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Anticoncepicional

Posso ficar grávida se errar o horário do anticoncepcional? Posso


ter trobose?
 Em 1960, foi lançado o contraceptivo oral Enovid-10 nos Estados
Unidos. Essa é a primeira pílula anticoncepcional que chegou ao
mercado e foi idealizada pela feminista Margaret Sanger e a
milionária Katherine McCormick, com ajuda do cientista Gregory
Pincus. Desde então, os hábitos sexuais no Ocidente mudaram
totalmente - como se fosse uma libertação. A pílula é feita à base de
hormônios, que podem ser estrogênio e progesterona nos chamados
anticoncepcionais orais combinados ou apenas progesterona —que
são as minipílulas. Quem deve avaliar a melhor opção para cada
organismo é o ginecologista e, a fim de garantir a proteção de até
99% contra uma gravidez indesejada, a ingestão precisa ser feita
diariamente e no mesmo horário.
 Segundo estudo baseado na versão mais recente da Pesquisa
Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de
Medicamentos, do Ministério da Saúde, realizada entre 2013 e 2014,
a pílula é o método contraceptivo mais usado pelas brasileiras, com
taxa de 28,2% entre mulheres de 15 a 49 anos.
 No entanto, ainda que muitas acabem adequando com facilidade o
uso dos anticoncepcionais às suas rotinas, não há unanimidade —e as
informações sobre o método necessitam de contínua disseminação
Anticoncepcional: como escolher?
De que maneira o anticoncepcional
funciona?
 Seu papel é inibir a ovulação, ou seja, a mulher não entra no período
fértil. Assim, mesmo que haja ejaculação no canal vaginal durante o
sexo, os espermatozoides não vão encontrar óvulos para a
fecundação. Dessa maneira, evita-se a gravidez. A pílula também
impede a dilatação do colo do útero, o que também faz diminuir a
chance de entrada dos espermatozoides.
Quem usa anticoncepcional tem
período fértil?

 Isso só aconteceria em caso de falha ocasional e rara do método, já


que a ingestão da pílula resulta em um bloqueio das funções
ovarianas e, consequentemente, do ciclo ovulatório.
Como usar o anticoncepcional
corretamente?
 As pílulas de uso contínuo devem ser ingeridas uma vez ao dia sem
pausa entre as cartelas. Já a pílula normal toma-se até o final da
cartela e realiza-se uma pausa de quatro a sete dias. Nos dois casos,
é necessária a ingestão sempre no mesmo horário.
Quais as diferenças entre a pílula
combinada e a minipílula?
 Na primeira, há uma combinação entre estrogênio e progesterona,
enquanto nas minipílulas há apenas progesterona. No
anticoncepcional oral combinado, o estrogênio que mais aparece é o
etinil-estradiol, cuja dose pode variar de 15 a 35 microgramas.
 Já as progesteronas variam bastante: levonorgestrel, gestodeno,
desogestrel, diogenest e outras. Na minipílula, as progesteronas mais
comumente manipuladas são desogestrel, noretisterona e linestrenol.
Existem anticoncepcionais mais
recomendados?
 Na verdade, o mais importante é que a mulher encontre a opção que
se adapte melhor ao seu organismo. Por outro lado, os tipos
considerados mais naturais levam o estrogênio estradiol, em vez do
etinil-estradiol, que é mais agressivo e sintético. Dessa forma, é
possível que haja variação nas reações adversas e nos efeitos
colaterais.
Os efeitos colaterais dos
anticoncepcionais podem variar?
 De acordo com o guia da OMS (Organização Mundial da Saúde)
chamado Critérios de Elegibilidade para Uso dos Contraceptivos, ter
ou não estrogênio na composição muda a indicação das pílulas, já
que existem mulheres que não podem usar o hormônio. São quatro
categorias de risco, sendo que as duas primeiras preveem uso
seguro, a terceira uso relativo e a última determina a contraindicação
absoluta.
 Atualmente, as pílulas combinadas mais modernas trazem doses
baixas do estrogênio, se comparadas às versões iniciais, pois ele é o
principal responsável pelos riscos relacionados à questão
cardiovascular e trombose.
 No geral, os anticoncepcionais com menos hormônios resultam em
efeitos e reações mais leves, como a tendência a ter escapes durante
o ciclo.
Qual a relação entre trombose e
anticoncepcionais?
 O problema aparece associado à ingestão das pílulas combinadas, ou
seja, que possuem estrogênio e progesterona. Em algumas mulheres,
essa composição pode ocasionar trombose, principalmente naquelas
com predisposição ou que possuem contraindicação do uso de
anticoncepcionais. No entanto, mesmo para as que podem utilizá-lo de
forma segura, os riscos também aumentam.
 Na faixa dos 20 a 30 anos, a trombose pode acontecer em quatro ou
cinco a cada 10 mil mulheres, já com o uso da pílula esse número
aumenta de duas a quatro vezes. Esse risco, porém, ainda é considerado
baixo. Outro dado importante tem a ver com o momento em que o risco
da trombose é maior. Não há um efeito tardio, isso quer dizer que a
grande maioria das ocorrências se dá nos primeiros meses de uso no
anticoncepcional e não quando é interrompido. Além disso, cada vez que
ela deixa de utilizar e volta, esse risco cresce.
É possível usar o mesmo anticoncepcional
sem perder a eficácia?

 O anticoncepcional continua fazendo efeito durante toda a vida fértil.


Entretanto, é preciso considerar que alguns fatores podem mudar ao
longo da vida dessa mulher, como a associação com algumas
medicações ou surgimento de patologias como diabetes e
hipertensão, o que traria algumas limitações em relação ao uso da
pílula.
A pílula pode "mudar" o corpo da
mulher?
 Depende. A diminuição de testosterona feminina é uma das
mudanças que acontece com todas que fizerem uso do
anticoncepcional. Mas, no geral, existem variações: algumas, por
exemplo, têm dificuldade de ganhar massa magra, outras percebem
o aumento de varizes e retenção de líquido.
 Sobre o uso da pílula engordar ou não, os especialistas explicam que
não há estudos que relacionem esse efeito diretamente. Por outro
lado, a presença do etinil-estradiol pode levar ao hiperestrogenismo,
que facilita o ganho de gordura em regiões específicas pelo excesso
hormonal, como o pé da barriga e os culotes.
Sangramento entre duas cartelas
tem a ver com a eficiência?
 A eficácia da pílula deve ser avaliada se a mulher se esquece, com
frequência, de manter a ingestão diária e no mesmo horário. Assim, o
sangramento poderia ser um sinal de que a segurança do método
não continua a mesma.
 É necessário identificar também se há presença de algum distúrbio
hormonal e, em último caso, uma lesão de colo ou vagina. No
entanto, o sangramento pode acontecer mesmo que ela esteja
fazendo o uso correto da pílula, já que é um efeito colateral normal,
principalmente naquelas que emendam cartelas.
Por que alguns medicamentos
cortam o efeito do anticoncepcional?
 Existem psicotrópicos, antidepressivos e antibióticos que podem
interferir na eficácia da pílula, mas isso não é tão comum. O que
acontece é a possibilidade de alterações relacionadas à
metabolização dos anticoncepcionais nessa combinação de
medicamentos, causando assim alguma interferência.
 No caso da interação com amoxicilina e eritromicina, por exemplo,
ocorre uma neutralização do efeito anticonceptivo e consequente
aumento do risco de falha do anticoncepcional.
Por que a combinação de
anticoncepcional e cigarro é perigosa?

 O tabagismo associado ao uso de anticoncepcional aumenta as


chances de trombose e ocorrências cardiocirculatórias. De acordo
com a OMS, por exemplo, mulheres que estão acima dos 35 anos e
fumam não devem utilizar nenhum tipo de medicamento que possua
estrogênio.
 Assim, orienta-se o uso das minipílulas com progesterona isolada. No
caso de drogas ilícitas, a maioria delas corta o efeito do
anticoncepcional.

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