Bens Públicos

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BENS PÚBLICOS

CECILIO PIRES

Todos os direitos reservados – proibida a cópia, venda e livre


distribuição
Bens Públicos são bens de titularidade do
Estado, necessários ao desempenho de
funções públicas, submetidos a um
regime jurídico de direito público.
Classificação do Bem Público
USO COMUM DO POVO
são os bens de "utilização concorrente de toda a comunidade", usados livremente pela
população, o que não significa "de graça" e sim, que não dependem de prévia autorização do
Poder Público para sua utilização, como por exemplo, rios, mares, ruas e praças.
USO ESPECIAL
são destinados ao "cumprimento das funções públicas". Têm utilização restrita, não podem ser
utilizados livremente pela população, sejam eles bens móveis ou imóveis : tais como repartições
públicas, veículos oficiais, cemitérios públicos, hospital público, a delegacia entre outros.
DOMINICAIS (OU DOMINIAIS)
integram o patrimônio da Administração Pública (federal, estadual, distrital ou municipal).
Patrimônio esse utilizado com fins econômicos, como imóveis desocupados, que não possuem
destinação pública. São bens que a Administração Pública utiliza inclusive obtendo renda sobre
eles.
Características dos bens de uso comum
Fruição ampla e isonômica: podem ser usados e fruídos, geralmente deforma gratuita, por toda a
coletividade, de forma proporcional e em igualdade de condições

Obs: Administração pode exigir contraprestação (remuneração) pelo uso deste tipo de bem. Essa
contraprestação normalmente é exigida para custear a polícia estatal sobre os bens de uso comum,
consubstanciada em atividades de regulação, fiscalização e aplicação de medidas coercitivas visando a
conservação da coisa pública e a proteção do usuário. Exemplo: cobrança de estacionamento rotativo –
zona azul – em áreas públicas; cobrança de ingresso em parque público.

Ente político titular do bem do uso comum dispõe de competência para disciplinar sua destinação e é
investido de um poder-dever de assegurar a compatibilização entre fruição individual e a preservação da
sua integridade por meio da polícia administrativa – estabelecimento de restrições e condicionamentos à
fruição individual do bem.
AFETAÇÃO: Significa a atribuição fática ou jurídica de finalidade
pública, geral ou especial, ao bem público.

DESAFETAÇÃO: É a retirada, fática ou jurídica, da destinação pública


anteriormente atribuída ao bem público.
Alienação dos bens dominicais (art. 76, da Lei nº 14.133/21)

Demonstração de interesse público

Avaliação patrimonial prévia

Licitação prévia, na modalidade de leilão, exceto nos casos de dação em


pagamento, doação, permuta, investidura e venda a outro órgão ou entidade da
administração pública de qualquer esfera de governo, dentre outros listados no
art. 76, inciso I, alínea “a” a “j”

Depende de autorização legislativa prévia (para bens imóveis pertencentes a


órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais).
REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS

Os bens públicos são

i) Inalienabilidade ou não oneração

(i)Imprescritibilidade (art. 183, § 3ºCF)

(ii) impenhorabilidade (art. 100 da CF


UTILIZAÇÃO DE BEM PÚBLICO POR PARTICULAR
Ato unilateral discricionário e precário e que o particular se
Autorização de Uso utilize de bem público com exclusividade

Uso de Ato unilateral discricionário e precário e que o particular se


Bens Permissão de Uso utilize de bem público para fins de interesse público
Públicos com exclusividade
por
Particular
Adm. faculta ao particular a utilização privativa de bem
Concessão de Uso
público, para que a exerça conforme a sua destinação.

O poder público permite o uso privativo do bem, mediante


Concessão de Direito Real de
contrato ou termo.
Uso
Decreto-lei no 9.760/46, Artigo 64 e Lei no 9.636/46
AUTORIZAÇÃO DE USO
ATO UNILATERAL
Se perfaz com a exclusiva manifestação de vontade do Poder Público.
ATO DISCRICIONARIO
O consentimento pode ser dado ou negado, segundo considerações de oportunidade e conveniência, a cargo da admi
ATO PRECARIEDADE
O uso pode ser revogado a qualquer momento, quando o uso se tornar contrário ao interesse público.

EFEITOS
1. A autorização reveste-se de maior precariedade do que a permissão e a concessão;
2. É outorgada, em geral, em caráter transitório;
3. Confere menores poderes e garantias ao usuário;
4. Dispensa licitação e autorização legislativa;
5. Não cria para o usuário um dever de utilização, mas simples faculdade.
AUTORIZAÇÃO
- AUTORIZAÇÃO SIMPLES
Não contém prazo.
- AUTORIZAÇÃO QUALIFICADA
Contém prazo de vigência, neste caso o instituto perde o caráter de precariedade.
- AUTORIZAÇÃO DE USO DE NATUREZA URBANÍSTICA
Medida Provisória 2.220 de 04 de setembro de 2001
Autorização de uso a quem possui imóvel público de forma
pacífica e ininterrupta pelo prazo de cinco anos, de até 250
m2, em área urbana para fins comerciais.
PERMISSÃO DE USO

É o instrumento aplicado quando o trespasse do uso do bem gere para a coletividade alguma
vantagem. Embora não haja interesse do particular, há um proveito para os administrados.

- PERMISSÃO QUALIFICADA / CONDICIONADA


Afasta a precariedade do ato, e institui a obrigatoriedade de indenização caso o ato seja
extinto prematuramente, antes do período determinado.

Extingue-se a outorga pelo


advento do termo;
pelo descumprimento das obrigações assumidas;
Concessão de uso

Concessão de uso é contrato administrativo pelo qual a Administração faculta ao


particular a utilização privativa de bem público, ao particular, para que a exerça
conforme a sua destinação.

Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático (reciprocidade), oneroso


ou gratuito, comutativo (vantagens) e celebrado intuitu personae.
Decreto-lei no 9.760/46, Artigo 64 e Lei no 9.636/46, artigo 18:

Concessão de direito real de uso é o contrato pelo qual a Administração transfere o uso
remunerado ou gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel, para
que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação,
cultivo ou qualquer outra exploração prevista em Lei.
TITULARIDADE

São bens da União (artigo 20 CF)

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;


II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de
limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as
praias fluviais
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Estado
Art. 26. CF – Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,
excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União

Municípios
O patrimônio público municipal é formado por um complexo de bens pertencente
ao município.
A concessão de Uso possui:

a) contratual
b) é onerosa ou gratuita
c) intuitu personae
d) precariedade reduzida

Características:

a) exige licitação - art 2o, Lei 8666/93


b) preferência quando a utilização do bem tem a finalidade de exercer atividade pública
c) maior equilíbrio econômico
d) finalidade especificada em contrato:
I. Bens destinados à utilização privativa devem atender a finalidade disposta no contrato
II. Bens de uso comum do povo, a concessão só é possível para fins de interesse público. e) estabilidade

Modalidades:
a) de exploração ou de simples uso
b) temporária ou perpétua
c) remunerada ou gratuita
d) de utilidade pública ou de utilidade privada e) autônoma ou acessória
Administração Pública Direta (privadas)

Superior Tribunal de Justiça, conforme decidido no Agravo Regimental no Recurso Especial número 1070735
(AgRg no REsp 1070735/RS) cuja relatoria coube ao Ministro Mauro Campbell, que chegou à seguinte decisão:
“Por isso, esta Corte Superior vem admitindo a penhora de bens de empresas públicas (em sentido lato)
prestadoras de serviço público apenas se estes não estiverem afetados à consecução da atividade-fim (serviço
público) ou se, ainda que afetados, a penhora não comprometer o desempenho da atividade. Essa lógica se
aplica às empresas privadas que sejam concessionárias ou permissionárias de serviços públicos (como ocorre
no caso). Precedentes”.
CONCEITO PELO ARTIGO 98 DO

CÓDIGO CIVIL

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
estradas, ruas e praças; I
interno; todos os outros são particulares, seja qual I - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
for a pessoa a que pertencerem. destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, municipal, inclusive os de suas autarquias;
consideram-se dominicais os bens pertencentes às III - os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público a que se tenha pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
dado estrutura de direito privado.
entidades.
LEI FEDERAL N° 9.636/98, ARTIGO 22,

Estabelece que a permissão de uso poderá ser outorgada quando se tratar de utilização, a título precário,
de áreas de domínio da União para a realização de eventos de curta duração, de natureza recreativa,
esportiva, cultural, religiosa ou educacional.

LEI N° 9.636/98, ARTIGO 18, §2°


Em caso de cessão de áreas específicas a Estados e Municípios, estes podem permitir o uso das mesmas
por terceiros

Discussão
As calçadas são consideradas uma espécie de bem público, sendo possível por permissão de uso de bem público, pertencente ao
Município e cada Prefeitura teria interesse local para legislar acerca do assunto
Código Nacional de Trânsito indica que as calçadas não são destinadas à circulação de veículos, reservada ao trânsito do pedestre e,
quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização e vegetação.
A Lei Municipal (SP) nº 15.442, de 9.9.2011, estabelece que os responsáveis por imóveis (o particular), edificados ou não, lindeiros a
vias ou logradouros públicos dotados de guias ou sarjetas, são obrigados a executar, manter e conservar os respectivos passeios na
extensão correspondente à sua testada, sob pena de multa e a intimação para regularização. Sendo responsável o Município
quando ele tiver realizado melhoramentos públicos que causarem danos a terceiros.
Essa responsabilidade repassada ao particular implicaria juridicamente que acidentes pela má conservação da calçada fossem
também de sua responsabilidade, exceto se for imóvel locado a ente federativo ou de propriedade pública. Essa forma de tratar a

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