Gnero Textual:

Artigo de Opinio
 Definio

Um gnero discursivo no qual se busca

convencer o o outro sobre determinada
idia, influenciando-o e transformando
seus valores por meio da argumentao a
favor de um posio e de refutao de
possveis opinies divergentes.

Brkling
 Estrutura
Introduo
Desenvolvimento
Concluso
 Caractersticas (algumas):
sempre uma produo intencional; seu objetivo
persuadir o leitor de que a ideia defendida tem
legitimidade, sentido e razo de ser;

Utiliza uma linguagem argumentativa na exposio de

ideias e comprovao dos fatos;

Apresenta os elementos principais da textualidade

coeso e coerncia;

No h uma extenso definida: apresentam-se em

vrios tamanhos (costuma-se dizer que no so muito
longos);

Pode ser escrito em 1 pessoa (singular ou plural).

Ttulo Costuma ser impactante, chamativo e j contm opinio.
Tema
Discusso de questes polmicas e temas variados
Autores Algum capaz de comentar a questo polmica em foco;
especialista no assunto ou autoridade na rea.
Lugar
jornal/revistaH espaos pr-determinados em colunas ou sees destinadas
veiculao de opinies.
Esfera social O artigo de opinio em geral interessa a todos os leitores do
de circulao jornal ou revista. Quando o tema muito especfico (por exemplo,
economia), no entanto, pode interessar mais a certas esferas do
que a outras.

Modo de Utilizao de vrios argumentos; antecipao (prev argumentos

argumentao
contrrios); qualificao das fontes; utilizao de ironia, exemplos,
fatos, dados estatsticos, testemunhos.
Linguagem A linguagem culta, formal, como requer uma publicao em
jornal ou revista. Usam-se operadores argumentativos de vrios
tipos e os verbos so empregados predominantemente no
presente do indicativo.
 Artigo cientfico Artigo de opinio

Apresenta extenso maior, pois Comum nos meios jornalstico,

resulta no apenas da ideia do artstico e cultural; revela a
autor sobre o tema, mas subjetividade do autor por meio de
tambm de uma investigao argumentos que no exigem,
cientfica necessariamente, comprovao
cientfica.
Exposio sistematizada: Predomnio da linguagem
explicitao do ponto de vista persuasiva. Os argumentos
terico, metodologia, fontes dos podem ser baseados em dados
dados; apresentao de colhidos da realidade, citaes
referncias bibliogrficas de autoridades e/ou fatos,
utilizadas; evitam-se repeties, exemplos e ilustraes que
redundncias e questes alheias podem ser observados na
ao tema. realidade.
 Como elaborar o artigo de opinio

Artigo de opinio Texto dissertativo

Defesa de uma TESE O autor apenas discorre

sobre um assunto;
expe ideias a respeito
Nasce da reflexo acerca dele, sem elaborar a
de um determinado defesa de uma ideia
assunto, que incita, alm especfica.
de uma anlise crtica, o
estabelecimento de uma
posio prpria.
 Artigo de opinio

OBJETO: o tema sobre o qual se desenvolve a

argumentao.

TESE: ponto de vista do autor sobre o tema a ser

desenvolvido (ideia a ser defendida).

ARGUMENTOS: razes que fundamentam o ponto de

vista do autor. Devem relacionar-se diretamente com o
tema da argumentao e, logicamente, com o ponto de
vista defendido.
 Exemplificando 1

TEMA/OBJETO: Meninos de rua

TESE: O menino de rua que fica nas sinaleiras de

Salvador um marginal em potencial
 Exemplificando 2

TTULO: A responsabilidade contra o grotesco

TEMA/OBJETO: Programao das emissoras de TV

TESE: A qualidade da programao da TV brasileira de

responsabilidade das emissoras.

TESE: Liberdade da televiso com boa programao sem

baixo nvel.
 Exemplificando 3

TTULO: O avio que caiu centena de vezes

TEMA/OBJETO: Sensacionalismo da TV brasileira

TESE: O principal objetivo da TV o entretenimento, por

isso as notcias so transformadas em espetculos.

TESE: Transformao das catstrofes em show e

espetculo para apelar a emoo do telespectador.
 Exemplificando 4

TTULO: A favor da esmola

TEMA/OBJETO: o ato de dar esmola

TESE: O ato de dar esmola correto e justo.

TESE: Diante da inoperncia do Estado, dar esmola um

recurso vlido como recurso emergencial para a misria.

TESE: A esmola um ajuda benfica para os mais

necessitados.
ARGUMENTAO
O que argumentao?
 Argumentao em sentido lato

Argumentar defender uma idia,

procurando apresentar razes para que as
pessoas com quem estamos argumentando
aceitem nossa idia como a melhor, a mais
acertada, a mais equilibrada, ou a mais
verdadeira.

Todo texto argumentativo, porque todos

so, de certa maneira, persuasivos.
 ARGUMENTO
AFIRMAO > RAZES > ARGUMENTO

Um ARGUMENTO o fornecimento de razes para

justificar ou criticar uma afirmao. So so provas
(raciocnio, dados, fatos...)

A argumentao (legtima) deve ser coerente, ou

seja, no pode violar os princpios lgicos da razo,
nem usar argumentos falaciosos.
 Quando usamos a argumentao?
Defender um ponto de vista
Quando propomos uma soluo

Dissertao
Comentrio
Artigo de opinio
Crtica de cinema ou de msica, etc.
Exemplificando a persuaso
 Aqui bandido: Plnio Marcos. Ateno,
malandragem! Eu no v pedir nada, v te d um
al. Te liga a! Aids uma praga que ri at os mais
fortes, e ri devagarinho. Deixa o corpo sem defesa
contra a doena. Quem peg essa praga est ralado
de verde e amarelo, de primeiro ao quinto, e sem
vaselina. Num tem dot que d jeito, nem reza
brava, nem choro nem vela, nem ai, Jesus. Pegou
Aids, foi pro brejo! Agora, sente o aroma da
perptua: Aids passa pelo esperma e pelo sangue,
entendeu, pelo esperma e pelo sangue.

Eu num t te dando esse al pra te assombr,

ento, se toca! No porque tu t na tranca que
virou anjo. Muito pelo contrrio, cana dura deixa o
cara ruim. Mas preciso que cada um se cuide.
Ningum pode vale pra ningum nesse negcio de
Aids. Ento, j viu: trans, s de acordo com o
parceiro, e de camisinha!
 Agora, tu a que metido a esculach os
outros, metido a ganh o companheiro na fora
bruta, na congesta! Para com isso, tu vai acab
empesteado. Aids num toma conhecimento de
macheza, pega pra l, pega pra c, pega em home,
pega em bicha, pega em mulh, pega em
roadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem
bobeia fica premiado. E fica um tempo sem sab.
Da, o mais malandro, no dia de visita, recebe
mamo com acar da famlia e manda pra casa o
Aids! E num isso que tu qu, n, vago mestre?
Ento, te cuida! Sexo, s com camisinha.

Quem descobre que peg a doena se sente

no prejuzo e quer ir forra, passando pros
outros. Sexo, s com camisinha! Num tem
escolha, trans, s com camisinha.
 Quanto a tu, mais chegado ao pico, eu t
sabendo que ningum corta o vcio s por ordem da
chefia. Mas escuta bem, vago mestre, a seringa o
canal pra Aids. No desespero, tu no se toca, no v,
num qu nem sab que, s vezes, a seringa vem at
com um pingo de sangue e tu mete ela direto em ti. s
vezes ela parece que vem limpona, e vem com a praga.
E tu, na afobao, mete ela direto na veia. A, tu
dana. Tu, que se diz mais tu, mas que num pode
aguent a tranca sem pico, se cuida. Quem gosta de tu
tu mesmo. E a farinha que tu cheira e a erva que tu
barrufa enfraquece o corpo e deixa tu chu da cabea e
dos peitos. E a tu fica moleza pro Aids. Mas o pico
canal direto pra essa praga que est a. Ento,
malandro, se cobre. Quem gosta de tu tu mesmo. A
sade como a liberdade. A gente d valor pra ela
quando j era!

Vdeo exibido na Casa de Deteno de So Paulo. Agncia: Adag;

Realizao: TV Cultura, 1988.
 A que o texto se prope?

Persuadir os detentos a se prevenirem

contra a AIDS.
Que recursos so utilizados para realizar
a persuaso?
Procura identificar-se com os seus
destinatrios, para que sua mensagem seja
mais confivel para eles:

A voz do texto apresenta-se como um

detento;
Utilizao de vocativos que geralmente so
empregados pelo grupo a que se dirige;
Emprego da variante no culta, em sua
modalidade oral;
 TIPOS DE ARGUMENTO

1. Argumento por citao

A concluso se sustenta pela citao de uma

fonte confivel, que pode ser um especialista
no assunto ou dados de instituio de
pesquisa, uma frase dita por algum que
tenha autoridade no assunto abordado. A
citao pode auxiliar e deixar consistente a
tese.
Como afirma Ren Girard, em seu livro A violncia e
o sagrado, a violncia de todos e est em todos.
Certamente, se a sociedade se vale da violncia para
punir os violentos, a mensagem que passa muito
clara: h uma violncia que aceitvel (talvez at
mesmo desejvel), da qual no se pretende abrir
mo.
 2. Argumento baseado no consenso

Afirmaes que no precisam ser demonstradas

(aquilo que todo mundo j sabe).

A educao a base do desenvolvimento.

Os investimentos em pesquisa so
indispensveis, para que um pas supere sua
condio de dependncia.
 Argumento baseado no consenso:
cuidado!
Evitar lugares-comuns sem base cientfica e
de validade discutvel:

O brasileiro preguioso
A AIDS um castigo de Deus
 3. Argumento baseado em provas
concretas

Ao empregarmos os argumentos baseados em

provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese
por meio de informaes concretas, extradas da
realidade. Podem ser usados dados estatsticos ou
fatos notrios (de domnio pblico).

A sustentao do argumento ser dada pelas

informaes objetivas (dados, estatsticas,
percentuais) que o acompanham.
 No caso do Brasil, homicdios esto
assumindo uma dimenso terrivelmente grave. De
acordo com os mais recentes dados divulgados pelo
IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos
ltimos 20 anos, tendo chegado absurda cifra
anual de 27 por mil habitantes. Entre homens jovens
(de 15 a 24 anos), o ndice sobe a incrveis 95,6 por
mil habitantes. (Folha de S. Paulo, 14/04/2004)
Argumento baseado em provas
concretas

Opinies pessoais tm pouco valor se

no vierem acompanhadas de fatos
(concretos).

Ex: A administrao Fleury foi ruinosa para o

Estado de So Paulo (abstrato).
A administrao Fleury foi ruinosa para o
Estado de So Paulo, porque deixou dvidas,
junto ao Banespa, de 8,5 bilhes de dlares,
porque deixou de pagar os fornecedores, porque
acumulou dvidas de bilhes de dlares, porque
inchou a folha de pagamento do Estado com
nomeaes de afilhados polticos, porque
desestruturou a administrao pblica.
(Concreto)
 EVITAR GENERALIZAES
Basta um caso ao contrrio para derrubar
qualquer generalizao.

Todo poltico corrupto.

Nenhum europeu toma banho

Generalizar sem dados, ou com dados

insuficientes, revela nossos tabus e
preconceitos.
 No tomar o que acidental, isto , acessrio
ou ocasional como se fosse essencial,
inerente, necessrio.

Exemplos: citar um erro mdico, e dizer que

todos os mdicos so charlates.
 Cuidado com frases como
Poltico no presta.
Brasileiro no sabe votar.
Pobre no gosta de trabalhar.
Artista vive em outro mundo.
Jornal s conta mentira.
Funcionrio pblico no trabalha.
Roqueiros so todos drogados.
Argumento baseado em provas concretas

Ilustrao: quando se enuncia um fato geral

e, em seguida, narra-se um caso concreto para
comprov-la.

Exemplo: Quando se fala que no Brasil h polticos

que se valem de fraudes para elegerem-se, em
seguida, conta-se um caso de um esquema montado
por um candidato ou deputado para alterar os mapas
eleitorais durante a apurao.

 Exemplificao: parte-se de um exemplo

concreto e da se extrai uma concluso geral.

Exemplo: Partimos de casos de fraudes contra

a previdncia social, para chegar afirmao
de que o sistema previdencirio brasileiro est
sujeito a esse tipo de ato ilcito e, por isso,
precisa passar por profundas reformulaes
saneadoras.
4. Argumento com base no raciocnio
lgico (causa e consequncia)

No existem polticas pblicas que

garantam a entrada dos jovens no
mercado de trabalho. Assim, boa
parte dos recm-formados numa
universidade est desempregada ou
subempregada. O desemprego e o
subemprego so uma consequncia
necessria das dificuldades que os
jovens encontram de ingressar no
mercado de trabalho.
 Argumentos dedutivos

Premissa: Se A, ento B
Premissa: A
Concluso: B
Se estudar LET, ento serei aprovado. Estudei,
portanto fui aprovado.
 Argumentos dedutivos
Premissa: Se A, ento B
Premissa: no-B
Concluso: no-A

Se estudar LET, ento serei aprovado. No fui

aprovado,portanto, no estudei.
 Argumentos dedutivos
Premissa: Se A, ento B.
Premissa: Se B, ento C.
Concluso: Portanto, se A, ento C.

Se estudar, serei aprovado em LET. Se for

aprovado em LET, poderei me formar na UFBA.
Portanto, se estudar, poderei me formar na
UFBA.
 CUIDADO: TAUTOLOGIAS

O fumo faz mal sade porque

prejudica o organismo.

Essa criana mal-educada porque

os pais no lhe deram educao.
 5. Argumento com base na
competncia lingustica:
Consiste no emprego da linguagem
adequada situao de interlocuo.

Assim:
- o modo de dizer as coisas d credibilidade ao que se diz.

- a escolha dos vocbulos, locues e formas verbais, entre

outros aspectos, essencial para asseguar o ponto de vista.
5.Argumento com base na competncia
lingustica:
No sou bilogo e tenho que puxar pela
memria dos tempos de colegial para recordar a
diferena entre uma mitocndria e uma
espermatognia. Ainda lembro bastante para
qualificar a canetada de FHC de defecatio
maxima (este espao nobre demais para que
nele se escrevam palavras de baixo calo, como
em latim tudo elevado...).
 Sugesto-Estrutura do texto/Progresso
temtica
Introduo
Pargrafo inicial - tese, opinio,declarao ,
modo afirmativo, claro e bem definido
Desenvolvimento
Anlise/explicitao - fatos, exemplos,
citaes, testemunhos, dados estatsticos.
Concluso:
Pargrafo final - sntese da demonstrao
feita no desenvolvimento.
 SITUAO 1
Um adolescente, para resolver um problema
econmico da famlia, resolveu fazer cpias de CDs
para vender. Ele vendeu todos os CDs e pagou a
dvida.

QUESTO POLMICA: O jovem tem ou no o direito

de reproduzir CDs para vender, desconsiderando a
lei dos direitos autorais?
 SITUAO 2
Novas pesquisas indicam que adolescentes comeam
a beber cada vez mais cedo e de forma abusiva.
Preocupado com esse consumo de lcool, o prefeito
de uma cidade proibiu a venda de bebidas alcolicas
em bares prximos s escolas.

QUESTO POLMICA: Essa medida pode diminuir o

consumo de bebidas alcolicas pelos adolescentes?
 SITUAO 3
Uma diretora de escola proibiu a entrada de alunos
com piercings em sala de aula.

QUESTO POLMICA: A diretora tem o direito de

proibir a entrada de alunos que usam piercings?