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Revisão das 21h16min de 30 de dezembro de 2010
Reino do Butão Dru Gäkhap ou Brug rGyal-Khab (Wylie) | |
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Bandeira | Brasão de armas |
Hino nacional: Druk tsendhen ("Reino do Dragão do Trovão") | |
Gentílico: Butanês, butanense[1], butani[1], butâni[1] | |
Localização do Butão | |
Capital | Thimphu |
Cidade mais populosa | Thimphu |
Língua oficial | Butanês (Dzonga) |
Governo | Democracia, Monarquia constitucional |
• Rei | Jigme Khesar Namgyal Wangchuck |
• Primeiro-ministro | Jigme Thinley |
Independência da Índia | |
• Data | 8 de agosto de 1949 |
Área | |
• Total | 38.394 km² (136.º) |
População | |
• Estimativa para 2005 | 699.847[2] hab. (164.º) |
• Densidade | 18,2 hab./km² |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2007 |
• Total | US$ 3,257 bilhões USD (2009 est.)(171.º) |
• Per capita | US$ 4.700 USD (2009 est.) (147.º) |
IDH (2007) | 0,619[3] (132.º) – médio |
Moeda | Ngultrum; Rupia indiana (BTN; INR) |
Fuso horário | (UTC+6) |
Cód. ISO | .bt |
Cód. telef. | +975 |
O Butão (em butanês འབྲུག་ཡུལ་, transl. Druk Yul, "Terra do Dragão") é um pequeno e fechado reino nos Himalaias, encravado entre a China, a norte e oeste, e a Índia, a leste e sul. A sua capital é Thimphu.
História
A tradição situa o início da sua história no século VII, quando o rei tibetano Songtsen Gampo construiu os primeiros templos budistas nos vales de Paro e de Bumthang. No século VIII, é introduzido o budismo tântrico pelo Guru Rimpoché, "O Mestre Precioso", considerado o segundo Buda na hierarquia tibetana e butanesa.
Os séculos IX e X são de grande turbulência política no Tibete e muitos aristocratas vieram instalar-se nos vales do Butão onde estabeleceram o seu poder feudal.
Nos séculos seguintes, a actividade religiosa começa a adquirir grande vulto e são fundadas várias seitas religiosas, dotadas de poder temporal por serem protegidas por facções da aristocracia. No Butão estabeleceram-se dois ramos, embora antagônicos, da seita Kagyupa. A sua coexistência será interrompida pelo príncipe tibetano Ngawang Namgyel que, fugido do Tibete, no século XVII unifica o Butão com o apoio da seita Drukpa, tornando-se no primeiro Shabdrung do Butão, "aquele a cujos pés todos se prostram". Ele mandaria construir as mais importantes fortalezas do país que tinham como função suster as múltiplas invasões mongóis e tibetanas. O relato da época foi feito por Estêvão Cacella, o primeiro europeu a entrar no Butão. Este missionário jesuíta português, que viajou através dos Himalaias em 1626, encontrou-se com o Shabdrung Ngawang Namgyel e no fim de uma estadia de quase oito meses escreveu uma longa carta do Mosteiro Chagri relatando as suas viagens. Este é o único relato deste Shabdrung que resta[4]. A partir do seu reinado estabeleceu-se um sistema político e religioso que vigoraria até 1907, em que o poder é administrado por duas entidades, uma temporal e outra religiosa, sob a supervisão do Shabdrung.
Desde sempre que o Butão só mantinha relações com os seus vizinhos na esfera cultural do Tibete (Tibete, Ladakh e Sikkim) e com o reino de Cooch Behar na sua fronteira sul. Com a presença dos ingleses na Índia, no século XIX, e após alguns conflitos relacionados com direitos de comércio, dá-se a guerra de Duar em que o Butão perdeu uma faixa de terra fértil ao longo da sua fronteira sul. Ao mesmo tempo, o sistema político vigente enfraquecia por a influência dos governadores regionais se tornar cada vez mais poderosa. O país corria o risco de se dividir novamente em feudos.
Um desses governadores, o "Penlop" de Tongsa, Ugyen Wangchuck, que já controlava o Butão central e oriental, conseguiria dominar os seus opositores de Thimbu e, assim, implantar a sua influência sobre todo o país. Em 1907 seria coroado rei do Butão, após consultas ao clero, à aristocracia e ao povo, e com a aliança dos ingleses. Foi assim criada a monarquia hereditária que hoje vigora.
Geografia
O Butão é uma nação muito montanhosa, de interior, situada na Ásia. Os picos do norte atingem mais de 7.000 m de altitude, e o ponto mais elevado é o Gangkhar Puensum, com 7.570 m, que nunca foi escalado. A parte sul do país tem menor altitude e contém vários vales férteis densamente florestados, que escoam para o rio Bramaputra, na Índia.
A maioria da população vive nas terras altas centrais. A maior cidade do país, a capital Thimphu (população de 50.000 habitantes), situa-se na parte ocidental destas terras altas. O clima varia de tropical no sul a um clima de invernos frescos e verões quentes nos vales centrais, com invernos severos e verões frescos nos Himalaias.
Demografia
A cultura do Butão já foi definida como sendo, simultaneamente, patriarcal e matriarcal e o membro que detém a maior estima é considerado o chefe da família. O Butão também já foi descrito como tendo um regime feudal caracterizado pela ausência de uma forte estratificação social.
Nos tempos pré-modernos existiram três grandes classes:
- A comunidade monástica, a liderança da qual veio da nobreza;
- Os empregados civis leigos, que dirigiam o aparato governamental e
- Os agricultores, a maior classe, que vivia em aldeias autossuficientes.
Política
O Butão é uma monarquia constitucional. O chefe religioso do Reino, o Je Khenpo, goza de uma importância quase idêntica à do rei.
Depois de um histórico discurso do rei Jigme Singye Wangchuck, no dia nacional, em dezembro de 2006, abdicando a favor do seu filho e anunciando a realização de eleições democráticas, os butaneses foram às urnas em 24 de março de 2008, terminando assim mais de um século de monarquia absoluta [5].
O Butão e a Tailândia são os últimos reinos budistas do mundo.
Símbolos nacionais
A bandeira nacional está dividida diagonalmente desde a esquina inferior esquerda até à esquina superior direita, formando assim dois triângulos. O superior amarelo e o inferior cor-de-laranja. Ao centro está um dragão branco olhando para o exterior da bandeira. O dragão apresentado na bandeira, Druk o dragão do trono, representa o nome do Butão em tibetaniano, que é "A Terra do Dragão" (Druk Yul). O dragão possuí joias nas suas garras que representam a abundância. O amarelo por sua vez representa a monarquia secular e o laranja a religião budista.
O brasão de armas mantém vários elementos da bandeira do Butão, ligeiramente diferentes dos originais, e contém muito simbolismo budista. A designação oficial é: "O emblema nacional, contido num círculo, é composto por um duplo diamante-raio (dorji) colocado acima de um loto, encimado por uma joia e emoldurado por dois dragões. O raio representa a harmonia entre o poder secular e o poder religioso. O lótus simboliza pureza, a joia manifesta o poder soberano, e os dois dragões, macho e fêmea, defendem o nome do país que proclama com a sua grande voz, o trovão".
Druk tsendhen ("Reino do Dragão do Trovão") é o hino nacional do Butão. Com música de Aku Tongmi e letra de Gyaldun Dasho Thinley Dorji, foi adoptado em 1953.
Subdivisões
O Butão, para finalidades administrativas, está dividido em quatro dzongdey (zonas administrativas). As zonas administrativas estão divididas em dzongkhang (distritos). Os distritos (20 no total) estão divididos em dungkhang (subdistritos). No nível básico os grupos de vilas formam um círculo eleitoral chamado gewog e são administrados pelo gup que é eleito pelo povo. Os distritos do Butão são os seguintes:
Economia
O Butão tem sua economia essencialmente baseada na agricultura, extração florestal e na venda de energia hidroelétrica para a Índia. A agricultura, essencialmente de subsistência, e a criação animal, são os meios de vida para 90% da população. É uma das menores e menos desenvolvidas economias do mundo.
Em 2004, o Butão foi o primeiro país do mundo a banir o fumo e a venda de tabaco.
Cultura
A cultura do Butão já foi definida como sendo, simultaneamente, patriarcal e matriarcal e o membro que detém a maior estima é considerado o chefe da família. O Butão também já foi descrito como tendo um regime feudal e caracterizado pela ausência de uma forte estratificação social.
Nos tempos pré-modernos existiram três grandes classes:
- A comunidade monástica, a liderança da qual veio a nobreza;
- Os empregados civis leigos, que dirigiam o aparato governamental;
- E os agricultores, a maior classe, que vivia em aldeias autossuficientes.
Referências
- ↑ a b c Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos
- ↑ CIA. The World Factbook - Bhutan. Consultado em 15 de novembro de 2010.
- ↑ PNUD, Ranking do IDH, 5 de Outubro de 2009.
- ↑ Estêvão Cacella - página em Bhutannica.org
- ↑ CNN- Notícia sobre as eleições de 24 de Março de 2008
Ver também
Ligações externas
- Butão - Reino em transe , por Gabriela Aguerre. Revista Viagem e Turismo, agosto de 2009.
- (em inglês) A Bhutan WikiProject
- (em inglês) Jornal The Bhutan Times
- (em inglês) Reino do Butão
- (em inglês) Site com detalhes da história e da economia butanesa
- (em inglês) A Country Study: Bhutan Library of Congress.