Filosofia - 2 Ano - Maquiavel

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Nicolau

Maquiavel
 “Daí nasce uma controvérsia, qual seja:
se é melhor ser amado ou temido.
Pode-se responder que todos gostariam
de ser ambas as coisas; porém como é
difícil conciliá-las, é bem mais seguro
ser temido que amado.”
 O Príncipe, Maquiavel, Capítulo XVIII
 Niccolò Machiavelli (1469 – 1527)

 Nasceu e morreu em Florença.


 Filho de um advogado nobre Toscano, mas
pobre.
 Viveu num momento de crise política e
econômica.
 Teve um emprego como chanceler e viu de
perto a forma como muitos príncipes e
governantes agiam, como, por exemplo,
César Borgia.
 Possivelmente, desta experiência tenha
 Considerado o principal nome da Filosofia
Política na época do Renascimento.

 Durante o período do Renascimento, a Itália


estava fragmentada politicamente.

 A autoridade do imperador era fraca,


enquanto a proximidade de Roma fazia com
que a influência política do papa fosse
sentida em todas as localidades.
 Esse panorama político é o pano de fundo da
principal obra de Maquiavel, o livro “O
príncipe”, redigido em torno de 1513.

 O livro foi dedicado ao nobre Lourenço de


Médici (1449-1492), membro da influente
família que governava Florença.

 A obra seria uma espécie de manual sobre


como governar com sucesso, indicando como
um governante poderia assumir o poder e
manter-se nele, mesmo diante das
adversidades.
 Diante da situação de corrupção generalizada que
havia tomado conta da Itália, Maquiavel pensava
ser necessário um governo centralizado em uma
pessoa, exercido por um príncipe forte.

 Apresenta uma série de propostas e conselhos


práticos sobre a forma de manter o poder e
“realizar”.

 Outras obras: História de Florença (1520-1525) e um


tratado sobre estratégia intitulado A arte da guerra
(1519-1520), ambas reflexo de seu envolvimento com o
governo da cidade de Florença.
“Os fins justificam os meios”.
 O pensamento de Maquiavel traz um grande
desconforto, pois parece que os malvados
tendem sempre a ganhar.

 Ele conseguem isso, porque talvez tenham


uma enorme vantagem sobre os bons e estão
dispostos a agir com as piores ideias e com
astúcia para atingir sua finalidade.

 Diferentemente dos bons que possuem uma


 Segundo Maquiavel, as fraquezas são os
nossos princípios éticos.

 Daí vem a famosa frase: “Os fins justificam


os meios”.

 Apesar de muitos dizerem que esta frase


não foi dita literalmente por Maquiavel, ela
ajuda a entender bem os tipos de conselhos
que ele dá em seu livro “O príncipe”.
Funda o pensamento político
moderno:
A políticadistorcer
“Mentir, pela política.
os fatos, ameaçar os
opositores [...] usar de charme, palavras
bonitas e de efeito para manter-se no poder”;
são alguns dos conselhos do livro.

 A medida que ele olhava para história de


Florença e dos Estados Italianos, identificou
que os príncipes, estadistas e comerciantes
sempre eram atropelados, por isso ele
abandona a ideia da união entre ética e
política.
 O pensamento de Maquiavel era oposto ao de
Aristóteles, para quem a finalidade da política era
gerar a justiça.

 Oposto ao de Santo Agostinho, que frisava a


necessidade de subordinar o poder temporal ao
poder espiritual e salvar a alma.

 E oposto ao de São Tomás de Aquino, para quem a


Igreja deveria se responsabilizar pelos fins
espirituais do homem, enquanto o Estado assumiria
os fins temporais, com o objetivo de proporcionar o
bem comum.
O que significa a política pela
política?
 Não pensar em um estadista irreal, mas num
real. Abandonar a ideia de “dever ser” e se
concentrar no real; naquilo que é.

 Ele não acreditava que ser bom e virtuoso


acabasse bem, pois os maus, egoístas e
propensos à corrupção se davam bem.

 O melhor conselho é agir com VIRTÚ (astúcia,


sagacidade) e não se deixar surpreender pela
FORTUNA (acaso ou a sorte).
“É melhor ser temido!”
 Você não acha que esses conselhos são
seguidos por muitos chefes de governo,
parceiros etc.?

 Quem de nós já sofreu ameaça, intimidação,


violência, abuso de poder, pressão psicológica
e ideológica?

 Segundo Maquiavel, se ficarmos focados na


sabedoria, na bondade, na seriedade e na
virtude; iremos, mais cedo ou mais tarde,
“Devemos ser bons e éticos? Ou agir com eficiência e gerar
medo para não nos enfrentarem? Ou num ambiente hostil,
devo intimidar quando necessário? O que você acha?”

- Segundo alguns pensadores, Maquiavel foi uma


má influência para a modernidade.
- Por isso, não temos ética na política!
- Mas, para outros, ele ensinou como um líder
pensa.
- Maquiavel fingindo dar lições ao príncipe deu
lições ao povo.
 “Os Estados que surgem subitamente – como
tudo o que nasce e cresce depressa na
natureza – não são capazes de lançar raízes
profundas e desenvolvidas, de modo que a
primeira tormenta pode abatê-los; a menos
que, já foi dito, esses que se tornam príncipes
de repente tenham tanta VIRTÚ a ponto de
saber preservar com presteza o que a
FORTUNA lhes pôs no colo, construindo os
alicerces que outros erigiram antes de se
tornarem príncipes. “ “O Príncipe, livro VII”.
 VIRTÚ não é uma disposição estável e habitual
de atos bons, mas é a astúcia, a perspicácia,
para agir em vista da permanência no poder.

 FORTUNA é uma sorte, o acaso. Não basta ter


fortuna para governar.

 Para continuar no governo, é preciso ter


VIRTÚ.

 Alexandre, o Grande, morreu aos 32 anos, sem


conquistar tudo o que desejava. Foi pego pela
“Não dependa da fortuna. Não
deixe a FORTUNA levar todas as
suas chances embora.”
 Haja agora com VIRTÚ e centre-se no
presente; desta forma, você terá a
astúcia afortunada.

 Para Maquiavel, a virtude não se


encontra na prática do bem, e sim em
uma série de atos visando à
 “O primeiro ato é aquele segundo o qual a política é um
jogo de aparências em que o governante não precisa
necessariamente ser bom, mas apenas deve parecer
ser bom. Tal prática é derivada da prudência, que leva
todo governante a se esforçar para se manter no poder.
É também a prudência que leva o príncipe a não ser
obrigado a respeitar a palavra dada, quando isso
significar um empecilho aos seus objetivos. Ao mesmo
tempo, não deve abrir mão do uso da força, pois é
muito mais seguro ser temido que amado.”
 (MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Martins
Fontes, 2008. p. 80).
“É preciso entender que um príncipe, sobretudo um príncipe novo, não
pode observar todas aquelas coisas pelas quais os homens são
considerados bons, sendo-lhe frequentemente necessário, para manter o
poder, agir contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade e contra a
religião. [...] Como não há tribunal onde reclamar das ações de todos os
homens, e principalmente dos príncipes, o que conta por fim são os
resultados. Cuide pois o príncipe de vencer e manter o estado; os meios
serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo está
sempre voltado para as aparências e para o resultado das coisas, e não há
no mundo senão vulgo; a minoria não tem vez quando a maioria tem onde
se apoiar.”
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p. 85-86.

 Essa passagem pressupõe a separação entre as esferas política e moral.


Essa separação diferencia Maquiavel de outros pensadores anteriores a
ele, que viam o governante virtuoso como aquele capaz de promover o
bem comum a partir de sua sabedoria ou elevação espiritual.
 No último capítulo de “O príncipe”, Maquiavel faz
um apelo direto aos Médici, para que “livrem a
Itália das mãos dos bárbaros”.
 A obra vislumbrava, portanto, a possibilidade de
unificação da Itália e de afirmação de seu poder.

 O livro “O príncipe” transformou-se em referência


na época do absolutismo monárquico, na medida
em que suas ideias acabaram por justificar o
exercício de práticas políticas autoritárias.
Maquiavel Republicano
 No século XVIII, o pensador francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
fez uma leitura original do livro O príncipe, sugerindo que Maquiavel
teria sido, sobretudo, irônico, satirizando a política do seu tempo.
 Essa leitura se baseia nas diferenças entre as ideias políticas
republicanas de Maquiavel e aquelas expostas na obra O príncipe.
 Nas palavras de Maquiavel republicano: “Os que criticam as contínuas
dissensões (conflitos) entre os aristocratas e o povo parecem desaprovar
justamente as causas que asseguraram que fosse conservada liberdade
de Roma, prestando mais atenção aos gritos e rumores provocados por
tais dissensões do que aos seus efeitos salutares. Não querem perceber
que há em todos os governos duas fontes de oposição: os interesses do
povo e os da classe aristocrática. Todas as leis para proteger a liberdade
nascem da sua desunião”. MAQUIAVEL, Nicolau. Comentários sobre a
primeira década de Tito Lívio. Brasília: Universidade de Brasília, 1994. p.
31.

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