Formação socioeconômica da Amazônia

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FORMAÇÃO

SOCIOECONÔMIC
A DA AMAZÔNIA.

Edna Maria
Ramos
INTRODUÇÃO
• O autor busca, no texto, discutir a história social da Amazônia, focando em
aspectos que muitas vezes foram negligenciados ou ignorados nas narrativas
coloniais tradicionais. A partir da introdução, é possível perceber que o autor
pretende explorar as dinâmicas sociais, econômicas e culturais da região,
com ênfase nas formas de resistência e na afirmação identitária das
populações indígenas e afro-brasileiras que habitavam a Amazônia, e que
resistiram à colonização e à escravidão.
• O autor também parece querer reinterpretar a história da Amazônia, que foi
comumente contada sob a ótica dos colonizadores portugueses, bandeirantes e
outras potências europeias, e mostrar como as culturas indígenas e afro-
brasileiras resistiram às práticas de dominação e exploração. Ele propõe,
assim, uma abordagem mais sociológica e social da história da região,
destacando os aspectos sociais e as lutas das populações locais, que muitas
vezes foram vistas de maneira inferior na narrativa colonial. Em resumo, o
texto buscará dar visibilidade a essas populações e suas experiências de
resistência ao longo da história da Amazônia.
POVOS ORIGINAIS E EXPANSÃO DA
FRONTEIRA COLONIAL (1616-1750)
O texto aborda a resistência indígena e a evolução da economia colonial na
região amazônica, destacando os principais eventos, estruturas e práticas
que marcaram esse período, especialmente entre 1616 e 1750.
1.Resistência Indígena à Colonização Portuguesa:
1. O início da colonização portuguesa, com a fundação de Belém em 1616, e a construção
do Forte do Presépio em 1619, geraram intensas confrontações com os povos
indígenas. Tribos como os Tupinambá, Munduruku e Aruã resistiram ativamente aos
colonizadores, mantendo suas culturas e formas de organização social e econômica.
2. Apesar de alguns momentos de aliança, como a integração de indígenas nas missões
religiosas, a resistência continuou forte, com a catequese da Igreja Católica sendo
uma estratégia de dominação, mas não suficiente para apagar as culturas indígenas.
3. Mesmo no contexto de revoltas, como a Cabanagem, a resistência indígena se
manteve viva. No presente, as populações indígenas ainda lutam pela preservação de
suas terras e culturas, e novos estudos arqueológicos têm revelado o conhecimento
profundo dos povos indígenas sobre os ecossistemas amazônicos.
POVOS ORIGINAIS E EXPANSÃO DA
FRONTEIRA COLONIAL (1616-1750)
• Economia Colonial e Exploração Extrativa:
• A economia da Província do Grão-Pará e Maranhão era baseada em
atividades extrativas, como a coleta de produtos naturais (salsaparilha,
canela, cacau, castanha-do-pará, madeira) e uma agricultura incipiente.
Belém, como principal cidade da região, se tornou o centro dessas
atividades.
• Durante os séculos 16 e 17 , o Tocantins se tornou um importante centro
de produção extrativa, com a Coroa Portuguesa incentivando a
exploração de recursos naturais, criando rotas comerciais, como a via do
Tocantins, para facilitar o comércio entre as áreas coloniais. A produção
de cacau e café, além da exploração de madeira, foram fundamentais
para a economia local e as trocas com Portugal.
POVOS ORIGINAIS E EXPANSÃO DA
FRONTEIRA COLONIAL (1616-1750)
• O Sistema de Sesmarias e a Ocupação de Terras:
• A partir do século 18 , o governo português começou a conceder
sesmarias (terras públicas) a colonos e comerciantes para organizar e
controlar a ocupação do território. Esse sistema visava consolidar o
poder da Coroa sobre a região e a exploração de recursos naturais, como
ouro e madeira, além de controlar a fuga de escravizados.
• O regime de sesmarias durou até 1822, sendo substituído pela Lei de
Terras em 1850, que introduziu um modelo baseado no mercado de
compra e venda de terras. Essa transição refletia uma mudança nas
relações sociais e econômicas, marcando o fim do sistema escravista e o
início do regime salarial, mas mantendo a desigualdade no acesso à
terra.
POVOS ORIGINAIS E EXPANSÃO DA
FRONTEIRA COLONIAL (1616-1750)
• Trabalho, Escravidão e Mobilidade:
• A produção agroextrativa, com destaque para o cultivo de cana-de-
açúcar, cacau, café e algodão, não foi suficiente para resolver os
problemas econômicos e sociais da região. A mão de obra indígena e,
posteriormente, africana escravizada, foi utilizada para trabalhar nas
plantações e outras atividades econômicas.
• O sistema de sesmarias ajudou a consolidar o latifúndio e a
desigualdade de acesso à terra, intensificando a exploração das
populações indígenas e africanas. A mobilidade da mão de obra era
limitada, com a captura de indígenas e a importação de africanos para
atender às necessidades de trabalho nas plantações.
ECONOMIA E SOCIEDADE NO PERÍODO
POMBALINO NO PARÁ (1750-1850)
• O texto aborda as transformações econômicas e sociais no Pará, especialmente no período
entre 1750 e 1850, marcando a atuação do Marquês de Pombal e os impactos na
organização da produção colonial, na escravidão e na resistência das populações negras e
indígenas. A seguir, os principais pontos do texto e sua relação com o pensamento
geográfico.
• Transformações Econômicas e Políticas:
• Durante a administração do Marquês de Pombal, o Grão-Pará e Maranhão passaram por
transformações econômicas com o objetivo de reorganizar a produção colonial, aumentar a
eficiência do trabalho e expandir as fronteiras coloniais. Pombal implementou intervenções
estratégicas para intensificar a navegação e o tráfico de escravizados africanos, além de
reduzir a influência dos jesuítas.
• A Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão foi fundamental para essa reorganização,
promovendo o cultivo de produtos exportáveis como cacau, cana-de-açúcar e arroz. A
exportação de cacau cresceu significativamente entre 1773 e 1782, impulsionada pela
adoção de novas práticas agrícolas e o uso de mão de obra escravizada africana. O cacau,
especialmente, se destacou como um produto-chave na economia regional, sendo
exportado para a Europa.
ECONOMIA E SOCIEDADE NO PERÍODO
POMBALINO NO PARÁ (1750-1850)
• A Mobilização Política e Movimentos de Independência:
• Durante esse período, o Pará vivenciou um aumento da mobilização
política, com tensões entre as elites coloniais e o crescente movimento
de ideias liberais. A adesão à Revolução do Porto e o surgimento de
movimentos favoráveis à independência do Brasil se refletem na
criação de jornais políticos, como a Gazeta do Pará, que promoviam
discussões sobre a liberdade e as disputas ideológicas. A cidade de
Belém experimentou um clima tenso de engajamento político,
sinalizando uma crescente oposição ao domínio colonial português.
ECONOMIA E SOCIEDADE NO PERÍODO
POMBALINO NO PARÁ (1750-1850)
• A Escravidão no Pará:
• O tráfico de escravizados africanos foi intensificado pela Companhia do
Grão-Pará e Maranhão, com o Pará recebendo um grande número de
negros, que desempenhavam papéis fundamentais nas plantações de
cacau, cana-de-açúcar e outras atividades econômicas. A pesquisa mostra
que a chegada de negros ao Pará teve um impacto significativo na
organização da economia colonial, principalmente nas plantações e
engenhos.
• As rotas do tráfico de escravos, incluindo o comércio clandestino
envolvendo o Maranhão e o Pará, são destacadas, especialmente em
cidades como Bragança, que se tornaram pontos de fuga para escravos. A
cidade teve um papel importante no movimento de escravos fugidos e na
formação de quilombos, que eram centros de resistência à escravidão.
ECONOMIA E SOCIEDADE NO PERÍODO
POMBALINO NO PARÁ (1750-1850)
• A Formação e Resistência nos Quilombos:
• O texto destaca a presença e o papel dos quilombos na resistência à
escravidão na Província do Grão-Pará e áreas adjacentes. Os quilombos
surgiram em regiões como Belém, Marajó, Bragança e ao longo dos rios
Gurupi, Guamá, Tocantins e Médio Amazonas. Esses locais eram centros de
fuga de escravizados e resistências populares contra o sistema colonial.
• Os documentos cartoriais revelam a interação entre senhores de escravos,
governo colonial e milícias, que tentavam capturar escravos fugitivos. A fuga
para os quilombos representava uma ameaça à organização da produção
colonial, que dependia do trabalho escravizado. A luta pela liberdade foi
impulsionada pela decadência das estruturas econômicas no início do
século 19, como a crise no cultivo de açúcar e o abandono de plantações, o
que contribuiu para o fortalecimento das revoltas e dos quilombos.
ECONOMIA E SOCIEDADE NO PERÍODO
POMBALINO NO PARÁ (1750-1850)
• A Influência dos Quilombos na História Social e Racial:
• O movimento de fugas e revoltas nos quilombos é um reflexo das
tensões sociais da época, com destaque para a proximidade da
Cabanagem, uma revolta popular no Pará. Os quilombos se
espalharam por várias regiões da província, como o Vale do Tocantins,
Baixo Amazonas e Amapá, e foram formados principalmente por
escravos fugitivos.
• Em cidades como Bragança, a presença de elites locais, incluindo
senhores de escravos e a Igreja Católica, exerceu forte controle sobre a
população composta por negros e índios. Contudo, a resistência dos
quilombos continuou a crescer, influenciando as lutas sociais e raciais
que perduraram até os tempos contemporâneos.
ECONOMIA E POLÍTICA NA
CABANAGEM
• A Cabanagem foi um importante movimento de resistência social e
política ocorrido entre 1831 e 1840 na Província do Grão-Pará,
caracterizando-se por uma revolta popular contra a opressão colonial, o
sistema escravocrata e a exploração econômica da região.
• Contexto da Cabanagem
• O movimento da Cabanagem surgiu em um cenário de insatisfação
crescente entre diferentes camadas sociais da Província do Grão-Pará,
como pequenos comerciantes, escravizados, indígenas, negros
libertos e algumas elites locais descontentes com o domínio das
elites portuguesas.
• A exploração colonial e a opressão do sistema escravocrata eram
fatores centrais que alimentaram a revolta. A economia local, baseada
no comércio de produtos como açúcar e cacau, estava concentrada
nas mãos das elites coloniais, gerando desigualdade e frustração entre
ECONOMIA E POLÍTICA NA
CABANAGEM
• Características e Expansão da Cabanagem:
• A Cabanagem se destacou pela sua capilaridade, abrangendo diversas
regiões do Pará e envolvendo um grande número de pessoas de
diferentes origens sociais. Pequenos comerciantes, trabalhadores rurais
e camadas populares se uniram contra as elites dominantes e o sistema
colonial.
• O movimento também teve um forte componente de luta por
liberdade, com influências das ideias da Revolução Francesa e das
lutas contra o colonialismo europeu.
• Durante a revolta, os cabanos chegaram a assumir o poder político,
colocando três presidentes em cargos de governo. No entanto,
enfrentaram grandes resistências das forças conservadoras, o que levou
a confrontos violentos e, eventualmente, à desarticulação do
movimento.
ECONOMIA E POLÍTICA NA
CABANAGEM
• Características e Expansão da Cabanagem:
• A Cabanagem se destacou pela sua capilaridade, abrangendo diversas regiões do
Pará e envolvendo um grande número de pessoas de diferentes origens sociais.
Pequenos comerciantes, trabalhadores rurais e camadas populares se uniram contra as
elites dominantes e o sistema colonial.
• O movimento também teve um forte componente de luta por liberdade, com
influências das ideias da Revolução Francesa e das lutas contra o colonialismo
europeu.
• Durante a revolta, os cabanos chegaram a assumir o poder político, colocando três
presidentes em cargos de governo. No entanto, enfrentaram grandes resistências das
forças conservadoras, o que levou a confrontos violentos e, eventualmente, à
desarticulação do movimento.
• Apesar de uma forte repressão, a Cabanagem resistiu por mais de uma década,
com o apoio das forças populares, mas também com tensões internas.
• O movimento só foi finalmente derrotado em 1840, com a prisão de líderes
importantes, como Eduardo Angelim, e a ajuda das forças externas.
BORRACHA, CASTANHA E OUTROS GÉNEROS
(1850-1920)
• O texto apresenta o contexto socioeconômico da Província do Pará entre
os séculos XIX e XX, destacando as principais atividades econômicas que
impulsionaram o desenvolvimento da região. A seguir, estão os pontos-
chave do texto, juntamente com a análise da relação com o pensamento
geográfico.
• 1. Contexto Econômico e a Estagnação Inicial:
• Na segunda metade do século XIX, a economia da Província do Pará,
embora ainda dependente de produtos como cacau, arroz, café e
algodão, enfrentava um período de estagnação.
• A Cabanagem, revolta popular que ocorreu entre 1831 e 1840, afetou
severamente a economia açucareira da região, resultando no abandono
de muitos engenhos e no declínio de algumas atividades econômicas,
como o cultivo de cana-de-açúcar.
BORRACHA, CASTANHA E OUTROS GÉNEROS
(1850-1920)
• 2. Ascensão da Borracha:
A borracha se tornou o principal produto de exportação da Amazônia no final do
século XIX, superando o cacau. A produção de borracha foi um marco econômico
para a região, com os indígenas já conhecendo e extraindo o produto para seus
próprios usos antes da chegada do comércio externo. A demanda internacional,
especialmente dos Estados Unidos e Europa, levou à expansão da extração de
borracha na Amazônia, especialmente em áreas como o Alto Solimões e o Acre.
• 3. Impacto Socioeconômico e Mão de Obra:
Para suprir a escassez de mão de obra nas regiões de extração, houve a migração
de trabalhadores livres e escravizados, além da vinda de migrantes de outras
partes do Brasil e do exterior, como portugueses, italianos, sírios e japoneses.
Este fenômeno acelerou o povoamento e urbanização da Amazônia,
especialmente ao longo dos rios e em centros urbanos como Belém e Manaus,
que se tornaram pontos centrais de comércio e exportação da borracha.
BORRACHA, CASTANHA E OUTROS GÉNEROS
(1850-1920)
• 4. Exploração da Castanha:
A castanha-do-Pará também se consolidou como um produto de
destaque na economia regional, sendo controlada pelas oligarquias
locais, especialmente nas regiões do Tocantins.
A exploração extrativa de borracha e castanha ajudou na formação de
uma rede urbana incipiente, ainda que inicial, mas em crescimento.
• 5. Formação das Elites Locais e a Economia Extrativa:
A economia extrativa da borracha e da castanha contribuiu para a
constituição das elites locais, que dominaram a produção e o comércio
dessas matérias-primas.
As elites se concentraram nas áreas urbanas e nos centros comerciais,
influenciando diretamente a organização socioeconômica da região.
BORRACHA, CASTANHA E OUTROS GÉNEROS
(1850-1920)
• 6. Relação Campo-Cidade e Povoamento da Amazônia:
A urbanização lenta da região foi impulsionada pelas atividades
extrativas. No entanto, foi a partir da década de 1960 que a urbanização
se intensificou, com a população da Amazônia tornando-se
predominantemente urbana nas décadas seguintes.
O movimento de povoamento e a organização do espaço na Amazônia
estavam intimamente ligados ao ciclo da borracha, e as estruturas
urbanas começaram a emergir nas áreas de produção, refletindo a
adaptação do espaço ao ciclo econômico dominante.
A S G RA N D E S M U D A N Ç A S D A E C O N O M I A PA RA E N S E A PA RT I R D O S A N O S 1 9 6 0

• O texto descreve as transformações econômicas e sociais no estado do Pará a partir da


década de 1960, com ênfase na expansão da fronteira amazônica, mudanças industriais,
e as crises que afetaram a economia local. Além disso, explora a relação entre o
desenvolvimento da região e os conceitos geográficos de fronteira, urbanização e uso do
território.
• 1. Expansão da Fronteira na Amazônia (1960-1970):
• Nos anos 1960 e 1970, o conceito de "fronteira" foi central na política de ocupação e
colonização da Amazônia, com projetos impulsionados pelo governo para integrar a
região ao espaço nacional e global. Esses projetos estavam alinhados com a
modernização econômica, com a criação de novas áreas produtivas para a agricultura
e a exploração de recursos naturais.
• A expansão da fronteira gerou tensões políticas e sociais, incluindo disputas
fundiárias e conflitos agrários, com a violência associada à grilagem de terras e ao
controle dos recursos naturais, como o solo e a água.
• O movimento migratório, especialmente de nordestinos, trouxe novos habitantes para a
região, aumentando a pressão sobre as territorialidades tradicionais.
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• 2. Mudanças na Economia e a Integração do Pará no Mercado Nacional:


• A partir dos anos 1960, o Pará passou a ser inserido de forma mais intensa na economia nacional e global,
com a exploração mineral (como as minas de ferro de Carajás) e a construção de hidrelétricas (como
Tucuruí).
• A construção de rodovias (como a BR-230) e a colonização de terras formalizaram o processo de
expansão para o interior, com a intensificação de agricultura e pecuária, especialmente voltada para o
mercado interno e exportações.
• Esses processos transformaram a economia regional, mas também geraram desigualdades sociais,
exploração de recursos naturais e um aumento das disparidades econômicas entre as elites locais e
os migrantes.
• 3. O Colapso da Indústria Local e a Crise Econômica nos Anos 1980:
• Apesar do crescimento industrial nas décadas de 1960 e 1970, a crise financeira dos anos 1980 levou ao
colapso de vários setores industriais no Pará. A indústria de móveis e alimentos sofreu com a
concorrência de grandes empresas nacionais, o que reduziu o número de estabelecimentos industriais no
estado.
• O setor rural também foi afetado, especialmente a produção de cana-de-açúcar e aguardente, que caiu
drasticamente com a concorrência de bebidas mais baratas e de melhor qualidade.
• Esses processos evidenciam a fragilidade da indústria local e a dificuldade de adaptação às mudanças
econômicas nacionais, refletindo um processo de declínio industrial.
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• 4. Crise na Região Metropolitana de Belém (RMB):


• A região metropolitana de Belém (RMB) enfrentou a perda de sua posição privilegiada como
fornecedora de produtos essenciais devido à concorrência de outras regiões do Brasil.
• A cidade de Belém viu um crescimento populacional expressivo, mas a taxa de crescimento
econômico foi mais lenta em comparação a outras capitais amazônicas, como Manaus. A
dependência do setor de serviços e a falta de emprego industrial elevaram a taxa de pobreza
na RMB.
• O extrativismo de produtos como açaí e madeira foi uma das atividades econômicas
predominantes na área rural do entorno de Belém, mas enfrentou dificuldades devido à competição
externa e ao declínio dos preços.
• 5. Impactos Ambientais da Hidrelétrica de Tucuruí:
• A construção da Hidrelétrica de Tucuruí no Baixo Tocantins alterou a dinâmica ambiental da região,
afetando negativamente a fertilidade do solo e prejudicando a agricultura local dos ribeirinhos.
• O impacto ambiental, ignorado durante a construção, gerou uma redução de recursos naturais e
empobrecimento das populações locais. A intensificação da migração para Belém foi uma das
consequências desse processo, com as comunidades locais em busca de melhores condições de
vida.
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• 6. Agricultura Tradicional e a Crise no Nordeste Paraense e Médio Amazonas:


• O uso intensivo do solo e a crescente pressão demográfica nas áreas de colonização do
nordeste paraense (como Bragantina e Salgado) geraram uma queda na
produtividade agrícola, com destaque para a produção de farinha de mandioca.
• A monocultura e a falta de infraestrutura agroindustrial dificultaram a adaptação da
região às novas demandas de mercado, levando a uma crise agrícola.
• No Médio Amazonas, o desmatamento para pastagens e a competição com a pesca
comercial agravaram os conflitos socioambientais.
• 7. Crise da Pecuária Tradicional na Ilha do Marajó:
• A pecuária na Ilha do Marajó sofreu uma queda significativa na sua participação na
produção do estado devido à expansão da pecuária no sudeste paraense. O rebanho de
búfalos na ilha foi reduzido, resultando em empobrecimento das famílias tradicionais.
• A valorização das terras e a migração para Belém também foram consequentes dessa
crise, com as famílias locais se tornando rentistas, dependendo das propriedades nas
cidades para a sua subsistência.
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• 6. Agricultura Tradicional e a Crise no Nordeste Paraense e Médio Amazonas:


• O uso intensivo do solo e a crescente pressão demográfica nas áreas de colonização do
nordeste paraense (como Bragantina e Salgado) geraram uma queda na
produtividade agrícola, com destaque para a produção de farinha de mandioca.
• A monocultura e a falta de infraestrutura agroindustrial dificultaram a adaptação da
região às novas demandas de mercado, levando a uma crise agrícola.
• No Médio Amazonas, o desmatamento para pastagens e a competição com a pesca
comercial agravaram os conflitos socioambientais.
• 7. Crise da Pecuária Tradicional na Ilha do Marajó:
• A pecuária na Ilha do Marajó sofreu uma queda significativa na sua participação na
produção do estado devido à expansão da pecuária no sudeste paraense. O rebanho de
búfalos na ilha foi reduzido, resultando em empobrecimento das famílias tradicionais.
• A valorização das terras e a migração para Belém também foram consequentes dessa
crise, com as famílias locais se tornando rentistas, dependendo das propriedades nas
cidades para a sua subsistência.
PADRÕES RECENTES DE EVOLUÇÃO DA
INDÚSTRIA NA ECONOMIA PARAENSE
• O texto discute os padrões recentes de evolução da indústria na
economia do estado do Pará, destacando os setores-chave, as políticas
de desenvolvimento e a relação com o pensamento geográfico. A
industrialização no Pará está fortemente vinculada a dois principais
segmentos: o extrativismo mineral e a agroindústria. O setor mineral,
que engloba a mineração e a metalurgia, responde por mais de 70% da
produção industrial do estado, sendo responsável também pela maior
parte das exportações. A agroindústria, especialmente a de produtos de
origem animal e vegetal (como laticínios, cacau e café), também
desempenha um papel importante, com foco nas áreas de fronteira
pecuária no sudeste do Pará e no Médio Amazonas.
PADRÕES RECENTES DE EVOLUÇÃO DA
INDÚSTRIA NA ECONOMIA PARAENSE
• A indústria de transformação no Pará, embora concentrada em grandes
estruturas industriais, também abrange setores como celulose e madeira,
que geram impactos significativos na economia regional. A presença de
indústrias urbanas em Belém e seus arredores, com foco no consumo local e
na utilização de matérias-primas locais, também reflete uma dinâmica
competitiva no mercado regional. No entanto, a maior parte da produção
mineral é voltada para o mercado global, apresentando pouco vínculo com a
economia local.
• Para analisar essas dinâmicas, foi aplicada uma técnica de análise de
componentes principais, que ajudou a identificar os fatores que mais
influenciam a indústria no estado. A agroindústria se destaca com forte
encadeamento de insumos, enquanto o setor mineral é mais isolado,
dependendo de fatores globais. Apesar do crescimento, esses setores
enfrentam desafios de competitividade e inovação.
PADRÕES RECENTES DE EVOLUÇÃO DA
INDÚSTRIA NA ECONOMIA PARAENSE
• A Reforma Administrativa e os Incentivos ao Desenvolvimento Econômico
• A partir de 1997, o Pará iniciou um processo de reformas fiscais e administrativas com
o objetivo de melhorar sua situação financeira e retomar o processo de
industrialização. Esse processo incluiu a renegociação da dívida estadual e a
implementação de uma política de incentivos fiscais e creditícios, com o intuito de
modernizar e diversificar a economia. A Política de Incentivos ao Desenvolvimento
Socioeconômico, criada em 1996 e modificada em 2002 e 2003, visava promover a
verticalização da produção e apoiar setores como o agropecuário, mineral,
agroindustrial, tecnológico, e outros.
• Esses incentivos incluíam isenções fiscais, empréstimos e apoio à infraestrutura, com
prazos de até 15 anos e avaliados com base em novos investimentos e projetos
apresentados pelas empresas. Até 2005, 175 empresas foram beneficiadas. No
entanto, em 2006, uma decisão do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional
parte da lei que concedia incentivos fiscais, o que levou o governo estadual a revisar a
legislação, tornando-a mais seletiva e estratégica.
CONSIDERAÇÕES
• A autora conclui que os programas federais e estaduais implementados
para o desenvolvimento do Estado do Pará têm sido ineficazes em
transformar as tendências econômicas do estado, que continua
dependente do modelo primário exportador. Os setores dominantes,
como o mineral-metalúrgico, madeireiro e pecuário, ainda são os
pilares da economia paraense. Além disso, a concentração econômica
está voltada para a região sudeste do estado, enquanto a Região
Metropolitana de Belém perde importância no PIB estadual, sendo
superada por regiões como Carajás, no sul do estado.
CONSIDERAÇÕES
• A autora também destaca que, apesar de o Pará ser a maior economia
da Região Norte, o estado ainda enfrenta sérios desafios sociais e
econômicos. Isso se reflete em um PIB per capita muito baixo e em
grandes desigualdades sociais, com uma significativa parcela da
população vivendo abaixo da linha da pobreza. O Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) também apresentou uma queda
significativa entre 2003 e 2013, e muitas áreas, como a ilha de Marajó,
têm IDH muito baixo.
• A solução proposta pela autora para melhorar a situação do estado
passa pela criação de mecanismos de inclusão socioeconômica, com
destaque para programas de transferência de renda nas áreas mais
afetadas pela crise. Ela enfatiza que o desenvolvimento do Pará não
pode depender exclusivamente de incentivos fiscais, sendo necessário
adotar estratégias estruturais que combatam a pobreza e promovam a
inclusão econômica de maneira mais ampla e sustentável.

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