Amor de Capitu (1)

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 11

“Amor de

Capitu”, de
Fernando
Sabino
A obra
 Em Amor de Capitu, ele realiza uma
experiência inédita, ao recriar Dom
Casmurro sem o narrador original. "O
que sempre me atraiu neste romance
admirável", afirma, "foi descobrir até que
ponto a dúvida sobre a infidelidade de
Capitu teria sido premeditada pelo autor
através de narrador tão evasivo e
casmurro...".
 Ao transpor o romance de Machado de
Assis para a terceira pessoa, Fernando
Sabino consegue enriquecer o mistério,
abrindo uma nova possibilidade de
leitura de um dos nossos gênios
literários.
O famoso caso da suspeita de traição de
Capitu, no clássico Dom Casmurro, de
Machado de Assis, é revisitado e
apresentado com um novo ponto de
vista.
As perturbações de Bentinho, causadas
pela desconfiança, ganham uma nova
dimensão.
Fernando Sabino, no seu romance, sai
em busca da solução do mistério de
Capitu e acaba reescrevendo Dom
Casmurro de Machado de Assis. Desde
já, Amor de Capitu é indispensável
para a compreensão da obra de
Machado.
O enredo
A história se passa no Rio de Janeiro da segunda
metade do século XIX, na rua de Matacavalos
(tudo começa em novembro de 1857). Vivia-se
então o império e a escravidão.
 Bento e Capitu, desde cedo, demonstravam um
grande afeto um pelo outro. Mas ele, todavia, tem
seu destino traçado por uma promessa da mãe;
ela perdera um filho anteriormente
e jurou que se lhe nascesse novamente um filho,
sendo menino, iria fazê-lo padre.
 Bentinho parece ser um menino inseguro,
excessivamente protegido pela mãe, talvez até
porque
fora criado sem um pai (perdera-o aos 4
anos) cujo modelo pudesse seguir.
 Capitu era uma menina determinada, segura de
si, firme de suas decisões, que sabia muito bem
disfarçar intenções com seu "olhar de ressaca". O
amor entre eles, todavia, cresce dia após dia.
 Bento, enfim, vai para o seminário, muito a
contragosto, mas contando que tudo seria
por um período curto, até que ele
conseguisse sair de lá. No seminário,
conhece Escobar, um menino calado e
inteligente, que logo se torna amigo íntimo
seu e de sua família. Escobar tem grande
carinho por Capitu.
 Bento e Escobar deixam o seminário.
Aquele vai estudar Direito e forma-se
advogado; este, por sua vez, torna-se um
bom comerciante.
 Bento casa-se com Capitu e Escobar com
Sancha.
Os dois casais passam a freqüentar e a
manter fortes laços de amizade.
 Escobar e Sancha logo têm uma filha, que
se chama Capitolina também. Bento e
Capitu só terão
um filho mais tarde. Deram-lhe o nome de
Ezequiel, primeiro nome de Escobar.
 O tempo vai passando e Bento passa e
perceber semelhanças físicas e psicológicas
entre Ezequiel e Escobar. Os casais, numa
noite, planejam uma viagem à Europa. Mas
Escobar morre afogado. Em seu velório,
Bento se assusta com os olhares
apaixonados que Capitu lança ao cadáver.
 As desconfianças de Bento crescem
vertiginosamente, a ponto de ele pensar em
suicidar-se ou em matar Ezequiel por
envenenamento. Não faz nenhuma das duas
coisas. Manda a esposa e o menino para a
Suíça, e passa a viver sozinho, "casmurro",
fechado em sua eterna e amarga dúvida.
Todos estão mortos. Capitu morre
na Suíça. Então, Ezequiel, um
arqueólogo agora, volta e mora
algum tempo com seu pai, que mais
tarde lhe paga uma viagem para
Jerusalém, onde Ezequiel vem a
morrer de febre tifóide.
Agora, sozinho, Bento muda-se para
o Engenho Novo, onde mandou
reconstruir sua antiga casa e
resolve escrever um livro revivendo
suas memórias.
As personagens
 Capitu: Ao longo dos anos, Capitu tem desafiado a
crítica com seu enigma, sutilmente criado por Machado
de Assis. Até hoje, ainda devora quantos tentam decifrá-
la, pairando a dúvida: Capitu traiu ou não traiu Bentinho?
A pergunta continua sem resposta, pois a versão que
temos para julgá-la nos é dada por um narrador suspeito
- um marido envenenado pelo ciúme e de imaginação
bastante fértil, como revelam muitas passagens do livro.
Por outro lado, revelando um dos traços mais marcantes
da psicologia feminina - a capacidade de dissimu1ação
de que é dotada a mulher, Capitu, com seus "olhos de
ressaca" e de "cigana oblíqua e dissimulada", contribui
ainda mais para fortalecer a dúvida: ela sabe sair-se bem
de situações difíceis, ela sabe dissimular, como no
episódio do penteado e da inscrição no muro. Inteligente,
prática, com personalidade forte e marcante (ela era
muito mais mulher do que Bentinho, homem). No final,
acusada pelo marido enciumado, revela-se nobre e altiva
ao não responder às acusações. O seu silêncio confere a
ela grandeza e contribui mais ainda para acentuar a
dúvida que paira sobre seu adultério.
 Dom Casmurro: O perfil do protagonista
masculino pode ser acompanhado em três fases
distintas: Bentinho, Dr. Bento Fernandes
Santiago e Dom Casmurro. Bentinho revela-se
uma criança/adolescente marcado pela timidez,
sem muita iniciativa e bastante dependente da
mãe. Tinha uma imaginação fertilíssima, como
no capítulo XXIX (O Imperador). Levado para o
seminário para ser padre (promessa da mãe - D.
Glória), quando trava amizade com Escobar,
Bentinho, com ajuda de Dias, abandona a
carreira sacerdotal e ingressa na Faculdade de
Direito, em São Paulo. Formado aos vinte e um
anos, ele é agora o Dr. Bento F. Santiago, bem
posto na vida, financeiramente rico (riqueza
muito mais de herança do que de trabalho).
Depois, surge o filho (Ezequiel) e começam a
aparecer os problemas. É a vez da fase
casmurra, marcada pela solidão, pela mágoa e
pela amargura.
 D.Glória: Mãe de Bentinho, cedo assume as rédeas
da casa com a morte do marido, o qual deixa a
família bem amparada. Ao longo do romance, D.
Glória revela-se religiosa, apegada às tradições e ao
passado, conforme observa o narrador: "Minha mãe
exprimia bem a fidelidade aos velhos hábitos, velhas
maneiras, velhas idéias, velhas modas. Tinha o seu
museu de relíquias, pentes desusados, um trecho de
mantilha, umas moedas de cobre...“. D. Glória era,
pois, uma boa senhora - uma santa, santíssima
como diria o José Dias. Morando com D. Glória
destacam-se na narrativa Tio Cosme, viúvo como
ela, e Prima Justina, igualmente viúva: "era a casa
dos três viúvos"; além desses, pode entrar aqui
também o Padre Cabral, muito amigo de Tio Cosme,
com quem ia jogar à noite.

 José Dias: Era agregado da família e gostava muito


de Bentinho. Bajulador e de idéias chochas,
realçava-as com superlativo, que passa a ser sua
marca registrada: "José Dias amava os superlativos"
e usa-os com freqüência ao longo do romance,
inclusive na hora de morrer, quando se refere ao dia
como "lindíssimo".
 Escobar: Muito amigo de Bentinho (colegas de
seminário), Escobar era casado com Sancha e revela-
se um tanto quanto misterioso: teria participado do
"trio" cantado por Dom Casmurro, formando o
triângulo amoroso da suspeita do narrador? Fica a
dúvida e a mágoa, como revela Dom Casmurro no
capítulo final, já que Escobar foi tragado pela morte
(afogamento), sem possibilidade de defender-se da
acusação.

 Ezequiel: É o filho de Dom Casmurro com Capitu,


pejorativamente chamado pelo pai do Casmurro de
"filho do homem". Gostava de imitar e imitava muito
bem, sobretudo Escobar. Vítima da suspeita do pai,
acaba sendo afastado, assim como a mãe, para a
Suíça, tendo morrido perto de Jerusalém, como
arqueólogo. Além desses, destacam-se ainda o
Pádua, pai de Capitu, o qual era um modesto
funcionário público, e sua mulher, Fortunata, muito
econômica, também forte e cheia como a filha Capitu.

Você também pode gostar