EM Tema 2 A Parafusos

1
Disciplina: Elementos de Maquina

Aula 2
Universidade do Estado do Amazonas
Escola Superior de Tecnologia
Elementos de fixao e unio.
Prof: Dr. Ing. Edry Antonio Garcia Cisneros
Facultad de Ingenieria Mecnica
Universidad de Camaguey. Cuba
email: ecisneros@uea.edu.br
Tema II. Elementos de fixao e unio.
2.1. Unies parafusadas. Generalidades.

2.2. Principais falhas das unies parafusadas.

2.3. Clculo das unies parafusadas.

2.4. Projeto e avaliao de unies parafusadas.
Introduo.
Dentro os elementos da maquinas, o parafuso o que se utiliza
com maior frequncia:

Os parafusos so empregados sob vrias formas:

Como parafusos de fixaao, para junes desmontaveis
Como parafusos de protenso, para se aplicar pretenses (tensores)
Como parafusos obturadores para tampar orificios
Como parafusos de ajustagem, para iniciais ou ajustes de eliminaao
de folgas ou compensaao de desgastes
Como parafusos transmisores de fora, para obter grandes foras
axiais a travs da aplicaao de pequenas foras tangenciais (prensa
de parafuso, morsa)
Como parafusos de movimento, para a transformaao de
movimentos rotativos em retlineos ou (morsa, fuso) retlineos em
rotativos (pua)
Junes por meio de parafusos
Parafuso
Porca
Elementos para unir (partes)
Unio desmontvel
Prafuso mtrico de Cabea sextavada
K = (0,6 0,7) d
S = ( 1,7 1,5) d
Chave 8 10 13 17 19 24
d (mm) 5 6 8 10 12 16
Porca mtrica sextavada
S = ( 1,7 1,5) d
H = 0,8 d (tamanho normal)
H = 1,2 d (tamanho alto)
H = 1,6 d (tamanho extra alto)
Tipos de Junes parafusadas.
Parafusos e Porca.

As espessuras dos elementos a unir
no so muito grandes e permitem
fazer furos pasantes
Parafuso.
A espessura de um dos elementos a
unir permite fazer um furo pasante e
no outro se pode fazer uma rosca (ou
enroscar o parafuso).
Parafuso pino
empregam-se quando no existe
espao para a cabea ou no
possvel o brocado da rosca ou o
furo pasante para o parafuso
Roscas de sujeio.
Os parafusos, como suporte da rosca, tm uma superfcie em forma
de helicoide que permite um movimento de rotao e translao
vinculado ao aperte dos elementos a unir.
Na atualidade, coexistem vrias nomenclaturas para roscas de
sujeio, mas a rosca ISO de fixao uma das de maior difuso

Na Rosca ISO se identificam:
Passo p (normalizado em milmetros)
Angulo entre flanco de 60
Geometra Bsica da Rosca
p : Passo da rosca (mm).
d: Dimetro exterior (mm).
d1: Dimetro interior [mm]
d2: Dimetro mdio [mm]
d3: Dimetro de fundo do parafuso [mm]
h: Altura do perfil prtico [mm]
o: ngulo de perfil: = 60
n: Nmero de entradas ( usual n = 1)
+: ngulo de elevao da hlice.
Algumas relaes:
d1 = d 0,0825 p
d2 = d 0,06495 p
h = 0,54126 p
Porca
Parafuso
Dimetros (mm) Passo
(mm)
exterior fundo mdio
d d
3
d
2
p
8 6.65 7.19 1.25
6.92 7.35 1
7.19 7.51 0.75
10 8.38 9.03 1.5
8.65 9.19 1.25
Exemplos:
M8 (rosca d = 8mm e passo de 1.25)
M8x0.75 (rosca d = 8mm e passo de 0.75 mm)
Designao:
M d x p
Rosca
2.1. Unies parafusadas. Generalidades.
As unies parafusadas se classificam como unies desmontveis.
Consistem em rosquear exteriormente uma pea e interiormente a outra de
maneira que ficam unidas mediante o fio de rosca. Tm um amplo
emprego, perto do 60 % das unies das maquinas so parafusadas.
Principais Vantagens:
So muito confiveis, sobre tudo a carga esttica.
Fcil montagem e desmonte.
Podem-se unir diferentes tipos de materiais.
No modifica as propriedades mecnicas das peas a unir.
Ampla padronizao.
Baixo custo devido a sua ampla padronizao e processos de
produo muito produtivos.
Principais desvantagens:
Os furos reduzem a resistncia das peas.
No se obtm o hermetismo das unies por solda
Podem-se afrouxar ou debilitar ante variaes da carga ou a
temperatura.
Revistam requerer elementos adicionais para a fixao
Baixa resistncia a cargas variveis.
Tipos de elementos de unio:
Alguns tipos de parafusos e porcas
Classificao das roscas.
Sentido de direo da rosca:
Na rosca direita, o filete sobe da direita
para a esquerda, conforme a figura.
Na rosca esquerda, o filete sobe da
esquerda para a direita, conforme a figura.
Rosca um conjunto de filetes em torno de uma superfcie cilndrica.
De acordo ao nmero de filetes:
De uma entrada De duas entradas De trs entradas
Nomenclatura da rosca
Independentemente da sua aplicao, as roscas tm os mesmos elementos,
variando apenas os formatos e dimenses.
P = passo (em mm)
d = dimetro externo
d1 = dimetro interno
d2 = dimetro do flanco
a = angulo do filete
f = fundo do filete
i = angulo da hlice
c = crista
D = dimetro do fundo da porca
D1 = dimetro do furo da porca
h1 = altura do filete da porca
h = altura do filete do parafuso.
Mtodos de fabricao da rosca: Maquinadas (o 98%), Laminadas e
Forjadas.
2.2. Principais falhas das unies parafusadas.
- A carga esttica (Pouco freqente):
Ruptura da rosca (Ir-se de rosca) A cortante, a esmagamento e a
flexo.
Ruptura do corpo.
- A carga varivel (90% do total de erros), produto da concentrao de
tenses.
A ruptura se produz nos parafusos
65% 1ro e 2do filete de trabalho.
20% Mudana de seo da rosca ao corpo.
15% Mudana de seo do corpo cabea.
2.3. Clculo das unies parafusadas.
Roscas triangulares
As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em trs tipos:
rosca mtrica
rosca whitworth
rosca americana
Em nosso estudo vamos centrar nos s na rosca mtrica, mas os
procedimentos de clculo que conhecero tambm so aplicveis aos outros
tipos.
Rosca mtrica ISO normal e rosca mtrica ISO fina NBR 9527.
ngulo do perfil da rosca: a = 60.
Dimetro menor do parafuso (C do ncleo): d1 = d - 1,2268P.
Dimetro efetivo do parafuso (C mdio): d2 = D2 = d - 0,6495P.
Altura do filete do parafuso he = (d d1)/2
Folga entre a raiz do filete da porca e a crista do filete do parafuso: f = 0,045P.
Raio de arredondamiento de raiz do filete do parafuso rre=0,14434P
Dimetro maior da porca: D = d + 2f
Dimetro menor da porca (furo): D1 = d - 1,0825P
Altura do filete do porca hi = (D D1)/2
Raio de arredondamiento de raiz do filete do porca rri=0,14434P

A rosca mtrica fina, num determinado comprimento, possui maior nmero de filetes do que a rosca
normal. Permite melhor fixao da rosca, evitando afrouxamento do parafuso, em caso de vibrao de
mquinas. Exemplo: em veculos.
Unies parafusadas. Elementos principais
Exemplo: Determine o dimetro exterior e o passo do parafuso usando o
paqumetro e o gabarito de roscas.
a) Calcule todos os parmetros do mesmo e da porca correspondente.
Passo: 1.25 mm d = 6 mm
Parafuso
Porca
2.4. Projeto e avaliao de unies parafusadas.
Principais expresses e consideraes para o clculo das unies pr-
carregadas.
1- Clculo de resistncia.
s =
2
1
d
5.2P
[
t
] ou
|
>
t
1
[
5.2P
d
Recomenda-se:
[
t
] = (0.25 a 0.5)
y
=
n
Y
o
onde o coeficiente de segurana
n estar entre 2 e 4.
Os menores valores de [
t
] quando d s 30mm e no se controla a pr-
carrega ou pretenso.
Pr-carrega ou pretenso inicial.
(D
int
) = S (Distancia entre faces) Dimetro inscrito no hexgono do
parafuso e da porca.
(D
ext
) Dimetro maior o formado desde Dint com um ngulo = 26
o
40'.
Considera-se que o cilindro cujo dimetro igual ao Dext tem uma rea
mdia igual rea mdia de cone truncado oco.
Verificao da resistncia fadiga.
| | 3 a 5 . 1 n n = >
a
1
k
2
n
o
o
o

=

Para o ciclo de
tenses
flutuantes.
a
1
k
n
o
o
o

=

Para o ciclo de
tenses
simtrico.
2
min max
o o
o

=
a
a - Amplitude do ciclo
-1 - Limite de resistncia fadiga
K - Coeficiente de concentrao de
tenses k = 3.6 a 4.8

Momento de aperte.
( )
(
|
|
.
|
\
|
+
+ + =
2
c 2 2
a
d 2
d S
f tan
2
d
V M
V Valor da fora da Precarga
Angulo de elevao da rosca
Angulo de frico
d2 dimetro efetivo do parafuso ( C mdio)
f Folga entre a raiz do filete da porca e a crista do filete do parafuso
S2 Distancia entre faces
Dc Dimetro do furo
Exemplo
Na figura se mostra a unio da tampa circular de um recipiente que se
empregar para armazenar um fluido pouco viscoso e txico. Desejam-se
utilizar parafusos M10.
Determine:
a) Quantidade de parafusos necessrios.
b) Classe dos parafusos.
Outros Dados:
MPa p 5 . 1 0 s s
Soluo:
a) Quantidade de parafusos necessrios.
mm D 210 = mm d 10 =
Z = 10 -- 19
Mltiplos de 4 ou 6 Z = 12, 16 e 18
Seleciona-se Z =16 (Fluido txico)
Sustituindo em (1) temos:
(1)
( )d
D
Z
7 5 . 3
=
t
a
( )
( )
8 . 18 42 . 9
10 7 5 . 3
210
Z =
=
t
a
a
b) Clculo de resistncia
| | ( )
Y Y t t
d
P
o o o
t
o 25 . 0 5 . 0 25 . 0
2 . 5
2
1
0
= = s
=
(Fluido Txico)
P V P + =
/
0
= P
/
V
Coeficiente de aderncia.
= 1.2 a 1.5 Se a carrega for constante.
= 1.5 a 1.8 Se a carrega for varivel.
P V 5 . 1
/
=
P P 5 . 2
0
=
P0 = Fora mxima no parafuso
V = Precarrega residual
Substituindo temos:
Z
R
P
mx
Max
=
r i
A P R =
max max
4
D
A
2
1
ir
=
t
Substituindo se obtm:
( ) ( )
N 1657
16 4
5 . 1 150
Z 4
p D
P
2
max
2
1
mx
=

=
t t
Mas
P P 5 . 2
0
=
Ento
( ) N P 4142 1657 5 . 2
0
= =
D
1
=150mm
| |
t t
d
P
o
t
o s
=
2
1
0
2 . 5
mm d 918 . 8
1
=
MPa
Y
8 , 344
25 , 0
2 , 86
= ) o
( )
( )
( = =
Y t
MPa o
t
o 25 . 0 2 . 86
918 . 8
4142 2 . 5
2
Selecciona-se a classe 5,8 onde: MPa
Y
420
= o

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