Direito Penal Homicidio
Direito Penal Homicidio
Direito Penal Homicidio
Luá Cristine
Direito Penal III
CRIMES CONTRA A
PESSOA
• Pessoa é todo sujeito de direitos;
• Ao definir os crimes contra a pessoa, no entanto, o Código Penal
considera pessoa todo ser humano, protegendo os direitos da
personalidade, sejam os que se referem à personalidade física,
sejam os que dizem com a personalidade moral.
• Tutela penal da vida, da integridade corporal, da honra e da
liberdade, pressupostos e atributos da personalidade humana.
Homicídio doloso
• ELEMENTO SUBJETIVO: dolo. É a vontade livre e consciente de
realizar os elementos do tipo penal, qual seja, matar alguém (animus
necandi)
• CONSUMAÇÃO: no momento da morte da vítima. Cessa a
atividade encefálica. Crime material.
• Tentativa: é possível.
• Prova da materialidade (exame de corpo de delito). É o meio de
prova pelo qual é possível a constatação da materialidade do delito.
Crime não transeunte. Art. 158, 167 do CPP.
Homicídio doloso
• Não é crime hediondo simples – Lei 8.072/90.
• Somente homicídio qualificado.
Homicídio Privilegiado -
§1º
1) Motivo de relevante valor social ou moral:
- Deve ser relevante (de importância coletiva ou individual).
- Relevante valor social – aquele motivo que atende aos interesses da
coletividade. (ex. morte de um traidor da pátria).
- Relevante valor moral – leva-se em conta os interesse particular do
agente (eutanásia).
(Eutanásia - abreviar a vida por piedade, morte antecipada – ex. desligar os
aparelhos.
Ortotanásia – não prolongar artificialmente a vida de um paciente em estado
terminal – ex. câncer que se alastrou). Resolução nº 1.805/2006.
Distanásia - prolongamento do processo da morte, por meio de tratamento
que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de vida
e sem dignidade.
Homicídio Privilegiado -
§1º
• Ocorrendo qualquer destas hipóteses, que são de caráter
subjetivo, a pena é diminuída de um sexto a um terço.
• O homicídio privilegiado determina a diminuição de pena
em função de um menor juízo de censura à conduta do
agente.
Homicídio Privilegiado -
§1º
• Trazem qualificadoras relacionadas aos motivos, modos e
meios de execução do crime.
• É um tipo derivado qualificado, que traz circunstâncias
que influem na pena. No caso, estabelece outras sanções,
mais graves, de 12 a 30 anos.
• São quatro os grupos de circunstâncias qualificadoras:
Homicídio Qualificado -
§2º
1) Motivos (I e II). (índole subjetiva - esfera interna do
agente)
Motivo torpe é o motivo repugnante, moralmente
reprovável, que contrasta com o senso ético comum
(ex. cobiça, egoísmo, ambição de lucro). Ex.:
assassinar alguém para receber herança.
Paga ou mediante promessa de recompensa – a
vantagem não necessariamente é econômica.
Motivo fútil é o insignificante, mesquinho,
desproporcional para a prática da conduta delituosa.
Ex.: briga no trânsito.
Homicídio Qualificado -
§2º
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - HOMICÍDIO -
PRONÚNCIA - EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA MOTIVO
FÚTIL - CRIME MOTIVADO PELO CIÚME - QUALIFICADORA
MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE - RECURSO PROVIDO.
"O ciúme, por si só, como sentimento comum à maioria da
coletividade, não se equipara ao motivo torpe. Na verdade, o ciúme
patológico tem a intensidade exagerada de um sentimento natural do
ser humano, que, se não serve para justificar a ação criminosa,
tampouco serve para qualificá-la”.
"O ciúme, por si só, sem outras circunstâncias, não caracteriza o
motivo torpe."(HC 123.918/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER,
QUINTA TURMA, julgado em 13/08/2009, DJe 05/10/2009)
Homicídio Qualificado -
§2º
2) Meios (III) (natureza objetiva relacionando-se ao fato
praticado)
Fogo - meio extremamente cruel. Ex.: jogar combustível e
atear fogo ao corpo da vítima sem que resulte qualquer
perigo comum.
Homicídio Qualificado -
§2º
Perigo comum é o perigo de dano à vítima e um número
indeterminado de pessoas. Ex.: agente joga combustível e ateia fogo
em uma residência para matar seus moradores, uma vez que, por ser
o combustível substância altamente inflamável, acarretará perigo de
incêndio das residências vizinhas, caracterizando, portanto, perigo
comum.
O agente responder em concurso formal pelos crimes de perigo
comum (art. 250 a 259) e de homicídio qualificado.
Homicídio Qualificado -
§2º
2) Meios (III) (natureza objetiva relacionando-se ao fato
praticado)
Tortura: utiliza-se da tortura para provocar a morte da vítima,
causando intenso sofrimento seja físico ou mental.
Ex.:decepar os dedos, as mãos, as orelhas.
Lei n. 9.455/97 – dolo de torturar.
Homicídio Qualificado -
§2º
3) Modos de execução (IV) - natureza objetiva
relaciona-se ao fato praticado
À traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou impossibilite a defesa do
ofendido.
Homicídio Qualificado -
§2º
3) Modos de execução (IV) - natureza objetiva relaciona-
se ao fato praticado
À traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou impossibilite a defesa do ofendido.
Jurisprudência:
Reconhecidas quatro qualificadoras pelo Conselho de Sentença (artigo
121, § 2º, incisos I, III, IV e V, do Código Penal), o Magistrado, na
fixação da reprimenda, utilizou aquela referente à ocultação de outro
delito (inciso III) para qualificar o homicídio, e as restantes, referentes
ao motivo torpe, à emboscada e uso de fogo, como circunstâncias
judiciais negativas para fixar a pena-base acima do mínimo legal […]
ao contrário do que alega o Recorrente, havendo multiplicidade de
qualificadoras no crime de homicídio, não há constrangimento ilegal na
utilização de uma delas para qualificar o delito e as restantes nas
demais etapas do critério trifásico da aplicação a pena. RECURSO
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS Nº 114.458 - MS
UM HOMICÍDIO PODE AO MESMO TEMPO SER
QUALIFICADO E PRIVILEGIADO?
Arrependimento posterior
CESPE - MPE - SE - Promotor de Justiça Substituto - 2010
Assinale a opção correta acerca do homicídio privilegiado.
a) A natureza jurídica do instituto é de circunstância atenuante
especial.
b) Estando o agente em uma das situações que ensejem o
reconhecimento do homicídio privilegiado, o juiz é obrigado a
reduzir a pena, mas a lei não determina o patamar de redução.
c) O relevante valor social não enseja o reconhecimento do
homicídio privilegiado.
d) A presença de qualificadoras impede o reconhecimento do
homicídio privilegiado.
e) A violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante
da conduta do agente e ocorrer logo após injusta provocação da
vítima.
CC - TRT 8ª - Analista Judiciário - Judiciário - 2010
No crime de homicídio,
a) não há incompatibilidade na coexistência de circunstâncias
objetivas que qualificam o crime e as que o tornam privilegiado.
b) há incompatibilidade na coexistência de quaisquer circunstâncias
que qualificam o crime e as que o tornam privilegiado.
c) não há incompatibilidade na coexistência de circunstâncias
subjetivas que qualificam o crime e as que o tornam privilegiado.
d) há incompatibilidade na coexistência de duas ou mais
qualificadoras, ainda que objetivas.
e) não há incompatibilidade na coexistência de duas qualificadoras de
natureza subjetiva.
FCC - MPE - CE - Promotor de Justiça - 2009
O reconhecimento do homicídio privilegiado é incompatível com a
admissão da qualificadora
a) do motivo fútil.
b) do emprego de explosivo.
c) do meio cruel.
d) do emprego de veneno.
e) da utilização de meio que possa resultar em perigo comum
• Homicídio culposo é aquele praticado por negligência (culpa
negativa, deixa de fazer aquilo que a cautela recomenda),
imprudência (culpa positiva, prática de um ato perigoso) ou
imperícia (fata de aptidão para o exercício de arte, profissão ou
oficio) (art. 18, II, do CP).
• Não há vontade de matar, mas culpa, por inobservância de certos
cuidados, dever objetivo de cuidado.
• Por ser exceção à responsabilidade decorrente da vontade, o crime
culposo só ocorre se expressamente previsto (parágrafo único do
art. 18 do CP).
Perdão judicial
• Os crimes de trânsito têm tratamento legal previsto pelo
Código de Trânsito Brasileiro, qual seja a Lei 9503/97
• “Art. 302- Praticar homicídio culposo na direção de
veículo automotor:
FEMINICÍDIO
O §7º cria a qualificadora do crime de homicídio chamada de
feminicídio, que seria a violência contra a mulher, caracterizada
pela presença das circunstâncias presentes nos incisos de I a III,
cuja pena prevista é de 12 a 30 anos de reclusão.
Entende-se razões de condição de sexo feminino quando o crime
envolve: violência doméstica e familiar (art. 5º da lei 11.340/06) e
menosprezo ou discriminação à condição de mulher (pelo simples
fato de ser mulher, condição de inferior).
FEMINICÍDIO
Todo homicídio de mulher (femicídio) será feminicídio?
Numa briga originada de um desentendimento no trânsito, temos um
crime de homicídio qualificado por motivo fútil (artigo 121, §
2º., II, CP) e não o Feminicídio, previsto no artigo 121, § 2º., VI, CP.
Ou seja, não é todo homicídio de mulher que configura um
Feminicídio, mas apenas aqueles em que se revele a chamada
“violência de gênero”.
FEMINICÍDIO
Sujeito ativo
Pode ser qualquer pessoa (trata-se de crime comum).
O sujeito ativo do feminicídio normalmente é um homem, mas
também pode ser mulher.