Filosofia 4 Fase

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS

DE FILOSOFIA POLÍTICA

POLÍTICA: PARA QUÊ?


Cartaz de divulgação do filme Espero
tua (re)volta, de Eliza Capai, 2019.
O documentário trata das
manifestações estudantis que
ganharam força no país a partir de
2015 (nas quais os estudantes
reivindicavam maior investimento
em educação e mais abertura para a
participação dos alunos na gestão
escolar), mostrando as diferenças
políticas do movimento estudantil.
O que é Política?

Termo oriundo do grego pólis, “cidade”, refere-se à arte de governar,


de gerir o destino da cidade.
Contudo, devemos perceber que o desejo de governar leva às
pessoas ao comando, ou seja, ao poder. Assim política pode ser
compreendida também como o local do poder: “poder fazer”,
“poder exercer”, “poder agir”.
PODER E FORÇA

Poder é a capacidade ou a possibilidade de


agir, de produzir efeitos desejados sobre
indivíduos ou grupos humanos.
O poder é, portanto, uma relação ou um
conjunto de relações pelas quais indivíduos ou
grupos interferem na atividade de outros
indivíduos ou grupos.
Força entendida nesse contexto como instrumento para o
exercício do poder.
Diz respeito aos meios necessários para se influir no
comportamento de outro indivíduo. A força pode ser, por
exemplo, o charme de uma pessoa em um relacionamento, ou
o carisma de um indivíduo em relações de amizade.
O poder se faz valer por meio da força.
Estado é a unidade administrativa de um território. Não existe
Estado sem território. O Estado é formado pelo conjunto de
instituições públicas que representam, organizam e atendem (ao
menos em tese) os anseios da população que habita o seu
território.
O governo é uma das instituições que compõem o Estado, com a
função de administrá-lo. Os governos são transitórios e apresentam
diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os
Estados são permanentes.
FORMAS DE GOVERNO SEGUNDO
ARISTÓTELES
A partir da Idade Moderna o Estado surgiu como o
representante supremo do poder e do uso legítimo da força.
Por isso, o Estado pode ser definido pela
presença de um determinado aparato
administrativo-burocrático e o monopólio
legítimo da força, ou seja, a força física é
um dos elementos fundamentais utilizados
com exclusividade pelo Estado para a
manutenção de determinada ordem na
sociedade.
Institucionalização do poder

A institucionalização do poder acontece quando aquele que


detém o poder não mais se acha identificado com ele,
sendo apenas depositário da soberania popular. Nesse
âmbito, a legitimidade não está no uso da violência ou nos
privilégios hereditários, por exemplo, mas sim no
consentimento da população.
A institucionalização do poder está ligada com a redução do poder
centralizado.

Uma das contribuições decisivas foi dada por Montesquieu, que no


século XVIII teorizou sobre a autonomia dos três poderes, defendendo
que “para que não se possa abusar do poder é preciso que o poder freie
o poder”. Portanto, o poder torna-se legítimo porque emana do povo e
se faz em conformidade com a lei.
Ele parte da ideia de que apenas o poder pode frear o poder e,
portanto, é necessário que cada um dos três poderes (Executivo -
responsável pela administração do território; Legislativo -
responsável pela elaboração das leis; Judiciário - responsável pela
fiscalização do cumprimento das leis) permaneça autônomo, não
podendo ser constituído pelas mesmas pessoas.
CONCEPÇÕES POLÍTICAS NA MODERNIDADE

NICOLAU
MAQUIAVEL
A leitura apressada da obra O príncipe desencadeou o mito do
maquiavelismo, pelo qual se atribuiu a Maquiavel a defesa do mais
completo imoralismo político.
Para Maquiavel, a conservação do poder nas mãos de um bom
governante, mesmo que em situações de maior controle, é
condição necessária para a conservação da ordem política.
O projeto democrático contemporâneo
“Por democracia se entende um conjunto de
regras
(as chamadas regras do jogo) que consentem a
mais ampla e segura participação da maior
parte dos
cidadãos, em forma direta ou indireta, nas
decisões
que interessam a toda a coletividade.”
Noberto
• Vivemos em uma democracia?

Será que o Brasil é um país democrático? Há quem


responda afirmativamente sem titubear. Como
justificativa, pode-se argumentar que, após os 21
anos da ditadura civil-militar, que teve início em
1964, o Brasil recuperou liberdades perdidas:
eleições livres; liberdade de pensamento e de
expressão; liberdade de imprensa; ressurgimento de
associações representativas, como partidos,
sindicatos e diretórios estudantis; não repressão a
reivindicações e greves.
No entanto, diante de tantas desigualdades,
é possível
afirmar que o Brasil é e não é uma
democracia. Para
entender essa aparente contradição, é
necessário buscar apoio na distinção entre
democracia formal e democracia
substancial concebida por Noberto Bobbio.
Democracia formal consiste no conjunto das
instituições
características desse regime: voto secreto e universal,
autonomia dos poderes, pluripartidarismo,
representatividade, ordem jurídica constituída,
liberdade de pensamento e de expressão, pluralismo e
assim por diante. Trata-se, propriamente, das “regras
do jogo” democrático, que estabelecem os meios
pelos quais a democracia é exercida.
Palácio do Planalto Câmara dos deputados

"Supremo Tribunal Federal, um dos órgãos do


Democracia substancial diz respeito não aos meios,
mas aos fins, aos resultados do processo. Entre esses
valores, destaca-se a efetiva – e não apenas ideal –
igualdade política, social, econômica
e jurídica. Portanto, a democracia substancial avalia os
conteúdos alcançados: se de fato todos gozam de
igualdade perante leis, moradia, educação, emprego,
acesso à cultura e ao poder etc.
Ao observar diversos países ao longo do século
anterior, constata-se que alguns apresentaram
conquistas de democracia formal, porém sem
que as promessas da democracia substancial
tivessem se estendido a todos, o que ocorreu em
países como o Brasil.
Em outros, a democracia substancial implantada
não
veio acompanhada da democracia formal. É o caso
de democracias para o povo, mas não pelo povo,
como ocorreu
em países socialistas, por exemplo, na antiga
União Soviética
(atual Rússia) e em Cuba.
Nessas experiências políticas, a erradicação do
analfabetismo e a ampliação do sistema de saúde
caminharam ao lado da censura a intelectuais e
da perseguição a dissidentes que recusavam o
sistema político vigente. Portanto, para garantir a
democracia substancial, a democracia formal foi
adiada com a promessa de ser implantada
futuramente.
Bobbio completou:
“O único ponto sobre o qual uns e outros
poderiam
convir é que a democracia perfeita – que até
agora
não foi realizada em nenhuma parte do
mundo, sendo
utópica, portanto – deveria ser
simultaneamente
formal e substancial.”

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