Tema 862 STJ Acordão Publicado
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PODER JUDICIÁRIO
MALOTE DIGITAL
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 3 de 12
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. SANDRA VERÔNICA CUREAU
Secretário
Bel. RONALDO FRANCHE AMORIM
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação da Sra. Ministra Relatora."
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. SANDRA VERÔNICA CUREAU
Secretária
Bela. Carolina Véras
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 5 de 12
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 6 de 12
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. SANDRA VERÔNICA CUREAU
Secretária
Bela. MARIANA COUTINHO MOLINA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado para a sessão ordinária de 14/04/2021 por indicação da Sra. Ministra Relatora.
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 7 de 12
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretária
Bela. MARIANA COUTINHO MOLINA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado por indicação da Sra. Ministra Relatora.
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 8 de 12
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.729.555 - SP (2018/0056606-0)
RELATÓRIO
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 9 de 12
Superior Tribunal de Justiça
benefício (auxílio-acidente) é o dia imediatamente posterior à
cessação Auxílio-Doença.
Considerando este contexto, é certo que o caso dos autos enquadra-se
nas hipóteses previstas no artigo constitucional acima transcrito, sendo,
portanto, cabível o presente Recurso Especial.
(...)
O Recorrente ajuizou ação de acidente do trabalho em face do
Recorrido visando a implantação do benefício de
Auxílio-Acidente, na medida em que, em 04 de setembro de 1998,
sofreu acidente do trabalho típico, do qual resultaram sequelas
de caráter parcial e permanente em seu ombro esquerdo que
dificultam o exercício de sua função habitual (à época, ajudante
geral e, atualmente, prensista).
Em minuciosa perícia realizada 16 anos após o fato (06/06/2016), o
nobre Expert, mesmo com decurso de tal período de tempo, constatou
que o Recorrente é portador de sequelas definitivas com nexo
causal com o acidente típico, que comprometem a sua plena
capacidade laborativa, tal como se verifica no detalhado e bem
fundamentado Laudo Pericial de fls. 33/42.
Após a manifestação das partes, sobreveio a r.sentença de mérito
de fls. 70/74, através da qual o Juízo de Primeira Instância,
reconhecendo a existência de sequelas incapacitantes e o nexo
de causalidade com o acidente de trabalho, julgou procedente o
pedido do aqui Recorrente para condenar a Autarquia Recorrida a
implantar o benefício de Auxílio-Acidente em favor dele, 'a partir
do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença' (08/10/1998),
ressalvada a prescrição quinquenal.
A dita sentença foi submetida à apreciação do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, em face do recurso ex officio e do recurso
voluntário da Autarquia Recorrida, oportunidade em que foi reformada
apenas para alterar o termo inicial do benefício do dia
imediatamente posterior à cessação do Auxílio-Doença para a
data da citação da ora Recorrida. Neste particular, assim diz tal
decisão:
(...)
Diante da notória contradição do julgado, consistente na incongruência
entre o reconhecimento da existência de sequela desde 1998 (data do
acidente do trabalho) e o deferimento do benefício apenas a partir da
citação, em evidente violação ao 2º do Art. 86 da Lei 8.213/91, o
Recorrente opôs Embargos de Declaração, que, como já dito, foram
rejeitados.
(...)
O Artigo 86 da Lei 8.213/91 estabelece as condições para concessão e
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Superior Tribunal de Justiça
implantação do benefício de Auxilio-Acidente nos seguintes termos:
(...)
O caput do dito artigo, em conjunto com seu parágrafo 2º, não
deixa dúvidas ou dá margens a qualquer interpretação que não
seja no sentido de que, reunidas as condições que dão direito ao
segurado à percepção do benefício de Auxílio-Acidente
(consolidação de sequelas incapacitantes decorrentes de
acidente do trabalho), como é o caso, o benefício será concedido,
como indenização, a partir do dia seguinte ao da cessação do
Auxílio-Doença.
Sendo assim, para a situação em comento, em que o
Auxílio-Doença cessou em 07/10/1998, tal como reconhecido na
sentença de mérito e no próprio acórdão recorrido, o termo inicial
do benefício de Auxílio-Acidente a que tem direito o Recorrente
deve ser o dia imediatamente posterior, ou seja, 08/10/1998 e não
a data da citação da Autarquia Recorrida, como estabelecido no
v.acórdão cuja reforma aqui se almeja e que novamente abaixo
parcialmente se reproduz:
(...)
Vejam, Excelências, que o § 2º do acima mencionado dispositivo
legal não impõe qualquer ressalva, critério ou condição adicional
para a sua aplicação, à exceção da vedação da acumulação do
Auxílio-Acidente com aposentadoria.
Desta forma, a justificativa adotada no julgado para estabelecer como
termo inicial do benefício a data da citação da Recorrida não se sustenta,
evidenciando-se em notória violação legal.
É que, para a lei, é indiferente se, após a consolidação das
sequelas, o Recorrente não mais pleiteou afastamento ou teve
intercorrências por mais de dez anos. Ao contrário, tendo em
vista o caráter indenizatório do benefício, basta que o segurado
tenha redução na sua capacidade laborativa, assim considerado
também o maior esforço para o exercício da função, exatamente
como ocorre com o Recorrente desde a finalização do tratamento
do acidente do trabalho (outubro/1998), tal como comprovado
nestes autos através de detalhada prova pericial técnica.
Esta característica da lei tem respaldo importante no simples fato de que
o direito à percepção do benefício de Auxílio-Acidente é
potestativo e não sujeito a decadência. Significa dizer, é direito que
assiste ao segurado tenham as sequelas com efeito incapacitante
se consolidado ontem ou há muitos anos, sendo a sua limitação
estabelecida apenas e exclusivamente no que diz respeito à
cobrança das parcelas não pagas, que é limitada pela prescrição
quinquenal.
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 11 de 12
Superior Tribunal de Justiça
Neste sentido é o entendimento já consolidado por esta Egrégia Corte
Superior, nos termos dos arestos jurisprudenciais abaixo colacionados:
(...)
Neste contexto, é certo que a mantença deste ponto específico do v.
acórdão tal como está representará não apenas uma
contrariedade manifesta à lei, mas também uma violação da
razoabilidade e da Justiça, na medida em que (i) imprimirá ao
Recorrente uma punição dupla, qual seja, a de ter trabalhado com
maior esforço por longos anos sem receber a contrapartida
indenizatória que a lei lhe assegura, apenas e tão somente
porque, pessoa humilde que é, até o ano de 2016, desconhecia
seu direito ao benefício e (ii) importará, para a Autarquia
Recorrida, em verdadeira premiação pela sua desídia em cumprir
o dever social para o qual foi instituída, que, neste particular,
seria a implantação de ofício do benefício a que fazia jus o
Recorrente, com o privilégio adicional de ver-se isentada do
pagamento de todas as parcelas devidas pelo período anterior à
sua citação, incluindo também aquelas não abrangidas pelo
período prescricional quinquenal, que o Recorrente não olvida
ser aplicável a seu caso. Um absurdo!
É para evitar a perpetuação deste ato ilegal e, sobremaneira, injusto, que
o Recorrente vem socorrer-se desta Suprema Corte, confiante de que
este recurso será provido para fazer-se a necessária, ampla e lídima
Justiça!
(...)
À parte a evidente violação do §2º do Art. 86 da Lei 8.213/91 acima
demonstrada, é certo que o acórdão recorrido também deu a este
dispositivo interpretação distinta daquela adotada por outros
Tribunais de Justiça do país em casos análogos. Para demonstrar
tal divergência jurisprudencial e visando não alongar excessivamente as
razões recursais, o Recorrente pede vênia para utilizar como
paradigma o acórdão exarado nos autos da Apelação n.º
2013.039451-2, julgada em 03/06/2014 pela 1ª Câmara de Direito
Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (vide print do
andamento processual em 1ª instância, print do andamento processual
em 2ª instância e acórdão anexos, obtidos no sítio eletrônico do Tribunal
de Justiça do Estado de Santa Catarina – www.tjsc.jus.br), cuja ementa
segue abaixo reproduzida:
(...)
O caso retratado no mencionado acórdão cuida de ação
acidentária proposta por Leonel Wilbert em 10/06/2009 em face do
INSS, através da qual pretendeu o reconhecimento de direito à
percepção do benefício de Auxílio-Acidente, tendo em vista que
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Superior Tribunal de Justiça
ele teria sofrido acidente de trabalho típico em 09/08/1995
(portanto, 14 anos antes do ajuizamento da ação), culminando na
amputação traumática do 3º dedo da mão esquerda, lesão que
teria reduzido a sua capacidade laborativa.
Realizada a instrução processual, com a confirmação da sequela
incapacitante através de laudo pericial judicial, em 17/12/2012, sobreveio
a sentença de primeira instância acolhendo os pedidos autorais para
reconhecer o direito ao recebimento do benefício em questão
retroativamente a 31/10/1995, data imediatamente posterior à da
cessação do Auxílio-Doença anteriormente recebido.
Irresignada, a Autarquia lá Apelante, aqui Recorrida, apelou do decisum,
pretendendo reduzir o percentual do salário de benefício a ser pago ao
segurado (de 50% para 30%), bem como para alterar a data de seu
início para a juntada do laudo pericial aos autos.
O inconformismo não obteve bom resultado, tendo o Tribunal de Santa
Catarina decidido em 03/06/2014 que:
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Superior Tribunal de Justiça
constatou a presença de tais sequelas incapacitantes, mesmo
após o decurso de longo tempo, e o nexo etiológico com os
acidentes; e,
- ambas as ações foram julgadas procedentes em primeira instância,
com a determinação de implantação do benefício de
Auxílio-Acidente em favor dos autores desde o dia imediatamente
posterior à cessão dos Auxílios-Doença, ressalvada a prescrição
quinquenal.
A única diferença entre as situações análogas reside no desfecho da
questão já que, no caso paradigma, o Tribunal de Santa Catarina aplicou
a lei e manteve a sentença de 1º grau no sentido de que o termo inicial
do benefício seria o dia imediatamente posterior à cessação do
Auxílio-Doença, enquanto que nesta ação, o Tribunal de São Paulo
houve por bem desconsiderar a letra legal e alterar o julgamento a quo
para estabelecer como termo inicial do benefício a data de citação da
Autarquia Recorrida.
Por ser defesa em nosso ordenamento jurídico, esta ilegal e injusta
diferença deve ser extirpada por este Tribunal Superior, mediante a
reforma do v.acórdão recorrido para ajusta-lo à melhor jurisprudência
pátria, que está em consonância com aquela retratada na decisão
proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, na qual
foi fixado como termo inicial do Auxílio-Acidente o dia imediatamente
posterior à cessação do Auxílio-Doença, tudo como determina o §2º do
Art. 86 da Lei 8.213/91" (fls. 113/125e).
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 14 de 12
Superior Tribunal de Justiça
DE RECURSO ESPECIAL. RITO DOS RECURSOS ESPECIAIS
REPETITIVOS. ARTS. 1.036, CAPUT E § 1º, 1.037 E 1.038 DO
CPC/2015 C/C ART. 256-I DO RISTJ, NA REDAÇÃO DA EMENDA
REGIMENTAL 24, DE 28/09/2016. AUXÍLIO-ACIDENTE DECORRENTE
DA CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA. FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL.
I. Delimitação da controvérsia, para fins de afetação da matéria ao
rito dos recursos repetitivos, nos termos do art. 1.036, caput e §
1º, do CPC/2015: 'Fixação do termo inicial do auxílio-acidente,
decorrente da cessação do auxílio-doença, na forma dos arts. 23
e 86, § 2º, da Lei 8.213/91'.
II. Recurso Especial afetado ao rito do art. 1.036 e seguintes do
CPC/2015 (art. 256-I do RISTJ, na redação da Emenda Regimental 24,
de 28/09/2016)" (fl. 202e).
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 15 de 12
Superior Tribunal de Justiça
imediatamente seguinte ao da cessação do auxílio-doença. III.
Parecer pelo provimento do recurso especial".
É o relatório.
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 16 de 12
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.729.555 - SP (2018/0056606-0)
RELATORA : MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
EMENTA
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 17 de 12
Superior Tribunal de Justiça
acidente, na forma do art. 86, caput e § 2º, da Lei 8.213/91, sendo despiciendo, nessa
medida, para essa específica hipótese legal, investigar o dia do acidente, à luz do art. 23 da
Lei 8.213/91.
VI. O entendimento do STJ – que ora se ratifica – é firme no sentido de que o auxílio-acidente
será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, mas, inexistente a
prévia concessão de tal benefício, o termo inicial deverá corresponder à data do requerimento
administrativo. Inexistentes o auxílio-doença e o requerimento administrativo, o
auxílio-acidente tomará por termo inicial a data da citação. Nesse sentido: STJ, REsp
1.838.756/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 22/11/2019;
AgInt no REsp 1.408.081/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 03/08/2017; AgInt no AREsp 939.423/SP, Rel. Ministra DIVA MALERBI
(Desembargadora Federal Convocada do TRF/3ª Região), SEGUNDA TURMA, DJe de
30/08/2016; EDcl no AgRg no REsp 1.360.649/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 11/05/2015; AgRg no REsp 1.521.928/MG, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 19/06/2015; AgRg no AREsp
342.654/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
26/08/2014; REsp 1.388.809/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe de
06/09/2013.
VII. Prevalece no STJ a compreensão de que o laudo pericial, embora constitua importante
elemento de convencimento do julgador, não é, como regra, parâmetro para fixar o termo
inicial de benefício previdenciário. Adotando tal orientação: STJ, REsp 1.831.866/SP, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 11/10/2019; REsp 1.559.324/SP,
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 04/02/2019.
VIII. Tese jurídica firmada: "O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia
seguinte ao da cessação do auxílio-doença que lhe deu origem, conforme determina o
art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, observando-se, se for o caso, a prescrição quinquenal de
parcelas do benefício."
IX. Recurso Especial conhecido e provido, para, em consonância com a tese ora firmada,
restabelecer a sentença.
X. Recurso julgado sob a sistemática dos recursos especiais representativos de controvérsia
(art. 1.036 e seguintes do CPC/2005 e art. 256-N e seguintes do RISTJ).
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 18 de 12
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VOTO
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 19 de 12
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"O benefício é devido a partir da citação.
Afinal, dos documentos que instruem a inicial verifica-se que após
a cessação do auxílio-doença (07/10/98) o segurado retornou ao
trabalho, sem constar no presente feito qualquer anotação
referente a eventual afastamento ou intercorrência por mais de
dez anos.
De se observar, se for o caso, o disposto no artigo 104, § 6º, do Decreto
3.048/99" (fl. 103e).
Fundamentos determinantes do julgado (art. 984, § 2º, c/c o art. 1.038, § 3º,
do CPC/2015 e art. 104-A, II, do RISTJ)
Por sua vez, o art. 86, caput, da Lei 8.213/91, na redação original, previa a
concessão do auxílio-acidente nos casos de acidente do trabalho, in verbis:
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 21 de 12
Superior Tribunal de Justiça
I - redução da capacidade laborativa que exija maior esforço ou
necessidade de adaptação para exercer a mesma atividade,
independentemente de reabilitação profissional;
II - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o
desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém, não o
de outra, do mesmo nível de complexidade, após reabilitação
profissional; ou
III - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o
desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém não o
de outra, de nível inferior de complexidade, após reabilitação
profissional".
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 22 de 12
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acidente, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade
para o trabalho que habitualmente exercia, conforme situações
discriminadas no regulamento".
Documento: 1902005 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2021 Página 23 de 12
Superior Tribunal de Justiça
1. Inaplicabilidade, à espécie, da Súmula n.º 7/STJ, por não se tratar de
reexame de provas, mas sim, de valoração do conjunto probatório dos
autos.
2. Conforme a jurisprudência deste Tribunal Superior, ora reafirmada,
estando presentes os requisitos legais exigidos para a concessão do
auxílio-acidente com base no art. 86, § 4º, da Lei n.º 8.213/91 –
deficiência auditiva, nexo causal e a redução da capacidade laborativa –,
não se pode recusar a concessão do benefício acidentário ao Obreiro,
ao argumento de que o grau de disacusia verificado está abaixo do
mínimo previsto na Tabela de Fowler.
3. O tema, já exaustivamente debatido no âmbito desta Corte Superior,
resultou na edição da Súmula n.º 44/STJ, segundo a qual 'A definição,
em ato regulamentar, de grau mínimo de disacusia, não exclui, por si só,
a concessão do benefício previdenciário.'
4. A expressão 'por si só' contida na citada Súmula significa que o
benefício acidentário não pode ser negado exclusivamente em razão do
grau mínimo de disacusia apresentado pelo Segurado.
5. No caso em apreço, restando evidenciados os pressupostos
elencados na norma previdenciária para a concessão do benefício
acidentário postulado, tem aplicabilidade a Súmula n.º 44/STJ.
6. Nas hipóteses em que há concessão de auxílio-doença na
seara administrativa, o termo inicial para pagamento do
auxílio-acidente é fixado no dia seguinte ao da cessação daquele
benefício, ou, havendo requerimento administrativo de
concessão do auxílio-acidente, o termo inicial corresponderá à
data dessa postulação. Contudo, tal entendimento não se aplica ao
caso em análise, em que o Recorrente formulou pedido de concessão do
auxílio-acidente a partir da data citação, que deve corresponder ao dies
a quo do benefício ora concedido, sob pena de julgamento extra petita.
7. Recurso especial provido. Jurisprudência do STJ reafirmada. Acórdão
sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ n.º 08, de
07/08/2008" (STJ, REsp 1.095.523/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ,
TERCEIRA SEÇÃO, DJe de 05/11/2009).
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postulação".
Também o Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, no voto-vista que proferiu,
registrou:
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este for pago ao segurado, sendo que, inexistindo tal fato, ou
ausente prévio requerimento administrativo para a concessão do
auxílio-acidente, o termo inicial do recebimento do benefício
deve ser a data da citação'.(AgRg no AREsp 831.365/SP, Rel.
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 19/4/2016,
DJe 27/5/2016)
4. Agravo interno a que se nega provimento" (STJ, AgInt no AREsp
939.423/SP, Rel. Ministra DIVA MALERBI (Desembargadora Federal
convocada do TRF/3ª Região), SEGUNDA TURMA, DJe de 30/08/2016).
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Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de
27/05/2016).
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INICIAL. CITAÇÃO. PRECEDENTES. JUROS DE MORA. LEI 11.960/2009.
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO
DECLARADA PELO STF NA ADI 4.357/DF E ADI 4.425/DF.
SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESNECESSIDADE. ÍNDICE DE
CORREÇÃO MONETÁRIA. INPC. PRECEDENTES. HONORÁRIOS DE
ADVOGADO. SÚMULA 111/STJ. PRESCRIÇÃO DAS PARCELAS
VENCIDAS. ARTIGO 103, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 8.213/1991.
INOVAÇÃO RECURSAL. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Quanto ao termo inicial do benefício auxílio-acidente, o STJ tem
entendimento consolidado no sentido de que o termo inicial do
auxílio-acidente é a data da cessação do auxílio-doença, quando
este for pago ao segurado, sendo que, inexistindo tal fato, ou
ausente prévio requerimento administrativo para a concessão do
auxílio-acidente, o termo inicial do recebimento do benefício
deve ser a data da citação.
(...)
8. Agravo regimental não provido" (STJ, AgRg no AREsp 342.654/SP,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
26/08/2014).
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Precedentes.
2. Recurso especial provido" (STJ, REsp 1.388.809/SP, Rel. Ministra
ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe de 06/09/2013).
(...)
A nova sentença concedeu o benefício de auxílio-acidente ao autor
pela 'redução em grau, médio ou superior dos movimentos de pronação
e/ou supinação de antebraço, devido retroativamente desde a data
da cessação do auxílio-doença (06/09/2006), considerando-se o
salário de contribuição à época do acidente, e corrigido com juros e
correção monetária na forma da Lei n° 11.960/09'.
A Apelação do INSS logrou exito para retificar a sentença 'para o
fim de conceder à parte autora o auxílio-acidente de 50% do
salário-de-benefício (art. 86 da Lei 8213/91), além de abono anual' com
o termo inicial 'correspondente à data da juntada do laudo pericial
aos autos quando da conversão do julgamento em diligência, qual seja,
10.6.2014 (fls. 121, e-STJ), tendo em vista que a partir daquela data
é que restou cabalmente comprovada a incapacidade parcial e
permanente da parte obreira'.
(...)
Se controvertem as partes apenas quanto ao termo inicial do
benefício. Colhe-se do acórdão que as mazelas que acometem o
autor decorreram de infortúnio trabalhista ocorrido em 2006,
incapacitando-o parcial e permanentemente para o trabalho,
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comprovado por perícia médica e prova testemunhal, produzidas
em 2014.
É com a citação que o réu tem ciência do litígio, conforme
colhe-se do caput do artigo 219 do CPC. Quando ausente o
requerimento administrativo, a detecção da incapacidade do
segurado através da perícia judicial associada à impossibilidade de
reabilitação impõe reconhecer a citação como termo inicial do
beneficio, surgindo a mora quanto à cobertura do evento
causador da incapacidade.
Com relação ao termo inicial do benefício, o Superior Tribunal de
Justiça, no julgamento dos Embargos de Divergência 735.329/RJ, Rel.
Ministro Jorge Mussi, pacificou o entendimento de que, na ausência
de postulação na via administrativa, é a citação, e não a juntada
do laudo pericial aos autos, que deve nortear o termo inicial dos
benefícios de cunho acidentário. Vejam-se alguns posicionamentos:
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Seção, DJe 6.5.2019)
(...)
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em 16.8.2009 (fl. 233, e-STJ)
3. In casu, rever tal entendimento, com o objetivo de acolher a
pretensão recursal, 'para fixar a data do início do auxílio acidente
em 20.04.97, data seguinte à cessação do auxílio-doença no qual
foi, a Recorrente, submetida a processo de reabilitação profissional'
(fl. 299, e-STJ), demanda revolvimento de matéria fática, o que é
inviável em Recurso Especial, à luz do óbice contido na Súmula 7
do STJ.
4. Fica prejudicada a análise da divergência jurisprudencial quando
a tese sustentada esbarra em óbice sumular ao se examinar o
Recurso Especial pela alínea 'a' do permissivo constitucional.
5. Recurso Especial não conhecido. (Resp 1774.654 / BA, Rel. Min.
Herman Benjamin, Segunda Turma, Dje 29/05/2019)
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requerimento administrativo (nos casos em que não houve
concessão de auxílio-doença anterior); subsidiariamente, quando
ausente as condições anteriores, o marco inicial para pagamento
de auxílio-acidente será a data da citação, pois é esta que
constitui em mora o demandado (art. 240 do NCPC).
Nos termos do § 6º do art. 104 do RPS: 'No caso de reabertura de
auxílio-doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem
a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio-doença
reaberto, quando será reativado'" (ROCHA, Daniel Machado da.
Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social - 18ª ed. - São
Paulo: Atlas, 2020, p. 520/526).
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"O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao
da cessação do auxílio-doença que lhe deu origem, conforme
determina o art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, observando-se, se for o
caso, a prescrição quinquenal de parcelas do benefício."
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reconhecimento do seu direito consistirá na perda do direito às parcelas anteriores aos cinco
anos que precedem o ajuizamento da ação, por força da prescrição quinquenal, conforme
fora determinado pelo Juízo de 1º Grau.
Destaque-se, por fim, que o retorno do segurado à atividade em nada altera o
termo inicial do benefício, haja vista que o auxílio-acidente pressupõe redução da capacidade
laborativa para a atividade habitualmente exercida, após a consolidação das lesões, o que
denota a irrelevância do retorno ao trabalho, sem recaídas que impliquem em nova
concessão de auxílio-doença.
Nesse sentido, o art. 104, §§ 2º e 3º, do Decreto 3.048/99 – reproduzindo o que
dispõe o art. 86, §§ 2º e 3º, da Lei 8.213/91 – estabelece, expressamente, que "o
auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio por
incapacidade temporária, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento
auferido pelo acidentado, vedada a sua acumulação com qualquer aposentadoria", e
também que "o recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de
aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente".
Estabelece, ainda, o art. 104, § 6º, do Decreto 3.048/99 que apenas "no caso de reabertura
de auxílio por incapacidade temporária por acidente de qualquer natureza que tenha
dado origem a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio por
incapacidade temporária reaberto, quando será reativado", hipótese não configurada, no caso
concreto.
Ante o exposto, conheço do Recurso Especial e lhe dou provimento, para fixar o
termo inicial do auxílio-acidente no dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença do qual se
originou, observada a prescrição quinquenal, restabelecendo, por conseguinte, a sentença de
fls. 71/75e.
CONCLUSÃO
Em face do exposto, proponho seja firmada a seguinte tese: "O termo inicial
do auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença que
lhe deu origem, conforme determina o art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, observando-se, se
for o caso, a prescrição quinquenal de parcelas do benefício."
Quanto ao caso concreto, conheço do Recurso Especial da parte autora e lhe
dou provimento, para, em consonância com a tese ora firmada, restabelecer a sentença.
É como voto.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.729.555 - SP (2018/0056606-0)
VOTO-VOGAL
É como voto.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.729.555 - SP (2018/0056606-0)
RATIFICAÇÃO DE VOTO
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Como se destacou no voto, na forma da jurisprudência do STF, firmada sob o
regime de repercussão geral, não há decadência para a concessão inicial do benefício,
considerado direito fundamental (STF, RE 626.489/SE, Rel. Ministro ROBERTO BARROSO,
TRIBUNAL PLENO, DJe de 23/04/2014), inexistindo prescrição, quanto ao próprio fundo de
direito, se ausente indeferimento do benefício (Súmula 85/STJ).
Assim, a demora no ajuizamento da ação para postular a concessão de
auxílio-acidente, precedido de auxílio-doença acidentário, inexistindo negativa expressa e
formal da Administração – como no caso – não afasta a observância da regra imposta
pelo art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, trazendo como efeito apenas a prescrição quinquenal das
parcelas do benefício vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da demanda, na
forma da Súmula 85/STJ.
Cumpre destacar que, a propósito, no voto que proferi, foram citados, entre
vários precedentes, o do REsp 1.408.081/SC (Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 03/08/2017), no qual, em hipótese análoga, o acidente de trabalho
típico ocorreu em 25/02/81, com percepção de auxílio-doença acidentário pelo segurado,
cessado em 25/03/81. O Tribunal de origem, em ação ajuizada em dezembro de 2007 (cerca
de 26 anos após), alterou o termo inicial do benefício para a data da juntada aos autos do
laudo pericial, em 05/08/2009. A Primeira Turma do STJ deu provimento ao Recurso Especial
do segurado, para fixar o termo inicial do auxílio-acidente no dia subsequente à cessação do
auxílio-doença, observada a prescrição quinquenal de parcelas do benefício, na forma da
Súmula 85/STJ.
Por fim, quanto à observação do Ministro SÉRGIO KUKINA, no sentido de que a
tese proposta não abarca as demais hipóteses de fixação do termo inicial do auxílio-acidente,
examinadas na fundamentação do voto e constantes do item VI da ementa, à luz da
jurisprudência assente desta Corte, esclareço que não o fiz atenta à específica questão
submetida a julgamento no Tema 862/STJ, qual seja, a "fixação do termo inicial do
auxílio-acidente, decorrente da cessação do auxílio-doença, na forma dos arts. 23 e
86, § 2º, da Lei n. 8.213/1991". Entretanto, acolhi a oportuna sugestão de S. Exa., quando
propôs acréscimo à tese, no sentido de se observar, em sendo o caso, a prescrição
quinquenal de parcelas, na forma da Súmula 85/STJ.
Feitos tais esclarecimentos, ratifico o voto por mim proferido.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretária
Bela. MARIANA COUTINHO MOLINA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ANTONIO EVANILDO PEDROSA DA SILVA
ADVOGADOS : MARCELO MOREIRA CESAR - SP241576
CLARISSA BORSOI - SP232961
RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) -
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN E OUTRO(S) - SC018200
ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT - PR072492
SUSTENTAÇÃO ORAL
Dra. MARIA ROSA GUIMARAES LOULA, pela parte RECORRIDA: INSTITUTO NACIONAL
DO SEGURO SOCIAL e Dr. ANDRE LUIZ MORO BITTENCOURT, pela parte INTERES.:
INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Primeira Seção, por maioria, vencidos os Srs. Ministros Gurgel de Faria e Og
Fernandes, conheceu e deu provimento ao recurso especial para restabelecer a sentença, em
consonância com a tese jurídica firmada: "O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia
seguinte ao da cessação do auxílio-doença que lhe deu origem, conforme determina o art. 86, § 2º,
da Lei 8.213/91, observando-se a prescrição quinquenal da Súmula 85/STJ".
Os Srs. Ministros Sérgio Kukina, Regina Helena Costa, Manoel Erhardt (Desembargador
convocado do TRF-5ª Região), Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra.
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Ministra Relatora.
O Sr. Ministro Gurgel de Faria ressalvou seu ponto de vista quanto à tese.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
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