0% acharam este documento útil (0 voto)
1 visualizações14 páginas

Oxímetro

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 14

CAPÍTULO 14

OXÍMETRO DE PULSO

Elaborado por:
Prof. Dr. Eduardo Tavares Costa
Colaborador: Ricardo Grossi Dantas (Mestre em Engenharia Elétrica, área de concentração Engenharia Biomédica)
Oxímetro de Pulso

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................... 493

HISTÓRICO........................................................................................... 402

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO........................................................ 495

NECESSIDADES DE
INSTALAÇÃO E TREINAMENTO DE PESSOAL .................................... 500

PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS......................................... 501

Problemas operacionais ................................................................ 501


Problemas funcionais (defeitos).....................................................
503
ROTINAS E INSTRUMENTOS
DE TESTE E CALIBRAÇÃO .................................................................. 503

BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 504

492
Equipamentos Médico -Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção

INTRODUÇÃO
Os oxímetros de pulso são utilizados na determinação do nível de saturação
de oxigênio (SpO2) no sangue arterial. Essa quantificação é feita de forma não
invasiva, através de sensores ópticos posicionados externamente ao paciente.
A característica não invasiva dos oxímetros de pulso faz com que sejam
desnecessárias punções para retirada de sangue arterial e sua subsequente
análise gasosa em laboratório. Além disso, há a possibilidade do
monitoramento contínuo e instantâneo dos níveis de oxigenação do sangue,
detectando rapidamente eventuais reduções destes valores, antes que possa
haver algum dano ao paciente ou a observação de alguma manifestação física,
como cianose, taquicardia ou bradicardia, por exemplo.
As moléculas de hemoglobina presentes nas hemácias do sangue são
responsáveis pela maior parte do transporte de oxigênio (O2), formando um
composto denominado oxihemoglobina, ou hemoglobina oxigenada. Sendo
assim, em situações normais, 97% do oxigênio são transportados em
combinação com a hemoglobina, enquanto que apenas 3% são transportados
dissolvido no plasma. O termo saturação de oxigênio corresponde à
porcentagem de moléculas de oxihemoglobina, em relação à hemoglobina total
funcional (quantidade total de hemoglobina, oxigenada ou não). A equação
(eq.1) a seguir descreve o cálculo realizado:
SpO2 HbO2
=
Hb + HbO2 X100% (eq.1)

Onde: SpO2 é a saturação de oxigênio (%);


Hb02 é a quantidade de oxihemoglobina
Hb é a quantidade total de hemoglobina
O uso do oxímetro de pulso é considerado padrão no monitoramento do
nível de saturação de oxigênio sangüíneo arterial em unidades de terapia
intensiva, centros cirúrgicos onde são realizados procedimentos que requerem
anestesia, áreas de recuperação, unidades de queimados e de cateterismo
cardíaco, ambulâncias, dentre outros.

493
Oxímetro de Pulso

A maioria dos equipamentos consiste em um console, que é o oxímetro de


pulso propriamente dito, o sensor e cabo do sensor. Existem variações, onde o
console pode ser um equipamento de mesa, portátil, manual ou módulo de
monitor anestésico ou fisiológico. Existem ainda miniaturizações onde o sensor
e o oxímetro são montados em uma única peça.
Já o sensor, que pode ser descartável ou não, é geralmente acoplado em
extremidades do corpo do paciente, tais como dedo, orelha, nariz ou pé (este
último no caso de neonatos). No entanto, existem sensores para uso em
regiões como testa ou peito. Mais adiante será discutida a diferença entre estes
tipos de sensores, bem como a aplicabilidade de cada um. Os sensores podem
ser ainda reutilizáveis ou descartáveis. Geralmente a opção é feita pelos
reutilizáveis, sendo os descartáveis utilizados em situações onde o paciente
corre maior risco de infecções.
A maioria dos oxímetros conta ainda com a presença de alarmes (sonoros
e, ou visuais) que se tornam ativos quando o nível de oxigenação ultrapassa os
limites definidos pelo operador. Outra característica bastante comum é a
indicação da freqüência cardíaca, a presença de visores apresentando os
resultados em gráficos de barras e curvas pletismográficas (variação
instantânea da SpO2 ao longo do tempo), módulo de baterias, além de
mensagens de erro e das condições de funcionamento do oxímetro, tais como
bateria fraca, sinal fraco, condições do sensor e do cabo.
A figura a seguir (fig. 1) ilustra dois modelos de oxímetro de pulso. O
primeiro modelo (Nellcor NPB-290) indica os valores de saturação de oxigênio
e freqüência cardíaca. O segundo, além dos parâmetros indicados pelo
anterior, mostra ainda a onda pletismográfica (Nellcor NPB-295). A figura 2
mostra vários sensores da marca Nellcor, sendo eles: reutilizável de dedo,
descartável de dedo, pediátrico, nasal e
de testa. A figura 3 mostra um modelo
compacto, onde o oxímetro de pulso e o
sensor são montados em uma única
peça.
Figura 1 . Dois modelos de oxímetro de pulso: sem
indicação de onda pletismográfica (Nellcor NPB-290)
e com indicação (Nellcor NPB-295). Os sensores e os
cabos não são mostrados nes ta ilustração.

494
Equipamentos Médico -Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção

Figura2 . Sensores de oxímetros de pulso


(Nellcor): reutilizável de dedo, descartável
de dedo, pediátrico, nasal e de testa
(modo de reflexão).

Existem ainda oxímetros de pulso


Figura 3 . Modelo manual
desenvolvidos para serem utilizados
compacto de oxímetro de
durante exames com imagem de
pulso e sensor montados
ressonância nuclear magnética
em uma única peça
(MRI). Estes modelos utilizam cabos
(Nonin Onyxmask).
feitos de fibras ópticas não
condutivas eletricamente, de forma a
não causar queimaduras no
paciente, em virtude de laços de
corrente induzida (correntes de
Foucault) e não gerar artefatos nas imagens de MRI.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
A coloração do sangue varia com diferentes níveis de oxigenação. O
sangue com alta concentração de oxigênio apresenta uma coloração vermelha,
muito forte e brilhante, em função da alta presença de moléculas de
oxihemoglobina (combinação de moléculas de hemoglobina com oxigênio). À
medida que esta concentração se reduz, o sangue adquire uma coloração mais
azulada, em função de uma maior presença de moléculas de
desoxihemoglobina (combinação de moléculas de hemoglobina com gás
carbônico). Sendo assim, o princípio de funcionamento de um oxímetro de

495
Oxímetro de Pulso

pulso baseia-se na espectrofotometria sangüínea, medindo a quantidade de luz


transmitida (ou refletida) através dos capilares do paciente, sincronizados com
o pulso cardíaco (daí o nome oxímetro de pulso).
Em função de seu modo de operação, os oxímetros de pulso subdividem-se
em dois grupos: os de transmissão e os de reflexão. Nos primeiros
(transmissão), os feixes luminosos, produzidos por LEDs (diodos emissores de
luz), atravessam o corpo do paciente, sendo captados por fotosensores
posicionados do outro lado. Para que a atenuação luminosa não seja muito
grande, os sensores de oxímetros deste tipo são geralmente utilizados em
regiões periféricas do corpo, tais como ponta dos dedos, lóbulo da orelha ou
pés (este último no caso de neonatos). No outro modo de operação (reflexão),
parte do feixe de luz emitido é refletido e captado por sensores posicionados do
mesmo lado dos LEDs emissores. Oxímetros desta natureza permitem a
medida dos níveis de saturação de oxigênio sangüíneo em regiões mais
centrais do corpo, como o peito ou testa do paciente. A escolha de qual tipo de
sensor utilizar (de transmissão ou de reflexão) depende do tipo de aplicação.
Por exemplo, os oxímetros de reflexão são mais adequados a pacientes que
apresentam problemas de perfusão sangüínea ou que sofreram queimaduras,
de forma que a vascularização periférica em algumas áreas pode estar
comprometida.
Analisando a variação de coloração sangüínea para diferentes níveis de
saturação de oxigênio, Horecker (1943) observou que a oxihemoglobina
apresenta uma menor transmissão de luz na faixa do espectro de 660nm
(comprimento de onda correspondente à região do vermelho) quando
comparada com a hemoglobina desoxigenada. No entanto, há regiões do
espectro luminoso onde o coeficiente de absorção da oxihemoglobina é
idêntico ao da hemoglobina. Estas regiões são denominadas pontos
isobésticos. Um dos pontos isobésticos situa-se na região do infravermelho,
aproximadamente em 805nm, como se pode observar na figura a seguir (fig. 4).
Sendo assim, os oxímetros de pulso utilizam dois LEDs, emitindo feixes
luminosos com dois comprimentos de onda distintos (vermelho: 660nm e
infravermelho: 930nm). Apesar do comprimento de onda central do LED
infravermelho ser aproximadamente 930nm (este valor pode variar dependendo
do equipamento) e não coincidir exatamente com o ponto isobéstico (805nm), a
diferença entre os coeficientes de absorção não é muito grande, se comparada
com a diferença na região do vermelho (nota-

496
Equipamentos Médico -Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção

se que, no gráfico, o eixo correspondente aos coeficientes de absorção


encontra-se em escala logarítmica). Os dois comprimentos de onda são
emitidos e transmitidos através da pele, sendo absorvidos de forma
diferenciada pelo sangue. A oxihemoglobina, que é vermelha, reflete a luz
vermelha, enquanto que a hemoglobina é azul, absorvendo a luz vermelha.
Como a luz infravermelha utilizada corresponde, aproximadamente, a um dos
pontos isobésticos do sangue, este comprimento de onda é absorvido na
mesma proporção, tanto pela oxihemoglobina quanto pela hemoglobina. A
razão entre as quantidades de luz vermelha e infravermelha captadas pelos
fotosensores é utilizada na determinação do nível de saturação do oxigênio
sangüíneo.

Figura 4. Coeficientes de
absorção luminosa em função
do comprimento de onda,
destacando-se a diferença na
região do vermelho,
infravermelho e o ponto
isobéstico.

Os fotosensores convertem a luz captada em sinais elétricos, que depois


são enviados à unidade de processamento do oxímetro, geralmente composta
de circuitos digitais e um microprocessador.
O caminho percorrido pela luz ao longo da pele do paciente compreende
regiões de capilares com sangue arterial (com alta pulsatilidade), com sangue
venoso (pulsatilidade insignificante) e regiões teciduais (sem nenhum
movimento pulsátil). Desta forma, a absorção da luz depende da absorção
tecidual (pele, gordura, osso etc.), da absorção relativa ao san-

497
Oxímetro de Pulso

gue venoso, da absorção pelo sangue arterial e do volume arterial adicionado a


cada batimento cardíaco. A componente alternada depende do enchimento
sangüíneo na extremidade medida e do coeficiente de absorção do meio. A
figura a seguir (fig. 5) ilustra as componentes de absorção da luz em uma
extremidade tecidual.

Figura 5. Absorção da luz na ponta do


dedo, onde Iac é a intensidade luminosa
alternada e Idc é a intensidade
luminosa contínua.

Como os coeficientes de absorção


da oxihemoglobina e da hemoglobina
são diferentes na região do vermelho e
iguais na região do infravermelho
(ponto isobéstico), a SpO2 pode ser
determinada de forma contínua e não
invasiva. Este tipo de aplicação não
necessita da coleta de amostras de sangue como nos oxímetros laboratoriais,
mas apresenta um erro comparativamente maior. Na figura a seguir (fig. 6) são
mostrados a colocação de sensores (fotodiodos emissores e detetores de luz)
e o modo de obtenção da curva de saturação. Pode-se utilizar apenas um
fotodetector, bastando, para isso, emitir os feixes vermelho e infravermelho em
instantes diferentes.

Figura 6. Oxímetro de pulso. (a) Representação esquemática dos componentes de um sensor


do oxímetro de pulso e do acoplamento do sensor na ponta de um dedo e (b) gráfico ilustran-
do a amplitude constante do infravermelho (Iac IV e Idc IV) e a variação da amplitude do
vermelho (Iac v e Idc v) com a saturação de oxigênio (SpO2).

498
Equipamentos Médico -Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção

A equação seguinte (eq. 2), determinada por Yoshida, é usada para a


determinação do nível de saturação de oxigênio sangüíneo arterial (Sp02).
Iac V
log
Idc V
SpO2 = A + B
Iac IV (eq.2)
log
Idc IV

onde Iac IV é a intensidade luminosa alternada no vermelho;


Idc IV é a intensidade luminosa contínua no vermelho;
Iac IV é a intensidade luminosa alternada no infravermelho;
Idc IV é a intensidade luminosa contínua no infravermelho;
A e B são constantes de calibração determinadas empiricamente.
A seguir é apresentado um diagrama de blocos de um oxímetro de pulso
genérico e seu respectivo sensor (fig. 7).

Figura 7. Diagrama de blocos de um oxímetro de pulso.

499
Oxímetro de Pulso

O circuito de processamento, geralmente microprocessado, é responsável


por gerar os sinais emitidos pelos LEDs e receber o sinal captado pelo
fotosensor. Como os LEDs são excitados alternadamente, o circuito de
recepção capta os sinais correspondentes aos LEDs vermelho e infravermelho
em instantes diferentes, digitalizando-os e armazenando-os temporariamente
em memórias. É realizado um pré-processamento, extraindo as componentes
alternada e contínua de cada sinal de intensidade luminosa e a seguir é
calculado o valor instantâneo da SpO2, segundo a equação 2, apresentada
anteriormente. Este valor instantâneo da SpO2 é pulsado e corresponde à onda
pletismográfica. Uma etapa de filtragem calcula seu valor médio, que é enviado
ao visor e comparado com os limites de acionamento do alarme. Além disso, a
partir da onda pletismográfica, é calculada a freqüência cardíaca.
Alguns oxímetros sincronizam o sinal luminoso captado com o
eletrocardiograma (ECG), de forma a detectar eventuais artefatos causados
pela movimentação do paciente. São utilizados ainda algoritmos para redução
de ruídos.
NECESSIDADES DE INSTALAÇÃO E TREINAMENTO DE
PESSOAL
Os oxímetros de pulso não requerem nenhum tipo especial de instalação
para seu uso. Como já apresentado anteriormente, eles podem ser
encontrados nas seguintes variações:
− portáteis: para uso em mesa ou "rack", necessitando de alimentação
pela rede elétrica;
− portáteis com bateria: utilizados durante o transporte do paciente;
− modulares: para uso em monitores anestésicos ou fisiológicos;
− manuais: alimentados por baterias e utilizados durante breves intervalos
durante os quais o paciente está fora do leito;
Sendo assim, a utilização de oxímetros de pulso não apresenta maiores
dificuldades no ambiente hospitalar ou em unidades de transporte de pacientes
(ambulâncias). Uma das únicas restrições é a utilização durante exa-

500
Equipamentos Médico -Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção

mes de MRI, exigindo modelos específicos a tal fim, com cabos de fibra óptica,
como descrito anteriormente.
Em relação ao treinamento de pessoal, este tipo de equipamento é
considerado relativamente livre de problemas, exigindo pouco treinamento aos
futuros usuários.
PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS
Os problemas encontrados em oxímetros de pulso dividem-se em duas
classes: problemas operacionais, relacionados à utilização incorreta do
equipamento, e problemas funcionais, relacionados à ocorrência de defeitos
internos ao equipamento.
A seguir encontram-se listados os problemas mais comuns, de acordo com
cada uma das classificações acima.
Problemas operacionais
− Interferência causada por unidades eletrocicúrgicas
As unidades eletrocicúrgicas (bisturis elétricos) geram correntes elétricas de
alta freqüência, que podem causar interferências nos sensores ou cabos
dos oxímetros. A maioria dos oxímetros tem circuitos de isolação ou
dispositivos que interrompem temporariamente seu funcionamento durante
a utilização de unidades eletrocicúrgicas. No entanto, alguns modelos
"congelam" o último valor medido durante a interferência, fornecendo ao
operador desavisado um valor que não corresponde à medida atual de
saturação de oxigênio arterial.
− Alta intensidade luminosa ambiente
Como os oxímetros medem sinais luminosos de intensidade muito baixa que
atravessam a pele, os fotodetetores podem sofrer interferências geradas por
outras fontes luminosas, como lâmpadas cirúrgicas, aquecedores de
radiação e demais fontes luminosas. Usualmente são utilizadas coberturas
opacas sobre os sensores, minimizando este tipo de problema. No entanto,
sensores descartáveis costumam apresentar mais problemas desta
natureza do que os reutilizáveis.

501
Oxímetro de Pulso

− Alteração dos níveis de vascularização no lóbulo da orelha


Os níveis de vascularização do lóbulo da orelha podem variar
dependendo do estado do paciente, como em casos de estresse
psicológico ou choque, causando discrepâncias entre os níveis de
oxigenação do lóbulo da orelha e do resto do corpo. Sendo assim, os
operadores devem estar atentos aos sensores de posicionamento na
orelha.
− Uso de sensores incompatíveis com o oxímetro
Já foram detectados casos em que foram utilizados sensores
incompatíveis com o oxímetro em questão, causando queimaduras nos
pacientes, além da possibilidade de acarretar medidas incorretas (no
caso de não ser detectado aquecimento nos sensores).
− Uso de oxímetros convencionais durante exames de MRI
Como já citado anteriormente, existem oxímetros cujos cabos são
compostos de fibras ópticas não condutivas, destinados à utilização
durante exames de MRI. A utilização de oxímetros convencionais pode,
além de gerar artefatos nas imagens de MRI, causar aquecimento dos
cabos e dos sensores e causar queimaduras no paciente.
− Erros de medição por intoxicação de monóxido de carbono
Há casos em que ocorre intoxicação por monóxido de carbono (CO),
pois este composto se combina com a hemoglobina formando a
carboxihemoglobina que é um composto estável e que tem a mesma
coloração avermelhada da oxihemoglobina. Sendo assim, oxímetros de
pulso não conseguem distinguir a oxihemoglobina da
carboxihemoglobina, medindo a soma dos dois níveis de saturação.
Quando há suspeita de intoxicação por monóxido de carbono, deve-se
retirar amostra de sangue e recorrer à oximetria laboratorial apropriada
para estes casos.
− Demais problemas
Vários outros fatores podem afetar os valores medidos pelos oxímetros
de pulso, como, por exemplo, injeções intravenosas de etileno azul ou
indocaína verde. Esmalte de unhas também interferem nos sinais
captados pelos sensores de dedos, bem como níveis extremos de
anemia (baixa quantidade de hemoglobina) ou pele com alta
pigmentação (barreira de alta opacidade aos feixes luminosos). Movi -

502
Equipamentos Médico -Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção

mentos do paciente que causem variações cíclicas do caminho


percorrido pela fonte de luz podem também gerar artefatos. Alguns
equipamentos exibem a onda pletismográfica, permitindo ao operador
identificar artefatos desta natureza. Regiões corpóreas com
vascularização comprometida também mascaram o resultado correto,
sendo as principais causas: hipotermia, problemas de vascularização
periférica, hipotensão, uso de drogas vasoconstritoras ou baixo débito
cardíaco. Nestes casos, o mais aconselhável é o uso de sensores de
reflexão. Outros fatores geradores de erros de medição são o uso de
torniquetes, manguitos de pressão arterial ou infusões intravenosas na
mesma extremidade de uso do sensor do oxímetro.
Problemas funcionais (defeitos)
A grande parte dos defeitos que ocorrem em oxímetros de pulso
compreende danos nos cabos ou nos sensores. Estes defeitos geralmente
ocorrem pelo desgaste natural, causado pelo manuseio destes componentes
ou pela má utilização dos mesmos. É bastante comum a ocorrência de
problemas como cabos partidos (sem continuidade elétrica), ocasionados por
torções ou puxões, sensores defeituosos, desalinhados ou sem pressão de
fixação por causa de quedas ou pancadas, além de conectores (dos cabos ou
dos sensores) com mau contato, ocasionado pela soma dos fatores
anteriormente citados.
ROTINAS E INSTRUMENTOS DE TESTES E CALIBRAÇÃO
A maioria dos equipamentos de oximetria de pulso já vem calibrada de
fábrica, executando rotinas de autodiagnóstico (teste funcional)
automaticamente depois que os equipamentos são ligados. No entanto, são
necessárias calibrações preventivas de rotina ou quando há suspeita de algum
mau funcionamento. Para isso, existem simuladores cuja função é testar a
exatidão das medidas realizadas pelos oxímetros de pulso. Existem
basicamente dois tipos de simuladores: o simulador de pulso e o simulador
eletrônico. O primeiro (simulador de pulso) contém uma extremidade
semelhante a um dedo, onde é acoplado o sensor do oxímetro em teste. Este
dedo artificial contém um grau de opacidade e de pulsatilidade mecânica de
acordo com a SpO2 e freqüência cardíaca definidas pelo responsável

503
Oxímetro de Pulso

pelos testes. Já o simulador eletrônico é capaz de testar separadamente o


conjunto cabo e sensor, e o console do oxímetro. Neste tipo de simulador há
um conector para o cabo e o sensor, onde são feitos testes de condutividade
elétrica e de funcionamento dos LEDs (vermelho e infravermelho) e do
fotosensor. Há outro conector para o console do oxímetro, de forma que o
simulador gera um sinal elétrico correspondente a um determinado nível de
SpO2 e freqüência cardíaca.
BIBLIOGRAFIA
BRONZINO, J.D. (ed.), The Biomedical Engineering Handbook. Boca
Raton, Florida: CRC Press & IEEE Press, 1995. p.764-778 e p.1346-1352;
HORECKER, B.L., The absorption spectrum of hemoglobin and its
derivatives in the visible and near infrared, J. Biol. Chem., v. 148, p.173-182,
1943;
ECRI. Healthcare product comparison system (HPCS). Oximeters, Pulse .
PA, EUA: ECRI Press, Plymouth Meeting, 1999. 1 CD-ROM;
ECRI. Healthcare product comparison system (HPCS). Oximeters, In Vitro,
Multiwavelength. PA, EUA: ECRI Press, Plymouth Meeting, 1999. 1 CD-ROM;
WEBSTER, J.G. Medical Instrumentation, application and design, 2nd
ed., 1992. p. 752-792.

504

Você também pode gostar