Biosegurança Manicure
Biosegurança Manicure
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Biossegurança
• A biossegurança é definida como:
• Constantemente, no meio em que vivemos, estamos expostos aos mais diversos riscos: físicos,
químicos, biológicos e de acidentes. Desta forma, no campo do embelezamento e imagem
pessoal é necessário compreender sobre cada um destes riscos.
1.2 Legislação da biossegurança no Brasil
Lei nº 9.974, de 5 de janeiro de 1995, cujo artigo 1º estabelece:
• São em parte patogênicas, microscópicas, porém maiores que os vírus, capazes de viver em um
meio adequado sem passar por um hospedeiro intermediário.
• Têm capacidade de liberar esporos, que são formas de vida resistentes às condições adversas,
podendo manter-se durantes anos em condições de alta temperatura, clima seco e com falta de
nutrientes e depois recuperar seu estado normal e sua capacidade infectante ao entrar em contato
com um meio adequado para seu desenvolvimento.
Protozoários
• São organismos unicelulares, alguns deles parasitas dos vertebrados. Seu ciclo vital é complexo,
necessitando, em alguns casos, de vários hospedeiros para completar seu desenvolvimento. A
transmissão de um hospedeiro a outro geralmente é feita por meio dos insetos.
• Seguem alguns exemplos de doenças causadas por protozoários:
• Doença de Chagas
• Amebíase
• Toxoplasmose
• Leishmaniose
• Malária
Fungos
• Uma das principais formas de transmissão de infecção em Centros de Embelezamento são
causados por fungos, microrganismos muitas vezes presentes nas atividades de embelezamento,
pois podem ser transmitido através de reúso de artigos descartáveis, esterilização inadequada e
artigos, como no compartilhamento de toalhas, até mesmo esmaltes de cor escuras contaminados.
Os fungos são formas complexas de vida que apresentam uma estrutura vegetativa denominada
micélio, que surgem da germinação de suas células reprodutoras, ou esporos (forma reprodutiva).
• Felizmente, pouquíssimos fungos infestam os seres humanos, e os que o fazem geralmente
colonizam a superfície (pele, unhas e cabelos), causando doenças como é pé de atleta, tinha e
monilíase, popularmente conhecida como sapinho. As infecções fúngicas mais comuns no
embelezamento são:
• Micoses superficiais
• São animais pluricelulares com ciclos vitais complexos e com diversas fases (ovo, larva, adulto)
em diferentes hóspedes (animais/ homens) e com transmissão de um hospedeiro para outro se
realizando por diferentes vetores (fezes/água/alimentos/insetos/ roedores).
• Esses vermes parasitas afetam o intestino humano de várias maneiras e em alguns casos migram
para outros órgãos do corpo. Nesse grupo, incluem-se nematoides, ancilóstomos, lombrigas e
solitárias.
• Artrópodes
• São organismos pluricelulares com ciclos vitais complexos e com diversas fases de
desenvolvimento (ovo, larva, ninfa, adulto), que podem se completar em diversos hóspedes,
sendo transmitidas por vários vetores.
• Algumas espécies são endoparasitas, outras não penetram no corpo, mas podem causar efeitos
adversos por meio de toxinas inoculadas. Os artrópodes, como piolhos, pulgas e ácaros infestam
os seres humanos e atuam como vetores de outros patógenos.
Risco químico
• São diversos os produtos químicos aos quais os profissionais e clientes do embelezamento e
imagem pessoal estão expostos, assim como os clientes, porém numa proporção menor. Os
agentes químicos podem se apresentar nos estados: gasoso, líquido, sólido ou na forma de
partículas suspensas no ar. As principais vias de penetração dessas substâncias no organismo
humano são a pele e os aparelhos respiratório e digestório (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Portanto, é necessário que o profissional conheça os produtos que trabalham assim como os
cuidados necessários para manusear, armazenar e o correto descarte de produtos químicos no lixo
e até mesmo reconhecer uma situação em que o cliente pode evoluir para um caso mais grave de
reação alérgica, a anafilaxia.
• A maioria dos produtos químicos são tóxicos para saúde, caso os profissionais não atendam aos
cuidados necessários. Um grande número de produtos químicos é comprovadamente cancerígeno
e não deveriam existir limites de tolerância. Os limites de exposição só existem para tornar
possível a continuidade operacional (BEVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2015).
• O formol e o glutaraldeído por exemplo são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) devido aos danos que podem causar à saúde tanto do cliente quanto do
profissional. A comercialização do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias,
supermercados, empórios e lojas de conveniência é proibida pela Resolução da Diretoria
Colegiada RDC nº 36, de 17 de junho de 2009.
• O uso do formol como alisante capilar não é permitido pela Anvisa, pois o uso indevido pode
causar sérios danos aos clientes que utilizam o produto e ao profissional que aplica o produto.
Este está mais exposto, pois permanece um maior tempo em contato com o produto. São reações
ao formol: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro
cabeludo, queda do cabelo, ardência e lacrimejamento dos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça,
ardência e coceira no nariz, devido ao contato direto com a pele ou com vapor. Várias exposições
podem causar também boca amarga, dores de barriga, enjoos, vômitos, desmaios, feridas na
boca, narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e
brônquios), podendo até levar à morte.
• O uso de glutaraldeído ou glutaral, devido a sua semelhança química com o formol, apresenta
também os mesmos riscos e restrições.
• É importante esclarecer que o que está proibido é o uso indevido dessas substâncias. A legislação
sanitária permite o uso de formol e glutaraldeído em produtos cosméticos capilares apenas na
função de conservantes (com limite máximo de 0,2% e 0,1%, respectivamente), durante a
fabricação do produto, somente. A adição de formol, glutaraldeído ou qualquer outra substância a
um produto acabado, pronto para uso, constitui infração sanitária, estando o estabelecimento que
adota esta prática sujeito às sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, sendo que
adulteração desses produtos configura crime hediondo. Ressalta-se que é proibido adicionar
formol ou glutaraldeído a outros produtos cosméticos e até mesmo fazer “preparos” com esses
produtos, sendo passível de penas severas aplicadas pela legislação vigente.
• Segundo a Anvisa, produtos para procedimentos de alisamento capilar tais como “realinhamento
capilar, defrisante, botox capilar, reestruturação capilar, blindagem capilar, escova progressiva” e
outros cujo modo de uso esteja associado ao uso de chapinha estão todos irregulares no mercado.
• Caso o consumidor e profissional do salão de beleza encontre algum produto contendo ácido
glioxílico com essa finalidade, deverá denunciar à vigilância sanitária estadual ou municipal. A
Anvisa está avaliando o uso da substância em preparações cosméticas. O estudo ainda está em
andamento e os resultados serão utilizados para elaboração de regulamentação específica.
Risco físico
• Os riscos físicos em Centros de Embelezamento que estão relacionados ao processo de trabalho
são: ruídos, vibrações mecânicas, iluminação e exposição a calor. O uso do secador de cabelo é
um exemplo de exposição ao ruído e vibração. O ruído excessivo pode provocar surdez e
também pode deixar a pessoa nervosa, irritada, provocar dor de cabeça, cansaço excessivo e
insônia. As vibrações de baixa frequência podem causar dores abdominais, náuseas, dor no peito,
perda do equilíbrio, respirações curtas e contrações afetam a coordenação motora e visual
(BEVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2015).
Risco ergonômico
• São aqueles introduzidos no processo de trabalho por agentes como: máquinas, métodos,
equipamentos, ferramentas, móveis dentre outros e inadequados aos profissionais.
• Seguem alguns exemplos de riscos ergonômicos: postura viciosa no trabalho, devido a
equipamentos projetados sem considerar as diferentes estaturas da população, inadequado
dimensionamento da planta física do local de trabalho provocando movimentação corporal
excessiva, sobrecarga de trabalho também pode gerar estresse também considerado um risco
ergonômico.
• Algumas atividades desenvolvidas durante o trabalho do profissional do embelezamento são
realizadas com esforços repetitivos, o que pode ocasionar lesões por esforços repetitivos, como o
uso do secador de cabelo, a regulagem da altura da cadeira utilizada pelo cliente, os movimentos
utilizados para depilação, massagem, postura inadequada devido à falta de regulagem na altura
da maca de atendimento, falta de organização do espaço de trabalho para economizar
movimentos desnecessários.
Acidente de trabalho com material biológico
• Os acidentes de trabalho acontecem no cotidiano por diversas causas. Afinal o que é um
acidente? É ocorrência não planejada, instantânea ou não decorrente da interação do ser humano
com seu ambiente de trabalho e que provoca lesões e/ou danos materiais (Ministério da Saúde,
2005).
• Neste sentido é necessário que se cultive uma cultura de prevenção. A prevenção é um processo
que visa minimizar riscos. Para que isso se concretize é necessário: identificar as fontes de perigo
e avaliação dos riscos, implementar medidas de prevenção.
Equipamentos de proteção individual
• Em se tratando de biossegurança a prioridade é prever a possibilidade de ocorrência de situações
potencialmente perigosas eliminando- as na origem. Deve-se disponibilizar os EPIs adequados
de acordo com os riscos aos quais os profissionais de Embelezamento estão expostos. Mesmo
após todas essas medidas podem restar riscos aos profissionais. A última barreira contra a
integridade física do trabalhador é o Equipamento de Proteção Individual (EPI).
Afinal o que é EPI?
• Segundo a Norma Regulamentadora 6 (NR 6), que trata dos EPIs Entende-se por EPI todo
dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O EPI não previne uma lesão,
pode-se afirmar que esse equipamento funciona como uma barreira entre os agentes e agressivos
e o corpo da pessoa que os usa, neutralizando ou atenuando a ação desses agentes. Um exemplo
é quando uma manicure se perfura com um alicate sujo com sangue, parte do sangue vai ficar na
luva quando perfurar a luva antes de lesionar a mão da manicure. Neste contexto, o EPI
minimizou a quantidade de sangue que o profissional foi exposto, porém o acidente não foi
evitado.
Higienização das mãos
• Você já parou para pensar na quantidade de microrganismos que estão presentes em nossas
mãos? Será que fazemos a higienização correta delas? A higienização das mãos pode ser definida
como a diminuição ou eliminação das sujidades e da microbiota residente e transitória da
superfície da pele. O método mais eficaz para essa limpeza acontece por meio da ação mecânica,
o que a torna o método mais acessível para prevenção de infecções relacionadas aos serviços de
saúde e embelezamento.
• Recentemente o termo “higienização das mãos” passou a ser utilizado em substituição à
“lavagem das mãos”, pois entende-se que o primeiro termo engloba uma maior abrangência em
seu significado em relação ao segundo, e envolve todas as etapas e todas as formas de lavagem,
como higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia
cirúrgica das mãos. Devido a sua importância para os profissionais de Embelezamento,
elencamos os procedimentos de higienização simples com álcool em gel e a lavagem das mãos
propriamente dita.
• Ressaltamos que o processo de higienização das mãos deve acontecer sempre que houver
presença de sujidades visíveis, após contato com materiais biológicos (como sangue e secreções),
antes e após o atendimento a cada cliente, antes e após a utilização de luvas, ou ainda, antes e
após a utilização de instalações sanitárias. O principal objetivo da higienização das mãos, é evitar
ou minimizar as infecções cruzadas, cuja maior fonte de propagação de infecções, nos centros de
embelezamento, são as mãos e os utensílios contaminados, os principais instrumentos de trabalho
nestes locais. A redução da carga microbiana acontece devido à remoção de parte dos
microrganismos residentes, na superfície epitelial, além de suor, oleosidade e células
descamativas.
• A técnica de higienização das mãos para os profissionais dos serviços de saúde e embelezamento pode
variar conforme a utilização de produtos específicos como: água e sabão, preparação alcoólica e
antisséptico. A seguir descreveremos cada situação.
• Qual a diferença entre a higienização das mãos com água e sabão e com soluções alcoólicas?
• Após ir ao banheiro.
• Não usar toalha de pano de uso múltiplo ou em rolo nos Centros de Embelezamento.
• Preferir álcool 70% na apresentação gel ou glicerinado, para prevenir ressecamento das mãos.
• Utilizar sabão neutro de boa qualidade, evitando ressecamento e fissuras das mãos.
• Considerar a higiene das mãos como uma prioridade administrativa e implantar programas
multidisciplinares de adesão à higienização das mãos.
Esterilização, desinfecção e limpeza em centros de
beleza
• Antissepsia: conjunto de medidas que objetivam inibir o crescimento dos microrganismos em
tecidos vivos, de modo a removê-los completa ou parcialmente, por meio do uso de antissépticos
ou desinfetantes. Lembrando que a mesma substância química pode ser utilizada tanto em objetos
inanimados, exercendo função de desinfetante, quanto em tecidos vivos, sendo denominada
antisséptico.
• Antissépticos: produtos utilizados com fins de degradação ou inibição da proliferação de
microrganismos presentes em tecidos vivos.
• Artigos: caracterizados pelos materiais que são utilizados durante o atendimento ao cliente e que
podem ser submetidos aos processos de limpeza, desinfecção ou esterilização, ou seja, são todos os
materiais que não são descartáveis ou obrigatoriamente de uso único.
• Assepsia: medidas realizadas para impedir a introdução de microrganismos em um local que habitualmente não
os contenha, assim, um local asséptico é considerado como livre de infecção.
• Contaminação: definida como a presença de qualquer microrganismo patogênico em locais como, superfície
corporal, roupas de cama, instrumentos, bancadas, entre outros.
• Degermação: redução da carga de microrganismos, patogênicos ou não, após processo de escovação da pele com
água e sabão.
• Desinfecção: processo responsável pela eliminação dos microrganismos patogênicos e/ou inativação de suas
toxinas, podendo também, inibir o seu desenvolvimento. Entretanto, os esporos não são necessariamente
eliminados neste processo.
• Desinfetantes: produtos utilizados para higienização e que eliminam os microrganismos encontrados em
variadas superfícies ou em materiais utilizados no atendimento ao cliente. Vale ressaltar que os desinfetantes não
eliminam as formas esporuladas das bactérias.
• Esterilização: processo de eliminação total de qualquer forma de vida dos microrganismos:
bactérias, incluindo os esporos, fungos ou vírus. A esterilização acontece por meio da aplicação
tanto de agentes físicos ou químicos. Para que esse processo seja completado com sucesso, é
indicada a lavagem e enxágue dos materiais, buscando reduzir a carga de matéria orgânica.
• Esterilizantes: são meios físicos utilizados para se alcançar a remoção completa dos
microrganismos em sua forma vegetativa e esporulada.
• Germicidas: são meios físicos utilizados para se alcançar a remoção completa dos
microrganismos em sua forma vegetativa e esporulada e geralmente denominados com os sufixos
"cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida, virucida, bacteriólise, entre outros.
• Infecção: invasão e crescimento ou multiplicação de um microrganismo patogênico no
organismo do hospedeiro (homem ou outro animal).
• Limpeza: remoção mecânica de agentes infecciosos e matéria orgânica de qualquer superfície
que apresente condições favoráveis para a sobrevivência e multiplicação de microrganismos.
Esse processo pode ser realizado com auxílio de produtos como sabão ou detergente adequado.
• Os artigos, ou materiais, bem como os equipamentos utilizados em centros de embelezamento
durante ao atendimento ao cliente, podem ser classificados em artigos críticos, não críticos e
semicríticos, conforme o potencial de transmissão dos microrganismos
• Artigos críticos: são considerados todos os materiais utilizados em procedimentos invasivos e
injetáveis, que invadem qualquer tipo de tecido. Este tipo de material deve ser esterilizado, pois
qualquer contaminação microbiana pode levar à transmissão de doenças.
• Artigos semicríticos: são os materiais que entram em contato com membranas mucosas íntegras,
ou com pele não intacta. Neste tipo de material, deve-se realizar desinfecção de alto nível, ou de
nível intermediário, por métodos físicos ou químicos, de modo a eliminar grande parte dos
microrganismos, exceto os esporos bacterianos.
• Artigos não críticos: materiais que entram em contato com a pele íntegra ou que nem entram em
contato com o cliente, tornando baixo o seu risco potencial de transmissão de infecções. Devem
ser minimamente limpos e desinfetados quando houver suspeita ou comprovação de
contaminação por microrganismos patogênicos. De modo geral, quando houver presença de
matéria orgânica, deve-se realizar desinfecção e na ausência de matéria orgânica, limpeza.
Esterilização:
• Consiste no processo utilizado para eliminação completa de todas as formas de vida dos
microrganismos, incluído os esporos bacterianos. A esterilidade de um material é garantida
quando a probabilidade de sobrevivência dos microrganismos ali presentes é menor do que
1:1.000.000.
• A principal finalidade desse processo é a de prevenir infecções e transmissão cruzada de
microrganismos patogênicos, decorrentes de procedimentos invasivos e que utilizem artigos
críticos, assim torna- se importante a utilização de EPIs, como calçados fechados, óculos de
proteção, máscara, avental impermeável e luvas de segurança de borracha, também nos processos
de desinfecção e limpeza dos materiais.
• Além disso, o fluxo adequado para a esterilização dos artigos deve acontecer conforme a ordem
apresentada abaixo, sendo todas as etapas descritas a seguir.
Etapa de limpeza:
• A limpeza é a primeira etapa do reprocessamento dos materiais, sendo considerada como a mais
importante, pois caso o material não seja limpo de forma rigorosa e meticulosa, os processos de
desinfecção e de esterilização serão prejudicados. A limpeza dos artigos possibilita a remoção do
material orgânico visível, com consequente redução da carga microbiana, uma vez que a
presença de sujeira, tanto nos materiais, quanto em superfícies favorece a proliferação de vetores
(ratos, baratas, formigas) e dos microrganismos.
• Este processo pode ser realizado em água corrente e produtos químicos como sabões e
detergentes, ou ainda, detergentes enzimáticos, que apresentam enzimas em sua composição. As
enzimas apresentam natureza proteica e possuem a capacidade de promover transformações
bioquímicas de determinadas substâncias, como proteínas, polissacarídeos e lipídeos. Dessa
forma, o detergente enzimático age na etapa da limpeza completa dos materiais, removendo a
matéria orgânica e favorecendo a lise celular, ou seja, a destruição dos microrganismos.
• Além dos produtos químicos empregados, torna-se necessário a realização de limpeza por meio
da ação mecânica por fricção, que pode ser realizada com auxílio de esponjas e escovas macias
de nylon para remoção da sujidade resistente à ação dos produtos químicos.
• Após a lavagem, deve-se realizar o enxágue com água corrente, a fim de garantir a remoção da
matéria orgânica, resíduos de detergente e outros produtos químicos. Em seguida, deve-se
realizar a secagem dos artigos, uma vez que a secagem espontânea promove a aderência dos sais
contidos na água, om formação de manchas e danos aos materiais.
• Etapa de preparo:
• Após a limpeza, enxágue e secagem, os materiais deverão ser inspecionados quanto à sua
integridade e funcionalidade. Os artigos articulados (tesoura, pinça, alicate) podem ser
lubrificados neste momento. Além da inspeção, os materiais devem ser embalados de forma
adequada antes do processo de esterilização. As embalagens utilizadas devem apresentar uso
único e prolongar a vida útil dos artigos, além de manter o conteúdo estéril durante algum tempo
após o reprocessamento e garantir a integridade do material (APARCIH, 2010).
• As embalagens mais indicadas para o reprocessamento em autoclave são o papel grau cirúrgico,
o algodão cru duplo e o vidro refratário.
Etapa de esterilização:
• A esterilização a vapor saturado sob pressão, realizado pela autoclave, caracteriza um dos
métodos mais conhecidos e utilizados. Este equipamento atua combinando três variáveis:
temperatura, pressão e umidade, de modo a desnaturar as proteínas que compõem o material
genético dos microrganismos, promovendo sua destruição. Assim, é indicado para o
reprocessamento de artigos resistentes a altas temperaturas, ou seja, os materiais metálicos ou de
tecido.
• Para que haja sucesso no processo de esterilização realizado pela autoclave, o vapor de água
deve entrar em contato com todas as superfícies dos artigos. Dessa forma, o ar que está presente
no interior da câmara é removido para que haja um contato satisfatório do vapor com os
materiais, de modo a permitir a penetração nos materiais. O vapor entra em contato com a
superfície fria dos materiais e sofre condensação. Ao entrar em contato com os materiais, o vapor
condensado libera o calor latente, aquecendo e umedecendo os materiais e ao entrar em contato
com os microrganismos, o calor latente promove a desnaturação de proteínas, levando à morte
celular. Nesse processo, é necessário que os materiais sejam expostos a uma combinação entre
tempo de exposição e temperatura elevada. Os ciclos mais comuns são realizados com
temperatura de 121ºC durante 15 a 30 minutos.
• Na fase final, a autoclave realiza a secagem do material por meio da exaustão do vapor da
câmara e nivelamento da pressão em relação à pressão atmosférica e circulação do ar dentro da
câmara.
A B
• O sucesso no processo de esterilização está diretamente relacionado à capacidade que o meio de
esterilização tem de atravessar a embalagem e atingir os materiais, da natureza dos artigos e do
funcionamento adequado dos equipamentos. Após o processo de esterilização, é importante que sejam
realizadas medidas para evitar a recontaminação do artigo em seu armazenamento, transporte ou
manipulação. Além disso, é imprescindível que sejam implementados alguns critérios de validação do
processo de esterilização, por meio de testes químicos e biológicos, indicando a letalidade do ciclo,
que deve ser suficiente para garantir uma probabilidade de sobrevida microbiana não maior que a 10º.
• Armazenamento dos materiais limpos, desinfetados ou esterilizados
• Os materiais devem ser armazenados em locais secos, arejados e protegidos da umidade e sujidades,
sendo preferível colocá-los em caixas plásticas com tampa ou armários fechados. O manuseio desses
utensílios deve acontecer no mínimo de vezes possível e com as mãos limpas, prevenindo sua
contaminação.