Poluição Do Solo - 7

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PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES

DEGRADAÇÃO ABIÓTICA: COMPOSTOS ORGÂNICOS


a) Hidrólise
Hidrólise é uma reação química de quebra de uma molécula por
água. É uma reação de alteração envolvendo fluido aquoso com
íons de hidrogênio (H+) ou de hidroxila (OH–) substituindo íons
que são liberados para a solução.
 Condicionantes : pH, presença de catalisadores, temperatura,
força iônica.
 Compostos potencialmente suscetíveis: amidas, aminas,
nitrilas, etc.
 Compostos resistentes: fenóis, alcanos, alcenos, alcinos,
hidrocarbonetos aromáticos, pesticidas, etc.
Hidrocarbonetos aromáticos que sofrem hidrólise: naftaleno (70
horas), benzopireno (1 hora).
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
DEGRADAÇÃO ABIÓTICA: COMPOSTOS ORGÂNICOS
b) Fotólise (Fotodegradação)
Fotólise é à dissociação de moléculas orgânicas complexas por
efeito da radiação electromagnética.

• Ocorre devido a propriedades da substância e do ambiente.


• Fotodegradação: origem de compostos mais hidrossolúveis e
menos voláteis.

Pesticidas que sofrem fotólise: malation (15 horas), mirex (1 ano).


PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
DEGRADAÇÃO ABIÓTICA: COMPOSTOS ORGÂNICOS
C) Dissociação

Dissociação é o processo em que compostos iônicos tem seus íons


separados. Estes íons podem voltar a recombinar-se para dar
origem ao composto original. Esse processo ocorre apenas com
compostos que apresentem ligações iônicas. A dissociação ocorre
principalmente com bases e sais.
• Vários compostos orgânicos podem atuar como ácidos ou
bases.
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
DEGRADAÇÃO ABIÓTICA: COMPOSTOS INORGÂNICOS
A) Complexação
A complexação é a combinação dos íons inorgânicos com
agentes complexantes presente no meio aquoso. Um complexo
é um composto químico formado pela adição de uma substância
simples, normalmente um íon metálico que funciona como um
receptor de elétrons com uma ou várias moléculas de outra
substância.
B) Oxidação e Redução
Oxidação e Redução são reações em que ocorrem transferências
de elétrons. A oxidação consiste na transferência de elétrons de
uma substância para outra (aumento de carga positiva). A
redução significa ganho de elétrons (aumento de carga negativa).
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
DEGRADAÇÃO ABIÓTICA: COMPOSTOS INORGÂNICOS
C) Polimerização
A polimerização consite em moléculas inorgânicas da
mesma espécie (monômeros) reagindo entre si,
formando moléculas maiores ou polímeros.
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
DEGRADAÇÃO BIÓTICA: BIODEGRADAÇÃO
a) Biodegradação: transformação de compostos orgânicos
através da atividade metabólica dos microrganismos
formando principalmente CO2 e água.

b) Biotransformação: a conversão de um composto


orgânico em estrutura molecular alterada, induzindo a
perda de alguma propriedade característica da substância,
podendo alterar sua toxicidade por exemplo.
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
BIODEGRADAÇÃO
Quando um poluente é uma molécula natural (isto é,
produzida por seres vivos), geralmente é biodegradável -
podemos dizer que a natureza já tem "ferramentas" para
destruí-lo. Quando um poluente é estranho à natureza, ou
ainda, denominado de xenobiótico - literalmente, "estranho à
vida". E esse poluente pode ou não ser difícil de degradar.
A Biodegradabilidade é a suscetibilidade do composto sofrer a
ação dos microrganismos e depende basicamente de:
a) Características físicas do composto;
b) Características químicas;
c) Disponibilidade dos microrganismos.
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
PROCESSOS ENZIMÁTICOS NA BIODEGRADAÇÃO

• Oxidação
• Hidroxilação
• Redução
• Hidrólise
• Descarboxilação
• Dehalogenação
• Conjugação
• Dealquilação
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
CLASSIFICAÇÃO DOS COMPOSTOS QUANTO A
BIODEGRADABILIDADE

a) Compostos facilmente biodegradáveis e não


tóxicos;
b) Compostos facilmente biodegradáveis e tóxicos;
c) Compostos não biodegradáveis e não tóxicos;
d) Compostos não biodegradáveis e tóxico.
PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS POLUENTES
CATEGORIAS DE BIODEGRADABILIDADE
1. Rapidamente biodegradáveis: condições de equilíbrio ambiental quase
que instantaneamente, uma vez suspenso o seu lançamento suas
concentrações tendem a zero;
2. Praticamente biodegradáveis: meia-vida inferior ao seu tempo de
residência em compartimentos ambientais específicos, não se
acumulam;
3. Pouco biodegradáveis (persistentes): composto com meia vida superior
ao seu tempo de residência, persiste por longos períodos, mesmo após
seu uso ter sido interrompido;
4. Não biodegradáveis ou recalcitrantes: biodegradação próxima a zero,
não mostram evidência de mineralização significativa por
microrganismos, acumulam-se e não atingem concentrações de
equilíbrio.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Atualmente consideram-se três grandes grupos
de métodos de descontaminação de solo:
• descontaminação no local sem remoção
física do solo ("in-situ");
• descontaminação fora do local com
remoção física do solo ("on/off-site");
• confinamento/isolamento da área
contaminada.

Esta 3ª opção não se trata verdadeiramente de um processo de


descontaminação, mas sim de uma solução provisória para o
problema.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO

As técnicas "on/off site"


exigem a extração, por
escavação, do solo
contaminado.
O solo extraído pode ser tratado no local ("on-site") ou
em estações de tratamento ("off site"), sendo depois
reposto no local de origem ou noutro para outros fins,
depois de descontaminado.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Tipos de básicos de Tratamento do Solo
MÉTODOS "in-situ" "on/off-site

Combustão
Térmicos Sem aplicação /Pirólise

Injeção de Ar dessortação em
Seco reator
Físico -
químicos Lavagem do Solo/
úmido Lavagem do Solo/
extração
extração

Landfarming /
Biológicos Biológicos bioreator

De um modo geral as tecnologias empregadas no tratamento de solo


contaminado exigem um investimento muito alto, o que torna sua
viabilidade muito difícil, principalmente para as empresas de pequeno
porte.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Tratamento Térmico (“on/off-site”)
Consiste na desinfestação do solo através do uso de vapores. As
instalações para este método de tratamento podem ser semi-
móveis, e os custos dependem, não só do processo em si, como
também do teor de umidade, tipo de solo e concentração de
poluentes, bem como de medidas de segurança e das
regulamentações ambientais em vigor. Uma das vantagens
deste método, é a ausência de resíduos tóxicos, como pode
ocorrer em outros tipos de tratamento.

As necessidades energéticas desse método são, normalmente,


bastante elevadas e são possíveis emissões de contaminantes
perigosos. Contudo, em determinados casos, podem ser
utilizadas temperaturas substancialmente baixas, levando a
consumos de energia relativamente baixos.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Tratamento Físico-Químico “in situ” + “on/off-site”
Dos processos físico-químicos, os métodos atualmente mais
usados baseiam-se na lavagem do solo. Estes métodos
fundamentam-se no princípio tecnológico da transferência de um
contaminante do solo para um aceitador de fase líquida ou gasosa.
Os principais produtos a obter são o solo tratado e os
contaminantes concentrados. O processo específico de tratamento
depende do tipo(s) de contaminante(s), nomeadamente no que se
refere ao tipo de ligação que estabelece com as partículas do solo.
A lavagem do solo, denominado tratamento soil washing tem
sido proposta como uma tecnologia de remediação promissora
e inovadora, devido seu potencial para o tratamento de solos
não apenas contaminados por petróleo, mas também por
metais pesados.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Lavagem do Solo
A lavagem do solo é um processo mecânico que utiliza
líquidos, geralmente água, para remover os poluentes
químicos dos solos. Estes poluentes químicos normalmente
são adsorvidos nas superfícies das partículas mais finas do
solo, silte ou argila, melhor que nas partículas mais grossas
como areia e cascalho. Conseqüentemente, a finalidade da
lavagem do solo é, primeiramente, separar as partículas finas
das partículas mais grossas e assim facilitar a transferência
destes contaminantes químicos da superfície do solo à água,
que pode então ser tratada.

A lavagem do solo, quando comparado com a


biorremediação e fitorremediação, é um método que
consome menos tempo (URUM et al., 2004).
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Tratamento Biológico - “in situ” + “on/off-site”
Os microorganismos têm possibilidades
praticamente ilimitadas para
metabolizar compostos químicos. Tanto
o solo como as águas subterrâneas
contêm elevado número de
microorganismos que, gradualmente,
vão se adaptando às fontes de energia e carbono disponíveis, quer
sejam açúcares facilmente metabolizáveis quer sejam compostos
orgânicos complexos. No tratamento biológico, os microorganismos
naturais, presentes na matriz, são estimulados para uma
degradação controlada dos contaminantes (dando às bactérias um
ambiente propício, oxigênio, nutrientes, temperatura, pH, umidade,
mistura, etc.).
Os tratamentos Biológicos também são conhecidos
como Biorremediação.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DO SOLO
Biorremediação

Bactérias Fungos
Biorremediação(EPA) : Processo de tratamento que
utiliza a ocorrência natural de microrganismos para
degradar substâncias toxicamente perigosas
transformando-as em substâncias menos ou não
tóxicas.
BIORREMEDIAÇÃO
Características gerais da Biorremediação :
 Respiração aeróbia : O oxigênio é o receptor de
elétrons
 Respiração anaeróbia : Substitutos comuns do
oxigênio NO3 ; SO42 e Fe2+
 Fermentação : Os compostos orgânicos são
receptores e doadores de elétrons, produzindo
substâncias como : ácidos, alcoois, H2 e CO2;
 Co-Metabolismo : Os microrganismos, através de
seu metabolismo natural produzem enzimas
capazes de degradar os poluentes.
BIORREMEDIAÇÃO
A Biorremediação é uma importante estratégia para a
remediação de solos e águas subterrâneas porque:
a) Beneficia-se dos processos biogeoquímicos que
ocorrem naturalmente;
b) Destrói ou imobiliza contaminantes, ao invés de
transferi-los de um meio para outro; e
c) Preserva os recursos financeiros se comparados a
outras tecnologias de remediação.
BIORREMEDIAÇÃO
A biorremediação pode ser :
 Biorremediação “in situ”: resíduo é tratado no
local sem remoção física.
 Biorremediação “ex situ”: remoção física do
material contaminado e seu encaminhamento para
o local de tratamento.
"On site"
Solo retirado por
escavação e tratado
Biorremediação no local
"Ex Situ"
"Off site"
Solo retirado por
escavação e tratado
fora do local
BIORREMEDIAÇÃO

A biorremediação pode ainda ser classificada como :


 Biorremediação natural: processo passivo no qual os
microrganismos autóctones transformam os
contaminantes alvos em produtos finais inócuos –
atenuação natural.
 Biorremediação acelerada: métodos de
biorremediação que empregam técnicas para
estimular a degradação dos contaminantes alvos,
como adição de oxidantes, substrato, nutrientes
inorgânicos, microrganismos específicos, etc.
BIORREMEDIAÇÃO
TIPOS DE BIORREMEDIAÇÃO

 Bioaumentação: introduz misturas específicas de


microrganismos em um ambiente contaminado ou
em um biorreator para iniciar o processo da
biorremediação.

 Bioestimulação: fornece nutrientes às populações


de microrganismos autóctones, aumentando sua
população, promovendo o crescimento e
consequentemente o aumento da atividade
metabólica na degradação de contaminantes.
BIORREMEDIAÇÃO
Fatores que Afetam a Biorremediação
• Biodisponibilidade inadequada de contaminantes para os
microrganismos – incorporação ao húmus.
• Nível de toxicidade dos contaminantes.
• Preferência microbiana, população presente no local.
• Degradação incompleta de contaminantes – metabólitos tóxicos.
• Incapacidade de remover contaminantes em baixa concentração.
• Esgotamento de substratos preferenciais, e escassez de
nutrientes.
• Disponibilidade de aceptores de elétrons, potencial de redox.
• Difusão de oxigênio e solubilidade.
BIORREMEDIAÇÃO
Aspectos que devem ser considerados:
1. A existência de microrganismos com capacidade catabólica
para degradar o contaminante;
2. Não é uma solução imediata;
3. O contaminante tem que estar disponível ou acessível ao
ataque microbiano ou enzimático;
4. Condições ambientais adequadas para o crescimento e
atividade do agente biorremediador.
5. Os locais a serem tratados devem estar preparados para
suportar a ação dos microrganismos.
6. As quantidades de água, temperatura, oxigênio, acidez ou
alcalinidade do meio, bem como a presença de
microrganismos competidores deve ser avaliada e
condicionada.
BIORREMEDIAÇÃO
INVESTIGAÇÕES PARA BIORREMEDIAÇÃO
a) Identificação dos poluentes em relação ao grau de
biodegradação (níveis de biodegradabilidade)
b) Levantamento do local contaminado
c) Tempo requerido para a biorremediação
d) Fatores econômicos

PASSOS APLICÁVEIS
a) Isolamento do local até segunda ordem
b) Definição do método básico de biorremediação
c) Determinar os tipos de monitoramento
BIORREMEDIAÇÃO
TIPOS DE TESTES DE BIODEGRADABILIDADE

I. Testes de biodegradabilidade imediata: testes


simples em condições similares às do meio
ambiente.
II. Testes de biodegradabilidade intrínseca:
fornecimento de condições mais favoráveis.
III. Testes de simulação: indicação da taxa de
biodegradação em um compartimento
específico.
BIORREMEDIAÇÃO
TESTES DE BIODEGRADABILIDADE IMEDIATA
 Período do ensaio: 28 dias (limitada aclimatação)
 OECD (1981) recomenda 60 a 80% como níveis
aceitáveis para biodegradabilidade imediata.
 Parâmetro avaliado: desprendimento de CO2 ou
consumo de O2 , remoção de carbono orgânico.

Outros Parâmetros Avaliados :

1) Decaimento da DQO
2) Desprendimento de CO2 em sistema aberto
3) Desprendimento de CO2 em sistema fechado
4) Consumo de oxigênio dissolvido
5) Decaimento de carbono orgânico
BIORREMEDIAÇÃO
TESTES DE BIODEGRADABILIDADE INTRÍNSICA
- Período do ensaio: até 120 dias.

- Condições experimentais mais favoráveis: maior


densidade microbiana; maior período de adaptação ou
aclimatação do inóculo; introdução de nutrientes.
- Resultado negativo no teste indica provável
permanência do composto no ambiente.
BIORREMEDIAÇÃO
TESTES DE BIODEGRADABILIDADE INTRÍNSICA
Comparação da Produção de CO2
Borra Oleosa 12%
500

Solo testemunha + Borra Oleosa 12% pH 5,5


450
Solo landfarming + Borra Oleosa 12% pH 6,0
400
Solo landfarming + Borra Oleosa 12% pH 7,5
CO2 acumulado (mg)

350

300

250

200

150

100

50

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115
Dias acumulados

Comparação de produção de CO2 acumulado durante o período de 111 dias com


aplicação de borra oleosa na taxa de 12% no solo testemunha pH 5,5 e no solo de
landfarming pH 6,0 e 7,5.
BIORREMEDIAÇÃO
TESTES DE SIMULAÇÃO
• Fase I: considerar a estrutura do composto e os dados existentes
em literatura, identificando os prováveis compartimentos de sua
distribuição;
• Fase II: testes de biodegradabilidade imediata – positivo (não
necessita estudos complementares), negativo (é preciso condições
mais favoráveis para que a biodegradação ocorra);
• Fase III: teste de biodegradabilidade intrínseca –
negativo(biodegradação ambiental lenta), positivo (o composto
não persistirá no ambiente);
• Fase IV: testes de simulação para obter informações sobre a
extensão da biodegradação em condições similares às encontradas
no ambiente;
• Fase V: testes de campo ou monitoramento ambiental.
BIORREMEDIAÇÃO
Atualmente as principais técnicas de biorremediação
incluem:
•"Landfarming"
•Compostagem
•Reatores biológicos (Bioreatores)
•Descontaminação no local
•Outras técnicas inovadoras (co-metabolismo,
desnitrificação, etc).

Estas técnicas, à exceção do "landfarming", estão ainda em fase


de desenvolvimento.
BIORREMEDIAÇÃO
Métodos mais Utilizados
a) Compostagem: É um processo biológico utilizado originalmente na
agricultura, de decomposição da matéria orgânica, onde uma das
principais características é o calor gerado metabolicamente pela
degradação do poluente que fica retido no sistema, provocando o
aumento da temperatura e mudanças físicas e na população
microbiana.
Esse sistema de tratamento é extremamente favorável para locais
frios, pois o aumento da temperatura aumenta significativamente a
taxa de biodegradação.
Nesse sistema normalmente adiciona-se materiais estruturantes, tais
como: palha, grama, madeira, folhas, bagaço de cana e serragem,
facilitando com isso a transferência de oxigênio e favorecendo o rápido
crescimento da população microbiana uma vez que estes agentes
atuam também como fonte de carbono.
BIORREMEDIAÇÃO
b) Bioreatores: São dispositivos de biorremediação em containeres
ou reatores especiais onde se consegue o controle mais eficaz das
condicionantes da biodegradação. São usados por exemplo para o
tratamento de esgotos domésticos (Lodo ativado, filtro biológico,
lagoas de estabilização e etc...)

Os biorreatores facilitam o controle da qualidade do processo


(temperatura, nutriente, crescimento populacional, comportamento
da biomassa e umidade), bem como possibilitam a aclimatação, o
desenvolvimento de microorganismos e consórcios selecionados, a
aplicação da técnica de bioenriquecimento e a utilização de
microorganismos modificados geneticamente sem provocar danos
ao meio ambiente.
BIORREMEDIAÇÃO
b) Bioreatores para tratamento de solos contaminados:

A ) Esquema simplificado de um B) Foto ilustrativa de um


biorreator biorreator
BIORREMEDIAÇÃO
c) Bioventilação ou bioeração: É a Injeção de ar ou oxigênio puro em
solos e água subterrânea contaminados, estimulando a atividade dos
microrganismos.
Este método, utilizado para remediação “in situ” de águas subterrâneas
contaminadas, consiste na injeção de ar comprimido, em volumes e
pressões controlados, na água subterrânea, abaixo dos pontos mais
profundos da contaminação.
Tem sido internacionalmente aplicado desde o final dos anos 80, mas
seu uso tornou-se mais comum a partir da segunda metade dos anos
90. Durante a aplicação deste método, ocorrem três processos de
transferência de massa:
• extração “in situ” dos compostos orgânicos voláteis (VOC’s)
dissolvidos;
• volatilização da contaminação em fase adsorvida abaixo do nível
d’água e,
• aumento da biodegradação dos contaminantes em fase adsorvida e
dissolvida, em função do aumento dos níveis de oxigênio dissolvido.
BIORREMEDIAÇÃO
d) Landfarming: É um sistema de tratamento biológico que consiste
na aplicação do contaminante em forma líquida ou sólida na
camada arável do solo, onde se concentram 90% dos
microrganismos que usam os contaminantes como fonte de
energia e que pode ­transformá-Ios .
O método chamado "landfarming“ é muito usado na área
petroquímica. Essa denominação foi oficialmente adotada pela
U.S.E.P.A. (United States Environmental Protection Agency) para um
método de tratamento onde o substrato orgânico de um resíduo seria
degradado biologicamente na camada superior do solo e os íons
metálicos, liberados nessa degradação, ou presentes nos resíduos,
seriam incorporados nessa mesma camada de forma a não haver
contaminação das águas do lençol freático. O Brasil por possuir
características climáticas e geográficas favoráveis tornou este método
bastante viável do ponto de vista técnico e econômico em refinarias de
petróleo, como é o caso da Refinaria Duque de Caxias – REDUC no Rio
de Janeiro.
BIORREMEDIAÇÃO
Landfarming
Para o projeto e operação do Landfaming deve se observar o
estabelecido na norma ABNT NBR 13.894 – Tratamento no Solo
(landfarming) publicada em 01/06/97.
POLUIÇÃO DOS SOLOS
Landfarming : monitoramento e Controle
POLUIÇÃO DOS SOLOS
Landfarming : Vantagens e Desvantagens
BIORREMEDIAÇÃO
Microrganismos mais utilizados
Para cada tipo de contaminante, são indicadas espécies
diferentes de microrganismos para o processo de
biorremediação.
Contaminante Espécie Utilizada
Pseudomonas, Achromobacter, Bacillus, Arthrobacter,
Anéis aromáticos Penicillum, Aspergillus, Fusarium, Phanerocheate
Staphlococcus, Bacillus, Pseudomonas, Citrobacter,
Cádmio
Klebsiella, Rhodococcus
Cobre Escherichia, Pseudomonas
Cromo Alcaligenes, Pseudomonas

Enxofre Thiobacillus

Petróleo Pseudomonas, Proteus, Bacillus, Penicillum,


Cunninghamella
BIORREMEDIAÇÃO
Biodegradação de polímeros sintéticos e plásticos
biodegradáveis

Indústria produz 40 bilhões de quilos de plástico/ano.


 Dispostos em aterros(grande área) ou incinerados (gases
tóxicos).
 Polímeros (polietileno, polistireno) são altamente recalcitrantes
e os microrganismos têm dificuldade de degradá-los.
 Alternativas de plásticos biodegradáveis (biopolímeros)
constituídos associados com amido obtido por síntese microbiana
– poliidroxibutirato (PHB).
 Biopolímeros são degradados por bactérias amilolíticas do solo
e por fungos (Penicillium, Aspergillus, Fusarium).
BIORREMEDIAÇÃO
Biodegradação do Petróleo
O Petróleo é a principal fonte mundial de combustível, é uma
mistura complexa de hidrocarbonetos (H e C) – metano, aromático
policíclico.
São freqüentes os impactos ambientais decorrentes da
contaminação do solo por resíduos de refinaria de petróleo,
vazamentos de oleodutos de tanques e de postos de combustíveis.

A habilidade em degradar hidrocarbonetos não é restrita a apenas


alguns gêneros de microrganismos. Vários grupos de bactérias,
fungos e actinomicetos tem capacidade de degradar
hidrocarbonetos.
BIORREMEDIAÇÃO
Biodegradação do Petróleo
São 3 as características essenciais para a seleção de um
microrganismo para biodegradação de hidrocarbonetos :
a) Sistema eficiente de absorção de hidrocarbonetos, com
locais especiais de ligação e/ou substâncias emulsificante
para o transporte do hidrocarboneto ao interior da célula,
b) Enzimas específicas
c) Especificidade induzida – resposta positiva do organismo ao
petróleo e seus constituintes.
Principais grupos de microrganismos utilizados na degradação
do Petróleo:
- Acinetobacter, Alcaligenes, Bacillus, Pseudomonas,
Nocardia, Flavobacterium, Klebsiella etc.
BIORREMEDIAÇÃO
Aspectos a serem considerados na Biodegradação do Petróleo
 Para a degradação de hidrocarbonetos o primeiro passo é a
introdução de oxigênio na molécula.
 Culturas mistas de microrganismos possuem vantagens sobre
culturas puras, pois tendem a ter maior a capacidade
biodegradativa tanto em termos quantitativos quanto
qualitativos.
 A resistência da comunidade biológica às substâncias tóxicas
pode ser muito maior, quando em culturas mistas.
 Na mistura de hidrocarbonetos os mais facilmente degradados
e aqueles em maior concentração são os primeiros que sofrem a
ação microbiana.
 Quanto maior o comprimento da cadeia e a maior quantidade
de ramificações presentes, mais resistente torna-se o composto.
BIORREMEDIAÇÃO
Lignina
A Lignina é um polímero natural de difícil biodegradação que
faz parte da composição dos vegetais (15 a 30 %) dos tecidos
vegetais.
A lignina tem a função na planta de dar suporte estrutural,
envolvendo células vegetais e impregnando a parede celular,
fornece uma poderosa proteção contra o ataque microbiano.
O processo de formação da lignina resulta na formação de uma
molécula extremamente complexa – um biopolímero
tridimensional, de alta peso molecular, altamente ramificado,
com estrutura irregular.
BIORREMEDIAÇÃO

Estrutura da lignina
Fonte: American Chemical Society
BIORREMEDIAÇÃO
Biodegradação da Lignina
Os fungos basidiomicetos lignocelulolíticos são os únicos
microrganismos conhecidos com capacidade de metabolizar
completamente a molécula de lignina a CO2 e H2O. Estes fungos
degradam componentes da madeira, celulose, hemicelulose e
lignina, obtendo energia para seu crescimento e reprodução.

No Brasil são conhecidas 2.500 espécies de fungos


basidiomicetos lignocelulolíticos. Estes fungos são conhecidos
popularmente por formarem corpos de frutificação, como
cogumelos e orelhade-pau. Sua fase vegetativa é chamada de
micélio, formado por vários filamentos septados chamados de
hifas.
BIORREMEDIAÇÃO
Biodegradação da Lignina
A principal espécie de
basidiomiceto com capacidade de
degradar a lignina é a
Phanerochaete chrysosporium.
A Despolimerização inicial da
lignina ocorre devido a presença de
lacases, peroxidades e outras
Phanerochaete chrysosporium.
enzimas capazes de romper anéis
aromáticos.

Sendo estes fungos dotados da capacidade de degradar a lignina,


eles estão sendo amplamente utilizados na degradação dos mais
variados compostos orgânicos recalcitrantes – xenobióticos.
POLUIÇÃO DOS SOLOS

“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.”

(Victor Hugo)

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