Psicopatologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 68

Psicopatologia das Funções

psíquicas
Sanami Esaki
EXAME DO ESTADO MENTAL
• O exame do estado mental consiste numa
pesquisa sistematizada dos sintomas e sinais no
momento da entrevista, em conjunto com um
registro estruturado das observações sobre
aparência e comportamento do paciente
durante a entrevista
Aspectos a serem observados na entrevista
Sentimentos despertados
Atitudes frente ao examinador
Aparência do paciente
Atividade Psicomotora e comportamento
Comunicação com o examinador
Consciência
Funções Psíquicas
Atenção
Sensopercepção
Memória
Inteligência
Orientação
Afetividade
Funções Psíquicas Pensamento
Juízo Crítico
Conduta
Linguagem
Vontade
FUNÇÕES MAIS AFETADAS NOS TRANSTORNOS
PSICO-ORGÂNICOS
Nível de consciência

Atenção*

Orientação

Memória

Inteligência

Linguagem**

*Também nos quadros afetivos (mania, principalmente).

**Também nas psicoses.


FUNÇÕES MAIS AFETADAS NOS TRANSTORNOS
DO HUMOR E DA PERSONALIDADE
Afetividade

Vontade

Psicomotricidade

Personalidade
FUNÇÕES MAIS AFETADAS NOS TRANSTORNOS
PSICÓTICOS
Sensopercepção

Pensamento

Juízo de realidade

Vivência do Eu e alterações do self


Exame mental
DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO
• Críticas e dificuldades de avaliação;

• Etapas para a construção do diagnóstico;

• Exame mental.
A DIFICULDADE DO PROCESSO DE
CONHECER
“Qual o caminho que devo seguir?”.
Depende. Para onde você quer ir?
Para qualquer lugar.
Se você quer ir para qualquer lugar, qualquer caminho serve “

Alice e o gato maluco (Alice no país das maravilhas)


DIAGNÓSTICO
• A palavra diagnóstico tem origem grega: significa conhecer, distinguir ou
reconhecer.
• Doença vem do latim dolentia e significa dor, sofrimento.

As finalidades principais do diagnóstico são:


1. Comunicação – permitir uma linguagem comum.
2. Previsão – diagnóstico e prognóstico.
3. Favorecer a investigação científica.
4. Fundamentar as medidas terapêuticas preventivas.
DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO

• A síndrome constitui uma associação de sinais e sintomas que


evoluem em conjunto, provocadas por mecanismos vários e
dependentes de causas diversas.

• Efetivamente diagnosticamos e tratamos síndromes, e não doenças.


Exemplos de síndromes: pneumonia, demência, depressão.
Apesar das denominações, não são síndromes: síndrome da
imunodeficiência adquirida e síndrome pré-menstrual, já que o
que as caracteriza não é a sintomatologia, mas a etiologia ou o
curso.
A esquizofrenia não é uma síndrome, pois está relacionada a
critérios como curso crônico e ausência de etiologia orgânica, no
entanto está associada às síndromes paranóide, catatônica,
hebefrênica e apático-abúlica. Por outro lado, uma mesma
síndrome pode estar presente em diferentes entidades
nosológicas.
A formulação de um diagnóstico sindrômico é obrigatória.
DIAGNÓSTICO NOSOLÓGICO
Nosso, do grego, significa doença. O diagnóstico nosológico baseia-se nas
entrevistas, exame psíquico, exames complementares (testes) e exame físico.

O diagnóstico de uma doença pode seguir dois modelos:


Categorial – adotado pela CID-10 e DSM-5, as doenças se distinguem da saúde e
entre si.
Dimensional – haveria um continuum entre a saúde e a doença, a diferença entre
ambas seria quantitativa.

Uma classificação nosográfica é baseada ou nos sintomas ou na etiologia. Uma


doença possui causas, alterações estruturais e funcionais, e história natural
conhecidas.
DIAGNÓSTICO PSICODINÂMICO
• Diagnóstico descritivo pelo DSM 5

• Interações entre os eixos I – IV

• Características do ego – Pontos fortes e fraquezas;


- Mecanismos de defesa e conflitos;
- Relação com o superego.
DIAGNÓSTICO PSICODINÂMICO
• Qualidade das relações objetais :
Relacionamentos familiares;
Padrões tranferenciais e contratransferenciais;
Inferência acerca das relações objetais internas.

• Características do self:
Auto-estima e coesão do self;
Continuidade do self;
Fronteiras do self;
Relação mente/corpo.

• Formulação explicativa utilizando os dados acima.


EXAME PSÍQUICO
• APARÊNCIA
É o primeiro elemento observado no paciente, e o seu exame oferece indicações sobre
o estado de diversas funções mentais.

A aparência de um paciente pode estar:


Cuidada (adequada),
Descuidada (desleixada),
Higiene corporal comprometida,
Bizarra (destoante do usual ou extravagante),
Exibicionista (excessiva).
ATITUDE
Comportamento (ou atitude) num sentido amplo – engloba a fala,
os gestos, a mímica e os demais movimentos corporais. Deve ser
observada a atitude espontânea do examinado e não ser
provocada pelo examinador.
Seriam basicamente estas as formas de atitude importantes do
ponto de vista semiológico: atitude não cooperante, de oposição,
hostil, de fuga, suspicaz, querelante, reivindicativa, arrogante,
evasiva, invasiva, de esquiva, inibida, desinibida, jocosa, irônica,
lamuriosa, dramática, teatral, sedutora, pueril, gliscróide,
simuladora, dissimuladora, indiferente, manipuladora, submissa,
expansiva, e amaneirada.
CONSCIÊNCIA
A palavra consciência vem do latim. Originalmente tinha o significado de consciência moral e só
posteriormente surgiu o conceito de consciência psicológica. Segundo Jaspers é “o todo
momentâneo da vida psíquica”.
Vigilância (Head, 1923), no sentido neurofisiológico significa que o indivíduo está vigil, desperto,
alerta.
Lucidez da consciência – os processos psíquicos são experimentados com suficiente intensidade;
os estímulos são adequadamente apreendidos; e os conteúdos mentais possuem nitidez e são
claramente identificados e delimitados.
Campo da consciência (ou amplitude) – quantidade de conteúdos que abarca em determinado
momento.
Alterações Quantitativas:
1.a. Fisiológicas – Sono (o sono profundo constitui um estado fisiológico de abolição da
consciência).
1.b. Patológicas:
Rebaixamento do nível de consciência – está relacionado a comprometimento difuso,
generalizado, do funcionamento cerebral. Sempre possui etiologia orgânica.
Estado confusional (obnubilação) – com ou sem sintomas psicóticos.
CONSCIÊNCIA

Coma – sono profundo, abolição da consciência, sem sinal de atividade psíquica.

Alterações Qualitativas:
2.a. Fisiológicas - sonhos (consciência parcial)
2.b. Patológicas:
Estreitamento do campo – perde-se a capacidade de reflexão, é a característica
que define os estados crepusculares. Ocorre na epilepsia, intoxicação alcoólica,
estados dissociativos histéricos, reação aguda ao estresse, sonambulismo.
ATENÇÃO
É o processo através do qual a consciência é direcionada para determinado estímulo
(de origem externa ou interna); determinado objeto da consciência – seja ele uma
imagem perceptiva ou representativa, um afeto ou um pensamento – é selecionado, é
focalizado, em detrimento dos outros objetos; há uma concentração da atividade
mental sobre um objeto. Os objetos da consciência focalizados pela atividade da
atenção adquirem maior clareza e nitidez.

A atenção voluntária (ou ativa) está relacionada a um esforço intencional, consciente,


por parte do indivíduo na direção do objeto.
A atenção espontânea (ou passiva, involuntária) consiste numa reação automática,
não consciente e não-intencional, do indivíduo aos estímulos, a qual é determinada
basicamente pelas características destes.

Tenacidade (ou capacidade de concentração) é a capacidade de manter a atenção em


determinado objeto por certo tempo.
Mobilidade é a capacidade de, a qualquer momento, desviar a atenção de um objeto
para outro.
1. Alterações Quantitativas:
Hipoprosexia – diminuição global da atenção, afetando tanto a tenacidade quanto a
mobilidade (fadiga, tédio, sonolência, depressão, demência, etc)
Aprosexia – Abolição da atenção (no sono sem sonhos, coma e demência)

2. Alterações Qualitativas:
Rigidez da atenção – Durante longo tempo o indivíduo está concentrado em um único
objeto e não é capaz de desviar sua atenção. Há exacerbação da atenção voluntária ou
da espontânea. Estado de ensimesmamento (concentrado, recolhido)
Labilidade da atenção – O individuo é incapaz de manter por algum tempo sua atenção
em um mesmo objeto. É a atenção espontânea que predomina.
SENSOPERCEPÇÃO

A sensopercepção constitui a primeira etapa da cognição, ou seja,


do conhecimento do mundo externo. Este se refere aos objetos
reais, isto é, àqueles que estão fora de nossa consciência.

Através da sensação, podemos distinguir as qualidades mais


elementares dos objetos: cor, forma, peso, temperatura,
consistência, textura, timbre, sabor, etc.
A percepção está relacionada à identificação, reconhecimento e
discriminação dos objetos. É o que dá significação às sensações.
1. Alterações Quantitativas:

Agnosia – Constitui um distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, auditivos ou


táteis, na ausência de déficits sensoriais.
Hiperestesia (ou hiperpercepção) - Consiste num aumento global da intensidade
perceptiva
Hipoestesia (ou hipopercepção) - Consiste numa diminuição global da intensidade
perceptiva.
Anestesia – Consiste numa abolição da sensibilidade
Alucinação Negativa – É definida como uma aparente ausência de registro sensorial de
determinado objeto presente no campo sensorial do paciente.
Macropsia – Os objetos parecem ao paciente aumentados de tamanho.
Micropsia – Os objetos parecem menores do que realmente são.
Dismegalopsia – Os objetos parecem deformados, algumas partes estão aumentadas ou
diminuídas.
2. Alterações Qualitativas:
Ilusão – Trata-se de uma percepção falseada, deformada, de um objeto real e presente.
Pareidolia – Esse fenômeno consiste numa imagem (fantástica e extrojetada) criada
intencionalmente a partir de percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou
imprecisos.
Alucinação – O termo alucinação tem origem no latim, alucinare, que significa
dementado, enlouquecido, privado da razão. A alucinação é classicamente definida
como “percepção sem objeto”
Alucinações Verdadeiras – Apresentam todas as características de uma imagem
perceptiva real, incluindo a corporeidade e a localização no espaço objetivo externo.
Possuem uma irresistível força de convencimento, ou seja, são aceitas pelo juízo da
realidade, por mais que pareçam para o próprio paciente, estranhas ou especiais.
Pseudo-alucinações – Diferencia-se das alucinações verdadeiras pela ausência de
corporeidade e localização no espaço subjetivo interno.
Alucinoses – Ocorrem sob lucidez de consciência. São também chamadas alucinações
neurológicas, já que estão relacionadas a distúrbios de origem orgânica.
MEMÓRIA
Segundo Kandel (1997), o aprendizado é o processo através do qual adquirimos o
conhecimento sobre o mundo; já a memória representa o armazenamento desse
conhecimento. Essas informações armazenadas dizem respeito às nossas experiências
perceptivas e motoras, assim como as vivências internas (nossos pensamentos e emoções).

Didaticamente, a atividade da memória é dividida em quatro fases: fixação (ou aquisição,


ou codificação), conservação (ou retenção), evocação (ou rememoração, ou recuperação) e
reconhecimento:
A fixação depende da preservação do nível da consciência (vigilância), da atenção
(especialmente da tenacidade), da sensopercepção e da capacidade de apreensão
(apercepção).
A etapa de conservação refere-se à manutenção, em estado de latência, das informações
que foram fixadas.
A etapa de evocação corresponde ao retorno, espontâneo ou involuntário, à consciência
das informações armazenadas. Fatores afetivos podem influenciar a evocação.
A última etapa do processo mnêmico, a do reconhecimento, consiste na identificação da
imagem evocada como algo pretérito, não-atual, já vivenciado anteriormente.
Classificação das memórias:
A memória sensorial dura menos de um segundo. É mais propriamente uma função da atenção do
que da memória.
A memória de curto prazo possui uma capacidade de armazenamento limitada e dura de
segundos a minutos. A memória de trabalho é essencial tanto para a fixação como para a
evocação; e é necessária para atividades cognitivas como a compreensão, o raciocínio, a tomada
de decisões e o planejamento da ação.
A memória de longo prazo representa o armazenamento permanente de informações que foram
fixadas há alguns minutos. Poderão ser evocadas por anos ou até por toda a vida.
As memórias explícitas representam informações sobre o que é o mundo (acessíveis à
consciência), podem ser evocadas voluntariamente, e podem ser expressas em palavras.
A memória episódica (é uma memória explícita) que se refere a eventos autobiográficos, a
vivências pessoais do indivíduo.
A memória semântica (é uma memória explicita) se refere a conhecimentos factuais,
compartilháveis com as outras pessoas.
A memória implícita refere-se ao aprendizado de como fazer as coisas. É um tipo de memória
automática e reflexa.
O condicionamento clássico é um conceito desenvolvido por Pavlov. É o estímulo condicionado.
Condicionamento Operante: seu conceito foi elaborado por Thorndike, pareamento de um
estímulo (reforço) e uma resposta (um comportamento).
1. Alterações Quantitativas
 Amnésia (hipomnésia) Anterógrada – de fixação. Consiste na impossibilidade (ou dificuldade) de formar
novas lembranças de longo prazo – de adquirir novas informações – a partir do momento em que o agente
patogênico atuou como tal.
 Amnésia (hipomnésia) Retrógrada - de evocação. Refere-se à impossibilidade (ou dificuldade) de recordar
eventos anteriores à atuação do fator causal do distúrbio mnêmico; quais tinham sido adequadamente
fixadas.
 Amnésia (hipomnésia) Retroanterógrada – também é denominada mista ou fixação-evocação, pode ocorrer
após um traumatismo crânio-encefálico.
 Amnésia (hipomnésia) Generalizada – Estão afetadas todas as recordações de grande parte do passado,
compreendendo os últimos meses ou anos, ou mesmo a vida inteira.
 Amnésia (hipomnésia) Lacunar – É chamada localizada. Abrange especificamente determinado espaço de
tempo, de limites relativamente precisos, durante o qual houve um prejuízo na capacidade de fixação.
 Amnésia (hipomnésia) Seletiva – As lembranças têm em comum seu conteúdo e significado afetivo.
 Hipermnésia de Fixação -.Hipertrofia de memória. Capacidade exagerada de armazenamento de novas
informações.
 Hipermnésia de Evocação – Ocorre um excesso de recordações num breve espaço de tempo. Embora mais
numerosas, as lembranças em geral são pouco claras e precisas.
 Hipermnésia Lacunar – A hipermnésia lacunar é observada em pacientes com transtorno de pânico.
 Hipermnésia Seletiva – Ocorre na depressão, quanto a fatos dolorosos ou que despertem o sentimento de
culpa.
2. Alterações Qualitativas
Alomnésia – Ilusão de memória. As recordações de um evento real são
deturpadas, distorcidas pelo indivíduo de forma voluntária.
Paramnésia – Alucinação de memória. Ocorre na sensopercepção. Trata-se
da recordação de algo que de fato não ocorreu, de uma falsa lembrança,
embora para o paciente ela seja verdadeira.
Déja Vu e Jamais Vu – No déja vu, se tem à sensação de familiaridade
diante de uma situação inteiramente nova, como se ele já a houvesse
vivenciado anteriormente. No jamais vu, há uma ausência da sensação de
familiaridade diante de uma situação já vivenciada uma ou mais vezes.
Criptomnésia – É o mecanismo dos casos de plágio involuntário.
Ecmnésia – Trata-se de uma presentificação do passado: a recordação é tão
intensa, quase alucinatória.
LINGUAGEM

Linguagem é um sistema arbitrário de signos – fonéticos e gráficos (as palavras) -, que


funciona como um processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo.
A linguagem possui as seguintes finalidades: comunicação social, expressão de vivências
internas (pensamentos, sentimentos), organização da experiência sensorial e dos
processos mentais, tradução dos estímulos externos, indicação e descrição das coisas,
transmissão de conhecimentos e regulação da conduta.
Linguagem e pensamento estão intimamente relacionados, não podendo ser facilmente
separados, mas são dois fenômenos distintos. Podem ocorrer perturbações do
pensamento não associadas a perturbações da fala, e vice-versa. O estudo da linguagem
tem como objeto as palavras, enquanto o estudo do pensamento se refere às ideias. A
linguagem molda o pensamento e é fundamental para a sua elaboração e expressão. Só
com a aquisição da linguagem, e a consequente utilização de conceitos, é que se
desenvolve na criança o pensamento abstrato.
Além do componente cognitivo, a linguagem possui ainda um componente afetivo, que é
a prosódia. Esta é constituída pela musicalidade, entonação e inflexões da fala, além da
gesticulação.
1. Alterações Quantitativas:
Afasias – São distúrbios adquiridos da capacidade lingüística – na
compreensão ou na expressão -, que ocorrem na ausência de incapacidade
motora do órgão fonador.
Afasia Motora – Os pacientes conseguem utilizar os músculos fonadores
para fins que não a fala.
Afasia Sensorial – Há perda da capacidade de compreender a linguagem e a
audição, por definição, não está prejudicada.
Afasia de Condução – Há fluência, a compreensão é normal, mas a
capacidade de repetição e a de nomeação estão comprometidas.
Afasia Anômica – Existe dificuldade em nomear objetos. A expressão, a
compreensão e a repetição são normais.
Alexia – Perde-se a capacidade da leitura.
Aprosódia (hipoprosódia) – Na aprosódia ou na hipoprosódia há, respectivamente,
perda ou diminuição da modulação afetiva da fala, que se torna monocórdica,
monótona.
Hiperprosódia – Caracteriza-se por uma acentuação da inflexão verbal; uma fala
enfática, loquaz.
Mutismo – Significa ausência da fala.
Logorréia – Refere-se a uma expressão verbal aumentada. O paciente fala o tempo todo
e é difícil interrompê-lo.
Oligolalia – A oligolalia refere-se a uma expressão verbal diminuída, mas não abolida
(eliminada). Consiste no oposto da logorréia.
Hiperfonia – Representa uma elevação do volume da voz, isto é, falar excessivamente
alto.
Hipofinoa – Ela representa uma redução do volume da voz, isto é, falar excessivamente
baixo, o que às vezes torna impossível entender o que se está dizendo.
Taquilalia e Bradilalia – Referem-se, respectivamente, a um
aumento e a uma diminuição da velocidade da expressão verbal.
Correspondem às alterações do curso do pensamento.
Latência da Resposta – A latência da resposta refere-se ao tempo
que o paciente demora em responder às perguntas do
examinador, podendo estar aumentada ou diminuída.
2. Alterações Qualitativas:
Ecolalia – Consiste na repetição, como um eco, da última ou últimas palavras faladas
pelo entrevistador (ou outra pessoa do ambiente), dirigidas ou não ao paciente.
Palilalia – Consiste na repetição involuntária da última ou últimas palavras que o próprio
paciente falou.
Logoclonia – É semelhante a palilalia, só que a repetição é apenas das últimas sílabas.
Estereotipia Verbal – Ela consiste numa repetição monótona, inadequada e sem sentido
comunicativo de palavras ou frases.
Mussitação – O paciente fala com uma voz sussurrada, em tom muito baixo e monótono,
quase sem mover os lábios; fala para si próprio, e de forma incompreensível.
Neologismos – Consistem em palavras novas, criadas pelos pacientes, ou palavras já
existentes às quais é atribuído um novo significado.
Jargonofasia (ou salda se palavras, ou esquizofasia, ou confusão de linguagem) –
Representa uma completa desorganização da linguagem, cuja sintaxe se torna
inteiramente incoerente.
Parafasias – Refere-se à deformação ou troca de palavras, podendo ser literais ou verbais.
Solilóquio – Refere-se ao comportamento de falar sozinho. É uma manifestação indicativa de
alucinação auditiva.
Coprolalia – O discurso é caracterizado pela presença de palavras obscenas, vulgares ou relativas
a excrementos. Quando se constitui num tique verbal, é uma manifestação típica da síndrome de
Tourette
Glossolalia – Na glossolalia, é como se o indivíduo estivesse falando uma outra língua. Ele produz
sons ininteligíveis, mantendo os aspectos prosódicos da fala normal.
Maneirismos – Verbalmente, a fala torna-se pouco natural, afetada, seja quanto à escolha das
palavras (rebuscamentos, uso de palavras difíceis, formalismo exagerado), a pronúncia, ao
sotaque ou à inflexão verbal (disprosódia ou paraprosódia).
Pedolalia – Na pedolalia, o paciente fala com uma voz infantilizada.
Para-Respostas – São respostas totalmente disparatadas em relação às perguntas.
Respostas Aproximadas – O paciente, embora compreenda perfeitamente a pergunta e conheça
a resposta correta, deliberadamente dá uma resposta errada.
PENSAMENTO (exceto delírio)

O pensar está relacionado à antecipação de acontecimentos, à construção de modelos


da realidade e simulação do seu funcionamento.

As atividades fundamentais do pensamento são: a elaboração de conceitos, a formação


de juízos e o raciocínio. Um conceito identifica os atributos ou qualidades mais gerais e
essenciais de um objeto ou fenômeno. É expresso por uma palavra. Está relacionado a
abstração e generalização

O juízo estabelece uma relação entre dois ou mais conceitos. Consiste no ato da
consciência de afirmar ou negar algum atributo ou qualidade a um objeto ou fenômeno.

Raciocínio representa uma operação mental que relaciona juízos, levando à formação
de novos juízos (ou conclusões).
1. Alterações Quantitativas
Aceleração do Curso – Na aceleração do curso do pensamento (ou
taquipsiquismo), o paciente fala mais rápido; há uma maior produtividade
ideativa e uma maior velocidade no processo associativo.
Alentecimento do Curso – No alentecimento do curso do pensamento (ou
retardo, ou inibição do pensamento, ou bradipsiquismo), o paciente fala
mais devagar; há uma redução no número de ideias e representações, e
inibição do processo associativo.
Interrupção do Curso – Abruptamente, e sem qualquer motivo aparente, o
paciente interrompe a sua fala, deixando de completar uma ideia.
2. Alterações Qualitativas
Fuga de Ideias – Caracteriza-se pela variação rápida ou incessante de tema, com preservação da
coerência do relado e da lógica na associação de ideias.
Desagregação do Pensamento – A desagregação do pensamento caracteriza-se por uma perda
do sentido lógico na associação de ideias. Há a formação de associações novas, que são
incompreensíveis, irracionais e extravagantes.
Prolixidade – Caracteriza-se por um discurso repleto de detalhes irrelevantes, o que o toma
tedioso; a ideia-alvo jamais é alcançada ou só o é tardiamente. Decorre de uma incapacidade de
síntese, distinguir o essencial do acessório.
Minuciosidade – Representada por um discurso com um número excessivo de detalhes
relevantes.
Perseveração – Consiste numa perda de flexibilidade do pensamento. Há a fixação persistente de
uma única ideia-alvo e um empobrecimento dos processos associativos.
Concretismo (ou pensamento empobrecido) – Caracteriza-se por um discurso pobre em
conceitos abstratos, em metáforas e analogias.
Ideias Obsessivas – São exemplos de conteúdos de ideias obsessivas: dúvidas torturantes,
sacrilégios, tentações censuráveis, presságios quanto a tragédias ou morte relacionadas a
familiares ou a si próprio.
Ideias Delirantes (ou delírios) – Assim, como as ideias deliróides e as sobrevaloradas, são
consideradas pela maioria dos autores como alteração do conteúdo do pensamento.
DELÍRIO
De acordo com Jaspers, ideias delirantes (ou delírios) são juízos patologicamente falsos,
que possuem as seguintes características externas: acompanham-se de uma convicção
extraordinária, não são susceptíveis à influência e possuem um conteúdo impossível.
O delírio caracteriza-se por uma certeza subjetiva absoluta, por uma firmeza irremovível
da convicção, por uma impossibilidade de modificação diante do desmentir dos fatos ou
da refutação rigorosa: é incorrigível.

O delírio primário é a ideia delirante autêntica. É incompreensível: não pode ser seguido
psicologicamente até a sua origem, é algo de “último e derradeiro” (Jaspers).

A percepção delirante consiste na atribuição de um significado novo, anormal, a uma


percepção normal de um objeto real. Essa significação se dá de forma simultânea ao ato
perceptivo. O significado é para o observador algo ilógico, absurdo e incompreensível.
Para o doente, o significado é em geral autorreferente; tem o caráter de um aviso,
mensagem ou revelação.
O delírio secundário também é chamado ideia deliróide.

Na definição de Nobre de Melo, a ideia sobrevalorada (ou


supervalorizada, ou prevalente) é uma ideia errônea por superestimação
afetiva. O erro decorre do fato de a ideia estar relacionada a uma carga
afetiva muito intensa, que influencia o julgamento da realidade.
INTELIGÊNCIA

Está relacionada à capacidade de resolver novos problemas; de adaptação;


de síntese e análise; de abstração e generalização; de distinção entre o
essencial e o acessório; de lidar com conceitos, julgar e raciocinar; e de
utilizar o pensamento de forma eficiente e produtiva. A solução de
problemas consiste em compreender a situação, fazer associações e
correlações, produzir ideias novas (construir hipóteses), criticar ou testar as
hipóteses e, finalmente, adaptar-se. O pensamento inteligente caracteriza-se
pela riqueza de conceitos, por juízos que correspondem à realidade e por
um raciocínio que segue os princípios da lógica formal.
1. O exame da inteligência: Alguns testes verbais bastante simples têm a finalidade de
avaliar basicamente a capacidade de abstração e generalização, além da capacidade de
síntese, raciocínio e nível de conhecimentos:
Interpretação de provérbios – “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”
Interpretação de fábulas – a cigarra e a formiga
Cálculos matemáticos simples –
Definição de conceitos abstratos – alegria, amizade.
Resumo de texto – ler uma notícia de jornal e interpretar
Diferenças – Entre criança e anão
Semelhança – maçã, banana e melancia.
Conhecimento – cores da bandeira brasileira
Solução de problemas – é melhor lavar uma escada de cima para baixo ou de baixo
para cima?
2. Escalas e Estágios de Desenvolvimento:
Binet e Simon/ Piaget
WISC
WAIS
VONTADE
Conação – Conjunto de atividades psíquicas direcionadas para a
ação.
Impulsos – Estado interno, vivência afetiva que induz o indivíduo
a atuar no sentido de satisfazer uma necessidade, basicamente
uma necessidade corporal.
Vontade – Processo psíquico de escolha entre várias
possibilidades de ação, atividade consciente de direcionamento
da ação. Elaboração cognitiva realizada a partir dos impulsos,
sendo influenciada por fatores intelectivos e socioculturais.
O processo volitivo divide-se em quatro etapas:
(1) intenção ou propósito – representada por uma
tendência para a ação, está intimamente relacionada aos
impulsos;
(2) deliberação – consiste numa ponderação consciente a
respeito das alternativas de ação, sendo analisados os
aspectos positivos e negativos, assim como as possíveis
implicações de cada uma;
(3) decisão – representa a opção por uma dessas
alternativas de ação;
(4) execução – refere-se à atividade psicomotora.
1. Alterações Quantitativas:
Hipobulia/abulia – sensação de fraqueza, desânimo ou falta de energia;
perda da iniciativa, da espontaneidade e do interesse pelo mundo externo.
Enfraquecimento de impulsos – deliberação das tendências naturais à
satisfação das necessidades corporais. (anorexia, insônia, perda da libido)
Hiperbulia – sentimento subjetivo de força, de energia, de disposição.
Observa-se aumento da espontaneidade e do interesse em relação ao
mundo externo com desinibição e aumento da psicomotricidade. (bulimia,
hipersonia, ninfomania)
2. Alterações Qualitativas:
Atos impulsivos – súbitos, incoercíveis e incontroláveis; desprovidos de
finalidade inconsciente. Ex: Comportamentos heteroagressivos (forma não
premeditada); frangofilia (deixa os objetos em frangalhos); piromania
(propensão a atear fogo); dromomania (necessidade de afastar-se, de
mudar de lugar); dipsomania (tendência periódica a ingerir grande
quantidade de álcool); bulimia ( perda de controle sobre a ingestão).
Atos compulsivos – atos que o indivíduo se sente compelido a realizar.
Produz alívio, mas não prazer. Ex: toxicofilia; hiperfagia; jogo patológico;
cleptomania; certos padrões de comportamento relativos ao comprar e ao
envolvimento amoroso.
Comportamento desviante – automutilação e suicida; alotriofagia
(perversão do apetite); parafilias (perversões sexuais)
Ambitendência – incapacidade para decidir, em função da presença na
consciência de tendências volitivas opostas.
Negativismo - resistência não deliberada e incompreensível às solicitações
externas, simplesmente não faz o que lhe é solicitado.
Reação do último momento – desaparecimento súbito de uma conduta
negativista justamente no momento em que o examinador desiste do seu
empenho em fazer com que o paciente atenda à sua solicitação.
Sugestionabilidade patológica – sintoma oposta ao negativismo. Tendência
exagerada a atender às solicitações.
Obediência automática – exemplo extremo de sugestionabilidade
patológica. Cumprimento passivo e imediato, sem qualquer reflexão e
elaboração, de quaisquer ordens ou solicitações, mesmo que a ação seja
perigosa ou danosa para o próprio paciente.
PSICOMOTRICIDADE

As ações psicomotoras possuem um conteúdo psicológico, são


expressões do psiquismo, voluntárias, conscientes quanto à
motivação e finalidade. Representam a quarta etapa do processo
evolutivo: a execução.

A motilidade consiste na via final de todo evento psíquico e é a


única forma de acesso de temos ao psiquismo de uma outra
pessoa.
1. Alterações Quantitativas:
Apraxia – dificuldade ou impossibilidade de realizar atos motores
intencionais, voluntários, na ausência de paresia ou paralisia, de déficit
sensorial e de incoordenação motora.
Acinesia – diminuição acentuada e generalizada dos movimentos
voluntários. Em geral há inibição do pensamento e empobrecimento da
mímica.
Hipercinesia – aumento patológico da atividade motora patológica:
inquietação, agitação e furor.
2. Alterações Qualitativas:
Ecopraxia – repetição automática e despropositada das ações motoras
executadas por outra pessoa, que está diante do paciente.
Estereotipias – ações motoras desprovidas de finalidade e de sentido, sendo
repetidas de maneira uniforme e com grande frequência.
Flexibilidade cerácea – rigidez muscular, facilmente vencida, o corpo do paciente
é moldável como se fosse cera.
Maneirismos – movimentos que servem a um propósito de comunicação, tais
como gestos, mímicas, vocalização, que se tornam exagerados quanto à sua
amplitude, tornam-se afetados, rebuscados, estilizados ou desarmônicos,
perdem sua graça natural e parecem extravagantes ao observador.
Interceptação cinética – interceptação brusca e incompreensível de uma ação
motora já iniciada, que pára no meio, é equivalente ao bloqueio do pensamento.
Perseveração motora – repetição sem sentido de uma ação motora de início
executada adequadamente.
AFETIVIDADE

Constituem em estados psíquicos subjetivos, mas que


diferentemente destes, se caracterizam pela propriedade
de serem agradáveis ou desagradáveis. Também podem ser
vistos como uma consequência das ações do indivíduo que
visam à satisfação de suas necessidades (corporais ou
psíquicas). Seu conceito de afetividade abrange as
emoções, os sentimentos, paixões e humor.
Afeto – Elementos da afetividade, incluindo emoções, sentimentos e humor; mas,
outras vezes, é empregado como sinônimo de emoção.
Emoção – Significa comover, emocionar, e está ligado a uma ideia de movimento. Em
geral representa estado afetivo súbito, de curta duração e grande intensidade, que se
acompanha de alterações corporais, relacionadas a uma hiperatividade autonômica.
Sentimento – Estado afetivo menos intenso e mais prolongado que as emoções, e sem
as alterações fisiológicas encontradas nestas. Resulta de um processamento cognitivo
maior do que haveria nas emoções.
Paixões – Monopolizam e direcionam os pensamentos e ações do indivíduo, têm
intensidade das emoções e duração maior.
Humor – Estado afetivo basal e fundamental, que se caracteriza por ser difuso, isto é,
não relacionado a um objeto específico, e por ser em geral persistente e não reativo. O
humor oscila entre os pólos da alegria, da tristeza e da irritabilidade, assim como entre
a calma e a ansiedade. O termo disforia corresponde a um estado de humor
desagradável.
Ansiedade – Sensação vaga e difusa, desagradável, de apreensão ou tensão expectante
que se acompanha de diversas manifestações físicas – dispnéias, taquicardia, tensão
muscular, sudorese, tremor, etc
1. Alterações Quantitativas:
Hipertimia – aumento da intensidade ou duração dos afetos, ou reação afetiva
desproporcional em relação à situação ou ao objeto que a motivou.
Hipotimia – diminuição da intensidade e da excitabilidade dos afetos; apatia, indiferença,
distanciamento, ensimesmamento, esvaziamento.

2. Alterações Qualitativas:
Labilidade afetiva – dificuldade no controle dos afetos, mudança do humor frequentes e
bruscas, que são imotivadas ou inesperadas.
Incontinência afetiva – perda completa da capacidade de controle da expressão afetiva;
manifesta-se sob a forma de riso ou pranto convulsos, incontidos.
Rigidez afetiva – perda da capacidade de modular a resposta afetiva de acordo com a
situação de cada momento.
Paratimia – inadequação do afeto – incongruência entre afeto expresso e situação
vivenciada, ou entre o afeto expresso e aquilo que o indivíduo verbaliza.
Ambitimia – sentimentos opostos ou contraditórios que são simultâneos e se referem ao
mesmo objeto, pessoa ou situação.
Neotimia – vivência inteiramente nova, extravagante e inusitada.
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA

É a capacidade de se situar em relação a si mesmo e ao ambiente.


Resulta especialmente da atividade de apercepção.

Divide-se de autopsíquica (referente à própria pessoa) e alopsíquica


(referente ao mundo externo: tempo e espaço)
Alterações Quantitativas:
Desorientação confusional: rebaixamento do nível da consciência,
prejuízo da atenção e demais funções cognitivas.
Desorientação amnésica: prejuízo da memória, principalmente
capacidade de fixação.
Desorientação apática: prejuízo quantitativo do afeto ou da
vontade.
Desorientação delirante : não reconhece um familiar ou amigo
como tal.
Desorientação por déficit intelectual:
Desorientação por estreitamento da consciência: alteração
quantitativa da atenção prejudica a apreensão do mundo externo.
2. Alterações Qualitativas:
Falsa orientação confuso-orinóide: rebaixamento do nível de consciência
e distúrbios sensoperceptivos.
Falsa orientação paramnéstica: além de desorientação amnéstica, há
falsa orientação que surge em função de fabulação.
Falsa orientação delirante: a orientação verdadeira é substituída por
uma falsa, de natureza delirante.
Falsa orientação por estreitamento da consciência: o paciente está tão
aderido a determinadas vivências internas, em detrimento da percepção
do mundo externo, que essas vivências podem ser utilizadas,
erroneamente, como referência para a orientação alopsíquica.
CONSCIÊNCIA DO EU

A vinculação ao eu é uma qualidade inerente a todas as vivências psíquicas normais.


A consciência da existência do eu – é a consciência de estar vivo, de existir plenamente,
de estar fisicamente presente. Está relacionada aos sentimentos vitais.
A consciência da atividade do eu – é a consciência de todas as nossas vivências:
pensamentos, sentimentos, ações, juízos, percepções, recordações. É a consciência de
ser o sujeito das próprias vivências.
Consciência da unidade do eu – é a consciência de que, em determinado momento, o
eu é único, inteiro e indivisível.
A consciência da identidade do eu – é a consciência de ser o mesmo na sucessão do
tempo.
Consciência dos limites do eu – é a consciência da distinção entre o eu e o não-eu, da
separação entre o eu e o ambiente.
1. Alterações Quantitativas:
Alterações da consciência da existência do eu: abolida ou exacerbada
Desorientação autopsíquica: diminuição ou perda da consciência da identidade
do eu.

2. Alterações Qualitativas:
Alterações da consciência da atividade do eu: o paciente sente ter perdido a
autonomia sobre seu corpo e sua mente
Alterações da consciência da unidade do eu: o paciente vivencia uma divisão
do seu eu em duas ou mais partes que existem de forma simultânea, porém
conflituosa e não harmônica.
Ações da consciência alterada da identidade do eu: sente-se como se não fosse
mais a mesma pessoa, vivenciando profunda transformação de sua
personalidade e corpo.
Alterações da consciência dos limites do eu: fusão do eu com o mundo externo,
identificando-se com os objetos e não se distinguindo deles.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHENIAUX JR, E. Manual de Psicopatologia. Rio de Janeiro.
Guanabara/Koogan, 2002.

CRUZ, R., ALCHIERI, J., SARDÁ, J. Avaliação e Medidas Psicológicas. São


Paulo. Casa do Psicólogo, 2002.

GABBARD, G. Psiquiatria Psicodinâmica. Porto Alegre. Artmed, 1998

SIMS, A. Sintomas da Mente. Porto Alegre. Artmed, 2001.


Dimensões estruturais da
personalidade
Estrutura de Personalidade por Sigmund Freud
• Parte mais primária e instintiva do ser humano
• Objetivo: Satisfazer os impulsos ou pulsões e as necessidades mais básicas:
ID agressividade, desejo sexual, busca de prazer...
• Acompanha-nos desde que nascemos
• Regula os instintos do ID
• É responsável por os conectar com a realidade que nos rodeia
EGO • Objetivo: Satisfazer os impulsos do ID, usando como ferramenta a realidade da
qual dispomos

• Inclui as ideias éticas e morais de cada indivíduo


• Controla os impulsos do ID junto com o EGO e a Consciência Moral
SUPEREGO • É aprendido através dos pais de outras figuras de autoridade
Nível de organização da personalidade

Funções egóicas
Normal Neurótica Borderline Psicótica

Formação da
Integrada Integrada Difusa Difusa
identidade

Níveis dos mecanismos Predomínio de defesas Predomínio de defesas Predomínio de defesas Predomínio de defesas
de defesa maduras baseadas na repressão baseadas na cisão baseadas na cisão

Presente, mas com


Teste de realidade Intacto e estável Intacto e estável Ausente
prejuízo
Dimensão tipológica e de desenvolvimento
da personalidade

Psicopata Narcisista Esquizóide Paranóide

Obsessivo-
Outros Histérico Depressivo
compulsivo
Dimensão tipológica e de desenvolvimento
da personalidade
Nível psicótico
Simbiose / Fase oral de Freud / Fase de confiança básica x insegurança de Erickson

Nível Borderline
Separação-individuação / Fase anal de Freud / Fase autonomia x vergonha e culpa
de Erickson

Nível neurótico a saudável


Integração da identidade e constância do objeto – Fase edipiana de Freud/Fase de
iniciativa x Culpa de Erikson

Você também pode gostar