Bens Públicos
Bens Públicos
Bens Públicos
CECILIO PIRES
Obs: Administração pode exigir contraprestação (remuneração) pelo uso deste tipo de bem. Essa
contraprestação normalmente é exigida para custear a polícia estatal sobre os bens de uso comum,
consubstanciada em atividades de regulação, fiscalização e aplicação de medidas coercitivas visando a
conservação da coisa pública e a proteção do usuário. Exemplo: cobrança de estacionamento rotativo –
zona azul – em áreas públicas; cobrança de ingresso em parque público.
Ente político titular do bem do uso comum dispõe de competência para disciplinar sua destinação e é
investido de um poder-dever de assegurar a compatibilização entre fruição individual e a preservação da
sua integridade por meio da polícia administrativa – estabelecimento de restrições e condicionamentos à
fruição individual do bem.
AFETAÇÃO: Significa a atribuição fática ou jurídica de finalidade
pública, geral ou especial, ao bem público.
EFEITOS
1. A autorização reveste-se de maior precariedade do que a permissão e a concessão;
2. É outorgada, em geral, em caráter transitório;
3. Confere menores poderes e garantias ao usuário;
4. Dispensa licitação e autorização legislativa;
5. Não cria para o usuário um dever de utilização, mas simples faculdade.
AUTORIZAÇÃO
- AUTORIZAÇÃO SIMPLES
Não contém prazo.
- AUTORIZAÇÃO QUALIFICADA
Contém prazo de vigência, neste caso o instituto perde o caráter de precariedade.
- AUTORIZAÇÃO DE USO DE NATUREZA URBANÍSTICA
Medida Provisória 2.220 de 04 de setembro de 2001
Autorização de uso a quem possui imóvel público de forma
pacífica e ininterrupta pelo prazo de cinco anos, de até 250
m2, em área urbana para fins comerciais.
PERMISSÃO DE USO
É o instrumento aplicado quando o trespasse do uso do bem gere para a coletividade alguma
vantagem. Embora não haja interesse do particular, há um proveito para os administrados.
Concessão de direito real de uso é o contrato pelo qual a Administração transfere o uso
remunerado ou gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel, para
que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação,
cultivo ou qualquer outra exploração prevista em Lei.
TITULARIDADE
Municípios
O patrimônio público municipal é formado por um complexo de bens pertencente
ao município.
A concessão de Uso possui:
a) contratual
b) é onerosa ou gratuita
c) intuitu personae
d) precariedade reduzida
Características:
Modalidades:
a) de exploração ou de simples uso
b) temporária ou perpétua
c) remunerada ou gratuita
d) de utilidade pública ou de utilidade privada e) autônoma ou acessória
Administração Pública Direta (privadas)
Superior Tribunal de Justiça, conforme decidido no Agravo Regimental no Recurso Especial número 1070735
(AgRg no REsp 1070735/RS) cuja relatoria coube ao Ministro Mauro Campbell, que chegou à seguinte decisão:
“Por isso, esta Corte Superior vem admitindo a penhora de bens de empresas públicas (em sentido lato)
prestadoras de serviço público apenas se estes não estiverem afetados à consecução da atividade-fim (serviço
público) ou se, ainda que afetados, a penhora não comprometer o desempenho da atividade. Essa lógica se
aplica às empresas privadas que sejam concessionárias ou permissionárias de serviços públicos (como ocorre
no caso). Precedentes”.
CONCEITO PELO ARTIGO 98 DO
CÓDIGO CIVIL
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
estradas, ruas e praças; I
interno; todos os outros são particulares, seja qual I - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
for a pessoa a que pertencerem. destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, municipal, inclusive os de suas autarquias;
consideram-se dominicais os bens pertencentes às III - os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público a que se tenha pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
dado estrutura de direito privado.
entidades.
LEI FEDERAL N° 9.636/98, ARTIGO 22,
Estabelece que a permissão de uso poderá ser outorgada quando se tratar de utilização, a título precário,
de áreas de domínio da União para a realização de eventos de curta duração, de natureza recreativa,
esportiva, cultural, religiosa ou educacional.
Discussão
As calçadas são consideradas uma espécie de bem público, sendo possível por permissão de uso de bem público, pertencente ao
Município e cada Prefeitura teria interesse local para legislar acerca do assunto
Código Nacional de Trânsito indica que as calçadas não são destinadas à circulação de veículos, reservada ao trânsito do pedestre e,
quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização e vegetação.
A Lei Municipal (SP) nº 15.442, de 9.9.2011, estabelece que os responsáveis por imóveis (o particular), edificados ou não, lindeiros a
vias ou logradouros públicos dotados de guias ou sarjetas, são obrigados a executar, manter e conservar os respectivos passeios na
extensão correspondente à sua testada, sob pena de multa e a intimação para regularização. Sendo responsável o Município
quando ele tiver realizado melhoramentos públicos que causarem danos a terceiros.
Essa responsabilidade repassada ao particular implicaria juridicamente que acidentes pela má conservação da calçada fossem
também de sua responsabilidade, exceto se for imóvel locado a ente federativo ou de propriedade pública. Essa forma de tratar a