Aula 3 - Conjuração Baiana (1798)

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Edital verticalizado/História: PM-BA.

2019
1. Descobrimento do Brasil (1500).
2. Brasil colônia (1530-1815): Capitanias hereditárias, economia, extrativismo vegetal, extrativismo mineral, pecuária,
escravidão, organização político-administrativa, expansão territorial.
3. Independência do Brasil (1822): A nomeação do Príncipe regente D. Pedro I, Dia do fico, reconhecimento da
independência do Brasil (1822)
4. Primeiro reinado (1822-1831)
5. Segundo reinado (1831-1840)
6. Primeira república (1889-1930): o primeiro governo provisório, assembleia constituinte, Presidência de Deodoro da
Fonseca, a Política dos Governadores, O coronelismo, Movimentos tenentistas, Coluna Prestes, Revolta da Armada.
7. Revolução de 1930.
8. Era Vargas (1930-1945).
9. Os presidentes do Brasil de 1964 à atualidade.
10. História da Bahia: Independência da Bahia. Revolta de Canudos. Revolta dos Malês. Conjuração baiana.
Sabinada. 1
Conjuração baiana (1798)
Ou conjuração dos Alfaiates, inconfidência
baiana, conjuração baiana...
Influências externas: iluminismo e
revolução francesa
• As duas principais influências da conjuração baiana foram a
revolução francesa e o iluminismo;
• O iluminismo foi um movimento filosófico datado principalmente do
século XVIII, o século das luzes. Algumas de suas características
era a confiança no poder da razão e da racionalidade, o
anticlericalismo e a crítica da tradição;
• Os revoltosos baianos foram diretamente influenciados pelos
acontecimentos na França: a revolução francesa causou uma
mudança drástica nas formas de pensar a política. Basta lembrar o
lema dos revolucionários franceses: liberdade, igualdade e
fraternidade.
A assembleia constituinte extingue os títulos
nobiliárquicos e os impostos feudais
(banalidades, dízimos, corveias), bem como
os privilégios senhoriais. Os bens do clero
são nacionalizados. É aprovada a
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão em Agosto de 1789.
A assembleia constituinte extingue os títulos
nobiliárquicos e os impostos feudais
(banalidades, dízimos, corveias), bem como
os privilégios senhoriais. Os bens do clero
são nacionalizados. É aprovada a
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão em Agosto de 1789.

“Artigo 1º Os homens nascem e são livres e


iguais em direitos. As distinções sociais só
podem fundar-se na utilidade comum.
Artigo 2º O fim de toda a associação política
é a conservação dos direitos naturais e
imprescritíveis do homem. Esses Direitos
são a liberdade, a propriedade, a segurança
e a resistência à opressão.”
Influências externas: iluminismo e
revolução francesa
• “Animai-vos povo bahiense que está para chegar o tempo feliz da nossa
liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos
seremos iguais.” Ruy, Affonso. A primeira revolução social brasileira (1798). São
Paulo: companhia editora nacional, 1978. p. 68.
• “Nos pasquins, afixados em diversos pontos da cidade de Salvador, destacavam-
se questões variadas, como a isonomia dos critérios de ascensão social e a
liberdade de comerciar com outras nações. Além disso, denotavam a influência
dos ideais revolucionários franceses, propondo a fundação de uma ‘República
Bahiense’ (VICENTINO E DORIGO, p. 184)
Influências externas: a revolução haitiana
O "haitianismo" foi, por parte dos
senhores de escravos, um crescente
medo de uma insurreição dos
escravos aos moldes da Revolução do
Haiti (1791-1804), na qual os escravos
conseguiram, com sucesso, expulsar
ou assassinar os seus antigos mestres
do território e estabelecer o seu
próprio governo.
Influências externas: a revolução haitiana
Em 1791, escravos, ex-escravos e mestiços
ricos se uniram momentaneamente, inspirados
pelos acontecimentos revolucionários da
metrópole, ou seja, a Revolução Francesa. Seu
objetivo era lutar contra o domínio da
pequena elite branca que subjugava a
esmagadora maioria de escravos de origem
africana e excluía política e socialmente os
mestiços ricos.
Os escravos e mestiços e ex-escravos se
levantaram sobre a liderança de Toussaint
L’overture
Influências externas: a revolução haitiana
“A notícia dessa revolução espalhou-se pela
América, gerando pânico entre os senhores de
escravos e esperança entre os africanos cativos.
Muitos escravos consideraram heróis os líderes
negros haitianos. No Brasil, principalmente na
cidade do Rio de Janeiro, há registros de que a
figura de Dessalines foi encontrada tatuada no
corpo de africanos escravizados.” (VICENTINO E
DORIGO, 2013, p. 174)
A conjuração baiana (1798)
• Fatores internos: decadência econômica (crise de
abastecimento), baixos salários e opressão fiscal.
• No século XVIII, apesar de não ser mais capital desde
1763 era uma das cidades mais importantes do Brasil.
• A mudança do eixo econômico e político para o centro-
sul, com a mineração e a capital sediadas no Rio de
Janeiro, acirrou os ânimos da cidade (1763).
A conjuração baiana (1798)
• A insatisfação à época da conjuração baiana era muito
grande. Setores da elite estavam descontentes com a
situação econômica, soldados estavam frustrados com os
baixos soldos e os negros e mestiços cada vez mais
revoltados com a condição de escravidão e preconceito
racial;
• Essas condições aglutinaram setores descontentes em
torno de um projeto de emancipação política da Bahia
buscando um regime republicano inspirado pelo
iluminismo.
A conjuração baiana (1798)
• Alguns desses personagens eram: Os militares
Hermógenes Pantoja e José Gomes de Oliveira; o letrado
José da Silva Lisboa, o padre Agostinho Gomes, o
farmacêutico Ladislau Figueiredo Melo, o médico
Cipriano Barata, o professor Moniz Barreto e o senhor de
engenho Inácio de Siqueira Bulcão.
• Como forma de concretizar seus planos, propagandearam
suas ideias a outros setores da sociedade baiana:
pequenos artesãos, comerciantes, militares de baixa
patente e homens livres pobres.
A conjuração baiana (1798)
• Em decorrência do cenário de profundo
descontentamento daqueles que não podiam usufruir
das riquezas produzidas na colônia e a falta de
perspectiva de Ascenção social, a propaganda surtiu
efeito;
• O núcleo de militares e intelectuais letrados que iniciou
a revolta se reunia em torno da loja maçônica
“Cavaleiros da Luz” onde circulavam obras iluministas e
propaganda revolucionária.
A conjuração baiana (1798)
• Formação étnica de Salvador: 60 mil habitantes, dos quais 40 mil eram
afrodescendentes.
• Contexto socioeconômico - insatisfação da maior parte da população:
• Crescimento da população e do comércio, enriquecendo senhores de terra e
grandes comerciantes;
• Péssimas condições de vida para a maioria da população (altos preços de
produtos básicos e impostos abusivos);
• Forte racismo contra os negros e afrodescendentes;
• Crescimento das agitações nas ruas de Salvador:
• População pobre: artesãos, soldados, trabalhadores escravizados e libertos;
• Intelectuais inspirados pelas ideias iluministas: igualdade, liberdade e
fraternidade;
• Homens ricos interessados em romper com Portugal.
A conjuração baiana (1798)
• As agitações nas ruas de salvador começaram a se
tornar frequentes e o movimento começou a tomar
feições populares, se radicalizando e passando das
mãos da elite branca para as mãos da população negra
e mestiça;
• Na madrugada de 12 de agosto de 1798 foram afixados
os conhecidos boletins sediciosos em nome do
“Supremo Tribunal da Democracia Baiana”.
A conjuração baiana (1798)
• Nesses panfletos havia menções a “defesa da
liberdade de comércio”, “separação entre igreja e
estado” e a “igualdade de direitos independentemente
das diferenças raciais”;
• Em alguns manifestos se mencionava também a
libertação dos escravos e o fim da escravatura.
• Essas ideias radicais não passaram despercebidas
pelo império, até porque já havia um precedente: a
revolução haitiana.
A conjuração baiana (1798)
• O soldado Luís Gonzaga das Virgens foi preso como
suspeito por afixar os tais boletins sediciosos e isso teria
motivado os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e
João de Deus do Nascimento, o soldado Lucas Dantas de
Amorim Torres e o Ourives Luís Pires a buscar uma forma
de libertar o soldado e desencadear o levante contra o
império e a coroa portuguesa;
• Tal qual a conjuração mineira, a conjuração baiana
também teve um delator: o barbeiro Joaquim José de
Santana.
A conjuração baiana (1798)
• O soldado Luís Gonzaga das Virgens foi preso como
suspeito por afixar os tais boletins sediciosos e isso teria
motivado os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e
João de Deus do Nascimento, o soldado Lucas Dantas de
Amorim Torres e o Ourives Luís Pires a buscar uma forma
de libertar o soldado e desencadear o levante contra o
império e a coroa portuguesa;
• Tal qual a conjuração mineira, a conjuração baiana
também teve um delator: o barbeiro Joaquim José de
Santana.
A conjuração baiana (1798): prisões e
punições
• Temendo ser apontado como suspeito o barbeiro
Joaquim José de Santana contou o que sabia ao
desembargador e na noite de 25 de agosto de 1798,
no campo do Dique do Desterro, os rebeldes foram
presos.
• Outros participantes da elite também foram
investigados na devassa, mas apenas Luís Gonzaga,
Manuel Faustino, Lucas Dantas e João de Deus foram
enforcados e esquartejados.
A conjuração baiana (1798): prisões e
punições
• Seus corpos ficaram expostos por cinco dias até que a
Santa Casa da Misericórdia interferiu temendo a
propagação de doenças;
• Outro condenado, Luís Pires, conseguiu fugir. Dois
escravos e cinco negros mestiços foram chicoteados
em praça pública e depois remetidos à África, banidos
das possessões portuguesas.
A conjuração baiana (1798): prisões e
punições
• Ao contrário da conjuração ou inconfidência mineira,
por exemplo, esta não era uma conspiração da elite. A
maior parte dos prisioneiros era composta de negros
escravizados, artesãos e soldados.
• A distribuição das penas seguiu a lógica da sociedade
colonial e a punição foi estabelecida de acordo com a
condição social dos envolvidos. Apenas quatro
membros dos Cavaleiros da Luz foram presos.
A conjuração baiana (1798): prisões e
punições
BRASIL COLONIAL (XVIII):
REVOLTAS EMANCIPATÓRIAS
INCONFIDÊNCIA MINEIRA CONJURAÇÃO BAIANA
(1789) (1798)

Influências: iluminismo e Influências: iluminismo,


Objetivo: Objetivo:
independência dos EUA • Instaurar a república – • Instaurar a república; revolução francesa (1789)
(1776) São João Del Rei como • Inspirada no ideal de e independência dos EUA
capital; igualdade; (1776) e Revolução
• Instalar manufaturas • Abolir a escravidão; haitiana (1791)
• Criar a Universidade de • Aumento do salário dos
Movimento de caráter Vila Rica; soldados;
Movimento com
“elitista” • Fim do exercito • Estabelecer livre-comércio,
permanente – defesa principalmente com a participação popular
feita por cidadão; França;
Causas: Altos preços de
Causas: crise da mineração, aumento produtos, aumento de
dos impostos, autorização da impostos, escassez de
derrama e cobrança aos devedores alimentos e falta de
da coroa Nos dois casos os movimentos foram frustrados antes mesmo subsídios para produção;
de terem agido de forma mais objetiva. As punições foram
severas, sendo aplicadas prisões, banimentos, execuções e
Foram delatados por esquartejamentos. Foi uma forma de intimidar novas revoltas. Foram delatados por
Joaquim Silvério dos Reis, participantes do próprio
um membro da movimento e a Coroa agiu
conspiração rapidamente;
(UFF-RJ) O Lema liberal “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”
consagrado pela revolução francesa influenciou, sobremaneira, as
chamadas inconfidências ocorridas em fins do século XVIII no Brasil
Colônia.

Assinale a opção que apresenta informações CORRETAS sobre a


chamada Conjuração dos Alfaiates.

a) Envolveu a participação de mulatos, negros livres e escravos,


refletindo não somente a preocupação com a liberdade, mas
também com o fim da dominação colonial.
b) Esta inconfidência baiana caracterizou-se por restringir-se à
participação de uma elite de letrados e brancos livres
influenciados pelos princípios revolucionários franceses.
c) Em tal conjuração, a difusão das ideias liberais não acarretou
crítica às contradições da sociedade escravocrata.
d) Este movimento, também conhecido como inconfidência mineira,
teve um papel singular no contexto da crise do sistema colonial,
revelando suas contradições e sua decadência.
e) Um de seus principais motivos foi a prolongada crise do setor
cafeeiro que se arrastou ao longo da segunda metade do século
XVIII
(UFF-RJ) O Lema liberal “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”
consagrado pela revolução francesa influenciou, sobremaneira, as
chamadas inconfidências ocorridas em fins do século XVIII no Brasil
Colônia.

Assinale a opção que apresenta informações CORRETAS sobre a


chamada Conjuração dos Alfaiates.

a) Envolveu a participação de mulatos, negros livres e escravos,


refletindo não somente a preocupação com a liberdade, mas
também com o fim da dominação colonial.
b) Esta inconfidência baiana caracterizou-se por restringir-se à
participação de uma elite de letrados e brancos livres
influenciados pelos princípios revolucionários franceses.
c) Em tal conjuração, a difusão das ideias liberais não acarretou
crítica às contradições da sociedade escravocrata.
d) Este movimento, também conhecido como inconfidência mineira,
teve um papel singular no contexto da crise do sistema colonial,
revelando suas contradições e sua decadência.
e) Um de seus principais motivos foi a prolongada crise do setor
cafeeiro que se arrastou ao longo da segunda metade do século
XVIII
(UFPB 2008 - Adaptada) Em 1798, eclodia a Conjuração Baiana contra o governo metropolitano português instalado
na capitania, envolvendo segmentos sociais subalternos. Sobre a Conjuração Baiana, é INCORRETO afirmar:

a) A Conjuração Baiana, comparada à Inconfidência Mineira, guarda semelhanças e diferenças: os dois movimentos
defendiam a criação de uma república, mas, enquanto os inconfidentes de Vila Rica omitiram-se em relação à
escravidão, os de Salvador propunham a sua abolição.
b) A Conjuração Baiana também ficou conhecida como Revolta dos Alfaiates, porque teve como participantes:
artesãos e pequenos comerciantes, tais como alfaiates, além de soldados, religiosos, intelectuais e outros
integrantes das camadas populares.
c) O movimento de 1798 demonstrou que, apesar do controle ideológico exercido pela metrópole portuguesa
sobre a sua Colônia americana, o Brasil não ficou imune às correntes liberais de pensamento em circulação,
naquele momento, na Europa e nos Estados Unidos.
d) A revolta baiana foi um movimento restrito apenas aos escravos e seus descendentes, que mantinham contatos
frequentes com os ex-escravos do Haiti, após a revolta destes e a consequente abolição da escravidão naquela
colônia francesa.
e) A insurreição baiana teve uma abrangência social mais ampla do que a Inconfidência Mineira, não apenas pelos
segmentos sociais participantes daquele movimento, mas porque propunha mudanças mais profundas, tais
como o fim dos privilégios econômicos e sociais.
(UFPB 2008 - Adaptada) Em 1798, eclodia a Conjuração Baiana contra o governo metropolitano português instalado
na capitania, envolvendo segmentos sociais subalternos. Sobre a Conjuração Baiana, é INCORRETO afirmar:

a) A Conjuração Baiana, comparada à Inconfidência Mineira, guarda semelhanças e diferenças: os dois movimentos
defendiam a criação de uma república, mas, enquanto os inconfidentes de Vila Rica omitiram-se em relação à
escravidão, os de Salvador propunham a sua abolição.
b) A Conjuração Baiana também ficou conhecida como Revolta dos Alfaiates, porque teve como participantes:
artesãos e pequenos comerciantes, tais como alfaiates, além de soldados, religiosos, intelectuais e outros
integrantes das camadas populares.
c) O movimento de 1798 demonstrou que, apesar do controle ideológico exercido pela metrópole portuguesa
sobre a sua Colônia americana, o Brasil não ficou imune às correntes liberais de pensamento em circulação,
naquele momento, na Europa e nos Estados Unidos.
d) A revolta baiana foi um movimento restrito apenas aos escravos e seus descendentes, que mantinham
contatos frequentes com os ex-escravos do Haiti, após a revolta destes e a consequente abolição da escravidão
naquela colônia francesa.
e) A insurreição baiana teve uma abrangência social mais ampla do que a Inconfidência Mineira, não apenas pelos
segmentos sociais participantes daquele movimento, mas porque propunha mudanças mais profundas, tais
como o fim dos privilégios econômicos e sociais.

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