................13
7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO…………………………………………………....14
8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................15
5
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 MOLLICUTES
3.2 EPIDEMIOLOGIA
3.4 DIAGNÓSTICO
3.5 TRATAMENTO
4 OBJETIVOS
5 METODOLOGIA
5.2 AMOSTRAGEM
de cultura foi dispensado em cada poço do kit, que foi imediatamente vedado com
vaselina líquida estéril. A cultura foi incubada a 35 ±2°C, com leitura em 24 horas e
48 horas.
A mudança de cor de amarelo para vermelho nos poços de identificação e
quantificação, indicam a presença de Ureaplasma urealyticum/parvum (Uu) e/ou
Mycoplasma hominis (Mh). O crescimento no poço ≥10⁴/Uu em até 24 horas de
incubação indica quantidade de Ureaplasma ≥10⁴ UFC/amostra (unidades
formadoras de colônia). Para Mycoplasma hominis a leitura no poço ≥10⁴/Mh deve
ser a realizada em 24 e 48 horas.
No teste de sensibilidade os antimicrobianos possuem duas concentrações,
com exceção da pristinamicina. As duas concentrações de cada fármaco permitem
caracterizar os isolados como sensíveis quando não há crescimento nas
concentrações baixa e alta (Figura 5 DOT, JOS, TET); Intermediário, quando há
crescimento na concentração baixa (Figura 5 OFL e CIP); ou resistente, quando há
crescimento nas duas concentrações do antimicrobiano (Figura 5 ERY, AZI, CLA).
No laudo do setor de microbiologia são liberados somente os antimicrobianos
Ofloxacina, Eritromicina, Tetraciclina, Ciprofloxacina, Azitromicina, Claritromicina,
pois os demais não são padronizados no HU ou não tem registro no Brasil.
A busca no sistema de administração hospitalar do HU-UFSC, no Setor de
Microbiologia, incluiu o período de 2013 a 2018. As variáveis consultadas foram:
gênero do paciente, idade, tipo de amostra, data de realização, setor requisitante,
resultado da cultura e o resultado do antibiograma, caso a cultura tivesse um
crescimento superior a 10⁴ UFC/amostra. Esses dados alimentaram uma planilha
excel para as análises posteriores. Os dados foram identificados com numeração
sequencial, sem qualquer registro da identidade do paciente.
Análise de Regressão Logística Binária foi utilizada para verificar a correlação entre
as varáveis nominais e os desfechos.
6 RESULTADOS
Durante o período estudado (2013 - 2018), foram realizadas 815 culturas para
M. hominis e Ureaplasma urealyticum/parvum em amostras urogenitais no setor de
microbiologia/HU/EBSERH-UFSC. Do total de amostras 97,8% (797/815) foram
provenientes de raspado cervical (feminino) e 2,2% (18/815) de raspado uretral
(masculino). A média de idade dos pacientes foi de 29 anos (14-57anos), 67,5%
(550/815) tinham idade igual ou inferior a 30 anos (≤ 30 anos) e 32,5% (265/815)
superior a 30 anos (> 30 anos).
Duas amostras masculinas (0,25%) e 434 (53,25%) femininas apresentaram
cultura positiva para os micoplasmas urogenitais (crescimento de M. hominis e
Ureaplasma urealyticum/parvum independente da contagem de UFC/amostra).
Assim, 53,5% (436/815) das amostras apresentaram algum tipo de crescimento para
um e/ou para ambas as bactérias.
O ponto de corte considerado significativo para culturas quantitativas de
amostras urogenitais, quando há indicação de tratamento, é crescimentos ≥10⁴
UFC/amostra. Em quantidades inferiores, esses microrganismos são considerados
como parte da microbiota urogenital normal.
Para Ureaplasma urealyticum/parvum, a frequência de crescimento foi de
51,3% (418/815), sendo que 77,0% (322/417) dessas amostras apresentaram
crescimento ≥10⁴ UFC/amostra e 23,0% (96/418) apresentaram crescimento < 10⁴
UFC/amostra. Dessa forma, do total de amostras analisadas, 39,5% (322/815)
apresentaram crescimento significativo de Ureaplasma urealyticum/parvum.
Para M. hominis a frequência de crescimento de foi de 8,7% (71/815), sendo
que 32,4% (23/71) dessas amostras apresentaram crescimento ≥10⁴ UFC/amostra e
67,1% (48/71) crescimento <10⁴ UFC/amostra. Assim, do total de amostras
analisadas, 2,8% (23/815) apresentaram crescimento significativo de M. hominis.
19
M. hominis M. hominis
Negativo e positivo Total
Cresc. <10⁴ (Cresc. ≥ 10⁴)
Ureaplasma spp.
Negativo e Cresc. <10⁴ 477 (96,8%) 16 (3,2%) 493 (100%)
Positivo (Cresc. ≥ 10⁴) 315 (97,8%) 7 (2,2%) 322 (100%)
Total 792 (100%) 23(100%) 815 (100%)
Fonte: elaborado pela autora (2019)
93.7
92.1
89.1
87.5
86.4
FREQUÊNCIA DE
MYCOPLASMA
HOMINIS
(%)
8.5
8.3
6.6
5.9
5.1
4.2
3.9
3.2
2.4
1.3
0.6
65
48.6
48
48
48
42.6
42.1
40.1
37.6
40
FREQUÊNCIA DE
32
28.5
UREAPLASMA
SPP. (%)
19.8
19.4
11.8
11
9.9
6.5
Ureaplasma Mycoplasma
Ureaplasma Mycoplasma
Variáveis Ausência e P* Ausência e P*
Cresc ≥ 10⁴ Cresc ≥ 10⁴
Cresc < 10⁴ Cresc < 10⁴
Idade (815) 493 322 792 23
0,007 0,264
≤ 30 anos (n=550) 57,3% (315) 42,7% (235) 97,6% (537) 2,4% (13)
> 30 anos (n=265) 67,2% (178) 32,8% (87) 96,2% (255) 3,8% (10)
Gênero (815) 493 322 792 23
1,000
Feminino (n=797) 59,8% (477) 40,2% (320) 0,013 97,1% (774) 2,9% (16)
Masculino (n=18) 88,9% (16) 11,1% (2) 100,0% (18) 0,0% (0)
Origem da amostra (815)
493 322 792 23
Ambulatório (n=459)
68,6 (315) 31,4% (144) 96,9% (445) 3,1% (14)
UTI/UTD/QUIMIO (n=16)
68,8% (11) 31,2% (5) <0,001 100,0% (16) 0,0% (0) 0,691
Internação (n=31)
41,9% (13) 58,1% (18) 100,0% (31) 0,0% (0)
Ginecologia/Obstetrícia
49,8% (154) 50,2% (155) 97,1% (300) 2,9% (9)
(n=309)
Período (815) 493 322 792 23
2013-2015 (n=439) 62,6% (275) 37,4% (164) 0,175 98,2% (431) 1,8% (8) 0,063
2016-2018 (n=376) 58,0% (218) 42,0% (158) 96,0% (361) 4,0% (15)
*Valores de p para teste Qui-Quadrado e Exato de Fischer
Fonte: elaborado pela autora (2019)
subindo de 5,7% em 2013 para 20,0% em 2018 para azitromicina, de 5,7% em 2013
para 22,9% em 2018 para a claritromicina e de 7,5% em 2013 para 22,9% em 2018
para a eritromicina. Quanto às quinolonas, o ciprofloxacino apresentou a pior
atividade entre os antimicrobianos testados, com resistência variando entre 40% nos
anos de 2017 e 2018 a 50% nos anos de 2014 e 2016. A resistência ao ofloxacino foi
muito menor para os isolados de U. urealyticum/parvum, chegando ao máximo de
12,7% no ano de 2017, sendo que em 2018 100% dos isolados foram sensíveis a
essa quinolona. Outro antimicrobiano que manteve baixos níveis de resistência para
esse microrganismo, durante todo o período do estudo, foi a tetraciclina, que
apresentou sensibilidade superior a 96% em todos os anos (Figuras 9 e 10).
24
60
50
40
30
20
10
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Azitromicina 6 16 18 17 17 20
Ciprofloxacin 48 50 44 50 41 40
Claritromicina 6 13 18 20 23 23
Eritromicina 8 13 19 19 20 23
Ofloxaxin 12 5 3 6 13 0
Tetraciclina 4 3 1 4 0 0
120
100
80
60
40
20
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Azitromicina 100 0 100 33 100 67
Ciprofloxacin 100 60 50 100 22 0
Claritromicina 100 0 100 33 100 100
Eritromicina 100 0 100 33 78 100
Ofloxaxin 0 0 50 0 11 0
Tetraciclina 0 20 0 33 0 0
Tabela 3 – Perfil de sensibilidade do Ureaplasma spp. aos antimicrobianos no período de 2013-2018 (n=322)
Azitromicina (n= 322) Ciprofloxacino (n= 322) Claritromicina (n= 320) Eritromicina (n= 322) Ofloxacino (n= 319) Tetraciclina (n= 322)
Ano/Antimicrobiano
S+I R S+I R S+I R S+I R S+I R S+I R
1º período (n=164)
2013 (n=53) 94,3% (50) 5,7% (3) 52,8% (28) 47,2% (25) 94,3% (50) 5,7% (3) 92,5%(49) 7,5%(4) 88,0%(44) 12,0%(6) 96,2%(51) 3,8%(2)
2014 (n=38) 84,2% (32) 15,8% (6) 50,0% (19) 50,0% (19) 86,8% (33) 13,2% (5) 86,8%(33) 13,2%(5) 94,7%(36) 5,3%(2) 97,4%(37) 2,6%(1)
2015 (n=73) 82,2% (60) 17,8% (13) 56,2% (41) 43,8% (32) 82,2% (60) 17,8% (13) 80,8%(59) 19,2%(14) 97,3%(71) 2,7%(2) 98,6%(72) 1,4%(1)
2º período (n=158)
2016 (n=52) 82,7% (43) 17,3% (9) 50,0% (26) 50,0% (26) 80,4% (41) 19,6%(10) 80,8%(42) 19,2%(10) 94,2%(49) 5,8%(3) 96,2%(50) 3,8%(2)
2017 (n=71) 83,1% (59) 16,9% (12) 59,2% (42) 40,8% (29) 77,1% (54) 22,9%(16) 80,3%(57) 19,7%(14) 87,3%(62) 12,7%(9) 100,0(71) 0,0%(0)
2018 (n=35) 80,0% (28) 20,0% (7) 60,0% (21) 40,0% (14) 77,1% (22) 22,9%(8) 77,1%(27) 22,9%(8) 100,0%(35) 0,0%(0) 100,0%(35) 0,0%(0)
Total 84,5% (272) 15,5% (50) 55,0% (177) 45,0% (145) 82,8% (265) 17,2%(55) 82,9%(267) 17,1%(55) 93,1%(297) 6,9%(22) 98,1%(316) 1,9%(6)
Fonte: elaborado pela autora (2019)
Tabela 4 - Sensibilidade do Mycoplasma hominis aos antimicrobianos no período de 2013-2018 (n=23)
Azitromicina (n= 23) Cipprofloxacino (n= 23) Claritromicina (n= 23) Eritromicina (n= 23) Ofloxacino (n= 23) Tetraciclina (n= 23)
Ano/Antimicrobiano
S+I R S+I R S+I R S+I R S+I R S+I R
1º período
2013 (n=1) 0,0%(0) 100,0% (1) 0,0%(0) 100,0% (1) 0,0%(0) 100,0% (1) 0,0%(0) 100,0% (1) 100,0% (1) 0,0%(0) 100,0% (1) 0,0%(0)
2014 (n=5) 100,0% (5) 0,0% (0) 40,0% (2) 60,0%(3) 100,0% (5) 0,0%(0) 100,0% (5) 0,0%(0) 100,0% (5) 0,0% (0) 80,0%(4) 20,0%(1)
2015 (n=2) 0,0% (0) 100,0% (2) 50,0%(1) 50,0%(1) 0,0%(0) 100,0% (2) 0,0%(0) 100,0% (2) 50,0%(1) 50,0%(1) 100,0% (2) 0,0%(0)
2º período
2016 (n=3) 66,7% (2) 33,3% (1) 0,0%(0) 100,0%(3) 66,7% (2) 33,3% (1) 66,7% (2) 33,3% (1) 100,0%(3) 0,0% (0) 66,7% (2) 33,3% (1)
2017 (n=9) 0,0% (0) 100,0% (9) 77,8%(7) 22,2%(2) 0,0%(0) 100,0% (9) 22,2%(2) 77,8%(7) 88,9%(8) 11,1%(1) 100,0% (9) 0,0%(0)
2018 (n=3) 33,3% (1) 66,7%(2) 100,0%(3) 0,0%(0) 0,0%(0) 100,0%(3) 0,0%(0) 100,0%(3) 100,0%(3) 0,0%(0) 100,0%(3) 0,0%(0)
Total 34,8% (8) 65,2% (15) 56,5%(13) 43,5%(10) 30,4%(7) 69,6%(16) 39,1%(9) 60,9%(14) 91,3%(21) 8,7%(2) 91,3%(21) 8,7%(2)
S= Sensível, I= Intermediário, R= Resistente; Colunas em branco: sinalizam resistência intrínseca. Fonte: elaborado pela autora (2019)
27
7 DISCUSSÃO
O Hospital Universitário/HU-UFSC é considerado uma instituição de referência
em saúde para a região da Grande Florianópolis, atendendo exclusivamente usuários
do Sistema Único de Saúde (SUS). Oferece aos usuários tratamentos clínicos e
cirúrgicos, de ginecologia, obstetrícia com alojamento conjunto, berçário, pediatria,
Unidade de Terapia Intensiva - adulto e neonatal, e emergências adulto,
obstétrica/ginecológica e pediátrica, realizando em média 11.000 consultas
especializadas por mês (GELBCKE et al., 2017-2018).
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BEETON ML, CHALKER VJ, JONES LC, MAXWELL MC, SPILLER OB. Antibiotic
resistance among clinical Ureaplasma isolates recovered from neonates in England
and Wales between 2007 and 2013. J Antimicrob Chemother, 2016.
CUNHA, R.. Infecções por micoplasmas. In: Ferreira, A.W; Avila, S.L.M. Diagnóstico
Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Autoimunes. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan. v.16, p. 186-194, 2001.
DANDO, S. J., NITSOS, I., KALLAPUR, S. G., NEWNHAM, J. P., POLGLASE, G. R.,
PILLOW, J. J., et al. The role of the multiple banded antigen of Ureaplasma parvum in
intra-amniotic infection: major virulence factor or decoy? PLoS ONE 2012.
JORGENSEN JH, PFALLER MA, CARROLL KC, FUNKE G, LANDRY ML, RICHTER
SS, WARNOCK DW - Manual of Clinical Microbiology. 11th. Ed. ASM Press,
Washington, DC, 2015.
MIETTINEN A. Mycoplasma hominis in patients with pelvic inflammatory disease. Isr J Med
Sci. 1987.
SHORT, V. L., TOTTEN, P.A. et al. The demographic, sexual health and behavioural
correlates of Mycoplasma genitalium infection among women with clinically
suspected pelvic inflammatory disease. Sex Transm Infect v.86, p.29-31, 2010