Acolhimento Com Classificação de Risco - ACCR
Acolhimento Com Classificação de Risco - ACCR
Acolhimento Com Classificação de Risco - ACCR
Os serviços de urgência e emergência constituem importante componente da assistência à saúde no Brasil. Nos últimos anos houve
crescimento da demanda por atendimentos de urgência e emergência devidos, principalmente ao aumento do número de acidentes e
violência urbana.
A superlotação dos prontos-socorros brasileiros é agravada devido a problemas de organização como: atendimento por ordem de chegada
e o não estabelecimento de critérios clínicos. Esses fatores podem acarretar graves prejuízos aos pacientes. (BRASIL, 2006).
Em 1948, a Organização das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo reafirmada em 1978 na
Conferência Internacional.
No Brasil, após a Reforma Sanitária na década de 70, buscou-se garantir a saúde como direito de todos, individualmente, traduzida na
equidade e a universalidade de toda e qualquer pessoa.
A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de atendimento de urgências o
acolhimento e a “triagem classificatória de risco”.
A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de atendimento de urgências o
acolhimento e a “triagem classificatória de risco”. De acordo com esta Portaria.
Possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos, que levam em conta
toda a complexidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos usuários e seus familiares, a
priorização da atenção no tempo, diminuindo o número de mortes evitáveis, sequelas e internações.
ACOLHIMENTO
A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar,
receber, atender, admitir” (FERREIRA, 1975). O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de
aproximação, um “estar com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém. É
exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos afirmar o acolhimento como uma das diretrizes
de maior relevância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS.
Política porque implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando protagonismos e vida nos
diferentes encontros.
Ética no que se refere ao compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, dores,
alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
A classificação de risco é uma ferramenta utilizada nos serviços de urgência e emergência, voltada para avaliar e
identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de
risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Segue protocolos mundialmente utilizados e deve ser realizada por
um profissional devidamente capacitado. O acolhimento é um desafio de viabilizar o acesso com equidade.
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
1 - Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços de urgência/emergência;
2 - Humanizar o atendimento;
• Classificar, mediante protocolo, as queixas dos usuários que demandam os serviços de urgência/emergência,
assistência à saúde;
Equipe multiprofissional:
Enfermeiro
Auxiliar De Enfermagem
Serviço Social
Equipe Médica
atendimento.
C - Logo após é encaminhado ao setor de Classificação de Risco, onde é acolhido pelo auxiliar de enfermagem e enfermeiro
que, utilizando informações da escuta qualificada e da tomada de dados vitais, se baseia no protocolo e classifica o usuário.
• Classificação de gravidade
1. PRIORIDADE I (AMARELA)
Encaminhar para consulta médica imediata;
URGÊNCIA, avaliação em, no máximo, 30 minutos.
Elevado risco de morte. (exemplo: trauma moderado ou leve, TCE sem perda da consciência, queimaduras menores,
dispnéia leve a moderada, dor abdominal, convulsão, cefaléias, idosos e grávidas sintomáticos, etc.)
2. PRIORIDADE II (VERDE)
Encaminhar para consulta médica, urgência menor.
Avaliação em, no máximo, 1 hora. Reavaliar periodicamente. Sem risco de morte.
(exemplo: ferimento craniano menor, dor abdominal difusa, cefaléia menor, doença psiquiátrica, diarréias, idosos e
grávidas assintomáticos, etc.)
3. PRIORIDADE NÃO URGÊNTE (AZUL)
Podem aguardar atendimento ou serem encaminhados para outros serviços de saúde.
(cefaleia, resfriados)
FATORES QUE DETERMINAM PRIORIDADE
FATORES QUE DETERMINAM PRIORIDADE
RESOLUÇÃO COFEN Nº 423/2012
A Classificação de Risco e correspondente priorização do atendimento em Serviços de Urgência/Emergência como um
processo complexo, que demanda competência técnica e científica em sua execução, está regulamentada pela Resolução Cofen
423/2012, que normatiza no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a participação do Enfermeiro na
atividade de Classificação de Riscos.
CONSIDERANDO o artigo 11, inciso I, alínea “m”, da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem nº 7.498, de 25 de junho
de 1986, segundo o qual o Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe, privativamente, a execução de
cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
decisões imediatas;
CONSIDERANDO o processo de acolhimento e classificação de risco como parte do sistema de humanização da assistência,
objeto de padronização do Ministério da Saúde;
RESOLVE:
Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a classificação de risco e priorização da assistência em Serviços de Urgência é
privativa do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.
Parágrafo único. Para executar a classificação de risco e priorização da assistência, o Enfermeiro deverá estar dotado dos
conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento.
Portanto, o Enfermeiro tem amparo legal e privativo para realizar o procedimento de Classificação de Risco, que entre outros
compreende o Processo de Enfermagem, o exame físico do paciente e o diagnóstico de enfermagem, cabendo a instituição
estabelecer protocolos, normas e rotinas, fluxo de atendimento, partindo da proposta multidisciplinar, promovendo, inclusive, a
capacitação e treinamento periódicos para a equipe de enfermagem.
Os Técnicos e/ou Auxiliares de Enfermagem devem agir no exercício de suas funções, em grau auxiliar e de acordo com os
protocolos pré-estabelecidos, normas e rotinas da instituição, sendo devidamente supervisionados e orientados pelo Enfermeiro
responsável pelo setor.
“Em hipótese alguma, será adotada a conduta de triagem clínica ou dispensa de pacientes/clientes, por parte do
Técnico/Auxiliar de Enfermagem, das unidades de Saúde, sem a prévia avaliação por parte do Médico ou Enfermeiro
presentes. ”
Na mesma linha COREN’s de outros estados emitiram pareceres semelhantes em consonância com o que determina a Resolução do COFEN.
Quanto ao fato do técnico realizar a tarefa sob sua supervisão e “responsabilidade” cabe lembrar que um direito
garantido pelo nosso código de ética em seu artigo 7 é o de:
Ainda nesta linha, o mesmo código de ética em seu artigo 51 proíbe o profissional de enfermagem de:
” Prestar ao cliente serviços que por sua natureza incumbem a outro profissional, exceto em caso de emergência.”
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério de Saúde. Política Nacional de Atenção as Urgências. 3ª ed. Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, p. 256, 2006.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do
SUS. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
BECK C.L.C.; MINUZI, D. O Acolhimento como proposta de reorganização da assistência à saúde: Uma Análise
Bibliográfica. Saúde, Santa Maria, v. 34a, n 1- 2, p 37-43, 2008
BRASIL, Ministério de Saúde. Política Nacional de Atenção as Urgências. 3ª ed. Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, p. 256, 2006.