PSICOPATOLOGIAaula 2

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PSICOPATOLOGI

A
•“ Um fenômeno é sempre biológico em
suas raízes e social em sua extensão final.
Mas nós não nos devemos esquecer ,
também, de que, entre esses dois, ele é
mental”
• Jean Piaget.

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND


O objetivo da psicopatologia é compreender os estados psíquicos
relacionados ao sofrimento mental. Por isso, conforme Karl Jaspers, a
psicopatologia estaria, portanto, na base da psiquiatria.

Esse campo do conhecimento permite uma visão descritiva do


comportamento humano, pois aborda a natureza essencial da doença
mental – suas causas, mudanças funcionais e estruturais e suas formas de
manifestação.
Semiologia Geral
•Ciência dos signos / Estudo de sintomas e
sinais das doenças
•Semiologia psicopatológica : signos (língua,
gestos, atitudes, comportamentos) que
indicam a existência de sofrimento mental,
transtornos e patologias.
•Signos principais na psicopatologia: sinais
comportamentais objetivos e verificáveis e os
sintomas.
“ Disciplina científica que se incumbe do estudo
sistemático das alterações mórbidas que afetam o
comportamento.”

Conceitos de “ Ramo da ciência que trata da natureza essencial


da doença mental- suas causas, mudanças

psicopatologia estruturais e funcionais associadas a ela e suas


formas de manifestação.”

“ É a ciência que estuda as anormalidades


psíquicas do ser humano.”
Funções Mentais
As funções mentais propiciam o conhecimento semiológico da Psiquiatria. Na psicopatologia, as alterações mentais
que repercutem na psiquiatria são explicadas a partir da compreensão do que é o normal esperado.

Sendo assim, precisamos identificar quais as funções mentais e suas alterações principais.

Consciência

A Consciência é a função que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a
totalidade de seu mundo interior.

É a atividade integradora do psiquismo, ou seja, sustenta as demais funções psíquicas ao propiciar o conhecimento do
próprio eu e do mundo externo para o indivíduo.
A atenção seleciona, dentre os
Esses dois componentes nos
vários estímulos, aquele que
permitem avaliar a
será apreendido no momento,
Atenção e Orientação consciência e, portanto,
atuando como um filtro destas
podem ser considerados como
informações para a
os “operadores”.
consciência.

Quando voltada a si mesmo


Já a orientação é a capacidade
Alguns conceitos associados (ou consciência do eu), é
de orientar-se com relação a si
comumente a atenção são: chamada de autopsíquica.
e ao ambiente, ou seja, é a
vigilância, concentração e Quando voltada ao mundo
função que integra a
seletividade. exterior, tempo e espaço, é
consciência.
nomeada como alopsíquica.
Memória

É a capacidade que os seres vivos têm de adquirir, armazenar e evocar


informações.

Mesmo que intuitivamente, utilizamos esse importante recurso cognitivo a todo


momento e, por isso é uma das funções mentais indispensáveis na formação da
identidade pessoal.

Além disso, a memória está relacionada a outras funções igualmente


importantes, tais como a função executiva, pensamento e o aprendizado.
As alterações de memória são inúmeras, mas elencamos uma lista das principais. São
elas:

• Afasias dificuldade de se comunicar


• Agnosias dificuldade de identificar um objeto
• Amnésias esquecimento
• Ecminésias memoria de fatos anteriores
• Fabulações memorias
• Criptomnésias que surgem mas consideradas novas
• Paramnésias (ilusões ou alucinações mnêmicas)
• Lembranças obsessivas conteúdos ideativos
Sensação e Percepção
•A sensação é um fenômeno passivo gerado por estímulos químicos, físicos e biológicos originados fora do
organismo, que produzem alterações em seus órgãos receptores.

•A percepção é o processo de transformação desses estímulos sensoriais em fenômenos perceptivos, é a tomada de


consciência dos objetos e fatos exteriores ao indivíduo.

•Chamamos de sensopercepção a união destas duas dimensões.

•As alterações da sensopercepção podem ser qualitativas ou quantitativas.

•São alterações quantitativas: hiperestesias, hipoestesia, analgesia e parestesia.

•São alterações qualitativas: alucinações e ilusões.


Pensamento

É uma operação mental que utiliza os conhecimentos e/ou conceitos adquiridos, combina-os logicamente e produz uma outra nova forma de conhecimento e/ou conceito.

Todo esse processo começa com a sensação e termina com o raciocínio dialético, onde uma ideia se associa a outra e desta união de ideias nasce uma outra.

O pensamento se forma através de elementos sensoriais, imagens perceptivas e representações.


Estes elementos formam os conceitos (elemento puramente cognitivo, p.ex.: cadeira), juízos (relações significativas entre os conceitos, p.ex.: cadeira + sua utilidade) e o raciocínio
(relação entre juízos, redundando numa conclusão).
•O pensamento pode ser avaliado conforme:

Seu curso (modo como flui, velocidade, ritmo);


Sua forma (arquitetura dos conteúdos);
Conteúdo (tema, assunto).
As alterações do pensamento são organizadas
conforme o curso, ritmo, forma ou conteúdo.
Do curso e ritmo: inibição do pensamento,
perseverarão, prolixidade e incoerência, roubo do
pensamento.
Da forma: fuga de ideias e afrouxamento das
associações.
Do conteúdo: místico, mágico, com ideias
sobrevaloradas, concreto, persecutório, de ruína e
culpa, dentre outros.
• Uma das alterações do pensamento que adquire uma
importância muito grande é a do juízo de realidade.
• Por meio dos juízos, o ser humano afirma a sua relação com o
mundo, discerne a verdade do erro, assegura-se da existência
ou não de um objeto perceptível (juízo de existência), assim
como distingue uma qualidade de outra (juízo de valor).
• Dentre as alterações do juízo, estão as ideias
prevalentes ou sobrevaloradas (ideias
errôneas por superestimação afetiva) e os
delírios.
• O delírio é um “erro” no ajuizar, que tem
origem na doença mental, mas também pode
derivar de doenças neurológicas.
• As ideias prevalentes podem ser
egosintônicas, carregadas de força afetiva, e
geralmente fundadas em fatos vivenciados
no passado e a crença do indivíduo nelas não
é tão forte ou inamovível quanto no delírio.
Linguagem
• A linguagem é o principal instrumento de comunicação dos seres
humanos e é fundamental na elaboração e na expressão do
pensamento.
• Além disso, propicia a afirmação do eu, em oposição ao mundo.
• Existem diversas alterações da linguagem, desde as que advém de
lesões neurológicas como a afasia, disgrafia, até as consequentes
à transtornos psiquiátricos, como a logorréia, a estereotipia
verbal, ecolalia.
Afetividade

• É a capacidade individual de experimentar o


conjunto de fenômenos afetivos (tendências,
emoções, paixões, sentimentos). Ela dá cor,
brilho e calor às vivências.
• A afetividade se refere a capacidade do ser
humano de ser afetado positiva ou negativamente
tanto por sensações internas como externas.
Dentro dela, está o Humor – o tônus afetivo
basal do indivíduo em determinado momento.
• Dentre as alterações da afetividade
temos:
• Alterações do humor: distimias, disforia,
depressão, hipertimia, hipotimia, êxtase,
ansiedade, angústia e medo.
• Alterações dos sentimentos: apatia,
inadequação afetiva ou paratimia,
distanciamento afetivo, sentimento de
falta de sentimento, anedonia,
ambivalência.
Vontade

É relacionada com as esferas instintivas, afetivas e intelectivas (avaliar, julgar, analisar, decidir), bem como
com o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas socioculturais do indivíduo.

Está ligada a forças instintivas inconscientes e da esfera afetiva, mas também a valores culturais conscientes e
ao desejo (querer, anseio, de natureza consciente ou inconsciente, que visa sempre algo, que busca sempre a sua
satisfação).

O ato volitivo (ou ato de vontade) pode ser expresso por “eu quero” ou “eu não quero”. Os motivos, ou razões
intelectuais influenciam o ato volitivo.

As influências afetivas atrativas ou repulsivas pressionam a decisão volitiva para um lado ou para outro.
A Hipobulia e abulia são as principais alterações da vontade.
E os atos impulsivos e compulsivos são os resultados
patológicos dos seus atos.
O ato motor é o componente final do ato volitivo que
envolve a psicomotricidade.

As alterações da psicomotricidade frequentemente são a


expressão final de alterações da volição.

São alterações da psicomotricidade: estupor, flexibilidade


cérea ou cerácea, agitação psicomotora, catalepsia,
maneirismos, alterações da marcha.
Referências bibliográficas

• Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e


semiologia dos transtornos mentais
[recurso eletrônico] / Paulo
Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre:
Artmed, 2019.

• Jaspers, K. Psicopatologia Geral. São


Paulo, Atheneu; 1996.

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