O Culto Eucarístico Fora Da Missa

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O CULTO

EUCARÍSTICO
FORA DA MISSA
• Uma das riquezas do
mistério cristão é o culto à
Eucaristia, fora da
celebração.
• Constatação: Nos
últimos anos, melhorou
ostensivamente a
celebração da Eucaristia,
porém notou-se um
retrocesso até certo
desafeto relativamente ao
seu culto.
Causas:

- Reação à excessiva acentuação anterior,


nos séculos XI-XIII, em resposta às
posturas de Ratrammo e Berengário, que
negavam a presença real, e mais tarde à
de Calvino.
- A unidade que no primeiro milênio havia
existido entre as duas dimensões da
Eucaristia foi-se rompendo.
Santo Agostinho:

• “Ninguém come essa carne, sem antes a adorar;


[...] pecaríamos se não a adorássemos”.
(Enarrationes in Psalmos 98,9).
• A adoração eucarística é apenas o
prolongamento visível da celebração eucarística,
a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração
da Igreja. (Bento XVI) SCh 66.
A reforma do Vaticano II recobrou a
prevalência da celebração sobre o culto.
Mas agora corremos o perigo de não
respeitar a síntese vital deste sacramento.
Desta vez é o culto que parece ser
descuidado.
Convicção tradicional
da Igreja
• Dados positivos:
• crescente convicção de que a presença de
Cristo na Eucaristia permanece também depois
da celebração:
• - Justino: os diáconos a levam “aos ausentes”.
• - Hipólito: assinala o cuidado com que se deve
conservar (na própria casa) a Eucaristia.
Costume em Roma e em outras igrejas, para
comungar diariamente. Fez com que se
desenvolvessem formas de respeito e
veneração à Eucaristia, que depois será
conservada nas igrejas.
• Estava à disposição dos enfermos (sobretudo
para o viático). Isto fez com que o povo cristão
visse a coerência de uma atitude de adoração do
Senhor sacramentado.
• É muito antigo o costume do “jejum eucarístico”.
• As evoluções teológicas: reação aos arianos, a
ênfase na presença real contra as controvérsias
dos séculos XI e XI e os reformadores influiram
na acentuação do culto eucarístico.
• A celebração da missa ia se deteriorando. O
culto foi o alimento da fé e de uma piedade
cristocêntrica.
Trento respondeu aos reformadores,
principalmente Lutero, reafirmando a
legitimidade da adoração que os cristãos
professam à reserva eucarística.
Condenou os que afirmam que a presença
dura somente no momento do “uso” da
Eucaristia. Só não falou da prioridade da
celebração.
• O Concílio Vaticano II, preocupou-se com
a reforma da celebração eucarística.
Somente em PO 18 faz uma alusão à
adoração eucarística, falando da vida
espiritual dos presbíteros diz:
“Para cumprirem com
fidelidade o ministério,
tomem a peito o
colóquio cotidiano com
Cristo Senhor na visita
e no culto pessoal da
Santíssima Eucaristia.”
Sucessivos documentos foram
completando os aspectos que não
haviam sido explicados no concílio.
• - Paulo VI (Mysterium fidei 11, de
1965) queixa-se dos que se
atrevem a “propor e a generalizar
a opinião que afirma não estar
presente Nosso Senhor Jesus
Cristo nas hóstias consagradas
que sobram, depois da
celebração do Sacrifício da
Missa”.
- A instrução Eucharisticum mysterium, de
1967, um dos documentos mais
equilibrados e positivos sobre a Eucaristia,
além de valorizar a celebração, coloca de
novo às claras a legitimidade do culto:
“Ninguém pode pode duvidar ‘que todos os
cristãos, segundo o uso sempre aceito pela
Igreja católica, prestam, na veneração a este
Sacratíssimo Sacramento, o culto de latria,
devido ao verdadeiro Deus. Nem deveria, de
fato, ser menos adorado, pela razão que foi
instituído por Cristo Nosso Senhor para ser
recebido’. Dado que no sacramento que é
conservado, Ele mesmo deve ser adorado visto
que ali Ele está substancialmente presente, em
virtude daquela transformação do pão e do
vinho que, conforme o Concílio de Trento, com
toda a exatidão é chamada Transubstanciação.”
(EM 3, f).
• - Em 1973, apareceu a edição
latina do novo Ritual da
sagrada comunhão e do culto
à Eucaristia fora da missa, em
cujos praenotanda se torna a
motivar o sentido teológico e
litúrgico do culto de adoração
ao Senhor em sua Eucaristia e
depois se oferece um amplo
diretório das formas deste
culto.
• - Em 1980, o Papa João
Paulo II publicou
Dominicae coenae.
• - No mesmo 1980, a S.
Congregação para o culto
divino, publicou a
instrução Inaestimabile
donum.
• Estas últimas insistiam
nos valores e nas normas
do culto à Eucaristia
também fora da missa.
• “A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a
sua celebração, mas também o permanecer
diante dela fora da Missa permite-nos beber na
própria fonte da graça. Uma comunidade cristã
que queira contemplar melhor o rosto de Cristo,
segundo o espírito que sugeri nas cartas
apostólicas Novo millennio ineunte e Rosarium
Virginis Mariae, não pode deixar de desenvolver
também este aspecto do culto eucarístico, no
qual perduram e se multiplicam os frutos da
comunhão do corpo e sangue do Senhor” (João
Paulo II, Ecclesia de Eucharistia n.25).
Reflexão teológica

• O culto de adoração à Eucaristia, também fora da


celebração, deve ser compreendido no conjunto de
todo o mistério eucarístico:
• O exagero medieval consistiu em dar prioridade ao
culto em relação à celebração, e em tornar
independente, de certo modo, o culto do resto do
mistério. Cometeríamos o mesmo empobrecimento
se descuidássemos do culto, baseando-nos, por
exemplo, em que o pão eucarístico nos foi dado para
ser comido, e não para ser adorado.
• A Eucaristia é ordenada
prioritariamente à sua
celebração, não à
adoração ou à
contemplação.
• Mas o fato de que, já bem
cedo, se começaram a
“reservar” os dons
eucarísticos para os
enfermos ou para o viático
dos moribundos, fez com
que se prolongasse
também fora da
celebração a atitude de
adoração desses dons.
• O culto da Eucaristia, legítimo e
conatural à nossa fé em Cristo presente,
está intimamente relacionado com a
celebração, da qual é fruto,
prolongamento e preparação.
• São lembradas as diversas presenças do
Senhor à sua comunidade, todas elas
reais, porém progressivas. Reclamam
uma pedagogia gradual para que os fiéis
possam responder a cada uma delas com
atitudes adequadas.
• O culto prolonga o clima eucarístico da
celebração.
• “Esta adoração da Eucaristia move os fiéis a
participar radicalmente do mistério pascal e
corresponder agradecidos ao dom daquele
que, por sua humanidade, infunde sem cessar
a vida divina nos membros de seu corpo”
(Ritual 80).
• O culto nos prepara
para uma celebração
mais profunda.
• Uma oração de
louvor e adoração
diante do Senhor
eucarístico fomenta
em nós precisamente
os sentimentos de fé
que tornam possível
uma celebração de
qualidade.
• A finalidade última da Eucaristia é
que chegue a assimilar a
comunhão de vida que Cristo lhe
oferece.
• Como Igreja peregrina, sempre
ameaçada pela tentação do
esquecimento e da agitação da
vida, podemos “prolongar por
meio da oração diante de Cristo, o
Senhor presente no sacramento, a
união com ele conseguida na
comunhão e renovar a aliança”
que nos ofereceu (Ritual 81).
• Na celebração, Cristo se dá a nós em sua atitude
sacrifical.
• É o corpo “entregue por” e o sangue “derramado por”
que recebemos no sacramento. O culto prolonga
também a chave de memorial. O que o culto fora da
missa pretende é que os fiéis “se unam a Cristo e a
seu sacrifício” (EM 3e) e assim, “oferecendo toda a sua
vida com Cristo ao Pai no Espírito Santo, com esse
admirável intercâmbio aumentam a fé, a esperança e
a caridade” (EM 50).
• A chave para descobrir o sentido do
binômio “celebração-culto” é o
próprio mistério do Cristo glorioso,
acontecimento e permanência ao
mesmo tempo.
• Como Javé libertou seu povo da
escravidão no êxodo, e depois o
acompanhou com uma presença
contínua e ativa ao longo de sua
peregrinação pelo deserto e de toda
a sua vida em Israel, agora o
Senhor Jesus, que nos redimiu com
sua entrega pascal, continua
presente à sua Igreja na mesma
atitude salvadora da cruz, como
Senhor glorificado.
Conseqüências para a práxis
• - A incoveniência de colocar o
sacrário no mesmo altar em
que se celebra a Eucaristia.
• - Que o Cristo não esteja
eucaristicamente presente
desde o início da Missa pela
conservação das sagradas
espécies no tabernáculo,
sobre o altar onde se celebra
a Missa, pois esta presença é
fruto da consagração.
• - Proíbe-se a exposição do
Santíssimo no mesmo espaço
em que se está celebrando a
Eucaristia (Ritual 82-83).
• - Recomenda-se que o pão que se expõe para a
adoração tenha sido consagrado na missa celebrada
imediatamente antes.
• - que a exposição não apareça como mais
importante do que a missa.
• - que na adoração se dê um lugar à proclamação e
até à explicação homilética, da palavra de Deus.
• - que durante a adoração eucarística não se façam
outras rezas em honra da Virgem ou dos santos.
• - sinais exteriores
de respeito: lâmpada
que arde
continuamente diante
do sacrário; as flores;
a genuflexão que
fazemos sempre que
entramos ou saímos
da capela.
• - no nosso
programa de oração
não deveriam faltar
alguns momentos de
oração pessoal diante
do Senhor.
• - comunitariamente programar algumas
formas de adoração, fazendo algumas vezes a
exposição da Eucaristia (ritmo semanal...).
• - Nesta exposição a comunidade ora diante
do Senhor e mostra-lhe, num clima mais
contemplativo e pausado, seus sentimentos de
adoração.
• - Sugere-se que se
cante algumas vezes as
Vésperas ou Laudes,
diante do Santíssimo
exposto (Ritual 96).
• - Sugere-se outras
formas de culto
eucarístico: procissões,
congressos eucarísticos,
jornadas de exposição
mais solene e
prolongada uma vez por
ano (quarenta horas).
Conclusão
• Ver Diretório para o ministério e a vida do presbítero 50.
• “O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e
intensifica aquilo que se fez na própria celebração
litúrgica. Com efeito, somente na adoração pode
maturar um acolhimento profundo e verdadeiro.
Precisamente nesse ato pessoal de encontro com o
Senhor amadurece depois também a missão social, que
está encerrada na Eucaristia e deseja romper não
apenas as barreiras entre o Senhor e nós mesmos mas
também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns
dos outros.” (SCh 66)

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