LUIZETTO, Flávio - Reformas Religiosas
LUIZETTO, Flávio - Reformas Religiosas
LUIZETTO, Flávio - Reformas Religiosas
O autor
Graduado em histria pela
USP;
Mestre e doutor em Histria;
Professor da UFSCAR;
Adptos (Bilhes)
Cristianismo
2100
32.14%
Isl
1500
22.96%
Ateus/agnsticos/sem religio
1100
16.84%
Hindusmo
900
13.78%
394
6.03%
Budismo
376
5.76%
100
1.53%
Outras
63
0.96%
TOTAL
6533
100.00%
99,72%
88,96%
83,34%
73,89%
73,79%
68,43%
Brasil-2009
Sem religio - 6,72%
Catlica - 68,43%
Pentecostal - 12,76%
Outras evanglicas - 7,47%
Espiritualista - 1,65%
Afro-brasileiras - 0,35%
Orientais ou asiticas - 0,31%
Porcentage
m
64,6%
22,2%
8%
3,2%
Reforma e Contra-Reforma
como
eventos
religiosos,
sociais,
polticos
e
econmicos;
Onde est a ligao da
religio
com
as
demais
questes sociais?
1. A ORIGEM E DIFUSO DA
REFORMA
Tendncias interpretativas
. No convence a justificativa
de que a reforma teria
ocorrido apenas por conta
da rebeldia dos reformadores
ou os excessos catlicos;
A POCA DA REFORMA
Perodo
precedente
da
reforma: crise (sc. XIV e
XV).
Tempos
agitados,
tempos
de
dificuldades
econmicas e de ruptura da
paz social (LUIZETTO, 1998,
p. 13).
xodo/abandono rural;
Urbanizao desordenada;
Aumento dos problemas
sociais: carestia; fome; falta
de higiene; epidemias;
Revoltas e agitaes:
Violncias espontneas;
Banditismo organizado;
Rebelies camponesas;
Medo
Desordem moral...
Desmoronamento dos valores
sociais e espirituais;
[...] vida cotidiana achava-se
dominada amplamente por um
forte sentimento de segurana
quanto ao presente e de
incerteza quanto ao futuro
(LUIZETTO, 1998, p. 17).
A DIFUSO DA REFORMA
O xito da Reforma foi rpido;
Luteranismo
Alemanha;
Sucia;
Noruega;
Dinamarca;
Calvinismo
Destaque das
igrejas Anglicana
e Presbiteriana
Inglaterra;
Esccia;
Irlanda;
Frana;
Pases Baixos;
CAPTULO 2
A IDEIA DE REFORMA
Retomada apostlica;
Coibir excessos;
Desburocratizar a igreja;
Essas ideias, embora debatidas
e de conhecimento geral no
aglutinavam
esforos
e
convencimento suficientes para
por em curso uma reforma
at a ao de Lutero e Calvino;
A
tnica
da
discusso
reformadora posta por ambos
foi de ordem doutrinal;
As discusses anteriores
faziam referncia a reforma
clerical
ou
uma
reforma
abrangente
em
vrios
setores;
Embora
Lutero
tenha
se
sublevado contra os abusos
morais da igreja a renovao
religiosa condicionou-se sobre
a tomada de posio contra ou
a favor da doutrina luterana
da justificao pela f.
Enquanto
Lutero
procurava
demonstrar que a doutrina das boas
obras, ensinada pela igreja romana,
era totalmente intil para a obteno
da graa, Calvino aprofundava a
discusso propondo a ideia de
predestinao, distanciando-se com
essa formulao tanto do catolicismo
quanto do luteranismo. (LUIZETTO,
1998, p. 27).
A completa eliminao da
salvao atravs da Igreja e dos
Sacramentos
(que
no
luteranismo no foi de modo
algum desenvolvida at suas
concluses finais) constitua a
diferena
decisiva
entre
o
calvinismo e o catolicismo.
(LUIZETTO, 1998, p. 27).
IDEIAS DE REFORMA
RELIGIOSA
A Igreja Romana
Legitimidade da doutrina;
A infalibilidade papal em matria
de religio;
A diviso religiosa da cristandade;
Alguns
defendiam
uma
reforma administrativa que
melhorasse a disposio da
ao dos membros do clero;
Outros
defendiam
uma
reforma legal, isto , maior
equiparao dos poderes e da
hierarquia entre os clrigos;
John Wyclif
John Wyclif (1328-1384) foi
professor da Universidade de
Oxford, telogo e reformador
religioso ingls, considerado
por muitos um precursor das
reformas religiosas.
A devoo moderna
Gerard Groote (1340 - 1384),
holands, completou seus
estudos
teolgicos,
mas
abdicou da batina e passou a
pregar
de
maneira
autnoma.
Para
eles:
A
vida
crist
autntica no necessitava de
complicados
rituais
e
de
pomposas cerimnias: por essa
razo, os irmos da Vida
Comum contentavam-se com
oraes, meditaes, leitura do
Evangelho
e
a
ascese.
(LUIZETTO, 1998, p. 31).
CAPTULO 3
LUTERO
A DOUTRINA DA JUSTIFICAO
PELA F
Lutero
ingressou
no
mosteiro
agostiniano em 1483, ento com 22
anos e sendo doutor em Filosofia;
O que o motivava era a vida
monstica
conhecida
como
caminho seguro para a realizao
espiritual;
Buscava no mosteiro a soluo para
sua
sensao
de
desconsolo
espiritual;
Durante
muito
tempo,
portanto, comportou-se como
um exemplar membro da
igreja: acatava a doutrina, a
autoridade do papa e as
tradies que compunham a
vida religiosa da poca
(LUIZETTO, 1998, p. 37).
Apesar
de
demonstrar
diligncia na observncia
dos regulamentos da Ordem
e exemplar cumprimento da
doutrina
da
Igreja,
no
conseguia encontrar a to
procurada paz de esprito.
(LUIZETTO, 1998, p. 37.
Doutorou-se em Teologia e
foi incumbido de atividades
na
Universidade
de
Wittenberg;
Desejava
uma
religio
mais
simples, acessvel e prxima dos
fiis;
A cpula em Roma no aceitou
discutir a doutrina. como refletir
sobre a verdadeira Palavra de
Deus agora, em 1517, se a Igreja
cuidava
de
a
proclamar
h
sculos?. (LUIZETTO, 1998, p.
42).
CAPTULO 4:
CALVINO A DOUTRINA DA
PREDESTINAO
Com
a
diviso
da
cristandade
ocorreu
o
surgimento
de
correntes
protestantes divergentes;
Escapou
das
previsveis
perseguies na Frana e se
refugiou em Genebra, em
1536;
Em
1536
publicou:
Instituio
da
Religio
Crist, que compe a sua
teologia;
A doutrina da predestinao o
centro do pensamento religioso
de Calvino e o ponto de
distino com o luteranismo e o
catolicismo;
Catolicismo: boas obras;
Luteranismo: justificao pela
f;
Calvinismo: predestinao;
ONISCINCIA DIVINA
Oniscincia: capacidade de
saber tudo infinitamente (ad
infinitum),
incluindo
pensamentos,
sentimentos,
vida,
passado,
presente,
futuro, e todo universo, etc..
Mistrio
Ningum sabe se
predestinado ou no. A
razo humana est
interditada a conhecer as
razes divinas da
predestinao. [...] o
destino individual est
envolto em tenebroso
mistrio, cuja penetrao
seria impossvel e cujo
questionamento seria
presunoso. (LUIZETTO,
1998, p. 46-47).
Imutabilidad
e
No catolicismo e no luteranismo
o fiel capaz de administrar
sua relao com Deus;
como se Deus aguardasse
pela morte para decidir-se
sobre o fiel. Isto , ele ainda
no
conhecia
seu
destino,
necessitando
julgar
suas
atitudes;
uma
decorrncia necessria do dogma
da oniscincia divina;
Problema prtico do
pensamento religioso
calvinista:
Como saber se fui escolhido?
Sou um bem-aventurado?
Como aplacar a ansiedade
do fiis?
O calvinismo no propunha um
meio
de
salvaguarda
ou
salvao. Os fiis ansiavam
por um sinal, um mecanismo
de ao prtica;
O mecanismo possvel era a
dedicao ao trabalho, pois
afastava
as
dvidas
e
fortalecia a autoconfiana;
CAPTULO 5
A CONTRA-REFORMA
Acusao de heresia;
Retratao;
Excomunho;
Suplcio;
Contra
Reforma:
vontade
deliberada
de
fazer
desaparecer o protestantismo,
se necessrio pela fora.
Aes militares (apoio aos
ataques
a
territrios
protestantes);
Converso (misses, colgios,
universidades);
Mecanismos de presso...
(desencorajar a liberdade de
pensamento)
INQUISIO
Reestabelecida em 1542 sob a
forma do Santo Ofcio
Existncia de um fanatismo
religioso assumir uma
religio
significava
frequentemente combater as
outras.
Violncias
recprocas:
perseguies,
prises
e
chacinas;
Frente ao protestantismo a
Igreja Catlica se reformou:
refutou
as
concepes
heterodoxas; conformou sua
doutrina e definiu normas
rigorosas de organizao e
funcionamento;
Dentre
essas
ordens
destacou-se a Companhia de
Jesus;
Fundador:
Incio Lopes de
Recalde,
nascido
em
Loyola, Espanha
em 1491, mais
conhecido com
Incio
de
Loyola.
Era
difcil
torna-se
um
jesuta professo de quatro
votos;
Exerccios Espirituais: ver
com
os
olhos
da
imaginao...
Nos
primeiros
anos
a
companhia
ficou
circunscritas Europa e
dedicada a educao das
crianas pobres, divulgao
do Evangelho entre o povo e
assistncia espiritual aos
enfermos;
A Companhia de Jesus
constitui-se,
efetivamente,
em uma potncia ao mesmo
tempo religiosa e poltica.
(LUIZETTO, 1998, p. 60).
O Conclio de Trento
Organizao
da
alta
hierarquia da Igreja Romana;
Cidade de Trento: entre
Roma e o Imprio Alemo;
O Conclio significou um
divisor de guas;
O
evento
consolidou
a
posio da igreja em favor
de sua f, referendando e
reforando suas premissas;
Definiu ainda
clerical;
reforma
da
vida
Precisavam-se
de
clrigos
bem
preparados;
Ser padre envidava grandes esforos;
No era uma forma fcil de ganhar a
vida;
Valorizao dos votos de pobreza e
castidade;
O padre precisa ter um elevado nvel
cultural;
Ser
filho
de
um
matrimnio
legtimo;
Saber ler e escrever;
Poderiam ser ricos ou pobres.
Os filhos ricos pagariam penso;
Desde o incio deveriam vestir o
hbito, cortar o cabelo, assistir a
missa todos os dias e confessar
uma vez por ms;
O
poder
dos
bispos
foi
reforado, passaram a ser
Delegados da Sede Apostlica;
Cuidariam da fundao dos
seminrios e da formao dos
novos padres;
Deveriam visitar as parquias
regularmente;
CONCLUSO
A reforma estava ligada a um
quadro de mudanas e no foi
uma manifestao pontual do
sculo XVI;
A reforma significou a abertura
para novas prticas religiosas a
exemplo
das
mudanas
histricas ento em curso.