O poema "À Mãe" de Eugénio de Andrade é constituído por 13 estrofes irregulares e versos soltos. O poema expressa a relação entre o eu lírico e sua mãe, que sente que traiu por ter crescido e se tornado independente, apesar de ainda amá-la profundamente. Ele busca confortar sua mãe garantindo que nunca esquecerá as memórias de sua infância.
O poema "À Mãe" de Eugénio de Andrade é constituído por 13 estrofes irregulares e versos soltos. O poema expressa a relação entre o eu lírico e sua mãe, que sente que traiu por ter crescido e se tornado independente, apesar de ainda amá-la profundamente. Ele busca confortar sua mãe garantindo que nunca esquecerá as memórias de sua infância.
O poema "À Mãe" de Eugénio de Andrade é constituído por 13 estrofes irregulares e versos soltos. O poema expressa a relação entre o eu lírico e sua mãe, que sente que traiu por ter crescido e se tornado independente, apesar de ainda amá-la profundamente. Ele busca confortar sua mãe garantindo que nunca esquecerá as memórias de sua infância.
O poema "À Mãe" de Eugénio de Andrade é constituído por 13 estrofes irregulares e versos soltos. O poema expressa a relação entre o eu lírico e sua mãe, que sente que traiu por ter crescido e se tornado independente, apesar de ainda amá-la profundamente. Ele busca confortar sua mãe garantindo que nunca esquecerá as memórias de sua infância.
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Escola Secundária de Sampaio
“POEMA À MÃE” Eugénio de Andrade
Trabalho realizado por:
Íris Almeida 12ºF Nuno Reis EUGÉNIO DE ANDRADE Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas. Nasceu a 19 de fevereiro de 1923 no fundão e morreu a 13 de junho de 2005 no porto. Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936. A sua consagração acontece em 1948, com a publicação de As mãos e os frutos, que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio. A obra poética de Eugénio de Andrade é essencialmente lírica, considerada por José Saramago como uma poesia do corpo a que chega mediante uma depuração contínua. Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001). Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, Os amantes sem dinheiro (1950), As palavras interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao dizer (1992), Ofício da paciência (1994), O sal da língua (1995) e Os lugares do lume (1998). TITULO E TEMA DO POEMA O titulo do poema leva-nos a supor que seja dedicado à sua mãe.
O tema do poema aborda o amor materno e a
relação entre o sujeito poético e a sua mãe, retrata aquilo que juntos passaram e as recordações de ambos que guardam na sua memória. ASSUNTO O assunto do poema está muito ligado à figura materna e ao crescimento do eu poético , que consigo trás a necessidade de se distanciar da sua mãe protetora para viver a sua vida com autonomia. Em resultado do passar do tempo, o poeta sente que traiu a mãe, ao deixar de ser a criança que ele protegia, mas apesar disso, realça que não esqueceu a sua mãe e guarda no seu coração todas as recordações de tempos da sua infância. Em suma, o poeta quer transmitir que apesar de estar mais velho, e de já não ser o menino que a mãe envolvia nos seus braços, não deixará de amar aquela que será sempre a sua mãe. ESTRUTURA INTERNA Poema é constituído por 13 estrofes; Não tendo todas o mesmo numero de versos; Apesar disso predominam os tercetos (estrofes de três versos), tendo também um monóstico (um verso), dois dísticos(dois versos), uma quadra(quatro versos) e uma quintilha (cinco versos). Neste poema não existe rima, sendo então uma composição poética de versos soltos. No que diz respeito á medida do poema, o numero de silabas métricas não é constante ao longo dos versos. DIVISÃO EM PARTES E ANALISE DAS MESMAS No mais fundo de ti, 1ª estrofe- o sujeito poético pensa que eu sei que traí, mãe desiludiu a mãe com os seus atos.
Tudo porque já não sou 2ª estrofe- Já não é dependente, tem a
o retrato adormecido sua autonomia e liberdade. no fundo dos teus olhos
Tudo porque tu ignoras 3ª e 4ª estrofe- A mãe não compreende
que há leitos onde o frio não se demora que a maternidade é uma bênção, dessa e noites rumorosas de águas matinais. forma não o deixa ser autónomo e viver a sua vida, não por mal, mas Por isso, ás vezes, as palavras que te digo porque quer proteger demasiado o seu São duras, mãe, filho. e o nosso amor é infeliz. Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração 5ª estrofe- Afastou-se da mãe(sendo que as rosas
no retrato da moldura brancas são para a mãe um símbolo muito
especial) Se soubesses como ainda amo as rosas , 6ªestrofe- O sujeito poético revela que se a mãe talvez não enchesses as horas de pesadelos. soubesse que ele ainda a ama, talvez ela não ficasse tao triste e sofresse tanto. Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, 7ª estrofe- Já não é uma criança, fisicamente que todo o meu corpo cresceu, mudou, mas o amor pela sua mãe continua a ser e até o meu coração muito forte ficou enorme, mãe! Olha-queres ouvir-me ? 8ª estrofe- Insiste na atenção da mãe para ás vezes ainda sou o menino o ouvir, e apercebe-se que a fidelidade que adormeceu nos teus olhos; entre ambos continua, apesar do sujeito poético já não ser uma criança. ainda perto contra o coração 9ªestrofe- As rosas são associadas a mãe rosas tão brancas para demonstrar o amor que sente por como as que tens na moldura; ela.
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa 10ª estrofe- recorda a sua infância, com no meio de um laranjal… recordações de historias que a mãe lhe contava. 11ªestrofe- O sujeito cresceu deixando Mas- tu sabes- a noite é enorme, de ser criança (a noite é enorme e todo o meu corpo cresceu. significa que a vida é longa) chorou no Eu saí da moldura, inicio mas já passou. dei às aves os meus olhos a beber,
12ªestrofe- Dentro do seu coração leva
Não me esqueci de nada, mãe. todas as recordações , mas deixa as Guardo a tua voz dentro de mim. rosas brancas como forma de expressar E deixo-te as rosas. o seu amor.
Boa noite. Eu vou com as aves.
13ªestrofe- Deseja que a mãe seja feliz e diz de forma mais atenuada que se vai distanciar e vai viver a sua vida. FIGURAS DE ESTILO E O SEU EFEITO EXPRESSIVO
O sujeito poético utiliza um discurso meigo e justificativo, na
medida em que pretende mostrar á mãe que não a vai abandonar. Utiliza uma linguagem simples e de fácil compreensão, apesar de conter muitas figuras de estilo tais como: Persoficação no verso “O retrato adormecido/No fundo dos teus olhos”- em que o poeta pretende dizer que já não é o menino que estava nas fotografias. Eufemismo no último verso “Boa noite. Eu vou com as aves”, com esta expressão o poeta diz de forma mais branda, que vai crescer e que se vai distanciar um pouco. Antítese no verso: “e noites rumorosas de águas matinais”- pois são expressas ideias antagónicas (contrárias) no mesmo verso. É frequente também o uso da palavra “noite” em substituição de “vida”, por exemplo “Mas-tu sabes- a noite é enorme,/e todo o meu corpo cresceu”, ou no verso “eu sai da moldura” quer dizer que cresceu. Usa- se então uma perífrase. CONTRAPOSTO Vigília das Mães (Cecília Meireles) Nossos filhos viajam pelos caminhos da vida, pelas águas salgadas de muito longe, pelas florestas que escondem os dias, pelo céu, pelas cidades, por dentro do mundo escuro de seus próprios silêncios.
Nossos filhos não mandam mensagens de onde se encontram.
Este vento que passa pode dar-lhes a morte. A vaga pode levá-los para o reino do oceano. Podem estar caindo em pedaços, como estrelas. Podem estar sendo despedaçados em amor e lágrima.
Nossos filhos têm outro idioma, outros olhos, outra alma.
Não sabem ainda os caminhos de voltar, somente os de ir. Eles vão para seus horizontes, sem memória ou saudade, não querem prisão, atraso, adeuses: deixam-se apenas gostar, apressados e inquietos.
Nossos filhos passaram por nós, mas não são nossos,
querem ir sozinhos, e não sabemos por onde andam. Não sabemos quando morrem, quando riem, são pássaros sem residência nem família à superfície da vida.
Nós estamos aqui, nesta vigília inexplicável,
esperando o que não vem, o rosto que já não conhecemos. Nossos filhos estão onde não vemos nem sabemos. Nós somos as doloridas do mal que talvez não sofram, mas suas alegrias não chegam nunca à solidão de que vivemos, seu único presente, abundante e sem fim.